sistemas de controles internos miolo

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  • 7/23/2019 Sistemas de Controles Internos Miolo

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    Controle daGesto Pblica

    Municipal

    Curso de Ps-Graduao em

    S C I

    Prof Dra. Elisete Dahmer Pfitscher

    Universidade Federal de Santa Catarina

    Centro Scio-Econmico

    Departamento de Cincias Contbeis

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    P529c Pfitscher, Elisete Dahmer

    Sistemas de Controles Internos / Elisete Dahmer Pfitscher. Florianpolis :Departamento de Cincias Contbeis/UFSC, 2011.

    126p. : ilCurso de Ps-Graduao em Controle da Gesto Pblica MunicipalInclui bibliografia

    ISBN: xxxxxxxxxxxx

    1. Controles Internos. 2. Tecnologia. 3. Controladoria. 4. Educao a distnciaI.Ttulo

    CDU: 657

    Universidade Federal de Santa Catarina, SEaD, Sistema UAB. Nenhuma parte deste material poder ser reproduzida,transmitida e gravada, por qualquer meio eletrnico, por fotocpia e outros, sem a prvia autorizao, por escrito,dos autores.

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    GOVERNO FEDERAL Presidente da Repblica Dilma Vana Rousseff Ministro da Educao Fernando Haddad

    Secretrio de Educao a Distncia Carlos Eduardo Bielschowsky Coodenador Nacional da Universidade Aberta do Brasil Celso Costa

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Reitor lvaro Toubes Prata ViceReitor Carlos Alberto Justo da Silva Pr-Reitor de Desenvolvimento Humano e Social Luiz Henrique Vieira Silva Pr-Reitor de Assuntos Estudantis Cludio Jos Amante Pr-Reitora de Pesquisa e Extenso Dbora Peres Menezes Pr-Reitora de Ps-Graduao Maria Lcia de Barros Camargo Pr-Reitora de Ensino de Graduao Yara Maria Rauh Muller Secretrio de Planejamento e Finanas Luiz Alberton Secretria de Cultura e Arte Maria de Lourdes Alves Borges

    Coordenador UAB - UFSC Ccero Barboza

    CENTRO SCIOECONMICO Diretor Ricardo Jos Arajo Oliveira Vice-Diretor Alexandre Marino Costa

    DEPARTAMENTO DE CINCIAS CONTBEIS Chefe do Departamento Maria Denize Henrique Casagrande Subchefe do Departamento Flvio da Cruz Coordenador Geral do Curso de ps-graduao na modalidade a distncia Erves Ducati Coordenador de Tutoria Srgio Murilo Petri Coordenador de Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem Fernando Dal Ri Murcio

    Coordenador Financeiro Vladimir Arthur Fey Coordenador Pedaggico Jos Alonso Borba Coordenadora de Pesquisa e TCC Valdirene Gaspareto

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    EQUIPE DE PRODUO DE MATERIAL Coordenao de Design InstrucionalAndreia Mara Fia la Design Instrucional- Marlon Gonsales Aseff Reviso TextualJlio Csar Ramos Coordenao de Design Grfico Giovana Schuelter Design Grfico- Rafael de Queiroz Oliveira IlustraesAurino Manoel dos Santos Neto Ariana Schlsser Design de Capa- Guilherme Dias Simes Felipe Augusto Franke

    Steven Nicols Franz Pea Projeto Editorial Guilherme Dias Simes Felipe Augusto Franke Steven Nicols Franz Pea

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    S

    U - , . Breve Histrico da Contabilidade e do Controle Interno .................. 3

    A Contabilidade Primitiva ..........................................................................................3

    A Contabilidade Moderno-Contempornea ..............................................................4

    A Administrao Pblica e o Controle Interno ..........................................................5

    .2 Objetivos Bsicos e Ambiente de Controle ....................................... 8.3 Controladoria na Gesto Pblica ....................................................... 2Referncias ...............................................................................................27

    U -

    2. A Tecnologia dos Controles Internos ................................................. 32.2 Enfoque Sistmico e Institucionalizao do Controle Interno ..........342.3 Operacionalizao das Atividades

    do Sistema de Controle Interno .........................................................37Atividades de Apoio ................................................................................................... 37

    Atividades de Controle Interno ................................................................................. 40

    Atividades de Auditoria Interna ................................................................................. 43

    Referncias ...............................................................................................49

    U - , 3. Externalidades .....................................................................................53

    Externalidade Positiva................................................................................................ 54Externalidade Negativa .............................................................................................. 54

    3.2 Contratos Incompletos e Risco Moral ...............................................56Contratos Incompletos .............................................................................................. 56

    Risco Moral ................................................................................................................ 57

    3.3 Entidades Pblicas Governamentais e No-Governamentais ............59Referncias ...............................................................................................67

    U -

    4. Fundamentao Legal do Controle Interno .......................................7

    4.2 A Relao de Controle Interno e Controle Externo. .........................794.3 Conceitos e Princpios de Governana Corporativa ..........................83

    Princpios ................................................................................................................... 84

    Conselho Fiscal .......................................................................................................... 85

    Conselho de Administrao ....................................................................................... 86

    Referncias ...............................................................................................90

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    U - P ,

    .5. Planejamento dos Municpios Brasileiros ...........................................935.2 Composio da Equipe de Trabalho e Perfil do Pessoal Tcnico .......97

    tica e Normas para o Exerccio da Atividade .........................................................00

    Os Cargos no Executivo Municipal ..........................................................................02

    5.3 O Gerenciamento da Informao e Apresentao de Aplicaes deManuais e Instrues Normativas em Empresas Pblicas. .............................04

    Definies de Modelos para o Gerenciamento da Informao ................................ 05

    Controle por Meio de Gesto Integrada de Sistemas Gerenciais Certificveis ........06

    Apresentao de Aplicaes em Empresas

    Pblicas de Manuais e Instrues Normativas .........................................................09

    Referncias ............................................................................................. 24

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    P

    Ol! Seja bem-vindo!Voc j iniciou o Curso de Ps-Graduao Especializao em Controle

    da Gesto Pblica Municipal e tenho certeza que est entusiasmado e desejaaprender mais. Assim, voc conhecer agora a disciplina Sistemas de Contro-les Internos, uma disciplina que mostra para o leitor porque se deve conhecera gesto pblica municipal. O que pode auxiliar na sua vida sobre o conheci-mento das transparncias das Contas pblicas.

    Nessa perspectiva, o aprendizado se dar em cinco unidades, onde foramvistas referncias de autores renomados sobre o assunto, bem como foram

    verificadas pesquisas dos ltimos tempos sobre esta rea. No entanto, neces-srio que voc tambm faa a opo por estudar e mencione em cada captulo,na ltima parte, Trabalho de fixao, quais as abordagens que voc achouinteressante e onde poderia constituir o Saiba mais desta disciplina com no-vas pesquisas. Voc ter ento oportunidade de ser um novo pesquisador ereferenciar temas pertinentes ao assunto.

    Ciente de que o pensamento deve estar voltado ao Ensino, pesquisa e ex-tenso, esta disciplina procurar mostrar desde o incio a opo de voc verifi-car que no s o ensino est sendo contemplado, mas tambm a pesquisa e aextenso quando se mostra a praticidade nos casos pblicos encontrados em

    cada estudo e captulo, evidenciando o status quoda gesto pblica.

    Na primeira unidade Controle interno, histrico e conceitos, um brevehistrico da contabilidade e do controle interno, mostra os objetivos bsicos eo ambiente de controle, trata da Controladoria na Gesto pblica, mostrandoo que se pode saber para conhecer a gesto Pblica.

    Quanto segunda unidade Impacto da tecnologia nos controles inter-nos apresenta um breve relato sobre Tecnologia dos Controles Internos; oEnfoque sistmico e Institucionalizao do controle interno; a operacionali-zao das atividades do sistema de controle interno. Assim, voc comea a

    verificar na prtica o que acontece na gesto pblica.

    Na terceira unidade Externalidades, risco moral e Entidade Pblicasapresenta-se as Externalidades; os Contratos incompletos e o risco moral.Mostra tambm uma abordagem sobre as Entidades pblicas governamentaise no governamentais.

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    Ao estudar a quarta unidade Aspectos Legais do Controle e Governan-a Corporativa em Entidades Pblicas apresenta-se descrio sobre a Funda-mentao legal do Controle Interno e ainda, a Relao de Controle interno e

    controle externo. Voc ver tambm alm dos Conceitos e classificaes, osPrincpios e o Conselho fiscal e de administrao da Governana Corporativa.

    J na unidade cinco Aplicaes s Organizaes Pblicas, Processo dePlanejamento nos Municpios Brasileiros e Gerenciamento da Informaoapresenta o Plano diretor do Municpio e plano plurianual; a Composio daequipe de trabalho e perfil do pessoal tcnico; as Definies de modelos parao gerenciamento da informao; as Etapas do processo de gerenciamento eprocesso de avaliao e a Apresentao de aplicaes em empresas pblicas demanuais e instrues normativas.

    Assim, voc ter uma base para continuar pesquisando os assuntos que sejampertinentes ao seu interesse e para isso no final de cada unidade, apresenta-se umSaiba mais onde apresentado algumas referncias bsicas sobre o assunto tra-tado daquela unidade. Nesta perspectiva, voc tambm ter condies de pensarno seu Trabalho de Concluso de Curso e talvez escolher um dos temas destadisciplina, ou seja, explorar criteriosamente uma unidade.

    Neste sentido, alm do conhecimento que voc poder adquirir no s pelocontedo e sim pelo seu esforo pessoal de pesquisar assuntos voltados aotema, no somente os do Saiba mais, mas daqueles que voc conquistou

    em sua prtica de pesquisar voc estar apto a ser um profissional qualifica-do na gesto das empresas pblicas, especificamente quanto aos Sistemas deControles Internos, que uma das disciplinas do Curso de Ps-GraduaoEspecializao em Controle da Gesto Pblica Municipal, oferecido pelo De-partamento de Cincias Contbeis da Universidade Federal de Santa Catarina.

    Assim, conto com voc, principalmente porque Aprender e ensinar nunca demais e como docente o que se pretende alcanar com maior nfase possvel reciprocidade de informaes. O nosso interesse o mesmo: o conhecimento.

    Profa. Dra. Elisete Dahmer Pfitscher

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    LISTA DE SIGLAS

    IBGC Instituto Brasileiro de Governana Corporativa

    IN- Instruo Normativa

    LDO Lei das Diretrizes Oramentrias

    PAAI- Plano Anual de Auditoria Interna

    PDC -Plano Diretor da Cidade

    PEM - Planejamento Estratgico Municipal

    PPA- Plano Plurianual

    PPAM - Plano Plurianual Municipal

    TCE Tribunal de Contas do Estado

    UCCI- Unidade de Coordenao do Controle Interno

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    Unidade 1Controle Interno, Histrico e Conceitos

    O objetivo nesta unidade apresentar

    um breve histrico da contabilidade e do

    controle interno. Ainda, dentro desta

    unidade, so abordados alguns conceitos

    sobre controladoria na gesto pblicapara que nas prximas unidades o apren-

    dizado possa ser assimilado.

