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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
ESCOLA DE FARMÁCIA - CIPHARMA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
SÍNTESE E ATIVIDADES
FARMACOLÓGICAS DE DERIVADOS DA
6-NITRO-2H-1,4-BENZOTIAZIN-3-ONA
JULIANA LUÍSA TEIXEIRA DE ANDRADE
OURO PRETO – MG – BRASIL
2008
JULIANA LUÍSA TEIXEIRA DE ANDRADE
SÍNTESE E ATIVIDADES FARMACOLÓGICAS DE
DERIVADOS DA 6-NITRO-2H-1,4-BENZOTIAZIN-3-ONA
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas
da Escola de Farmácia da Universidade
Federal de Ouro Preto, como requisito parcial
à obtenção do título de Mestre em Ciências
Farmacêuticas.
Área de Concentração: Química Farmacêutica
Orientadora: Profª. Drª. Vera Lúcia de Miranda Guarda
Co-orientadora: Profª. Drª. Andrea Grabe Guimarães
Ouro Preto
Escola de Farmácia - UFOP
2008
Catalogação: [email protected]
A554s Andrade, Juliana Luísa Teixeira de.
Síntese e atividades farmacológicas de derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona [manuscrito] / Juliana Luísa Teixeira de Andrade – 2008.
xvii, 108 f.: il. color., grafs., tabs. Orientadora: Profa. Dra. Vera Lúcia de Miranda Guarda. Co-orientadora: Profa. Dra. Andrea Grabe Guimarães. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Farmácia. Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. Área de concentração: Química Farmacêutica
1. Benzotiazina - Teses. 2. Toxicidade aguda - Teses. 3. Atividade antinociceptiva - Teses. 4. Atividade antifúngica - Teses. I. Universidade Federal de Ouro Preto. II. Título. CDU: 615.07
ii Juliana Luisa T. de Andrade
iii Juliana Luisa T. de Andrade
Trabalho realizado nos laboratórios de Química
Farmacêutica, de Farmacologia Experimental e de
Microbiologia da Escola de Farmácia da
Universidade Federal de Ouro Preto, Minas Gerais.
Os ensaios de toxicidade aguda foram realizados
em parceria com a Profª. Drª. Neila Márcia Silva
Barcellos e os de atividade antifúngica in vitro com
a Profª. Drª. Maria Elisabete Barros.
Dedicatória
iv Juliana Luisa T. de Andrade
Este trabalho é dedicado à minha filha Júlia,
cujo sorriso possui “atividade farmacológica”
que cientista nenhum consegue decifrar.
Graças a ela aprendi que o amor materno é
realmente infinito e incondicional.
Agradecimentos
v Juliana Luisa T. de Andrade
AGRADECIMENTOS
É imprescindível referir que a realização deste trabalho se deve a todos
aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização do mesmo,
incentivando e colaborando com amizade. Sei que palavras não quantificam a
minha gratidão, mas ainda assim gostaria de demonstrar o meu imenso
agradecimento:
À Deus, por tudo.
Aos meus pais, Tony e Ivy, exemplos de resiliência e amor. Aos meus
irmãos Klaus e Danilo, pela presença sempre constante além do apoio, incentivo
e amizade verdadeira.
Ao Renato, por encorajar-me a persistir nos ideais. Nele encontrei todo o
amor e apoio necessário, renovando minha energia e confiança.
À Dadá, pela certeza de que minha filha estava sendo imensamente
amada e bem cuidada.
Às queridas amigas Elenice e Júnia, por compreenderem a minha ausência
e serem sempre um exemplo de força e dedicação.
À Tália, “Tia Ângela” e Ariadne, pela grande amizade, apoio, inúmeras
ajudas, além do enorme carinho, hospitalidade e aconchego familiar.
À Nathália Duarte, pela dedicação imensurável. Muitas são as razões para
agradecer, mas todas se resumem na certeza de que este trabalho não seria o
mesmo sem ela.
À minha orientadora, Profª. Drª. Vera Guarda, minha gratidão e admiração.
Convidar-me foi um sinal de confiança e jamais esquecerei que foi graças a ela
que cheguei até aqui. Obrigada pela oportunidade, apoio e incentivo.
Agradecimentos
vi Juliana Luisa T. de Andrade
À minha co-orientadora, Profª. Drª. Andrea Grabe, pelos ensinamentos,
sugestões e dedicação, principalmente durante a finalização deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Sidney Augusto, querido Bibo, pelos conselhos e incentivos
para a conclusão desta pesquisa.
Ao Prof. Dr. Tanus Nagem, mais que ensinos teóricos, pela amizade,
confiança e apoio em todos os momentos que a ele recorri.
Às Profªs. Drª. Neila Barcellos e Drª. Maria Elisabete Barros, pela
colaboração, auxílio e ensinamentos, sempre com imensa presteza e dedicação.
Ao Fernando Armini pela ajuda, possibilitando a finalização deste trabalho
em tempo hábil.
Ao Sr. José Maria, técnico do laboratório de Química Farmacêutica, por
todo o apoio, disposição e presteza.
Aos funcionários do Biotério, especialmente Wilson e Cristina, por auxiliar-
me nos procedimentos necessários e pelos cuidados com os animais.
À Luciana Guzzo, pela ajuda e valiosas informações.
À Eliane Stetler, pelo carinho e delicadeza em revisar esta dissertação.
Aos professores e colegas do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Farmacêuticas – CiPharma, pelo engrandecimento deste curso. De forma
especial, à Profª. Drª. Dênia Antunes e ao Prof. Dr. Jorge Humberto.
À Universidade Federal de Ouro Preto pela oportunidade, ensinamentos e
concessão da bolsa de Desenvolvimento Científico.
vii Juliana Luisa T. de Andrade
“O homem se torna muitas vezes o que ele próprio
acredita que é. Se eu insisto em repetir para mim
mesmo que não sou capaz de realizar alguma coisa, é
possível que realmente seja incapaz de fazê-lo. Ao
contrário, se tenho convicção de que posso fazê-la,
certamente adquirirei capacidade de realizá-la, mesmo
que não a tenha no começo.”
Gandhi
Resumo
Juliana Luísa T. de Andrade vii
RESUMO
A necessidade de potencializar determinadas atividades farmacológicas e
reduzir efeitos indesejáveis torna necessária a busca por novos fármacos.
Utilizando técnicas de modificação molecular, cinco derivados da 2H-1,4-
benzotiazin-3-ona foram sintetizados. Suas estruturas foram comprovadas por
métodos espectroscópicos de infravermelho, RMN1H, RMN13C e espectrometria
de massas. Estes compostos foram submetidos aos testes de toxicidade aguda,
analgesia - pelo método da placa quente e das contorções abdominais induzidas
pelo ácido acético - e atividade antifúngica. Foram observadas estereotipias e
sinais qualitativos indicativos de toxicidade nos animais. Os resultados da Dose
Letal Mediana revelaram que as modificações moleculares induziram uma maior
toxicidade, principalmente nos compostos que sofreram a redução do grupo nitro
a grupo amino. O derivado benzoilado induziu maior redução nas contorções
abdominais e aumento no tempo de latência sobre a placa quente. Nos
experimentos antifúngicos apenas o composto de partida induziu atividade.
Palavras-chave: 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona, toxicidade aguda, atividade
antinociceptiva, atividade antifúngica.
Abstract
Juliana Luísa T. de Andrade viii
ABSTRACT
The necessity to maximize some pharmacological activities and to reduce
unwanted effects makes necessary the search for new therapeutic agents. By
means of molecular modifications, five derivatives of 2H-1,4-benzothiazin-3-one
had been synthesized. Their structures had been confirmed by infrared and mass
spectrometry, RMN1H and RMN13C. These composites had been submitted to the
tests of acute toxicity, analgesy – using the hot plate method and the acetic acid
induced abdominal contortions method - and antifungal activity. Stereotypes and
qualitative signals that indicate of toxicity in the animals had been observed.
Medium Lethal Dose results had disclosed that the molecular modifications had
induced to a bigger toxicity, mainly in the composites that had suffered to the
reduction from the nitro group to the amino group. The benzoyl derivative induced
greater reduction in the abdominal contortions and increase in the time latency on
the hot plate. Only the departure composite induced activity in the antifungal
experiments.
Keywords: 6-nitro-2H-1,4-benzothiazin-3-one, acute toxicity, antinociceptive
activity, antifungal activity.
Lista de Figuras
Juliana Luísa T. de Andrade ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Núcleo benzotiazínico e suas formas isoméricas 2H e 4H .............................................5
Figura 2: Estrutura molecular do antipsicótico Protipendil (Tiofenilpiridilamina)...............................6
Figura 3: Similaridade estrutural entre 1,4-benzotiazinas e fenotiazinas observadas ao longo do
eixo nitrogênio-enxofre.......................................................................................................................6
Figura 4: Morfologia de algumas das espécies de Candida: a) Candida albicans; t) Candida
tropicalis; k) Candida krusei e p) Candida parapsilosis....................................................................19
Figura 5: Morfologia da Candida albicans: A) Representação esquemática; B e C) Aspecto
microscópicos, visualizando os clamidosporos e as pseudohifas....................................................20
Figura 6: Morfologia da Candida krusei: A) Representação esquemática; B e C) Aspecto
microscópicos, visualizando os clamidosporos e as pseudohifas. ..................................................20
Figura 7: Morfologia da Candida parapsilosis: A) Representação esquemática; B e C) Aspecto
microscópicos, visualizando os clamidosporos e as pseudohifas. ..................................................20
Figura 8: Morfologia da Candida tropicalis: A) Representação esquemática; B e C) Aspecto
microscópicos, visualizando os clamidosporos e as pseudohifas. ................................................. 20
Figura 9: Representação esquemática da síntese dos derivados ................................................ 33
Figura 10: Fórmula estrutural e tridimensional (modelo de bolas) do BTZ-1 .................................38
Figura 11: Fórmula estrutural e tridimensional (modelo de bolas) do BTZ-1R ............................. 38
Figura 12: Fórmula estrutural e tridimensional (modelo de bolas) do BTZ-2 ................................ 38
Figura 13: Fórmula estrutural e tridimensional (modelo de bolas) do BTZ-2R ............................. 38
Figura 14: Fórmula estrutural e tridimensional (modelo de bolas) do BTZ-3..................................38
Figura 15: Espectro de absorção no Infravermelho da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona..............42
Figura 16: Espectro de absorção no Infravermelho da 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona ..........43
Figura 17: Espectro de absorção no Infravermelho da 6 – nitro – 4 – metil - 2H - 1,4 - benzotiazin-
3-ona .............................................................................................................................................. 44
Figura 18: Espectro de absorção no Infravermelho da 6 – amino – 4 – metil -2H-1,4-benzotiazin-3-
ona....................................................................................................................................................45
Figura 19: Deslocamentos registrados no espectro de RMN 1H para o BTZ-1...............................46
Figura 20: Espectro de RMN 1H para a 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona...................................47
Lista de Figuras
Juliana Luísa T. de Andrade x
Figura 21: Espectro de RMN 1H para a 6-nitro-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona.........................48
Figura 22: Espectro de RMN 1H para a 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona ..................... 49
Figura 23: Espectro de RMN1H para a 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona ............51
Figura 24: Deslocamentos químicos de Carbono-13 registrados para a 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-
3-ona ...............................................................................................................................................53
Figura 25: Deslocamentos químicos de Carbono-13 registrados para a 6-amino-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona ............................................................................................................................54
Figura 26: Deslocamentos químicos de Carbono-13 registrados para a 6-nitro-4-metil-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona............................................................................................................................ 55
Figura 27: Deslocamentos químicos de Carbono-13 registrados para a 6-amino-4-metil-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona ........................................................................................................................... 56
Figura 28: Deslocamentos químicos de Carbono-13 registrados para a 6-benzoilamino-4-metil-
2H-1,4-benzotiazin-3-ona ................................................................................................................58
Figura 29: Aparato utilizado no teste do campo aberto - Open-Field test ..................................... 64
Figura 30: Determinação da DL50 para o composto BTZ-1............................................................ 70
Figura 31: Determinação da DL50 para o composto BTZ-1R ........................................................ 70
Figura 32: Determinação da DL50 para o composto BTZ-2............................................................ 70
Figura 33: Determinação da DL50 para o composto BTZ-2R ........................................................ 71
Figura 34: Determinação da DL50 para o composto BTZ-3 ........................................................... 71
Figura 35: Ensaio de contorções abdominais induzidas pelo ácido acético 0,6% ........................ 77
Figura 36: Aparatos utilizados no Método da Placa Quente. ........................................................ 78
Figura 37: Roteiro do método da placa quente na avaliação da atividade antinociceptiva............ 79
Figura 38: Número total de contorções (em 30 minutos) induzidas pelo ácido acético 0,6% em
camundongos tratados com os fármacos padrões e os derivados sintetizados............................. 83
Figura 39: Resultado da determinação da CIM para o 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona ............ 91
Figura 40: Resultado da determinação da CIM para o 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona;
(A)-Fluconazol e (B) - Terbinafina .................................................................................................. 91
Figura 41: Resultado da determinação da CIM para 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona;
(A)- Fluconazol e (B) – Terbinafina ................................................................................................ 91
Figura 42: Resultado da determinação da CIM para o 4-metil-6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona (A)-
Lista de Figuras
Juliana Luísa T. de Andrade xi
Fluconazol e (B) – Terbinafina ....................................................................................................... 92
Figura 43: Resultado da determinação da CIM para o 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-
3-ona; (A)- Fluconazol e (B) - Terbinafina....................................................................................... 92
Lista de Tabelas
Juliana Luísa T. de Andrade xii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Características físico-químicas da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona. ................ 28
Tabela 2: Características físico-químicas da 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona............... 29
Tabela 3: Características físico-químicas da 6-nitro-4-metil-2H-1,4benzotiazin-3-ona ...... 30
Tabela 4: Características físico-químicas da 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona .. 31
Tabela 5: Características físico-químicas da 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4 -
benzotiazin-3-ona. ............................................................................................................... 32
Tabela 6: Caracterização do composto 2-amino-4-nitrobenzenotiol pela espectrometria
no IV e RMN 1H, segundo Guarda (1998) ...........................................................................
