sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

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SISTEMATIZAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS DA CADEIA PRODUTIVA DO LICURI - SUBTERRITÓRIO: A UNIÃO FAZ A FORÇA Comunidades: Fazenda Caixão, Lagoa Comprida, Lagoa do Golfo e Lagoa do Cigano. Cansanção Ba Junho/2012

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O principal objetivo deste trabalho foi a reflexão, o resgate e a partilha de informações abordando vários aspectos importantes sobre o extrativismo do coco licuri

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Page 1: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

SISTEMATIZAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS DA CADEIA PRODUTIVA DO

LICURI - SUBTERRITÓRIO: A UNIÃO FAZ A FORÇA

Comunidades: Fazenda Caixão, Lagoa Comprida, Lagoa

do Golfo e Lagoa do Cigano.

Cansanção – Ba

Junho/2012

Page 2: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

Projeto Gente de Valor

Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional - SEDIR

Secretário – Edvaldo Brito

Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional - CAR

Diretor Executivo – José Vivaldo Mendonça

Coordenação Estadual

Coordenador Geral

Augusto Cezar de Oliveira Maynart

Subcoordenador Desen. Produtivo e Mercado (Orientador da sistematização)

Carlos Henrique Silva Ramos

Gerente Regional de Ribeira do Pombal

Sérgio Luiz Amim

Equipe responsável pela sistematização

Equipe Técnica do Escritório de Euclides da Cunha

Idvandro Nery de Brito - Técnico Desen. Produtivo/Chefe Escritório Local

Wladynéa Neyde Ribeiro Albuquerque – Leitura e correções da redação final

Equipe Técnica da OMDRS

José Morais – Técnico Agrícola

Amilton Lubarino - Técnico Agrícola

Equipe Técnica da ASCOOB - Itapicuru

Sinval Silva de Jesus – Técnico Agrícola

Assessor especialista

Antônio Marcos Gonçalves Liberal

Cansanção/BA – Julho de 2012

Page 3: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

1. Apresentação

O presente relato refere-se ao resultado da sistematização da experiência

do trabalho prático com o licuri, desenvolvido ao longo do tempo pelos

moradores dos povoados de Lagoa do Golfo, Lagoa do Cigano, Lagoa

Comprida e Fazenda Caixão, no município de Cansanção – Ba, distante

cerca de 350 km da capital. Engloba também o período de intervenção do

projeto Gente de Valor/CAR, que se estende desde 2008 até então. A

partir do Projeto, estas comunidades foram organizadas em um único

núcleo, com base nas características identitárias entre elas. Este núcleo é

chamado de subterritório, que neste caso tem o nome de A União Faz a

Força.

O principal objetivo deste trabalho foi a reflexão, o resgate e a partilha de

informações abordando vários aspectos importantes sobre o extrativismo

do licuri: em relação ao manejo da palmeira; ao processo de quebra do

coquinho; a participação de mulheres e jovens; a preservação ambiental

da planta nativa e aos aspectos da comercialização da amêndoa.

O Brasil possuía em 2009, segundo o Ministério do Meio Ambiente,

12.173.174 hectares de reserva extrativistas e 54.002 famílias de

extrativistas. Neste mesmo período 10 mil toneladas de licuri (amêndoa)

foram produzidas no Nordeste, sendo 8,5 mil toneladas na Bahia. Este

setor foi responsável pela geração de R$ 685.359.000,00 reais, ficando o

licuri com menos 1% desta fatia.

Em relação a metodologia, optou-se pelas rodas de aprendizagem e da

leitura da paisagem, com os atores diretos da ação; com os atores

indiretos foram realizadas entrevistas semi-estruturadas. E por fim, um

seminário grupal, subterritorial, para avaliar, refletir os diversos temas

abordados e resolver as questões que geraram desacordos entre o grupo.

Page 4: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

Tanto no momento de desenvolvimento das rodas de aprendizagem, como

na fase de entrevistas, foram abordados quatro momentos distintos, a

tese (situação inicial), a antítese (situação intermediária e com a

intervenção do PGV), síntese (situação atual ou final) e as lições

aprendidas.

Page 5: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

2. Contextualização socioeconômica

A atividade econômica das comunidades é bastante diversificada, uma

parte se baseia na criação de pequenos animais, notadamente galinha,

porco e ovinos. Esta atividade acontece consorciada com as lavouras de

milho, feijão e mandioca, em pequenos minifúndios. Paralelamente nestas

comunidades, ocorre o extrativismo do licuri e em pequenas proporções, o

cultivo do sisal. Na grande maioria destes minifúndios a agricultura

familiar está entrelaçada com a atividade extrativista.

Há entre as famílias das comunidades um emaranhado laço de

parentesco, o que facilita a convivência pacífica dentro do subterritório e

cercanias, facilitando o processo de mobilização e articulação.

