sistemas de controle e servomecanismos

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UNIVERSIDADE PAULISTA CAMPUS ARARAQUARA SISTEMAS DE CONTROLE E SERVOMECANISMOS Introdução e transformada de Laplace

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Page 1: Sistemas de Controle e Servomecanismos

UNIVERSIDADE PAULISTA CAMPUS ARARAQUARA

SISTEMAS DE CONTROLE E SERVOMECANISMOS

Introdução e transformada de Laplace

Page 2: Sistemas de Controle e Servomecanismos

1- INTRODUÇÃO 1.1- DEFINIÇÕES

• SISTEMA

É uma disposição, conjunto ou coleção de partes conectadas ou relacionadas

de tal maneira a formarem um todo. Pode ser físico, biológico, econômico, etc.

SistemaEntrada Saída

• CONTROLE

Estuda como agir sobre um dado sistema de modo a obter um resultado

arbitrariamente especificado.

• CONTROLADOR

Dispositivo utilizado para a obtenção do controle de um sistema.

• SISTEMA DE CONTROLE

Conjunto formado pelo sistema a ser controlado e o controlador.

• ENTRADAS

São grandezas que estimulam, excitam um sistema.

• SAÍDAS

São as reações, respostas, do sistema a um ou mais estímulos externos.

• VARIÁVEL CONTROLADA

É uma grandeza ou condição que é medida e controlada. Normalmente é a

saída ou resposta do sistema.

• VARIÁVEL MANIPULADA

É uma grandeza ou condição que é variada pelo controlador para que

modifique o valor da variável controlada. No controle pode-se medir o valor da

variável controlada do sistema e aplicar uma ação ao sistema através da variável

Page 3: Sistemas de Controle e Servomecanismos

manipulada para corrigir ou limitar o desvio do valor medido em relação a um valor

desejado.

• PERTURBAÇÕES (OU DISTÚRBIOS)

São sinais que tendem a afetar adversamente o valor da saída do sistema.

Se a perturbação for gerada dentro do sistema, ela é denominada perturbação

interna, enquanto que uma perturbação (distúrbio) externa é gerada fora do sistema

e constitui uma entrada.

• CONTROLE REALIMENTADO

Refere-se a uma operação que, mesmo na presença de perturbações ou

distúrbios, tende a reduzir a diferença entre a saída do sistema e alguma entrada de

referência e que opera com base nessa diferença.

• SISTEMA DE CONTROLE REALIMENTADO

É um sistema que mantém uma determinada relação entre a saída e alguma

entrada de referência comparando-as e utilizando a diferença como um meio de

controle.

Exemplo: um sistema de controle da temperatura ambiente.

Os sistemas de controle realimentados não estão limitados a aplicações de

Engenharia. Um exemplo é o sistema de controle da temperatura do corpo humano,

que é um sistema altamente avançado.

• PLANTA

É uma parte de um equipamento, eventualmente um conjunto de itens de

uma máquina que funcionam juntos, cuja finalidade é desempenhar certa operação.

No nosso caso é qualquer objeto físico a ser controlado, como por exemplo: um

forno, uma aeronave, etc.

• PROCESSO

“É uma operação ou desenvolvimento natural, que evolui progressivamente,

caracterizado por mudanças graduais que se sucedem, um em relação às outras, de

um modo relativamente fixo (ordenado) e conduzindo a um resultado ou finalidade

particular; - uma operação artificial ou voluntária, que evolui progressivamente e que

Page 4: Sistemas de Controle e Servomecanismos

consiste em uma série de ações controladas ou movimentos sistematicamente

dirigidos objetivando um resultado ou finalidade particular.”

1.2. APRESENTAÇÃO DOS SISTEMAS DE CONTROLE

• Servossistema (servomecanismo)

É um sistema de controle realimentado em que a saída é alguma posição,

velocidade ou aceleração mecânicas. O termo servossistema e sistema de controle

de posição (ou velocidade ou aceleração) são sinônimos. São sistemas

extensivamente usados na indústria moderna.

• Sistema regulador automático

É um sistema de controle realimentado em que a entrada de referência ou a

saída desejada ou é constante ou varia lentamente com o tempo e que tem como

tarefa principal manter a saída real no valor desejado na presença de perturbações.