35
Tabela 7: Propriedades físico-químicas dos derivado sintetizados..................................... 40
Tabela 8: Características de infravermelho para o BTZ-1 (ν cm-1, KBr 1%) ....................... 41
Tabela 9: Características de infravermelho para o BTZ-1R (ν cm-1, KBr 1%).................... 42
Tabela 10: Características de infravermelho para o BTZ-2 (ν cm-1, KBr 1%)...................... 43
Tabela 11: Característica de infravermelho para o BTZ-2R (ν cm-1, KBr 1%).................... 44
Tabela 12: Características de infravermelho para o BTZ-3 (ν cm-1, KBr 1%)...................... 45
Tabela 13: Deslocamentos químicos de H registrados para a 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-
3-ona ...................................................................................................................................
47
Tabela 14: Deslocamentos químicos de H registrados para a 6-amino-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona ................................................................................................................
48
Tabela 15: Deslocamentos químicos de H registrados para a 6-nitro-4-metil-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona ................................................................................................................
49
Tabela 16: Deslocamentos químicos de H registrados para o composto 6-amino-4-metil-
2H-1,4-benzotiazin-3-ona ....................................................................................................
50
Tabela 17: Deslocamentos químicos de H registrados para o composto 6-benzoilamino-
4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona ........................................................................................
51
Tabela 18: Características de RMN 13C da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona ................. 53
Tabela 19: Características de RMN13C para a 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona.......... 54
Tabela 20: Deslocamentos químicos de Carbono - 13 registrados para o composto 6 -
Lista de Tabelas
Juliana Luísa T. de Andrade xiii
nitro - 4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona ............................................................................. 55
Tabela 21: Deslocamentos químicos de Carbono - 13 registrados para o composto 6-
amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona..............................................................................
57
Tabela 22: Deslocamentos químicos de Carbono-13 registrados para o composto 6-
benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona .................................................................
59
Tabela 23: Número de animais mortos após a administração dos diferentes compostos
sintetizados (nº de mortos / nº de animais testados) .......................................................... 68
Tabela 24: Determinação dos valores da DL50 para os derivados benzotiazínicos
testados ...............................................................................................................................
69
Tabela 25: Sinais qualitativos indicativos de toxicidade, observados em um período de 6
horas após administração por via i.p. dos derivados benzotiazínicos sintetizados.............
72
Tabela 26: Efeitos dos derivados benzotiazínicos sobre a motilidade dos camundongos,
analisada pelo número de quadrados percorridos em 01 min no ensaio do campo aberto
76
Tabela 27: Representação percentual da redução da motilidade dos animais, avaliadas
pelo número de quadrados invadidos no campo-aberto .....................................................
77
Tabela 28: Número total de contorções em 30 minutos induzidas pelo ácido acético
0,6% em camundongos. ......................................................................................................
83
Tabela 29: Efeito dos derivados benzotiazínicos no tempo de latência sobre uma placa
aquecida a 50ºC. .................................................................................................................
84
Tabela 30: Registros da ATCC para os fungos leveduriformes utilizados neste estudo .... 85
Tabela 31: Concentração inibitória mínima (µg/ml) para os derivados da 6-nitro-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona....................................................................................................
90
Sumário
Juliana Luísa T. de Andrade xiv
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS.................................................................................................................................. V
RESUMO .................................................................................................................................................... VII
ABSTRACT ...............................................................................................................................................VIII
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................................................. IX
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................................... XII
SUMÁRIO.................................................................................................................................................. XIV
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 1
2. OBJETIVOS........................................................................................................................................ 4
2.1. OBJETIVO GERAL: ..................................................................................................................... 4
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:........................................................................................................ 4
3. REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................................................... 5
3.1. SÍNTESE E REATIVIDADE DOS DERIVADOS BENZOTIAZÍNICOS.............................. 5
3.1.1. Síntese a partir do 2-aminotiofenol ............................................................................................................ 6 i. Reação com 1,2-dihaloetano....................................................................................................................... 7 ii. Reação com ácidos e ésteres α-halogenados.............................................................................................. 7 iii. Reação com ácidos e ésteres α,β-insaturados............................................................................................. 8
3.1.2. Síntese a partir do ácido 2-nitro- ou 2-amino-feniltioglicólico ................................................................. 8 i. A partir do 2-nitrotiofenol .......................................................................................................................... 8 ii. A partir da 2-cloroanilina............................................................................................................................ 9 iii. A partir do 2,4-dinitroclorobenzeno........................................................................................................... 9
3.1.3. Por extensão do ciclo ................................................................................................................................ 10 3.1.4. Síntese a partir de dissulfetos de bis(o-nitrofenil).................................................................................... 10
3.2. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE.......................................................................................... 11
3.3. ATIVIDADES FARMACOLÓGICAS DOS DERIVADOS BENZOTIAZÍNICOS............. 13
3.4. ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA ...................................................................................... 17
3.5. AS CÉLULAS FÚNGICAS..................................................................................................... 18
3.6. OS FÁRMACOS ANTIFÚNGICOS ....................................................................................... 21
3.7. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA............................. 22
Sumário
Juliana Luísa T. de Andrade xv
4. SÍNTESE DOS DERIVADOS DA 6-NITRO-2H-1,4- BENZOTIAZIN-3-ONA....................... 25
4.1. METODOLOGIA .................................................................................................................... 25
4.1.1. MATERIAIS .......................................................................................................................................... 25 4.1.1.1 Equipamentos .................................................................................................................................. 25 4.1.1.2 Solventes e Reativos........................................................................................................................ 26
4.1.2. MÉTODOS ..............................................................................................................................................27 4.1.2.1 Síntese do composto 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona ................................................................ 27 i. Síntese do 2-amino-4-nitrofenolato de sódio ........................................................................................... 27 ii. Síntese da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona........................................................................................... 28 4.1.2.2 Redução do grupo nitro: síntese da 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona ....................................... 29 4.1.2.3 N-metilação: síntese da 6-nitro-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona............................................... 30 4.1.2.4 Redução do grupo nitro: síntese da 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona .......................... 31 4.1.2.5 Benzoilação da amina: síntese do 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona. ............... 32
4.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................. 33
4.2.1. Via Sintética ............................................................................................................................................33 4.2.2. Obtenção do composto de partida: 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona.................................................... 34 4.2.3. A metilação do nitrogênio da posição 4 ................................................................................................... 36 4.2.4. A redução do grupo nitro.......................................................................................................................... 36 4.2.5. Acilação da amina primária. ..................................................................................................................... 37
4.3. ESTRUTURAS E PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS................................................... 38
4.4. CARACTERIZAÇÃO POR ESPECTROMETRIA DE IV..................................................... 41
4.4.1. 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona ............................................................................................................ 41 4.4.2. 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona .......................................................................................................... 42 4.4.3. 6-nitro-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona ............................................................................................... 43 4.4.4. 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona............................................................................................. 44 4.4.5. 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona ................................................................................. 45
4.5. CARACTERIZAÇÃO POR ESPECTROMETRIA DE RMN 1H. ......................................... 46
4.5.1. 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona ............................................................................................................ 46 4.5.2. 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona .......................................................................................................... 47 4.5.3. 6-nitro-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona ............................................................................................... 48 4.5.4. 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona............................................................................................. 49 4.5.5. 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona ................................................................................. 50
4.6. CARACTERIZAÇÃO POR ESPECTROMETRIA DE RMN 13 C......................................... 52
4.6.1. 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona ............................................................................................................ 52 4.6.2. 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona .......................................................................................................... 54 4.6.3. 6-nitro-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona ............................................................................................... 55 4.6.4. 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona............................................................................................. 56 4.6.5. 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona ................................................................................. 57
4.7. CARACTERIZAÇÃO POR ESPECTROMETRIA DE MASSAS......................................... 60
5. AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES FARMACOLÓGICAS IN VIVO ....................................... 65
5.1. METODOLOGIA GERAL...................................................................................................... 65
Sumário
Juliana Luísa T. de Andrade xvi
5.1.1. Animais ......... ........................................................................................................................................... 65 5.1.2. Preparação e administração das soluções................................................................................................. 65
5.2. TOXICIDADE AGUDA E ATIVIDADE LOCOMOTORA ESPONTÂNEA ...................... 65
5.2.1. METODOLOGIA..................................................................................................................................... 65 5.2.1.1 Determinação da DL50..................................................................................................................... 65 5.2.1.2 Identificação de estereotipias e sinais de toxicidade ...................................................................... 66 5.2.1.3 Método do Campo-Aberto - Open-Field......................................................................................... 66 5.2.1.4 Análise Estatística ........................................................................................................................... 67
5.2.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................................. 67 5.2.2.1 Toxicidade Aguda ........................................................................................................................... 67 5.2.2.2 Atividade Locomotora Espontânea................................................................................................. 76
5.3. ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA ...................................................................................... 80
5.3.1. METODOLOGIA..................................................................................................................................... 80 5.3.1.1 Método das Contorções induzidas pelo Ácido Acético - Writhing Test ........................................ 80 5.3.1.2 Método da Placa Quente - Hot Plate Test....................................................................................... 81 5.3.1.3 Análise Estatística ........................................................................................................................... 82
5.3.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................................. 82
6. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA IN VITRO .................................................... 88
6.1. METODOLOGIA .................................................................................................................... 88
6.1.1. Materiais ..................................................................................................................................................88 6.1.2. Métodos............ ........................................................................................................................................ 88
6.1.2.1 Preparo da cultura de fungos........................................................................................................... 88 6.1.2.2 Preparo do meio RPMI 1640 ......................................................................................................... 89 6.1.2.3 Padrões antifúngicos ....................................................................................................................... 89 6.1.2.4 Soluções dos derivados benzotiazínicos ......................................................................................... 89 6.1.2.5 Padronização dos inóculos. ............................................................................................................. 90 6.1.2.6 Determinação da concentração inibitória mínima. ......................................................................... 90 6.1.2.7 Leitura dos resultados...................................................................................................................... 90
6.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................. 91
7. CONCLUSÕES ................................................................................................................................. 96
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 98
Introdução
Juliana Luísa T. de Andrade 1
1. INTRODUÇÃO
A modificação molecular de um protótipo de fármaco pela introdução ou
substituição de grupos e adição de moléculas a partir de uma estrutura primária,
ainda constitui o meio principal na obtenção por novos princípios ativos. Estas
variações estruturais conferem às moléculas novas propriedades físico-químicas
e farmacocinéticas, tornando-as capazes de induzir respostas farmacológicas
almejadas, com biodisponibilidade adequada ao seu emprego terapêutico
(BARREIRO et. al., 2001; RATTI e TRIST, 2001;).