Entre estas comunidades há pessoas que desenvolvem trabalhos manuais

com a palha do licuri, porém devido a baixa valorização no mercado local,

a manufatura fica limitada apenas as necessidades para o uso doméstico.

As relações de gênero se dão da mesma forma como acontece em outras

comunidades tradicionais, inclusive com o acréscimo de outros trabalhos

além dos trabalhos domésticos. Em geral são as mulheres que realizam a

colheita e quebra do licuri, que até recentemente era totalmente manual,

com uso de pedras, sem a adoção de inovações tecnológicas.

Os jovens se encontram desestimulados pela falta de oportunidades, os

mais adultos recorrem a São Paulo, como alternativa para o futuro.

A palmeira do licuri vegeta em solos da Caatinga. Até pouco tempo a

palmeira do licuri estava sendo dizimada para a preparação de roçados,

também devido os baixos valores pagos pelo quilo da amêndoa, cujo

mercado era totalmente manipulado por atravessadores.

Page 6: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

3. Caracterização botânica do Licuri

O Licuri ou Ouricuri, Aricuri, Nicuri, Alicuri é cientificamente conhecido

como Syagrus Coronata, da Família Arecaceae, pertencente à subfamília

Arecoideae, Divisão Cococeae, de ciclo perene e originária do Brasil (do

Norte de Minas Gerais, porção oriental e central da Bahia, até o sul de

Pernambuco, e os Estados de Sergipe e Alagoas). A subfamília Arecoideae

é a maior entre as Arecaceae, reunindo aatualmente 115 gêneros e 1500

espécies.

Os Estados onde o Licuri vegeta pertencem a região Nordeste, onde

aproximadamente 50% das terras recobertas com a caatinga, são de

origem sedimentar, ricas em águas subterrâneas. Os rios, em sua maioria,

são intermitentes e o volume de água, em geral, se apresenta limitado,

sendo insuficiente para a irrigação. A altitude da região varia de 0 –

600m. A temperatura varia de 24 a 28ºC e a precipitação média de 250 a

1000 mm, com déficit hídrico elevado durante o ano, Drummond et al

(2000).

Segundo os autores o porte da planta pode variar de 6 a 11 metros,

floresce e frutifica o ano inteiro. Os cachos de licuri tem em media 1.357

frutos, com comprimento e diâmetro médios de 2,0 cm e 1,4 cm,

respectivamente, com coloração variando de amarelo-claro a laranja. Nas

condições de Cansanção/Nordestina – Bahia, os piques de produção se

estendem de fevereiro a maio, crepaldi at al, (1999) e Braga (2010).

O licurizeiro começa e frutificar seis anos após a germinação da plântula.

A produção média anual em um hectare nativo é de 2 toneladas de

coquinhos. Nos anos de pluviosidade abaixo da média, a produção diminui

Page 7: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

com a ocorrência do estresse hídrico, o inicio da produção da palmeira

tarda alguns meses, no entanto não chega a comprometer a safra anual.

Os frutos devem ser coletados diretamente da árvore quando iniciam

queda espontânea. Deve-se deixá-los secar. Apesar da grande utilidade

que o licuri apresenta, faltam informações conclusivas sobre a germinação

de suas sementes e o desenvolvimento inicial das plantas.

Quanto ao ataque de “pragas” e doenças, pouco se sabe a respeito

podendo citar apenas como “praga” dessa planta a Batrachedra nuciferae,

que também ataca o coqueiro.

Da amêndoa também e extraído um óleo, esta contem 55 a 61% de óleo

comestível, análogo ao coqueiro da praia (Cocus nucifera). Muito

apreciado na produção de saponáceos (sabão em pó, detergentes, sabão

em barra e sabonetes finos) considerados de alta qualidade, visto que o

licuri e considerado o melhor óleo brasileiro para a produção de sabão. Do

resíduo obtido com a extração do óleo, origina-se uma torta que serve

como alimento para os animais, esta torta apresenta 41% de substâncias

não azotadas, 19% de proteínas, 16% de celulose e 11% a 12% de óleo.

Representa ótima ração adicional para vacas leiteiras.

Em relação a análise nutricional dos frutos do licuri, merece destaque o

teor de lipídeos (49,2%) e de proteínas (11,5%) da amêndoa e o teor de

carboidratos totais (13,2%) da polpa dos frutos, de acordo com Gomes,

(1977). O teor de proteínas, embora menos expressivo do que em outros

vegetais, é maior do que o encontrado em frutos de espécies de palmeiras

amazônicas, que varia de 1,18 a 5,5%, ou em frutos de palmeiras de

outras regiões, como as dos gêneros Jessenia e Oenocarpus, que

corresponde a apenas 8% do peso seco. A analise realizada nos frutos de

licuri indica que a espécie apresenta frutos bastante energéticos (635,9

kcal 100 g-1), sendo estimado um valor calórico de 108,6 kcal 100 g-1

para a polpa e 527,3 kcal 100 g-1 para a amêndoa. Estudando a

Composição nutricional do fruto de licuri, crepaldi at al, (1999),

descobriram que aproximadamente 14 frutos de licuri suprem metade

Page 8: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

das necessidades diárias de vitamina A, da necessidade diária de 700 ER

(Equivalente Retinol) para crianças na faixa escolar de 7 a 10 anos.