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    Unidade 1 - Controle Interno, Histrico e Conceitos

    1.1 BREVE HISTRICO DA CONTABILIDADE E DO CONTROLE INTERNO

    A contabilidade existe h aproximadamente 10.000 anos. Entretanto podeser dividida em dois perodos: o da contabilidade primitiva e o da moderno-contempornea (SLOMSKI, 2007).

    1.1.1 A

    Este perodo entendido como o que vai dos primrdios at o ano de 1202da era crist. Slomski descreve que Francisco D`uria, em seusPrimeiros prin-

    cpios de contabilidade pura(1949) relata:Os primeiros ncleos humanos organizaram-se em sociedade e estabelece-

    ram normas de viver em conjunto; estabeleceram-se comunicaes entre os

    agrupamentos; criou-se a medida das coisas e o seu valor na troca; apareceu

    a moeda e o crdito; formou-se o fato econmico. (2007, p.3)

    Assim, verifica-se que as formas de medir e controlar, bem como a conta-bilidade, nasceram h milnios e formam uma parceria indispensvel para agesto das empresas pblicas. Sabe-se que as inovaes foram se aprimorandoe a partir da surge a controladoria.

    Relata o mesmo autor que de acordo com os hierglifos que existiam naspirmides, a nomenclatura de Conta demonstrava a quantidade de rebanhoque existia em cada propriedade (DAURIA apudSLOMSKI, 2007). Desse mes-mo perodo comentam os autores sobre uma espcie de Tribunal de Contas,na poca chamado de Casa das Contas.

    Segundo Barbosa (2002), atualmente vivenciam-se momentos de grandestransformaes no cenrio mundial, sendo elas polticas, econmicas e sociaisnas diversas reas do governo e tambm no conjunto da sociedade brasileira,com o objetivo de controlar os gastos pblicos.

    Na verdade o que se percebe que controlar gastos pblicos j fazia partedos objetivos da civilizao egpcia, que remonta 5.000 anos antes Cristo e que,com a evoluo da humanidade, a administrao do Estado passou a ser umaexigncia para empresas pblicas, ou seja, os momentos de transformaes nocenrio mundial fazem com que os gestores aprimorem seus controles que jexistiam h tanto tempo.

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    Curso de Ps-Graduao em Controle da Gesto Pblica Municipal

    1.1.2 A -

    Segundo Slomski (2007), a aritmtica foi fundamental para esse perodo.

    Leonardo Fibonacci, o Pisano, no ano de 1202, com seuLber AbaciouLivrode bacointroduz no ocidente o sistema numrico indo-arbico de zero a nove,tendo nesse perodo quase trs sculos de atraso em comparao ao oriente.

    Segundo Bernstein (1997), muito mais do que uma cartilha para se apren-der a ler e escrever os novos numerais (SLOMSKI, 2007, p. 9). No era umlivro que tratava apenas de teoria, mas sim ilustrou outras possibilidades queenvolviam a contabilidade comercial, tais como a margem de lucro, o cmbiode moedas, converses de pesos e medidas e at clculo de pagamento de juros.

    No ano de 1299, a Igreja considerou heresia o emprego do sistema num-

    rico arbico, sendo sua utilizao banida em Florena. Vale ressaltar que estesistema substitua os sistemas hebraicos, gregos e romanos e atraa adeptositalianos e do resto da Europa (SLOMSKI, 2007).

    Nos sculos XIII e XIV em diversos centros de comrcio no norte da Itliacomearam a surgir sistemas de escriturao por partidas dobradas, sendoconstatado o primeiro registro de um deles completo relatando o ano de 1340nos arquivos municipais da cidade de Gnova, Itlia (HENDRIKSEN; VANBREDA, 1999 apudSLOMSKI, 2007).

    Segundo Slomski (2007, p. 9),

    em ., os marinheiros que retornavam a Marselha, vindos de Caffa, no

    Mar Negro, trouxeram consigo uma infeco bacteriolgica conhecida

    como peste bubnica, uma epidemia que afligiria a Europa e ficou conhe-

    cida como a Peste Negra. Quase anos mais tarde, como um dos efeitos

    secundrios, houve um aumento substancial do custo de produo dos ma-

    nuscritos, com a morte de tantos indivduos literatos. Assim, como costuma

    acontecer, a necessidade gera a inveno. Gutenberg revolucionou o mundo

    com a inveno do tipo mvel (a prensa). E, no ano de ., o primeiro livro

    de salmos publicado em Mainz pelo ex-scio de Gutenberg, Johan Fust.

    Nesse perodo, especificamente no ano de 1493, ressalta-se a necessidade ad-vinda pelo aumento dos custos de produo que faz com que no futuro Venezapasse a ser considerada o centro mundial de imprensa e surge o Livro Summa dearithmetica, geometria, proportioni e proportionalit, de Frei Luca Paccioli, conhe-cido como o pai da contabilidade, que passa a ser publicado no ano de 1494.

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    Unidade 1 - Controle Interno, Histrico e Conceitos

    O perodo do ano de 1494 ao ano de 1800 foi considerado pelo histo-riador Raymond de Roover de estagnao contbil. Hendricksen e Van Breda(1999) no concordam com esta afirmao, pois para eles reconhecido como

    o das grandes navegaes, que fazem aparecer o continente americano parao Velho Mundo e quando termina a Revoluo Industrial, em que, sem oauxlio da contabilidade, existia a possibilidade de no ter havido este avanoeconmico e social (SLOMSKI, 2007).

    Destaca-se, depois, a vinda da famlia real para o Brasil no ano de 1808,dando nfase contabilidade pblica governamental brasileira. Registros soestudados para controles da gesto pblica.

    Isso aparece, de fato, com a publicao de um alvar datado de 28 de junhodo mesmo ano, quando D. Joo VI cria o Errio Rgio e institui o Conselho da

    Fazenda, para administrao, distribuio, contabilidade e assentamento doreal patrimnio e fundos pblicos do Estado do Brasil e Domnios Ultramari-nos, ocorrendo nesse perodo a obrigatoriedade de utilizao do mtodo daspartidas dobradas na escriturao mercantil (SLOMSKI, 2007).

    Assim, verifica-se que a contabilidade, por ser uma Cincia Social, possui osrequisitos bsicos para ser considerada, e ainda que utilize mtodos quantitati-vos como sua ferramenta fundamental, so os indivduos que produzem e trans-formam o seu objeto principal, o patrimnio das entidades [...] (RAUPP, 2008).

    Esses indivduos mencionados pela autora mostram que a administrao p-

    blica teve seu incio com o surgimento da contabilidade, e para mostrar isso deforma mais clara, apresenta-se o relato de Oliveira (1945) descrito em seu Livrode contabilidade pblica, mostrado por Slomski (2007), conforme seo 1.1.3.

    Voc conheceu um pouco da histria da contabilidade e verificou a sua ligaocom a gesto pblica. Vamos ver agora como foi essa evoluo na gesto pblica.

    1.1.3 A

    A administrao pblica comea a aparecer e surgem controles internos

    e externos. O Quadro 1.1 mostra a evoluo nesse perodo tido como o quepossua um sistema capaz de manejar grandes somas.

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    Curso de Ps-Graduao em Controle da Gesto Pblica Municipal

    ANO EVENTO DESCRIO

    1826 Organizao de um tribunal Necessidade do exame das contas.

    1827 Organizao de um sistema de Contabilidade Sistema existente apresentava irregularidades.

    1828 Regularizao de Balanos de Receitas e Despesas Agentes de arrecadao prestam contas anualmente.

    1830 Instituio do Tribunal do Tesouro Pblico NacionalExame de escriturao por partidas dobradas e clculo

    mercantil realizado por contador.

    1832 Diviso das Contadorias das tesourarias do Imprio Duas seces, uma de escriturao e outra de contas.

    1840Organizao de um Plano estabelecendo normas de

    escriturao da receita e da despesaApresentam-se modelos de balancete, formas de oramen-

    tos, com a centralizao na Contadoria Geral de Reviso.

    1850Nascimento do Cdigo Comercial Brasileiro e novaReforma do Tesouro Pblico e das Tesourarias das

    Provncias

    Obrigatoriedade da escriturao contbil e da elaboraoanual da demonstrao do Balano Geral. O Poder Legisla-

    tivo autorizou esta nova reforma.

    1888 Estudo para cr iao de um Tribunal de ContasO Conselheiro Joo Alfredo trata dos preceitos de conta-

    bilidade.

    1890 Criao do Tribunal de ContasAtribuio de examinar, rever e julgas as contas relativas

    receita e despesa.

    Quadro 1.1Evoluo dos eventos na gesto pblica.Fonte:Adaptado de Oliveira (1945 apudSLOMSKI,2007).

    Vale ressaltar que no incio relatado no Quadro 1.1, no ano de 1826, houveprimeiramente uma discusso sobre a organizao de um Tribunal de Exa-me das Contas. Um ano depois, o Imperador da Assemblia Geral Legislativareclama do sistema existente e, no ano de 1828, comeam a surgir controlesmais eficazes, como os oramentos da receita e despesa, e os agentes da arre-cadao passam a prestar anualmente suas contas.

    Somente no ano de 1830 institudo pelo poder legislativo o Tribunal do

    Tesouro Pblico Nacional, e surge o profissional contador geral, que eraresponsvel pela contabilidade do Imprio. Estes profissionais eram admitidospor meio de concursos, em cujas provas constavam exame de escrituraopor partidas dobradas e clculo mercantil (SLOMSKI, 2007).

    A fim de obter um processo de melhoria contnua, no ano de 1832, faz-sea diviso das contadorias das tesourarias do Imprio em duas sees: uma deescriturao e outra de contas.

    J no ano de 1840, o profissional Alves Branco, destacado contabilista doTesouro, nomeou uma comisso para organizar um plano estabelecendo

    normas de escriturao da receita e despesa, modelos de balancetes e formasde oramentos. Esse plano foi centralizado na Contadoria Geral de Reviso.

    Aps o trmino dos trabalhos, a comisso adotou o regime de exercciocom o acrscimo de um perodo de seis meses aps o encerramento do anofinanceiro, criado pelo Decreto n 41, de 29 de fevereiro (SLOMSKI, 2007).