A síntese de fármacos é importante principalmente por permitir a
construção de novas moléculas, em seus diversos níveis de complexidade. Sua
aplicação na obtenção por novos protótipos representa uma grande parcela dos
medicamentos disponíveis para uso clínico e movimenta elevadas cifras no
mercado mundial (BARREIRO, 2002). Até 1991, entre os 866 fármacos usados na
terapêutica, 680 (79%) eram de origem sintética. Os 186 restantes (21%)
correspondiam àqueles de origem natural ou semi-sintética (VILELA et. al., 2007).
Observando a estrutura dos fármacos empregados na terapêutica,
constata-se que 62% deles são heterocíclicos e nitrogenados. Adicionalmente,
cerca de 30% dos fármacos de estrutura heterocíclica apresentam átomos de
enxofre e 18% apresentam átomos de oxigênio (VILELA et. al., 2007). Estes
valores ilustram a importância da química dos heterociclos, em que se incluem os
compostos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona, que têm sido foco de
muitos estudos devido à grande variedade de atividades farmacológicas relatadas
(GUPTA e OJHA, 1988).
Em estudos mais recentes, estes derivados se destacam pela significativa
atividade antifúngica (SCHIAFFELLA et. al., 2006; FRINGUELLI et. al., 2002;
Introdução
Juliana Luísa T. de Andrade 2
FRINGUELLI et. al., 1998) , antiproliferativa (URAKAWA et. al., (a) 2000 e (b)
2002) e imunoestimulante (PITZURRA et. al., 1999; DEL CORONA et. al., 1992),
eficiente atividade tranqüilizante (LAUBACH, 1962), importante atividade
antitumoral (BRZOZOWSKI et. al., 2006; GUPTA et. al., 1993) atribuída à
atividade citotóxica contra células neoplásicas (MARCHETTI et. al., 2002; INOUE
et. al., 1998), eficácia anti-HIV (BRZOZOWSKI et. al., 2003), potente inibição da
aldose-redutase - atividade hipoglicemiante (AOTSUKA et. al., 1994; TAWADA
et. al., 1990), efeitos anti-reumáticos, atividade antialérgica (TAKIZAWA et. al.,
2001), atividade vasorelaxante (TULLIO et. al., 2005; CECCHETTI et. al., 2003),
efeitos antiarrítmicos (YOSHIKAWA et. al., 2003; HARA e NAKAYA, 1995) e
antihipertensivos (CECCHETTI et. al., 2000). Uma potente atividade inibidora da
15-lipoxigenase também foi relatada, sendo atribuída a importância no uso para o
tratamento de Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas (BAKAVOLI et. al.,
2007; SCHEWE, 2002). Estes derivados também induzem a efeitos neurotóxicos
ou neuroprotetores (MARCHETTI et. al., 2002; SHEN e DRYHURST, 1996) e um
possível efeito em doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer está
sendo investigado (OKUYAMA et. al., 2000; LI e DRYHURST, 1997; KOBAYASHI
et. al., 1997).
A molécula do composto de partida deste trabalho, a 6-nitro-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona apresenta vários sítios ativos:
Introdução
Juliana Luísa T. de Andrade 3
N
S
H
OO2N
1
2
3
45
6
7
89
10
• Na posição 1, um átomo de enxofre;
• Na posição 2, um grupo metileno ativado pela presença da carbonila em C-3;
• Na posição 3, um grupo C = O que pode ser reduzido;
• Na posição 4, um grupo NH que pode ser alquilado;
• Na posição 6, um grupo nitro que pode ser reduzido a uma amina primária.
Esta pode então ser substituída por grupos alquilas, lineares ou cíclicos.
O presente trabalho teve como objetivo a síntese de cinco derivados
benzotiazínicos obtidos a partir de modificações estruturais no composto de
partida, 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona, explorando as posições N-4 e C-6, a
saber: introdução do grupo metila em N-4; redução do grupo nitro a amino
seguida da benzoilação no C-6. Todos os compostos sintetizados tiveram suas
estruturas demonstradas através dos métodos espectroscópicos de
infravermelho, RMN1H e RMN13C. Após caracterização estrutural, estes
compostos foram submetidos aos ensaios de determinação de toxicidade aguda e
atividade antinociceptiva pelos métodos da placa quente e das contorções
abdominais induzidas pelo ácido acético. A atividade antifúngica in vitro também
foi avaliada.
Objetivos
Juliana Luísa T. de Andrade 4
2. OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL:
Sintetizar e caracterizar os derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-
ona e avaliar suas atividades farmacológicas.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1. Sintetizar os compostos 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona e seus
derivados 4-metil-6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona, 6-amino-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona e 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona e 6-
benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona.
2. Caracterizar as propriedades físico-químicas e demonstrar as suas
estruturas pelos métodos espectroscópicos de infravermelho,
massas e ressonância magnética nuclear de H e do carbono 13.
3. Avaliar a toxicidade geral dos compostos sintetizados pela
determinação da Dose Letal Mediana (DL50) e atividade locomotora
espontânea.
4. Realizar estudos farmacológicos para a avaliação dos efeitos
antinociceptivos.
5. Avaliar os efeitos antifúngicos in vitro dos derivados sintetizados
sobre cepas de diferentes espécies de Candida ssp.
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 5
3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1. SÍNTESE E REATIVIDADE DOS DERIVADOS BENZOTIAZÍNICOS
Dentre os compostos heterocíclicos, os benzotiazínicos apresentam um
amplo espectro de atividade biológica. O núcleo benzotiazínico (Fig.1a) está
presente em diversas moléculas biologicamente ativas, como no antipsicótico
Protipendil (Fig. 2), comercializado principalmente na Alemanha (Dominal®) e no
Reino Unido (Largophren®, Timoval®, Timovan® e Tolnate®).
As 1,4-benzotiazinas exibem um tipo de tautomerismo, pois existem nas
formas isoméricas 2H e 4H, sendo o isômero 2H a forma predominante (Fig. 1b).
Segundo Gupta e Ojha (1988), estes isômeros nunca foram isolados, mas
observados como espécies transientes em solução, determinados por estudos de
RMN 1H. A nomenclatura e o sistema de numeração para a 2H-1,4-benzotiazina
e 4H-1,4-benzotiazina foram adotadas na edição de 1984 do Ring System
Handbook (CHEMICAL ABSTRACTS PUBLICATION).
N
S1
2
3
45
6
7
8
N
S1
2
3
45
6
7
8
H1 a 1 b
Figura 1: Núcleo benzotiazínico e suas formas isoméricas 2H (1a) e 4H (1b).
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 6
N
SN
N
Figura 2: Estrutura molecular do antipsicótico Protipendil (Tiofenilpiridilamina)
A 1,4 Benzotiazina (3a) é um análogo da fenotiazina (3b), resultante da
troca do grupo o-fenileno por um grupo etilidênico (-CH =CH-) e possui algumas
propriedades similares devido a características estruturais comuns.
N
S
H
N
S
H3a 3b
Figura 3: Similaridade estrutural entre 1,4-benzotiazinas (3a) e fenotiazinas (3b) observadas ao longo do eixo nitrogênio-enxofre.
Vários métodos de obtenção das 2H-1,4-benzotiazinas e de seus derivados
são descritos na literatura, sendo eles:
3.1.1. Síntese a partir do 2-aminotiofenol
As reações sintetizadas a partir do 2-aminotiofenol conduzem aos
compostos 1,4-benzotiazínicos em apenas uma etapa.
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 7
i. Reação com 1,2-dihaloetano
SH
NH2 N
S
H
R X - CH2 - CH2 - X+ R
X = Cl, BrR = H, substituintes
A condensação do 2-aminotiofenol com 1,2-dihaloetano em meio
metanólico e em presença de metóxido de sódio conduz à formação da 2,3-diidro-
1,4-benzotiazina (FLORIO et. al., 1982). WATANABE (1990) utilizou esse método
em presença de iodetos e carbonatos de metais alcalinos obtendo o mesmo
resultado.
ii. Reação com ácidos e ésteres α-halogenados
SH
NH2 N
S
H
+
a) X = Br, R = Phb) X = Cl, R = H
R
O
X R
COOH N
S
H
RLiAlH4
A condensação do 2-aminotiofenol com ácido α-bromofenilacético em
meio etanólico origina a 1,4-benzotiazin-3-ona substituída na posição 2 (FUNKE
et. al., 1961). O composto pode ser reduzido com hidreto de lítio e alumínio
conduzindo às 1,4-benzotiazinas correspondentes. Krapcho e Turk (1973)
realizaram esta reação em presença de ácido monocloroacético, obtendo 75% de
rendimento para o composto 1,4-benzotiazin-3-ona.
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 8
iii. Reação com ácidos e ésteres α,β-insaturados
SH
NH2
+N
S
H
CH2COORCH - COOR
CH - COOR O
A reação do 2-aminotiofenol com ácidos e ésteres α,β-insaturados leva à
formação das 1,4-benzotiazin-3-ona, substituídas na posição 2 (KIRCHNER e
ALEXANDER, 1959; BOURDAIS, 1967).
3.1.2. Síntese a partir do ácido 2-nitro- ou 2-amino-feniltioglicólico
i. A partir do 2-nitrotiofenol
SH
NH2 NH2
SCH2COOR
+
N
S
H
O
Cl - CH2 - COOR
R = H, C2H5
Redução
A condensação do 2-nitrotiofenol com ácidos ou ésteres α-halogenados
leva à formação do ácido 2-nitrofeniltioglicólico (FRIEDLAENDER e CHWALA,
1907). A redução desse ácido com zinco em ácido acético ou estanho em ácido
clorídrico leva ao aminoácido correspondente que perde facilmente uma molécula
de água e cicliza-se em 2H-1,4-benzotiazin-3-ona (CLAASZ, 1912; MACKIE e
RAEBURN, 1952).
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 9
ii. A partir da 2-cloroanilina
Cl
NH2 NH2
SCH2COOH
+
N
S
H
O
HS - CH2 - COOH Sn + HCl
A ação do ácido tioglicólico sobre a 2-cloroanilina, em metanol sob refluxo
e em presença de base, conduz ao ácido 2-aminofeniltioglicólico (IMPERIAL
CHEMICAL INDUSTRIES LTDA., 1935). Esse ácido, quando tratado com ácido
clorídrico concentrado, se desidrata conduzindo a 2H-1,4-benzotiazin-3-ona
(MACKIE e RAEBURN, 1952).
iii. A partir do 2,4-dinitroclorobenzeno
Cl
NO2 NO2
SCH2COOH+
N
S
H
OHS - CH2 - COOH SnCl2 + HCl
O2N O2N H2N
O ácido tioglicólico em solução com etanol e água, juntamente com o 2,4-
dinitroclorobenzeno, são colocados sob refluxo por 6 horas em presença de
bicarbonato de sódio (CECCHETTI et. al., 1989). A ação do cloreto de estanho
em meio contendo ácido clorídrico concentrado conduz ao ácido 2,4-
dinitrofeniltioglicólico, originando a 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona (OKUJIMA
et. al., 1990).
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 10
3.1.3. Por extensão do ciclo
S
N NH2
SH
N
S
H
OO2N O2NNH2 - NH2, H2O ClCH2COOH
O2N CH
Diversos autores sintetizaram as benzotiazinas pela extensão do ciclo a
partir de benzotiazóis substituídos. Pela ação da base, hidrato de hidrazina, o anel
tiazólico se abre e forma o 2-aminotiofenol que, em presença do ácido
monocloroacético, forma facilmente um anel tiazínico (MARTANI et. al., 1968).
3.1.4. Síntese a partir de dissulfetos de bis(o-nitrofenil)
N
Y
O
R2
R1
H
R1 NO2
Y
SmI2/THF
R1 N(SmI2)2
YSmI2
R2CH(X)Z
R1 = H, Cl; Y = S, Se; R2 = H, alquil, aril; Z = CO2H, COMe, CO2Et, CN
Dissulfetos e disselenetos de bis(o-nitrofenil) se reduzem facilmente com o
iodeto de samário(II), produzindo intermediários ativos, que reagem com
derivados α-halocarboxílicos e originam os compostos 2H-1,4-benzotiazin-3(4H)-
ona e 2H-1,4-benzoselenazin-3(4H)-ona, respectivamente. Os rendimentos
obtidos por esta reação são de moderados a altos. O iodeto de samário (SmI2) é
um excelente reagente para promover reações de ciclização (ZHONG e ZHANG,
2001).