Page 9: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

4. Conceito de extrativismo

O termo extrativismo, em geral é utilizado para designar toda atividade

de coleta de produtos naturais, seja de origem mineral (exploração de

minerais), animal (peles, carne, óleos), ou vegetal (madeiras, folhas,

frutos...). Rafael Pinzón Rueda - Ibama

Para Hironaka (1997), a atividade extrativa poderá figurar, no quadro

classificatório das atividades agrárias, ora como atividade acessória, ora

como atividade principal, de acordo com o grau de projeção que ela

possua sobre as demais atividades desenvolvidas num determinado

imóvel rural.

Estudando os desafios e tendências do extrativismo do Açai, Homma et al

(2006), observaram que a integração em diversos Sistemas Agroflorestais

(SAF´s), constituem procedimentos que os produtores estão adotando. A

mesma tendência foi evidenciada por Marinho (2005), estudando a

dinâmica das relações socioeconômicas e ecológicas no extrativismo do

açaí, o qual aponta a agrosilvicultura como melhor alternativa para

obstruir o declínio do extrativismo. Outros autores não chegam a falar em

SAF´s, mas se dirigem a um grupo específico de extrativistas, como

“agricultores” extrativistas.

Em relação ao licuri (Syagrus coronata), Lima (1988), estudando sua

ocorrência na Bahia, percebeu que os agricultores vêm desenvolvendo

suas atividades agrícolas entre estas palmáceas. Em áreas muito densas,

são realizados desbastes, e nos espaços intercalares exploram-se culturas

como, milho, feijão, mamona, mandioca e sisal. Para este autor os

extrativistas de licuri da Bahia, podem ser classificados como

silviagrícolas. No entanto ele não levou em consideração que nestes

espaços também aparece uma incipiente pecuária, portanto levando em

Page 10: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

consideração esta caracterização econômica, o grupo de interesse foco

desta sistematização, pode ser classificado numa categoria mais complexa

de SAF, que é a atividade agrosilviopastoril.

Page 11: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

5. Eixo da sistematização

Intervenção no processo de quebra do licuri, com vistas no fortalecimento

organizacional e na exploração sustentável.

Palavras chaves: organização, extrativismo, silvicultura, sustentabilidade e

licuri.

Page 12: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

6. Reflexão crítica sobre a tese (situação inicial e seu contexto)

O povoamento e vegetação da palmeira no subterritório aconteceram no

período conhecido como ciclo do gado. Neste período o território que

originou as comunidades compreendia uma área de fundo de pasto. O

próprio gado era o responsável pela quebra da dormência e propagação

do coquinho, trazido em sua pança de suas

andanças por outras regiões.

O surgimento dos primeiros moradores

aconteceu por volta de 150 anos atrás,

dando origem as comunidades que formam o

Subterritório A União Faz a Força.

O licuri ao longo do tempo foi assumindo um

papel importante na geração da renda das

famílias. Inclusive durante as secas históricas que acometeram a região,

quando as comunidades davam como inviável o plantio das culturas

domesticadas, o ouricuri era a única salvação, através da farinha da haste

(bró), que saciava a fome da população local, enquanto que a palha

(pindoba) se oferecia aos animais. “O licuri dava de tudo até o bró”,

disse Dona Genésia, moradora da comunidade de Fazenda Caixão.

Mesmo nos anos cujas estações eram irregulares, nas condições do

semiárido local, o extrativismo do licuri ocupava a maior parte da mão-de-

obra familiar.

Quebrando de forma rudimentar (a pedra), o rendimento de uma jornada

de trabalho de uma família, não excedia produção de 6 a 7 kg de

amêndoa, mas era necessário a coleta de 250 kg de licuri bruto. Para

Antigamente não existia

licuri era uma área de

fundo de pasto, o gado

que pastava em outras

regiões foi que começou a

disseminar a plantação do

licuri. Fonte: Valdenor

(Presidente Assoc. e ADS)

Page 13: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

preencher um saco de 50 kg de amêndoa eram necessários cerca de 04 a

05 dias de trabalho. A venda na melhor época era feita por R$ 1,00/kg.

Com rendimentos mensais inferiores ao salário mínimo da época, no

entanto para aferir com precisão a receita líquida da atividade, as horas

de trabalho envolvidas na coleta e transporte do material bruto, deveriam

estar no cálculo do trabalho realizado para produzir a amêndoa. De

qualquer forma o extrativismo passou a ser mais uma atividade

econômica das comunidades, complementada com outras atividades

agrícolas.