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    Unidade 1 - Controle Interno, Histrico e Conceitos

    Dez anos depois, no ano de 1850, nasce o Cdigo Comercial Brasileiro,com a obrigatoriedade da escriturao contbil e da elaborao anual da de-monstrao do Balano Geral. Esse balano apresenta bens, direitos e obriga-

    es comerciais. Nesse mesmo ano surge nova reforma do Tesouro Pblico edas Tesourarias das Provncias. (Decreto n 563, de 4 de julho de 1850). Poste-riormente sofre alteraes com os decretos n 736 do mesmo ano, n 4.153, de6 de abril de 1868 e n 5.245, de 5 de abril de 1873.

    Anos mais tarde, especificamente no ano de 1902, fundada, na cidade deSo Paulo, a Escola Prtica de Comrcio. Ela surgiu pela necessidade de terprofissionais brasileiros devidamente habilitados para as atividades contbeis eadministrativas, pois, at essa data, para o desempenho dessas funes, admi-tiam-se tcnicos estrangeiros. No ano de 1906 lanada a pedra fundamental

    para edifcio prprio da escola, inaugurada posteriormente em dezembro de1908. Posteriormente, no ano de 1923, a escola passa a chamar-se FundaoEscola de Comrcio lvares Penteado (SLOMSKI, 2007).

    Segundo o mesmo autor, somente em 17 de maro de 1964, promulgadaa Lei n 4.320, que apresenta normas de direito financeiro para elaborao econtrole dos oramentos e balanos da Unio, dos Estados, dos Municpios edo Distrito Federal.

    Relata ainda o autor que,

    com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal, quase quatro dcadas aps

    a promulgao da Lei ., criou-se, em de maio de , outro marco paraa contabilidade pblica brasileira, a qual exige novos padres de controles de

    transparncia dos atos dos gestores pblicos, e, inclusive, cria a obrigatoriedade

    da manuteno de sistemas de custos para a administrao pblica brasileira.

    No momento atual existem grandes transformaes no cenrio mundial.Transformaes estas de cunho poltico, econmico e social que dizem respei-to s diversas reas do governo e tambm ao conjunto da sociedade brasileira,e que visam, em ltima instncia, a controlar os gastos pblicos com o obje-tivo de retomada do crescimento do pas. Assim, neste contexto o ControleInterno da Administrao Pblica tem papel fundamental (BARBOSA, 2002).

    Cruz e Glock (2003, p. 20) ressaltam que [...] enquanto na iniciativa pri-vada tudo pode ser feito desde que no caracterize descumprimento lei, naadministrao pblica deve ser feito tudo o que a lei determina, exigindo-seneste caso, a implementao de controles mais rigorosos e sofisticados.

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    Curso de Ps-Graduao em Controle da Gesto Pblica Municipal

    Assim, o controle pblico guarda em suas origens uma exigncia maiorquanto legalidade, posicionando-se nos diversos segmentos de ambiente deestruturas organizacionais pblicas como controles internos, melhor explica-

    dos na seo 1.2.

    Qual seria o objetivo do controle pblico?

    1.2 OBJETIVOS BSICOS E AMBIENTE DE CONTROLE

    Para se falar de controle interno, antes de tudo, cabe entender o que con-trole. Conforme Lunkes e Schnorrenberger (2009) para controle possumosa mais ampla variedade de significados, desde controle remoto at controles

    areos, e as mais sofisticadas aplicaes. Mas afinal o que exatamente con-trole, quando nos referimos gesto, em especial, gesto pblica? Lunkese Schnorrenberger (2009) afirmam que na administrao o controle umaparte integrante do processo administrativo, embora defendam que a ideia depadres previamente definidos seja restritiva ao conceito do termo.

    No se sabe ao certo a origem do termo controle, mas de acordo com Cruz eGlock (2007), pesquisadores concluram que o termo originrio da Frana, quedesde o sculo XVII utiliza o ato de controlar para averiguao e verificao. Osautores ainda afirmam que, sobre a viso neopatrimonialista, outro enfoque sed origem do termo, como se posiciona S (1994, apudCRUZ; GLOCK, 2007):

    A necessidade de guardar memria dos fatos ocorridos com a riqueza patri-

    monial gerou critrios de escritas em formas progredidas mesmo nas civiliza-

    es mais antigas, como a da Sumria; h cerca de . anos, encontram-se

    j registros em peas de argila que indicam tais evolues. Pequenas tbuas de

    barro cru serviam para gravar, de forma simples, fatos patrimoniais diversos.

    Um dos objetivos bsicos do controle permitir o ajustamento ou a correodas metas e dos programas aprovados nas instituies pblicas. Nessa perspecti-va, novos planejamentos necessitaram da anlise prvia dos controles existentes.

    Segundo Barbosa (2002, p. 20),

    possvel concluir, sinteticamente, que os mecanismos de controle visam no

    s a prevenir, mas tambm a garantir regular aplicao dos recursos pblicos.

    E, ainda, considerando que a Administrao Pblica deve rigorosamente servir

    aos fins para os quais o Estado foi criado, evidencia-se a necessidade de per-

    manente incidncia do controle sobre toda e qualquer atividade administrativa.

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    Unidade 1 - Controle Interno, Histrico e Conceitos

    Assim, a autora descreve a necessidade em uma empresa pblica de traba-lhar em um processo de melhoria contnua, em que controlar faz parte da ad-ministrao dos recursos pblicos, com finalidade bsica de regular a aplicao

    desses recursos.

    Cabe ressaltar, no entanto, que, diferentemente do que ocorre nas entida-des privadas, na gesto pblica o controle exercido possui um enfoque muitomais voltado para a obrigatoriedade legal, para que se faam cumprir as exi-gncias legais, do que para resultados que representem ganhos ou acrscimode valor patrimonial, como ocorre nas entidades privadas.

    A importncia atribuda aos controles internos governamentais relaciona-se

    descentralizao administrativa e elevada complexidade dos procedimen-

    tos aplicados nos rgos pblicos, regrados por inmeras regulamentaes

    legais que estabelecem padres de desempenho semelhantes em diferentes

    nveis. [...] Os instrumentos de controle foram evoluindo ao longo do tem-

    po, podendo hoje ser efetuado pela sociedade, pela atuao do Ministrio

    Pblico e, mais recentemente, pelos conselhos municipais especficos cria-

    dos para cada rea do governo. Esses componentes formam os chamados

    grupos de controle, cujo principal objetivo o de maximizar os seus retor-

    nos (SANTOS, , p. , apudSANTOS; MURARO, ).

    Santos e Muraro (2008) afirmam ento que o controle interno e deve serexercido de forma descentralizada, garantindo, tambm, sua correta e eficaz

    aplicao, nos diferentes nveis de desempenho. Segundo Cruz e Glock (2003, p. 19),

    o ato de controlar est intimamente ligado ao de planejar. D retorno ao

    processo de planejamento e visa garantir que, atravs da aplicao dos re-

    cursos disponveis, algum resultado seja obtido, seja na forma de produto

    ou de servio. No caso da rea pblica, dentre os resultados a serem obtidos

    com os procedimentos de controles, enfatiza-se a garantia de que os aspec-

    tos legais esto sendo rigorosamente observados.

    Segundo esses autores, controlar e planejar depende tambm dos aspectos

    legais que envolvem toda a sistemtica daquele setor pblico. Deve ser obser-vada a aplicao dos recursos disponveis para cada produto ou servio. Essescontroles, para que tenham observncia legislao, devem ter implementa-o rigorosa. Caracterizam-se como uma atividade de verificao sistemticade um registro, de forma permanente ou peridica.

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    Curso de Ps-Graduao em Controle da Gesto Pblica Municipal

    Vrios fatores se adicionam ao conceito de Controle Interno, destacando-se,no entanto, o conceito emitido pelo Comit de Procedimentos de Auditoriado American Institute Certified Public Accounting (AICPA):

    O Controle Interno compreende o plano de organizao e todos os mto-

    dos e medidas adotadas na empresa para salvaguardar seus ativos, verificar a

    exatido e fidelidade dos dados contbeis, desenvolver a eficincia nas ope-

    raes e estimular o seguimento das polticas executivas prescritas. (AICPA

    apudCRUZ; GLOCK, , p.)

    De acordo com Cruz e Glock (2007), tal posicionamento tornou-se refern-cia internacional e de forma abrangente remete ideia, verdadeira, de que ocontrole interno no est relacionado exclusivamente contabilidade e finan-as, mas a todas as operaes da organizao.

    Para Santos e Muraro (2008),

    o controle interno atua como agente capaz de dotar as organizaes de pro-

    cedimentos que visem otimizar seus recursos e propiciem um gerenciamen-

    to efetivo do patrimnio e estabelecem normas de conduta para os gestores

    e subordinados, seja em instituies privadas ou seja nas governamentais.

    As regulamentaes existentes sobre o tema para os rgos pblicos refor-

    am a transparncia, a eficincia e a economicidade dos recursos utilizados

    para suprir as necessidades coletivas.

    Nesse sentido, outro objetivo de controle pode ser verificado quando, alm

    da observncia legislao, existe a ateno especial s normas disciplinares.Entende-se assim que nessa hiptese podem ser chamados de controles for-mais. Quando, entretanto, os controles buscarem garantir a eficincia e a efi-ccia na aplicao dos recursos pblicos, em termos quantitativos e qualitativos,sero tambm chamados de controles substantivos (CRUZ; GLOCK, 2007).

    Os mesmos autores tm uma outra classificao dos controles, quanto tempestividade: preventivos, concomitantes e subsequentes. Os preventivostm por objetivo evitar a ocorrncia de erros, desperdcios ou irregularidades.

    Os concomitantes tm como finalidade verificar o momento de ocor-rncia, para auxiliar em medidas tempestivas de correo e, por ltimo, os

    subsequentes tm como objetivo: aes corretivas.

    Segundo Barbosa (2002, p. 20),

    os mecanismos de controle permitem o ajustamento ou a correo dos rumos

    para o atingimento das metas e programas aprovados e subsidiam novos pla-

    nejamentos. A ausncia de controle traz como conseqncia a no-correo

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    Unidade 1 - Controle Interno, Histrico e Conceitos

    dos rumos, gerando desperdcio e mau uso dos recursos pblicos, facilitando,

    inclusive, a corrupo e os desvios e obrigando a sociedade, responsvel pelo

    custeio do Estado, a arcar com custos maiores.

    Assim, verifica-se que os autores Cruz e Glock (2007) e Barbosa (2002), em-bora se utilizem de nomenclaturas diferentes, admitem que o controle internoproporciona ajustar, corrigir, para somente depois mostrar novas formas doplanejamento. Tratam de certa forma dos trs tipos: preventivos, concomitan-tes e subsequentes. Isso tudo para apresentar fidedignidade das informaes,de forma a evitar fraudes.

