sistema de controle e monitoração de carga do modelo icônico do guindaste stalprodukter -...

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSE FRANCISCO JOSÉ RANGEL RIBEIRO MARINA DE OLIVEIRA MIELI SISTEMA DE CONTROLE E MONITORAÇÃO DE CARGA DO MODELO ICÔNICO DO GUINDASTE STALPRODUKTER Campos dos Goytacazes 2015

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Guindastes são equipamentos utilizados para a elevação e a movimentação de cargas e materiais pesados. Na indústria petrolífera offshore, esse trabalho é realizado através de guindastes hidráulicos, não só dentro dos limites da plataforma, mas também em operações com embarcações auxiliares. Este trabalho trata, especificamente, do guindaste hidráulico STALPRODUKTER, presente em algumas plataformas da PETROBRAS. O mesmo, em sua condição de máquina, está suscetível a falhas. Para evitar tais problemas, existem sistemas de intertravamento e segurança. Foi reproduzido no modelo icônico presente no laboratório, o sistema de controle e monitoração de carga do guindaste, que integra os sistemas de controle do limite de içamento e do limite de elevação da lança, já encontrados no modelo, ao sistema indicador de operação sobre a embarcação e sistema de monitoração de carga. Tendo como objetivo o impedimento de uma operação que possa causar sobrecargas nos motores e nos cabos dos guinchos.

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  • INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSE

    FRANCISCO JOS RANGEL RIBEIRO

    MARINA DE OLIVEIRA MIELI

    SISTEMA DE CONTROLE E MONITORAO DE CARGA DO MODELO ICNICO

    DO GUINDASTE STALPRODUKTER

    Campos dos Goytacazes

    2015

  • 1

    FRANCISCO JOS RANGEL RIBEIRO

    MARINA DE OLIVEIRA MIELI

    SISTEMA DE CONTROLE E MONITORAO DE CARGA DO MODELO ICNICO

    DO GUINDASTE STALPRODUKTER

    Trabalho de Concluso de Curso, apresentado ao

    Instituto Federal de Educao, Cincia e

    Tecnologia Fluminense, como parte dos

    requisitos necessrios para obteno do ttulo de

    Bacharel em Engenharia de Controle e

    Automao.

    Orientador: Prof Me. Eugenio Ferreira Naegele da

    Silva

    Coorientador: Prof Me. Edson Simes dos Santos

    Campos dos Goytacazes

    2015

  • 2

    R484s Ribeiro, Francisco Jos Rangel.

    Sistema de controle e monitorao de carga do modelo icnico do

    guindaste Stalprodukter / Francisco Jos Rangel Ribeiro, Marina de

    Oliveira Mieli 2015.

    118 f. il. color.

    Orientador: Eugnio Ferreira Naegele da Silva

    Monografia (Bacharel em Engenharia de Controle e Automao).

    Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia Fluminense

    Campus Campos Centro. Campos dos Goytacazes (RJ), 2015.

    1. 1. Guindastes, etc. 2. Mquinas para iar. 3. Mquinas elevatrias. I. Mieli, Marina de Oliveira. II. Silva, Eugnio Ferreira Naegele da

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    Biblioteca. Setor de Processos Tcnicos (IFF)

  • 3

  • 4

    A Joo Carlos de Almeida Mieli

    M.O.M.

    A Deus

    F.J.R.R.

  • 5

    Voc o que repetidamente faz. Excelncia no um

    evento, um hbito.

    Aristteles

  • 6

    RESUMO

    Guindastes so equipamentos utilizados para a elevao e a movimentao

    de cargas e materiais pesados. Na indstria petrolfera offshore, esse trabalho

    realizado atravs de guindastes hidrulicos, no s dentro dos limites da plataforma,

    mas tambm em operaes com embarcaes auxiliares. Este trabalho trata,

    especificamente, do guindaste hidrulico STALPRODUKTER, presente em algumas

    plataformas da PETROBRAS. O mesmo, em sua condio de mquina, est

    suscetvel a falhas. Para evitar tais problemas, existem sistemas de intertravamento

    e segurana. Foi reproduzido no modelo icnico presente no laboratrio, o sistema

    de controle e monitorao de carga do guindaste, que integra os sistemas de

    controle do limite de iamento e do limite de elevao da lana, j encontrados no

    modelo, ao sistema indicador de operao sobre a embarcao e sistema de

    monitorao de carga. Tendo como objetivo o impedimento de uma operao que

    possa causar sobrecargas nos motores e nos cabos dos guinchos.

    Palavras-chave: Guindaste hidrulico. Monitorao de carga. Sobrecarga.

  • 7

    ABSTRACT

    Cranes are equipments used for lifting and moving loads and heavy materials.

    In the offshore oil industry, this work is carried out through hydraulic cranes, not only

    within the limits of the platform, but also in operations with auxiliary vessels. This

    work deals specifically with the STALPRODUKTER hydraulic crane, present in some

    of PETROBRAS platforms. Like every machine, it is susceptible to failure. To avoid

    such problems, there are interlocking and security systems. The control and load

    monitoring system was developed using the iconic model present in the laboratory,

    which includes the lifting limit control and boom lifting limit systems which can be

    found in the model, the operation on vessel indicator systems and cargo monitoring

    system, aiming the prevention of an operation that can cause overloads in the motors

    and winches cables.

    Keywords: Hydraulic crane. Load monitoring. Overload.

  • 8

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Geometria do guindaste tomado como base para o projeto ....................... 17

    Figura 2: Localizao das alavancas de controle ...................................................... 18

    Figura 3: Guinchos de iamento auxiliar e principal .................................................. 19

    Figura 4: Princpio de funcionamento de um circuito hidrulico fechado de forma

    simplificada ................................................................................................................ 28

    Figura 5: Circuito hidrulico do motor ........................................................................ 29

    Figura 6: (a) Motor em torque mximo e velocidade mnima; (b) Motor em torque

    mnimo e velocidade mxima .................................................................................... 30

    Figura 7: Circuito hidrulico fechado ......................................................................... 31

    Figura 8: Motor hidrulico de pistes variveis ......................................................... 32

    Figura 9: Bomba hidrulica auxiliar ........................................................................... 33

    Figura 10: (a) Alavanca de controle; (b) Localizao da alavanca de controle da

    lana e do giro ........................................................................................................... 33

    Figura 11: Localizao do boto seletor dos guinchos .............................................. 35

    Figura 12: Diagrama ladder do sistema seletor de guinchos ..................................... 35

    Figura 13: Localizao do sensor limite de cabo frouxo ............................................ 36

    Figura 14: Foto com a localizao do boto para determinao da posio do

    gancho e display ....................................................................................................... 36

    Figura 15: Localizao do encoder nos guinchos auxiliar e principal ........................ 37

    Figura 16: Localizao das clulas de carga dos guinchos auxiliar e principal ......... 37

    Figura 17: Clula de carga instalada no parafuso de cisalhamento do guincho

    auxiliar ....................................................................................................................... 38

    Figura 18: Localizao dos botes homem morto ..................................................... 39

    Figura 19: Vlvula direcional com solenoide HY 112 desenergizado ........................ 40

  • 9

    Figura 20: Console de controle da cabine do operador ............................................. 41

    Figura 21: Modelo icnico do guindaste STALPRODUKTER.................................... 42

    Figura 22: Localizao dos sensores instalados no modelo icnico ......................... 43

    Figura 23: Ponte de Wheatstone ............................................................................... 44

    Figura 24 : Clula de carga ....................................................................................... 45

    Figura 25: Diagrama ilustrativo do circuito amplificador ............................................ 46

    Figura 26: Implementao do circuito amplificador ................................................... 46

    Figura 27: Encoder .................................................................................................... 47

    Figura 28: Sinais fornecidos por um encoder quadrature. ......................................... 47

    Figura 29: (a) ilustrao do potencimetro; (b) diagrama representativo do circuito

    interno do potencimetro ........................................................................................... 49

    Figura 30: Potencimetro .......................................................................................... 50

    Figura 31: Fonte de alimentao da clula de carga e do sensor de ngulo da lana

    .................................................................................................................................. 50

    Figura 32: Placa de aquisio ................................................................................... 51

    Figura 33: Diagrama de blocos de uma cadeia de processamento ........................... 51

    Figura 34: Sensor de incio de curso do cabo de iamento do guincho auxiliar ........ 55

    Figura 35: Sensor de fim de curso do cabo de iamento do guincho auxiliar............ 56

    Figura 36: Solenoide HY 101/102 da vlvula ............................................................ 56

    Figura 37: Boto de by-pass para o sistema de iamento do guincho auxiliar .......... 57

    Figura 38: Sensor de limite superior da lana ........................................................... 58

    Figura 39: Batente amortecedor da lana ................................................................. 58

    Figura 40: Sensores de limite inferior da lana ......................................................... 59

    Figura 41: Solenoide HY 105 e HY 106 da vlvula ................................................... 59

    Figura 42: Boto de by-pass para sensor de limite inferior mximo da lana ........... 60

  • 10

    Figura 43: (a) Operao sobre a plataforma; (b) operao sobre a embarcao ...... 61

    Figura 44: Detalhe do sistema indicador de operao sobre a embarcao no

    supervisrio ............................................................................................................... 62

    Figura 45: Boto de acionamento do freio de iamento do guindaste original .......... 63

    Figura 46: Altura relativa e absoluta da carga ........................................................... 64

    Figura 47: Diagrama de blocos do sistema implementado no LabVIEW Sistema de

    controle e monitorao de carga ............................................................................... 65

    Figura 48: Detalhe do diagrama de blocos com destaque do sistema indicador de

    operao sobre a embarcao .................................................................................. 66

    Figura 49: Parmetros do sistema indicador de operao sobre a embarcao na

    IHM ............................................................................................................................ 67

    Figura 50: Detalhe do boto seletor da altura da onda do guindaste original............ 71

    Figura 51: Detalhe do boto virtual seletor da altura da onda do modelo icnico ..... 71

    Figura 52: Diagrama de blocos do sistema de controle e monitorao de carga do

    modelo....................................................................................................................... 73

    Figura 53: Parmetros do sistema de monitorao de carga na IHM ....................... 74

    Figura 54: Movimentao do guindaste em caso de sobrecarga .............................. 75

    Figura 55: Representao do sistema hidrulico do modelo ..................................... 76