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 11
3.2. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE
A avaliação das possíveis propriedades tóxicas de quaisquer substâncias
as quais o homem está exposto é de suma importância. No caso de substâncias
de origem sintética, esta avaliação torna-se ainda mais necessária, pois o termo
sintético normalmente é associado à efeitos adversos (PURCHASE et al, 1998;
BLAAUBOER, 2003; COECKE et al, 2005; PRIETO et al, 2006).
O controle sobre a qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos
aumentou nas últimas décadas, impulsionado por trágicos episódios ocorridos no
último século decorrentes dos efeitos indesejáveis atribuídos ao uso dos
medicamentos. Episódios como o de 1937, que levou à morte dezenas de
pessoas que utilizaram o Elixir de Sulfanilamida nos EUA, e o nascimento de
crianças com focomelia no final da década de 50, pelo uso da Talidomida durante
a gravidez, chamaram a atenção das autoridades regulatórias para a necessidade
de se avaliar a segurança e a eficácia dos medicamentos liberados para o
consumo humano (GOLDIM, 2007; GAVA, 2005; LIMA et. al., 2001)
O processo de registro de medicamentos é uma das ações de vigilância
sanitária cuja responsabilidade compete aos órgãos de Estado e, no Brasil, esta
atividade compete à ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL,
1999). O registro de medicamentos novos na ANVISA é atualmente
regulamentado pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da ANVISA nº 136,
de 29 de maio de 2003. No Regulamento Técnico estabelecido por meio desta
RDC, definido como “Regulamento Técnico para Medicamentos Novos ou
Inovadores com Princípios Ativos Sintéticos ou Semi-Sintéticos”, são
apresentadas as exigências relacionadas à segurança dos compostos, como
estudos de toxicidade aguda.
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 12
A Lei de Alimentos, Medicamentos e Cosméticos dos Estados Unidos,
aprovada em 1938, norteia as atividades de regulação da FDA - Food and Drug
Administration (FDA, 1938), tendo sido aprovadas algumas emendas importantes
a esta lei como a Emenda Kafauver-Harris, em 1962. Dentre as exigências
estabelecidas pela referida Lei está a garantia de segurança dos medicamentos
antes da comercialização. Os padrões de referência para a realização de ensaios
clínicos foram estabelecidos pela FDA em 1970, sendo definidas exigências
metodológicas como a necessidade de grupo controle e elaboração do protocolo
de pesquisa permitindo proceder à análise quantitativa usando métodos
estatísticos adequados (OLIVEIRA, 2001). A intervenção que se deseja avaliar é
realizada em apenas um dos grupos (experimental) – o outro grupo (controle) é
usado como padrão para a comparação dos resultados.
Segundo as legislações vigentes, um dos primeiros testes realizados para
a avaliação do potencial tóxico de qualquer substância é o teste de toxicidade
aguda. Através deste, a dose letal mediana (DL50) e outros efeitos tóxicos podem
ser avaliados por diferentes vias em uma ou mais espécies, sendo os ratos e os
camundongos usados com maior freqüência. (KRYSIAK e RYDZYNSKI, 1997;
GUBBELS-VAN HAL et. al., 2005; STAMMATI et. al., 2005).
A avaliação da DL50 foi introduzida por TREVAN em 1927, para avaliação
de substâncias que seriam utilizadas em seres humanos - como a digitallis e a
insulina (VALADARES, 2006). A DL50 é um parâmetro importante na toxicologia e
é definida como a quantidade de uma substância química que, quando
administrada em uma única dose, produz a morte de 50% dos animais no período
de observação (PIMENTEL et al, 2006).
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 13
3.3. ATIVIDADES FARMACOLÓGICAS DOS DERIVADOS BENZOTIAZÍNICOS
Durante os últimos 25 anos observou-se um aumento progressivo de
doenças invasivas e infecções sistêmicas causadas por fungos, sendo estas uma
causa importante de letalidades, principalmente em pacientes imunodeprimidos
(IMWIDTHAYA e POUNGVARIN, 2000; STEENBERGEN e CASADEVALL, 2000).
Fatores iatrogênicos têm sido responsabilizados por este aumento na incidência
de casos, tais como os tratamentos com fármacos imunossupressores em
transplantados e doentes com câncer, a nutrição parental, o aumento do número
de indivíduos com AIDS e o uso indiscriminado de antibióticos (ALVARADO et.
al., 2002). A terapia atual utilizada contra essas infecções é afetada pela
toxicidade relacionada aos medicamentos, interações medicamentosas,
farmacocinética comprometida e ao desenvolvimento de resistências
(MAERTENS e BOOGAERTS, 2000).
Estudos sobre relação estrutura-atividade para fármacos, realizados por
Schiaffella e colaboradores (1999), demonstram que os derivados mais ativos
para o tratamento de infecções causadas por fungos são aqueles que apresentam
no núcleo benzotiazínico um grupo metila em N-4, uma cadeia lateral em C-6, C-7
ou C-8, e um grupo carbonila, enxofre como tioéter ou sulfóxido no C-3. A
presença do substituinte azólico 1H-imidazol-1-il na cadeia lateral também
influencia positivamente na atividade antifúngica (FRINGUELLI et. al., 2005).
Compostos benzotiazínicos também demonstraram atividade contra a
artrite reumatóide, uma doença crônica e progressiva associada com inflamação
sistêmica. Essa doença afeta diretamente a função física e mobilidade, resultando
em um elevado índice de morbidade a curto e longo prazo. O fármaco de escolha
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 14
para o tratamento é o metotrexato (GUBNER et. al., 1951), porém, este se
acumula no interior das células como poliglutamato, ocasionando uma diminuição
dos níveis de folatos, fator crucial para a ocorrência dos efeitos adversos. Para
reduzir estes efeitos, Matsuoka e cols (1997), sintetizaram um novo derivado: N-
{[4-[(2,4-diaminopteridin-6-il)metil]-3,4-dihidro-2H-1,4-benzotiazin-7-il]-Carbonil}-L-
ácido homoglutâmico (MX-68). Este derivado foi criado focalizando a atividade
antireumática, portanto, foi projetado para resistir à ação da folilpoliglutamato
sintetase. A troca do resíduo glutamato do metotrexato por um homoglutamato e
substituição do ácido aminobenzóico por um anel 1,4-benzotiazínico levou o
composto a ser ativo (FRINGUELLI et. al., 2005).
A histamina é conhecida por mediar respostas alérgicas e inflamatórias
através dos receptores histamínicos e desempenhar um importante papel na
asma e dermatite atópicas e rinite alérgica. Conseqüentemente, muitos
antagonistas dos receptores histamínicos foram desenvolvidos, no entanto, a
ação inibitória desses compostos sobre os receptores da muscarina, serotonina e
até mesmo dos diferentes tipos de receptores da histamina, são propensos a
causar efeitos adversos no sistema nervoso central (SNC). O derivado 7-{3-[4-(2-
Quinolinilmetil)-1-piperazinil ] propoxi } - 2,3- dihidro - 4H -1,4-benzotiazin-3-ona
foi sintetizado (TIMMERMAN et. al., 1999) e mostrou ser um potente e seletivo
antagonista do receptor histamínico, sem atividades anti-serotoninas ou
anticolinérgicas. Após a administração sistêmica em cobaias, o derivado resultou
em efeitos anti-histaminérgicos, sugerindo ser útil no tratamento de doenças
alérgicas como dermatite atópica e eczema. Os efeitos observados nas alterações
histopatológicas resultaram em inibição da reação asmática, como hiperplasia do
epitélio das vias aéreas, edema e infiltração perivascular por eosinófilos,
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 15
confirmando a utilidade em tratamento de pacientes asmáticos (FRINGUELLI et.
al., 2005).
Tawada e cols (1990) sintetizaram derivados tiolactâmicos das 1,4-
benzotiazinas, possuindo grupos benzílicos em C-2. Esses compostos
demonstraram potente atividade inibidora da enzima aldose redutase in vitro,
porém não apresentaram atividades in vivo no princípio, sendo posteriormente
notadas em compostos com substituintes ramificados em C-2 - como o grupo
isopropílico (FRINGUELLI et. al., 2005). Em hiperglicemia, a enzima aldose
redutase catalisa a conversão do excesso de glicose em sorbitol. O acúmulo
intracelular de sorbitol causa o desenvolvimento de complicações do diabetes,
tais como neuropatia, retinopatia, nefropatia e catarata (KADOR et. al.,1985).
Cecchetti e cols (1987) propuseram a troca da cadeia lateral na molécula
de oxipropanolamina por um derivado da 1,4-benzotiazina para a obtenção de
uma molécula que apresente propriedades β-bloqueadoras e diuréticas
(GIFFORD e BORAZANIAN, 1989). Fringuelli e colaboradores (2005) introduziram
a cadeia lateral 2-(4-cloro-3-sulfamoilbenzamido)-etil na molécula de
oxipropanolamina modificada, mantendo a atividade β-bloqueadora (grupo 2-
amidoetil) e acrescentando a atividade diurética pela molécula de o-
clorobenzenosulfonamida. Estas modificações resultaram em uma eficácia no
tratamento da hipertensão, que necessita de fármacos β-bloqueadores e
diuréticos para um tratamento satisfatório.
Um estudo com o núcleo 1,4-benzotiazínico foi realizado por Cecchetti e
cols em 2003. Eles adicionaram um grupo retirador de elétrons na posição C-6 e
um anel lactâmico, amidas acíclicas, ciclopentenona, cadeias acilas - todos
ligados a uma função oxo - em diferentes distâncias do núcleo 1,4-benzotiazínico,
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 16
como substituintes na posição N-4. Todos os compostos foram testados com o
objetivo de avaliar a atividade vasodilatadora in vitro, comparando-se à
levocromacalina, um enantiômero biologicamente ativo da cromacalina. A
principal observação feita nesses estudos é que os compostos mais potentes são
aqueles que possuem núcleo 1,4-benzotiazínico (FRINGUELLI et. al., 2005).
Com o objetivo de reduzir os efeitos adversos cardíacos, tais como falência
cardíaca, bradicardia e assistolia, Fujita e cols (1990) mudaram o núcleo
benzodiazepínico por um núcleo benzotiazínico nos medicamentos existentes no
mercado utilizados para o tratamento de doenças como angina, hipertensão,
doença cardíaca isquêmica e algumas arritmias (GIBSON et. al.,1986). Os
compostos testados apresentaram potente atividade antagonista de canais de
cálcio in vitro. Os íons cálcio são importantes componentes celulares, envolvidos
na regulação de diversas funções das células e os níveis citosólicos de cálcio são
controlados por diversos mecanismos. Em particular, os canais de cálcio
voltagem-dependentes são importantes para regular o influxo de cálcio, fazendo
com que os bloqueadores dos canais de cálcio sejam utilizados no tratamento
para as doenças acima citadas.
Além das atividades mencionadas, os compostos derivados das
1,4-benzotiazinas apresentam atividade antitumoral in vivo, atribuída à sua
atividade citotóxica direta contra as células neoplásicas. Inoue e cols (1998)
demonstraram que a diidro-1,4-benzotiazina-6,7-diona é o último metabólito tóxico
produzido pela oxidação do 4-S-cisteaminoilfenol pela tirosinase. Em 2003,
Fringuelli e cols analisaram o mecanismo de ação dos derivados 1,4-
benzotiazínicos e observaram que esses compostos induzem a apoptose dos
timócitos através de um complexo sistema de transdução de sinal.
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 17
3.4. ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA
Uma vez associada a diferentes condições patológicas, a dor representa o
sintoma que mais causa sofrimentos aos pacientes, sendo também a principal
razão pela procura do auxílio médico.
Pela dificuldade de um conceito definido e pelas muitas variações da dor, a
IASP (International Association to Study of Pain) propôs o conceito sendo “uma
experiência sensorial e emocional desagradável, relacionada com lesão tecidual
real ou potencial, ou descrita em termos deste tipo de dano” (GAZDA, 2004;
MERSKEY et al, 1979).
