sistema cristinco anexo parte 1

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65 Anexo 1 A Evolução da Inteligência Parte 3: A Evolução dos Primatas Humanos Renato M.E. Sabbatini, PhD Começando pelos ancestrais comuns que os seres humanos compartilham com os antropóides, o ramo dos primatas humanos começou também na África, provavelmente 6 a 8 milhões de anos atrás e chegou até o homem moderno (que apareceu provavelmente cerca de 150.000 a 200.000 anos atrás e depois se espalhou para o resto do mundo). Eles são chamados de Hominídeos, e estão incluídos na superfamília de todos os antropóides, os hominóidea, membros dos quais são chamados hominóides. A árvore evolucionária do homem não é uma linha única e contínua ao longo do tempo como muitas pessoas pensam. Os cientistas têm muitas evidências de muitos "troncos mortos", ou seja, muitas espécies de hominídeos que se extingüiram sem deixar descendentes. É muito difícil determinar nossa linha evolucionária direta, e existe ainda vários elos faltantes, sem mencionar que algumas vezes existe discordância entre cientistas sobre o que constitui a melhor probabilidade. A "árvore familiar" dos antropóides e humanos. Não existe registro de fóssil para os grandes antropóides, de modo que o ponto exato de grande ramificação pode ser estimado apenas com base na análise da biologia molecular. A linhagem exata dos ramos extintos dos Australopitecos (tais como A. bosei, A. aethiopicus, A. robustus) e o papel do A. africanus na linhagem direta do homem ainda estão abertos à disputa. Entretanto, nós sabemos que nossa linha evolucionária tem dois momentos principais: o primeiro e mais antigo foi aquele do hominídeo africano, que abrange o gênero Australopithecus. O segundo e mais recente é do gênero Homo, incluindo as espécies

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Page 1: Sistema Cristinco Anexo Parte 1

65Anexo 1

A Evolução da Inteligência

Parte 3: A Evolução dos Primatas HumanosRenato M.E. Sabbatini, PhD

Começando pelos ancestrais comuns que os seres humanoscompartilham com os antropóides, o ramo dos primatas humanos

começou também na África, provavelmente 6 a 8 milhões de anos atrás e chegou até ohomem moderno (que apareceu provavelmente cerca de 150.000 a 200.000 anos atráse depois se espalhou para o resto do mundo). Eles são chamados de Hominídeos, eestão incluídos na superfamília de todos os antropóides, os hominóidea, membros dosquais são chamados hominóides.

A árvore evolucionária do homem não é uma linha única e contínua ao longo do tempocomo muitas pessoas pensam. Os cientistas têm muitas evidências de muitos "troncosmortos", ou seja, muitas espécies de hominídeos que se extingüiram sem deixardescendentes. É muito difícil determinar nossa linha evolucionária direta, e existe aindavários elos faltantes, sem mencionar que algumas vezes existe discordância entrecientistas sobre o que constitui a melhor probabilidade.

A "árvore familiar" dos antropóides e humanos. Não existe registro de fóssil para os grandesantropóides, de modo que o ponto exato de grande ramificação pode ser estimado apenas com basena análise da biologia molecular. A linhagem exata dos ramos extintos dos Australopitecos (tais comoA. bosei, A. aethiopicus, A. robustus) e o papel do A. africanus na linhagem direta do homem ainda estãoabertos à disputa.

Entretanto, nós sabemos que nossa linha evolucionária tem dois momentos principais: oprimeiro e mais antigo foi aquele do hominídeo africano, que abrange o gêneroAustralopithecus. O segundo e mais recente é do gênero Homo, incluindo as espécies

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66extintas que foram quase que certamente nossos ancestaris diretos: Homo habilis andHomo erectus. Eles habitaram cerca de 2 a 2.5 milhões de anos atrás e seus restosforam descobertos na Ravina de de Olduwai, na Tanzânia, e no lago Turkana, no Kênia.Homo habilis, de acordo com o seu nome, foi a primeira espécie a manufaturarferramentas e usar o fogo.

Locais no mundo onde foram encontrados restos de esqueletos de hominídeos e Homo pré-históricos.Observe como as regiões do leste e do sul da África abrigam a maior parte dos achados.

O Homo erectus foi o primeiro a sair da África para o resto do mundo, incluindo Europa,Oriente Médio e Ásia. Esta espécie tornou-se extinta em todos os locais exceto naÁfrica, onde deu origem ao chamado Homo sapiens arcaico (ainda falta um elo perdidoentre H. erectus to H. sapiens). Portanto, a África meridional parece ser o "berço dahumanidade".

A evolução do homo sapiens arcaico foi incrementada pelo isolamento causado pelosdesertos e montanhas naquela parte do continente. Esta espécie mais tarde se espalhoumais tarde para a África, Europa, Ásia, 200.00 e 100.000 anos atrás, onde evoluiu paraHomo sapiens neanderthalensis (o homem de Neanderthal, que é uma adaptação aambientes frios, e não é considerado um ascendente direto do homem moderno, massim uma espécie muito relacionada), e o Homo sapiens sapiens, uma adaptação aoclima quente da África.

Os cientistas anunciaram recentemente a descoberta provável de um ancestral comumde ambos Neanderthal e o homem moderno, chamado Homo antecessor. Ele viveucerca de 800.000 anos atrás, no que hoje é a Espanha. Em última análise osNeandertais sucumbiram 30.000 anos atrás provavelmente devido a competição com oHomo sapiens sapiens, o por acasalamento com eles ou ambos.

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O "garoto deTurkana",um dos primeirosAustralopithecus

encontrados na África,no Lago Turkana,

Africa.

"Lucy", um notávelachado dos

Australopithecusafarensis, encontradona Ravina Olduwai,

África

Crânio da garota de Taung girl, primeira descoberta deum homem-macaco (Pitecanthropus, nome antigo paraAustralopithecus) feito por Raymond Dart no sul daÁfrica

O chamado modelo para fora da África também também tem sido apoiado pelaevidência da biologia molecular. Estudos do DNA mitocondrial sugerem que todos oshumanos modenos se originaram de uma pequena população vivendo no Sul da África.Como o DNA mitocondrial passa apenas de mulher para mulher, este ancestral nosso jáfoi apelidado de "Eva Africana".

Abaixo nós vemos um sumário em formato de tabela da principal linha evolucionária daespécie humana.

Australopithecusafarensis

3 milhões deanos atrás

Um hominídeo bípede, de baixa estatura, de 1.2 a 1.5 dealtura, que viveu na África. É o segundo australopitecinomais velho achado. As mãos e os dentes eram similaresaos de humanos modernos, mas o cérebro não era maiorque o de chimpanzés. As pegadas fósseis dos A.afarensis também foram descobertas.

Astralopithecus

3 to 2,5milhões deanos atrás

Com um esqueleto robusto, A. africanus foi o primeirohominídeo a ser descoberto, na África do Sul, e foisemehante ao A. afarensis. Juntamente com A. robustus,A. aethiopicus e A. boisei, três outras espécies relatadas,eles provavelmente não pertenceram à linhagem Homo,mas formaram um tronco distinto que desapareceu há1.5 milhões de anos.

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68africanus

Homo habilis

1.8 to 2.4milhões deanos atrás

Foi o primeiro humano a criar ferramentas de pedras eprovavelmente tinham comunicação pela fala. Foi aevolução transitória entre H. erectus e os hominídeos.Surgiu e foi limitado à África meridional e do leste, eprovavelmente gastou parte de seu tempo em árvores,porque tinha braços longos. Entretanto, não foi muitomais alto que o australopithecinos.

Homo erectus

1,600,000 a250,000 anosatrás

Foi o primeiro humano a viajar amplamente e ocuparmuitos continentes. Foi encontrados em Java, Indonesia,China, Europa e África. Usava ferramentas e fogo, viviamem cavernas, caçavam em grupos e puderam sobreviverem ambientes frios. Tinha aprioximadamente o mesmopeso e altura dos humanos modernos.

Homo sapiensneanderthalensis

250,000 a30,000 anosatrás yearsago.

Considerado uma subespécie ou espécie que apareceuem paralelo com o homo sapiens, ele tinha um crânioachatado e uma pesada crista frontal. O corpo e otamanho do cérebro era maior que o do homo sapiens.Viveu na África do Norte, na Europa e Oriente Médio.Usavam roupas, cavernas, fogo, enterravam seus mortose podem ter tido algum tipo de religião. Existiu poralgum tempo simultaneamente com o H. sapiens, masdesapareceu misteriosamente.

Homo sapienssapiens

250,000 anosaté opresente

Este é o ser humano moderno atual e a única espécieviva remanescente de Homo. Foi precedido pelo arcaicoHomo sapiens, que apareceu 500.000 anos atrás, viveuna Europa e Ásia, e tinha o cérebro menos desenvolvido.Tem um crânio alto, com o maior cérebro comparado aosoutros, não tem cristas orbitais e a face é plana.

O Autor

Prof. Renato M.E. Sabbatini, PhD is a neuroscientist and a specialist in medicalinformatics, holding a doctoral degree in neurophysiology by the University of São Paulo,Brazil, and a post-doctoral fellowship at the Max Planck Institute for Psychiatry, inMunich, Germany. He is the director of the Center for Biomedical Informatics andassociate professor and chairman of medical informatics at the Faculty of MedicalSciences, both at the State University of Campinas, Brazil.Email: [email protected] page: http://home.nib.unicamp.br/~sabbatin

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"The Evolution of Intelligence"Renato M.E. Sabbatini, PhD

Brain & Mind Magazine, February/April 20014 of 9

Copyright (c) 2001 Renato M.E. SabbatiniState University of Campinas, Brazil

First published on: February 15th, 2001URL of this page: http://www.epub.org.br/cm/n12/mente/evolution/evolution03_i.html

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70O IMPÉRIO ROMANO

O Império Romano é o termo utilizado por convenção para definir o Estado romano nos séculosque se seguiram à reorganização política efectuada pelo primeiro imperador, César Augusto.Embora Roma possuísse colónias e províncias antes desta data, o estado pré-Augusto é conhecidocomo República Romana. A diferença entre Império e República está sobretudo na forma como oscorpos governativos são instituídos. Pode-se definir como República um sistema de governo queleva em consideração os interesses dos cidadãos, estes elegem os seus representantes que irãogovernar a nação por um determinado período de tempo. No Império o governante, neste caso oimperador, é legitimado muitas vezes através de um golpe militar, ou de uma "suposta"descendência divina. Diferente da República, o cargo do governante do império é vitalício (sócessa com a morte do mesmo).

Os historiadores fazem a distinção entre o Principado, período de Augusto à crise do terceiroséculo, e o Domínio ou Dominato que se estende de Diocleciano ao fim do império romano doocidente. Durante o Principado (da palavra latina princeps, que significa primeiro), a naturezaimperialista do governo estava escondida atrás de conceitos republicanos, e os imperadores erammuitas vezes relutantes - por falsa modéstia - em se assumir como tal. No Domínio (palavra comorigem em dominus, senhor), ao contrário, os imperadores mostravam claramente a sua condição,usando coroas, púrpuras e outros ornamentos imperiais

Após a conquista do Egito, Otávio retornou a Roma, onde recebeu do Senado o título de príncipe,ficando seu governo conhecido como principado (30 a.C.- 14 d.C.). Como príncipe, tornou-se oprimeiro cidadão da República e líder do Senado; como imperador assumiu o comando supremodo exército e criou a guarda pretoriana, encarregada de sua proteção pessoal; como tribuno daplebe era sacrossanto e possuía o poder de veto sobre decisões do Senado; como sumo-pontíficie,controlava a religião romana.

A partir de Augusto, todos os imperadores tiveram uma guarda pretoriana, de tamanho variável.Tibério foi o construtor de uma fortificação que serviu de base para a guarda pretoriana e, por isso,foi adotado o escorpião (signo zodiacal de Tibério) como símbolo da guarda.

A guarda pretoriana teve participação decisiva em muitos eventos da história romana, como porexemplo no assassinato de Calígula. A guarda pretoriana era usada pelos imperadores como uminstrumento de validação de suas leis pela força, usando-a, por exemplo, para mandar matarinimigos.

Porém, a guarda pretoriana também poderia ser muito perigosa. Por isso criou-se o costume deagradar os comandantes da guarda com pequenos presentes e comissões.

Após alguns anos de serviço, um legionário poderia pretender uma vaga na guarda pretoriana, queproporcionava melhores salários, benefícios e menor tempo de serviço.

A guarda pretoriana foi a precursora do modelo retrógrado utilizado pelas guardas nacionaisatualmente. Mesmo após as reformas de Mário, que introduziram, entre outras coisas, os escudosretangulares, a guarda pretoriana ainda usava os escudos ovais do tempo da República. Isso serviatambém como uma demonstração de preservação dos velhos costumes.Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Guarda_pretoriana"

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71Tito Flávio Sabino Vespasiano (perto de Rieti, 18 de Novembro 9 - Aquae Cutiliae, 23 deJunho 79) foi um imperador da Antiga Roma, o primeiro da dinastia Flávia, que ocupou o Poderem 69 d.C., logo após o suicídio de Nero (68) e o conturbado Ano dos quatro imperadores (69).Foi proclamado imperador pelos seus próprios soldados em Alexandria. Sucederam-lhesucessivamente dois dos seus filhos, Tito e Domiciano.

De origem modesta, caráter enérgico e hábitos austeros, promoveu a pacificação e o aumento dopoder romano nas províncias, prosseguindo a conquista da Bretanha. Em 69 d.C., ocupava-se doassédio à Jerusalém. Ao tornar-se Imperador, seu filho mais velho, Tito - a quem entregou o cargode prefeito da Guarda Pretoriana e nomeou seu sucessor conjuntamente com o irmão mais novoDomiciano -, terminou o assédio, esmagando a revolta judaica do ano 70. Jerusalém foi destruídae meio milhão de judeus morreram e 100.000 foram escravizados. Os sobreviventes queabandonaram a Palestina vieram a engrossar as comunidades da diáspora (dispersão), e o judaísmosobreviveu em torno das sinagogas. Um arco do triunfo entre o Fórum e o Coliseu celebrou avitória sobre os judeus.

Vespasiano restaurou o Império, restabeleceu as finanças, reformulou o Senado e a OrdemEqüestre. Reprimiu a sublevação da Gália e enviou Agrícola à Bretanha, mas incompatibilizou-secom os meios senatoriais.

O Coliseu de Roma, também é chamado de Anfiteatro Flávio.O período de seu governo ficou marcado por uma eficaz administração econômica quer na capitaldo império quer nas províncias, com um aumento significativo do tributo anual e a implementaçãode medidas econômicas muito mais severas, o que permitiu atingir níveis de progressoassinaláveis nas finanças do Estado, tendo inclusive angariado fundos para a construção do templodedicado a Júpiter Capitolino e para o Coliseu de Roma (ou "Anfiteatro Fláviano"). Vespasianomorreu depois de dez anos de um reinado benéfico para o seu povo.

Fonte:- http://pt.wikipedia.org/wiki/Vespasiano

Rieti é uma comuna italiana da região do Lácio, província de Rieti, com cerca de 41.394habitantes. Estende-se por uma área de 206 km2, tendo uma densidade populacional de 201hab/km2. Faz fronteira com Belmonte in Sabina, Cantalice, Casperia, Castel Sant'Angelo,Cittaducale, Colli sul Velino, Concerviano, Contigliano, Greccio, Longone Sabino, Micigliano,Monte San Giovanni in Sabina, Montenero Sabino, Poggio Bustone, Rivodutri, Roccantica,Stroncone (TR), Terni (TR), Torricella in Sabina

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72Constantino I

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Flavius Valerius Constantinus, conhecido como Constantino I, Constantino Magno ouConstantino, o Grande (272 - 22 de Maio de 337), foi proclamado Augusto pelas suas tropas em25 de Julho de 306 e governou uma porção crescente do Império Romano até à sua morte.

Constantino I.Nasceu em Naissus, na Alta Dácia (actual Roménia), filho de Constâncio I Cloro e da filha de umdono de uma albergaria, Helena. Constantino teve uma boa educação e serviu no tribunal deDiocleciano depois do seu pai ter sido nomeado um dos dois Césares, na altura um imperadorjúnior, na Tetrarquia em 293. Face à morte de seu pai Constâncio em 306, ele conseguiu viajar atéao seu leito de morte em Eburacum (York). Nos próximos 18 anos ele lutou uma série de batalhase guerras que o fizeram o governador supremo do Império Romano.

Constantino é talvez melhor conhecido por ter sido o primeiro imperador romano a confirmar ocristianismo, na sequência da sua vitória da Batalha da Ponte Mílvio, perto de Roma, que ele maistarde atribuiu ao Deus cristão, pois na noite anterior da batalha sonhou com uma cruz, e nelaestava escrito "sob este símbolo venceras", e de manha, um pouco antes da batalha, mandou quepintassem uma cruz nos escudos dos soldados e conseguiu um vitória esmagadora sobre oinimigo.

A sua adoção do cristianismo pode também ser resultado de influência familiar. Helena já terácom grande probabilidade nascido cristã e demonstrou grande piedade no fim da sua vida.

Constantino legalizou e apoiou fortemente a cristandade por volta do tempo em que se tornouimperador, com o Édito de Milão, mas também não tornou o paganismo ilegal ou fez docristianismo a religião estatal.

Foi durante o reinado de Constantino que a cruz se tornou o símbolo sagrado dos cristãos. Oscristãos perseguidos durante o tempo do Imperador Romano Nero usavam como símbolo o peixe.

Apesar de a igreja ter prosperado sob o auspício de Constantino, ela própria decaiu no primeiro demuitos cismas públicos. Constantino convocou o concílio de Niceia para resolver os problemas doArianismo, uma disputa acerca de figura de Jesus ser humana ou divina.

Constantino só foi baptizado e cristianizado no final da vida. Ironicamente, Constantino poderá terfavorecido o lado perdedor da questão Ariana, uma vez que ele foi baptizado por um bispo Ariano,Eusébio de Nicomedia.

O imperador romano influenciou em grande parte na inclusão na igreja cristã de dogmas baseadosem tradições. Uma das mais conhecidas foi o Edito de Constantino, promulgado em 321, que deuinicío ao processo de substituição da guarda do sábado, pela do domingo em honra à ressuireição.Contudo, há grandes evidências de que o processo de substituição tenha seu início pela influênciapagã em Roma, onde os adoradores do sol guardavam a prima feria (Dies Solis).