    Figura 56: Representao do circuito eltrico do modelo.......................................... 77

    Figura 57: Diagrama de intertravamento do CLP ...................................................... 78

    Figura 58: Detalhe do circuito hidrulico com destaque para as vlvulas que

    representam a alavanca de controle ......................................................................... 79

    Figura 59: Circuito hidrulico Simulao dos movimentos da lana e do guincho

    situao 1 .................................................................................................................. 80

  • 11

    Figura 60: Circuito hidrulico Simulao dos movimentos da lana e do guincho

    situao 2 .................................................................................................................. 81

    Figura 61: Detalhe do circuito hidrulico com destaque para a vlvula homem morto

    .................................................................................................................................. 82

    Figura 62: Alavanca de controle com indicao do boto homem morto presentes no

    modelo icnico .......................................................................................................... 83

    Figura 63: Circuito eltrico acionamento do boto homem morto .......................... 84

    Figura 64: Diagrama do CLP Acionamento do boto homem morto ...................... 85

    Figura 65: Circuito hidrulico - Acionamento do boto homem morto ....................... 85

    Figura 66: Circuito hidrulico - Acionamento da alavanca de controle ...................... 86

    Figura 67: Circuito eltrico Acionamento do sensor de limite superior da lana .... 88

    Figura 68: Diagrama do CLP Acionamento do sensor de limite superior da lana . 89

    Figura 69: Circuito hidrulico Acionamento do sensor de limite superior da lana . 89

    Figura 70: Circuito eltrico Acionamento do sensor de fim de curso do cabo do

    guincho auxiliar ......................................................................................................... 91

    Figura 71: Diagrama do CLP Acionamento do sensor de fim de curso do cabo do

    guincho auxiliar ......................................................................................................... 92

    Figura 72: Circuito hidrulico Acionamento do sensor de fim de curso do cabo do

    guincho auxiliar ......................................................................................................... 92

    Figura 73: Circuito Hidrulico Acionamento do sensor do limite de fim de curso do

    cabo do guincho auxiliar com movimentao simultnea do motor da lana ............ 93

    Figura 74: Circuito eltrico Acionamento do boto de by-pass para o sistema de

    movimentao da lana............................................................................................. 95

    Figura 75: Diagrama do CLP Acionamento do boto de by-pass para o sistema de

    movimentao da lana............................................................................................. 96

  • 12

    Figura 76: Circuito hidrulico Acionamento do boto de by-pass para o sistema de

    movimentao da lana............................................................................................. 96

    Figura 77: Circuito eltrico Acionamento do boto de by-pass para o sistema de

    movimentao do guincho auxiliar ............................................................................ 98

    Figura 78: Diagrama do CLP Acionamento do boto de by-pass para o sistema de

    movimentao do guincho auxiliar ............................................................................ 99

    Figura 79: Circuito hidrulico Acionamento do boto de by-pass para o sistema de

    movimentao do guincho auxiliar ............................................................................ 99

    Figura 80: Representao do sistema hidrulico modificado do modelo ................ 101

    Figura 81: Vlvula de reteno pilotada 1 ............................................................... 102

    Figura 82: Vlvula de reteno pilotada 2 ............................................................... 102

    Figura 83: Detalhe do solenoide HY 103 da vlvula direcional ............................... 103

    Figura 84: Representao do sistema eltrico modificado do modelo .................... 104

    Figura 85: Diagrama de intertravamento do CLP modificado .................................. 106

    Figura 86: Diagrama ilustrativo do circuito amplificador do sinal proveniente do

    sistema de monitorao de carga ........................................................................... 107

    Figura 87: Circuito amplificador do sinal proveniente do sistema de monitorao de

    carga implementado ................................................................................................ 108

    Figura 88: Circuito eltrico Situao de sobrecarga ............................................. 109

    Figura 89: Diagrama do CLP Situao de sobrecarga ......................................... 110

    Figura 90: Circuito hidrulico - Situao de sobrecarga .......................................... 110

    Figura 91: Circuito hidrulico situao de sobrecarga sentido de movimentao

    impedido .................................................................................................................. 111

    Figura 92: Circuito hidrulico situao de sobrecarga sentido de movimentao

    permitido.................................................................................................................. 112

  • 13

    Figura 93: Circuito eltrico Acionamento do by-pass do sistema de monitorao de

    carga ....................................................................................................................... 114

    Figura 94: Diagrama do CLP Acionamento do by-pass do sistema de monitorao

    de carga .................................................................................................................. 115

    Figura 95: Circuito hidrulico Acionamento do by-pass do sistema de monitorao

    de carga .................................................................................................................. 115

    Figura 96: IHM do sistema de controle e monitorao de carga ............................. 116

    Figura 97: IHM do guindaste original ....................................................................... 117

    Figura 98: IHM desenvolvida para o modelo icnico ............................................... 117

  • 14

    SUMRIO

    SUMRIO .................................................................................................................. 14

    1. CONCEITOS ...................................................................................................... 17

    1.1. GEOMETRIA DO GUINDASTE .................................................................... 17

    1.2. ALAVANCAS DE CONTROLE ..................................................................... 18

    1.3. ALTURA DA LANA .................................................................................... 18

    1.4. NGULO CRTICO ...................................................................................... 18

    1.5. NGULO DA LANA ................................................................................... 18

    1.6. GUINCHOS .................................................................................................. 18

    1.7. OPERADOR ................................................................................................. 19

    1.8. RAIO DE CARGA ......................................................................................... 19

    2. INTRODUO .................................................................................................... 20

    2.1. APRESENTAO ........................................................................................ 20

    2.2. JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 21

    2.3. OBJETIVOS GERAIS ................................................................................... 21

    2.4. OBJETIVOS ESPECFICOS ........................................................................ 22

    3. METODOLOGIA ................................................................................................. 23

    4. TIPOS DE GUINDASTES E ASPECTOS GERAIS ............................................ 24

    4.1. CONTEXTO HISTRICO............................................................................. 24

    4.2. GUINDASTE HIDRULICO ......................................................................... 25

    4.2.1. Sistemas Hidrulicos ............................................................................. 25

    4.2.2. Caractersticas Dos Sistemas Hidrulicos ............................................. 25

    5. O GUINDASTE STALPRODUKTER ................................................................... 27

    5.1. SISTEMAS HIDRULICOS DO GUINDASTE.............................................. 27

    5.1.1. Sistema Hidrulico Da Lana................................................................. 32

    5.1.2. Sistema Hidrulico Dos Guinchos ......................................................... 34

    5.2. SISTEMAS DE SEGURANA E INTERTRAVAMENTO .............................. 38

  • 15

    5.2.1. Freios ..................................................................................................... 38

    5.2.2. Funo Homem Morto ........................................................................... 39

    5.2.3. Proteo Contra Sobrecarga ................................................................. 40

    5.2.4. Incio e Fim De Curso ............................................................................ 40

    5.2.5. Alertas e Alarmes .................................................................................. 40

    6. COMPONENTES DO PROJETO ....................................................................... 42

    6.1. MODELO ...................................................................................................... 42

    6.2. SENSORES ................................................................................................. 42

    6.2.1. Clula De Carga .................................................................................... 43

    6.2.2. Encoder ................................................................................................. 46

    6.2.3. Potencimetro ........................................................................................ 48

    6.3. ALIMENTAO DA CLULA DE CARGA E DO SENSOR DE NGULO DA

    LANA ................................................................................................................... 50

    6.4. DISPOSITIVOS DE AQUISIO DE DADOS.............................................. 51

    6.5. SOFTWARE DE AQUISIO DE DADOS, PROCESSAMENTO E

    SUPERVISRIO .................................................................................................... 52

    7. SISTEMA DE CONTROLE E MONITORAO DO GUINDASTE ...................... 53

    7.1. TABELA DE ALOCAO ............................................................................. 53

    7.2. SISTEMA DE CONTROLE DO LIMITE DE IAMENTO .............................. 55

    7.3. SISTEMA DE CONTROLE DO LIMITE DE ELEVAO DA LANA ........... 57

    7.4. SISTEMA INDICADOR DE OPERAO SOBRE A EMBARCAO .......... 60

    7.4.1. Descrio ............................................................................................... 60

    7.4.2. Atuao.................................................................................................. 62

    7.4.3. Implementao ...................................................................................... 63

    7.5. SISTEMA DE MONITORAO DE CARGA ................................................ 68

    7.5.1. Descrio ............................................................................................... 68

    7.5.2. Atuao.................................................................................................. 69

    7.5.3. Implementao ...................................................................................... 70

  • 16

    7.6. INTERTRAVAMENTO DO GUINDASTE ..................................................... 76

    7.6.1. Implementao No Modelo Icnico ........................................................ 76

    7.6.2. Intertravamento Atravs Do Sistema Homem Morto ............................. 81

    7.6.3. Intertravamento Atravs Dos Sistemas De Controle Do Limite De

    Iamento e De Elevao Da Lana .................................................................... 86

    7.6.4. Intertravamento Atravs Do Sistema De Monitorao De Carga......... 100

    7.7. INTERFACE HOMEM-MQUINA (IHM) .................................................... 116

    8. CONCLUSO ................................................................................................... 118

    9. REFERNCIAS ................................................................................................ 119

  • 17

    1. CONCEITOS

    Para os propsitos deste trabalho, foram adotados os termos e definies a

    seguir.

    1.1. GEOMETRIA DO GUINDASTE

    A geometria do projeto representada pela Figura 1.

    Figura 1: Geometria do guindaste tomado como base para o projeto

    Fonte: Autores

  • 18

    1.2. ALAVANCAS DE CONTROLE

    Alavancas do tipo joystick hidrulico, com funes de acionamento do giro e

    abaixamento e elevao da lana e movimento dos cabos de iamento, situadas

    esquerda e direita do assento do operador, Figura 2.

    Figura 2: Localizao das alavancas de controle

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

    1.3. ALTURA DA LANA

    Altura da ponta da lana em relao ao eixo horizontal da plataforma.

    1.4. NGULO CRTICO

    Mnimo ngulo da lana permitido para operaes do guindaste em funo da

    carga admissvel de acordo com as tabelas de carga.

    1.5. NGULO DA LANA

    ngulo de inclinao da lana em relao ao eixo vertical da lana.

    1.6. GUINCHOS

    Guinchos de sustentao dos cabos auxiliar, principal e da lana, Figura 3.