Muitas mulheres se queixam que o esforço repetitivo para realização do

trabalho de quebra, após vários anos, fez surgir de dores fortes nas mãos

e nas juntas. Em relação a esta questão, não foram encontrados dados na

Secretaria de Saúde do município.

As mulheres jovens e adultas ficavam com a função de coletar o cacho de

licuri e depois quebrar através de um sistema rudimentar com um porrete

ou pedra, o rendimento dependia da destreza de cada uma.

Praticamente toda a família se envolvia no processo de coleta, quebra e

comercialização. Os jovens do sexo masculino participavam deste

processo mais ativamente, até perder completamente o interesse pela

atividade, devido sua desvalorização econômica.

O processo de quebra de ouricuri ainda pode ser visto da mesma forma

como acontecia no período da gênese das comunidades. As mulheres

percorriam distâncias consideráveis para realizar a coleta na natureza,

direto da planta ou os coquinhos caídos ao chão e esparramados ao redor

da planta (os caídos ao chão já estavam secos e prontos para a quebra,

mas os cachos coletados diretos da planta deveriam ser espalhados no

terreiro para secar) sentavam nas salas das casas, às vezes com a ajuda

de vizinhas, amigas e parentas, em forma de mutirão, com o auxílio de

uma pedra grande, como base (uma para cada quebradeira), realizavam a

quebra do coquinho. Sobre a pedra maior, punham o coquinho e com uma

Page 14: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

pedra menor o esmagavam, separando a casca da amêndoa. Em termos

de rendimento uma mulher quebrava 05 kg de licuri bruto para produzir

1kg de amêndoa, o processo todo dura em média 01 hora e mais meia

hora para juntar (separação da amêndoa da casca) a depender da

destreza.

A casca, proveniente da separação ia para a natureza, mas a amêndoa

seguia para ser comercializada no quilo, como Pode ser visto no relato de

Dona Damiana, moradora do subterritório: “Ajudava a família na

coleta, carregava em cestos e ia fazendo as rumas. Depois

quebrava na pedra, com o passar começaram a quebrar no motor

de sisal e peneirava 05 vezes. Ajuntava três dias em seguida e

depois ia quebrar e debulhar”.

Várias tentativas foram realizadas pelas comunidades, na possibilidade de

aumentar a oferta da amêndoa, uma delas foi a adaptação de uma

máquina de beneficiar sisal, transformando-a numa quebradeira de licuri.

Mas a máquina era muito rudimentar e o produto da quebra não possuía

muita qualidade. Ainda existe uma na comunidade de Fazenda Caixão.

Depois as comunidades perderam o interesse devido os baixos preços

pagos pelo mercado paralelo, segundo Dona Genésia – Tesoureira da

Associação de Faz. Caixão: “O atravessador foi quem desvalorizou o

licuri, principalmente com a chegada do motor de sisal que sai

muito sujo. Antes quando a quebra era manual o licuri tinha mais

valor porque era limpo (não tinha casca)”. Na realidade este não foi

a única causa, de acordo com Técnicos da EBDA de Cansanção, os baixos

preços oferecidos pelos compradores aconteceu, quando se percebeu que

dentro dos sacos de licuri existiam pedras, assim projetava-se uma

produção mascarada, o que acabou fazendo o mercado despencar.

O licuri era utilizado de várias formas, na alimentação humana e animal;

em manufaturas de artesanatos diversos (chapéus, esteiras, bocapiu etc).

Page 15: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

E com a renda advinda da comercialização da amêndoa se comprava

roupa e outros tipos de alimentos e ração.

7. Reflexão crítica sobre a antítese (processo de intervenção e seu

contexto)

Os depoimentos advindos da 2ª

Roda de Aprendizagem, retratam um

período que coincide com a chegada

do Projeto Gente de Valor, em 2008

e o processo de acompanhamento

técnico voltado para as questões

específicas do extrativismo do liricuri

nas comunidades.

Segundo os integrantes do grupo de interesse duas ações simples, porém

importantes, são indicadoras de novos rumos para a produção da

amêndoa do licuri no subterritório: a primeira diz respeito a uma

significativa mudança no processo de quebra, com a introdução de duas

máquinas quebradeiras, pelo Projeto Gente de Valor, especialmente

confeccionadas, em chapas de aço exclusivas, para atender as

comunidades. Uma delas é móvel, estando disposta em uma charrete

rebocada por moto (transporte comum na região). A segunda está sendo

a construção de secadores, para onde vai o licuri coletado da natureza,

após sofrer um processo de secagem natural, sobre um piso cimentado,

limpo e isento de pedras e/ou sujeiras, segue para o processo de quebra.