Um historiador competente que se especializou neste periodo da história é Edward Gibbon, autordo livro clássico sobre a "A história do declínio e queda do império romano"

A sua vitória em 312 sobre Maxêncio na Batalha da Ponte Mílvio resultou na sua ascenção aotítulo de Augusto Ocidental, ou soberano da totalidade da metade ocidental do império. Eleconsolidou gradualmente a sua superioridade militar sobre os seus rivais com o esfarelamento daTetrarquia até 324, quando ele derrotou o imperador oriental Licínio, tornando-se imperador

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73único.Constantino reconstruiu a antiga cidade grega de Bizâncio, chamando-a de Nova Roma,dotando-a de um senado e ministérios cívicos semelhantes aos da antiga Roma. Após a sua mortefoi renomeada de Constantinopla, tendo-se gradualmente tornado a capital do império.Um anosdepois do Concílio de Niceia (325), Constantino mandou matar seu próprio filho Crispus.Sufocaria depois sua mulher Fausta num banho sobreaquecido. Mandou também estrangular omarido de sua irmã, e chicotear até à morte o filho de sua irmã.

Fonte:- http://pt.wikipedia.org/wiki/Constantino_I

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74PRIMEIRO CONCÍLIO DE NICEIA

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O primeiro concílio de Nicéia tevelugar durante o reinado doimperador romano Constantino I (oprimeiro imperador romano a aderirao cristianismo) em 325. Foi aprimeira conferência de bisposecuménica (do Grego oikumene,"mundial") da igreja católica. Lidoucom questões levantadas pelaopinião Ariana da natureza de JesusCristo - Se Deus, homem oualguma mistura. Acabou por decidircontra a opinião dos arianos, emfavor da trindade.

Nicéia (hoje Iznik), é uma cidadeda Anatólia (hoje parte da Turquia)

Foram oferecidas aos bispos ascomodidades do sistema de transporte imperial - livre transporte e alojamento de e para o local daconferência - para encorajar a maior audiência possível. Constantino abriu formalmente a sessão.

Este concílio teve uma importância especial também porque as perseguições aos cristãos tinhamrecentemente terminado.

O primeiro concílio de Niceia ressalta como o ponto inicial para as grandes controvérsiasdoutrinais da igreja no quarto e quinto séculos. Aqui foi efectuada uma união entre o portentadoeclesiástico dos conselhos e o estado, que concedeu às deliberações deste corpo o poder imperial.Sínodos anteriores tinham-se dado por satisfeitos com a proteção de doutrinas heréticas; mas oconcílio de Niceia é caracterizado pela etapa adicional de uma posição mais ofensiva, respeitante aartigos minuciosamente elaborados sobre a fé.

Na controvérsia ariana colocava-se um obstáculo grande à realização da ideia de Constantino deum império universal que deveria ser alcançado com a ajuda da uniformidade da adoração divina.Conformemente, para o verão de 325 os bispos de todas as províncias foram chamados aoprimeiro concílio ecumênico em Niceia, na Bitínia, Frígia, no Helesponto: um lugar facilmenteacessível à maioria dos bispos, especialmente aos da Ásia, Síria, Palestina, Egipto, Grécia, Tráciae Egrisi (Geórgia ocidental). O número dos membros não pode exatamente ser indicado; Atanásiocontou 318, Eusébio somente 250.

Como era costume, os bispos orientais estavam em maioria; na primeira linha de influênciahierárquica estavam três arcebispos: Alexandre de Alexandria, Eustáquio de Antioquia, e Macáriode Jerusalém, bem como Eusébio de Nicomédia e Eusébio de Cesareia. Entre os bisposencontravam-se Stratofilus, bispo de Pitiunt (Bichvinta, reino de Egrisi).

O ocidente enviou não mais de cinco representantes na proporção relativa das províncias: Marcusde Calabria de Itália, Cecilian de Cartago de África, Hosius de Córdova (Espanha), Nicasius deDijon da França, e Domnus de Stridon da província do Danúbio. Estes dignitários eclesiásticosnaturalmente não viajaram sozinhos, mas cada qual com sua comitiva, de modo que Eusébiorefere um grupo quase inumerável de padres acompanhantes, diáconos e acólitos.

Primeiro Concílio de NiceiaData 20 de maio de 325 - 19 de junho de 325Aceite por Católicos, Ortodoxos e ProtestantesConcílioanterior -

Concílioseguinte Primeiro Concílio de Constantinopla

Convocado por Imperador ConstantinoPresidido por Bispo Alexandre de AlexandriaAfluência de 250 a 318 pessoas

Tópicos dediscussão

Arianismo, celebração da Páscoa, cisma deMilécio, baptismo de heréticos e o estatutodos prisioneiros na perseguição de Licínio.

Documentos edeliberações O Credo Niceno original

Lista cronológica dos concílios ecuménicos

Page 11: Sistema Cristinco Anexo Parte 1

75Entre os presentes encontrava-se Atanásio, um diácono novo e companheiro do bispoAlexandre de Alexandria, que se distinguiu como o "lutador mais vigoroso contra os arianos" esimilarmente o patriarca Alexandre de Constantinopla, um presbítero, como o representante de seubispo, mais velho.

O papa em exercício na época, Silvestre I, recusou o convite do imperador e não compareceupessoalmente nas sessões do concílio, provavelmente esperando que sua ausência representasseum protesto contra a convocação do sínodo pelo imperador.

Os pontos a ser discutidos no sínodo eram:

• A questão Ariana,

• A celebração da Páscoa

• O cisma de Milécio

• O baptismo de heréticos

• O estatuto dos prisioneiros na perseguição de Licínio.

É um facto reconhecido que o anti-judaísmo, ou o anti-semitismo cristão, ganhou um novoimpulso com a tomada do controle do império romano, sendo o concílio de Niceia um marco nestesentido. Os posteriores Concílios da Igreja manteriam esta linha. O Concílio de Antioquia (341D.C.) proibiu aos Cristãos a celebração da Páscoa com os Judeus. O Concílio de Laodicéia proibiuos Cristãos de observar o Shabbat e de receber prendas de judeus ou mesmo de comer pão ázimonos festejos judaicos.

Uma boa fonte para o estudo deste periodo histórico é-nos apresentada hoje sob a forma da obrade Edward Gibbon, um historiador representativo do iluminismo inglês do século XVIII, aindahoje lida e traduzida para várias línguas (Uma nova tradução para o alemão foi editada em 2003):[A história do declínio e queda do império romano]].

O carácter, a sociedade, e os problemasA cristandade do séc II não concordava sobre a data de celebração da Páscoa da ressurreição. Asigrejas da Ásia Menor, entre elas a importante igreja de Éfeso, celebravam-na, juntamente com osjudeus, no 14º dia da primeira lua da primavera (o 14º Nisan, segundo o calendário judaico), semlevar em consideração o dia da semana. Já as igrejas de Roma e de Alexandria, juntamente commuitas outras igrejas tanto ocidentais quanto orientais, celebravam-na no domingo subseqüente ao14º Nisan. Com vistas à fixação de uma data comum, em 154/155, o bispo Policarpo de Esmirna,entrou em contato com o papa Aniceto, mas nenhuma unificação foi conseguida e o assuntopermaneceu em aberto.

Foi no concílio de Nicéia que se decidiu então resolver a questão estabelecendo que a Páscoa doscristãos seria sempre celebrada no domingo seguinte ao plenilúcio da primavera. Apesar de todoesse esforço, as diferenças de calendário entre Ocidente e Oriente fizeram com que esta vontadede festejar a Páscoa em toda a parte no mesmo dia continuasse sendo um belo sonho, e isso até osdias de hoje.

Além desse problema menor, outra questão mais séria incomodava a cristandade: como conciliar adivindade de Jesus Cristo com o dogma de fé num único Deus?

Na época a inteligência dos cristãos ainda estava à procura de uma fórmula satisfatória para aquestão, embora já houvesse a consciência da imutabilidade de Deus e da existência divina do Pai,do Filho e do Espírito Santo. Nesse quadro, um presbítero de nome Ário passa a defender emAlexandria a idéia de que Jesus é uma "criatura do Pai", não sendo, portanto, eterno. Em suas

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76pregações, Ário por várias vezes insistia em afirmar em tom provocativo que "houve um tempoem que o Filho não existia". Dizia que Cristo teria sido apenas um instrumento de Deus mas semnatureza divina. A esse ensinamento de Ário aderiram outros bispos e presbíteros. Sobretudo, obispo Eusébio de Cesaréia, conhecido escritor da igreja, que se colou do lado de Ário.

Por outro lado, a doutrina de Ário, ou arianismo, foi prontamente repudiada pelo restante doscristãos, que viam nela uma negação do dogma da Encarnação. O repúdio mais radical talvez Áriotenha encontrado no bispo Alexandre de Alexandria e no diácono Atanásio, que defendiamenfaticamente a divindade de Cristo. Um sínodo foi convocado e Ário foi excluído da igreja em318. Mas o número de seus adeptos já era tão grande que a doutrina não pode ser mais silenciada.A situação se agravava cada vez mais e, desejoso de resolver de vez a questão, o imperadorConstantino convoca um concílio ecumênico.

Os procedimentosO concílio foi aberto formalmente a 20 de maio, na estrutura central do palácio imperial,ocupando-se com discussões preparatórias na questão ariana, em que Arius, com algunsseguidores, em especial Eusébio de Nicomédia, Teógnis de Nice, e Maris de Chalcedon, parecemter sido os principais líderes; as sessões regulares, no entanto, começaram somente com a chegadado imperador. Após ter prescrito o curso das negociações ele confiou o controlo dosprocedimentos a uma comissão designada por ele mesmo, consistindo provavelmente nosparticipantes mais proeminentes desse corpo. É indubitavelmente devido às orientações deConstantino nesta etapa que o concílio, após estar na sessão por um mês inteiro, promulgou a 19de Junho o credo de Niceia.

O credo foi adotado neste conselho, mas o voto não foi unânime, e a influência do imperador eraclaramente evidente quando diversos bispos de Egipto foram expulsos devido à sua oposição aocredo.

No início os arianos e os ortodoxos mostraram-se incondescendentes entre si. Os arianosconfiaram a respresentação de seus interesses a Eusébio de Cesareia, cujo nível e a eloquência fezuma boa impressão perante o imperador. A sua leitura da confissão dos arianos provocou umatempestade de raiva entre os oponentes; duas minorias interessadas vividamente em opiniõescontrárias opuseram-se, mas entre elas bocejaram-se indiferentes.

No seu interesse, assim como para sua própria causa, Eusébio, depois de ter cessado de representaros arianos, apareceu como um mediador; ao afirmar que o objectivo principal a ser perseguidodeveria ser o estabelecimento da paz da igreja, concordou ao mesmo tempo com seu protectorexaltado.

Apresentou uma fórmula nova, o símbolo baptismal, da sua própria congregação, em Cesareia,pela qual se conseguiu a reconciliação das diferentes opiniões. O imperador, que perseguiu asintenções puramente políticas de uma pacificação bem sucedida, não poderia desejar umaproposição mais bem-vinda e confirmando-a imediatamente, adoptou-a como sua.

Desta maneira, não acedeu completamente à maioria, mas conciliou-se mais provavelmente comos seus desejos; pois, se os ortodoxos pudessem realmente fazer contar com uma maioriapreponderante, mesmo a pedilecção do imperador não os teria impedido de conceber a suaconfissão na forma proposta pelo bispo Alexandre na sua primeira carta circular.

Mas longe de ousar tal plano, a maioria (sem resistência) protestou, afirmando que os seus direitosdeveriam ser considerados por cláusulas correctivas. Apesar deste tipo de procedimentos ser maiscaracterístico de minorias do que de maiorias, neste caso a maioria procedeu assim e não deixoude obter a vitória.

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77Vale Ressaltar que a votação final quanto ao reconhecimento da divindade de Cristo foi umtotal de 300 votos a favor contra 2 desfavoráveis.

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78ÉDITO DE MILÃO

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Édito de Milão (313 d.C.), também referenciado como Édito da Tolerância, declarava que oImpério Romano seria neutro em relação ao credo religioso, acabando oficialmente com todaperseguição sancionada oficialmente, especialmente do Cristianismo. O édito foi emitido nosnomes do tetrarca ocidental Constantino I, o grande, e Licínio, o tetrarca Oriental.

A aplicação do Édito fez devolver os lugares de culto e as propriedades que tinham sidoconfiscadas aos cristãos e vendidas em hasta pública: "... o mesmo será devolvido aos cristãos sempagamento de qualquer indemnização e sem qualquer fraude ou decepção..."

Deu ao Cristianismo (e a todas as outras religiões) o estatuto de legitimidade, comparável com opaganismo e com efeito desestabeleceu o paganismo como a religião oficial do império romano edos seus exércitos.

Na tentativa de consolidar a totalidade do Império Romano sob o seu domínio, Licínio em brevemarchou contra Constantino I. Como parte do seu esforço de ganhar a lealdade do seu exército,Licínio dispensou o exército e o serviço civil da política de tolerância do Édito de Milão,permitindo-lhes a expulsão dos cristãos. Alguns cristãos perderam consequentemente propriedadese alguns a vida.

No final, por volta de 324 d.C., Constantino ganhou o domínio de todo o Império e ordenou aexecução de Licínio, por traição.

Fonte:- http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89dito_de_Mil%C3%A3o

Page 15: Sistema Cristinco Anexo Parte 1

79A HISTÓRIA DA TERRA SANTA

Da promessa até o cativeiro

2126 a.C. - Deus chama Abrão para a terra de Canaã (Gn 12.1-3).

1913 a.C. - Deus estabelece uma aliança incondicional com Abraão e revela-lhe os limites daterra prometida a ele e aos seus descendentes para sempre (Gn 15).

1800 a.C. - Deus confirma a aliança abraâmica com Isaque (Gn 26.1-5).

1760 a.C. - Deus confirma a aliança com Jacó (Gn 28.13-15).

1728 a.C. - José é vendido como escravo no Egito (Gn 37.36).

1706 a.C. - Jacó (agora chamado Israel, Gn 32.28) e seus filhosmudam-se para o Egito (Gn 46.1-26).

1446 a.C. - O êxodo do Egito (Êx 14).

1406 a.C. - Início da conquista israelita de Canaã.

1375 a.C. - Começa o período dos juízes.

1050-930 a.C. - O reino unido (Saul, Davi e Salomão). Em 1000 a.C., Davi conquistaJerusalém e a torna a capital de Israel.

930-732 a.C. - O reino dividido (Norte = Israel; Sul = Judá). Jerusalém é a capital de Judá.

722 a.C. - A Assíria conquista o Reino do Norte (Israel).

605-586 a.C. - A Babilônia conquista o Reino do Sul (Judá) e destrói o Templo de Salomão.Início do cativeiro babilônico.

Do retorno até Herodes, o Grande

539 a.C. - Queda da Babilônia diante da Média-Pérsia (Dn 5).

538 a.C. - Ciro, o rei persa, permite o retorno dos judeus à sua terra (Esdras 1).

537 a.C. - Judeus retornam a Jerusalém sob Zorobabel.

516 a.C. - A reconstrução do Segundo Templo é concluída.

458 a.C. - Nova leva de judeus retorna a Israel sob Esdras.

445 a.C. - Artaxerxes I envia Neemias a Jerusalém para reconstruir os muros (Ne 2).

430 a.C. - Malaquias, a última voz profética; depois dele, 400 anos de "silêncio".

333 a.C. - Alexandre, o Grande, conquista a Pérsia, iniciando o período helenístico (grego).

323 a.C. - Morre Alexandre, o Grande. Seu reino é dividido entre seus quatro generais(Ptolomeu, Seleuco, Cassandro e Lisímaco).

167 a.C. - Antíoco IV (Epifânio) profana o Templo.

165 a.C. - Judas Macabeu lidera a revolta contra Antíoco, purifica o Templo e restabelece aindependência sob a dinastia hasmoneana.

63 a.C. - O general romano Pompeu entra em Jerusalém, pondo fim à independênciajudaica; Júlio César é assassinado.

37 a.C. - Os romanos apontam Herodes, o Grande, como "rei dos judeus" e outorgam-lheautoridade sobre a Judéia, Samaria e Galiléa.

Egito

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80DE HERODES ATÉ MAOMÉ

20 a.C. - Herodes inicia a reconstrução do Templo.

6-5 a.C. - Jesus nasce em Belém.

4 a.C. - Morre Herodes; César Augusto divide o território: Arquelau recebe a Judéia, HerodesAntipas, a Galiléia e Filipe, a Ituréia e Traconites (Nordeste da Galiléia – Lc 3.1).

26-36 d.C. - Pôncio Pilatos governa a Judéia.

30 d.C. - Jesus, o Messias, é crucificado, ressuscita dentre os mortos e ascende ao céu.Começa a era da Igreja no Dia de Pentecostes (Shavuot).

66-73 d.C. - Primeira insurreição judaica. Os romanos destróem Jerusalém e o Templo (70d.C.), e atacam Massada, onde 960 judeus preferem cometer suicídio a se renderem (73d.C.).

132-135 d.C. - Segunda insurreição judaica. O imperador Adriano reconstrói Jerusalémcomo uma cidade pagã e a denomina Aelia Capitolina. Rabbi Akiva lidera a rebelião eproclama como messias o líder militar Simon Bar Kochba. O povo judeu, que não tinhaacesso apenas a Jerusalém, é disperso por toda a terra. Roma renomeia Judá, Samaria eGaliléia de Siria Palaestina, conhecida mais tarde como Palestina.

200 d.C. - Muitos judeus dispersos retornam.

312-313 d.C. - O imperador Constantino abraça o cristianismo.

330 d.C. - Constantino muda-se para Bizâncio, e dá-lhe o nome de Constantinopla (hojeIstambul, Turquia), mantendo o controle sobre a Palestina.

570 d.C. - Muhammad ibn Abd Allah [Maomé] nasce em Meca (Arábia Saudita).

De Maomé aos turcos otomanos

610 - Maomé declara que o anjo Gabriel mostrou-lhe uma tabuinha determinando que ele setornaria um mensageiro de Deus [Alá]. Daí até sua morte ele passou a ter "visões". Assimcomeçou a religião muçulmana, o islamismo, que significa "submissão a Alá".