    Ainda, segundo Cruz e Glock (2007), o controle interno pode ser descritocomo a [...] conjuno de todos os procedimentos de controles exercidos deforma isolada ou sistmica no mbito de uma organizao, contrapondo-se ao

    termo controle externo.Podemos, ento, afirmar sem receio que os sistemas de controle interno

    visam aferio e anlise da ao e da gesto governamental, tais como a ava-liao de metas e objetivos, execuo de programas e oramento, bem como devida comprovao de aspectos atinentes legalidade do procedimentoadministrativo (TCE-RS, 2008).

    Assim, o ambiente de controle deve proporcionar aos gestores de empresaspblicas oportunidades para que possam exercer suas funes, a fim de atingiros objetivos e metas na execuo dos programas e oramentos. Este assun-to passa a ser melhor estudado na Controladoria na Gesto Pblica, onde aeficincia e eficcia das polticas pblicas dependem dos conhecimentos dosgestores quanto a esse assunto.

    Ento, neste momento, voc j sabe que o controle necessrio para asempresas pblicas e que seus gestores necessitam conhecer a legalidade dossistemas, e assim voc j est preparado para compreender a controladoriana gesto pblica.

    1.3 CONTROLADORIA NA GESTO PBLICA

    Segundo Slomski (2007, p.15),

    controladoria, termo de difcil definio, no entanto, feita desde os pri-

    mrdios. Controladoria , portanto, a busca pelo atingimento do timo em

    qualquer ente, seja ele pblico ou privado, o algo mais, procurado pelo

    conjunto de elementos que compem a mquina de qualquer entidade.

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    Curso de Ps-Graduao em Controle da Gesto Pblica Municipal

    Embora a definio acima parea difcil de executar, a populao exige dosrgos pblicos o bom andamento, como o mesmo autor se refere [...] ondecada um avaliado pelo que produz, premente a existncia de um rgo que

    faa essa concertao (ato de produzir sinfonia) [...]. Slomski (2007) comparaa controladoria com um concerto musical, onde todos os instrumentos tmsuas atividades isoladamente, porm com um interesse em comum em apre-sentar a melhor melodia.

    Para Renin e Amorim (2008), a Controladoria no setor governamental a rea que orienta, acompanha, avalia a execuo de atos e fatos administra-tivos, de forma a proteger o patrimnio da administrao pblica buscando aeficincia e a eficcia, de forma que atinja o melhor resultado, zelando semprepela transparncia.

    Segundo Faccioni (1998): [...] devem ser criados conselho estadual e municipal,que sero os controladores da aplicao dos recursos. Assim, verifica-se que osconselhos passam a ser os controladores desta sinfonia. O mesmo autor descreve:

    A comunidade exige hoje maior transparncia no setor pblico (SLOMSKI, 2007).A questo : como manter esta transparncia sem o auxlio da controladoria?

    Aparentemente no h como gerir uma empresa pblica que no possuaprofissionais, aqui denominados de controller, para atender tanto ao pblicointerno, aqui entendido como seus servidores, e ao pblico externo, que com-preende a sociedade em geral.

    Rebin e Amorim (2008), ao tratarem da controladoria na gesto pblica,enfatizam que importante conhecer a estrutura organizacional da entidadeque se pretende implantar, a controladoria, pois segundo Flores (2006, p.26apudREBIN e AMORIM, 2008):

    A estrutura organizacional a evidenciao de como rgo ou entidade se

    organiza formalmente, fruto de sua departamentalizao. Importa Con-

    troladoria o conhecimento da estrutura organizacional bem como as com-

    petncias das unidades administrativas que a compem para a organizao

    dos controles.

    Nesse sentido, necessrio que o ente pblico conhea-se internamen-te, conhea seus servidores, suas capacidades, suas virtudes e tambm suasfraquezas. preciso tambm saber quais so as necessidades dos cidados ecomo atend-las (SLOMSKI, 2007).

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    Unidade 1 - Controle Interno, Histrico e Conceitos

    As informaes podem ser todas armazenadas em arquivos, que poderoser denominados banco de dados. Nesses arquivos grupos focais podem serconstitudos para os diferentes entes da federao, ou seja, Unio, Estados,

    Distrito Federal e Municpios.

    Segundo Glock (2007), os grupos de atividades contemplam todo o conjun-to de funes afins, envolvendo parcialmente ou toda a organizao, no senti-do de executar procedimentos coordenados ou orientados pelo rgo centraldo respectivo sistema administrativo.

    Esses grupos de atividades podem ser chamados de focais que formamum grande grupo para gerir as sinfonias, como num concerto, ou seja, asgestes pblicas das instituies de forma geral.

    Segundo Barbosa (2002, p. 63),

    todo Administrador Pblico deveria estar interessado em controlar os re-

    cursos, uma vez que administrar significa fazer com que o imposto pago

    gere benefcios, e hoje a possibilidade de garantir servios est intimamente

    ligada prpria capacidade de gesto, pois no se pode s aguardar passiva-

    mente que a receita aumente. E, ao ser o responsvel pelas informaes que

    permitem ao administrador melhorar o seu desempenho, alm de coibir a

    corrupo, constitui-se o Sistema de Controle Interno em poderoso instru-

    mento de combate ineficcia administrativa.

    Nessa perspectiva, controlar os recursos da sociedade tambm mostrar a

    esta o que possvel realizar com esses recursos, ou seja, apresentar os benef-cios pblicos advindos dos recursos pblicos. A mesma autora descreve que [...]a transparncia, evidenciada por controles eficazes, permite buscar na sociedadea soluo para necessidades pblicas que o Estado no tem receita para cobrir.

    Assim, a Controladoria, implantada com independncia funcional, semnenhuma subordinao hierrquica, traz inmeros benefcios ao relaciona-mento entre o Poder Legislativo, o Poder Executivo e o Tribunal de Contas(S, 2001, p.2 apudRENIN; AMORIM, 2008).

    Nas entidades pblicas o resultado econmico se apresenta como um novo

    paradigma para o controllerde entidades pblicas. necessrio mostrar so-ciedade como arrecadou e gastou, enfim qual a receita econmica produzida,se obteve lucro ou prejuzo econmico. A eficincia na gesto dos recursospblicos algo preponderante na demonstrao do resultado econmico(SLOMSKI, 2007).

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    Curso de Ps-Graduao em Controle da Gesto Pblica Municipal

    As falhas administrativas e at mesmo as corrupes podem ser evitadascom o auxlio da controladoria. O desenvolvimento das funes, atividades,grupos focais, elos da grande sinfonia so de responsabilidade dos gestores e

    dos controller.

    RESUMO DA UNIDADE

    Esta unidade tem sua importncia quando mostra como surgiu o contro-

    le interno, fazendo um paralelo com um breve histrico da contabilidade,

    como um recurso estratgico na gesto pblica. Esta relao no pode ser

    dissociada, pois ambos esto agregados, unidos para uma finalidade que

    proporcionar aos gestores de instituies pblicas melhores formas de ges-to. Para tanto necessrio realizar uma leitura desta unidade com ateno,

    alm de pesquisar outras referncias, ou seja, no apenas aquelas sugeridas.

    A participao nos fruns ser importante, tendo em vista que suas dvidas

    podero ser solucionadas tanto pelos prprios colegas, como tambm pelos

    tutores a distncia e presenciais. Consoante, no final deste captulo, apresen-

    ta-se um trabalho de fixao, que serve tambm para auxiliar no aprendiza-

    do da unidade e que dever ser lido e bem entendido por voc. Nesse sen-

    tido, esta mais uma disciplina com um ensino diferenciado, no qual voc

    tem vrias pessoas interagindo. Espero que tenha tido um bom aprendizado.

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    Unidade 1 - Controle Interno, Histrico e Conceitos

    S

    importante que voc reflita sobre os assuntos discutidos at o momento!

    Voc pode verificar o que estudou at agora e relacionar com suas funestanto na vida pessoal como profissional. Estudar sobre os patrimnios das

    entidades pblicas a sua responsabilidade como membro de uma socie-

    dade que historicamente vem estudando os sistemas de controles internos,

    juntamente com a prpria histria da contabilidade. Faa novas pesquisas

    e prepare-se para participar e discutir em frum. O tutor presencial de seu

    polo estar lhe comunicando o momento dessa discusso. S assim, conse-

    guiremos saber se voc est entendendo o assunto abordado e se teremos

    reciprocidade de informaes sobre ele.

    BARBOSA, Evanir Lenhardt. Controle interno da administrao pblica: ins-

    trumento de controle e de gerenciamento. . Monografia (Especializao

    em Advocacia Municipal) Programa de ps-graduao em Direito, .

    CRUZ, Flvio da; GLOCK; Jos Osvaldo. Controle interno nos municpios:

    orientao para a implantao e relacionamento com os tribunais de con-

    tas. . ed. So Paulo: Atlas, . (Captulos e ).

    SLOMSKI, Valmor. Controladoria e governana na gesto pblica. So

    Paulo: Atlas, . (Captulo ).

    A A 1

    1) A respeito da evoluo da contabilidade, comente resumidamente

    a interferncia e os reflexos que esta possui sobre a evoluo da

    gesto pblica.

    2) O Quadro 1.1 evidncia a evoluo dos eventos da gesto pblica,

    no perodo de 1826 a 1890. Com base no que voc estudou e em

    outros materiais que voc pesquisou, elabore um quadro apresen-

    tando a evoluo da gesto pblica de 1890 at os dias atuais.

    3) Explique e exemplifique os controles formais e substantivos, pro-

    postos por Cruz e Glock (2007).

    4) Faa um quadro-resumo, explicando e exemplificando controle

    preventivo, concomitante e subsequente, tambm definido por

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    Curso de Ps-Graduao em Controle da Gesto Pblica Municipal

    alguns autores como pr-controle, controle e ps-controle.

    5) Explique o que a autora Barbosa (2002, p. 20), quis descrever com

    seu texto:

    possvel concluir, sinteticamente, que os mecanismos de controle

    visam no s a prevenir, mas tambm a garantir regular aplicao dos

    recursos pblicos. E, ainda, considerando que a administrao pblica

    deve rigorosamente servir aos fins para os quais o Estado foi criado,

    evidencia-se a necessidade de permanente incidncia do controle so-

    bre toda e qualquer atividade administrativa.

    6) Faa um breve relato sobre Evoluo dos eventos na gesto p-

    blica mencionada no Quadro 1.1 e ressalte os perodos em que a

    gesto pblica teve maior importncia para a histria.

    7) Explique o enunciado de Slomski (2007, p. 15):

    Controladoria, termo de difcil definio, no entanto, feita desde os

    primrdios. Controladoria , portanto, a busca pelo atingimento do

    timo em qualquer ente, seja ele pblico ou privado, o algo mais,

    procurado pelo conjunto de elementos que compem a mquina de

    qualquer entidade.