De acordo com Sr. Antonio, morador da Faz. Caixão, “Hoje com o secador,

acredito que vai render mais porque vai secar mais rápido e também se chover

não vai mais se perder.” Sem o secador, que nada mais é do que uma

plataforma cimentada, com dimensões definidas (06mx04m), o licuri

passava mais de 15 dias secando no terreiro, sem nenhum critério no

Para Dona Marileide

do Subterritório A

União Faz a Força, a

máquina vai facilitar

bastante, porque em

vez de está quebrando

já está juntando.

Page 16: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

manuseio, para depois seguir para o processo de quebra, com o secado,

calcula-se em torno de 05 a 08 dias a conclusão do processo de secagem.

Com o processo de quebra mecanizado, espera-se uma melhora

significativa nos indicadores de saúde por trabalho repetitivo, como diz

Dona Genésia, Tesoureira da Associação da Faz. Caixão: “Sobre a quebra na

mão, eu quebrava cinco sexto, que dava mais ou menos 3 kg e sentia muito a

mão e hoje agente com esta novidade da máquina, já vi que agente não vai ter

mais este problema...”.

Há uma consciência comunitária em ralação aos rendimentos da produção

da amêndoa através da quebra na máquina, como também a melhoria no

preço por kg de amêndoa produzida, pelo fato de ser uma amêndoa limpa,

como diz a Dona Maristela moradora do Subterritório A União Faz a Força,

“Antes agente quebrava o licuri e os compradores compravam de todo jeito,

hoje compra sujo de 01 real e de 1,70 licuri limpo.”

As máquinas chegaram no Subterritório A União Faz a Força no mês de

abril de 2012, os primeiros testes revelaram uma eficiência de quebra de

600kg de licuri/hora. Mais de 35 toneladas de licuri bruto foram

quebrados, com a produção de 07 toneladas de amêndoa em uma única

máquina, em apenas três meses de uso.

Dois aspectos importantes que concorrem para a recuperação da atividade

podem ser observados em igual período, o primeiro corresponde a

valorização da amêndoa no mercado local, devido o aumento da demanda

por óleo de licuri pela indústria química, para fabricação de sabão, neste

aspecto a AREFASE – Associação da Escola Família Agrícola do Sertão de

Monte Santo, vem assumindo a vanguarda na aquisição da amêndoa para

esmagamento e repasse do óleo para a indústria, imprimindo preços

competitivos até o momento. O outro aspecto corresponde ao valor pago

do pelo quilo da amêndoa, R$ 1,70, fator que tem aquecido este setor nos

municípios de Cansanção, Nordestina e Monte Santo.

Page 17: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

A capacidade de quebra de licuri nesta nova conjuntura, está trazendo

outro sentimento em relação a participação das mulheres, 80% do grupo

de interesse é composto por elas e são elas que estão gerenciando a

atividade como um todo, a exemplo do galpão de armazenamento,

processo de comercialização e gestão financeira. Na verdade o tempo

ganho por elas com a introdução de mecanismos mais automatizados,

está sendo otimizado em processos de capacitação, reuniões

comunitárias, sensibilização e mobilização de jovens de ambos os sexos,

de vizinhas e parentes, que ainda não estavam envolvidas no esquema do

trabalho.

Também vale destacar que o perfil cultural que foi desenvolvido em torno

do licuri há gerações, não foi obstruído com a introdução das máquinas de

quebra, por exemplo, a seleção da amêndoa continua manualmente, em

respeito a este traço cultural.

Page 18: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

8. Síntese (resultados e efeitos, situação final)

O grupo de interesse se sente fortalecido por ter iniciado o processo de

mobilização, para o fortalecimento na exploração

sustentável da palmeira de licuri através do Projeto

Gente de Valor e enfatizam que vão continuar se

fortalecendo cada vez mais e a procura de novos

parceiros que possam apoiar as comunidades.

Compreendem que em relação ao futuro, alguns

sonhos são prontamente perceptíveis, como o

aumento no número de integrantes do grupo de

interesse, o resgate dos jovens, que na sua grande

maioria não se identificam mais com a atividade; a

criação de uma organização mais ampla, que não apresente as limitações

que uma associação apresenta em relação à comercialização e ao acesso

de novos mercados.

É unanime a certeza no aumento da produção e da oferta da amêndoa,

devido às novas tecnologias associadas ao processo de quebra. Pessoas

de outras comunidades de fora do subterritório concorrem para ter acesso

às novas tecnologias disponíveis no subterritório, também com o objetivo

de incrementar a produção e oferecer amêndoa de qualidade no mercado

local.

Com o acesso as novas tecnologias de quebra, as mulheres que haviam

abandonado a atividade, estão voltando a acreditar no trabalho, como diz

Aline, jovem moradora da Faz. Caixão: “As mulheres estão participando bem

“Nossa ideia é criar

uma cooperativa, a

associação tem

poucas possibilidades

de acesso a projetos,

já uma cooperativa é

diferente”. Valdenor

– ADS do

Subterritório A União

Faz a Força

Page 19: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

melhor, quando começamos nós ainda éramos acanhadas, mais a tendência é da

participação das mulheres aumentar mais ainda”.