• Sistema de controle de processos

É um sistema regulador automático no qual a saída é uma variável tal como

temperatura, pressão, fluxo, nível de líquido ou pH. É exaustivamente usado na

indústria.

• Sistema de controle a malha fechada (SCMF)

Nome dado ao sistema de controle realimentado. Num SCMF a diferença

entre a referência (sinal de entrada) e a medida da variável controlada (sinal

realimentado), também chamada de sinal de erro atuante, é introduzido no

controlador de modo a reduzir o erro e trazer a saída do sistema a um valor

desejado. O termo controle a malha fechada sempre implica o uso de ação de

controle realimentado a fim de reduzir o erro do sistema.

Page 5: Sistemas de Controle e Servomecanismos

Sistema

Saída

Comparação Controlador

Dispositivode medida

Respostadesejada

(Set Point)SP

(Variável de Processo)PV

Sinal de controle(Variável manipulada)

MV

Sensor + Transmissor

• Sistema de controle a malha aberta (SCMA)

É aquele sistema em que a saída não tem nenhum efeito sobre a ação de

controle. Em outras palavras, em um SCMA a saída não é medida nem

realimentada para comparação com a entrada. Exemplo: máquina de lavar roupas.

SistemaSaídaDispositivo

de atuação

Resposta desejada

• Sistema de controle robusto

É um sistema de controle que é insensível a variações de parâmetros.

• Sistema de controle adaptativo

É aquele sistema que tem a habilidade de se auto-ajustar ou automodificar de

acordo com variações imprevisíveis nas condições de ambiente ou de estrutura. O

próprio sistema de controle detecta variações nos parâmetros da planta e faz os

ajustes necessários no nos parâmetros do controlador a fim de manter um

desempenho ótimo.

• Sistema de controle com aprendizado

É aquele sistema de controle que tem habilidade de aprender.

• Controle por pré-alimentação - feed foward control

O controle por pré-alimentação está se empregando largamente. Distúrbios

do processo são medidos e compensados sem se esperar que uma mudança na

variável controlada indique que um distúrbio ocorreu. O controle pré-alimentado é

também útil onde a variável de controle final não pode ser medida.

Page 6: Sistemas de Controle e Servomecanismos

No exemplo mostrado na figura acima, o controlador feed foward possui

habilidade computacional: usa a taxa de vazão e temperatura medidas na entrada

do líquido para calcular a taxa de vapor necessária para manter a temperatura

desejada do líquido de saída.

Raros são os modelos e controladores perfeitos; assim, é preferível uma

combinação de controle pré e realimentado como mostrado abaixo.

O arranjo de um controlador fornecendo o ponto de ajuste para outro

controlador é conhecido como controle em cascata e é comumente usado no

controle por realimentação.

1.3 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE CONTROLE

Page 7: Sistemas de Controle e Servomecanismos
Page 8: Sistemas de Controle e Servomecanismos

1.4 CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS

Page 9: Sistemas de Controle e Servomecanismos

Nas últimas décadas houve uma verdadeira revolução nos equipamentos de

instrumentação. Quarenta anos atrás, muitos equipamentos eram mecânicos e

pneumáticos. Existiam tubos entre ligando os equipamentos do processo e a sala de

controle. Atualmente, os sistemas de controle são distribuídos com

microprocessadores controlando muitas malhas simultaneamente.

A despeito destas mudanças, os conceitos básicos de sistemas de controle e

algoritmos de controle permanecem essencialmente os mesmos. Agora é mais fácil

implementar estruturas de controle, pois basta reprogramar um computador. A

tarefa dos engenheiros de controle é a mesma: projetar um sistema de controle que

atenda às especificações seja estável, robusto.