622 - Maomé foge de Meca para Yathrib (que passou a ser chamada de Medina = Cidade doProfeta). Sua retirada é conhecida como Hégira ("hijrah", em árabe = emigração). Ocalendário muçulmano começa nessa data – 1 d.H. (primeiro ano depois da Hégira).

630 - Os árabes omíadas tornam-se os primeiros muçulmanos presentes em Jerusalém.

632 - Morre Maomé.

639-661 - Governo árabe muçulmano. Apenas neste período de 22 anos a Terra Santa foigovernada pelos árabes – mesmo então, como parte de um grande império.

661-1099 - Muçulmanos governam a Palestina. No entanto, não se trata de árabes, e simdos abássidas, vindos de Bagdá, dos fatímidas, procedentes do Cairo, e dos seljúcidas, daTurquia.

1099-1187 - As cruzadas católicas, sob o papa Urbano II, conquistam Jerusalém emassacram judeus e muçulmanos.

1187 - Saladino, um muçulmano curdo de Damasco, recaptura Jerusalém e grande parte daPalestina.

1244-1303 - Os mongóis da Ásia destituem a dinastia de Saladino. Os mamelucosmuçulmanos e os mongóis lutam pelo poder. A presença dos cruzados termina em 1291 d.C.

1513-1517 - Os muçulmanos turco-otomanos conquistam a Palestina.

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81DOS TURCOS OTOMANOS ATÉ OS BRITÂNICOS

1517 - Os muçulmanos turco-otomanos governam a Palestina como parte de seu império.

1840 - Governo turco completamente restaurado. Líderes ingleses começam a discutir apossibilidade de restabelecer o povo judeu em sua própria terra.

1822 - Judeus fazem aliyah (imigração) da Romênia para a Palestina.

1890-1891 - Uma grande massa de judeus proveniente da Rússia desembarca em Israel.

1894-1895 - Na França, o capitão Alfred Dreyfus é condenado por espionagem, em meio aum feroz anti-semitismo.

1896 - Theodor Herzl escreve Der Judenstaat ("O Estado Judeu").

1897 - O Primeiro Congresso Sionista, convocado por Herzl, é realizado em Basiléia (Suíça).Mais de 200 participantes, de 17 países, criaram a Organização Sionista Mundial, quebuscava "estabelecer uma pátria para o povo judeu em Eretz-Israel (a terra de Israel),assegurada pela lei". O Congresso Sionista se reuniu todos os anos, de 1897 a 1901, e desdeentão se reúne a cada dois anos, até os dias de hoje.

1901 - O Congresso Sionista criou o Fundo Nacional Judaico (FNJ), destinado a levantarrecursos para a aquisição de terras em Eretz Israel. O FNJ é o maior proprietário de terrasem Israel (12,5% do território), tendo adquirido mais da metade dessa extensão antes doestabelecimento da nação.

1904 - Segunda onda de imigração de judeus, provenientes principalmente da Rússia e daPolônia.

1906 - A primeira escola judaica de ensino médio é fundada em Haifa e uma escola de artesé fundada em Jerusalém.

1908-1914 - Segunda aliyah de judeus vindos do Iêmen.

1909 - Tel Aviv, a primeira cidade totalmente judaica, é fundada na Palestina.

1910 - Fundação do kibbutz Degania.

1914-1918 - Primeira Guerra Mundial.

1917 - O general britânico Edmund Allenby conquista a Palestina, a leste e a oeste doJordão, pondo fim ao domínio otomano. Em novembro, os britânicos publicam a DeclaraçãoBalfour, apoiando o estabelecimento de "uma pátria para os judeus".

1920 - A Liga das Nações dá aos britânicos um mandato sobre a Palestina, com ordens deimplementação da Declaração Balfour. (Israel My Glory - http://www.beth-shalom.com.br)

Fonte:- http://www.beth-shalom.com.br/artigos/terrasanta.shtml

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82JESUS, O HOMEM (PARTE IV) COMENTARIOS DO MARCOS

Sobre o comentario do Carlos no boletim 211 DO LUIZ OTAVIO sobre a Fundacao Espirito-Santense de Pesquisa Espirita – Extraído do B o l e t i m GRUPO DE ESTUDOS AVANCADOSESPIRITAS 11 (215) 96 19 Novembro 96

JESUS, O HOMEM Parte IV (ultima parte, continuação do boletim 211) por Albino AntonioCastro de Novaes COMENTARIOS GERAIS ·

O texto que copiamos quase literalmente pertencem aa Teologa e Historiadora Dra. Elaine Pagels(Os Evangelhos Gnosticos - Editora Cultrix), ao Historiador John Dominic Crossan (Quem MatouJesus? - Imago) e Isaac Asimov (Escolha a Catástrofe - Companhia Melhoramentos de Sao Paulo).1-Uma coletânea de Evangelhos permaneceram desconhecidos por mais de 1700 anos, ate seremencontrados em 1945, no mes de dezembro, por um camponês árabe. A descoberta arqueológicafeita no Egito foi certamente espantosa. Os rolos de pergaminhos encontravam-se encerrados numpote vermelho de cerâmica, com um pouco menos de um metro de altura, enterrado a poucaprofundidade num velho cemitério de Nag Hammadi, perto de Jabal al-Tarif. Esses documentosforam verificados cientificamente, sendo constatada a existência de outros manuscritos, de copiasde Evangelhos não canônicos e de uma coletânea de textos atribuídos a seguidores de Jesus.Foram datados como não posteriores a 120 ou 150 anos. Nenhum dos papiros trata dosEvangelhos canônicos, de uma narrativa da vida histórica de Jesus. Relatam um pouco mais deuma centena de sentenças ou aforismo de Jesus - vivo, são ensinamentos de Jesus proferidos, nãopara as massas populares, mas para uma elite de discípulos (...) capazes de compreenderem osentido profundo de certas verdades. O Evangelho de Tome leva-nos ao confronto entre averticalidade do Cristo Cósmico e a horizontalidade do Jesus Humano. Jean Doresse identificou asprimeiras linhas do documento atribuído a Tome, encontrado em 1945, com os fragmentos de umEvangelho de Tome grego descoberto na decada de 1890. Os manuscritos encontrados no Egitoforam escritos em língua copta. O original de Tome foi escrito provavelmente em aramaico. Agnose proclama a imperiosa necessidade de auto conhecimento como fundamento da auto-realização ou auto-redençao. Os teólogos ortodoxos falam em salvação, no sentido de uma auto-redençao de uma salvação de fora do homem. Mas o declínio visível dessas teologias demonstrama fragilidade dos princípios que esposam. A auto-redenção do Evangelho esta numa gloriosaascensão. Tambem os quatro Evangelhos segundo Mateus, Marcos, Lucas e Joao, proclamam averdade central da auto-redencao pela consciência, pela vivência do Cristo interno. As teologiasortodoxas deram excessiva importância a diversos tipos de alo-redencao: 1- redenção por meio deobjetos e formulas sacras (obtida de cultos pagãos - Mitraismo, por exemplo); 2- redenção pelosangue de um homem. Essa ideologia pagão-pedagogica de auto-redencão por fatores alheios eexternos esta sendo superada. A redenção segundo o evangelho, esta na consciência dapaternidade unica de Deus manifestado na vivencia da fraternidade universal dos homens. Existeum valiosissimo tesouro oculto nas mensagens de Jesus, o meigo nazareno. E a elite espiritual denosso tempo esta redescobrindo esse tesouro. Vejamos o que nos diz Jesus: "Se manifestaremaquilo que tem em si, isso que manifestarem os salvara. Se não manifestarem o que tem em si, issoque não manifestarem os destruiria. 2- Ocorreram sisões no Cristianismo ja nos primeirosdecênios após a crucificação de Jesus. O Bispo Irineu, responsável pela Igreja em Lyon por voltado ano 180, escreveu cinco volumes intitulados Destruição e Ruínas daquilo que falsamente sechamava CONHECIMENTO, que começam prometendo apresentar as opiniões daqueles que hojeensinou heresias (...) e mostrar como suas afirmações sao absurdas e incompatíveis com a verdade(...). Irineu denuncia particularmente o Evangelho de Verdade, provavelmente referindo-se aomesmo Evangelho encontrado em Nag Hammadi. 3- Judeus e cristãos ortodoxos insistem que umadistancia abissal separa a humanidade de seu Criador: Deus e inteiramente distante da sua criação.Mas alguns gnósticos negam isso: o conhecimento de si mesmo e o conhecimento de Deus o eu eo divino sao idênticos. Jesus que aparece nesses textos fala em ilusao e iluminacao, nao em pecadoe arrependimento, como o Jesus do Novo Testamento. Em vez de ter vindo para nos salvar dospecados, ele veio como guia que abre o oceano para o entendimento espiritual. Mas quando o

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83discipulo se ilumina, Jesus deixa de ser o seu mestre espiritual, pois ambos se tornaramsemelhantes - ou mesmo identicos. 4- No seculo I surgiram ideias que nos associamos aasreligioes do oriente, atraves do gnosticismo, mas foram logo condenada, perseguidos e suprimidaspor polemistas como Irineu que os condenava rotulando-as como heresias. Todo aquele queadotasse a linha doutrinaria estabelecida pelos gnosticos - consciente ou inconscientemente -segundo o ponto de vista de cristaos que se diziam ortodoxos, era logo tratado como herege. Umherege pode ser qualquer um cuja visao alguem nao goste ou denuncie. Segundo a tradicao, umherege e aquele que se afasta da verdadeira fe. MAS O QUE DEFINE A VERDADEIRA FEh?QUEM A DENOMINA ASSIM E POR QUAIS MOTIVOS? Trazendo a questao para o nossotempo, seculo XX, encontramos o termo "cristianismo" que, especialmente desde a Reforma temabrangido um numero espantoso de grupos. Aqueles que afirmam representar o "verdadeirocristianismo" incluem desde um cardeal catolico no Vaticano a um pastor metodista episcopalpregando carismaticamente em Detroit, um missionario mormon na Tailandia ou membro dealguma igreja aldea na costa da Grecia. Eh deploravel tal diversidade. Cristaos primitivosformavam, no entanto, uma comunidade mais simples e mais pura na fe. No tempo dos apostolos,todos os seguidores do Cristo partilhavam em dinheiro suas propriedades; todos acreditavam nomesmo ensinamento e todos realizavam o culto juntos; todos reverenciavam a autoridade dosapostolos. Foi somente depois desse periodo aureo que conflitos e mais tarde heresias surgiram.Esse e o quadro "pintado" pelos ortodoxos. Os papiros encontrados no Egito perturbam essequadro. Se admitirmos que os 52 textos la encontrados representam formas especiais deensinamentos cristaos, talvez tenham que reconhecer que o cristianismo primitivo era muito maisdiversificado do que se poderia supor. Nao causa especie afirmarmos que, no cristianismo atual,por mais diverso e complexo que possa ser, talvez haja maior unanimidade do que nas igrejascristas desde aquela epoca - catolicos, protestantes ou ortodoxos - tem em comum tres premissasbasicas: 1- eles aceitavam o canone do Novo Testamento; 2- professam o credo apostolico; 3-admitiam formas especificas de instituicoes eclesiasticas. Segundo Irineu (...) outros inumerosevangelhos circulavam entre os diversos grupos cristaos, incluindo desde aqueles do NovoTestamento - Mateus, Marcos, Lucas e Joao - ate documentos como Evangelho de Tome, oEvangelho de Felipe e o Evangelho da Verdade, alem de muitos poemas atribuidos a Jesus e seusdiscipulos. Aqueles que se confessavam cristaos tinham as mais diversas - as vezes radicalmentediversas - praticas religiosas. E as maneiras como as comunidades espalhadas por todo o mundoconhecido da epoca se organizavam diferiam tremendamente de um grupo para outro. Por volta doano 200, o cristianismo se tornara uma instituicao encabecada por uma hierarquia em tres niveis,constituida de bispos, padres e diaconos, que se viam como guardiaes da unica "fe verdadeira". Amaioria das igrejas, tendo a de Roma aa frente, rejeitam todos os outros pontos de vista comoheretico. Deplorando a diversidade do movimento anterior, o bispo Irineu e seus seguidores que sopodia haver uma igreja e que fora dessa igreja nao ha salvacao. Concentravam esforcos paradestruir todos os vestigios de "blasfemia" heretica e tiveram exito de tal modo que praticamentetodas as informacoes sobre formas alternativas de cristianismo estiveram sepultados por seculos,ate a descoberta em Nag Hammadi. Muito provavelmente foi o gnosticismo a mais ameacadoradas heresias. 5-Sem duvida as descobertas de Nag hammadi, em 1945, iniciaram toda uma novaera de estudos. A maioria dos estudiosos hoje concordam que o que nos chamamos "gnosticismo"foi um movimento muito difundido cujas fontes podem ser encontradas em diversas tradicoes.Segundo R. M. Grant o gnosticismo surgiu como uma reacao ao estilhacamento das concepcoesreligiosas tradicionais - judaicas e cristas - apos a destruicao de Jerusalem pelos romanos no ano70. 6-"Jesus Cristo ressuscitou" com essa proclamacao nasceu a Igreja Crista. Esse talvez seja oelemento fundamental da fe crista. Outras religioes celebram os ciclos do nascimento e morte: oCristianismo insiste num movimento historico unico e singular, o ciclo inverteu-se e um homemmorto voltou aa vida. A ortodoxia tem confessado em seu credo que "Jesus de Nazare, crucificado,morto e sepultado, ressuscitou no terceiro dia". Hoje muitos recitam esse credo sem pensar no queestao dizendo, e certamente sem acreditar nele. Recentemente, porem, alguns teologos, algunsministros e estudiosos comecam a contestar essa leitura literal da ressurreicao; e para justificar taldoutrina ressaltam a atracao psicologica que ela exerce sobre nossas esperancas e nossos medosmais profundos; para explica-la, oferecem interpretacoes simbolicas. Boa parte da tradicao

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84primitiva insistem literalmente que um homem - Jesus - voltou aa vida. O que torna essesrelatos cristaos tao extraordinarios nao e o fato de os amigos de Jesus o terem "visto" apos suamorte - as visoes de mortos eram muito comuns naquela epoca - e sim o de terem visto um serhumano de verdade. Se houvessem dito que o espirito de Jesus continuava vivo, que ele haviasobrevivido aa corrupcao do corpo, seus contemporaneos talvez achassem que tais historiasfizessem sentido. Quinhentos anos antes, os discipulos de Socrates haviam afirmado que a alma deseu mestre era imortal. Tertuliano (190 dC) define a posicao ortodoxa dizendo: assim como Cristoressuscitou corporalmente do tumulo, todo aquele que acredita deve antecipar a ressurreicao dacarne". Aqui Tertuliano nao nos deixa duvida - nao esta falando da imortalidade da alma: "Naocreio que a salvação da alma precise ser discutida: pois, quase todos os hereges nao importa comoa aceitem, pelo menos não a negam. O que ressuscita e "essa carne regada de sangue, sustentadapor ossos entremeadas de nervos, entrelacada de veias" . Uma carne que nasce e que morre,indubitavelmente humana. O próprio Tertuliano afirma: "(...) e preciso crer na ressurreicao doCristo, porque e absurdo." Os chamados "hereges" discordam. Sem negarem a ressurreicao, elesrejeitam uma interpretacao literal; alguns consideram tal interpretacao "extremamente repulsiva,repugnante e impossivel", Alguns gnosticos afirmam que a pessoa que ressuscita nao encontra umJesus trazido fisicamente de volta aa vida; antes, encontra-se com Cristo num plano espiritual. Issopode ocorrer em sonhos, em êxtase, em visões ou em momentos de iluminação espiritual. Mas osortodoxos condenam todas essas interpretações, Tertuliano declara que aquele que negar aressurreição da carne e um herege, não um cristão. Por que a tradicao ortodoxa adotou ainterpretação literal da ressurreição? Lucas - narra que Jesus apareceu a seus discípulos na formaque eles o conheciam em sua vida terrena, ele come em sua companhia e pede que o apalpem paraprovar que não e um espirito. João - conta que Tomas (Tome) declara que não acreditara se nãopuder vê-lo e toca-lo pessoalmente. Quando Jesus apareceu ele diz a Tome: "ponha seu dedo aquie veja minhas mãos. Estenda a sua mao e ponha-a no meu lado. Não seja incrédulo; creia. Lucas eMarcos - contam que Jesus apareceu "em outra forma"- não a sua forma terrena anterior - a doisdiscípulos que caminhavam na estrada para EMAÚS. Lucas diz que esses dois discípulos,profundamente perturbados pela morte de Jesus, conversaram com um forasteiro aparentementedurante varias horas, e o convidaram para jantar. Só quando o estranho sentou-se em suacompanhia para abençoar o pão e que eles subitamente o reconhecem como sendo Jesus. Nessemomento, porem, "ele ficou invisível diante deles". (Lembrem-se que estou transcrevendo aindaescritos da Dra. Elaine Pagels, que desconhece a Doutrina Espirita e e consagrada Teóloga de umauniversidade americana) João - inclui outro episódio muito diferente: Maria Madalena, chorandopor Jesus perto do seu sepulcro, ve um homem que ele confunde com o jardineiro. Quando ele achama pelo nome, Maria subitamente reconhece a presença de Jesus - mas ele a ordena que não otoque. De modo que, se algumas historias do Novo Testamento insistem numa leitura literal daressurreição, outras se prestam a interpretações diferentes. É plausível que, em momentos degrande tensão emocional, certas pessoas de repente sintam estar vivenciando a presença de Jesus.A EXPEIÊNCIA DE PAULO: viajando na estrada de Damasco, com o firme propósito de lançarcristãos na prisão, "subitamente uma luz vinda do céu o envolveu de claridade. E ele caiu aochão", ouvindo a voz de Jesus repreendendo-o por persegui-lo. Uma versão da historia diz: "oshomens que com ele viajavam detiveram-se, emudecidos de espanto, ouvindo a voz mas nãovendo ninguém". Segundo Lucas, Paulo contou que "os que estavam comigo viram a luz, mas nãoescutavam a voz de quem falava comigo" 7- RAZÃO DA TESE ORTODOXA DARESSUREIÇÃO Paradoxalmente, examinando-se efeitos práticos sobre o movimento cristão,verificamos que a doutrina da ressurreição do corpo também se presta a uma função políticaessencial: ela legitima a autoridade de certos homens como sucessores do apostolo Pedro,reivindicam para si o exercício exclusivo da liderança sobre as igrejas. Centenas de mestres,concorrendo entre si, afirmavam ensinar "a verdadeira Doutrina do Cristo", denunciando uns aosoutros como charlatães. Houve divisão, surgiram facções. · Novo Testamento indica que Jesusapareceu a muitos outros alem de Pedro. Paulo afirma que em certa ocasião ele apareceu para 500pessoas simultaneamente. A partir do século II, as igrejas ortodoxas conceberam a noção de quesomente certos aparecimentos do Cristo ressuscitado conferiam autoridade a aquele que ostestemunhavam a saber, os aparecimentos de Jesus a Pedro e aos "onze"(os discípulos menos