  • 19

    Figura 3: Guinchos de iamento auxiliar e principal

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

    1.7. OPERADOR

    Profissional de movimentao de carga. Engenheiro ou tcnico com

    treinamento especfico reconhecido.

    1.8. RAIO DE CARGA

    Raio atual de alcance da carga em relao aos guinchos auxiliar e principal.

  • 20

    2. INTRODUO

    2.1. APRESENTAO

    Guindastes so equipamentos utilizados para a elevao e a movimentao

    de cargas e materiais pesados, usando o princpio da fsica no qual uma ou mais

    mquinas simples transformam algum tipo de energia em energia mecnica para

    mover cargas alm da capacidade humana. So comumente empregados nas

    indstrias, terminais porturios e aeroporturios, onde se exige grande mobilidade

    no manuseio de cargas e transporte de uma fonte primria embarcao, trem ou

    elemento de transporte primrio, para uma fonte secundria, um veculo de

    transportes ou depsito local. Pode descarregar e carregar containeres, organizar

    material pesado em grandes depsitos, movimentar cargas pesadas na construo

    civil e na indstria petrolfera.

    Na indstria petrolfera offshore, os guindastes so de fundamental

    importncia. As plataformas esto situadas em alto mar, necessitando ser

    abastecidas com suprimentos alimentcios, equipamentos, produtos qumicos, dentre

    outros. A forma mais vivel, logstica e financeiramente, de faz-lo, devido

    distncia da costa, por meio de operaes com embarcaes. As embarcaes

    que realizam este trabalho, normalmente, no possuem guindaste, portanto, os

    guindastes das plataformas so responsveis pela movimentao dessas cargas.

    O equipamento a ser tratado neste trabalho o Guindaste Hidrulico

    STALPRODUKTER, presente em diversas plataformas de produo de petrleo da

    PETROBRAS. O guindaste hidrulico, assim como todo equipamento, est

    suscetvel a falhas, sejam elas de natureza mecnica, por exemplo, o aquecimento

    de leo hidrulico, ou de natureza operacional, como acionamento indevido. Para

    evitar tais falhas, existem sistemas de intertravamento e segurana, dentre os quais

    podemos citar o sistema de controle do limite de iamento, de elevao da lana,

    sistema indicador de operao sobre embarcao e sistema de monitorao de

    carga que, juntos, compe o sistema de controle e monitorao do guindaste, entre

    outros sistemas como o de homem morto, de freios, seleo de guinchos e

    emergncia.

  • 21

    O sistema reproduzido ser o de controle e monitorao de carga do

    guindaste, composto por quatro subsistemas citados anteriormente, dentre os quais

    os sistemas de controle do limite de iamento e do limite de elevao da lana j se

    encontram instalados no modelo icnico. Ser implementado o sistema de controle e

    monitorao do guindaste, que ir integrar os sistemas j encontrados no modelo e

    outros dois sistemas desenvolvidos no decorrer deste trabalho, os sistemas

    indicador de operao sobre a embarcao e o sistema de monitorao de carga,

    com o objetivo de impedir uma operao que possa causar sobrecargas nos

    motores e nos cabos dos guinchos, o que poder ocasionar danos estrutura do

    guindaste.

    2.2. JUSTIFICATIVA

    Atualmente, para monitorao de carga do guindaste STALPRODUKTER, o

    CLP (Controlador Lgico Programvel) da empresa Saia Burgess, modelo SAIA

    PCD4 com mdulos, vem sendo utilizado. Esses mdulos, porm, encontram-se

    obsoletos, no havendo mais reposio disponvel no mercado. Alm disto, o

    software utilizado para programao apresenta linguagem de baixo nvel, o que

    dificulta a interpretao do programa.

    Unindo a dificuldade de manuteno dificuldade de interpretao do

    programa, houve a necessidade de criar uma segunda alternativa para substituio

    do CLP Saia Burgess por um de fabricao nacional, facilitando futuras

    manutenes e correes no sistema de controle e monitorao dos guindastes

    existentes nas plataformas PETROBRAS.

    2.3. OBJETIVOS GERAIS

    O objetivo desde trabalho implementar o sistema de controle e monitorao

    no modelo icnico do guindaste STALPRODUKTER presente no laboratrio de

    Eletro-hidrulica do Instituto Federal Fluminense. Este sistema consiste na

    integrao de quatro principais subsistemas: o sistema de controle do limite de

    iamento, sistema de controle do limite de elevao da lana, sistema indicador de

    operao sobre a embarcao e sistema de monitorao de carga, os dois

  • 22

    primeiros, porm, j se encontram instalados no modelo e sero integrados aos

    outros dois sistemas desenvolvidos.

    2.4. OBJETIVOS ESPECFICOS

    Construir uma interface homem-mquina (IHM) que possibilite ao operador o

    acompanhamento das operaes;

    Determinar o comprimento do cabo do guincho;

    Indicar a angulao instantnea da lana;

    Indicar o tipo de operao realizada, operao sobre a embarcao ou sobre a

    plataforma;

    Determinar a carga admissvel pelo guindaste;

    Intertravar o guindaste, caso a carga ultrapasse os limites permitidos.

  • 23

    3. METODOLOGIA

    Para o funcionamento dos sistemas de monitorao de carga e indicador de

    operao sobre a embarcao, preciso determinar o comprimento do cabo do

    guincho, o ngulo da lana e a carga iada pelo guincho auxiliar. Para tal, sero

    instalados sensores de rotao, encoder quadrature e pontencimetro, e uma clula

    de carga.

    O encoder e o potencimetro sero instalados no guincho auxiliar e no eixo

    da lana, respectivamente, para leitura do comprimento do cabo e ngulo da lana.

    No guincho auxiliar, tambm ser instalada uma clula de carga para que seja

    possvel calcular a carga iada pelo cabo do guincho auxiliar.

    Os sensores de rotao e de carga estaro em comunicao com a Placa

    DAQ, cuja funo, enviar esses sinais ao software. A partir da obteno destes

    parmetros, sero efetuados os ajustes e clculos necessrios, com o auxilio da

    ferramenta LabVIEW, que determinaro o tipo de operao realizada, operao

    sobre a plataforma ou sobre a embarcao. Com isso, a carga admissvel pelo

    guindaste ser encontrada. A ferramenta, ento, enviar um sinal para o Controlador

    Lgico Programvel (CLP), que far o intertravamento previamente programado no

    mesmo, juntamente com o sistema eletro hidrulico do modelo, impedindo que o

    guindaste seja submetido a uma carga acima da permitida pelo sistema.

    Para a criao de uma interface homem-mquina (IHM), tambm ser

    utilizado o LabVIEW, que possibilitar o acompanhamento das operaes a partir

    de uma tela, onde estaro sinalizadas: a porcentagem da carga de trabalho, carga

    no gancho, raio da carga, carga segura de trabalho para iamento em plataforma ou

    em embarcao auxiliar.

  • 24

    4. TIPOS DE GUINDASTES E ASPECTOS GERAIS

    4.1. CONTEXTO HISTRICO

    Guindastes so equipamentos utilizados para movimentao e elevao de

    cargas e, desde muito tempo, tm importante papel em grandes construes.

    (RIBEIRO, 2014)

    O guindaste com o propsito de mover cargas pesadas, foi criado pelos

    gregos antigos, nos idos do sculo 6 a.C. A primeira vez que este equipamento

    apareceu em algum livro, foi na obra Problemas Mecnicos, de Aristteles. Embora

    se conhea, com alguma preciso, a poca em que foram inventados, ainda no se

    sabe muito bem em que circunstncias isso ocorreu e tambm no h registros

    especficos de como ou a razo para tal. Especialistas sugerem a hiptese de que o

    ambiente intelectual grego daquela poca era bastante avanado e propcio para os

    clculos matemticos e estudos da fsica.

    Na Roma antiga houve uma poca em que a atividade da construo civil

    alcanou patamares no imaginados at ento. Segundo Ribeiro (2014), os romanos

    adotaram as formas de guindastes gregos para depois aperfeio-las. Foi a poca

    de ouro do guindaste, que foi registrada em documentos especficos de engenharia

    da poca. Presume-se que os engenheiros romanos da poca foram capazes de

    realizar movimentao de cargas de peso extremamente alto.

    Na idade mdia, no s a tcnica do guindaste havia se espalhado pela

    Europa, mas tambm o aperfeioamento e incorporao de influncias por parte de

    cada povo. Alm disso, comeou-se a usar guindastes em navegaes e para

    movimentaes de cargas que no estavam necessariamente ligadas construo

    civil. Na Inglaterra, h registros de uma forma mais avanada do guindaste a partir

    de 1331.

    Em 1586, na chamada era moderna, uma grua similar ao modelo dos

    romanos passou a ser usada com timos resultados. Tornou-se bvio que o ato de

    puxar a estrutura por meio da coordenao de vrios homens, era uma tarefa que

    exigia bastante concentrao e disciplina. Alguns tipos de guindastes passaram a

    ser usados, inclusive, de maneira individual. Com a revoluo industrial, os primeiros

    guindastes modernos, mais parecidos com os utilizados atualmente, comearam a

  • 25

    ser instalados nos principais portos do mundo. O sucesso do guindaste hidrulico

    causou uma verdadeira revoluo e o sistema passou a ser utilizado tambm em

    pontes.

    4.2. GUINDASTE HIDRULICO

    4.2.1. Sistemas Hidrulicos

    De acordo com Linsingen (2003), os sistemas hidrulicos so baseados em

    um conceito simples: a transmisso e controle de foras atravs de um fluido. Assim,

    por meio da converso e condicionamento da energia de entrada, sendo esta

    geralmente eltrica ou trmica, obtm-se uma energia mecnica til na sada.

    Parte da energia utilizada em processos hidrulicos dissipada devido s

    caractersticas fsicas e comportamentais dos componentes e do fluido. Devido a

    isso, para melhor desempenho do sistema hidrulico, necessrio que as

    caractersticas do fluido sejam preservadas. Temperatura e nvel de contaminao,

    por exemplo, so fatores que devem ser mantidos em seus valores padres, pois ao

    longo do processo essas caractersticas podem ser alteradas devido a influncias do

    meio.