A dor, portanto, é composta por componentes dinamicamente articulados
que, pela conceituação oficial, foram reconhecidos e devem sempre obedecer ao
processo do movimento multifatorial e multidimensional, não devendo se acentuar
a um único fator ou dimensão (PAUMGARTTEN, 2002).
Loeser e Black (1975) operacionalizaram a definição de dor em
componentes: nocicepção, dor propriamente dita, sofrimento e comportamento
doloroso. Segundo os autores, “nocicepção refere-se ao mecanismo pelo qual o
dano tecidual, mecânico, térmico ou químico, excitando um nervo, inicia o
processo que conduz a informação nociceptiva ao sistema nervoso central. Dor é
a percepção do sinal no sistema nervoso”.
Diferentes abordagens terapêuticas têm sido usadas objetivando abrandar
a dor, sendo a farmacoterapia uma das mais comuns. Entre as diferentes classes
farmacológicas ou grupos terapêuticos usados no alívio da dor estão os
antiinflamatórios não-esteróides (AINEs), os analgésicos opióides, os agonistas
α2-adrenérgicos, os antiepiléticos, os antidepressivos e, mais recentemente, as
vitaminas do complexo B (BERTOLLO, 2006).
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 18
O cérebro modula a dor mediante vias eferentes inibitórias, de modo que a
sensação dolorosa é a resultante dos processos antagônicos. Toda a atividade
relaciona-se à presença de neurotransmissores e neuromoduladores, tanto nas
vias aferentes (substância P, GABA, colecistocinina, somatostatina, encefalinas)
quanto nas eferentes (acetilcolina, dopamina e encefalinas). Para dores leves e
moderadas de natureza tegumentar e localização diversificada, associadas ou
não a processo inflamatório periférico, são preferencialmente indicados os
analgésicos não-opióides e, para as intensas, os opióides (WANNMACHER e
FERREIRA, 1992).
3.5. AS CÉLULAS FÚNGICAS
Apenas uma minoria entre as 100.000 espécies de fungos existentes é
patogênica ao homem. Um fungo é um eucariota definido pela ausência de
organização tecidual e de clorofila. A célula fúngica é limitada por uma parede
rígida de natureza celulósica ou quitinosa. As formas celulares esferoidais ou
ovais são típicas dos fungos leveduriformes (leveduras) e possuem o diâmetro de
5 a 25 µm. As células tubulares ou filamentosas são características das hifas, que
constituem os fungos filamentosos (bolores), podendo possuir o comprimento de
5 a 50 µm por um diâmetro de 2 a 5 µm. (MANUAL PRÁTICO DE
MICROBIOLOGIA, 2006).
Candidíase (ou Candidose) é uma infecção primária ou secundária que
envolve as espécies do gênero Candida, sendo consideradas patogênicas para o
homem as seguintes espécies Candida albicans, C. tropicalis, C. krusei e C.
Parapsilosis, dentre outras (CROCCO et al., 2004). As manifestações clínicas da
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 19
doença são as mais variadas, podendo ser subaguda, aguda ou crônica. O
envolvimento pode ser localizado na boca, garganta, couro cabeludo, vagina,
dedos, unhas, brônquios, pulmões, trato gastrointestinal ou generalizado, como
na septicemia, endocardite e meningite (TEIXEIRA e MEZZARI, 2005).
Figura 4: Morfologia de algumas das espécies de Candida: a) Candida albicans; t) Candida tropicalis; k) Candida krusei e p) Candida parapsilosis.
Candida albicans é o patógeno mais comum nas candidíases cutâneas e
da orofaringe, porém as espécies não-albicans têm aumentado em número e em
importância nas candidíases vaginal e sistêmica (REX et al, 2000). A variabilidade
comportamental das diferentes espécies de Candida criou a necessidade de
desenvolvimento de métodos rápidos e fáceis para sua identificação, assim como
no desenvolvimento de novos agentes antifúngicos. Muitas das espécies não
albicans mais comumente isoladas são menos susceptíveis aos derivados
azólicos, dificultando o tratamento dessas infecções.
a t k p
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 20
Figura 5: Morfologia da Candida albicans: A) Representação esquemática; B e C) Aspecto microscópicos, visualizando os clamidosporos e as pseudohifas.
Figura 6: Morfologia da Candida krusei: A) Representação esquemática; B e C) Aspecto microscópicos, visualizando os clamidosporos e as pseudohifas.
Figura 7: Morfologia da Candida parapsilosis: A) Representação esquemática; B e C) Aspecto microscópicos, visualizando os clamidosporos e as pseudohifas.
Figura 8: Morfologia da Candida tropicalis: A) Representação esquemática; B e C) Aspecto microscópicos, visualizando os clamidosporos e as pseudohifas.
BA C
BA C
BA C
BA C
D
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 21
3.6. OS FÁRMACOS ANTIFÚNGICOS
Os fármacos antifúngicos disponíveis ainda são em número limitado, sendo
que as principais famílias de antifúngicos compreendem os poliênicos, azólicos,
tiocarbamatos, alilaminas, derivados morfolínicos, 5-fluorcitosina e griseofulvina.
Os agentes antifúngicos, na sua maioria, produzem efeitos tóxicos devido aos
fungos compartilharem o caráter eucariota com a célula do hospedeiro humano,
com conseqüentes similaridades bioquímicas e fisiológicas que limitam ação
terapêutica (CATALÁN e MONTEJO, 2006; ODDS, 2003). Os iodetos foram as
primeiras substâncias utilizadas na terapia antifúngica, tanto nos homens quanto
nos animais, especialmente no tratamento da esporotricose, representando uma
alternativa eficaz e de baixo custo. Porém, os preparados contendo iodo tiveram
seu uso limitado devido aos freqüentes efeitos tóxicos, especialmente na espécie
felina (COSKUN et al., 2004).
O fluconazol, antifúngico do grupo dos triazóis, surgiu como uma
alternativa terapêutica eficaz, com reduzidos efeitos colaterais em relação aos
outros antifúngicos (PIERAD et al., 2000). As vantagens relacionadas ao fármaco
levaram ao intenso uso para o tratamento da aspergilose, histoplasmose e
blastomicose, ampliando, posteriormente, o seu espectro de ação frente a
diversas espécies de fungos patogênicos (SCHUBACH et al., 2004; ROCHETTE
et al., 2003). Atualmente o fluconazol é bastante utilizado, porém, devido ao uso
indiscriminado, freqüentes relatos de fungos resistentes têm sido observados,
ocasionando, em conseqüência, falhas terapêuticas e remissão de enfermidades
micóticas (CATALÁN e MONTEJO, 2006; KAUFFMAN et al., 2000).
A terbinafina, antifúngico do grupo das alilaminas, tem amplo espectro de
ação in vitro e in vivo frente a fungos responsáveis por micoses superficiais e
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 22
sistêmicas. O fármaco apresenta natureza lipofílica e queratofílica, levando ao seu
acúmulo no tecido adiposo e queratinoso. Devido a essas características é
considerado o antifúngico de eleição para o tratamento das dermatofitoses e
onicomicoses (DARKES et al., 2003; JESSUP et al., 2000; HAY, 1999; PEREZ,
1999; RYDER, 1999).
O fluconazol e a terbinafina possuem entre si particularidades relacionadas
ao mecanismo de ação e toxicidade que devem ser consideradas. Ambos agem
inibindo enzimas envolvidas com a síntese do ergosterol, porém a terbinafina atua
mais precocemente na cadeia da biossíntese tendo um efeito primário fungicida,
enquanto o fluconazol provoca a inibição de enzimas dependentes do citocromo
P-450, com efeito, primariamente fungistático (MEINERZ et. al., 2007).
3.7. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA
Uma variedade de métodos é empregada para avaliar, in vitro, compostos
com potencial antimicrobiano. Os principais métodos encontrados na literatura,
tanto para detecção da atividade de bactérias quanto para fungos e leveduras,
são classificados por três tipos de ensaios: bioautográficos, de difusão e de
diluição (RIOS et al, 1988).
Os ensaios bioautográficos são aqueles que utilizam placas de
cromatografia em camada delgada (CCD) para a análise. Os compostos são
separados por CCD e colocados em placas de ágar previamente inoculadas com
o microrganismo teste. A incidência de zonas de inibição do crescimento indica a
presença de substâncias antimicrobianas (BRANDÃO, 2004; RIOS et al., 1988).
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 23
Os ensaios de difusão fundamentam-se no transporte da substância-teste
para um meio de cultura sólido e inoculado com o microrganismo desejado.
Diferentes tipos de reservatórios podem ser empregados incluindo discos de
papel, cilindros de porcelana ou de aço inoxidável e orifícios feitos no meio de
cultura. Nestes reservatórios são formados halos, e o que não acusar o
crescimento do microrganismo é denominado halo de inibição (VANDENBERGHE
e VLIETINCK, 1991).
Os ensaios de diluição são aqueles nos quais os extratos ou substâncias a
serem testadas são adicionados a um meio de cultura líquido, previamente
inoculado com o microrganismo teste. Após incubação, o crescimento do
microrganismo é determinado pela leitura visual direta ou pela leitura em
espectrofotômetro, com λ apropriado (VANDENBERGHE e VLIETINCK, 1991).
O método de diluição em meio líquido é o que apresenta metodologia mais
complicada, entretanto é o mais sensível. Esse método é recomendado na
determinação da concentração inibitória mínima - CIM (RIOS et al., 1988). A CMI
é a menor concentração do agente antimicrobiano capaz de inibir completamente
o crescimento do microrganismo em tubos ou placas de microdiluição (NCCLS,
2003).
De acordo com a literatura, existem métodos nos quais a substância a ser
testada é incorporada ao meio de cultura nas concentrações desejadas. Os
fungos são inoculados no centro de cada placa de Petri, no meio solidificado, em
discos de micelas com 0,5 cm e são feitos controles negativos contendo somente
a substância teste e o meio na ausência de microrganismos. As placas são
incubadas à temperatura de 22 ºC ± 1 ºC durante sete dias. A efetividade é
Revisão da Literatura
Juliana Luísa T. de Andrade 24
avaliada pelo diâmetro de crescimento das colônias de fungos. A porcentagem de
inibição é calculada pela equação:
Sendo I = inibição, C = medida do diâmetro de crescimento do fungo no meio
controle e T = medida do diâmetro de crescimento do fungo no meio contendo a
substância (TUBEROSO et al., 2005).
Outro método descrito para avaliação da atividade antifúngica é a
determinação da concentração fungicida mínima - CFM e diluição em caldo RPMI-
1640 em placas de microtítulo para determinação da CMI (NCCLS, 2003).
Na determinação da CFM utiliza-se a técnica de filtração de membrana. O
inóculo é adicionado à substância, e essa mistura é mantida à temperatura
ambiente por um determinado tempo. Após este contato, a mistura é transferida
para um aparelho de filtração esterilizado, lavado por duas vezes com solução
neutralizante (água destilada e Tween). As membranas são transferidas para
placas contendo ágar e, após incubação, as colônias são contadas. A CFM
corresponde à menor concentração da substância capaz de inibir a multiplicação
de fungos (MATSUMOTO, 2006).
I = 100 (C - T) C-1
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 25
4. SÍNTESE DOS DERIVADOS DA 6-NITRO-2H-1,4- BENZOTIAZIN-3-ONA
4.1. METODOLOGIA
4.1.1. MATERIAIS
4.1.1.1 Equipamentos
A pureza dos compostos foi controlada por cromatografia em camada
delgada (CCD), utilizando placas de vidro com 0,25 mm de espessura, revestida
com o adsorvente sílica GF254. As placas foram reveladas em luz ultravioleta
(254 nm) em um gabinete próprio para revelação e/ou em cuba saturada com
vapor de iodo.
Os espectros de infravermelho foram obtidos em espectrofotômetro de
absorção no infravermelho (FT-IR) Nicolet, modelo Impact 410, acoplado a um
microcomputador Pentium 233 MHz, HD = 2,4 Gb, RAM = 32 Mb com software
compatível, instalado no Departamento de Química da Universidade Federal de
Ouro Preto.
Os espectros de ressonância magnética nuclear foram registrados por
espectrômetros Bruker DPX 200 AVANCE, 200 MHz, do Laboratório de
Ressonância Magnética Nuclear de Alta Resolução da Universidade Federal de
Minas Gerais - UFMG, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
A faixa correspondente à temperatura de fusão dos derivados foi
determinada em tubos capilares no aparelho Buchi 510.