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85Judas Iscariote) (...) · (A meu ver os teólogos da época criaram um forma bem inteligente paraque mais pessoas nao continuassem vendo o Cristo ressuscitado - quarenta dias depois, tendocompletado a transferencia de poder, o Senhor ressuscitado retirou abruptamente a sua presencacorporal do meio deles, e ascendeu ao ceu enquanto eles observavam perplexos e maravilhados -estava resolvido o problema! Vejamos a seguir o comentario de Lucas nas palavras da Dra.Elaine.) Lucas concebe o fato como um acontecimento fundamental: dali para frente, por toda aduracao do mundo, ninguem jamais vivenciaria a presenca efetiva de Jesus como os dozeapostolos (os onze mais Matias) - durante a vida de Jesus e por quarenta dias apos sua morte.Apos esse tempo, conta-nos Lucas, outros vieram a obter somente formas mais indiretas decomunicacao com o Cristo, admitindo que Estevao teve uma visao de Jesus (...) e que Paulo travouseu primeiro contato com Jesus numa dramatica visao - e mais tarde num extase. Lucas pretenderegistrar suas palavras:" De volta a Jerusalem, um dia em que eu rezava no templo, cai em extase evi o Senhor falando comigo". Sendo Lucas estes fenomenos nao podem ser comparados aosacontecidos com os doze, pelos motivos expostos: 1- eles se deram com pessoas nao incluidasentre os doze; 2- so ocorreram depois das ascensao corporal de Jesus; 3- embora visoes, sonhos etranses extaticos manifestarem vestigios da presenca espiritual de Jesus, a experiencia dos doze foiinteiramente diferente, somente eles, tendo conhecido Jesus durante a sua vida, podiam dartestemunho daqueles acontecimentos singulares que conheceram de primeira mao - e daressurreicao de alguem que estava morto aa sua plena presenca fisica a eles. Assim, de um modobastante habil, com a ascensao do corpo de Jesus, evitaram assim, que o numero daqueles quetiveram contato com ele ressuscitado aumentasse. Nao podemos deixar de admirar a inventividadedo fato. Por essa teoria - de que toda a autoridade provem da experiencia de certos apostolos como Cristo ressuscitado, uma experiencia agora definitivamente encerrada - tremendas implicacoesna estrutura politica da comunidade advem. Segundo KARL HOLL, ela restringe o circulo delideranca a um pequeno grupo de pessoas cujos membros ocupam uma posicao de autoridadeincontestavel. E sugere que somente os apostolos tinham o direito de ordenar futuros lideres comoseus sucessores. Os cristaos do seculo II usaram os relatos de Lucas para fundamentar uma cadeiade comando restrita e especifica a todas as geracoes futuras de cristaos. Qualquer lider dacomunidade teria que receber ou alegar receber sua autoridade dos mesmos apostolos. Ninguempoderia jamais reivindicar para si uma autoridade equivalente - e muito menos contestar aautoridade deles. O que os apostolos vivenciaram e testemunharam seus sucessores nunca poderaocomprovar por si; pelo contrario, a eles cabera somente crer, proteger e transmitir para geracoesfuturas o testemunho dos apostolos. · O que acabamos de relatar nao deixa duvida quanto aosucesso quanto ao sucesso dessa teoria junto aos ortodoxos. Quase dois mil anos depoisencontramos seus herdeiros legitimos, padres e bispos, que remontam sua ordenacao a essa mesmasucessao apostolica. Ate hoje o papa atribui e a primazia que que afirma ter sobre os outros, aoproprio Pedro, "o primeiro dentre os apostolos" por ter sido "a primeira testemunha daressurreicao". · A teoria de Lucas e rejeitada pelos gnosticos, que e considerada por alguns como afe dos tolos. Segundo os gnosticos a ressurreicao nao foi um evento singular do passado,; pelocontrario ela simboliza como a presenca do Cristo que pode ser vivenciada no presente. O queimporta nao e "ver" literalmente, mas sim a visao espiritual. Muitos que testemunharam osacontecimentos da vida de Jesus permanecera cegos ao seu significado. Os proprios discipulosfreqüentemente nao compreendiam o que Jesus dizia, e aqueles que anunciaram que seu mestrefalecido voltara fisicamente aa vida confundiram uma verdade espiritual com um fato real. Overdadeiro discipulo pode nao ter visto Jesus terreno se nasceu em epoca errada - como Paulodisse a respeito. No entanto essa impossibilidade fisica pode tornar-se uma vantagem espiritual:tais pessoas, como Paulo, podem encontrar Cristo primeiramente no plano da experiencia interior.· Maria de Madalena foi a primeira pessoa a ver o Cristo ressuscitado. Joao afirma que Maria viuJesus na manha de sua ressurreicao, e que ele so apareceu aos outros discipulos mais tarde, aoentardecer do mesmo dia. Maria de Madalena, vendo o Senhor numa visao, pergunta-lhe; "Comove essa visao aquele que a ve? Atraves da alma, ou atraves do espirito? Ela responde OVISIONÁRIO PERCEBE ATRAVES DA MENTE. 8- (John Dominic, no prologo Historia eProfecias, do livro que recebeu como titulo "Quem Matou Jesus?", declara uma posicao quesegundo ele mesma parece afrontar o senso comum. Convem, tambem transcreve-la literalmente)

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86"A narrativa da paixao e a seqüencia mais literal em todos os quatro evangelhos. Sua sucessaode crime, prisao, julgamento, injuria, execucao e sepultamento e exatamente aquela que se espera.E ha, dentro do proprio Novo Testamento, quatro versoes separadas, todas extraordinariamentesimilares na seqüencia geral e no conteudo especifico. Eh claro, alguem contesta, isto deve serhistoria relembrada, e muito bem relembrada, por sinal. Por que, entao, aquela estranha propostaalternativa que e, a nao ser pelo simples esqueleto informativo, toda composta de profeciashistoricizada? Estas sao nossas razoes gerais: · Ninguem fora dos evangelhos conhece a narrativada paixao-ressurreicao: se ela estava la como historia relembrada desde o inicio, por que nao eencontrada em todos os varios tipos de tradicao? (Este primeiro questionamento me pareceresolvido pela Dra. Elaine) · Todos os quatro evangelhos estao de acordo ate que Marcos terminano tumulo vazio em 16,8, mas quando Marcos para, todos tomam caminhos separados: o queaconteceu aa historia relembrada quando Marcos parou e deixou os outros sozinhos? · Ehextremamente dificil encontrar versoes independentes de historia relembrada deste inicio danarrativa da Paixao. Mesmo em Brown ha apenas duas, Marcos e Joao, embora ele tambem faledas tradicoes populares da Paixao. Se era tao importante e se foi recordada tao precocemente, porque nao ha mais versoes independentes dela? · As unidades individuais, as seqüencias gerais e osquadros globais das narrativas da paixao-ressurreicao estao ligadas ao cumprimento de profeciasque sua remocao nao deixa nada, exceto os fatos mais simples, quase como Josefo ou Tacito.Vamos encerrar por hoje, nos reportando a HERMINIO C. MIRANDA, autor de "Cristianismo, amensagem esquecida": "Em comemoracao aos quatro seculos e meio da Reforma Protestante, oTIME dedicou a sua "cover story", em 24 de marco de 1967, a uma especie de reavaliacao da obrainiciada por Lutero, em 1517. Lembro-me do impacto que me causou a informacao de que umconclave internacional que reunira, em 1963, as melhores cabecas pensantes do protestantismonao conseguiria interpretar, em termos modernos, o conceito fundamental da doutrina reformista,ou seja, a da justificacao pela fe." (Estamos empenhados em rever o Cristianismo e suas bases.Desmistificar o Cristo significa devolver aa humanidade o Jesus humano, o sublime amigo, oMestre angelico, o Anjo que um dia viveu na carne para conduzir o homem aa sua proprialibertacao. Contamos com voce migo leitor. Estude, liberte-se, venca atraves do esclarecimentoque somente o estudo proporciona, os dogmas, as crendices e a mentira. Compreenda a feraciocinada e inteligente em sua logica absoluta) (FIM)

Fonte:- http://www.geae.inf.br/pt/boletins/geae215.txt

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87O EVANGELHO DE JUDAS

AUTOR: Andrew CockburnFOTÓGRAFO: Kenneth Garrett

Com um ligeiro tremor nas mãos, causado pela doença de Parkinson, o professor Rodolphe Kasserpegou o texto antigo e começou a ler com voz firme e clara: "Pe-di-ah-kawn-aus ente plah-nay".Essas palavras estranhas eram em copta, a língua fa-lada no Egito no alvorecer do cristianismo.Não eram ouvidas desde que a Igreja nascente declarara o documento proibido aos cristãos.

Esta cópia, não se sabe como, sobreviveu. Escondida por uma eternidade no deserto egípcio,finalmente foi descoberta no fim do século 20, para depois novamente desaparecer no submundodos negociantes de antigui-dades. Quando chegou às mãos de Kasser, o papiro - um tipo de papelfeito de plantas aquáticas desidratadas - estava se desfazendo, com sua mensagem prestes a serperdida para sempre.

O erudito professor de 78 anos, um dos maiores especialistas mundiais em copta, terminou de ler ecuidadosamente pôs a página de volta na mesa. "Bela língua, não? Egípcio escrito em caracteresgregos." Sorriu. "Esta é uma passagem em que Jesus explica aos discípulos que eles estão nocaminho errado." Maravilhara-se com o texto, e não era para menos. Na primeira linha da páginainicial está escrito: "O relato secreto da revelação feita por Jesus em conversa com Judas Iscariotes[.]".

Após quase 2 mil anos, o homem mais odiado da história está de volta.

Todos se lembram do grande amigo de Jesus Cristo, um dos Doze Apóstolos, que o vendeu por 30moedas de prata, identificando-o com um beijo. Depois, enlouquecido de remorso, Judas seenforcou. Ainda hoje, ele é o símbolo supremo da traição. Nos abatedouros, o bode que conduz osoutros animais ao abate é chamado de Judas. Na Alemanha, autoridades podem proibir os pais dedar o nome Judas a um recém-nascido. Na Igreja Suspensa, um templo cóptico na Cidade Velhado Cairo, os guias apontam uma coluna negra na colunata branca da igreja - Judas, é claro. Ocristianismo não seria o mesmo sem o seu traidor.

Um contexto sinistro permeia as descrições tradicionais de Judas. À medida que o cristianismodesvinculou-se de suas origens como uma seita judaica, os pensadores cristãos foram julgandocada vez mais conveniente culpar os judeus, como povo, pela prisão e execução de Cristo, e assimpintar Judas como o judeu arquetípico. Os quatro evangelhos, por exemplo, tratam com brandura ogovernador romano Pôncio Pilatos, mas condenam Judas e os altos sacerdotes judeus.

O manuscrito secreto mostra-nos um Judas muito diferente. Ele é um herói. Ao contrário dosoutros discípulos, realmente compreende a mensagem de Cristo. Quando entrega Jesus àsautoridades, está fazendo o que seu mestre pediu, sabendo o destino que irá acarretar para simesmo. Jesus o avisa: "Serás amaldiçoado".

A mensagem é chocante o suficiente para despertar suspeitas de fraude, coisa comum em setratando de artefatos que se dizem bíblicos. Foi o caso de uma caixa vazia de calcário quesupostamente continha os ossos de Tiago, irmão de Jesus. Ela atraiu multidões quando foi exibidaem 2002, mas logo se revelou uma engenhosa falsificação.

Um Evangelho de Judas é obviamente mais atraente do que uma caixa vazia, mas até o momentotodos os testes confirmam sua antiguidade. A National Geographic Society, que está contribuindopara financiar a restauração e a tradução do manuscrito, encomendou a um renomado laboratório

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88especializado da Universidade do Arizona a datação por carbono do livro de papiro, ou códice,que contém o evangelho. Testes com cinco amostras separadas do papiro e da sua encadernação decouro datam o códice entre 220 e 340 d.C. A tinta parece ser uma mistura feita com noz-de-galha,vitríolo, goma e fuligem. Especialistas em copta afirmam que modos de expressão reveladoresencontrados no evangelho indicam que ele foi traduzido do grego, língua na qual a maioria dostextos cristãos foi escrita nos dois primeiros séculos desta era. "Nós todos nos sentimos à vontadesituando a origem desse texto no século 4", declarou um especialista.

Uma confirmação adicional vem do passado. Por volta de 180 d.C., Irineu, bispo de Lyon na GáliaRomana, escreveu um volumoso tratado intitulado Contra as Heresias. O livro era uma censuraferoz a todas as concepções sobre Jesus que diferiam das apresentadas pela Igreja tradicional.Entre os que ele criticou estava um grupo que reverenciava Judas, "o traidor", e que criara uma"história fictícia" à qual "chamam Evangelho de Judas".

Pelo visto, décadas antes de o manuscrito hoje nas mãos de Rodolphe Kasser ser escrito, o iradobispo sabia sobre o texto original em grego.

Irineu estava às voltas com uma profusão de heresias. Nos primeiros séculos do cristianismo, oque chamamos de Igreja, operando por meio de uma hierarquia de padres e bispos, era apenas umde muitos grupos inspirados por Jesus. O estudioso da Bíblia Marvin Meyer, da UniversidadeChapman, que ajudou na tradução do evangelho, resume a situação com uma frase: "Ocristianismo em busca de seu estilo".

Um grupo chamado ebionitas, por exemplo, pregava que os cristãos deviam obedecer a todas asleis religiosas judaicas, enquanto outro, os marcionitas, rejeitava qualquer relação entre o Deus doNovo Testamento e o Deus judaico. Alguns afirmavam que Jesus fora inteiramente divino,contradizendo outros, para quem ele fora completamente humano. Dizem que uma outra seita, oscarpocracianos, praticava a troca de casais ritualizada. Muitos desses grupos eram gnósticos,seguidores da mesma linha do cristianismo nascente refletida no Evangelho de Judas.

"Gnose, em grego, significa conhecimento", explica Meyer. "Os gnósticos acreditavam que existeuma fonte suprema de bondade, que chamavam de mente divina, fora do universo físico. Oshumanos trazem uma centelha desse poder divino, mas não a podem acessar, impedidos pelomundo material que os cerca." Esse mundo imperfeito, na concepção dos gnósticos, era obra deum criador inferior e não do Deus supremo.Enquanto cristãos como Irineu salientavam que apenas Jesus, o filho de Deus, era ao mesmotempo humano e divino, os gnósticos afirmavam que pessoas comuns podiam ligar-se a Deus. Asalvação requeria despertar aquela centelha divina no espírito humano e reconectá-la à mentedivina. Para isso era preciso a orientação de um mestre, e esse, segundo os gnósticos, era o papelde Cristo. Os que compreendessem sua mensagem se tornariam tão divinos quanto Cristo.Eis a razão da hostilidade de Irineu. "Aqueles homens eram místicos", diz Meyer. "E os místicosdespertam a ira da religião institucionalizada. Ouvem a voz de Deus dentro de si e não precisamde um sacerdote para interceder por eles."

Irineu começou seu livro após voltar de uma viagem e encontrar seu rebanho em Lyon sendosubvertido por um pregador gnóstico chamado Marcus, que estava incentivando seus iniciados ademonstrar o contato direto com o divino por meio de profecias. Quase tão escandaloso era ovisível sucesso de Marcus entre as mulheres do rebanho. A "iludida vítima" do pregador, escreveuIrineu, irritado, "impudentemente profere algumas bobagens" e "então se considera profeta!"

Fonte:- http://nationalgeographic.abril.com.br/ngbonline/evangelho/reportagem.shtml

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89O Gnosticismo

"Algumas pessoas, apesar de terem asas,correm atrás do visível, o que demonstraestarem longe da verdade".

Monte Sinai - Ilustração do século 12

"O "Gnosticismo", em seu sentido mais abrangente, significa a crença na Salvação peloConhecimento" (Joan O'Grady.).

Embora o pensamento gnóstico já existisse no seio da religião hebraica mesmo antes da vinda deJESUS, os ensinamentos dessa doutrina somente tomaram vulto a partir dos primeiros séculos doCristianismo. No ano 325 a.D. por ocasião do I Concílio de Nicéia, as idéias gnósticas já exerciamforte influência no seio do Cristianismo.Irineu bispo de Lyon viveu de 130 a 202 d.C. atacava o gnosticismo afirmando haver sido criadopor Simão o Mago, líder de uma seita samaritana que existiu na Síria, Frigia e Roma, do qual écitada em Atos dos Apóstolos 8 "Na mesma cidade, havia um homem chamado Simão, que desdealgum tempo praticava a magia". Ele impressionava o povo da Samaria, fazendo-se passar comouma pessoa importante. Todos, pequenos e grandes, aderiam a Simão dizendo: "Esse homem é opoder de Deus, que é chamado Grande".

Os Gnósticos romperam com a Igreja principal entre os anos 80 e l50 a.D., mas não foipropriamente o gnosticismo o ponto básico das discussões do Concílio de Nicéia, mas as idéias deÁrio que englobava muito dos pensamentos Gnósticos e que eram temas das polêmicas teológicasda época. No término do Concílio os Arianos (adeptos de Ario) foram afastados dos demaisCristãos por não aceitarem aquilo que a futura ala ortodoxa[1], que no futuro iria se tornar à alacatólica pretendia impor como doutrina.

Os pensamentos gnósticos eram muito mais coerentes e fieis aos ensinamentos de Jesus,especialmente no que diz respeito à Sua natureza, do que os demais cristãos, mas que incorria noerro básico de admitir a matéria como sendo hostil ao bem. Isto tornou ainda mais sério oproblema de como a perfeição poderia ter produzido a imperfeição, de como aquela poderia dequalquer modo estar veiculada com esta.