    4.2.2. Caractersticas Dos Sistemas Hidrulicos

    Os sistemas hidrulicos possuem caractersticas que os tornam

    especialmente recomendados para uma srie de aplicaes, No entanto, tambm

    apresentam limitaes que devem ser consideradas. (LINSINGEN, 2003)

    Nos guindastes, as principais vantagens da aplicao de sistemas hidrulicos

    em relao aos demais so:

    Baixa relao peso/potncia, ou seja, transmisso de grandes foras e

    torques elevados com dimenses relativamente reduzidas;

    Resposta rpida inverso de movimento sob carga, devido aos baixos

    momentos de inrcia;

    Adaptao automtica de fora ou torque;

    Segurana eficaz contra sobrecargas, atravs do uso de vlvulas limitadoras

    de presso;

  • 26

    Possvel combinao com sistemas mecnicos, eltricos e pneumticos;

    Possibilidade de utilizao sob condies ambientais adversas, desde que

    tomadas as devidas medidas de segurana.

    Apesar de suas vantagens, devem ser tomados alguns cuidados, pois o fluido

    hidrulico pode perder potncia, devido s perdas de carga nas linhas e nos

    componentes, causando vazamentos e alteraes na temperatura do fluido, o que

    pode comprometer as condies operacionais desses sistemas.

  • 27

    5. O GUINDASTE STALPRODUKTER

    Recentemente adquirida pela NOV (National-Oilwel Varco), a

    STALPRODUKTER foi lder em suprimentos de guindastes em portos Noruegueses

    e na indstria de manufatura por quase cinquenta anos.

    Inicialmente, seu mercado era voltado para a indstria pesqueira. Desde o

    incio dos anos 1980, porm, a empresa ganhou posio, tornando-se o principal

    fornecedor para a indstria offshore Norueguesa.

    Seu primeiro guindaste foi construdo em 1975, inicialmente destinado para

    uso em plataformas mveis. Desde 1985, a empresa passou a fornecer guindastes

    para plataformas fixas na Noruega de forma regular. Posteriormente, em 1988, o

    guindaste hidrulico de alta presso offshore ganhou um rpido crescimento no

    mercado.

    O equipamento a ser tratado neste trabalho o Guindaste Hidrulico

    STALPRODUKTER, presente em diversas plataformas de produo de petrleo da

    PETROBRAS (P-32, P-33, P-35, P-37, P-47).

    5.1. SISTEMAS HIDRULICOS DO GUINDASTE

    De acordo com Guimares, Da Silva e Cardoso (2013), o sistema hidrulico

    do guindaste tema deste trabalho possui quatro circuitos: um circuito auxiliar e trs

    principais para acionamento dos guinchos, da lana e do giro.

    Os circuitos hidrulicos principais do guindaste so do tipo circuito fechado

    (transmisso hidrosttica). A Figura 4 ilustra o princpio de funcionamento de um

    circuito fechado, de forma simplificada.

  • 28

    Figura 4: Princpio de funcionamento de um circuito hidrulico fechado de forma simplificada

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

    No circuito apresentado na Figura 4, o fluxo de sada do motor hidrulico (1)

    conduzido diretamente suco da bomba hidrulica (2), o sentido de giro do motor

    hidrulico determinado pelo sentido do fluxo da bomba. Atravs do movimento

    axial dos pistes em relao ao eixo central, o fluxo de leo da bomba

    infinitamente varivel. A partir da inclinao do prato que une os pistes (dispositivo

    interno bomba), pode-se modificar a vazo ou reverter o sentido do fluxo. O

    deslocamento do prato controlado por vlvulas proporcionais, sendo seu ngulo

    levado ao mximo quando a alavanca de controle atinge o mximo de sua deflexo,

    com isso, a bomba ter seu ngulo levado ao mximo. Consequentemente, quando

    a alavanca de controle se encontra na posio neutra (central), a vazo da bomba

    ser zero e o motor estar parado. A reverso no sentido do fluxo se d inclinando-

    se o prato com relao posio central.

    O controle de potncia tem a funo de ajustar o deslocamento da mquina hidrosttica de tal forma que a potncia requerida no eixo seja mantida constante, independentemente da presso de trabalho imposta pelas condies de carregamento do sistema. (LINSINGEN, 2003)

    Como visto na Figura 4, o deslocamento de cada motor controlado pela

    posio da alavanca de comando e pela presso no sistema. Quando a alavanca

    alcana seu mximo curso, a bomba estar sempre em mximo deslocamento. O

    deslocamento do motor ser mnimo quando a alavanca de comando estiver em seu

    mximo curso. Entretanto, o ngulo mnimo do motor limitado a uma presso

    mxima pr-estabelecida para os sistemas.

  • 29

    Quando a presso atinge o valor limite, o motor limitar o deslocamento para

    manter a presso constante, mantendo, assim, uma potncia constante da bomba.

    Aumentando-se a carga externa no motor alm do ponto em que o motor

    necessita seu mximo deslocamento para manter a presso, a presso do sistema e

    a potncia da bomba iro aumentar. Isto ocorrer normalmente prximo ao mximo

    torque do motor.

    Todas as transmisses so dotadas de vlvulas para limitao da presso do

    leo a um valor pr-determinado. Se a presso do sistema exceder um valor limite

    pr-estabelecido (presso de corte do motor), a reduo do deslocamento do motor

    ir cessar (torque equalizado) e um movimento posterior da alavanca comandar

    apenas o deslocamento da bomba.

    As velocidades dos motores hidrulicos de cada sistema so determinadas

    pelo controle de vazo de suas respectivas bombas, permitindo que os motores

    hidrulicos sejam acionados com infinitas velocidades, sendo mantida constante a

    rotao do motor eltrico, Figura 5.

    Figura 5: Circuito hidrulico do motor

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

    No circuito do motor da lana, por exemplo, o variador (cilindro de dupla ao)

    em conjunto com as duas vlvulas direcionais, proporcionais com piloto hidrulico,

    3/2 vias realizam a regulagem da potncia.

  • 30

    O deslocamento do motor determinado pela presso no sistema e pela

    posio da alavanca de controle. Tal deslocamento automaticamente ajustado

    para atender ao torque desejado, Figura 5.

    Movendo-se a alavanca de controle da posio neutra at o mximo, o

    deslocamento da bomba ser aumentado proporcionalmente. A alavanca na posio

    mxima significa mxima vazo disponvel. Pelo mesmo tipo de movimento da

    alavanca, os motores diminuiro seu deslocamento at um mnimo. Figura 6 (a) e

    (b).

    Figura 6: (a) Motor em torque mximo e velocidade mnima; (b) Motor em torque mnimo e velocidade

    mxima

    (a) (b)

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

    Quando a alavanca de controle movida para fora de sua posio neutra, o

    motor hidrulico sempre parte com torque mximo, Figura 6 (a), (mximo

    deslocamento e mnima velocidade), e, ento, se ajusta para o torque

    (deslocamento) necessrio para equilibrar a carga. A velocidade ajustada com o

    torque, para manter a potncia constante. A velocidade de movimentao da lana

    , portanto realizada pela alavanca de controle do operador, isto , quando move-se

    a mesmo da posio neutra at a mxima, o deslocamento da bomba ser

    aumentado de forma proporcional. A alavanca na posio mxima significa mxima

    vazo disponvel na bomba. Pelo mesmo tipo de movimento da alavanca, os

    motores diminuiro seu deslocamento at o mnimo (mnimo deslocamento e

    mxima velocidade), Figura 6 (b).

    Com esta forma de controle, busca-se evitar que a potncia instalada no

    seja ultrapassada, protegendo o equipamento. (LINSINGEN, 2003)

  • 31

    O movimento de elevar ou descer a lana controlado pelo movimento para

    frente ou para trs da alavanca de controle joystick. A velocidade do cabo de

    elevao ou descida da lana proporcional ao movimento do joystick, sendo

    limitada pelo sistema hidrulico, de modo a ter-se potncia constante. Portanto, a

    velocidade mxima do cabo e consequentemente da lana, cair gradualmente,

    conforme aumente a carga no cabo, acima de uma dada carga.

    A prpria lana ir pressurizar o sistema quanto o freio for liberado. Isso ir

    ocorrer cada vez que a alavanca de controle for movida para fora do neutro, aps ter

    estado nesta posio por alguns segundos. A magnitude da queda ir depender do

    ngulo da lana e da carga (queda normal menor que 5 mm, medidos no flange do

    tambor).

    importante notar que o freio estar aplicado somente, e apenas somente,

    quando a alavanca de controle (joystick) estiver na posio neutra. A soluo mais

    segura, se o movimento de elevao da lana parecer fora de controle, deixar a

    alavanca dirigir-se para o neutro.

    Alm da bomba principal, tambm utilizada uma bomba de deslocamento

    fixo, tambm conhecido como bomba auxiliar ou bomba de recalque, que pode ser

    observada na Figura 7, que representa a ilustrao de um circuito fechado completo.

    Figura 7: Circuito hidrulico fechado

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

  • 32

    Observa-se na Figura 7 a bomba de recalque (3), que responsvel por

    compensar vazamentos nas vlvulas, bombas e motor. Suprido a partir de um

    reservatrio de leo hidrulico, o circuito de leo de recalque, sob presso, abastece

    o sistema de iamento com leo limpo e resfriado. Se rupturas nas mangueiras

    acontecerem, o freio ser ativado automaticamente devido baixa presso nas

    linhas. A proteo contra sobrecarga proporcionada por vlvulas limitadoras de

    presso (4).

    5.1.1. Sistema Hidrulico Da Lana

    O sistema hidrulico de movimento vertical da lana realizado atravs de

    um nico motor hidrulico de pistes variveis (A6VM160HD), Figura 8. O

    acionamento deste motor realizado em circuito fechado por uma bomba hidrulica

    de pistes axiais com deslocamento varivel e reversvel, semelhante do sistema

    de giro. O acionamento da bomba realizado por um variador hidrulico,

    comandado por uma alavanca de controle. O circuito complementado por um bloco

    de liberao do freio e por um bloco de emergncia, que permite a execuo de

    todos os movimentos da lana, um por vez, em caso de falha no motor eltrico.

    Figura 8: Motor hidrulico de pistes variveis

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

    A bomba hidrulica auxiliar, Figura 9, do tipo deslocamento varivel com

    pistes axiais para circuito aberto, responsvel por suprir o circuito principal do giro e

  • 33

    da lana, responsvel pela reposio de leo devido a vazamentos das vlvulas,

    bombas e motores e est acoplada ao eixo da bomba principal do sistema da lana.