    8 e 9) Visite uma empresa pblica de sua cidade e verifique quais os

    controles que aplicam nas suas atividades. Lembre-se que es-

    tudar sobre os patrimnios das entidades pblicas a suaresponsabilidade como membro de uma sociedade que histo-

    ricamente vem estudando os Sistemas de Controles Internos,

    juntamente com a prpria histria da contabilidade. Aps essa

    verificao in loco, faa um pequeno relatrio e envie para ava-

    liao.

    IMPORTANTE

    Envie o Trabalho de fixao sobre a Unidade ao tutor. No esquea tam-

    bm de arquiv-lo em seu banco de dados. interessante tambm arma-

    zen-lo em umCD-ROM oupendrive. Como sugesto, esse arquivo deverconter seu nome, nome da disciplina e a que trabalho de fixao se refere.

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    Unidade 1 - Controle Interno, Histrico e Conceitos

    REFERNCIAS

    BARBOSA, Evanir Lenhardt. Controle interno da administrao pblica:instrumento de controle e de gerenciamento. 2002. Monografia (Especial-izao em advocacia municipal) Programa de ps-graduao em Direito,2002.

    CRUZ, Flvio da; GLOCK; Jos Osvaldo. Controle interno nos municpios:orientao para a implantao e relacionamento com os tribunais de con-tas. 3. ed. So Paulo: Atlas, 2007.

    ________Controle interno nos municpios: orientao para a implanta-o e relacionamento com os Tribunais de Contas. So Paulo: Atlas, 2003.

    GLOCK, Jos Osvaldo. Guia para a implementao do sistema de con-trole interno nos municpios. Curitiba: Juru Editora, 2007.

    LUNKES, Rogrio Joo; SCHNORRENBERGER, Darci. Controladoria: nacoordenao dos sistemas de gesto. So Paulo: Atlas, 2009.

    RAUPP, Bruna Lima. Mercado de trabalho para profissionais ingres-santes do servio pblico. Monografia (Graduao em Cincias Cont-beis) Centro Scio-Econmico, Universidade Federal de Santa Catarina,Florianpolis, 2008. Orientao de Eleonora Falco Vieira e Co-orientaoElisete Dahmer Pfitscher.

    REBIN, Airton Roberto; AMORIM, Adriana Viegas de. Controladoria naadministrao pblica municipal: estudo de modelo para a Prefeitura deNova Santa Rita/RS. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE. 18.,2008, Gramado. Anais. Gramado: CFC, 2008.

    SANTOS, Sandra Regina Toledo dos; MURARO, Mirna. A influencia daLei de Responsabilidade Fiscal nos procedimentos de controle interno:uma anlise nos municpios gachos de corede produo. In: CONGRESSOBRASILEIRO DE CONTABILIDADE. 18., Gramado. Anais... Gramado: CFC,2008.

    SLOMSKI, Valmor. Controladoria e governana na gesto pblica. SoPaulo: Atlas, 2007.

    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Disponv-el em . Acesso em:15 maio 2008.

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    A amd

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    Unidade 2Impacto da Tecnologia nos Controles Internose a Operacionalizao nas Entidades Pblicas

    Nesta unidade voc tomar conhecimento

    das Normas Brasileiras de Contabilidade

    Profissionais Nesta unidade apresenta-se

    a conduo das tecnologias nos controles

    internos, o benchmarking nas empresaspblicas e o Enfoque sistmico, mostran-

    do a forma de administrar nas empresas

    pblicas e como estas executam suas

    atividades para atingir seus objetivos, de

    forma harmoniosa. Apresenta-se tambm

    a Operacionalizao das atividades do

    sistema de controle interno e a Institucio-

    nalizao deste nos municpios. Interna e

    Independente, emitidas pelo Conselho

    Federal de Contabilidade.

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    Unidade 2 - Impacto da Tecnologia nos Controles Internose a Operacionalizao nas Entidades Pblicas

    2.1 A TECNOLOGIA DOS CONTROLES INTERNOS

    As tecnologias de informao e comunicao mostram novos cenrios,nos quais o cidado apresenta seus interesses com a qualificao dos serviosprestados pela administrao pblica. Foi constatado nas pesquisas do CON-GRESSO DE INOVAO DA GESTO PBLICA (CONIP) que os obstculosno estariam nos processos de inovao na gesto pblica e sim na falta deconhecimento das oportunidades de transformao, como tambm na baixaproposta de solues para o setor pblico (CONIP, 2002).

    Voc pode entender um pouco mais sobre a tecnologia dos controles in-ternos. Existem pressupostos ou etapas que possam conduzir a incorporao

    dessas novas tecnologias numa empresa pblica? De que forma?A incorporao de novas tecnologias nos processos de gesto pblica de

    atendimento ao cidado no setor pblico deve conduzir os participantes a umentendimento sobre o assunto, conforme mostra o Quadro 2.1.

    ORDEM PRESSUPOSTO ETAPA

    01 Percepo de inovao Vetor de transformao do servio pblico.

    02 Redefinio de processos Facilitador da implementao.

    03 Capacitao dos profissionais Garantir resultado de continuidade.

    04 Integrao dos sistemas Analisar sistemas existentes.

    05 Conhecimento das novas tecnologias Verificar melhores prticas.

    Quadro 2.1 Pressupostos/ Etapas da inovao tecnolgica.Fonte:Adaptado de CONIP (2008).

    Ao se referir percepo e inovao, verifica-se que constituem requisi-tos de difcil aceitao, pela situao de mudanas da prtica habitualmenteexercida pelos servidores no servio pblico.

    Quanto redefinio de processos, aps estar bem atendido o primeiropressuposto, este passa a ser um facilitador na implementao, porque direcio-na as atividades na ordem considerada adequada dos controles.

    A importncia na utilizao da informtica passa a ser fundamental nestaetapa. Segundo Lopes et al.(1996, p. 3): O objetivo permitir que todos, semexceo, possam colocar essa tecnologia a seu servio desde j, para estudar,trabalhar [...]. Na redefinio de processos necessrio visualizar cada ativida-de dentro do setor pblico e, ento, verificar o modo de como informatiz-las.

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    Curso de Ps-Graduao em Controle da Gesto Pblica Municipal

    Consta tambm, segundo os mesmos autores, a problemtica do uso dassenhas, ou seja, ao compartilhar o mesmo equipamento, deve ser consideradaa utilizao da senha como um dos recursos teis de segurana.

    A capacitao dos profissionais serve para garantir resultado de continuida-de, uma vez que a qualificao permite um conhecimento aprimorado sobre oassunto aos profissionais de empresas pblicas. Um tema abordado nesta etapa o da editorao eletrnica. Assim, os profissionais devem estar capacitadospara utilizar a melhor forma de editorao, com programas atualizados, verifi-cando os elementos bsicos necessrios e observando o princpio do sigilo.

    Lopes et al.(1996) descrevem as perspectivas dos retornos de investimentocom a internet. Para isso, na parte de controles internos h de se fazer ummonitoramento com atualizaes rpidas e constantes das informaes.

    Os gestores necessitam conhecer sua organizao, bem como o ambientecompetitivo em que ela opera, com a finalidade de avaliar o impacto das mu-danas e desenvolver um cenrio para uma soluo eficaz. Nesse sentido, ainformao passa a ter sua importncia, pois por meio dela que as oportuni-dades, bem como as ameaas, podem ser visualizadas (BEUREN, 1998).

    Nessa perspectiva, a capacitao dos profissionais tem ligao direta com atecnologia de informaes e o impacto dessa tecnologia nos controles inter-nos de empresas pblicas. O desenvolvimento, implantao de um sistema deinformao, contribui para um processo de melhoria contnua nas instituies.

    A quarta etapa, integrao dos sistemas, tem como objetivo preliminaranalisar os sistemas existentes. Para isso necessrio verificar dentro da insti-tuio quais sistemas atualmente so adotados, pois nem sempre est sendoadotado o sistema existente.

    Segundo Beuren (1998), os diversos Sistemas Relacionados Numricos(SRN) podem interagir com os Sistemas Relacionados Empricos (SRE) e po-dem existir vrios SRNs para um SRE. Por exemplo: Podem existir vrios in-dicadores sociais em uma empresa pblica para mensurar a responsabilidadesocial dessa instituio. Outro exemplo a ser citado so os programas existen-

    tes (SRN) para atender seu pblico interno, que passaria a ser o SRE.

    Quanto quinta etapa, conhecimento das novas tecnologias, torna-se ne-cessrio fazer periodicamente um benchmarkingdentro da instituio e em ou-tras instituies pblicas para verificar as melhores prticas.

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    Unidade 2 - Impacto da Tecnologia nos Controles Internose a Operacionalizao nas Entidades Pblicas

    O que significa benchmarking? Quais os tipos que podem ser utilizados?

    Existem vrios tipos de benchmarking, conforme mostra o Quadro 2.2.

    ORDEM TIPO DE BENCHMARKING DESCRIO

    01 InternoComparao com um processo, produto ou servio

    similar dentro da prpria organizao.

    02 CompetitivoComparao com organizaes competitivas exter-

    nas mais fortes.

    03 FuncionalComparao com outras companhias de classe mun-

    dial que exercem a mesma atividade.

    04 GenricoComparao com companhias de classe mundial

    que no pertencem ao mesmo setor, mas desenvol-vem processos similares.

    05 Estudo consultivoComparao com outras companhias de classe mun-

    dial, pela contratao de servios de um consultor.

    Quadro 2.2 Tipos de benchmarking.Fonte:Adaptado de Balm (1995, p. 49-50 apudMARCHEZE, 2004).

    No caso especfico das empresas pblicas, verifica-se que todos os tipos debenchmarkingrelacionados no Quadro 2.2 podem ser praticados nas organiza-es. Ao se referir ao primeiro, benchmarkinginterno, identificam-se os par-ceiros potenciais, ou seja, outras unidades com as quais se deseja partilhar da-dos dentro da prpria instituio. As substanciais melhorias podem aconteceranalisando os setores da empresa.

    Quanto ao benchmarkingcompetitivo, segundo os mesmos autores, fcilde ser identificado, porque mostra situaes de melhoria, porm pode havermenor probabilidade de partilhar as informaes, por apresentar muitos da-dos confidenciais.

    O benchmarkingfuncionalmostra comparao com empresas que exercema mesma atividade, pode pertencer ao mesmo setor, porm no necessaria-mente ser concorrentes diretas e por isso existe possibilidade de compartilharas informaes, mesmo sendo confidenciais. Contudo podem existir diferenasentre as duas empresas e o processo tornar-se mais difcil de ser adaptado. Um

    exemplo pode ser citado, numa anlise de duas prefeituras, uma do sul do pas eoutra do norte. Os costumes e diferenas da populao de cada local podem fa-zer com que a gesto seja diferenciada pelas carncias existentes em cada uma.