Nas reações de síntese, foram utilizados solventes e reagentes com alto
grau de pureza, em vidrarias apropriadas.
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 26
4.1.1.2 Solventes e Reativos
Foram utilizados os seguintes solventes e reagentes:
- 2-cloro-5-nitro-anilina - Aldrich
- Acetato de etila: Merck
- Ácido acético glacial: Merck
- Ácido clorídrico: Merck
- Ácido monocloroacético: Merck
- Água destilada
- Álcool etílico (Etanol): Merck
- Cloreto de benzoíla: Merck
- Cloreto de estanho dihidratado: Merck
- Clorofórmio: Merck
- Dimetilsulfóxido (DMSO): Synth
- Enxofre: Nuclear
- Éter etílico: Merck
- Hidróxido de potássio: Merck
- Hidróxido de sódio: Nuclear
- Iodeto de metila: Merck
- Sílica gel GF254: Merck
- Sulfeto de sódio monohidratado: Isofar
- Tolueno: Merck
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 27
4.1.2. MÉTODOS
4.1.2.1 Síntese do composto 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
A obtenção do composto de partida, 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona foi
realizada em três etapas: Inicialmente obteve-se o 2-amino-4-tiofenolato e, após
reação com ácido monocloroacético em meio básico, formou o ácido
feniltioglicólico, que em meio ácido perdeu água e ciclizou-se em 6-nitro-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona.
Cl
NH2O2N
SNa
NH2O2N
Na2S
S1) ClCH2COOH/OH-
2) H+ N
S
OO2NH
i. Síntese do 2-amino-4-nitrotiofenolato de sódio
(FRIES et al, 1927)
Cl
NH2O2N
SNa
NH2O2N
Na2S.9H2O + S
Em um balão de 50 mL, solubilizou-se 10 mmol (1,72 g) de 2-cloro-5-nitro-
anilina em 20 mL de etanol e aqueceu-se até refluxo. Uma mistura de 10 mmol
(2,4 g) de sulfeto de sódio nonohidratado (Na2S.9H2O) e 15 mmol (0,48 g) de
enxofre puro se liqüefez quando aquecida e foram adicionadas, gota a gota. A
mistura reacional foi mantida em refluxo por 45 minutos. Após esfriar, o composto
2-amino-4-tiofenolato de sódio apresentou-se como um precipitado vermelho.
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 28
ii. Síntese da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
(GRANDOLINI et al, 1986)
SNa
NH2O2N
1) ClCH2COOH/OH-
2) H+N
S
OO2NH
Em um balão de 50 mL adicionou-se, em pequenas quantidades, uma
solução eqüimolar de ácido monocloroacético (0,95 g;10 mmol) e hidróxido de
sódio (0,4 g; 10 mmol) em 40 mL de água destilada. A mistura foi mantida em
reação por 30 min, sob agitação. Ao resfriar, tratou-se a solução com 1 mL de
ácido clorídrico concentrado. Após 15 minutos à temperatura de 60°C, filtrou-se a
mistura à quente.
O composto foi purificado por recristalização em etanol a 95%.
Tabela 1: Características físico-químicas da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona.
6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Fórmula molecular
C8H6N2O3S
Massa Molecular
210,21
Faixa de Fusão (°C):
- Experimento
241-244
N
S
OO2N
H
BTZ-1
- Literatura
243-244 (MACKIE & RAEBURN, 1952)
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 29
4.1.2.2 Redução do grupo nitro: síntese da 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-
ona
(OKUJIMA et al, 1990)
N
S
OO2NH
N
S
OH2NH
SnCl2
HCl
Foram solubilizados, em um balão de 50 mL, 16 mmol (3,72 g) de cloreto
de estanho dihidratado (SnCl2.2H2O) em 4 mL de ácido clorídrico concentrado. A
mistura foi mantida em banho de gelo por 10 minutos. Foram adicionados
3,5 mmol (0,736 g) de 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona em pequenas partes,
conservando constante a agitação por 15 minutos. Gradativamente, aumentou-se
a temperatura ao refluxo (T≈90°C), sendo mantida por duas horas. Após
resfriamento, a mistura foi filtrada. O precipitado obtido foi suspenso em água e
alcalinizado a pH=10 pelo tratamento com NaOH 20%, que liberou a amina.
O composto foi purificado por recristalização em H2O.
Tabela 2: Características físico-químicas da 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona.
6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Fórmula molecular C8H8N2OS
Massa Molecular 180,23
Faixa de Fusão do cloridrato:
- Experimental (°C): 228-230
N
S
OH2N
H
BTZ-1R - Literatura (°C): 225-228 (SOUZA et al., 2006)
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 30
4.1.2.3 N-metilação: síntese da 6-nitro-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
(NGADI et al, 1990)
N
S
OO2NH
N
S
OO2NCH3
CH3I+KOH
Uma solução contendo 5 mmol (1,05 g) de 6-nitro-2H-1,4-benzotiazinona
em DMSO/EtOH (10/12,5 mL) foi mantida sob agitação à temperatura ambiente
por 10 min em presença de 10mmol (0,56 g) de hidróxido de potássio. Gota a
gota, adicionaram-se 10 mmol de iodeto de metila, mantendo a reação sob forte
agitação a 50°C, por aproximadamente 17 h. Após resfriamento, o composto
precipitou-se quando adicionado a gelo triturado. O derivado metilado foi
separado por filtração.
O composto foi purificado por recristalização em etanol a 95%.
Tabela 3: Características físico-químicas da 6-nitro-4-metil-2H-,4benzotiazin-3-ona.
6-nitro-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona.
Fórmula molecular C9H8N2O3S
Massa Molecular 224,23
Faixa de Fusão:
- Experimental (°C): 181-183
N
S
OO2N
CH3
BTZ-2 - Literatura (°C): 183 - 185 (GUARDA, 1998)
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 31
4.1.2.4 Redução do grupo nitro: síntese da 6-amino-4-metil-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona
(CECCHETTI et al, 1984)
N
S
OO2NH
N
S
OH2NCH3
SnCl2
HCl
Em um balão de 50 mL, foram solubilizados 16 mmol (3,72 g) de cloreto de
estanho dihidratado (SnCl2.2H2O) em 4 mL de HCl concentrado. Após
resfriamento, foram adicionados 3,5 mmol (0,785 g) de 6-nitro-4-metil-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona em pequenas porções, mantida a mistura sob agitação
constante em banho de gelo por 15 min. Gradativamente, aumentou-se a
temperatura até refluxo (T≈90°C), mantendo-a por duas horas e, após
resfriamento, filtrou-se, o precipitado formado. O composto foi isolado sob a forma
de cloridrato. A amina foi liberada pela suspensão em H2O e tratamento com
NaOH 20% até pH=10. O precipitado foi lavado com água até neutralização do pH
da água de lavagem.
O composto foi purificado por recristalização em H2O.
Tabela 4: Características Físico-Químicas da 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona.
6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Fórmula molecular C9H10N2OS
Massa Molecular 194,25
Faixa de Fusão do cloridrato:
- Experimental (°C): 226- 227
N
S
OH2NCH3
BTZ-2R - Literatura (°C): 228-230 (GUARDA, 1998)
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 32
4.1.2.5 Benzoilação da amina: síntese do 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona.
(VOGEL, 1989)
N
S
OH2NCH3
N
S
OHNCH3C
+
O
ClNaOH
OC6H5
Uma suspensão de 5 mmol (0,971 g) de 6-amino-4-metil-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona em 10 mL de hidróxido de sódio a 5% p/v, foi tratada com 10
mL de cloreto de benzoila. A mistura foi agitada por 15 minutos à temperatura
ambiente e, em seguida, foram adicionados 5 mL de água. O composto acilado
precipitou-se e foi separado por filtração e lavado com água.
Purificou-se o composto por recristalização em etanol 95%.
Tabela 5: Características físico-químicas da 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona.
6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Fórmula molecular C16H14N2O2S
Massa Molecular 298,36
Faixa de Fusão:
- Experimental (°C): 189-191
N
S
OHNCH3C
OC6H5
BTZ-3 - Literatura (°C): 185 – 186 (GUARDA, 1998)
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 33
4.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.2.1. Via Sintética
O esquema geral de síntese dos derivados 2H-1,4-benzotiazínicos está
apresentado abaixo:
Cl
NH2O2N
SNa
NH2O2N
Na2S
S1) ClCH2COOH/OH-
2) H+
N
S
OO2NH
N
S
OH2NH
SnCl2H+
CH3OH-
N
S
OO2NCH3
N
S
OH2NCH3
SnCl2H+
OH-
C6H5COClN
S
O
CH3
HN
COPh
BTZ 1BTZ 1R
BTZ 2BTZ 2RBTZ 3
(a) (b)
(c)(d)
(e)(f)(g)
Figura 9: Representação esquemática da síntese dos derivados: (a) 2-cloro-5-nitroanilina; (b)2-amino-4-nitrotiofenolato de sódio; (c) 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona; (d) 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona; (e) 4-metil- 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona; (f) 4-amino-6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona; (g) 4-benzoilamino-6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona.
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 34
4.2.2. Obtenção do composto de partida: 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-
ona
A via sintética para esta reação compreendeu três etapas. Inicialmente
obteve-se o 2-amino-4-nitrotiofenol (ou 2-amino-4-nitrobenzenotiol), pela reação
entre a 2-cloro-5-nitroanilina e o sulfeto de sódio misturado com enxofre. Na
segunda etapa, o 2-amino-4-nitrobenzenotiol em presença do ácido
monocloroacético levou à formação do ácido feniltioglicólico. Este, em meio ácido,
perdeu uma molécula de água e ciclizou-se originando o composto 6-nitro-2H-
1,4-benzotiazin-3-ona, representado neste trabalho por BTZ-1.
Na primeira etapa da reação, a substituição do átomo de halogênio (cloro)
no anel aromático se dificulta quando a molécula não se fecha com a função
ativadora. Em contrapartida, esta substituição é favorecida pela presença de um
grupo nitro em orto ou pára. O grupo nitro exerce um forte efeito desativante do
anel. Assim, o cloro presente em 2-cloro-5-nitroanilina pôde ser substituído por
um grupo SH, apesar da presença do grupo amina exercer um efeito doador de
elétrons (GUARDA, 1998).
O2N
NH2
Cl
O sal de sódio 2-amino-4-nitrobenzenotiol apresentou-se na forma de
cristais com coloração avermelhada. A função tiol pôde ser liberada pela
acidificação do meio.
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 35
SH
NH2O2N
1
2
34
5
6
A caracterização do composto 2-amino-4-nitrobenzenotiol não foi realizada,
visto que se realizou a reação sem a separação do mesmo. Mas, a caracterização
através de espectrometria no infravermelho e pela espectrometria de ressonância
magnética nuclear de H foi relatada por Guarda, 1998, durante a obtenção da 6-
nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona.
Tabela 6: Caracterização do composto 2-amino-4-nitrobenzenotiol pela espectrometria no IV e RMN 1H, segundo Guarda (1998).
2-amino-4-nitrobenzenotiol
IV (KBR 1%)
RMN 1H (∆ PPM / DMSO-D6)
NH2 6.20 (S)
ν NH2 3400 E 3310 CM-1 H1 3.40 (S)
ν NO2 1500, 1340 E 740 CM-1 H3 7.56 (D)
ν SH 2540 CM-1 H5 7.26 (DD)
H6 7.34 (D)
A etapa seguinte desta reação utilizou o tiol na forma de um sal de sódio,
que reagiu com ácido monocloroacético em meio alcalino levando à formação do
ácido feniltioglicólico. Este aminoácido, por aquecimento à 50ºC no etanol
adicionado de algumas gotas de ácido clorídrico concentrado, perdeu uma
molécula de água e se ciclizou em 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona, o BTZ-1.
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 36
4.2.3. A metilação do nitrogênio da posição 4
A síntese para esta reação ocorreu em aproximadamente 17 horas. O
composto de partida, 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona, juntamente com KOH,
reagiu com iodeto de metila (iodometano) em uma mistura de EtOH e DMSO. O
iodeto de metila foi utilizado por ser um excelente reagente para metilação.
