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Saneamento I - 107
Sistemas de Drenagem de águas residuaisConstituição do Sistema de drenagem
Saneamento I - 108
Sistemas de Drenagem de águas residuaisEvolução histórica do Sistema de drenagem
Saneamento I - 109
Sistemas de Drenagem de águas residuaisEvolução histórica do Sistema de drenagem
Saneamento I - 110
Sistemas de Drenagem de águas residuaisClassificação dos Sistemas de Drenagem
Unitários - constituídos por uma única rede de colectores onde são admitidas conjuntamente as águas residuais domésticas, industriais e pluviais. Recolhem e drenam a totalidade das águas a afastar das zonas povoadas.
Separativos -constituídos por duas redes de colectores distintas, uma destinada às águas residuais domésticas e industriais e outra àdrenagem das águas pluviais ou similares.
Mistos - constituídos pela conjugação dos dois tipos anteriores, em que parte da rede de colectores funciona como sistema unitário e a restante como sistema separativo.
Separativos parciais ou pseudo-separativos –em que se admite, em condições excepcionais, a ligação de águas pluviais de pátios interiores ao colector de águas residuais domésticas.
Saneamento I - 111
Sistemas de Drenagem de águas residuaisEscolha do tipo de sistema - unitário versus separativo 1
Vantagens –É menos oneroso e de mais fácil construção.
Desvantagens -Os caudais em excesso quando chove e é ultrapassada a capacidade da ETAR são uma mistura de águas residuais comunitárias e pluviais, pelo que a sua rejeição no meio aquático pode acarretar problemas de poluição e contaminação;
É difícil manter condições hidráulicas de escoamento em tempo seco, (sedimentação das matérias em suspensão, riscos de formação de gás sulfídrico, odores desagradáveis e corrosão do material dos colectores);
Quando ocorrem as primeiras chuvadas, após uma prolongada estiagem, afluem à estação de tratamento elevadas cargas poluentes;
as sarjetas, os sumidouros e outros órgãos de entrada na rede têm, em geral, de ser sifonados;
Saneamento I - 112
Sistemas de Drenagem de águas residuaisEscolha do tipo de sistema - unitário versus separativo 2
Desvantagens -O emissário, em sistemas unitários, mesmo de pequena dimensão, pode atingir um diâmetro significativo; nos sistemas separativos de águas pluviais o grande desenvolvimento do emissário pode ser evitado, desde que o caudal pluvial possa ser rejeitado numa linha de água próxima;
nos sistemas unitários, os colectores têm de ser construídos com materiais resistentes à corrosão, verificando-se nos sistemas separativos de águas pluviais a situação oposta, dado que sótransportam água de escoamento superficial, praticamente sem efeitos corrosivos;
quando existir estação de tratamento a jusante do sistema, a sua capacidade terá de ser superior no caso de um sistema unitário, o que corresponde a um investimento inicial e custos de exploração superiores, mesmo que se recorra a descarregadores de tempestade.
Saneamento I - 113
Sistemas de Drenagem de águas residuaisConcepção e Dimensionamento de Sistemas de Drenagem
A concepção e dimensionamento de um sistema de drenagem requer o desenvolvimento de um conjunto de actividades:
- recolha de elementos de base para dimensionamento;
- inquérito sobre os condicionalismos locais do projecto e sobre a área urbanizada abrangida;
- escolha do tipo de sistema de drenagem mais adequado e do modo como se irá processar o tratamento das águas residuais ou o seu destino final, assim como dos componentes do sistema;
- análise de soluções alternativas técnico-economicamente viáveis, a fim de encontrar uma situação de compromisso que permita resolver os principais problemas existentes;
- dimensionamento de todos os colectores, em diâmetro e inclinação, e, de um modo geral, de todos os outros componentes do sistema correspondentes ao traçado escolhido, para os caudais de projecto.
Saneamento I - 114
Sistemas de Drenagem de águas residuaisCaudal de Dimensionamento
CAUDAL MÉDIO DE DIMENSIONAMENTO:
QComunitário = Qpop + QInd. + QInf.
Sendo:QComunitário- Caudal total a drenar pelo colectorQpop - Caudal atribuível à populaçãoQInd. - Caudal atribuível à IndústriaQInf. - Caudal de Infiltração de águas subterrâneas e de
afluências pluviais.
Saneamento I - 115
Sistemas de Drenagem de águas residuaisCaudal de Dimensionamento
CAUDAL DE DIMENSIONAMENTO:
Qpop = Fh . (∑ Kr . Pop . Cap )
Sendo:Fh - Factor de ponta instantâneo
(variável com a população);
Kr - coeficiente de redução que varia (normalmente) de 0,70 a 1,0, que resulta de que nem toda a água consumida édrenada (perdas, regas, lavagens, etc.);
Pop. - População - do Ano 0 para verificação de Auto-limpeza;
Cap. - Capitação - do Ano horizonte para verificação da capacidade.