Os Gnósticos constituíram-se uma corrente filosófica forte nos primeiros séculos, embora sejampredecessores do próprio Cristianismo. Antes da vinda de Jesus havia uma corrente dentro dareligião hebraica que adotava conhecimentos místicos com forte influência da Doutrina Pitagórica,do Platonismo, do Culto de Mitras (Mitraísmo) e até mesmo ensinamentos oriundos do AntigoEgito - Hermetismo - e da Mesopotâmia - Zoroastrismo e Mazdeísmo.

Os Gnósticos admitiam que o conhecimento, que denominavam de Gnosis, podia chegar aohomem por meio de transes - quando o espírito fica livre para circular pelas diversas esferas -assim como pelos sonhos, conforme muitas citações bíblicas dizem ser possível. "Conhece averdade e ela te libertará". - Bíblia Sagrada.

Atualmente, graças à descoberta em 1945 de 53 textos oriundos do período inicial doCristianismo, muitos ensinamentos Gnósticos vieram à luz, dos quais 40 deles já fossem grandeparte conhecidos. Entre eles tem-se o Evangelho da Verdade, o

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90Evangelho de Maria Madalena, o Apócrifo de Tiago e o Livro de Tomé o Atleta, e outros. Nãosão os textos descobertos em Quamrun, conhecidos como Os Manuscritos do Mar Morto, mas esim outros encontrados em Nag Hammadi no Alto Egito no ano de 1945, totalizando 13 livroscompostos de 53 textos dos Evangelhos Gnósticos.

Em 1945 Mohamed Ali es-Sammanm e seus irmãos, camponeses residentes na aldeia El-Kasr noEgito, encontraram uma urna com mais de l.000 papiros. Não sabendo da importância daqueleacervo eles levaram para casa e alguns daqueles papiros foram usados para acender fogo. Só maistarde o Museu Copta do Cairo adquiriu o que restara dando-lhe a devida atenção. Um dos livros deNag Hammadi fora antes adquirido pelo Instituto Jung de Zurique na Suíça. Os documentos sãoredigidos em língua Copta, língua descendente da egípcia antiga. Estes escritos receberam o nomegenérico de Nag Hammadi, por haverem tido aquelas região como origem.

Entre os documentos de Nag Hammadi constam vários evangelhos muitos deles referentes aosensinamentos de Hermes (Thoth) especialmente aqueles relacionados com a alquimia. Por algunsdocumentos nota-se que os gnósticos acreditavam em ciclos de encarnações.

O catolicismo durante séculos desacreditou a doutrina gnóstica e, bem depois do I Concilio deNicéia, excomungou muitos seguidores. A partir de então eliminaram tudo o que contivesse algodo pensamento hermético por razão que veremos em outras palestras. No seio do catolicismo o"terceiro interesse" tudo fez para denegrir, deformar os ensinamentos Gnósticos porque elesferiam diretamente o seu interesse.

À força inferior interessava colocar Jesus como uma pessoa comum, um visionário e, até mesmocomo um rebelde. Sendo aquela força muito ardilosa ela deixava existir as formas de Cristianismoem que as pessoas aceitavam ser Jesus apenas um ser humano comum destituído, portanto, dequalquer divindade.

Diante disso torna-se compreensível que uma das formas de conduta do catolicismo haja sido a dedesacreditar qualquer documento que dissesse respeito às escolas de pensamento que atribuíssem aJesus grau de Divindade. Baseado nisto, inúmeras linhas de pensamento foi considerado e seusiniciadores e adeptos execrados, desterrados, perseguidos e eliminados implacavelmente.O que acabamos de revelar responde por todas as dissensões, por todos os sistemas consideradosheréticos, disto resultando todos os Concílios dos primeiros séculos.

Assim os gnósticos, e posteriormente aos Nestorianos, Coptas, e outras linhas de pensamento,afirmavam com convicção que JESUS não tivera natureza humana e nem sequer um corpo físico.Os que assim afirmavam baseavam-se em alguns evangelhos ditos canônicos onde existia grandenúmero de citações que foram eliminadas dos escritos dos Apóstolos.Somente com o descobrimento dos manuscritos de Nag Hammadi é que surgiram as provas de queos primeiros cristãos, em grande parte, sabiam que Jesus era um ser essencialmente espiritual. Nosprimeiros séculos essa natureza de Jesus, como veremos com mais detalhes em outras palestras,era aceita plenamente no seio do Cristianismo, pois isto é claramente citado nos evangelhosencontrados em Nag Hammadi, especialmente num dos livros, "Atos de João".

A força negativa por não haver conseguido apagar a presença de Jesus na terra, tentou entãocolocá-lo como um ser humano comum, susceptível de erros e limitações e até mesmo paixõescomo se pode ver em alguns evangelhos antigos, mas de conteúdo falso como aquele atribuído aFelipe que descreve Madalena como sendo uma paixão de Jesus. Aquele Evangelho inspirou oescritor contemporâneo Kazantsakis a escrever um livro "A Última Tentação de Cristo"recentemente transformado em filme.

Os Gnósticos foram massacrados e condenados como hereges, razão pela qual lentamente o

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91Gnosticismo foi se transformando numa sociedade secreta, ao mesmo tempo em que a "conjura"e o "terceiro interesse" foram atuando e se infiltrando nela como em todos os outros gruposchegando ao cúmulo de no século atual se apresentar como uma doutrina diabólica.Depois do primeiro I Concilio de Nicéia diversas escolas de pensamento, muitas delas de naturezagnóstica, ficaram à margem dos demais cristãos, mas sem grandes perseguições. Somente casosisolados ocorriam como aquela perseguição levada a cabo por um bispo de nome Atanásio.Aquele bispo criou muitas dificuldades para os dissidentes de Nicéia[2].Depois do I Concilio de Nicéia os cristãos estavam separados em três grandes grupos. Um delesdesignaram-se canônicos, aqueles que assinaram o Credo do Concílio e os demais escritos com osquais foi composto o novo testamento atual. Desde então todos os escritos dos dissidentespassaram a ser considerados míticos ou romanescos especialmente naquilo que diz respeito à vidae natureza de JESUS. Muitos escritos que apresentavam informações de forma mais incisivaforam considerados heréticos e consequentemente queimados, pois ofereciam uma visãototalmente diferente daquela apresentada pelos documentos canônicos.Neste grupo de documentos incluem-se os Evangelhos Gnósticos, dos quais oficialmente até adescoberta da Biblioteca de Nag Hammadi apenas eram conhecidos partes do Evangelho de MariaMadalena e Os Atos de João. Neste é apresentado Jesus em uma visão muito mais ampla, místicae verdadeira que nos evangelhos canônicos[3].

Em que mais divergiam os ensinamentos gnósticos dos canônicos? - O Concilio de Nicéiainstituiu um credo em que dizia que todo aquele que confessar o credo e se batizar é cristão, tendoacesso à igreja. Os Gnósticos diziam que não era o batismo que fazia o cristão e sim a suamaturidade espiritual, aquilo que existia no seu sentimento é que conferia a iniciação aocristianismo. Os canônicos diziam que não havia salvação fora da igreja católica. Os Gnósticosdiziam que o homem tem o seu próprio caminho conforme o seu sentimento íntimoindependentemente de estar ou não filiado a uma igreja, ou até mesmo de não ter ciência daexistência de qualquer igreja.

Mas, o ponto mais crucial que levou os Gnósticos a serem banidos do seio do cristianismoprimitivo diz respeito à natureza de Jesus. Os católicos diziam que Jesus nasceu parido emboraMaria continuasse virgem, e que naturalmente teve um corpo físico, e morreu como uma pessoacomum. Os Gnósticos dizem o inverso, diziam que Ele não tinha forma e nem corpo definido; queera um ser espiritual que se adaptava às percepções humanas[4]. O gnosticismo não aceitava,portanto, a dupla natureza unida em CRISTO à natureza divina e a natureza humanasimultaneamente., mas sim apenas a natureza divina.

Os Católicos dizem que JESUS sofreu fisicamente com a crucificação, o que legitimava o martíriodos cristãos, enquanto que os Gnósticos diziam que em decorrência da sua natureza divina Eletranscendeu ao sofrimento físico por não ser dotado de corpo físico algum.

Alguns outros pontos de discordância existem, mas basicamente os principais que motivaram obanimento da igreja foi a não aceitação do credo - ata do concílio - e a não aceitação da naturezahumana de JESUS.

Até recentemente as afirmativas a respeito da natureza não densa do corpo de JESUS, tal como eraafirmado pelos Gnósticos e por alguns outros movimentos do passado e Sociedades Secretas devários períodos da história, como veremos depois, era tida como lendária, as citações eramnegadas como se nunca houvessem existido tais informações, como se jamais houvessem existidotais polêmicas no início do Cristianismo. Sendo assim tudo não passava de invencionices dasordens secretas e de grupos religiosos heréticos.Mas, com o descobrimento de um grande número de pergaminhos, as teses sustentadas pelasigrejas cristãs da atualidade tornarem-se insustentáveis. Na realidade já nos primeiros séculos docristianismo as teses e proposições gnósticas existiam e eram as mais aceitas pelos primeiroscristãos.

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Atualmente não é mais possível negar que não existiram aqueles ensinamentos, pois quedocumentos datando dos primeiros anos do Cristianismo testificam que JESUS não tinha corpofísico e que isso era claramente afirmado pelos apóstolos. Muitos dos documentos encontrados,claramente afirmam que Jesus não tinha corpo físico como pretendem insinuar as igrejas cristãsatuais.

A força negativa evidentemente tinha que fazer crer às pessoas através das religiões que Jesus foraum ser humano comum e quando não um pecador como todas as pessoas. Não ter um corpo físicoé o mesmo que endossar a Sua Divindade e isto não interessa de forma alguma à força negativa.

Não somente foram os Gnósticos que ensinavam isso, os que tiveram conhecimento dessa verdadesobre a natureza de Jesus. Também isto era ensinado pelo Monosofismo, Docetismo, e a IgrejaCopta (forma de catolicismo que atualmente ainda existe em algumas regiões do Noroeste daÁfrica, que predomina como religião em algumas regiões do Egito e de outros países daquelaregião).

Na Idade Média vamos encontrar esse pensamento ativo entre os Cátaros. Essa é uma das tesesdos Cátaros e uma das razões pela qual eles foram inexoravelmente massacrados pela IgrejaCatólica. Foi uma longa peleja culminando com o cerco do castelo de Mont Segur e a eliminaçãopública de todos os Cáta ros. Por ser a mais mística das facções dissidentes do cristianismoprimitivo, os Gnósticos foram inexoravelmente perseguidos. Considerados como hereges pelaigreja católica eles tiveram que sobreviver ocultamente, os seus escritos e evangelhos tiveram queser zelosamente escondidos a fim de que não fossem todos destruídos.

Fonte:- http://www.joselaerciodoegito.com.br/site_gnosticismo.htm

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Templo do Oráculo de AmenokamAula Aledá das Forças Cruzadas – 08/07/06 - Sacerdotisas de Amenokam

Tema: Cristianismo do período dos Imperadores Vespasiano até Constantino Sacerdotisas Andréa, Carmem, Célia, Cristina, Karina, Kátia, Sandra e Valdecira

O Cristianismo é uma religião monoteísta baseada na vida e nos ensinamentos de JesusCristo, tais como estes se encontram recolhidos nos Evangelhos, parte integrante da Bíblia.

A Espera pelo MessiasA história do Cristianismo, o segmento religioso que, hoje, conta com o maior número de

fiéis do mundo, teve início no Oriente, há cerca de quatro mil anos. Desde aquela época, o povo hebreu,que habitava a região da Palestina (faixa de transição entre a Ásia e a África), já acreditava na futuravinda de um Messias à Terra. Essa profecia consta das páginas do Antigo Testamento, que continha ospreceitos transmitidos por homens como Isaías, Moisés e Abraão, e segundo os quais os hebreus viviam.Com base nessas condições esperava-se que as pessoas aprendessem a compreender e lidar melhorcom suas vidas e com o relacionamento com seus pares. Os documentos que compõem o AntigoTestamento foram encontrados na região de Qumrã, próxima ao Mar Morto.

A chegada do Messias ocorreria na virada do milênio, o que aumentava sua aura simbólica de transformação. Ele não apenas solucionaria osproblemas do povo da Palestina, mas também traria a justiça aos homens, de modo que todos tivessem os mesmos benefícios. Paracompreender melhor o tamanho da expectativa gerada por essa profecia do mundo hebreu, é necessário conhecer um pouco melhor a situaçãoda Palestina nesse período. Tratava-se de uma região, aparentemente, bastante próspera, pois era palco de constante negociações econômicasenvolvendo especiarias e artigos de luxo. No entanto, a riqueza que por lá transitava encontrava-se nas mãos da camada rica da sociedade,enquanto os pobres continuavam a viver em condições precárias. Estes últimos além de viverem na miséria, não dispunham de qualquer tipo dedireito na sociedade. Por isso as pessoas menos favorecidas depositavam grandes esperanças na vinda do Messias, que instauraria uma ordemno mundo oriental, em que prevalecessem a compaixão e a fé.

As mensagens das Sagradas Escrituras espalhavam-se por todo o Oriente, tanto na línguaoficial (o hebraico) quanto em aramaico, que era a língua predominante entre as classes populares. Assimo Judaísmo fixou-se e expandiu-se. Um fator que fortalecia o seu poder entre os hebreus era o fato deque, segundo a profecia, o Messias viria apenas para os judeus e não para o resto do mundo. Esse foi umdos motivos pelos quais essa religião sempre foi considerada lícita na Palestina, ainda que de ceraforma, pudesse ser uma ameaça à estrutura econômica vigente.

Atualmente é conhecido o fato de que, ao longo da espera pelo Enviado, muitas pessoasreinvidicam a identidade do Messias. Naturalmente, não se tratava de zombaria; na maior parte dos casos,elas realmente acreditavam naquilo que diziam, passando a realizar longas caminhadas com o intuito depregar palavras de fé e salvação para o maior número possível de pessoas.

Apesar de exercer papel central da vida do povo hebreu, a religião não era vista da mesmaforma por todos os judeus, podiam-se distinguir grupos que se diferenciavam pelo tipo de relação queestabeleciam com a religião.

De início a igreja foi naturalmente considerada um ramo do judaísmo e continuouintimamente ligada à antiga fé por espaço de uma geração desde sua fundação. Mas a igreja reveloupossuir irresistível significação própria, independentemente do judaísmo ou da lei de Moisés, de modoque acabou ganhando sua independência e começou a difundir-se. Paulo desempenhou papel importante.

As autoridades políticas romana, assim como os Sacerdotes da religião judaica, nãoaprovavam as mensagens proferidas por Jesus, que defendiam a igualdade entre as pessoas edesprezavam os bens materiais. Os feitos de Jesus passaram a ser vistos como bruxaria, o que fezintensificar a perseguição.

Jesus e seus fiéis sofreram perseguição por parte das autoridades romanas e dos líderes dealgumas seitas da religião judaica.

Desde o início da intensificação da influência cristã entre os hebreus, as autoridadesromanas já procuravam evitar a disseminação dos preceitos divulgados por Jesus.

Mas a primeira perseguição organizada aconteceu sob o comando de Nero no Ano 64, enela foram mortos Pedro e Paulo.

Ainda hoje se discute, porém se o alvo das autoridades romanas eram especificamente ospreceitos cristãos ou quaisquer idéias que pudessem representar algum tipo de ameaça à estabilidade do

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94Império. A repressão não é dirigida apenas contra os cristãos, mas contra os aderentes a qualquercorrupção que alimentasse a suspeita de pôr em perigo a segurança do Estado e a estabilidade social.

As perseguições aos primeiros cristãos derivam do fato de que eles não admitiam o culto aoImperador, nem às divindades pagãs. Eram acusados de atrair calamidades naturais e de deslealdade aoImpério Romano. Sua crença era tratada com ilícita, maléfica, detestável e até perniciosa. Até mesmo suaatitude corajosa, diante dos martírios públicos afrontavam o poder e os cidadãos a ele alinhados.

O fato dos seguidores de Jesus não constituírem uma seita definida nem defenderempreceitos para um povo especifico, mas valores universais eram considerado um dos motivos queameaçava o Império.

De qualquer forma, pode-se imaginar o conflito entre uma doutrina que pregava a paz e aigualdade em todo o mundo e um sistema imperial que mantinha sua estrutura com base no escravismo eem invasões.

E, se, no início, a influência cristã concentrava-se na população pobre, em pouco tempopassou a atingir também pessoas com melhores condições de vida, que passaram a seguir ativamente anova religião, participando de peregrinações e cultos.

O Judaísmo no século I

Muitas pessoas pensam no judaísmo do I d.C como um bloco monolítico, uma religiãosolidamente unificada que o cristianismo dividiu, formando uma religião nova. Entretanto, haviam muitossubgrupos diferentes dentro do judaísmo antigo e o movimento de Jesus, era, à princípio, só um deles.Assim, a separação do cristianismo do judaísmo não foi súbita, mas aconteceu gradualmente.

O judaísmo do tempo de Jesus parecia muito com as divisões internas do cristianismo dehoje. Todos os judeus tinham certas crenças e praticaram alguns aspectos da religião eram: monoteístas,praticavam a Lei de Moisés, circuncidavam-se, etc. Porém, os diferentes grupos judeus debatiam ediscordavam entre si sobre muitos detalhes, tais como as expectativas sobre o Messias, os rituais e as leisde pureza, sobre como viver sob a dominação estrangeira.

Para entendermos o Novo Testamento mais completamente, especialmente como a vida deJesus, é apresentada nos Evangelhos, nós precisamos conhecer as variedades dos grupos judeus queexistiram no primeiro século.