Este grupo comunitário tem ciência que todos estes sonhos serão

possíveis, apenas através de um processo de gestão sólido, transparente

e compartilhado. Como pode se observar no depoimento de Dona

Genésia, tesoureira da Associação de Faz. Caixão, “Estamos tomando conta

das coisas direito, numa comunidade vizinha, na casa de farinha, o presidente

da associação disse: aqui não é só uma pessoa que manuseia com as máquinas

não, todo mundo pode chegar e usar. Oxe! Chegou um e empurrou tanta raiz

que quebrou a máquina e assim ficou sem ter ninguém que assumisse o

conserto”.

Atualmente o licurizeiro está sendo encarado com outros olhares,

principalmente porque ele faz parte da cadeia alimentar de varias espécies

de animais, em especial da Arara-azul-de-Lear. O licuri precisa ter uma

exploração racional e ser encarado pelos agrosilvipastores como um

elemento indispensável ao equilíbrio ecológico local.

O Quadro 01, trás o resultado da estimativa de um trabalho de campo

realizado no subterritorio A união Faz a Força, cansanção, pela equipe de

sistematização e pelos integrantes do Grupo de Interesse. Nesta

experimentação foram aferidas três áreas distintas, medindo cada uma

10m², levando-se em consideração as seguintes características: uma área

de caatinga que não sofreu intervenção humana; uma área que sofreu o

processo de implantação de pastagem e uma área em processo de

recuperação. A coleta de dados foi obtida a partir do método de

amostragem, e os resultados encontrados foram dimensionados para 01

hectare (ha). A área explorada para implantação de pastagem apresentou

o numero de 20 palmeiras/ha, a área sem intervenção humana

apresentou 120 palmeiras/ha e a área em descanso apresentou o número

de 320 palmeiras/ha em processo de renovação.

Page 20: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

Quadro 01. Amostragem do número de palmeiras em caatinga virgem e em áreas que

sofreram processo de ocupação humana. - Sistematização do Licuri, comunidade de Faz.

Caixão, município de Cansanção/BA, CAR/Projeto Gente de Valor, 2012.

ÁREA ESTUDADA 01 HECTARE (2,3 TAREFAS)

Caatinga virgem 20

Área explorada com pastagem 120

Área em recuperação 320

Os principais restos culturais provenientes do extrativismo do licuri são: a

casca, proveniente da quebra e a estrutura do cacho com os restos da

inflorescência. Estes últimos geralmente são deixados no campo, o que

acaba favorecendo a ciclagem de nutrientes. A casca resultante do

processo de retirada da amêndoa é um combustível renovável, que pode

ser incluído na matriz energética da região, por possuir baixo teor de

enxofre, a adoção desse material para alimentar fornos de cerâmicas ou

fogões de residências, reduz a pressão pelo corte da vegetação nativa

para produção de lenha, por se tratar de uma energia limpa e de fonte

renovável. O que pode ser visto no depoimento de Danilo Raboçal Araújo

Goes, Engenheiro da Cerâmica aliança: “As cascas do licuri É uma

alternativa de queima, econômica e vem sendo utilizada há 10

anos”. O subterritório ainda não conseguiu viabilizar comprador para este

tipo de produto, sendo que no momento atual, este material está sendo

devolvido a natureza, porém por ser um material extremamente

lignificado, sua decomposição é lenta, mas tem a vantagem de não ser

poluente e servir de cobertura morta.

Page 21: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

Além dos produtos obtidos a partir do beneficiamento da amêndoa as

palhas do licuri tem relevante papel no incremento da renda de algumas

famílias através da confecção de artesanato, para que esta atividade não

comprometa a produtividade da palmeira é realizado o manejo de colheita

do material de forma sustentável retirando as palhas com intervalo de

tempo e em quantidade adequada para proporcionar a regeneração e não

prejudicar a produtividade da mesma.

O licuri é um produto predominante na região. Seu aproveitamento

melhorou a renda das famílias, valorizou o trabalho das mulheres

quebradeiras, elevando a autoestima e diminuindo o êxodo rural. É o

principal provedor de recursos para subsistência das comunidades do

semiárido baiano, por ser um produto de alta aceitação no mercado local.

A partir desta compreensão, a capacitação gerencial e cooperativista é

fundamental para o sucesso da atividade, visto que nesta região os

princípios associativos são bastante conhecidos, mas os princípios de

cooperativismo precisam de aprofundamento, principalmente a partir

desta atividade prática.

Page 22: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

8.1. Importância econômica do licuri na fase atual e futura

Na Tabela 01, observa-se que na comunidade de Fazenda Caixão,

município de Cansanção, num ano regular de chuvas (duas estações:

inverno e verão), uma família modelo, com produção diversificada, obtém

durante um ano agrícola, uma receita bruta baseada no cultivo de milho,

feijão e mandioca o equivalente a R$ 1.560,00 reais.