    Figura 9: Bomba hidrulica auxiliar

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

    A alavanca de controle do tipo joystick hidrulico e se localiza esquerda

    do assento do operador, Figura 10 (a) e (b). Possui as funes de acionamento

    dos movimentos de abaixamento e elevao da lana e do giro. Ela atua

    diretamente num conjunto de vlvulas hidrulicas situadas abaixo do assento do

    operador, direcionando um sinal hidrulico para o variador, conforme se deseja o

    sentido do movimento.

    Figura 10: (a) Alavanca de controle; (b) Localizao da alavanca de controle da lana e do giro

    (a) (b)

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

  • 34

    A elevao ou abaixamento da lana so controlados pelo movimento de

    avano e retorno da alavanca de controle. A velocidade do cabo de elevao ou

    descida da lana proporcional ao movimento da alavanca, sendo limitada pelo

    sistema hidrulico, de modo a ter-se potncia constante. Portanto, a velocidade

    mxima do cabo e, consequentemente, da lana cair de forma gradual, conforme

    aumente a carga no cabo, acima de uma dada carga.

    Como visto no tpico 5.1 SISTEMAS HIDRULICOS DO GUINDASTE, esta

    alavanca tambm possui um circuito hidrulico de segurana que pressuriza o

    sistema e libera o freio somente quando a alavanca de controle movida para fora

    da posio neutra (centro). Portanto, se o movimento de elevao ou abaixamento

    da lana parecer fora de controle, a soluo mais segura deixar a alavanca se

    dirigir para a posio neutra, pois nesta posio o freio estar acionado e o sistema

    despressurizado.

    5.1.2. Sistema Hidrulico Dos Guinchos

    O guindaste dotado de um guincho auxiliar e um principal, cujos motores

    hidrulicos so de deslocamento varivel, pisto axial cnico, eixo articulado para

    circuito fechado e deslocamento fixo, pisto axial cnico, eixo articulado para circuito

    fechado, respectivamente. A partir da cabine do operador, atravs de um boto

    eltrico, Figura 11, pode-se selecionar o guincho a ser utilizado, auxiliar (bola-peso)

    ou principal (moito). Este boto acionar uma memria auxiliar, que desabilita a

    linha do guincho principal (contato normal fechado acionado) e, consequentemente,

    habilita a linha do guincho auxiliar (contato normal aberto acionado), Figura 12. A

    bomba do circuito hidrulico dos guinchos possui as mesmas caractersticas da

    bomba do circuito da lana, com pistes axiais e deslocamento varivel e reversvel.

  • 35

    Figura 11: Localizao do boto seletor dos guinchos

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

    Figura 12: Diagrama ladder do sistema seletor de guinchos

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

    O iamento controlado pelo movimento para frente e para trs da alavanca

    de controle de iamento, situada direita do assento do operador, Figura 2. Os

    guinchos de carga so equipados com interruptores (sensores) limites de cabo

    frouxo, Figura 13.

  • 36

    Figura 13: Localizao do sensor limite de cabo frouxo

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

    Em caso de uma carga ficar suportada em algum lugar e o operador continuar

    liberando o cabo por qualquer motivo o sensor de cabo frouxo ser ativado,

    bloqueando o funcionamento da alavanca de controle.

    A posio do gancho (extremidade do cabo do guincho auxiliar), tambm

    denominado gato, determina o tipo de operao realizada, sobre a plataforma ou

    sobre a embarcao. O sistema dos guinchos possui, ento, um display que

    apresenta, de acordo com o boto seletor, as posies absoluta e relativa do

    gancho, o display o mesmo para o iamento principal e auxiliar e, em ambos os

    casos, a altura do gancho compensada pela inclinao da lana. No destaque da

    Figura 14, pode-se observar o display, esquerda, e o boto seletor, direita.

    Figura 14: Foto com a localizao do boto para determinao da posio do gancho e display

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

  • 37

    Para que se possa determinar essa posio, h um encoder montado no eixo

    dos guinchos Figura 15. O boto seletor tambm responsvel pelo reset do

    encoder.

    Figura 15: Localizao do encoder nos guinchos auxiliar e principal

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

    Os guinchos principal e auxiliar, assim como a lana, so providos de

    sensores de carga (clulas de carga) medidores de deformao ultra sensveis,

    instalados nos parafusos de cisalhamento, Figura 16 e Figura 17. Em caso de

    excesso de carga o sinal da clula de carga aciona um solenoide que bloqueia o

    sinal para a alavanca de controle, impedindo que a carga seja elevada pelo guincho,

    alm de ativar um alarme sonoro atravs de uma buzina pneumtica.

    Figura 16: Localizao das clulas de carga dos guinchos auxiliar e principal

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

  • 38

    Figura 17: Clula de carga instalada no parafuso de cisalhamento do guincho auxiliar

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

    5.2. SISTEMAS DE SEGURANA E INTERTRAVAMENTO

    O guindaste continuamente monitorado por sistemas de segurana e

    intertravamento que iro atuar, caso ele seja submetido a falhas de operao ou

    esforos extremos, levando sua estrutura a falhar. (STALPRODUKTER, 1998)

    O computador principal do sistema o Controlador Lgico Programvel (CLP)

    do guindaste. Todos os sistemas de segurana, unidades de controle, chaves, etc.

    so ligados a este CLP, que varre continuamente os sinais de entrada e calcula

    informaes adicionais baseado nos dados de entrada e naqueles armazenados,

    tomando aes a partir deste conjunto, atravs de seus mdulos de sada. Estes

    sinais de sada controlam numerosas vlvulas, luzes, sinais, etc. e fazem os devidos

    intertravamentos do guindaste, impedindo que o mesmo opere fora de suas

    condies de segurana (STALPRODUKTER, 1998).

    5.2.1. Freios

    O mecanismo de elevao da lana possui os dois seguintes sistemas de

    freio (STALPRODUKTER, 1998):

    Freio Hidrulico: acionado por meio de orifcios calibrados e vlvulas de

    presso de segurana na transmisso hidrulica. importante notar que o freio

    aplicado apenas quando a alavanca de controle est na posio neutra (desde que

    esteja ocorrendo uma operao sobre a plataforma). Portanto, a soluo mais

    segura, se o movimento de iamento parecer fora de controle, a movimentao da

    alavanca para a posio central.

  • 39

    Freio Multi-Discos: acionado por molas, montado na redutora do

    direcionamento. O freio automaticamente operado por um sinal da alavanca de

    comando. A operao do freio tambm afetada pela baixa presso do sistema

    (medida contra o rompimento de mangueiras). Se a linha de presso hidrulica do

    sistema cair abaixo do limite pr-ajustado (indicando dano na mangueira ou similar

    tipo de falha), o freio ser automaticamente ativado.

    5.2.2. Funo Homem Morto

    A funo Homem Morto consiste em um dispositivo de segurana constitudo

    por dois botes, localizados nas alavancas que controle dos guinchos e da lana,

    que devem ser acionados para habilitar as funes principais das mesmas, Figura

    18.

    Figura 18: Localizao dos botes homem morto

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

    Segundo Guimares, Da Silva e Cardoso (2013), se o acionamento destes

    botes for interrompido intencionalmente ou involuntariamente (no caso de um

    acionamento inadvertido ou se o operador tiver um mal sbito e recair sobre a

    alavanca, da o nome Homem Morto), ocorrer a desenergizao imediata da

    vlvula solenoide responsvel por pressurizar as duas alavancas de controle, HY

    112, fazendo com que o fluxo do sistema seja direcionado para o tanque e a linha de

    presso fique bloqueada, interrompendo, assim, seus funcionamentos. A Figura 19

  • 40

    traz o detalhe da vlvula direcional com o solenoide desenergizado, isto , com a

    linha de presso bloqueada e o fluxo do sistema direcionado para o tanque.

    Figura 19: Vlvula direcional com solenoide HY 112 desenergizado

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

    5.2.3. Proteo Contra Sobrecarga

    A vlvula de corte far com que a bomba reduza sua vazo a zero se a

    presso exceder um valor especificado, pr-ajustado, evitando que o guincho

    maneje cargas mais pesadas que a de trabalho. (STALPRODUKTER, 1998)

    5.2.4. Incio e Fim De Curso

    O guindaste dotado de chaves de incio e fim de curso nos guinchos da

    lana e de carga e no sistema de giro, de forma a impedir que ele ultrapasse as

    barreiras fsicas da plataforma, evitando colises e acidentes.

    5.2.5. Alertas e Alarmes

    O guindaste continuamente monitorado pelo Sistema de Monitorao do

    Guindaste. Se este descobrir uma falha, o operador ser informado via mensagem

    na tela de textos, pela iluminao de luzes de alerta e alarme, localizadas no

    console de controle da cabine do operador, e por sons (STALPRODUKTER, 1998),

    Figura 20.

  • 41

    Figura 20: Console de controle da cabine do operador

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

    Algumas falhas so mais importantes que outras. Assim, todas as falhas

    monitoradas tm diferentes prioridades.

    O sistema faz a diferenciao entre alertas e alarmes da seguinte forma:

    Alerta: mensagem relativa a uma condio no critica no momento, e que no

    necessita da ateno imediata do operador.

    Alarme: indica uma condio que pode ser crtica, e que requer imediata

    ateno.

    Quando um alerta ou alarme registrado (por texto, luz ou som), e o operador

    nota a mensagem, estes podem ser reconhecidos por meio do boto de cincia.

    Aps o reconhecimento, a mensagem ainda mostrada, porm com apresentao

    menos evidente (o som ir parar e o texto deixar de piscar). O boto de cincia se

    aplica mais importante mensagem, sendo apenas esta mostrada na tela de texto.

    Um alerta ou alarme continuar enquanto a causa estiver presente, cessando

    quando a causa for interrompida.

  • 42

    6. COMPONENTES DO PROJETO

    6.1. MODELO

    Foi utilizado o modelo icnico presente no laboratrio de hidrulica do Instituto

    Federal Fluminense Campus Campos Centro baseado no guindaste

    STALPRODUKTER, criado pelos professores Carlos Alberto de Oliveira Guimares

    e Eugenio Ferreira Naegele da Silva.