Josefo, historiador judeu do primeiro século, descreve três grupos principais com asfilosofias ou modos de vida: os fariseus, Saduceus e Essênios. Ele também mencionava vários outrosgrupos políticos e revolucionários judeus ativos no primeiro século d.C., especialmente durante a primeiraguerra contra Roma (66-70 d.C.). No Novo Testamento mencionava os Fariseus e Saduceus, além devários outros grupos identificáveis a partir das pequenas menções. São estas informações que nospermitem reconstruir tais partidos político-religiosos.1-FariseusOs fariseus formavam um grupo ativo, numeroso e influente na Palestina desde o século II a.C..O termo fariseu provavelmente significa, em hebreu, separado e se refere à observância rígida das leis etradições por parte dos membros do grupo (Lc 18, 10-12). Seus líderes eram chamados de rabinos ouprofessores, tal como Gamaliel, já que se dedicavam a estudar e comentar as escrituras (Atos 5:34, 2:3).Os fariseus aderiram e defendiam a observância rígida do sábado sagrado, dos rituais de pureza, dodízimo, das restrições alimentares, baseando-se nas Escrituras hebraicas e em tradições orais maiscrescentes (Mc. 7:1-13, Mt. 15:1-20). Opunham-se à romanização e à helenização. Seus maiores rivaispolíticos e religiosos foram, durante muito tempo, os Saduceus, principalmente devido à postura pró-romana deste grupo. Esta rivalidade, contudo, não os impedia de unirem-se em grupos em algunsmomentos em que os objetivos faziam-se comuns.Em sua maioria, os fariseus eram leigos, ainda que eles fossem encontrados alguns levitas e membros doSinédrio (Atos 5:34). Consideravam-se sucessores de Esdras e dos primeiros escribas. Eramfreqüentadores das sinagogas e buscavam divulgar a interpretação da Lei escrita e oral.Em contraste com os Saduceus (Mc. 12:18-27), os fariseus acreditavam na ressurreição dos mortos, nolivre arbítrio do homem, na onipresença de Deus, no papel da Lei como um freio para os impulsosnegativos dos homens (Atos 23:1-8. Os evangelhos os retratam como os principais oponentes de Jesus(Mc. 8:11; 10:2) e que teriam conspirado junto com os herodianos para mata-lo (Mc. 3:6). Por outro lado,Jesus dirige algumas críticas severas contra a hipocrisia e cegueira dos fariseus (Mt. 23; Jô. 9). Contudo,em termos teológicos, cristãos e fariseus concordavam em alguns aspectos, o que explica o grandenúmero de fariseus que acabaram por tornarem-se cristãos (Atos 15:5). Paulo, antes de converter-se aocristianismo, era um fariseu (Fil.3:5: Atos 23:6; 26:5).

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95Mesmo após a Guerra Judaica, os fariseus permaneceram ativos. Como, dentre as seitas de então, nãofoi eliminado, passou a dirigir o judaísmo e a rivalizar com os cristãos.1. SaduceusOs saduceus formavam outro grupo proeminente de Jesus na Palestina entre os séculos II a.C. ao I d.C..Não se sabe ao certo a origem da palavra saduceus. Alguns crêem que vem do hebreu saddiqim, quesignifica íntegro ou derivado de Zadok, nome do mais importante sacerdote durante o reinado de Davi (1Reis 1:26). Organizaram-se no período da dinastia asmonéia, momento de prosperidade política eeconômica. Eles eram um grupo formado pela elite, principalmente das famílias da alta hierarquiasacerdotal. Provavelmente era menor, mas mais influente que os fariseus. Sua influência, porém, erasentida sobretudo entre os grupos governantes ricos.Seguiam somente as leis escritas, presentes na Bíblia hebraica, a Torah, rejeitavam as tradições maisnova, não acreditavam em vida depois da morte (Mc. 12:18-27; C. 20:27); em anjos ou espíritos (Atos23:8) e na providência Divina. Eram altamente ritualistas e só aceitavam nos cultos realizados no Temploonde, acreditavam, Deus estava. Possuíam um papel preponderante no Sinédrio e controlavam asatividades e riquezas do Templo. (Atos 4:1;5:17; 23:26).Rejeitavam os ensinamentos dos fariseus, especialmente as tradições orais e as tradições mais novas.Além dos fariseus, rivalizavam com os Herodianos, porém, eram simpáticos à romanizção e à helenização.Os Evangelhos os retratam frequentemente junto com os fariseus como oponentes de Jesus (Mt. 16:1-12;Mc. 12-27). Com a destruição do templo e a efetivo domínio romano, esta seita acabou por desaparecer.3- EssêniosOs essênios formavam um grupo minoritário que estava organizado como uma comunidade monástica emQumrã, área localizada perto do Mar Morto, desde o século I d.C., quando em 68 foram eliminados pelosromanos durante a Guerra Judaica. Alguns crêem que o nome essênio deriva do grego hosios, santo ouisos, igual, ou ainda do hebraico hasidim, piedoso. Ou seja, não há consenso. Sua origem pode estarassociada à era macabéia, quando um grupo, liderado por um sacerdote, teria fundado a comunidade.Eles rejeitaram a validez da adoração do Templo e assim recusavam-se a assistir ou apoiar o Templo deJerusalém. Eles consideraram os sacerdotes de Jerusalém ilegítimos, desde que não fossem Zadokitesou seja, descendentes de Zadok, dos quais eles próprios se viam como descendentes.Eles viviam em regime comunitário com exigências rígidas, regras e rituais. Provavelmente tambémpraticavam o celibato. Esperavam que Deus enviasse um grande profeta e dois Messias diferentes, um reie um sacerdote. O objetivo dos essênios era manterem-se puros e observar a lei. Praticavam um cultoespiritualizado e sem sacrifícios e possuíam uma teologia de caráter escatológico. Dentre os ritosobservados, estava a prática do batismo por imersão periódico, como forma de purificação. Elesinterpretavam a Lei de forma literal e produziram diversos textos que foram considerados, posteriormente,apócrifos, como a Regra da Comunidade.Os essênios não são mencionados no Novo testamento. Contudo, alguns estudiosos pensam que JoãoBatista e o próprio Jesus estavam associados a este grupo, mas uma conexão direta é improvável.4- HerodianosOs herodianos formavam facção que apoiou a política e o governo da família dos Herodianos,especialmente durante o reinado de Herodes Antipas, que governou a Galiléia e Peréia durante a vida deJoão Batista e de Jesus.No Novo Testamento são mencionados só duas vezes em Marcos e uma vez em Mateus. Em Marcos 3:6,eles conspiram com os fariseus para matar Jesus, quando ele iniciava o seu ministério na Galiléia. EmMarcos 12:13-17 e Mateus 22:16 eles fugiram, novamente unidos a alguns fariseus, tentando apanharJesus com uma pergunta sobre o pagamento de impostos ao César. Alguns autores acreditam que asreferências neotestamentárias aos amigos e funcionários do tribunal de Herodes também estãorelacionadas aos herodianos ( Mc. 6:21, 26; Mt. 14:1-12: 23: 7-12). Esta seita desapareceu com o efetivodomínio romano na região da Palestina.5- ZelotesOs zelotes era um grupo religioso com marcado caráter militarista e revolucionário que se organizou noséculo I d.C. opondo-se a ocupação romana de Israel. Também foram conhecidos como sinários, devidoao punhal que levavam escondido e com o qual atacavam os inimigos.Seus adeptos provinham das camadas mais pobres da sociedade. À princípio, foram confundidos comladrões. Atuaram primeiro na Galiléia, mas durante a Guerra Judaica tiveram um papel ativo na Judéia.Os zelotes se recusavam a reconhecer o domínio romano. Respeitavam o Templo e a Lei. Opunham-seao helenismo. Professavam um missianismo radical e só acreditavam em um governo teocrático, ocupadopor Jesus. Viam na luta armada um único caminho para enfrentar aos inimigos e acelerar a instauração doreino de Deus.Um dos discípulos de Jesus é chamado de Simão, o Zelote em Lucas 6:15 e Atos 1:13. Alguns autoresapontam que ele poderia te pertencido a um grupo revolucionário antes de se unir a Jesus, mas o sentidomais provável era de “zeloso” na sua acepção mais antiga.6- Outros grupos

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96Além dos grupos político-religiosos aqui representados, não podemos deixar de mencionar os outrossegmentos que participavam do cenário religioso judaico no século I: os levitas, que formavam o clero doTemplo de Jerusalém e que eram os responsáveis pelos sacrifícios e pelos cultos; os escribas, hábeisconhecedores e comentadores da Lei, os movimentos batistas, seitas populares que mantinham aspráticas do batismo de João Batista, dentre outros.Quando Jesus Cristo iniciou sua pregação, foi visto como mais um entre os diversos grupos que jápossuíam interpretações próprias da Lei. Contudo, a mensagem do Cristo mostrou-se revolucionária,chegando a formar uma nova religião. Jesus soube colocar o homem acima da Lei e das tradições eproclamou que qualquer mudança só poderia se iniciar a partir do coração do homem que, pela fé em seusacrifício salvador, era restaurado.

A Palestina no século I d.C. era um grande mosaico de povos e costumes. Dominados porRoma, os judeus, maioria da população, acabaram por revoltarem-se, o que redundou no efetivo domínioromano. Área produtiva, a maior riqueza da região, contudo, era a sua privilegiada posição estratégica.Cada vez mais influenciada pela cultura romano-helenista, o judaísmo resistia, mantendo suas práticas einstituições, mesmo que incluindo a alguns grupos. Ao final do século I, com a Guerra Judaica e a extinçãoda grande maioria das seitas judaicas, o judaísmo acabou por gerar uma religião autônoma, ocristianismo, e a passar por um processo de cristalização farisaica.

João Batista

João Batista veio para preparar o caminho de Jesus Cristo, batizado no deserto e pregandoo batismo de arrependimento para remissão dos pecados. Nas suas pregações dizia que após ele viráÀquele que é mais forte que batizará com o Espírito Santo. João Batista batizava com água.

Já adulto, Jesus pediu à João Batista que o batizasse, Este, a princípio, recusou-se a fazê-lo, uma vez que o contrário é que lhe parecia sensato: ele é que deveria ser batizado por Jesus. Noentanto, Jesus manteve-se firme em sua vontade, sendo por fim, batizado no Rio Jordão. “E, sendo Jesusbatizado, saiu logo da água, e eis que lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo comopomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu filho amado, em que mecomprazo” (Mt 3, 16-17).

João Batista foi anunciado pelo profeta Isaías que deveria preparar o caminho do Senhor.Herodes manou prender João Batista e guardava-o com segurança e fazia muitas coisa,

atendendo-o boa vontade o ouvia, pois temia à João, sabendo que era justo, porém sua cabeça foi pedidapor Herodias mulher de Fellipe, seu irmão,porquanto havia se casado, pediu a cabeça de João Batistanum prato, e posteriormente os discípulos tomaram seu corpo e o depositaram num sepulcro.

O apóstolo Pedro

Pedro, cujo nome original era Simão, era filho de Jonas, o irmão do apóstolo André. Elemorava em Cafarnaum com a família de sua esposa e trabalhava como pescador quando seu irmãoapresentou Jesus. Isso ocorreu em Bretânia, para onde Pedro havia se dirigido a fim de conhecer o Cristo,por indicação de João Batista.

Ao encontrarem-se pela primeira vez, Jesus chamou Pedro de Cefas, que significa “pedra”em aramaico, além de escolhê-lo como chefe dos cristãos.

Líder dos doze apóstolos, foi o primeiro a perceber em Jesus o filho de Deus. Juntamentecom seu irmão, André, Tiago e João Evangelista, fez parte do círculo íntimo de Jesus entre os doze,participando dos mais importantes milagres.

Mais eficazes foram os esforços do principal entre os primeiros seguidores de Jesus, a luzque orientou a primeira igreja de Jerusalém,o apóstolo Pedro. Seu primeiro trabalho missionário alem dacidade e seus arredores levou-o para o norte até Samaria, acompanhado pelo apóstolo João, que tãoamado havia sido pelo mestre.Pregando muitas comunidades samaritanas, eles levaram a palavra doEspírito Santo e confirmaram crentes em Cristo.

Foi provavelmente durante o ano seguinte, que Pedro presumivelmente só esta vez, seguiupela estrada de Jope, parando em todas as aldeias ao longo do caminho. Em Lida, a oeste de Jerusalém,curou um caso de paralisia e converteu muitos. Em Jope restituiu a vida à discípula Tabita, ou Dorcas.

Em Jope, Pedro experimentou uma visão extremamente reveladora. Nela Deus tornou claraque o Seu reino não deveria conhecer fronteiras e que a Igreja de Cristo deveria ser levada tanto aosgentios como aos judeus.

Este antigo pescador, outrora rude e impulsivo, que tinha adquirido profunda humildade,parece que viajou depois costa a cima até Antioquia da Síria. Foi nessa cidade que os adeptos de Cristocomeçaram a ser conhecidos como cristãos e aí também se discutiu seriamente a propriedade de aceitargentios na nova fé.

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97Paulo

Saulo, homem a ser destinado grande apóstolo dos gentios. Enquanto vivia em Jerusalém comoestudante, Saulo que recebera o primeiro nome do rei de Israel inflamou-se contra os primeiros adeptosde Cristo e passou a persegui-los da maneira mais terrível, até sua conversão no conhecido episódio deDamasco.

Aquele judeu começou a fazer planos para uma já registrada.Empreendeu a primeira das suasviagens de Antioquia de Síria para o porto de Seleucia.

Paulo educado e impregnado de judaísmo, mas nascido, criado e amplamenteexperimentado gentio e, portanto, com idéias muito amplas, dirigia essa atividade missionária.

Então correu a ameaça dum cisma, na fé nascente.Certos fariseus convertidos, que aindapermaneciam rígidos em suas crenças, exigiam que os gentios aceitassem a circuncisão, apesar de oSenhor haver revelado a Pedro que os convertidos não judeus não deveriam ser sobrecarregados comtodo peso da Lei Mosaica. Tão grande era a agitação em Antioquia, onde havia muitos gentiosconvertidos, que a igreja de lá resolveu mandar Paulo, Bernabé e outros para chegarem a umentendimento nessa questão com os apóstolos e os presbíteros (anciãos) de Jerusalém. Era uma ameaçaséria, mas infelizmente a crise amainou sem perigo. Paulo ganhou a questão expondo o principio dasalvação universal. Embora o ódio e a hostilidade continuassem a ser dirigidos contra ele de certas partes,estava aberto o caminho para levar o Evangelho de Cristo para todos os povos. A data desse importanteencontro de Paulo e dos outros apóstolos em Jerusalém foi 49 a.D.

Em 51 já em Corinto, os judeus locais, que sinceramente sentiam que ele estava destruindoa Lei Mosaica, queixando-se de Paulo as autoridades romanas, que se recusaram a julgar a disputa epermitiu que Paulo continuasse sem impedimento.

Fez ainda muitas viagens. No templo de Jerusalém teve problemas com judeus cristãos queacusaram-no de introduzir gentios no recinto sagrado. Depois esteve em prisão romana, mas gozava debenefícios por ser cidadão romano.

Como a prisão de Paulo prometia durar muito, o apóstolo que alugou uma casa para si e oseu guarda romano.A última frase da narrativa de Lucas diz que Paulo continuou assim durante dois anosinteiros e também salienta o fato que ele continuou em Roma suas atividades missionárias, semimpedimento.

Há uma antiga lenda segunda a qual, após dois anos, Paulo foi posto em liberdade, viajoulargamente pelo mundo mediterrâneo, foi preso novamente e executado em Roma, numa dataposterior.Mas sobre isto a bíblia guarda silêncio.Se Paulo fez de fato mais viagens, não temos provassuficientes para acompanhá-la no mapa.

A revolta na Fortaleza Antonia – a Destruição de Jerusalém.

“Quando virdes, pois que Jerusalém é sitiada por um exército, sabei que está próxima a suadesolação”(LC 21-20).

A população judia não cristã da Palestina estava agitada por muitos movimentosmissiânicos de natureza política na segunda metade do século I. Uma guerra de independência contra apotência invasora romana foi então encetada, com trágicos resultados. Aproveitando momentos deconfusão política no interior do império romano, o judaísmo palestino lutou pela sua emancipação política.

A rebelião foi sufocada, e o general romano Vespasiano venceu o exército judeu,subjugando a Galiléia. Em 68 quando preparava-se para pôr cerco à Jerusalém, seus plano foraminterrompidos devido a morte do imperador Nero. Dois anos sucederam-se de guerra civil dentro dosmuros de Jerusalém até que em 70 Tito, filho do então Imperador romano, Vespasiano, sitiou a cidadeSanta, impedindo qualquer entrada ou saída da cidade. Tito deu a seu povo de Jerusalém umaoportunidade de se render, sabendo de antemão que seria recusada. Quando veio a recusa, começou ocêrco. Foram necessárias apenas algumas breves semanas para romper os muros exteriores e tomarposse completa da parte mais baixa da cidade. Mas a torre de Antônia e as fortificações interioresofereceram tal resistência, que Tito decidiu levantar um muro de terra em volta da cidade e render seushabitantes de fome. Quando isso não deu resultado, levou-se finalmente a efeito a um assalto à Antônia,que em 5 de julho caiu em poder dos romanos. Os atacantes concentraram-se no Templo e seus

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98arredores. Era já 10 de agosto quando o Templo caiu. Com seu verenado santuário destruído e a mortepela fome muito perto, os defensores cederam. A Cidade Alta finalmente foi invadida e, por volta de 7 desetembro de 70 A.D, o cêrco terminou. Segundo Josefo, mais de um milhão de judeus havia perecido. Titoordenou que Jerusalém fosse completamente arrasada e o trabalho de demolição começouimediatamente.

Jerusalém havia caído, mas a luta arrastou-se por espaço de três anos na Judéia,terminando com a captura de remota fortaleza de Masada, no Deserto Da Judéia.

O fanatismo e a violência dos zelotes, especialmente os sicários, ensinou aos romanos umalição duradoura. Tito, baseado no fracasso dos que haviam precedidos, achou que o plano básico paragovernar a Judéia devia ser modificado. Seguindo o modo de governo geralmente adotado através ImpérioRomano, concluiu que os judeus daí para o futuro não poderiam ter permissão de administrar seuspróprios negócios internos.

Era difícil para o espírito prático o secular dos romanos compreender um povo cuja vida,pensamentos e ações eram inteiramente governados por suas crenças religiosas. Era difícil para o romanocompreender que o judeu, ensinado desde a infância a crer que era um dos eleito de Deus e membro deum Povo escolhido, considerasse todos os governos, salvo e de sua própria escolha. Um jugoinsuportável.

Tinham sido necessárias várias gerações de senhores romanos para compreenderinteiramente que o desenfreado zelo judeu era capaz de fazer. O imperador Vespasiano expediu umdecreto para acabar com a religião para o todo sempre. Para o judaísmo, à acusação de heresia e deidolatria imputada aos cristãos somava-se agora o crime de não participar da guerra. Os cristãos, naquelemomento, estavam sendo perseguidos ao mesmo tempo pelos romanos e pelos judeus. Os romanos osconsideravam judeus. Os judeus o chamavam de hereges.