A figura abaixo mostra os principais elementos de um sistema de controle

típico de um processo industrial:

ProcessoControlador

SensorTransmissor

Elemento finalde controle

SetPoint

Variável deProcesso

SP

PVMV

VariávelManipulada

temperaturapressãonívelvazão

tensão mecânicadeslocamentotensão elétricaimpedância

elétricapneumáticahidráulica

O sistema de malha fechada é composto por um sensor que detecta a

variável de processo (PV), um transmissor que converte o sinal do sensor em um

sinal adequado (um sinal do tipo ar pressurizado em sistemas pneumáticos ou um

sinal elétrico em sistemas eletrônicos) e o transmite para um controlador que

compara o valor da variável de processo (PV) com o valor do Set Point (SP)

desejado e produz um sinal de controle apropriado e um elemento final de controle

que muda a variável manipulada (MV). Usualmente o elemento final de controle é

Page 10: Sistemas de Controle e Servomecanismos

uma válvula de controle operada por ar que abre e fecha modificando uma razão de

fluxo.

O sensor, transmissor e válvula de controle estão localizados fisicamente no

campo, onde está o processo. O controlador é usualmente localizado em um painel

ou computador em uma sala de comando distante do processo. A ligação entre o

painel e o campo é feita através de sinais elétricos que são enviados do transmissor

para o controlador e do controlador para o elemento final de controle.

Os equipamentos de controle utilizados em plantas químicas ou em plantas

típicas da área de petróleo são analógicos (de pressão ou eletrônicos) ou digitais.

Os sistemas analógicos utilizam sinais de ar pressurizado (3 a 15 psi) ou sinais de

corrente/tensão (4-20 mA, 10-50 mA, 0-10 VDC). Sistemas pneumáticos transmitem

sinais através de pequenos tubos, enquanto sistemas eletrônicos usam fios.

Visto que muitas válvulas são ainda acionadas por ar pressurizado, sinais de

corrente são usualmente convertidos para ar pressurizado. Um conversor I/P

(corrente para pressão) é usado para converter sinais de 4-20 mA em sinais de 3-15

psi.

Um controlador industrial possui um modo de operação manual (malha

aberta) ou automático (malha fechada). Durante a partida ou em condições

anormais, o operador do processo pode utilizar o modo de operação manual,

determinando a abertura da válvula de controle, independentemente do controlador.

O chaveamento é usualmente feito no painel de controle ou no computador.

Além disso, o ganho do controlador pode ser feito negativo ou positivo

selecionando-se entre ação direta e reversa do controlador. Um ganho positivo

resulta em uma saída do controlador decrescendo à medida que a variável do

processo cresce (ação reversa). Já um ganho negativo resulta em uma saída do

controlador crescendo à medida que a variável do processo cresce (ação direta).

A escolha correta entre ação direta e reversa depende da ação do transmissor (que

é usualmente direta), da ação da válvula (ar para abrir, AO, ou ar para fechar, AC) e

do efeito da variável manipulada (MV) na variável de processo (PV). A idéia

fundamental a ser seguida para a escolha correta da ação do controlador, é que a

ação tomada pelo controlador deve levar a variável de processo (PV) a se aproximar

do Set Point (SP).

Em resumo, um controlador industrial deve possuir as seguintes

características:

Page 11: Sistemas de Controle e Servomecanismos

1. Indicar o valor da Variável de Processo (PV): o sinal que chega do transmissor

2. Indicar o valor do sinal enviado para a válvula: a saída do controlador

(usualmente nominada MV)

3. Indicar o Set Point (SP)

4. Ter um chave para selecionar entre modo manual ou automático

5. Ter uma forma de alterar o valor do SetPoint quando o controlador está em

automático

6. Ter uma forma de alterar o sinal para a válvula quando o controlador está em

manual

7. Ter um modo de seleção entre ações direta e reversa do controlador

1.5- PROBLEMAS DE CONTROLE EM ENGENHARIA

Sistema

ModeloMatemático

Análise

Projeto

Implementação

Baseado nas especificaçõesde desempenho

1.6- TRANSFORMADA DE LAPLACE

• Definição

Seja

f(t) ⇒ função do tempo t com f(t) = 0 p/ t < 0

s ⇒ variável complexa

L ⇒ operador de Laplace

F(s) ⇒ transformada de Laplace de f(t)