    Ao se tratar do benchmarkinggenrico, que se diferencia do anterior porno pertencer ao mesmo setor, mas desenvolve processos similares, como,

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    Curso de Ps-Graduao em Controle da Gesto Pblica Municipal

    por exemplo, empresas pblicas quando da contratao de seus funcionrios,verifica-se que apresenta probabilidades de compartilhar as informaes e deapresentar propostas de melhoria.

    Segundo Marcheze (2004, p. 53),

    [...] especialmente se o processo com o qual se deseja comparar decisivo

    para elas. Oportunidades desse tipo devem ser procuradas, mas recursos

    limitados levam a outros tipos em que a probabilidade das idias serem apli-

    cveis geralmente maior.

    Assim, verifica-se que o benchmarkinggenrico pode ser mais difcil de seridentificado, porm os resultados, aps a escolha da empresa para compara-o e verificao de melhores prticas, vo agregar maior valor ao processo dagesto pblica das instituies envolvidas. Nessa perspectiva, vrias aes po-

    dem ser executadas, at mesmo no caso mencionado do impacto que podemocasionar as novas tecnologias.

    Quanto ao ltimo benchmarkingrelacionado, do estudo consultivo, a gran-de vantagem, segundo os autores j mencionados, quanto possibilidade deo consultor ser independente e neutro para fazer coleta e anlise de dados sen-sveis e por isso poder agregar valor ao benchmarkingcompetitivo. Os resulta-dos podem ser compartilhados entre os consultores, desde que no interfiramno sigilo de cada instituio.

    O benchmarking na gesto pblica um forte aliado para administrar de

    forma coerente, porm necessrio conhecer o enfoque sistmico do controleinterno. Assim a estrutura organizacional passa a ser melhor entendida dentrodessas instituies.

    O que vem a ser enfoque sistmico e institucionalizao do controleinterno?

    A seo 2.2 mostra por que o controle interno compreende um plano deorganizao.

    2.2 ENFOQUE SISTMICO E INSTITUCIONALIZAODO CONTROLE INTERNOO enfoque sistmico referenciado pela correta distribuio de tarefas e

    responsabilidades e, principalmente, segundo Cruz e Glock (2007, p. 43): [...]quando o que se busca identificar o processo adotado para se atingir um

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    resultado, ou seja, um conjunto de atividades afins, independentemente dequem as exerce, perpassando o prprio organograma.

    Sob a tica sistmica, o que interessa assegurar que a pea oramentriaem questo, no caso especfico de um municpio, possa mostrar a real capacidadedeste e que contenha a distribuio das dotaes para atendimento das demandasda comunidade, que constam nas aes contidas no Plano Plurianual, definidasno Planejamento e na Lei de Diretrizes Oramentrias (CRUZ; GLOCK, 2007).

    O plano plurianual ser estudado na Unidade 5. Nesse momento voc estu-dar tambm o Planejamento Estratgico Municipal (PEM), o Plano Diretorda Cidade (PDC) e o Plano Plurianual Municipal (PPAM).

    Segundo Glock (2007) a institucionalizao e a implementao do Sistema

    de Controle Interno uma oportunidade para dotar os municpios de for-ma a assegurar, entre outros aspectos, o cumprimento proteo do seu pa-trimnio e otimizao na aplicao dos recursos pblicos, proporcionandoqualidade na gesto pblica. Descreve tambm que as atividades de controleinterno se somam s do controle externo, exercidas pelo Poder Legislativo,diretamente ou atravs do Tribunal de Contas do Estado [...].

    Como instituir a atividade de controle interno na gesto pblica?

    Cruz e Glock (2007, p. 60) descrevem,

    por institucionalizao da atividade de controle interno, na forma de siste-

    ma, entende-se o ato de dar carter de instituio, tornando-a efetiva, re-

    conhecida, ou seja, de transformar um conjunto de atividades exercidas de

    forma esparsa e emprica em procedimentos claramente definidos, com atri-

    buio de responsabilidades e competncias.

    Nessa perspectiva, entende-se como necessria para institucionalizao do sis-tema de controle interno a divulgao entre todos os envolvidos, pblico internoe externo, dos procedimentos adotados quanto ao funcionamento das atividades.

    Quanto s prefeituras municipais, essas informaes devem constar da leique disponha sobre o Sistema de Controle Interno do Municpio. Esse docu-mento deve retratar como a comunidade (municpio) v a questo e no ape-nas a viso do chefe do Poder Executivo, o qual, de certa forma, subordina-seao sistema. Razo esta que faz com que no seja atravs de decreto ou porta-ria de iniciativa do prefeito (CRUZ; GLOCK, 2007, p. 60).

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    Segundo os mesmos autores, tem-se atribudo ao setor responsvel por essaatividade a denominao de Auditoria Interna, Controladoria e ainda, Contro-ladoria Geral. Contudo, enquanto no estiver devidamente legalizado o proces-

    so de institucionalizao do Sistema de Controle Interno do Municpio, com aaprovao da lei que dispe sobre o assunto, essas atividades devero ser desen-volvidas por servidor efetivo ou comisso provisria, designada para esse fim.Nessa portaria dever constar a atribuio para essa comisso, desde o conheci-mento da legislao pertinente at o perodo de trmino do processo.

    Inclui-se nesse processo o programa de trabalho e o respectivo cronogramade atividades. Devem tambm constar o horrio de trabalho dos servidorespara essa funo e o acesso a pessoas, documentos e informaes para o de-sempenho dos trabalhos.

    Segundo Glock (2007, p.3), a base do processo de implementao das ativi-dades de controle interno est na Lei que dispe sobre o Sistema de ControleInterno do Municpio, e, uma vez promulgada, o primeiro passo a ser toma-do promover sua ampla divulgao [...]. O Substitutivo ao Projeto de Lei135/96 (que suceder a Lei 4.320/64), que tramita na Cmara dos Deputados,prev conforme artigo citado abaixo:

    Art. . As atividades de fiscalizao exercidas pelo controle interno ou

    externo, para os fins institucionais previstos nas Constituies Federal ou

    estaduais ou em Leis Orgnicas so indelegveis e impostergveis, no po-

    dendo ser exercidas por pessoas no pertencentes aos quadros de servidores

    efetivos da administrao pblica.

    Assim, essa comisso dever ser formada por pessoas de conhecimento equalificao tcnica adequada, com postura responsvel, ou seja, por recursoshumanos adequados em termos quantitativos e qualitativos.

    Segundo Cruz e Glock (2007, p. 61),

    uma vez institucionalizado e aps a implantao do Sistema de Controle In-

    terno, pode-se ter no mesmo um suporte para monitorar e avaliar o desem-

    penho. Neste sentido, recomenda-se implantar metodologias de apurao

    do custo unitrio de servios prestados, tanto para os elaborados diretamen-te pela entidade, quanto para os contratados com terceiros.

    Cada entidade estatal, aps ter instrumentalizado o Sistema de Controle Inter-no, apresenta as diretrizes para a operacionalizao das atividades, as atribuies,competncias e responsabilidades, para que a gesto pblica seja bem atendida.

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    Voc sabe como so operacionalizadas essas atividades?

    2.3 OPERACIONALIZAO DAS ATIVIDADES DOSISTEMA DE CONTROLE INTERNO

    A operacionalizao das atividades de controle interno compreende trsgrandes grupos: atividades de apoio, atividades de controle interno e ativida-des de auditoria interna, conforme mostra o Quadro 2.3:

    ORDEM TIPO DE ATIVIDADE DESCRIO

    01 Apoio Acompanhamento e interpretao da legislao.

    02 Controle interno Exerccio dos controles indelegveis.

    03Auditoria interna

    Realizao de auditorias contbeis, operacionais, de ges-to e de informtica em todas as reas da administrao

    direta e indireta.

    Quadro 2.3 Atividades de operacionalizao do Controle Interno.Fonte:Adaptado de Cruz; Glock (2007, p. 81).

    2.3.1 A

    Verifique nos itens 2.3.1; 2.3.2 e 2.3.3 as Atividades de Apoio, Controle In-

    terno e Auditoria Interna. Tem-se como objetivo nessas atividades a expediode normas de controle interno, orientao administrao e relacionamentocom o controle externo. Devem ser observadas as estruturas existentes e asaes necessrias para o cumprimento dessas atividades.

    Segundo Cruz e Glock (2007, p. 81), o responsvel pela coordenao docontrole interno do Municpio, como um especialista na matria, assume opapel de consultor interno a respeito do tema, prestando assessoria a toda aorganizao e, em especial, pessoa do Sr. Prefeito.

    Assim, faz-se necessrio um levantamento para verificar os procedimentos da

    instituio com relao aos princpios de controle interno. Nesse sentido, os ges-tores devem observar alguns aspectos, conforme descrevem os mesmos autores:

    a) Estrutura Organizacional: atentar para a adequada distribuio das atribuies.

    b) Equipe de Trabalho: observar a qualificao, capacitao, comprometi-mento e treinamento do pessoal envolvido.

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    c) Delegao de Poderes e Determinao de Responsabilidades: averiguar ahierarquia das funes de cada setor da empresa pblica.

    d) Segregao de Funes-Chaves: separar por grupos focais os envolvidos.

    e) Organizao da Legislao Municipal: verificar a existncia de instruesformalizadas.

    f ) Existncia de Controles Relevantes: atentar sobre os aspectos e opera-es de relevncia na instituio e verificar se os controles so suficientese bem executados nessas reas.

    g) Grau de Aderncia a Diretrizes e Normas Legais: observar o cumprimen-to das diretrizes e normas legais.

    De posse do levantamento sobre cada um dos aspectos mencionados, po-de-se trabalhar em um processo de melhoria contnua, realizando as correesem cada item citado. Caso necessrio, pode-se tambm realizar um benchma-rkinginterno e funcional para propor aos envolvidos as aes para desenvol-vimento da gesto pblica, de forma coerente. O Quadro 2.4 mostra algumasaes da atividade de apoio.