    O modelo compreende sistemas hidrulicos semelhantes aos do sistema

    fsico real supracitados, como os da lana e guincho auxiliar; alm de sistemas

    eltricos, como os de fim de curso da lana e do cabo auxiliar e homem morto e

    pode ser visto na Figura 21.

    Figura 21: Modelo icnico do guindaste STALPRODUKTER

    Fonte: Autores

    6.2. SENSORES

    Foram desenvolvidos dois sistemas de segurana no atual modelo, o Sistema

    Indicador de Operao Sobre Embarcao e o Sistema de Monitorao de Carga,

    atravs da instalao de sensores como clula de carga (1), encoder (2) e

    potencimetro (3), observados na Figura 22.

  • 43

    Figura 22: Localizao dos sensores instalados no modelo icnico

    Fonte: Autores

    6.2.1. Clula De Carga

    A clula de carga um transdutor que converte fora mecnica em sinais

    eltricos. A carga medida atravs da deformao da estrutura, sendo convertida

    em sinais eltricos pelos strain gages, dispositivos cuja resistncia eltrica varia

    proporcionalmente com a medida de deformao no dispositivo (MEDIES...,

    2013).

    Como as variaes de deformao e, consequentemente, de resistncia so

    extremamente pequenas, preciso usar circuitos adicionais para amplificar os

    efeitos dessas variaes de resistncia. A configurao de circuito mais comum em

    uma clula de carga denominada ponte de Wheatstone, observada na Figura 23.

  • 44

    Figura 23: Ponte de Wheatstone

    Fonte: (MEDIES..., 2013)

    A partir da Figura 23, pode-se observar que a ponte de Wheatstone formada

    por quatro braos resistivos e uma tenso de excitao, VEX, aplicada na ponte.

    As clulas de carga, tipicamente, usam quatro strain gages em uma

    configurao de ponte de Wheatstone, o que significa que todos os braos resistivos

    do circuito so ativos. Essa configurao denominada ponte completa. O uso de

    uma configurao de ponte completa aumenta muito a sensibilidade do circuito s

    variaes de deformao, oferecendo medies mais exatas.

    A tenso de sada da clula de carga atravs da ponte de Wheatstone

    baixa. Na prtica, a maior parte das clulas de carga e transdutores relacionados

    carga colocam em suas sadas menos de 10 mV/V (10 mV de sada por volt de

    tenso de excitao). Para uma tenso de excitao de 10 V, o sinal de sada de

    100 mV. Dessa maneira, os condicionadores de sinais de clulas de carga

    normalmente tm amplificadores, que elevam o nvel do sinal para aumentar a

    resoluo da medio e melhorar as relaes sinal-rudo.

    Foi instalada uma clula de carga do tipo S no cabo do guincho auxiliar para

    possibilitar a medio da carga iada pelo guindaste, podendo ser observada na

    Figura 24. Suas respectivas especificaes tcnicas podem ser observadas no

    Quadro 1.

  • 45

    Figura 24 : Clula de carga

    Fonte: Autores

    Quadro 1: Especificaes tcnicas da clula de carga instalada no modelo

    Tenso de alimentao (Vcc) 10 Vcc

    Tenso de Sada (Vcc) 0 mVcc a 100 mVcc

    Capacidade (Kg) 0Kg a 50Kg

    Configurao dos fios

    Amarelo Terra

    Branco Saida(-mVcc)

    Verde Saida (+mVcc)

    Preto Alimentao (-Vcc)

    Vermelho Alimentao (+Vcc)

    Fonte: Autores

    6.2.1.1. Circuito Amplificador

    O circuito amplificador tem como funo transformar a sada de tenso,

    proveniente da Clula de Carga, de um range de 0 mVcc a 100 mVcc para um range

    de 0 Vcc a 5 Vcc, valores compatveis com os valores de sada dos outros sensores,

    para que possam ser comparados e tratados de forma semelhante. Na Figura 25,

    pode-se observar um diagrama do circuito usado para amplificar o sinal da clula de

    carga, e na Figura 26, uma foto do circuito implementado.

  • 46

    Figura 25: Diagrama ilustrativo do circuito amplificador

    Fonte: Autores

    Figura 26: Implementao do circuito amplificador

    Fonte: Autores

    6.2.2. Encoder

    Segundo Turchetti (2007), o encoder um transdutor que converte um

    movimento angular ou linear em uma srie de pulsos digitais eltricos. O sistema de

    leitura baseado em um disco, um diodo emissor de luz (LED) e um detector de luz

    (fototransistor) no lado oposto do disco. O disco montado no eixo giratrio tem uma

    srie de perfuraes regulares que so repetidas continuamente, formando

    segmentos opacos e transparentes codificados no disco. medida que o disco gira,

    os segmentos opacos bloqueiam a luz e as janelas transparentes permitem a

  • 47

    passagem da luz, gerando, assim, pulsos eltricos que podem ser interpretados em

    informao de movimento ou posio.

    O encoder utilizado neste trabalho do tipo incremental, e pode ser visto na

    Figura 27. Este tipo de encoder fornece normalmente dois pulsos quadrados,

    defasados em 90 graus, chamados de canal A e canal B. A defasagem de 90 graus

    entre os sinais, possibilita determinar no apenas os incrementos, mas ainda o

    sentido da rotao. A Figura 28 ilustra a defasagem de 90 graus entre os canais A e

    B.

    Figura 27: Encoder

    Fonte: Autores

    Figura 28: Sinais fornecidos por um encoder quadrature.

    Fonte: (TURCHETTI, 2007)

  • 48

    O encoder foi instalado no guincho do cabo auxiliar, para determinar o

    comprimento do cabo e, consequentemente, a altura da carga iada. Suas

    especificaes tcnicas so encontradas no Quadro 2.

    Quadro 2 : Especificaes tcnicas do encoder quadrature

    Tenso de alimentao (Vcc) 5 Vcc

    Tenso de Sada (Vcc) 0 Vcc e 5 Vcc

    Resoluo (Pulsos/Rotao) 84 P/R

    Configurao dos fios

    Amarelo 1 Canal A

    Amarelo 2 Canal B

    Vermelho 1 Alimentao (+Vcc)

    Preto 1 Alimentao (-Vcc)

    Vermelho 2 Alimentao (+Vcc)

    Preto 2 Alimentao (-Vcc)

    Fonte: Autores

    6.2.3. Potencimetro

    O potencimetro um componente eletrnico que possui sua resistncia

    eltrica ajustvel, sendo a mesma alterada mecanicamente. Ele apresenta uma tira

    circular de composio, chamada de pista, sobre o qual se move o contato mvel do

    cursor, que preso ao eixo rotativo, sendo a resistncia entre seus dois terminais

    extremos fixa em seu valor nominal. J o valor de resistncia entre uma das

    extremidades e a derivao central, depender do posicionamento do cursor. Cria-

    se, ento, uma estrutura que pode ser compreendida como dois resistores em srie

    com uma derivao central (POTENCIMETRO, 2005), conforme a Figura 29 (a) e

    (b).

  • 49

    Figura 29: (a) ilustrao do potencimetro; (b) diagrama representativo do circuito interno do

    potencimetro

    (a) (b)

    Fonte: (POTENCIMETRO, 2005)

    O potencimetro utilizado no presente trabalho possui as caractersticas

    tcnicas presentes no Quadro 3, e foi instalado no eixo da lana, como observado

    na Figura 30 para que seja possvel determinar o ngulo de inclinao da lana,

    visando conhecer o raio da carga e o tipo de operao realizada.

    Quadro 3 : Especificaes tcnicas do potencimetro

    Tenso de alimentao (Vcc) 5 Vcc

    Tenso de Sada (Vcc) 0 Vcc a 5 Vcc

    Configurao dos fios

    Verde Sinal de Sada

    Vermelho Alimentao (+Vcc)

    Preto Alimentao (-Vcc)

    Fonte: Autores

  • 50

    Figura 30: Potencimetro

    Fonte: Autores

    6.3. ALIMENTAO DA CLULA DE CARGA E DO SENSOR DE NGULO DA

    LANA

    A clula de carga e o sensor de ngulo da lana (potencimetro) so alimentados

    por uma fonte simtrica de 11Vcc, que pode ser vista na Figura 31.

    Figura 31: Fonte de alimentao da clula de carga e do sensor de ngulo da lana

    Fonte: Autores

  • 51

    6.4. DISPOSITIVOS DE AQUISIO DE DADOS

    Para aquisio de dados provenientes dos sensores instalados no modelo do

    guindaste, como encoder, clula de carga e potencimetro, utilizada a Placa de

    Aquisio da National Instruments, Figura 32. Para comunicao via software

    LabVIEW, foi instalado o DAQ (NI PCI 6221).

    Figura 32: Placa de aquisio

    Fonte: Autores

    Na Figura 33, tem-se um diagrama de blocos que representa a cadeia de

    processamento estabelecida.

    Figura 33: Diagrama de blocos de uma cadeia de processamento

    Fonte: Autores

    Como se pode ver no diagrama da Figura 33, na entrada so obtidos sinais

    provenientes dos sensores enviados para o software de processamento e controle

    (LabVIEW), sendo a comunicao estabelecida via DAQ. Aps o processamento dos

    Entrada

    (Sensores via

    DAQ)

    Processamento

    (LabVIEW)

    Sada

    (Atuadores via

    CLP)

  • 52

    dados, o software enviar sinais de sada para o CLP, que far os devidos

    intertravamentos no guindaste.

    6.5. SOFTWARE DE AQUISIO DE DADOS, PROCESSAMENTO E SUPERVISRIO

    O software utilizado para aquisio e processamento de dados e

    desenvolvimento do supervisrio o LabVIEW.

    Software base da plataforma de projeto da National Instruments, para o desenvolvimento de qualquer sistema de medio ou controle. O LabVIEW um ambiente de desenvolvimento voltado resoluo de problemas, produtividade acelerada e inovao contnua. (LABVIEW, 2014)

    O LabVIEW um ambiente de programao flexvel, o qual oferece todas as

    ferramentas que engenheiros e cientistas necessitam para projetar, criar prottipos e

    implementar sistemas, incluindo bibliotecas de processamento de sinais e controles

    de interface de usurio desenvolvidos para a visualizao dos dados das medies.

    Os programas em LabVIEW so chamados de instrumentos virtuais,

    compostos pelo painel frontal, que contm a interface, e pelo diagrama de blocos,

    que contm o cdigo grfico do programa.