A igreja foi fundada não como instituição autoritária para compelir o mundo a viver adoutrina de Cristo, mas apenas como instituição que dá testemunho de Cristo, para apresentá-Lo ao povo.Cristo, não a Igreja, é o poder transformador da vida humana.

Como cada geração procurar interpretar Cristo em termos de sua própria mentalidade, mal ocristianismo apareceu, começaram a amalgamá-lo com filosofias gregas e orientais, daí surgindo muitassitas: gnosticismo, maniqueísmo, montanismo, arianismo (oposto à idéia trinitária de Deus) etc.

PERÍODOS IMPERADOR PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS14-37 Tibério Crucificação de NSJC54-68 Nero

Sádico- Usou cristãos como bode expiatório no incêndio de Roma muito cruel.- Fracasso de Galo em sufocar revolta na Galiléia- Ano 67 – Gen. Tito F. Vespasiano subjuga à Galiléia- Ano 68 – Prepara-se para pôr cerco à Jerusalém.- Ano 68-70 – Judeus em lutas internas.- Execução de Pedro e Paulo

69-79 VespasianoEntronadopelo seuexércitoTito - co-imperador

- 70 – Destruição de Jerusalém (Comandada pelo filho Tito) Estima-se morte de 1 milhão de Judeus Sobreviventes: encaminhados às minas egípcias e anfiteatros romanos - Baixa perseguição aos cristãos - Decreto para acabar com o Judaísmo - 73 – suicídio em massa dos Zelotas (fortaleza de Masada)

79-81 Tito(filho deVespasiano)

- Continuou o reinado próspero

81-96 Domiciano(filho deVespasiano)

- Perseguições mais violentas aos cristãos- falta de dinheiro no final do reinado- Morre Clemente de Roma- Exilou João na Ilha de Patmos-

96-98 Nerva - Permitiu o retorno de João à Efeso98-117 Trajano - Bons tempos para os judeus

- Opção de liberdade aos cristãos que adorassem os deuses romanos- Após campanha em Antioquia voltou-se contra os cristãos levando o bispoInácio para ser devorado pelas feras- 116 – nova tentativa de revolta de várias comunidades judias (semsucesso)

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99- Foram mártires: Inácio, Simeão (ou Simão primo irmão de Jesus), Zozimo,Rufo

117-138 AdrianoSólido adeptodo paganismo

- Cristãos passam a ser reconhecidos separadamente dos judeus eexpressamente condenados- Judeus tentam outra rebelião no comando do suposto Messias BarCocheba- Última tentativa de independência, dispersão dos judeus pelo mundo em133- O cristianismo progrediu em número, riqueza, saber e influência, apesardas perseguições

138-161 Antonino - Favoreceu aos cristãos, mas para manter a Lei houve mártires a exemplode Policarpo que foi queimado vivo

Montanismo – Tertuliano –Imperador Séptimo SeveroGnosticismo – Início do primeiro séculoIrineu – Entre Imperadores Marco Aurélio e Séptimo SeveroOrígenes – Imperador Décio

Neste período compreendido entre a metade do primeiro século e no decorrer do segundo,temos a maioria massacrante dos imperadores romanos perseguindo o Cristianismo e os Cristãos,em especial Marco Aurélio, Septimo Severo, Maximino e Décio.

Em 170 DC surge o Montanismo fundado por Montano, filósofo, e os Montanistas se diziam possuídospelo Espírito Santo, e pó isso, profetizavam a chegada de uma nova Revelação.

Montano reinvidicava para sua nova ordem a posição de um momento especial para a história dasalvação lutando contra a paralisia e o intelectualismo estéril das igrejas organizadas da época.

O movimento era inofensivo em si. Alguns pentecostais de hoje, consideram oMontanismo como o antecessor do movimento pentecostal atual.

Um de seus adeptos mais famoso foi Tertuliano que em 193 converteu-se ao Cristianismo.Tertuliano foi grande defensor dos cristãos, apelando por seu direito de liberdade religiosa,

perante o Império romano cruel e perseguidor, personificado nesta época por Séptimo Severo, um dosimperadores mais tenaz na perseguição ao Cristianismo.

Censura os processos jurídicos, em voga, do Poder do Estado “gentio” onde é suficiente sercristão para acarretar a condenação.

Ainda no segundo século floresce o Gnosticismo , movimento histórico religioso cristão.Reinvidicava a posse de conhecimentos secretos que os tornava diferentes dos cristãos alheios a esteconhecimento.

Muitos cristãos da época se juntaram aos gnósticos e ensinavam sobre a cosmo visão dualista.Para eles existem dois deuses: O primeiro que criou o mundo com imperfeição e desta

imperfeição é que se origina o sofrimento humano. Mas o deus bom teve pena dos homens e dotou-os deuma “centelha divina” que lhes dá a capacidade de despertar deste mundo de ilusões e imperfeição.

Esta centelha divina é uma entidade imortal (espírito), não parte deste mundo, uma divinaessência. O estado do homem neste mundo é antinatural em razão de seus sofrimentos e a sua libertaçãosó pode ocorrer pelo conhecimento.

Acreditam que o universo manifesto principia com emanações do absoluto e em determinadomomento, emanaram do absoluto, seres finitos formando o mundo material. Um desses seres finitos teriacriado o mundo “mau” e os gnósticos ensinavam que para que o homem se liberte dos sofrimentos destemundo deve retornar ao Todo Uno e isto só pode ser alcançado pelo conhecimento verdadeiro. Estedespertar só pode ocorrer se o homem se descobrir, “conhecendo-se a si mesmo”.

Neste período de segundo século a Igreja Cristã ainda não havia alcançado força e estabilidade evivia ameaçada por perseguições e heresias e sentiu-se compelida a explicitar a sua fé em termos claros econvincentes.

Neste cenário surge Irineu de Lião, chamado “o pai da ortodoxia cristã”.Os seus escritos são uma resposta direta ao sério desafio e ameaça representados pelo

gnosticismo.Para ele a tradição bíblica era a única fonte da fé, tendo rejeitado a noção de que o conteúdo da

revelação era simplesmente uma nova filosofia nos dando, em seus escritos, uma boa perspectiva de

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100como era o pensamento e o ensino bíblico e doutrinário da Cristandade em geral, neste final desegundo século.

Sua obra discorre sobre a ressurreição do corpo, que era negada por todos os gnósticos e aduziaprovas escriturísticas para a crença no Pai, Filho e Espírito Santo.

Os gnósticos eram perigosamente enganosos, uma vez que usavam as mesmas Escrituras e amesma linguagem que os cristãos, mas com um sentido radicalmente diferente.

Eles negavam a identificação do Deus do Velho Testamento como o Deus de Jesus Cristo.

Irineu se contra-põe aos ensinamentos gnósticos baseando-se nas Escrituras, única fonte deverdade e pregando a fé em Deus Todo-Poderoso, de quem são todas as coisas e no Filho de Deus,Jesus Cristo Nosso Senhor, por quem são todas as coisas e uma firme fé no Espírito de Deus que nosproporciona a conhecimento da verdade.

O Deus da criação é o mesmo da salvação e um único personagem, O Pai, que é a própriaDeidade com a sua mente de racionalidade e a sua sabedoria.

Irineu teve como principal seguidor Orígenes.

Orígenes desde cedo teve contado com a doutrina do Cristo, especialmente por seu pai que foimartirizado em testemunho da fé. Dedicava-se ao estudo e a discussão da filosofia, notadamente Platão epor professar doutrinas caras ao mesmo e a Sócrates, foi perseguido pela vertente católico romana.

Ainda jovem assumiu uma escola catequética e depois foi morar em Cesárea continuando suasatividades com grande sucesso. Lá encontrou uma onda de perseguição aos cristãos ordenada por Décio.Orígenes foi preso e torturado, o que causou a sua morte em 253.

A forma dele interpretar o Evangelho causou polêmicas na Igreja de Roma, a ponto de levaralgumas de suas teses a serem condenadas pelo Imperador Justiniano, que via nelas ameaça aopensamento antigo que considerava o Imperador Romano quase uma divindade.

O centro do pensamento do Orígenes É Deus. “Temos uma intuição de Deus, não umacompreensão racional definitiva Dele”.

Acreditava que Deus teria criado seres racionais livres, todos simples e iguais entre si. Mas suaignorância e liberdade os levaram a se diferenciarem entre si.

O mundo material e o corpo não são maus como dizem os platônicos e gnósticos. São apenasnecessários a fim de corrigir os erros do espírito.

Defendia, ainda, que todas as coisas serão reintegradas em Deus, partindo do ponto deignorância absoluta ao de sabedoria absoluta, sempre de e em direção a Deus

FELIPE, DÉCIO, DIOCLECIANO (238 à 305 d.C)

As perseguições contra os cristãos não eram generalizadas nem sistemáticas, exceto às que ocorreramem 249 e 303. Estas não visavam a totalidade dos membros de uma Igreja, mas em especial seus líderes.Podiam também ser motivadas por movimentos populares, já que os cristãos eram tidos comoresponsáveis pelas calamidades (peste, etc).O simples fato de se declarar cristão era passível de punição e morte. Os cristãos romanos eramdecapitados e os demais cristãos eram condenados às fogueiras, lutas com animais, torturas e os maisvariados suplícios. Para os condenados a morrer nas arenas romanas nenhum temor; senão a certeza daprópria imortalidade, no Paraíso celeste.

Duas grandes perseguições afetaram o conjunto do Império: a que foi ordenada por Décio (249-250) quedeterminou que todos os habitantes participassem de uma cerimônia para saudar o Império, com umsacrifício aos deuses. Essa medida não visava os cristãos mas eles foram atingidos. Os que nãoaceitassem a consagração seriam torturados ou condenados à exílio.Milhares de cristãos são mortos por se recusarem a reconhecer os Deuses do Império (divindadepagãs) e a reconhecer a divindade do Imperador (arraigava-se o poder absoluto do governante).Isto foi visto como deslealdade ao Império Romano.

Em 303-304, o Imperador Diocleciano tomou medidas comparáveis à esta. Quatro editos (leis) sesucederam: os três primeiros visavam os chefes da Igreja. Ordenou a destruição dos prédios das igrejas, edas escrituras. O quarto ordenava a todos a prática de sacrifícos e libações aos ídolos. Muitos cristãosrenunciaram à sua crença, abandonando as Escrituras. Esta perseguição pouco aplicada à parteocidental do Império, foi brutal no Oriente. Terminou em 313, quando Constantino e Licínio declararamliberdade religiosa.

Cronologia dos Imperadores e os Mártires a seguir:

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101Gordiano, I ,II, IIIFilipe, 244 - 249Favorável ao cristianismo. Era descendente de uma aristocrática família de origem árabe. Firmou a pazcom o exército persa, mas foi derrotado pelos exércitos das províncias danubianas, sob o comando deDécio, que o sucedeu. Pela tradição, teria sido o primeiro imperador cristão, batizado pelo papa Fabiano.

São Fabiano, Papa e Mártir, 250Era simples leigo e foi eleito para suceder o Papa Santo Antero quando, durante a eleição, uma pombapousou sobre sua cabeça. Foi martirizado durante a perseguição do Imperador Décio.A primeira expedição de missionários às Gálias (França e Bélgica) é atribuída a este papa. Em seu tempoo Império Romano continuou em terríveis convulsões políticas, sucedendo-se, quase sempre peloassassínio, diversos imperadores: Maximino Trácio, os dois Gordianos, Filipe, o Árabe e Décio.

Décio,249-251Perseguiu, furiosamente, os cristãos (vide página 1)

Valeriano, 252 – 259Proibiu reuniões cristãs nos cemitérios. Entre as formas que os cristãos encontraram para realizar suasprática religiosas e difundir seus ensinamentos estava a de se reunirem em catacumbas. Extensa rede desubterrâneos.

São Cipriano, 258Cecílio Cipriano nasceu em Cartago foi bispo perseguido. Catargo, principal cidade da Africa, era sede deuma importante Igreja. Cipriano tinha sido seu bispo de 249 – 258. De acordo com os Atos de seu martírio,o procônsul Aspasio Paterno lhe pediu que denunciasse seus sacerdotes. Ele se recusou e foi condenadoao exílio. Levado uma segunda vez ao procônsul Galério Máximo, foi condenado à decapitação.

Galeno 253 – 268Revogou os decretos contra os cristãos, restaurou os seus cemitérios e proibiu os maus tratos.

Claudio Gotico 268 – 270Aureliano 270 - 275Tácito 275 - 276Floriano 276Probus 276 - 282Caro 282 – 283Carino 283 - 285Diocleciano 284 – 305 (Augusto) (vide página 1)Maximiano 286 – 305 (co imperador)

As reformas e a Tetrarquia

Realizou reformas profundas a fim de salvar o império da derrocada iminente.Eram três os objetivos: fortalecer seu poder, reformar os métodos de governo e regenerar o exército.Para isso promoveu reformas na administração e no recrutamento militar (dobrando o número de legiões),passou a usar mercenários bárbaros e transformou os serviços do exército nas fronteiras em serviçohereditário. Nesse último caso, os soldados não passavam de servos do Estado, obrigados a lutar emtroca de pagamento e do direito de ocupar a terra. O Império foi dividido em quatro regiõesadministrativas. Apartir de então, em 293, passaram a existir quatro imperadores, dois deles com otítulo de Augusto (augustus) e dois com o título de César (caesar). Constâncio Cloro e Galério foramproclamados Césares. Os césares eram chefes militares capazes de governar e proteger o império,adotados como filhos pelos Augustos, a quem sucederiam em caso de morte, incapacidade provocadapela velhice ou decorridos vinte anos de seus governos. Os césares, lugar-tenente dos Augustos, tambémpossuíam capital, exército e administração próprios. A essa organização dá-se o nome de tetrarquia, poishá dos Augustos e dois césares.Diocleciano. o imperador tornava-se "senhor e deus" e todos que eram admitidos em sua presençaeram obrigados a ajoelhar-se e beijar a ponta do manto real. Extingüiu-se, com isso, o principadoromano: os civis haviam sido derrotados pelos militares, e o Senado romano foi eclipsado por umanobreza burocrática; sintomaticamente, Diocleciano foi o primeiro imperador "romano" a abandonar Roma

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102como capital, exercendo o governo a partir da cidade grega de Nicomédia na Ásia Menor, onde haviasido aclamado imperador; mesmo seu colega ocidental, Maximiano, mantinha residência em Milão. Ascapitais imperiais passaram a ser "funcionais", no sentido de que eram escolhidas em função dasnecessidades militares de defesa das fronteiras.Essa reforma, porém, longe de ser apenas um expediente técnico, assumia um caráter fortementeideológico e religioso, como demonstrou William Seston no clássico Dioclétien et la tetrarchie, sobretudo apartir de 289 - o primeiro fatídico 89 -, quando Diocleciano tomou o título de “familiar de Júpiter” (Iovius) edeu a Maximiano o de “familiar de Hércules” (Herculius). Esses títulos passariam também aos respectivos“filhos”, cujos destinos, além dessa “parentela divina”, estavam entrelaçados aos dois Augustos por laçosfamiliares. Foi em razão do entrelaçamento desses vínculos que Constâncio Cloro foi obrigado aabandonar Helena, mãe de Constantino, para desposar a filha de Maximiano.Se, de um lado, as divindades pré-escolhidas eram do tradicional pantheon romano, não era tradicional o“parentesco divino” em que se baseava o sistema constitucional. “Esse absolutismo teocrático erigia comosistema e como verdadeiro ritual os sinais de respeito herdados pelas monarquias orientais, quegradualmente haviam entrado em uso e culminavam com a adoratio obrigatória dos príncipes” (J. Moreau,La persécution du christianisme dans l’Empire romain, Paris, 1956, pág. 104).Paradoxalmente, a reforma de Diocleciano, continuada por seus sucessores, ao mesmo tempo quegarantiu a estabilidade do Império por mais dois séculos, acentuou ainda mais a crise estrutural do ImpérioRomano. No campo militar desenvolveu campanhas contra os Persas, assegurando uma paz de quasequarenta anos e estabilizando o domínio romano na Mesopotâmia e zona do Cáucaso.Ao aumentar a máquina administrativa e militar do Estado, que consumia recursos imensos, aumentava,conseqüentemente, a espoliação dos súditos através da cobrança de altos impostos. Uma das formasencontradas pelas massas populares para fugir dos pagamentos dos tributos era a mudança dedomicílio e ocupação. A generalização desse processo levou ao autocrata Diocleciano a procurar "fixar"os agricultores, colonos ou arrendatários sobre as terras que cultivavam, proibindo-os de abandoná-las.Com essa violenta supressão da liberdade individual, o homem livre da época se transformou em servodo Estado. Surgia a servidão. Os ideais greco-romanos de uma comunidade de cidadãos livresdesapareceram.O sistema de impostos foi racionalizado, estabelecendo-se o pagamento de dois tributos principais: acapitatio, um imposto individual por cabeça, e a jugatio, um imposto fundiário sobre o valor das terras,periodicamente reavaliado através das chamadas indicções. Determinou Diocleciano, ainda, que ostrabalhadores urbanos deveriam permanecer em suas profissões, sem o direito de abandoná-las, devendotransmiti-las aos descendentes, em caráter obrigatório. Instituía-se, desse modo, um sistema de castas atéentão desconhecido em Roma, com o nítido objetivo de manter estacionária e imobilizada a estruturaeconômica do Império. Os cidadãos transformaram-se em súditos de um déspota, servindo aos interessesdo Estado. Diocleciano reabilitou as velhas tradições, incentivando o culto dos deuses antigos.Empreendeu aquela que é conhecida por alguns historiadores eclesiásticos como a penúltima grandeperseguição empreendida pelo Império Romano contra o Cristianismo. Impôs o uso do Latim comolíngua administrativa nas províncias do Oriente. Prestigiou as leis romanas. Dividiu o império em101 províncias, agrupadas em doze dioceses reunidas em quatro prefeituras.