    ORDEM AES DAS ATIVIDADES DE APOIO DESCRIO

    01Coordenar aes com o controle interno e

    externo;

    Interligao do controle interno e externo;

    02 Assessorar a legalidade dos atos de gesto;Emisso de relatrios e pareceres sobre os as-

    pectos relacionados com os controles internose externos;

    03Interpretar e pronunciar sobre aspectos

    tcnicos;

    Normatizao sobre os aspectos tcnicosrelacionados com a legislao concernente s

    finanas pblicas;

    04 Orientar normas internas;Elaborao das normas internas sobre rotinas e

    procedimentos de controle;

    05 Participar do Planejamento Municipal;Auxlio na elaborao do PPA, da LDO e do

    Oramento Anual;

    06Manifestar quanto regularidade e

    legalidade de processos licitatrios;

    Anlise dos processos licitatrios quanto dis-pensa ou inexigibilidade e sobre o cumprimen-

    to e ou/legalidade de atos, contratos e outrosinstrumentos;

    07 Aprimorar os controles internos; Implantao de sistemas informatizados;

    08 Exercer anlise nos processos de sindicncia;Acompanhamento nos processos de sindicn-

    cias internas e de Tomadas de Contas Especiais;

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    ORDEM AES DAS ATIVIDADES DE APOIO DESCRIO

    09Dar cincia ao Tribunal de Contasdo Estado sobre irregularidades ou

    ilegalidades apuradas;

    Apurao de responsabilidades e ressarcimentode eventuais danos ou prejuzo ao errio;

    10Coordenar a preparao das prestaes anuais

    de contas;

    Encaminhamento das respostas s dilignciase das peas recursais do Tribunal de Contas do

    Estado;

    11 Manter registro de todos os processos;Acompanhamento dos processos que tramitam

    no Tribunal de Contas do Estado;

    12 Coordenar a solicitao de documentos;Atendimento aos documentos solicitados e in-formaes por parte da Cmara de Vereadores;

    13 Encaminhar e acompanhar auditorias in loco.Acompanhamento das auditorias efetuadas

    pelo Trbunal de Contas do Estado.

    Quadro 2.4 Aes da atividade de apoio do Sistema de Controle Interno.Fonte:Adaptado de Cruz e Glock (2007, p. 82-83).

    Verifica-se que so mencionadas 13 aes da atividade de apoio para operacio-nalizao do sistema de controle interno; contudo, ressalta-se que, no decorrerdos trabalhos executados, surgem outras aes que aqui no esto mencionadas.

    A primeira e a segunda ao, coordenar aes com o controle interno eexterno e assessorar a legalidade dos atos de gesto tm como objetivobsico auxiliar a administrao pblica tanto nos assuntos relacionados comcontrole interno, quanto externo, no que tange legalidade dos atos de gesto,emitindo no final o resultado dessas aes atravs de relatrios e pareceres.

    A terceira, quarta e quinta ao, interpretar e pronunciar sobre aspectostcnicos, orientar normas internas e participar do planejamento tratamda elaborao do Plano Plurianual (PPA), da Lei das Diretrizes Oramentria(LDO) e do Oramento Anual, com observao dos aspectos tcnicos e dasnormas internas sobre rotinas e procedimentos de controle.

    A sexta, stima e oitava ao, manifestar quanto regularidade e legali-dade de processos licitatrios, aprimorar os controles internos e exerceranlise nos processos de sindicncia mostram as atividades exercidas em pro-cessos licitatrios, propondo melhorias para agilizar as rotinas e aumentar ograu de confiabilidade e, para isso, sugerem-se sistemas informatizados. As-

    sim, os gestores tm sua disposio um acompanhamento dos processos desindicncia interna.

    Da nona dcima terceira ao, dar cincia ao Tribunal de Contas do Es-tado sobre irregularidades ou ilegalidades apuradas, coordenar a preparao

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    das prestaes anuais de contas, manter registro de todos os processos, co-ordenar a solicitao de documentos, encaminhar e acompanhar auditoriasin loco, so mostradas as situaes de penalidades, como no caso da apura-

    o de responsabilidades e do ressarcimento dos danos ou prejuzos causados.Aps a dcima terceira ao, pertencem tambm a este grupo de aes asrespostas s diligncias e s peas recursais ao Tribunal de Contas do Estado.

    No final, especificamente nas trs ltimas aes, tem-se o envolvimento daadministrao direta e indireta da prefeitura, com o devido registro dos pro-cessos e ainda o encaminhamento e acompanhamento da situao encontradaem cada caso.

    O que vm a ser as atividades de controle interno?

    2.3.2 A

    Segundo Cruz e Glock (2007, p.83),

    [...] o controle exercido pela conjugao da estrutura organizacional com

    os mecanismos de controle estabelecidos pela Administrao, incluindo as

    normas internas que definem responsabilidades pelas tarefas, rotinas de

    trabalho e procedimentos para reviso, aprovao e registro das operaes,

    envolvendo aspectos contbeis e administrativos.

    Os autores de certa forma descrevem que nas atividades de controle inter-no deve existir obedincia s normas internas, responsabilizando os envolvi-dos em cada setor e tendo como processo de gesto a contabilidade. Assim, asrotinas de trabalho podem ser revistas tambm de forma preventiva, evitandodesvios que possam aparecer em cada instituio pblica.

    Uma das primeiras atividades a ser desenvolvida pelos responsveis pelocontrole interno a definio de parmetros, ou padres de controle, ou seja,a identificao das referncias para comparao e somente depois ser poss-vel avaliar a situao encontrada pela instituio pblica, quanto ao desempe-nho dos diversos segmentos (CRUZ; GLOCK, 2007).

    Uma forma de identificar as referncias para futuras comparaes pode serrealizada atravs do benchmarking, pois a aplicabilidade dele auxilia na gesto eproporciona possibilidades de autocontrole e autorregulao.

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    Segundo Marcheze (2004, p. 50), benchmarking, ento, a busca pelas me-lhores prticas que conduzem uma organizao e/ou empresa maximizaoda sua performance. A autora afirma que um processo contnuo de medio.

    Assim, as atividades de controle tm como uma das primeiras tarefas obenchmarkingpara posteriormente avaliar o status quo dessa empresa pblica.Cruz e Glock (2007) descrevem duas maneiras de classificao dessas refern-cias ou padres.

    Essas maneiras mencionadas referem-se forma e origem. Em relao primeira citada podem ser identificados padres do tipo unitrio, com valornico, ou do tipo intervalo, que correspondem aos valores em um dado in-tervalo. Ao referenciar a origem, aborda-se a diviso em padres de controlesinternos e padres de controles externos.

    Os internos so oriundos do histrico da organizao, com enfoque de fis-calizao dentro dos trmites da lei; os externos, de informaes obtidas atra-vs de pesquisas (CRUZ ; GLOCK, 2007).

    Alguns pontos de controle devem ser observados, no caso especfico dogrupo de atividades do controle interno, no que tange administrao e an-lise de contas anuais das instituies pblicas, conforme mostra o Quadro 2.5.

    ORDEM PONTOS DE CONTROLE DESCRIO

    01

    Avaliao permanente Exercer em nvel macro baseado nos objetivos

    definidos;

    02 ControleExercer este controle sobre a execuo oramentria

    do exerccio;

    03 Acompanhamento no ensinoExercer o acompanhamento relativo aplicao de

    gastos no ensino;

    04 Acompanhamento na divulgaoExercer o acompanhamento da divulgao na transpa-

    rncia da gesto fiscal;

    05 Registro comisses de licitaoManter registro sobre a composio e atuao das

    comisses;

    06 Sistema de informaesInstituir e manter sistema de informaes para o

    exerccio das atividades finalsticas;

    07Acompanhamento Cobrana

    Dvida Ativa TributriaExecutar o acompanhamento sobre as medidas

    adotadas;

    08 Recursos contribuies sociais Verificar a destinao dos recursos provenientes dascontribuies sociais;

    09 Cumprimento atribuio legal Monitorar o fiel cumprimento das atribuies legais.

    Quadro 2.5 Pontos de controle de Atividades de Controle Interno.Fonte:Adaptado de Cruz; Glock (2007, p. 84-85).

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    A avaliao permanente trata dos Programas constantes do PPA e dasprioridades e metas estabelecidas na LDO. Quanto ao controle inclui-se an-lise na abertura de crditos adicionais.

    No que se refere ao acompanhamento no ensino apresenta-se o examenos limites constitucionais e legais de investimentos no ensino infantil, funda-mental, como tambm na rea da Sade.

    Quanto ao acompanhamento na divulgao observam-se, alm da trans-parncia da gesto fiscal, as informaes colocadas disposio do TCE, veri-ficando a veracidade dos fatos e prazos estabelecidos.

    O registro comisses de licitao tem por finalidade verificar os manda-tos; quanto ao sistema de informaes, busca-se auxlio no sistema de custos

    e nos indicadores de desempenho de gesto.Quanto ao acompanhamento cobrana dvida ativa tributria, faz-se a

    execuo das medidas adotadas para tal; e quanto aos recursos contribuiessociais, os mesmos autores descrevem a necessidade de verificar a destinaodos recursos provenientes dessas contribuies que so devidos ao Regime dePrevidncia dos Servidores. Ao se referir ao cumprimento atribuio legal,notifica-se a necessidade de observar o art. 59 da LRF.

    Segundo Cruz e Glock (2007, p. 85) consideram-se aspectos relevantes des-sa atribuio legal, entre outros a observncia dos limites para despesas com

    pessoal e medidas adotadas para o retorno dos limites, e ainda: Situao do endividamento, condies para a realizao das opera-

    es de crdito e inscrio em restos a pagar.

    Providncias tomadas para, se for o caso, reconduo dos montantesdas dvidas aos limites.

    Cumprimento dos limites da despesa total do poder legislativo.

    Destinao de recursos obtidos com a alienao de ativos.

    Acompanhamento de fatos que comprometam os custos ou dosresultados dos programas ou de indcios de irregularidades na gestooramentria.

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    Verifique que no Saiba mais voc vai encontrar mais alguns aspectos re-levantes mencionados pelos autores, na pgina 85 do quinto captulo, ondeconstam os artigos e os procedimentos correspondentes.

    Agora voc vai conhecer as Atividades de Auditoria Interna.

    2.3.3 A

    O rgo central do sistema de controle interno desenvolve atividades deauditoria interna relacionadas com a responsabilidade institucional, com o ob-

    jetivo de medir e avaliar a eficincia e a eficcia dos procedimentos do controleinterno em todos os setores. Essas atividades servem como servio de apoio administrao, ou seja, elemento de controle que mede e avalia os demaiscontroles (CRUZ; GLOCK 2007).

    Para exercerem a atividade de auditoria interna os profissionais devemter formao, conhecimento, recursos, metodologia e tcnicas de trabalhoque possam auxiliar na verificao dos processos que no sejam adequados.

    A responsabilidade desses profissionais no se restringe somente identifi-cao de falhas de controle e sim a recomendaes voltadas ao aprimoramen-to e orientaes quanto observncia s normas da legislao vigente (CRUZ;GLOCK, 2007).