  • 53

    7. SISTEMA DE CONTROLE E MONITORAO DO GUINDASTE

    Os guindastes das plataformas auxiliam no abastecimento de suprimentos

    alimentcios, equipamentos, produtos qumicos, dentro outros. Alm de possurem

    essencial importncia para o transporte de grandes cargas dentro da prpria

    plataforma, como grandes equipamentos, tubos, ferramentas e containeres.

    Se o guindaste usado fora dos limites operacionais, no s a integridade

    fsica do guindaste ameaada, como tambm toda a segurana da plataforma e do

    pessoal presente na mesma. Por isso, o sistema de controle e monitorao do

    guindaste, junto a todos os outros sistemas de segurana, deve estar em perfeitas

    condies operacionais e todo o pessoal envolvido, treinado para operar esses

    sistemas e saber como proceder em uma situao de emergncia ou falha dos

    mesmos.

    O sistema de controle e monitorao do guindaste baseado em subsistemas

    integrados, so eles:

    Sistema de controle do limite de iamento;

    Sistema de controle do limite de elevao da lana;

    Sistema indicador de operao sobre embarcao;

    Sistemas de monitorao de carga.

    Estes subsistemas iro contribuir para a correta utilizao do guindaste,

    impedindo que o mesmo venha a sofrer danos ou causar acidentes. Para tal, a

    integrao desses sistemas tambm consiste no intertravamento do guindaste.

    7.1. TABELA DE ALOCAO

    Cada subsistema consiste em um conjunto de chaves limite (sensores),

    vlvulas e botes, que, em conjunto, so responsveis pela movimentao da lana,

    do cabo do guincho auxiliar e, consequentemente, pelo impedimento de qualquer

    movimento de forma a evitar que o guindaste sofra sobrecargas ou at provoque

    acidentes. Todos esses componentes foram tagueados de acordo com o manual

    de operadores do guindaste original, (STALPRODUKTER, 1998), e se encontram na

    Tabela 1, Tabela 2 e Tabela 3.

  • 54

    Tabela 1: Tags dos sensores

    SENSOR TAG

    Sensor de incio de curso do cabo de iamento ZS214

    Sensor de fim de curso do cabo de iamento ZS215

    Sensor de limite superior da lana ZS216

    Sensor de limite inferior da lana ZS218

    Sensor de limite inferior mximo da lana ZS219

    Fonte: Autores

    Tabela 2: Tags dos botes

    BOTO TAG

    Boto de by-pass para o sistema de iamento do guincho auxiliar

    e movimentao da lana

    S27

    Boto de by-pass para o sensor de limite inferior mximo da lana S28

    Boto de ativao do sistema homem morto S35

    Boto de acionamento do freio de iamento S29

    Fonte: Autores

    Nota: O boto de by-pass para o sensor de limite inferior mximo da lana, S28, foi adicionado ao sistema, no estando de acordo com o manual do guindaste e o boto de acionamento do freio de iamento, S29, no foi implementado no modelo icnico do guindaste.

    Tabela 3: Tags dos solenoides

    SOLENOIDE TAG

    Solenoide que impede a movimentao do motor do guincho

    auxiliar quando acionado

    HY 101/102

    Solenoide responsvel por impedir a movimentao do motor da

    lana quando acionado

    HY 105

    Solenoide responsvel por liberar a movimentao do motor da

    lana quando acionado

    HY 106

    Solenoide do sistema homem morto responsvel pela liberao de

    fluxo para a alavanca de controle quando acionado

    HY 112

    Solenoide responsvel pela pilotagem das vlvulas de reteno do

    sistema de monitorao de carga quando acionado

    HY 103

    Fonte: Autores

    Nota: O solenoide HY103 foi adicionado ao sistema, no estando de acordo com o manual do guindaste

  • 55

    7.2. SISTEMA DE CONTROLE DO LIMITE DE IAMENTO

    O movimento do guincho auxiliar possui chaves de incio e fim de curso,

    limitando a altura do cabo auxiliar e impedindo que o mesmo sofra danos, o sistema

    de controle do limite de iamento consiste no intertravamento do guindaste a partir

    destas chaves.

    No objeto de estudo, este sistema j havia sido implementado pelos

    professores Carlos Alberto e Eugenio, criadores do modelo icnico utilizado.

    Os sensores de incio e fim de curso do cabo de iamento do guincho auxiliar

    podem ser observados na Figura 34 e Figura 35 e suas respectivas tags, na Tabela

    1.

    Figura 34: Sensor de incio de curso do cabo de iamento do guincho auxiliar

    Fonte: Autores

  • 56

    Figura 35: Sensor de fim de curso do cabo de iamento do guincho auxiliar

    Fonte: Autores

    O sensor mostrado na Figura 34, ZS214, encontra-se instalado prximo ao

    eixo do guincho auxiliar, determinando o limite mnimo do cabo auxiliar. J o sensor

    ZS215, Figura 35, foi instalado na extremidade da lana, determinando o limite

    mximo do cabo do guincho auxiliar. Quando um dos sensores acionado, o

    solenoide HY 101/102, Figura 36, acionado, impedindo o movimento de subida ou

    descida da carga. Este intertravamento ser abordado com mais detalhes no tpico

    7.6 INTERTRAVAMENTO DO GUINDASTE.

    Figura 36: Solenoide HY 101/102 da vlvula

    Fonte: Autores

  • 57

    No modelo icnico objeto de estudo deste trabalho, o contato com o sensor

    de fim de curso ou de incio de curso do cabo do guincho auxiliar implica na parada

    total da movimentao do motor do guincho auxilair, tanto para o movimento de

    iamento ou de descida da carga, pois a alavanca de controle utilizada a mesma

    para ambos os movimentos, sendo necessrio o uso do boto de by-pass, S27, para

    que as operaes sejam prosseguidas e o guindaste movimentado para fora de uma

    situao de perigo. A Figura 37 mostra o detalhe deste boto. O intertravamento do

    sistema de controle do limite de iamento ser abordado com mais detalhes no

    tpico 7.6 INTERTRAVAMENTO DO GUINDASTE.

    Figura 37: Boto de by-pass para o sistema de iamento do guincho auxiliar

    Fonte: Autores

    7.3. SISTEMA DE CONTROLE DO LIMITE DE ELEVAO DA LANA

    O movimento da lana de forma a diminuir seu ngulo, limitado para cima

    por uma chave limite (sensor de limite superior), Figura 38, e pelo batente

    amortecedor da lana, Figura 39.

    No objeto de estudo, este sistema tambm j havia sido implementado.

  • 58

    Figura 38: Sensor de limite superior da lana

    Fonte: Autores

    Figura 39: Batente amortecedor da lana

    Fonte: Autores

    O movimento descendente da lana tambm limitado por dois sensores de

    limite inferior, observados na Figura 40.

  • 59

    Figura 40: Sensores de limite inferior da lana

    Fonte: Autores

    O sensor da Figura 38, ZS216, foi instalado de forma a determinar o limite

    superior da lana. O contato com este sensor implica na parada do movimento da

    lana, antes que ela atinja o batente. Os sensores ZS218 e ZS219, observados na

    Figura 40, determinam o limite inferior, sendo o ZS218, um sensor de limite inferior e

    o segundo, ZS219, limite inferior mximo.

    Quando um destes trs sensores acionado, o movimento da lana

    impedido, a partir do acionamento do solenoide HY 105, que pode ser observado na

    Figura 41.

    Figura 41: Solenoide HY 105 e HY 106 da vlvula

    Fonte: Autores

  • 60

    No modelo icnico objeto de estudo deste trabalho, o contato com qualquer

    sensor limite da lana implica na parada total da movimentao da mesma, tanto no

    movimento ascendente, quanto descendente, pois a alavanca de controle utilizada

    a mesma para ambos os movimentos, sendo necessrio o uso do boto de by-pass,

    S27, comum ao sistema de movimentao do guincho auxiliar, para que as

    operaes sejam prosseguidas e o guindaste movimentado para fora de uma

    situao de perigo.

    O boto S28 foi adicionado ao modelo com o objetivo de by-passar o sensor

    de limite inferior mximo da lana, no estando presente no guindaste original. A

    Figura 42 mostra o detalhe deste boto. O intertravamento do sistema de controle do

    limite de elevao da lana ser abordado com mais detalhes no tpico 7.6

    INTERTRAVAMENTO DO GUINDASTE.

    Figura 42: Boto de by-pass para sensor de limite inferior mximo da lana

    Fonte: Autores

    7.4. SISTEMA INDICADOR DE OPERAO SOBRE A EMBARCAO

    7.4.1. Descrio

    Como citado no tpico 2.1 APRESENTAO, do captulo 1 INTRODUO,

    devido distncia da costa litornea, so necessrias operaes com embarcaes

    para que as plataformas sejam abastecidas. Sendo os guindastes das plataformas

  • 61

    os responsveis por transportar esses suprimentos, pois muitas vezes essas

    embarcaes no possuem guindaste prprio.

    Quando o guindaste da plataforma est realizando um iamento de/para o

    mar, conhecido tambm como operao sobre a embarcao, medidas de

    segurana devem ser tomadas: o operador deve estar ciente dessa operao e os

    freios do cabo do guincho, liberados, para que, em caso de fixao do gancho

    (extremidade do cabo do guincho auxiliar) ao barco de apoio, por exemplo, nos

    movimentos das ondas do mar, o cabo no possa ser puxado pelo barco, alm de

    outras medidas de segurana.

    Para que seja determinada uma operao sobre a embarcao ou operao

    sobre navio, preciso relacionar a altura do gancho com o ngulo da lana. A Figura

    43, ilustra a diferena entre uma operao sobre a plataforma e uma operao sobre

    a embarcao.

    Figura 43: (a) Operao sobre a plataforma; (b) operao sobre a embarcao

    (a) (b)

    Fonte: Autores

    No modelo icnico, aps a calibrao de todos os sensores, foi determinado

    que um ngulo da lana inferior a 40 graus faz com que a extremidade da lana se

  • 62

    encontre fora dos limites da plataforma, porm se o gancho estiver acima da altura

    da plataforma, a operao realizada , ainda, considerada operao sobre a

    plataforma, Figura 43 (a). Uma operao sobre a embarcao caracterizada

    apenas quando a extremidade da lana se encontra fora dos limites da plataforma e

    o gancho, abaixo do nvel da plataforma simultaneamente, Figura 43 (b).