Uma perseguição inesperada

Com tudo isso, a perseguição cruenta chegava sem que ninguém a pudesse esperar.Diocleciano reinava desde 284 e, também sob seu governo, o cristianismo parecia prosperar graças aoedito de 260 concedido pelo filho de Valeriano, Galieno, depois que o pai fora capturado na guerra contraos Partos de Shahpur I e sua pele, literalmente falando, passara a encimar o templo Parto como troféu.Aquele edito garantira e ainda garantia ao cristianismo uma situação, já desde aquele momento, quase deplena legitimidade. Mazzarino acrescenta pormenores que evidenciam a insustentável contraditoriedadede um “Estado de cristãos com política anticristã”: “A Crônica de Seert dirá que ‘os deportados romanos[entre os quais estavam também o bispo de Antioquia, Demetriano, e alguns sacerdotes capturados numadas incursões de Shahpur] obtiveram na Pérsia um bem-estar maior que em sua pátria e, por obra deles, ocristianismo fez prosélitos no Oriente’. O Império Romano estava, portanto, nessa situação paradoxal:constituído de cristãos sobretudo em suas partes orientais, parecia ser o Império dos cristãos a quem oconsiderasse de fora; todavia, seu imperador os perseguira. [...] Estranha situação, a de um Estado decristãos (especialmente em sua parte oriental) com política anticristã” (L’Impero Romano, II, pág. 529).Como vimos, porém, até 303 nada mais houve que algumas providências no âmbito do exército e doPalácio, e nem essas aplicadas de maneira tão sistemática, como se pode constatar pelo fato de quealguns funcionários cristãos, como Pedro, Doroteu e Gorgônio gozavam da confiança do imperador eestavam ainda a seu serviço em Nicomédia no momento em que estouraram as perseguições. O próprioLactâncio, que nos conta tudo isso, talvez tenha-se convertido ao cristianismo em Nicomédia perto do finaldo século III, quando foi para lá, proveniente da África, a convite de Diocleciano, sem por isso deixar deprestar seu serviço de orador no palácio imperial. Também a esposa e a filha de Diocleciano, Prisca e

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103Valéria, parece que simpatizavam pelo cristianismo. A certa altura, no início de 304, todos foram chamados indistintamente a realizar sacrifícios públicos elibações aos deuses sob ameaça de morte. Porque a política, que tende por natureza ao entendimento e àmoderação, teve de se submeter à hostilidade religiosa. “A luta assumia, assim, um significado político,mas apenas na medida em que a política se tornava ela mesma um fato religioso” (M. Sordi, Ilcristianesimo e Roma, pág. 340). Diocleciano, que tinha senso político bastante para compreender queuma perseguição aos cristãos agravaria os problemas, teve de se curvar a Galério. Este, tendo voltadovitorioso do front dos Bálcãs e, depois, do front oriental, único general que conseguira domar os inimigosdo Império por excelência, os Germanos e os Partos, era cada vez mais o homem forte do regime. Foi,portanto, a prevalência de Galério, como atestam nossas fontes (cf. De mortibus persecutorum XI e XIV; eHistória Eclesiástica VIII, apêndice), que conduziu ao embate final. Parece que, entre outras coisas, deve-se reconhecer como ação sua a provocação de dois incêndios em Nicomédia, que levaram, já depois doprimeiro edito, à morte de muitos cristãos do lugar, entre os quais o bispo Antimo. Vítima, não apenaspolítica dessa ação, foi Diocleciano, que, enchendo-se de desconfiança em relação a tudo e a todos, serátomado por uma doença mental que o fará abdicar no ano seguinte.

MITRA

Deus das religiões de mistério, ou de salvação, distribuidor da energia vital, soberano dos exércitos,chamado de Deu sou Sol invicto (Sol invictus).Associado ao deus do Tempo infinito, ele se encontra naorigem do universo dos vivos e o dirige. É representado sob a forma de um herói degolando um touro, oprimeiro ser vivo, cujo sangue disperso fará nascer os vegetais e os animais ; ou sob a forma de um serhumano com cabeça de leão, cujo corpo é envolvido por uma serpente, que representa os cursossinuosos do Sol e do Tempo. Nascido de um rochedo, em 25 de dezembro, dia em que se celebrava,depois do solstício de inverno, o renascimento do Sol (Natalis Solis). Seu culto rivalizou com o docristianismo nas suas origens. Ele foi introduzido da Pérsia em Roma, na Gália, em toda a baciamediterrânea pela legiões e os adivinhos que as acompanhavam, no final da República e nos primeirosséculos do Império. Seus adeptos praticavam o culto do taurobólio, o sacrifício de sangue do touro, paraparticipar das forças atribuídas ao deus e ao touro, que as simbolizavam. O devoto descia um fossoescavado especialmente para esse fim e recoberto com um teto cheio de buracos; depois, se degolavasobre ele, por meio de um pique sagrado, um touro, cujo sangue quente rolava através das aberturassobre todo seu corpo; aquele que se submetia a essa aspersão de sangue era renatus in aeternum(nascido para uma vida nova por toda a eternidade), a energia vital do animal, considerada a maisvogorosa , tal como a do leão , regenerando o corpo e talvez a alma do oficiando ( BEAG, 254 ). O cultode Mitra simboliza a regeneração física e psíquica pela energia do sangue, em seguida, pela energia solar,e , por fim, pela energia divina. Belo exemplo de símbolos superpostos, em torno de um mesmo eixo. Elevem a exaltar não somente a energia vital do guerreiro, mas a energia daquele que é chamado à combatertodas as forças do mal, para fazer triunfar a pureza espiritual, a verdade, a dádiva de si e a fraternidadeuniversal dos seres vivos.

É O NATAL UMA FESTA PAGÃ? – MITRA OU JESUS?

É verdade que a data de 25 de dezembro marcava a celebração de uma festa pagã conhecida comoNatalis Solis Invicti (Nascimento do Sol Invencível), em homenagem ao deus Mitra (da religião persa). Noano 440 dc., porém, a data foi fixada para marcar o nascimento de Jesus, já que ninguém sabia a data deseu nascimento. A questão fundamental : Esta origem pagã depõe contra os cristãos que hoje celebram o25 de dezembro em homenagem a Jesus? Necessariamente, não! A festa dedicada a um deus falso,Mitra, considerado o Sol Invencível, foi substituida para desviar as atenções deste com uma mensageminovadora aos pagãos: O Sol Invencível existe, e não é Mitra; seu nome é JESUS! Ele foi visto e tocado,pois era real (1 João 1:1). Dele falou o profeta Malaquias: “Mas para vós, que temeis o meu nome,nascerá o sol da justiça, trazendo salvação debaixo das suas asas” (4:2). A festa mitraica ofereciaprazeres terrenos e momentâneos (portanto, efêmeros); ao passo que Jesus oferecia a salvação, alibertação do pecado e a vida eterna (valores perenes). “Pois o reino de Deus não é comida nem bebida,mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14:17).

Que nome lhe vem à mente quando menciona-mos a data 25 de dezembro: Mitra ou Jesus? O Sol daJustiça veio e venceu, provando que Ele, sim, é verdadeiramente o Invencível! Assim, o nome de Jesus foimais uma vez engrandecido. Onde havia trevas, resplandeceu a luz.

Para entender melhor esta questão, veja os seguintes exemplos:No princípio era o Logos... Muito antes de João escrever que ‘no princípio era o Verbo (do grego logos) e oLogos estava com Deus e o Logos era Deus (João 1:1), já havia no mundo greco-romano uma concepção

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104particular do que era o logos (o termo, portanto, não era desconhecido para os leitores do apóstolo).Uma das idéias que se propagava entre alguns filósofos da época era a de que o Deus Supremo erainatingível: nenhuma criatura poderia manter contato com ele, mas apenas com seres intermediáriosconhecidos como aeons. O logos, então, seria um dentre muitos aeons.-Ainda concernente ao logos,acreditavam que por ser de constituição espiritual, ele não poderia assumir um corpo humano (para taisfilósofos, a matéria era inerentemente má).Tudo isso era um empecilho para que as pessoas não buscassem ter um relacionamento íntimo comDeus, nem aceitassem a idéia de que o logos se encarnou, assumindo a natureza humana (sem pecado).O apóstolo João dá então um golpe mortal nas concepções dos filósofos de sua época. Ele diz: “Noprincípio era o Logos, e o Logos estava com Deus, e o Logos era Deus. E o Logos se fez carne, e habitouentre nós. Vimos a sua glória...” (1:1, 14). João não negou a existência do Logos, mas corrigiu o conceitoerrado que havia sobre ele. Era possível ter comunhão direta com Deus através do Logos, e o Logos nãoapenas estava com Deus, mas o próprio Logos era Deus (ou seja, tinha a natureza divina); e para espantode todos, João disse que o Logos (que era Deus) se fez carne (tornou-se humano) e habitou entre nós.Quem ainda poderia duvidar de que era possível ter comunhão com Deus, se o próprio Deus andou entrenós na pessoa de Jesus de Nazaré, buscando reconciliar o homem com si mesmo?Do mesmo modo como a mensagem de João sobre o Logos veio para corrigir um conceito sobre a pessoade Deus e da própria natureza humana, assim também a igreja agiu no ano 440 dc., desviando a atençãodas pessoas da adoração errônea que se prestava a Mitra, guiando-as ao único que é digno de receber“poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.., para todo o sempre (Apocalipse 5:12,13) (este paralelo veio depois de Constantino quando influências pagãs no meio cristão estavam assazavançadas, e sabemos que essa Igreja não teve êxito impondo esta inovação universalmente ao longodas igrejas orientais como se nota ainda hoje)

CONSTANTINO - COMEÇA A CRIAÇÃO DA TRINDADE

Flavius Valerius Constantius (c. 285-337 AD), Constantino o Grande, era filho do imperadorConstâncio I. Quando seu pai morreu em 306 AD, Constantino tornou-se imperador da Bretanha,Gália (atual França) e Espanha. Aos poucos, foi assumindo o controle de todo o império romano.Divergências teológicas relativas a Jesus Cristo começaram a se manifestar no império deConstantino quando dois oponentes principais se destacaram dos outros e discutiram sobre se Cristoera um ser criado (doutrina de Arius) ou não criado, e sim igual e eterno como Deus seu pai (doutrinade Atanásio). A guerra teológica entre os adeptos de Arius e Atanásio tornou-se acirrada. Constantinopercebeu que seu império estava sendo ameaçado por esta divisão doutrinal. Constantino começou apressionar a Igreja para que as partes chegassem a um acordo antes que a unidade de seu impérioficasse ameaçada. Finalmente, o imperador convocou um concílio em Nicéia, em 325 AD, pararesolver a disputa.

Apenas 318 bispos compareceram, o que equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos doimpério. Dos 318, apenas uns 10% eram da parte ocidental do império de Constantino, tornando avotação tendenciosa, no mínimo. O imperador manipulou, pressionou e ameaçou o concílio paragarantir que votariam no que ele acreditava, não em algum consenso a que os bispos chegassem.

As igrejas cristães hoje em dia dizem que Constantino foi o primeiro imperador cristão, mas seu"cristianismo" tinha motivação apenas politica. É altamente duvidoso que ele realmente aceitasse adoutrina cristã. Ele mandou matar um de seus filhos, além de um sobrinho, seu cunhado epossivelmente uma de suas esposas. Ele manteve seu título de alto sacerdote de uma religião pagãaté o fim da vida e só foi batizado em seu leito de morte.

OS DOIS PRIMEIROS TERÇOS DA TRINDADE - O CONCÍLIO DE NICÉIA

A maioria dos bispos, pressionada por Constantino, votou a favor da doutrina de Atanásio. Foiadotado um credo que favorecia a teologia de Atanásio. Arius foi condenado e exilado. Vários bisposforam embora antes da votação para evitar a controvérsia. Jesus Cristo foi aprovado como sendo"uma única substância" com Deus Pai. É significativo que até hoje as igrejas ortodoxas do leste e dooeste discordem entre si quanto a esta doutrina, ainda consequência de as igrejas do oeste não teremtido nenhuma influência na "votação".

Dois dos bispos que votaram a favor de Arius também foram exilados e os escritos de Arius foramdestruídos. Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos arianistasestaria sujeito à pena de morte.

O credo de Nicéia declara:

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105Creio em Um só Deus, Pai Onipotente, Criador do céu e da terra e de todas as coisas visíveis e

invisíveis. E em Um só Senhor, Jesus Cristo, o Filho unigênito de Deus, gerado do Pai antes de todasas coisas. Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado,consubstancial ao Pai, por quem todas as coisas foram feitas ...

Mesmo com a adoção do Credo de Nicéia, os problemas continuaram e, em poucos anos, afacção arianista começou a recuperar o controle. Tornaram-se tão poderosos que Constantino osreabilitou e denunciou o grupo de Atanásio. Arius e os bispos que o apoiavam voltaram do exílio.Agora, Atanásio é que foi banido. Quando Constantino morreu (depois de ser batizado por um bispoarianista), seu filho restaurou a filosofia arianista e seus bispos e condenou o grupo de Atanásio.

Nos anos seguintes, a disputa política continuou, até que os arianistas abusaram de seu poder eforam derrubados. A controvérsia político/religiosa causou violência e morte generalizadas. Em 381AD, o imperador Teodósio (um trinitarista) convocou um concílio em Constantinopla. Apenas os bispostrinitaristas foram convidados a participar. 150 bispos compareceram e votaram uma alteração noCredo de Nicéia para incluir o Espírito Santo como parte da divindade. A doutrina da Trindade eraagora oficial para a Igreja e também para o Estado.

Os bispos dissidentes foram expulsos da Igreja e excomungados.

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106O CREDO DE ATANÁSIO COMPLETA A DIVINDADE TRINA

O Credo (trinitário) de Atanásio foi finalmente estabelecido (provavelmente) no século V. Não foiescrito por Atanásio mas recebeu seu nome. Este é um trecho:

"Adoramos um só Deus em Trindade ... O Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus; econtudo eles não são três deuses, mas um só Deus"

Por volta do século IX, o credo já estava estabelecido na Espanha, França e Alemanha. Tinhalevado séculos desde o tempo de Cristo para que a doutrina da Trindade "pegasse". A política dogoverno e da Igreja foram as razões que levaram a Trindade a existir e se tornar a doutrina oficialda Igreja. Como vocês viram, a doutrina trinitária resultou da mistura de fraude, política, umimperador pagão e facções em guerra que causaram mortes e derramamento de sangue.

A TRINDADE CRISTÃ - MAIS UMA NO DESFILE DE TRINDADES

Por que surgiu esse clamor para elevar Jesus e o Espírito Santo a posições iguais à do deusjudeu/cristão? Simplesmente porque o mundo pagão estava habituado a ter "três deuses" ou"trindades" como divindades. A trindade satisfazia à maioria de cristãos que tinha vindo deculturas pagãs. O cristianismo não se livrou das trindades pagãs, ele as adotou assim comoadotou tantas outras tradições pagãs.

PANORAMA GERAL

1) ROMPIMENTO DAS RELAÇÕES DE PODER, INSTALADAS NA REPÚBLICA:

• Crise de Legitimidade• Principado (primeiro), tornou-se falso véu republicano de Augusto

• A partir de Calígula desaparece o Principado

2) FALTA DE ROTINA ADMINISTRATIVA:

• Principais Imperadores dos dois primeiros séculos (Calígula, Nero, Domiciano, Cômodo)• Danos irreparáveis na conjuntura de Roma antiga que tinha uma estrutura de exploração

colonial bem montada.

3) PROBLEMA MILITAR:

• Rompimento do Imperador com o poder militar.• Falta de confiabilidade.• Crime lesa majestade (morte de milhares de inocentes por desconfiança, calúnias).• Ascendência política da guarda pretoriana sobre senado/ conselho dos sumos pontífices.• Diminuição do efetivo militar (31 a.C), para aliviar finanças.• Problema social ocasionado pela forma de administrar a paz.• Implantação de política assistencialista (Augusto com recursos próprios).• Tibério- acentua-se a marginalidade social.• Exigência de propriedades rurais pelos militares para combater e patrulhar o Império.• (69) Forças Armadas passam a gerir a sucessão imperial.• (193) Migração interna gera desequilíbrio sócio econômico, político e militar.• Carência de mão de obra implode o exército e o mercenarismo torna-se regra.• Relacionamento entre militares romanos e bárbaros leva a instabilidade bélica.Conseqüências:• Crise militar desencadeia crise de mão de obra.• Extinção da escravidão por dívidas substituída por prisioneiros de guerra para a paz social interna,que agrava-se com o cristianismo: escravos abandonavam sem temores o trabalho escravo.• Relações com bárbaros: falta de regras básicas para sucessão imperial.• Cada Imperador adota política externa diferente (extermínio, diálogo, aliança).• Século III- Retorno aos padrões de Tetrarquia: possibilita pequeno renascimento no governo deConstantino. Havia falta de um poder magistrado forte.

4) PROBLEMA RELIGIOSO:

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107• Roma sempre proporcionou liberdade de culto apesar da tradição pagã, tolerava oOrientalismo.• Calígula instituiu o culto egípcio a deusa Isis e Heliogábalo o culto solar, mas os motivos políticossempre estiveram acima dos teológicos.• Hebreus permaneceram em oposição ao domínio romano e não permitiam na Judéia opaganismo.• Jesus Cristo com seu discurso seguro e inédito dividiu os hebreus e enfraqueceu o movimentopolítico pela libertação do jugo que se escondia nos cultos religiosos.• Cristianismo oposto as religiões hebraicas e trouxe uma argumentação tão nova quanto estranhaaos romanos acostumados com a crueza de suas relações pessoais e religiosas.• Cristianismo trouxe conceitos abstratos e espiritualistas totalmente novos.• Cristianismo foi mais tolerado pelos romanos em tempos primitivos do que pelas seitas hebraicas.• Perseguição aos cristãos começa efetivamente no governo de Nero.• Os Flavios empenharam-se em sufocar politicamente os hebreus.• Destruição de Jerusalém por Tito filho de Vespasiano, demonstra esses conflitos.• Nesse período hebreus e Cristãos eram considerados desordeiros que ameaçavam o Império.• Martírio dos cristãos acentuava a guerra civil em Roma.• Deocleciano nas suas reformas econômicas e administrativas deu inicio a perseguição mais longa(confisco de bens,destruição de igrejas, torturas, prisões, proibição de cultos, etc.)• Ascensão de Constantino, cessaram as perseguições e houve o reconhecimento religioso.• Acentuado problema social, com reformas fiscais que penalizavam a população com 60% doganho médio do cidadão.• Força militar detestada pela população (presença ostensiva, privilégios, carga tributária).• Concentração de renda – proletariado padecia pois dependia da boa vontade do Imperador, poisnão havia política de amparo a miséria. Expansão do Cristianismo entre as classes populares. Problemaseconômicos da agricultura em relação a mão de obra e produção.