TABELA 01. Policultivos (Agricultura Familiar local) - Grupo de interesse de Licuri,

comunidade de Faz. Caixão, município de Cansanção/BA, CAR/Projeto Gente de Valor,

2012.

CULTURA ÁREA

PLANTADA

QUANTIDADE

COLHIDA

VALOR

UNITÁRIO

VALOR

TOTAL

MILHO 01 HECTARE 10 SACAS 18,00 180,00

FEIJÃO 01 HECTARE 06 SACOS 80,00 480,00

MANDIOCA - 30 SACOS 30,00 900,00

VALOR TOTAL BRUTO ANUAL 1.560,00

A intervenção do Projeto Gente de Valor/CAR no setor agrícola e pecuário

através da formação de grupo de interesse, implantação de ensaio

agroecológico, construção de cisternas de produção para sibsidiar a

produção de canteiros econômicos, aquisição de kit veterinário, aquisição

de conjunto motoforrageiro, capacitação para manuseio de equipamentos,

cursos de manejo sanitário e curso de manejo alimentar, serviram para

Page 23: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

melhorar alguns indicadores de qualidade da produção, no entanto o que

está representado nas Tabelas 02 e 03 são dados empíricos, fornecidos no

período de sistematização, necessitando de uma análise mais acurada.

TABELA 02. Receita bruta da ovinocultura (Agricultura Familiar local) - Grupo de

interesse de Licuri, comunidade de Faz. Caixão, município de Cansanção/BA, CAR/Projeto

Gente de Valor, 2012.

REBANHO QUANTIDADE DE CABEÇAS

OVINO 10 MATRIZES

FERTILIDADE DE 85% 8.5 PRENHAS

NATALIDADE DE 1.5 AO ANO 12 PARTOS/ANO

PROLIFICIDADE DE 1.5 AO ANO 18 BORREGOS/ANO

MORTALIDADE 10% 02 BURREGOS/ANO

DESCARTE TOTAL 16 BURREGOS/15 kg/ANO

VALOR TOTAL BRUTO ANUAL RS: 1.920,00

O somatório da receita bruta anual do setor agrícola, Tabela 01, somada

com as receitas do setor pecuário, Tabelas 02 e 03, chegam ao valor de

R$ 7. 080,00 reais, o equivalente a R$ 590,00 reais mensais.

TABELA O3. Receita bruta da suinocultura (agricultura familiar local) - Grupo de

interesse de Licuri, comunidade de Faz. Caixão, município de Cansanção/BA, CAR/Projeto

Gente de Valor, 2012.

REBANHO QUANTIDADE DE CABEÇAS

SUINO 10 LEITOA

NATALIDADE DE 2,0 AO ANO 20 PARTOS/ANO

PROLIFICIDADE DE 10 AO ANO 200 LEITÕES/ANO

Page 24: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

MORTALIDADE 10% 20 LEITÕES /ANO

DESCARTE TOTAL 180 LEITÕES /ANO

VALOR TOTAL BRUTO ANUAL RS: 3.600,00

Em relação a atividade extrativista do licuri, os investimentos foram

voltados para melhoria do processo de quebra, com implantação de

secadores, deposito de armazenamento e comercialização, máquina de

quebra, balança e assistência técnica sistemática, observa-se na Tabela

04, os índices de quebra no processo mecanizado durante um período de

três (03) meses consecutivos e a equivalente renda bruta aferida.

Comparativamente no processo de quebra manual o rendimento diário de

obtenção de amêndoa circulava em torno de 6 kg/dia, sendo necessário

quebrar por volta de 30 kg de coquinho/dia. Nestas características, uma

família conseguia gerar em média, cerca de R$ 10,20/dia.

TABELA 04. Receita bruta da atividade extrativa do licuri em três meses - Grupo de

interesse de Licuri, comunidade de Faz. Caixão, município de Cansanção/BA, CAR/Projeto

Gente de Valor, 2012.

LICURI ÍNDICES DA QUEBRA

MECANIZADA

RENDIMENTO

COQUINHO 389 KG/DIA 35.010kg/90 dias

AMÊNDOA 78 KG/DIA 7.020kg/90 dias

VALOR TOTAL

BRUTO

1,70/kg R$ 11.934,00/90 dias

Page 25: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

9. Lições aprendidas

Durante o processo de debate e partilha

de conhecimento entre os participantes

das rodas de aprendizagem, uma das

lições aprendidas foi a conscientização

que se deve valorizar mais o licuri,

através da sua preservação e da busca

de novos conhecimentos para melhor trabalhar os aspectos comerciais da

palmeira.

A adoção das novas tecnologias apropriadas trouxe melhorias tais como:

melhor aproveitamento do tempo e aumento da produção, maior oferta da

amêndoa no mercado e melhoria da sua qualidade.