PopFh
605,1 +=
Saneamento I - 116
Sistemas de Drenagem de águas residuaisLocalização das caixas de visita
• Câmaras ou caixas de visita
Decreto Regulamentar nº 23/95
Artigo 155.º
1 - É obrigatória a implantação de câmaras de visita:
a) Na confluência dos colectores; b) Nos pontos de mudança de direcção, de inclinação e de diâmetro dos colectores; c) Nos alinhamentos rectos, com afastamento máximo de 60 m e 100 m, conforme se trate,
respectivamente, de colectores não visitáveis ou visitáveis.
2 - Os afastamentos máximos referidos na alínea c) do número anterior podem ser aumentados em função dos meios de limpeza, no primeiro caso, e em situações excepcionais, no segundo.
Saneamento I - 117
Sistemas de Drenagem de águas residuaisCaixas de visita
Caixa de visita para grandes D
Caixa de visita Normalizadas
Saneamento I - 118
Sistemas de Drenagem de águas residuaisLocalização e traçado dos colectores
Decreto Regulamentar nº 23/95
Artigo 137.º1 - A profundidade de assentamento dos colectores não deve ser
inferior a 1 m, medida entre o seu extradorso e o pavimento da via pública.
2 - O valor referido no número anterior pode ser aumentado em função de exigências do trânsito, da inserção dos ramais de ligação ou da instalação de outras infra-estruturas.
3 - Em condições excepcionais, pode aceitar-se uma profundidade inferior à mínima desde que os colectores sejam convenientemente protegidos para resistir a sobrecargas.”
Artigo 24.º3 - A implantação das condutas [de distribuição de água] deve ser feita num plano superior ao
dos colectores de águas residuais e a uma distância não inferior a 1 m, de forma a garantir protecção eficaz contra possível contaminação, devendo ser adoptadas protecções especiais em caso de impossibilidade daquela disposição.
Artigo 159.º2 - Nas alterações de diâmetro [dos colectores] deve haver sempre a concordância da geratriz
superior interior dos colectores, de modo a garantir a continuidade da veia líquida.”
Saneamento I - 119
Sistemas de Drenagem de águas residuaisTraçado dos colectores
• Traçado dos colectores em Planta e Perfil longitudinal
• em planta, o traçado dos colectores das duas redes deve apresentar sempre a mesma posição relativa, ou seja, o colector de águas residuais comunitárias sempre à direita ou à esquerda do pluvial (refere-se que o Decreto Regulamentar nº 23/95, estipula, no ponto 5 do seu artigo 135.º, que “…para minimizar os riscos de ligações indevidas de redes ou ramais, deve adoptar-se a regra de implantar o colector doméstico àdireita do colector pluvial, no sentido do escoamento…”);
• em perfil longitudinal, a soleira do colector pluvial deve ser localizada a uma cota superior à do extradorso do colector de águas residuais comunitárias;
• em perfil transversal, devem ser fixadas distâncias mínimas, na horizontal e na vertical, entre os extradorsos dos colectores pluvial e de águas residuais comunitárias;
• nas confluências, nos cruzamentos e nas mudanças de direcção, as caixas de visita devem ser implantadas com a disposição que se apresenta na Figura.
Saneamento I - 120
Sistemas de Drenagem de águas residuaisCRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO-SANITÁRIO
1. Deverão ser observadas as características dos caudais a escoar, a sua variação, os seus valores extremos e as características dos sólidos transportados;
2. Caudais característicos de dimensionamento:
a) De ponta no início de exploração da rede, para a verificação das condições de auto-limpeza;
b) De ponta no ano horizonte de projecto, para avaliar da capacidade máxima do escoamento:
3. Auto-limpeza: condições de escoamento para o caudal de ponta ( início de exploração da rede ), tais que os sólidos depositados nas horas mortas possam ser arrastadas em horas de ponta.