    Assim, entende-se que nessas atividades deve-se primar pelo processo demelhoria contnua, no qual verificar as falhas um dos primeiros passos; aps,apresentam-se situaes para que o desempenho daquele setor ou controlepossa ser mais bem executado.

    Segundo Barbosa (2002, p. 51),

    A auditoria operacional constitui-se tambm em instrumento de gesto, pois

    permite a correo dos modelos ou das premissas que servem, ou serviram,

    para definir a poltica pblica e sua implementao visando a orient-la em

    funo dos objetivos propostos, ou seja, reorienta a ao estatal em funo

    dos objetivos propostos que eventualmente no seriam atingidos caso seguis-sem aquele curso de ao, podendo ser desdobrada em dois componentes:

    a avaliao de programas, projetos e atividades portanto, das aes estatais,

    das intervenes governamentais e o desempenho operacional.

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    Verifica-se que a auditoria operacional auxilia os gestores de empresaspblicas no sentido de atender aos objetivos propostos, realizando as imple-mentaes necessrias, mostrando ao final a avaliao dos projetos e o desem-

    penho operacional.

    Como deve ser executada a auditoria interna?

    A auditoria interna deve ser desenvolvida de forma planejada com me-todologia prpria e na observncia das Normas Brasileiras para o Exerccioda Auditoria Interna, aprovadas e divulgadas pelo Instituto dos Auditores In-ternos do Brasil, em 1991. As normas relativas competncia profissionaldevem ser executadas com zelo e competncia profissional com a responsabili-dade de conservar as normas de conduta estabelecidas em seu cdigo de tica

    (CRUZ; GLOCK, 2007).

    No Cdigo de tica Profissional constam algumas informaes relevantes.Esse Cdigo exige alto padro de honestidade, objetividade, diligncia e leal-dade, a ser mantido pelos auditores internos (CRUZ; GLOCK, 2007).

    O Quadro 2.6 mostra os procedimentos que devem ser seguidos pelos au-ditores internos quanto a Normas Relativas Competncia Profissional, noque tange a zelo e competncia profissional.

    ORDEM PROCEDIMENTOS DESCRIO

    01 Conhecimento especfico sobsua especialidade

    Apresentar a capacidade e a instruo necess-ria realizao das tarefas;

    02 HabilidadeComunicar-se de maneira eficaz e ter habilida-

    de no trato com as pessoas;

    03 Capacidade tcnicaAprimorar sua capacidade atravs da educao

    continuada;

    04 Zelo no desempenhoDemonstrar zelo no desempenho de suas

    incumbncias.

    Quadro 2.6 Procedimentos relativos Competncia competncia profissional.Fonte:Adaptado Adaptado de Cruz; Glock (2007, p. 86).

    Verifica-se que os auditores devem possuir conhecimento especfico dentroda especialidade de cada um para execuo das tarefas, ter boa comunicao ehabilidades profissionais com cada cidado que assim necessitar de suas funes.

    Para isso necessrio ter planejamento das atividades. Esse planejamentoocorre em dois momentos. O primeiro trata de um cronograma de trabalho

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    e o segundo do desenvolvimento de determinado projeto de auditoria, con-forme mostra o Quadro 2.7.

    ORDEM MOMENTO DESCRIO

    Primeiro Cronograma de trabalhoEstabelece-se uma programao anual, com

    carga horria e recursos necessrios;

    SegundoDesenvolvimento

    Iniciam-se os trabalhos com o Projeto de Auditoria.

    Quadro 2.7 Planejamento das atividades.Fonte:Adaptado de Cruz; Glock (2007, p. 87).

    Ao relatar o primeiro momento, cronograma de trabalho, identifica-se ovolume de horas/homem disponveis para a realizao das atividades de audi-toria e apresenta-se uma programao anual.

    Segundo os mesmos autores, nessa programao so chamados os projetosde auditoria, mencionandos os trabalhos a serem desenvolvidos, os macro ob-

    jetivos da auditoria, o tempo de durao com a carga horria prevista. Cruz eGlock (2007, p. 87) afirmam:

    O conjunto dos projetos de auditoria ir compor o Plano Anual de Auditoria

    Interna (PAAI), documento de uso reservado da Unidade de Coordenao

    do Controle Interno e que, preferencialmente, dever conter a aprovao

    do Sr. Prefeito Municipal.

    Ainda, para que essa programao seja estabelecida, necessrio verificaros diversos sistemas que compem a organizao, ou seja, analisar as ativida-des que sero desenvolvidas nessa auditoria.

    Entre todas as atividades, consideram-se como mais crticas e relevantes daAdministrao Municipal: contabilidade e finanas; arrecadao tributria; ad-ministrao de recursos humanos e folha de pagamento; compras; licitaese contratos; obras e servios sade pblica e controle patrimonial, entreoutras (CRUZ; GLOCK, 2007).

    Ao se referir ao desenvolvimento, observa-se que o segundo momento

    do planejamento das atividades de auditoria ocorre quando se iniciam as ativi-dades, ou seja, no desenvolvimento do projeto de auditoria.

    Segundo Cruz e Glock (2007, p. 87), os trabalhos de auditoria interna po-dem ser desenvolvidos sob os seguintes enfoques: Auditoria Contbil, Opera-cional, de Gesto e em Tecnologia da Informao.

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    A primeira parte do Mdulo 4 apresenta esse assunto de forma mais detalhada.

    Para que o aprendizado seja alcanado, interessante a participao nos

    fruns para, principalmente, oportunizar a troca de informaes. Alm disso,voc tem tutores presenciais e a distncia para auxili-lo. (Participe agora dosfruns referentes Unidade 1 e a Unidade 2). No esquea de realizar o traba-lho de fixao no final desta unidade. Bom estudo!

    RESUMO DA UNIDADE

    Nesta unidade apresentamos o impacto da tecnologia nos controles inter-

    nos. Vimos os pressupostos e etapas dessa inovao tecnolgica, o bench-

    marking, nas suas diversas modalidades: interno, competitivo, funcional,genrico e estudo consultivo adaptado gesto pblica, como uma prtica

    necessria para o bom atendimento da populao e dos servios executados

    para ela. Aps, verificou-se a operacionalizao das atividades do sistema

    de controle interno. Nesta parte, voc verificou trs grupos de atividades

    dessa operacionalizao: Atividades de Apoio, de Controle Interno e de Au-

    ditoria Interna. No primeiro grupo foi mostrado o objetivo especfico, que

    de acompanhamento e interpretao da legislao. Quanto ao segun-

    do grupo, verificou-se que trata do exerccio dos controles indelegveis;

    no terceiro grupo mostrou-se a viabilidade da realizao das auditorias.

    Demonstrou-se, ainda, a nfase especial na institucionalizao do sistemade controle interno nos municpios. Assim, trata das disposies gerais que

    devem existir nas empresas pblicas para que o bom andamento na gesto

    destas funcione com a devida autorizao dos setores competentes.

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    Unidade 2 - Impacto da Tecnologia nos Controles Internose a Operacionalizao nas Entidades Pblicas

    S Leia o segundo captulo desta referncia: MARCHEZE, Nilza Martins. Bench-

    markingpara cursos de nvel superior: uma aplicao no Curso de Qumi-ca Industrial da Univille - Santa Catarina. . f. Tese (Doutorado em

    Engenharia de Produo) Centro Tecnolgico, Universidade Federal de

    Santa Catarina, Florianpolis, .

    Verifique os captulos , e e ainda os apndices desta referncia: CRUZ,

    Flvio da; GLOCK, Jos Osvaldo. Controle interno nos municpios: orienta-

    o para a implantao e relacionamento com os tribunais de contas. . ed.

    So Paulo: Atlas, .

    Verifique o segundo captulo desta referncia: SLOMSKI, Valmor. Controla-

    doria e governana na gesto pblica. So Paulo: Atlas, .Visite o stio eletrnico www.nicb.ufsc.br.

    A A 21) Com base na afirmao de Cruz e Glock (2007, p.83):

    [...] o controle exercido pela conjugao da estrutura organizacional

    com os mecanismos de controle estabelecidos pela Administrao, in-

    cluindo as normas internas que definem responsabilidades pelas tare-

    fas, rotinas de trabalho e procedimentos para reviso, aprovao e re-

    gistro das operaes, envolvendo aspectos contbeis e administrativos.

    Explique, resumidamente, o que so as atividades de controle interno.

    2) Entre todas as atividades, consideram-se como mais crticas e relevan-

    tes da Administrao Municipal: contabilidade e finanas; arrecadao

    tributria; administrao de recursos humanos e folha de pagamento;

    compras; licitaes e contratos; obras e servios sade pblica e con-

    trole patrimonial, dentre outras (CRUZ; GLOCK, 2007).

    Com base nesse enunciado, voc poderia justificar as razes pelas quais

    essas atividades so consideradas as mais crticas?

    3) A incorporao de novas tecnologias nos processos de gesto pblica de

    atendimento ao cidado no setor pblico deve conduzir os participan-

    tes a um entendimento sobre o assunto. Nessa perspectiva, explique os

    pressupostos/ etapas da inovao tecnolgica, mostrados no Quadro

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    Curso de Ps-Graduao em Controle da Gesto Pblica Municipal

    2.1, que tem como fonte adaptado de CONIP (2008) e acompanham a

    administrao das empresas pblicas.

    4) Explique os tipos de benchmarkinge mostre qual o envolvimento delena gesto pblica.

    5) Explique o enunciado:

    Cruz e Glock (2007, p. 60) descrevem:

    Por institucionalizao da atividade de controle interno, na forma de

    sistema, entende-se o ato de dar carter de instituio, tornando-a efe-

    tiva, reconhecida, ou seja, de transformar um conjunto de atividades

    exercidas de forma esparsa e emprica em procedimentos claramente

    definidos, com atribuio de responsabilidades e competncias.

    6) O que vem a ser o enfoque sistmico e institucionalizao do controle

    interno?

    7) Como instituir a atividade de controle interno na gesto pblica?

    8) Explique como funciona a operacionalizao das atividades de contro-

    le interno e mostre quais so os grupos de atividades desta operacio-

    nalizao. Coloque com suas palavras qual o objetivo de cada grupo de

    atividades.

    9) Cite e explique as aes da atividade de apoio para operacionalizao

    do sistema de controle interno.

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    Unidade 2 - Impacto da Tecnologia nos Controles Internose a Operacionalizao nas Entidades Pblicas

    REFERNCIAS

    BARBOSA, Evanir Lenhardt. Controle interno da administrao pblica:instrumento de controle e de gerenciamento. 2002. Monografia (Especial-izao em Advocacia Municipal) Programa de Ps-Graduao em Direito,Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002.

    BEUREN, Ilse Maria. Gerenciamento da informao. So Paulo: Atlas, 1998.

    CONGRESSO