Quando o grupo foi confrontado no seminário sobre a experiência vivida,

em relação ao que fariam de maneira diferente ou da mesma forma,

responderam:

a) O que se deveria fazer de maneira diferente?

Fazer ativação das comunidades para o trabalho do licuri, organizar

mais os grupos antes do inicio dos trabalhos especifico com licuri,

para que cada um esteja ciente do seu trabalho e agradecer ao PGV

por tudo que fizeram por nós - (Aline, Mariselma,Maristela, Cosma,

Roberto e Veríssimo);

As lições aprendidas é preservar o

licurizeiro porque é uma fonte de renda

para a família e refrigério para os

animais. Dona Genésia – tesoureira da

Assoc. Faz. Caixão.

Page 26: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

Agradecer ao projeto pelos maquinários e buscar mais parcerias -

(Genésia, Damiana, Cremilda, Manoel e José);

Construção de um paiol para cada família; buscar mais parcerias

para a criação da Cooperativa, divulgar mais o trabalho do licuri,

para aumentar a produção e conscientização das famílias a

preservar a palmeira do licuri - Valdenor, Marileide, Geronimo,

Dejanira, Eronildes e Maria Almeida).

b) O que se deveria fazer da mesma forma?

Continuaremos com a mesma equipe técnica e com a organização

dos grupos a trabalhar com as maquinas - (Aline, Mariselma,

Maristela, Cosma, Roberto, Iraildes,Adelaide e Veríssimo);

Repetiria a mesma dose, contratação do especialista, criação do GI,

capacitações do grupo com as divisões de tarefas, implantação do

galpão de estocagem e os equipamentos - (Valdenor, Marileide,

Geronimo, Dejanira, Eronildes e Maria Almeida).

Page 27: Sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri

10. Bibliografia consultada

ALBUQUERQUE, F. M.; Galiazzi, M. do C. A formação do professor em Rodas de Formação. R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 92, n. 231, p. 386-

398, maio/ago. 2011.

Cartilha do Ministério da Educação: Secretaria Profissional e Tecnológica –

Licuri no município de Caldeirão Grande/BA. Brasília, 2006.

CREPALDI, I. Cândido; Almeida, L. Bicudo; Rios, M. D. Gonçalves;

Penteado, M. de V. Camargo; Salatino, A. Composição nutricional do

fruto de licuri (Syagrus coronata (Martius) Beccari). Revista

Brasileira de Botânica, vol 24, n2, junho, 2001.

DRUMOND, M.A.; Kiill, L. H. P.; Lima, P. C. F. Oliveira, M. C. de; Oliveira,

V. R. de; Albuquerque, S. G. de; Souza, C. E. de & Vacalcanti, N. J. Estratégias para o Uso Sustentável da Biodiversidade da Caatinga, Grupo de Trabalho, Petrolina, 2000.

EMATER. Orientações para sistematização de experiências. Porto Alegre/RS, 2009.

EMBRAPA – texto sobre licuri do pesquisador João Barbosa: José Barbosa

do Anjos – pesquisador; [email protected]. Embrapa Semiárido – 87 3862 1711,

28/10/2010.

Extrativismo e beneficiamento do Ouricuri, Syagrus Coronata, no município de Caldeirão Grande – Ba. Relatório, Projeto Gente de Valor/CAR, 2011.

HIRONAKA, G.M. F. Novaes. O extrativismo como atividade agrária. Nota,

1997 - http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1667&p=1

HESSEL, F. de O.; Saito, C. H.; Oliveira, I. J. Determinação das áreas de potencial ocorrência de araras azuis (Anodorhinchus hyacinthinus) no

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3906.

HOMMA, A. K. O.; Nogueira, O. L.; Menezes, A. J. E. A. de; Carvalho, J. E. U. de; Nicoli, C. M. L. & Matos, G. B. de. AÇAÍ: NOVOS ESAFIOS E

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LIMA, P. C. Fernandes. SISTEMAS AGROSSILVICULTURAIS

DESENVOLVIDOS NO SEMI-ÁRIDO BRASILEIRO. Boletim de Pesquisa Florestal, Colombo, n16, p. 7 – 17, dez. 1988.

Ministério do Meio Ambiente: Uma Contribuição para Desenvolvimento

Econômico do Brasil a Partir do Uso Sustentável da Biodiversidade, 2010.

Projeto Gente de Valor/CAR – DRP – Diagnóstico Rural Participativo das

Comunidades: Fazenda Caixão, Lagoa Comprida, Lagoa do Golfo d Lagoa do

Cigano, Município de Cansanção, Nov. 2008.

MARINHO, J. A. M. Dinâmica das Relações Socioeconômicas e Ecológicas

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MILANI, C. S. Roteiro de Sistematização de Práticas de Desenvolvimento Local. Salvador: CIAGS/UFBA, 2005.