Saneamento I - 121
Sistemas de Drenagem de águas residuaisCRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO-SANITÁRIO
4. Diâmetro mínimo (Art. 134)Dmin= 200 mm.
5. Altura máxima do escoamento:a) Colectores domésticos
D<= 500 mm ymáx/D = 0,50D> 500 mm ymáx/D = 0,75
b) Colectores unitários e separativos pluviaisymáx/D = 1
6. Velocidade Máxima de escoamento:Vmáx = 3 ms-1 para Colectores domésticosVmáx = 5 ms-1 para Colectores unitários ou separativos
pluviais
Saneamento I - 122
Sistemas de Drenagem de águas residuaisCRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO-SANITÁRIO
6. Inclinações Mínimas e máximas por razões construtivas:
Jmín = 0,3% Regulamento Nacional (admitem-se inclinaçõesinferiores desde que seja garantido o nivelamento e o poder de transporte);
Jmín = 1/ D(mm) Norma Europeia;
Jmax = 15% Regulamento Nacional (salvo dispositivosespeciais de ancoragem do colector)
7. Critério de auto-limpeza: Velocidade do escoamento para o caudal de ponta no início de exploração:
VALimpeza = 0,6 ms-1 para Colectores domésticosVALimpeza = 0,9 ms-1 para Colectores unitários ou
separativos pluviaisSendo inviáveis os limites referidos anteriormente, como sucede nos colectores de cabeceira, devem estabelecer-se declives que assegurem estes valores limites para o caudal de secção cheia.
Saneamento I - 123
Sistemas de Drenagem de águas residuaisPerfil Longitudinal dos Colectores
Saneamento I - 124
Sistemas de Drenagem de águas residuaisSelecção da Inclinação dos colectores
Se iideal < imínimo ⇒ imínimo(*)
Se imínimo < iideal < imáximo ⇒ iideal
(*) Iideal - Inclinação que se obtém unindo a cota de soleira da caixa de visita de montante, com a cota da caixa de visita de jusante a que corresponde a profundidade mínima.
Saneamento I - 125
Sistemas de Drenagem de águas residuaisSelecção da Inclinação dos colectores
Se iideal > imáximo ⇒ imáximoe recorrer a uma câmara de visita
com queda.
Se colector a montante estiver a uma profundidade superior à mínima adoptar um declive que traga o colector, a jusante, para a profundidade mínima regulamentar ou a exequível, face ao imínimo aceitável.
Saneamento I - 126
Sistemas de Drenagem de águas residuaisSelecção da Inclinação dos colectores. Exemplos 1
Trechos com que arrancam com a profundidade mínima
iterreno < imímima ⇒ imínimo
Regra Geral:
iideal < imínimo ⇒ imínimo
Saneamento I - 127
Sistemas de Drenagem de águas residuaisSelecção da Inclinação dos colectores. Exemplos 2
Trechos com que arrancam com a profundidade mínima e
imímima <iterreno < imáxima
Adoptar ⇒ iterreno
Regra Geral:
imínimo < iideal < imáximo Adoptar ⇒ iideal
Saneamento I - 128
Sistemas de Drenagem de águas residuaisSelecção da Inclinação dos colectores. Exemplos 3
Adoptar ⇒ iMínimo
Adoptar ⇒ iMáximo
Saneamento I - 129
Sistemas de Drenagem de águas residuaisDiâmetro e outras regras do perfil longitudial
Decreto Regulamentar nº 23/95
Artigo 135.º1 - Nas redes separativas domésticas, a secção de um colector nunca
pode ser reduzida para jusante.
2 - Nas redes unitárias e separativas pluviais, pode aceitar-se a redução de secção para jusante, desde que se mantenha a capacidade de transporte.
Regras de implantação (Art.º 159º)
• inserção de um colector noutro deve ser efectuado no sentido do escoamento;
• alinhar geratrizes interiores superiores (evitar regolfos e entupimentos e garantir a continuidade da veia líquida);
• quedas simples (se desnível <= 0,50 m) ou guiadas (se > 0,50 m);
• se a profundidade da câmara de visita exceder os 5 m, construir um patamar de segurança a meio, com passagens não coincidentes.
Saneamento I - 130
Sistemas de Drenagem de águas residuaisProcedimento e Metodologia de Dimensionamento
1º cada troço entre duas caixas de visita deve ser dimensionado iniciando-se os cálculos por uma das caixas de visita de cabeceira, caminhando de montante para jusante e não se passando a qualquertroço de jusante sem ter concluído o dimensionamento de todos os troços a montante;
2º a determinação do diâmetro e da inclinação dos colectores deve ser feita em estreita ligação com o perfil longitudinal do terreno, em função das regras práticas enunciadas;
3º a altura e a velocidade de escoamento devem ser inferiores ou iguais às máximas admissíveis, para o caudal de ponta no ano horizonte de projecto (Qfi);
4º a velocidade ou o poder de transporte devem ser superiores ou iguais aos mínimos exigidos (auto-limpeza), para o caudal de ponta no início de exploração da rede (Qin);
5º as inclinações dos colectores devem estar compreendidas entre limites mínimos e máximos por razões construtivas.
Critério Não Imperativo