A base KOH utilizada atuou na remoção do próton ácido formando o ânion,
que serviu como um nucleófilo na substituição SN2 e permitiu a posterior
alquilação com iodeto de metila. O composto alquilado, 6-nitro-4-metil-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona, foi representado neste trabalho por BTZ-2.
N
S
OO2NH
N
S
OO2NCH3
N
S
OO2NK
N
S
OO2NK
+ KOHEtOH / DMSO
H2C IH
4.2.4. A redução do grupo nitro
A redução do grupo nitro é o ponto de partida para a obtenção de novos
compostos. Nesse trabalho os compostos 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
(BTZ-1) e 6-nitro-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona (BTZ-2) foram convertidos a
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 37
amina segundo a reação de redução que utiliza o cloreto de estanho em meio
ácido:
N
S
OO2NH
N
S
OH2NR
SnCl2
HCl
R = H, CH3
4.2.5. Acilação da amina primária.
O composto 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona foi
sintetizado através da reação de Schotten-Baumann, uma reação de benzoilação
de aminas aromáticas. Quando benzoilado, o par de elétrons do nitrogênio fica
deslocado entre os dois grupos aromáticos, tornando o hidrogênio mais ácido e
permitindo dessa forma a sua substituição por grupos alquilas, por exemplo. O
composto benzoilado foi representado neste trabalho por BTZ-3.
N
S
OH2NCH3
C
Cl
O
N
S
OH2NCH3C
Cl
O
N
S
OH2NCH3C O
N
S
OHNCH3C O
Cl-
H+
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 38
4.3. ESTRUTURAS E PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS
Os derivados benzotiazínicos sintetizados, cujas fórmulas estruturais foram
representadas nas figuras 10 a 14, foram previamente identificados devido às
características físicas e químicas, como estado físico, coloração, faixa de
fusão (ºC) e fator de retenção para CCD, confirmando suas purezas.
N
S
OO2N
H Figura 10: (a) Fórmula estrutural e (b) tridimensional (modelo de bolas) do BTZ-1
N
S
OH2NH
Figura 11: (a) Fórmula estrutural e (b) tridimensional (modelo de bolas) do BTZ-1R
N
S
OO2N
CH3 Figura 12: (a) Fórmula estrutural e (b) tridimensional (modelo de bolas) do BTZ-2
N
S
OH2N
CH3 Figura 13: (a) Fórmula estrutural e (b) tridimensional (modelo de bolas) do BTZ-2R
N
S
O
CH3
HN
COPh Figura 14: (a) Fórmula estrutural e (b) tridimensional (modelo de bolas) do BTZ-3
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 39
Observando a tabela 7, verifica-se a influência do grupo nitro na coloração
dos compostos obtidos que, devido à redução, passaram de amarelo a branco.
Observa-se também uma influência da redução do grupo nitro na faixa de fusão e
no fator de retenção cromatográfico.
Os rendimentos acima de 60% indicam um bom resultado para as reações.
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 40
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 41
4.4. CARACTERIZAÇÃO POR ESPECTROMETRIA DE IV
Evidenciaram-se, através da espectrometria no infravermelho, as bandas
de absorção características dos grupos funcionais presentes nos compostos
sintetizados.
4.4.1. 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
A análise das vibrações de deformação das carbonilas mostrou uma banda
de absorção na região compreendida entre 1720 e 1690 cm-1. Observou-se uma
freqüência de absorção entre 3180 e 3200 cm-1 referente à deformação axial N-H.
Entre 1347 e 1510 cm-1, observou-se a absorção da vibração característica do
grupo nitro. Os valores encontrados estão de acordo com os dados da literatura
(tabela 8).
Tabela 8: Características de infravermelho para o BTZ-1 (ν cm-1, KBr 1%)
6-nitro-2h-1,4-benzotiazin-3-ona
EXPERIMENTAL
LITERATURA*
ν 4-NH 3200 - 3180 3320
ν 3-CO 1720 - 1690 1680
ν 6-NO2 1510 E 1347 1510, 1340, 740 * GUARDA, 1998.
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 42
Figura 15: Espectro de absorção no Infravermelho da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
4.4.2. 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
A análise das vibrações de deformação das carbonilas mostrou uma banda
de absorção na região compreendida entre 1720 e 1680 cm-1. Observou-se uma
freqüência de absorção entre 3180 e 3200 cm-1 referente à deformação axial do
N-H. As bandas características de NH2 aparecem em torno de 3400 a 3380 cm-1.
Ao compararmos com o BTZ-1, observa-se o desaparecimento das bandas
características do grupo nitro. Os dados da literatura confirmam as características
obtidas (SOUZA et al.; 2006).
Tabela 9: Características de infravermelho para o BTZ-1R (ν cm-1, KBr 1%).
6-amino-2h-1,4-benzotiazin-3-ona.
EXPERIMENTAL LITERATURA*
ν 4-NH 3330 - 3250 3349 -3201
ν 3 - CO 1720 -1680 1678,1623
ν 6 –NH2 3430 - 3380 3442
* SOUZA et al, 2006.
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 43
Figura 16: Espectro de absorção no Infravermelho da 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
4.4.3. 6-nitro-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Verificou-se a alquilação do BTZ-1 pelo desaparecimento das bandas
características para a ligação N-H e pela presença da banda de absorção
característica do grupo metila.
Tabela 60: Características de infravermelho para o BTZ-2 (ν cm-1, KBr 1%).
6-nitro-4-metil-2h-1,4-benzotiazin-3-ona.
EXPERIMENTAL LITERATURA*
ν 3-CO 1690 1690
ν 6 -NO2 1510, 1340, 745 1510, 1340, 745
ν 4-N-CH3 2940 2940
* SOUZA et al, 2006.
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 44
Figura 17: Espectro de absorção no Infravermelho da 6-nitro-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
4.4.4. 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Nas características do infravermelho para a 6-amino-4-metil-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona, evidencia-se a redução do grupo nitro pelo desaparecimento
de suas bandas características e o surgimento do grupo amino primário através
das bandas entre de 3350-3450 cm-1.
Tabela 11: Característica de infravermelho para o BTZ-2R (ν cm-1, KBr 1%).
6-amino-4-metil-2h-1,4-benzotiazin-3-ona.
EXPERIMENTAL LITERATURA*
ν CH3 2900 2900
ν 3-CO 1655 1655
ν 6 -NH2 3430, 3340 3430, 3380 * SOUZA et al, 2006.
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 45
Figura 18: Espectro de absorção no Infravermelho da 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
4.4.5. 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Ao analisar o espectro de infravermelho da 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona observa-se o desaparecimento das bandas características de
aminas primárias e o aparecimento de bandas características da carbonila da
função acila e da função NH.
Tabela 12: Características de infravermelho para o BTZ-3 (ν cm-1, KBr 1%).
6-benzoilamino-4-metil-2h-1,4-benzotiazin-3-ona.
EXPERIMENTAL LITERATURA*
ν NH 3280 3300
ν CO ACILA 1690 1675
ν CO LACTAMA 1640 1645
ν CH3 2840 2800
* SOUZA et al, 2006.
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 46
4.5. CARACTERIZAÇÃO POR ESPECTROMETRIA DE RMN 1H.
Pela espectrometria de ressonância magnética nuclear protônica,
verificaram-se os deslocamentos característicos referentes aos prótons presentes
nas estruturas dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona, identificando as
moléculas pela comparação com os dados publicados na literatura.
O espectro foi realizado em CDCl3 (BTZ-1) e DMSO-d6 (BTZ-1R, BTZ-2,
BTZ-2R e BTZ-3). Os deslocamentos químicos foram expressos em ppm.
4.5.1. 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Os dados observados estão apresentados na tabela 13. Pela comparação
destes dados com os relatados na literatura, espectrofotômetro Varian HA-100 por
Martani e cols (1968), a estrutura do composto BTZ-1 pôde ser identificada.
Observa-se a influência do grupo nitro no deslocamento dos H das
posições 5, 7 e 8.
N
S
OO2N
H
3.72
8.0
7.837.41
8.47N
S
OO2N
H
1
2
3
45
978
106
012345678PPM
Figura 19: Deslocamentos registrados no espectro de RMN 1H para o BTZ-1
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 47
Tabela 13: Deslocamentos químicos de H registrados para a 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona.
Prótons δ (ppm) experimental δ (ppm) literatura
H2 3,72 (s) 3,57
H4 8,0 (s) 10,88
H5 8,47 (d) J = 2,3 Hz 7,74
H7 7,83 (dd) J = 9,2 Hz e J = 2,3 Hz 7,78
H8 7,41 (d) J = 9,2 Hz 7,56
* MARTANI et al., 1968
4.5.2. 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Para a 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona observa-se que os prótons 5, 7 e
8 apresentam seus deslocamentos em campos mais altos, devido a ausência da
influência do grupo nitro. Evidencia-se o aparecimento dos sinais para os prótons
da amina primária (Tabela 14). A diferença entre os valores experimentais e da
literatura para os hidrogênios ligados ao nitrogênio foi observada, mas os
deslocamentos são coerentes.
N
S
ONH2
H
6.91
6.10
6,74
8.0
3,71
4.0N
S
ONH2
H
1
2
3
45
97
8
106
012345678PPM
Figura 20: Espectro de RMN 1H para a 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 48
Tabela 14: Deslocamentos químicos protônicos registrados para a 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona (δ ppm /DMSO-d6).
Prótons Experimental Literatura*
H2 3,71 (s) 3,30 (s)
H4 8,00 (s) 10,22(s)
H5 6,74 (d) J = 1,5Hz 6,23 (d)
NH2 4,00 (s) 5,14 (s)
H7 6,10 (dd) J = 9,3 e 2,7 Hz 6,21 (dd)
H8 6,91 (d) J = 8,4 Hz 6,90 (d)
*SOUZA et al. , 2006
4.5.3. 6-nitro-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Para o 6-nitro-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona observa-se que os prótons
das posições 5, 7 e 8 sofreram a influência do grupo nitro e os seus
deslocamentos se localizaram em campos mais baixos, próximos de 8,0 ppm. Os
prótons do grupo metila em posição 4 foi evidenciado.
N
S
OO2N
CH3
N
S
OO2N
CH3
12
3
45
97
8
106
7.49
8.07
7.93
2.78
3.71
012345678PPM
Figura 21: Espectro de RMN 1H para a 6-nitro-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 49
Tabela 15: Deslocamentos químicos protônicos registrados para a 6-nitro-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona (δ ppm /DMSO-d6).
Prótons
Experimental
Literatura*
H2 3,71 (s) 3,66 (s)
CH3 2,78 (s) 3,43 (s)
H5 7,93 (d) J = 2,4Hz 7,98 (d)
H7 8,07 (dd) J = 8,6 e 2,2 Hz 7,90 (dd)
H8 7,49 (d) J = 8,4 Hz 7,70 (d)
*SOUZA et al., 2006.
4.5.4. 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Para o composto 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona evidencia-se
novamente a influência exercida pela ausência do grupo nitro nos prótons das
posições 5, 7 e 8, que apareceram em campos mais baixos, em torno de 6,5 ppm.
Adiciona-se a estes sinais de deslocamento o aparecimentos dos prótons de
grupo amino primário e do grupo metila da posição 4.
N
S
ONH2
CH3
N
S
ONH2
CH3
12
3
45
97
8
106
6.986,28
6,46
3,24
3,35
5.24
01234567PPM
Figura 22: Espectro de RMN 1H para a 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 50
Tabela 16: Deslocamentos químicos protônico registrados para o composto 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona (δ ppm /DMSO-d6).
Prótons Experimental Literatura*
H2 3,35 (s) 3,31 (s)
CH3 3,24 (s) 3,25 (s)
H5 6,46 (d) J = 2,2 Hz 6,46 (d)
H7 6,28 (dd) J = 8,2 Hz e 2,1 Hz 6,28 (dd)
H8 6,98 (d) J = 8,2 Hz 6,98 (d)
NH2 5,24 (s) 5,24 (s)
* SOUZA et al. 2006
4.5.5. 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Para o 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona, os deslocamentos
protônicos observados terão maior significância ao nível do próton da posição 6,
onde evidencia-se o aparecimento do próton da amina secundária (NH), em torno
de 10,0 ppm.
Uma influência semelhante a do grupo nitro é exercida pela carbonila acila:
observa-se que os prótons das posições de 5, 6 e 7 se apresentam em campos
mais baixos, em torno de 8,0 ppm.