    7.4.2. Atuao

    Durante uma operao sobre a embarcao, intertravamentos e medidas de

    segurana devem ser tomadas e o operador h de estar ciente do tipo de operao

    que est ocorrendo. (STALPRODUKTER, 1998) Para tanto, um sinal luminoso

    amarelo ser indicado na tela do supervisrio, informando que o gancho est abaixo

    do nvel da plataforma, como se pode ver na Figura 44.

    Figura 44: Detalhe do sistema indicador de operao sobre a embarcao no supervisrio

    Fonte: Autores

  • 63

    A interface do sistema de controle e monitorao de carga tambm indica no

    s a sada do sistema indicador de operao sobre a embarcao, mas tambm

    parmetros utilizados pelo mesmo, como ngulo da lana, comprimento do cabo e

    raio da carga, Figura 44, que sero tratados na sesso 7.4.3 Implementao deste

    captulo.

    Apesar de o sistema de freios no estar implementado no modelo incnico,

    importante lembrar que os freios so acionados automaticamente ao se posicionar a

    alavanca de controle para a posio neutra, vide tpico 5.1 SISTEMAS

    HIDRULICOS DO GUINDASTE. Porm, para proteo do guindaste contra

    sobrecargas, quando mesmo est realizando uma operao sobre a

    embarcao/operao sobre navio, este sistema de freios no ser ativado quando

    a alavanca de controle estiver na posio neutra. Durante uma operao sobre a

    embarcao, o freio s poder ser aplicado pelo operador acionando-se o boto de

    acionamento do freio de iamento, S29, vide Tabela 2 e Figura 45. Isso ocorre para

    evitar que, em uma situao de prendimento do cabo na embarcao, o mesmo

    corra livremente, evitando possveis danos ao cabo e/ou ao guindaste.

    Figura 45: Boto de acionamento do freio de iamento do guindaste original

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

    7.4.3. Implementao

    O sistema foi implementado no software LabVIEW. A aquisio de dados

    feita pela placa da National Instruments, que recebe como entrada o sinal

  • 64

    proveniente do potencimetro, que indica o ngulo de inclinao da lana, e do

    encoder, que determina o comprimento do cabo de iamento do guincho auxiliar.

    A partir do comprimento do cabo, possvel determinar a altura relativa e

    absoluta da carga, Figura 46.

    Figura 46: Altura relativa e absoluta da carga

    Fonte: Autores

    Para fins deste trabalho, foi determinado e pode ser observado na Figura 46,

    que a altura relativa da carga a distncia vertical entre a carga e a plataforma,

    podendo variar de acordo com o ngulo de inclinao da lana. Sendo a distncia

    absoluta, a distncia vertical entre a ponta da lana e a carga, tratada neste trabalho

    como comprimento do cabo. Na tela do supervisrio do modelo h a indicao do

    comprimento do cabo, parmetro fundamental para o sistema indicador de operao

    sobre a embarcao.

    A Figura 47 mostra o diagrama de blocos completo implementado no software

    LabVIEW. E, em sequncia, na Figura 48, observa-se o detalhe do diagrama de

  • 65

    blocos do sistema indicador de operao sobre a embarcao e na Figura 49, os

    parmetros do sistema indicados na IHM.

    Figura 47: Diagrama de blocos do sistema implementado no LabVIEW Sistema de controle e

    monitorao de carga

    Fonte: Autores

  • 66

    Figura 48: Detalhe do diagrama de blocos com destaque do sistema indicador de operao sobre a

    embarcao

    Fonte: Autores

  • 67

    Figura 49: Parmetros do sistema indicador de operao sobre a embarcao na IHM

    Fonte: Autores

    Como entrada para este sistema temos o sinal proveniente do potencimetro

    e do encoder, Figura 48 (1) e (3), ordenadamente. A partir destes parmetros,

    podem ser calculados o ngulo da lana Figura 48 (2) e o raio da carga Figura 48

    (4).

    O ngulo da lana, comprimento do cabo e raio da carga podem ser

    observados na IHM, Figura 49 (1), (2), e (3), respectivamente.

    O sistema indicador de operao sobre a embarcao possui uma sada

    digital, Figura 48 (5). A sada digital indica o tipo de operao que est sendo

    realizada, sendo sinal 1 se o guindaste estiver operando sobre uma embarcao

    ou 0, caso esteja operando sobre a plataforma. Esse sinal digital far com que um

    indicador luminoso na cor amarela seja visualizado na IHM de acordo com a

    operao realizada, sobre a plataforma ou sobre a embarcao, Figura 49 (4).

  • 68

    Observando-se o diagrama da Figura 48, pode-se perceber que a sada digital

    desse sistema (5) tambm sinal de entrada para outro sistema, o sistema de

    monitorao de carga, pois durante uma operao sobre a embarcao, as cargas

    permissveis so reduzidas, de acordo com a altura significativa da onda e do raio da

    carga. Este assunto ser tratado com mais detalhes no prximo tpico, 7.5

    SISTEMA DE MONITORAO DE CARGA.

    7.5. SISTEMA DE MONITORAO DE CARGA

    7.5.1. Descrio

    O guindaste possui uma variedade de chaves limites de incio e fim de curso

    nos guinchos e na lana, de forma a impedir que ele colida com as barreiras fsicas

    da plataforma, alm de alarmes e funes lgicas, prevenindo sobrecargas.

    O manual de instrues para operadores destaca:

    O guindaste pode sofrer danos e sua estrutura vir a falhar caso ele seja submetido a esforos extremos, a lana corre o risco de cair abruptamente e o cabo de iamento, romper. Se a carga aumentada at ocorrer uma falha, o componente mais fraco ser o primeiro a falhar, dependendo do tipo e da situao da sobrecarga. Em qualquer caso, cargas causadoras de falhas esto muito acima de qualquer carga segura de trabalho. Geralmente, o cabo de iamento ser o primeiro componente a falhar, por ser aquele com mais alta probabilidade de falha, seguido da lana (topo da lana). Esta a sequncia desejada de falha. Se o guindaste for sobrecarregado at que o cabo de iamento se rompa, provvel que algumas das partes estruturais do guindaste sofram deformaes permanentes e muitos dos componentes mecnicos sejam danificados. (STALPRODUKTER, 1998)

    Em situaes em que a carga est crtica para o raio, a descida e iamento de

    carga devem ser bloqueadas, sendo permitido ao operador, apenas a movimentao

    da carga para cima a partir da subida da lana e para baixo atravs da descida do

    cabo do guincho, isso faz com que o raio da carga seja diminudo, retirando o

    equipamento da situao crtica.

  • 69

    7.5.2. Atuao

    As cargas permissveis de iamento variam de acordo com a operao

    realizada, sobre a embarcao ou plataforma. Dependem tambm da altura

    significativa da onda e do raio da carga. As cargas seguras de trabalho para as

    operaes citadas, para diferentes alturas de onda e raios de carga so mostradas

    nas cartas (tabelas de carga) disponveis na cabine do operador e incorporadas ao

    sistema de monitorao de carga.

    Como referncia, neste trabalho, ser utilizado o guindaste de 38m e sua

    respectiva tabela de carga se encontra a seguir, na Tabela 4.

    Tabela 4 : Tabela de carga do guindaste de 38m

    Raio da

    Carga

    (m)

    ngulo

    da Lana

    ()

    Taxas Dinmicas de Carga (toneladas)

    Sobre

    Plataforma

    Sobre Embarcao. Alturas Significativas de Onda

    (m)

    0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

    8,3 83,17 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,1 6,3 5,9 5,5

    10,0 80,51 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,2 6,4 6 5,6

    11,5 78,13 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,2 6,4 6 5,6

    13,0 75,73 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,3 6,5 6,1 5,7

    14,5 73,30 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,3 6,5 6,1 5,7

    16,0 70,84 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,4 6,6 6,2 5,8

    17,5 68,32 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 6,6 6,2 5,8

    19,0 65,76 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 6,7 6,3 5,9

    20,5 63,13 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 6,8 6,3 5,9

    22,0 60,44 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 6,8 6,4 6

    23,5 57,66 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 6,9 6,4 6

    25,0 54,78 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 6,9 6,5 6,1

    26,5 51,78 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,0 6,5 6,1

    28,0 48,63 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,1 6,6 6,2

    29,5 45,31 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,1 6,7 6,3

    31,0 41,76 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,2 6,7 6,3

  • 70

    32,5 37,91 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,3 6,8 6,4

    34,0 33,64 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,4 6,9 6,4

    35,5 28,75 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,4 7 6,5

    37,0 22,78 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7 6,6

    38,0 17,55 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,4 6,9 6,5

    Fonte: (STALPRODUKTER, 1998)

    As cargas foram calculadas conforme a Especificao API para Guindastes

    Offshore 1995 e se modificam ao longo do raio, devido a alteraes na rigidez do

    guindaste, constitudo de cabos, lana, cavalete e pedestal (STALPRODUKTER,

    1998).

    7.5.3. Implementao

    O sistema foi implementado no software Labview. Como entrada, so

    adquiridos sinais do Sistema Indicador de Operao Sobre a Embarcao, que

    indica o ngulo de inclinao da lana e o respectivo raio da carga que est sendo

    iada, alm de parmetros provenientes da clula de carga (carga iada) e do boto

    seletor da altura da onda (altura da onda).

    No guindaste original, a altura de onda se d atravs de um boto seletor

    giratrio, que permite a seleo manual da altura da onda, Figura 50. No modelo

    icnico, foi implementado um boto seletor virtual, que pode ser observado no

    destaque da Figura 51.

  • 71

    Figura 50: Detalhe do boto seletor da altura da onda do guindaste original

    Fonte: (GUIMARES, DA SILVA, CARDOSO, 2013)

    Figura 51: Detalhe do boto virtual seletor da altura da onda do modelo icnico

    Fonte: Autores

    Foi implementada a tabela de carga do guindaste de 38m, Tabela 5. Para

    criao desta tabela, foi utilizada uma proporo de 1000:1 (quilograma:tonelada)

    para a carga permissvel. A preciso do modelo icnico para a grandeza angular da

    lana ser dada a partir de nmeros inteiros e sua faixa de atuao ser maior,

  • 72

    comparando-se tabela de carga original do guindast