Page 12: Sistemas de Controle e Servomecanismos

L [f(t)] = F(s) = e dtf t st( ) −∞

∫0

• Transformada de Algumas Funções Particulares

- Degrau unitário

f t( ) =≥

0 t < 01 t 0

⇒ F ss

( ) =1

- Rampa unitária

f t( ) =≥

0 t < 0t t 0

⇒ F ss

( ) =12

- Parábola unitária

f t( ) =≥

0 t < 0

t2 t 0 ⇒ F s

s( ) =

23

- Função exponencial

f t e at( ) = − ≥ t 0 ⇒ F ss a

( ) =+1

- Senóide

f t t t( ) sen= ≥ω 0 ⇒ F ss

( ) =+

ω

ω2 2

- Função pulso unitário

Page 13: Sistemas de Controle e Servomecanismos

f (t)p

1∆

t

- Função impulso unitário

f (t)i

t

δ (t)

δ( ) lim ( )t fp t=→∆ 0

Fp s sts

e s( ) = − = − −

1

0

1 1∆

∆∆ e dt

Fi s Fp s

dd

e s

dd

s

s e s

s( ) lim ( ) lim

( )lim=

→=

− −

=→

−=

∆ ∆∆

∆∆ ∆

0 0

1

01

• Propriedades da Transformada de Laplace

a) Homogeneidade

L L[ ( )] [ ( )] ( )af t a f t aF s= =

b) Aditividade

L L L[ ( ) ( )] [ ( )] [ ( )] ( ) ( )f t f t f t f t F s F s1 2 1 2 1 2± = ± = ±

c) Translação no tempo

L [ ( )] ( )f t a s− = e-as F

d) Mudança de escala de tempo

L [ ( )f F s1α

α α

=

Page 14: Sistemas de Controle e Servomecanismos

e) Translação no domínio s

L eatf t F s a( ) ( )

= −

f) Diferenciação

L dn

dtnf t snF s sn f sn f t f

n( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( )

= − − − − •− −

−1 0 2 01

...

g) Valor final

lim ( ) lim ( )t

f ts

sF s→∞

=→0

se sF(s) não tiver pólos no eixo imaginário ou semi-plano direito aberto (pólo

é valor para o qual sF s( ) → ∞

h) Valor inicial

lim ( ) lim ( )t

f ts

sF s→

=→∞0

j) Integral da convolução

L f t f dt

F s F s1 20

1 2( ) ( ) ( ) ( )−

=∫ τ τ τ

k) Integração

[ ]L f t dt F ss

fs

( ) ( ) ( )∫ = +

−1 0 onde f f t dt

t− =

=∫1 00

( ) ( )

• Transformação Inversa de Laplace (Expansão em Frações Parciais)

F s F s F s Fn s( ) ( ) ( ) ( )= + + +1 2 ...

L − = + + +11 2[ ( )] ( ) ( ) ( )F s f t f t fn t ...

Em controle:

Page 15: Sistemas de Controle e Servomecanismos

F s N sD s

N ss p s p s pn

( ) ( )( )

( )( )( ) ( )

= =− − −1 2 ...

onde p s s pn s1( ), ( ), , ( ) p2 ... polos de F(s)→

Casos:

a) Pólos reais simples

F s Cs p

Cs p

Cks pk

Cns pn

( ) =−

+−

+ +−

+ +−

11

22

... ...

[ ]Ck s pk F s s pk

= − =( ) ( ) L −−

=1 Ck

s pkCk

p tk e

b) Para um pólo de multiplicidade r

( ) ( ) ( ) ( )

Ckrs pk

rCk r

s pkr

Ck r i

s pkr i

Cks pk−

+ −

− −+ −

− −+

−( ) ( )1

11 ... +

( )Ck r i idi

dsi s pkr F s

s pk

( ) !( ) , , ,− = −

=

=1 0 1 i ... r -1

( )

L − −

− −

= −− −

11

Ck r i

s pkr i

Ck r ir i

p tk( ) ( )

( )! tr-i-1 e

c) Para um par de pólos complexos conjugados

pk j dpk j d

= +

+ = −σ ω

σ ω1

Page 16: Sistemas de Controle e Servomecanismos

Cks pk

Cks pk−

+ +− +

11

[ ]Ck s pk F s s p Ckk

= − = =( ) ( ) Ck

L −−

+ +− +

= + +1 1

12 90Ck

s pk

Cks pk

Ckt

dt Cko eσ ωsen( )