Os prótons do segundo anel aromático são equivalentes nas posições orto
e meta, e também sofrem a influência da carbonila.
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 51
N
S
O
CH3
12
3
45
97
8
106
N
S
O
CH3
HNHN
3.71
7.44
7.21
7.52
7.51
7.38
7.44
7.95
8.0
2.781'
2'
3'
4'
5'
6'
O O
7.95
012345678PPM
Figura 23: Espectro de RMN 1H para a 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Tabela 17: Deslocamentos químicos protônico registrados para o composto 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
PRÓTONS
EXPERIMENTAL
LITERATURA*
H2 3,71 (s) 3,50 (s)
CH3 2,78 (s) 3,32 (s)
H5 7,38 (d) J = 2,2 Hz 7,76 (d)
H7 7,52 (m) 7,76 (m)
H8 7,21 (d) J = 8,4 Hz 7,36 (d)
6-NH 8,0 (s) 10,33 (s)
H2’ E H6’ 7,95 (dd) 7,96 (m)
H3’ E H5’ 7,44 (m) 7,76 (m)
H4’ 7,51 (m) 7,76 (m)
* SOUZA et al. , 2006
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 52
4.6. CARACTERIZAÇÃO POR ESPECTROMETRIA DE RMN 13 C
Analisando o espectro de ressonância magnética nuclear do carbono 13,
verificam-se os deslocamentos característicos presentes na estrutura dos
derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona, identificando a estrutura da
molécula pela comparação com os dados publicados na literatura. Os espectros
foram realizados em CDCl3 (BTZ-1) e DMSO-d6 (BTZ-1R, BTZ-2, BTZ-2R e
BTZ-3). Os deslocamentos químicos foram expressos em ppm.
4.6.1. 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Na análise dos deslocamentos químicos para a 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-
3-ona verifica-se a presença do carbono CH2 da posição 2, único do gênero
dentro da estrutura bem como a presença de quatro carbonos quaternários nas
posições 3, 6, 9 e 10. Para o carbono 3 verifica-se a influência do grupo carbonila
e, em menor intensidade, a influência do grupo nitro sobre o carbono 6. (Figura
24, Tabela 18).
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 53
N
S
OO2N
H
41.4116.9
127.9
117.1N
S
OO2N
H
1
2
3
45
978
106 145.0 143.3
131.4
168.2
020406080100120140160180PPM
Figura 24: Deslocamentos químicos de Carbono-13 registrados para a 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Tabela 18: Características de RMN 13C da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona (δ ppm /DMSO-d6)
Carbonos
Experimental
Literatura*
C2 41,4 28,1
C3 168,2 164,6
C5 117.1 111,0
C6 145.0 145,9
C7 116.9 117,2
C8 127.9 128,5
C9 131.4 127,9
C10 143.3 137,8
*GUARDA, 1998.
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 54
4.6.2. 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Na análise dos deslocamentos químicos para a 6-amino-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona observa-se que os carbonos das posições 5 e 9 estão
posicionados em campos mais altos do que aqueles dos derivados nitro
correspondente. (Figura 25, Tabela 19).
N
S
ONH2
H
1
2
3
45
978
106
N
S
ONH2
H
128.3
117.2
108.2
41.4
168.2143.8
117.9
145.9
020406080100120140160180PPM
Figura 25: Deslocamentos químicos de Carbono-13 registrados para a 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Tabela 19: Características de RMN13C para a 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona (δ ppm/DMSOd6)
Carbonos
Experimental
Literatura*
C2
41,4
29,6
C3 168,2 165,7
C5 108,2 109,4
C6 145,9 148,2
C7 117,2 102,5
C8 128,3 127,7
C9 117,9 103,4
C10 143,8 139,1
* SOUZA et al., 2006
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 55
4.6.3. 6-nitro-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Ao analisar os deslocamentos químicos para o 6-nitro-4-metil-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona observa-se o aparecimento do deslocamento do carbono do
grupo metila em torno de 30 ppm. (Figura 26, Tabela 20).
N
S
OO2N
CH3
N
S
OO2N
CH3
12
3
45
97
8
106
127.9116.9
115.7
29.8
38.9
166.7136.7
145.0
131.4
020406080100120140160180PPM
Figura 26: Deslocamentos químicos de Carbono-13 registrados para a 6-nitro-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Tabela 20: Deslocamentos químicos de Carbono-13 registrados para o composto 6-nitro-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona.
Carbonos
Experimental
Literatura*
C2 38.9
29,3
C3 166.7 164,6
CH3 29.8 31,5
C5 115.7 112,2
C6 145.0 146,3
C7 116.9 117,5
C8 127.9 128,5
C9 131.4 131,9
C10 136.7 140,4
* GUARDA, 1998
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 56
4.6.4. 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Na análise dos deslocamentos químicos para a 6-amino-4metil-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona observa-se que os carbonos das posições 5 e 9 estão
posicionados em campos mais altos do que aqueles dos derivados nitro
correspondente (Figura 27, Tabela 21).
N
S
OH2N
CH3
N
S
OH2N
CH3
12
3
45
97
8
106
127.8112.1
108.2
29.8
38.9
166.7136.6
145.0
115.3
020406080100120140160180PPM
Figura 27: Deslocamentos químicos de Carbono-13 registrados para a 6-amino-4-metil-2H-1,4-
benzotiazin-3-ona
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 57
Tabela 21: Deslocamentos químicos de Carbono-13 registrados para o composto 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona.
Carbonos
Experimental
Literatura*
C2 38.9 31,2
C3 166.7 165,6
CH3 29.8 31,3
C5 108.2 103,6
C6 145.0 148,5
C7 112.1 109,2
C8 127.8 128,3
C9 115.3 106,7
C10 136.6 140,8
*GUARDA, 1998
4.6.5. 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
A análise dos espectros mostra o aparecimento dos sinais de
deslocamento característicos do núcleo aromático próximo a 130 ppm e de outro
sinal próximo a 165 ppm para o carbono quaternário do grupo carbonila. (Figura
28, Tabela 22).
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 58
N
S
O
CH3
12
3
45
97
8
106
N
S
O
CH3
HNHN
38.9
127.2
1'
2'
3'
4'
5'
6'
O O
166.7
120.9117.4
132.5
127.5
164.8 127.5
128.9
29.8
132.2
113.5
134.2 128.9
136.0
020406080100120140160180PPM
Figura 28: Deslocamentos químicos de Carbono-13 registrados para a 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 59
Tabela 22: Deslocamentos químicos de Carbono-13 registrados para o composto 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona (δ ppm / DMSO d6).
Carbonos Experimental Literatura*
C2 38,9 30,4
C3 166,7 165,3
CH3 29,8 31,4
C5 113,5 109,8
C6 132,5 138,5
C7 117,4 114,9
C8 127,2 127,8
C9 120,9 116,6
C10 136,0 140,1
COPH 164,8 165,5
C1’ 134,2 134,6
C2’E C6’ 127,5 127,5
C3’ E C5’ 128,9 128,3
C4’ 132,2 131,5
*Sousa et al., 2006.
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 60
4.7. CARACTERIZAÇÃO POR ESPECTROMETRIA DE MASSAS
Considerando que não há divergência entre os resultados
experimentais e os relatados na literatura para as espectroscopias realizadas, as
fragmentações obtidas no espectro de massas enriquecem a caracterização das
estruturas dos compostos obtidos. Segundo estudos realizados por Guarda
(1998), os compostos sintetizados apresentam os principais fragmentos (m/z):
- 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
- m/z 180 (M* 100 %) - pico base / pico do íon molecular.
- m/z 151 (18,1%) – corresponde à perda de um radical formila (-CHO•), pelo íon
molecular;
- m/z 135 (25,5%) – perda de -CHO seguida de -NH2
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 61
N
S
NH2
H
O
-CHO
N
S+
NH2
H
N
S+
NHH
-NH
-HCN
N
S
+
H
+
S
NH2N
S+
H
S
++
SH
-C2H2NH -HCN
-CS-C4H4
C3H3+
HC S+
m/z 180
m/z 151
m/z 135m/z 124 m/z 124
m/z 83m/z 97
m/z 39m/z 45
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 62
- 4-metil-6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
- m/z 224 (M* 100%): Pico do íon molecular.
- m/z 181 (65,1%): corresponde à perda do -CH3CO.
- m/z 149 (33,8%): corresponde à perda do enxofre a partir do fragmento m/z 181.
- m/z 95 (45%): corresponde à clivagem do íon em m/z 149 liberando -CH2N e
-CN.
N
S
ONO2
CH3
N
S
NO2
+CH2
N
S+
NO2
H
-CHO
-CH3CO
CH2
NNO2 H
-S -NO2
+ N
S
H
-CH2
N
S
H
+
-CH2N-HCN -CN
C6H3NO2 C6H4S +
+
SH
-S
-HC CH
+
-S
C6H4
-CN
C5H3O2
BTZ 2 m/z 224
m/z 195
m/z 181
m/z 149 m/z 135 m/z 121
m/z 95
m/z 121
m/z 76
m/z 108 m/z 109
m/z 77
m/z 51
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 63
- 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona.
- m/z 194 (M* 100%): Pico do íon molecular
- m/z 165 (17,7%): corresponde à perda de um -H• seguido de um grupo -CO ou
de um radical formila, -CHO•, ambos a partir do íon molecular.
- m/z 149 (28,35%): perda de –NH2, a partir do fragmento m/z 165
- m/z 133 (11%): Perda de - CH4 a partir do fragmento m/z 149.
N
S
NH2
CH3
O N
S
NH2
-CH2
O
-CO-CHO
N
S+
NH2
CH3
N
S+
NH2
H
N
S
CH3
-CH2 -NH2
+-CH4
N
S
+
-CH2
-H
BTZ 2R m/z 194 m/z 193
m/z 165
m/z 151 m/z 149 m/z 133
m/z 135
Síntese dos derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona
Juliana Luísa T. de Andrade 64
- 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona.
- m/z 298 (M* 37,8%): Pico do íon molecular.
- m/z 105 (100%): Fragmento proveniente da ruptura da benzoíla.
- m/z 77 (53,9%): Corresponde à fragmentação do benzeno substituído (benzoíla),
que perdeu uma molécula de monóxido de carbono e originou o fragmento
m/z 77. Quando há picos em m/z 105, originando m/z 77, é característica a
presença de uma carbonila ligada ao anel.
CH3
O
CO
CH3 CO HC CH
m/z 105 m/z 77 m/z 51
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 65
5. AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES FARMACOLÓGICAS IN VIVO
5.1. METODOLOGIA GERAL
5.1.1. Animais
Foram utilizados camundongos Swiss albinos, fêmeas, pesando de
25 a 35 g, provenientes do Biotério Central da Universidade Federal de Ouro
Preto. Os animais foram mantidos em condições padronizadas e alimentados com
ração (LABCIL Peletizado - Socil®) e água ad libitum, sendo privados de ração
durante as 12 horas precedentes aos experimentos.
Os protocolos utilizados foram submetidos ao Comitê de Ética em
Experimentos Animais da Universidade Federal de Ouro Preto.
5.1.2. Preparação e administração das soluções
Os derivados sintetizados foram solubilizados em água, DMSO (Synth,
Brasil) e Tween 80 (Synth, Brasil), na proporção 8:1:1. As soluções foram
preparadas imediatamente antes de serem administradas por via intraperitonial
(i.p.) para a utilização nos métodos descritos no presente capítulo.
5.2. TOXICIDADE AGUDA E ATIVIDADE LOCOMOTORA ESPONTÂNEA
5.2.1. METODOLOGIA
5.2.1.1 Determinação da DL50
A DL50 foi determinada para cada um dos cinco compostos estudados, de
acordo com TURNER (1972). Para cada composto foi determinada, em um grupo
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 66
de 10 animais, a menor dose que resultava em 100% de letalidade, além de
outras quatro doses que resultavam em diferentes percentuais de mortalidade
(BRITO, 1994). Em cada experimento, os camundongos receberam a dose
correspondente do derivado sintético ou igual volume do veículo controle (n = 2).
O número de óbitos foi verificado durante o período de 24 horas após a
administração das soluções.
5.2.1.2 Identificação de estereotipias e sinais de toxicidade
Foi observada a ocorrência de estereotipias e sinais qualitativos indicativos
de toxicidade nos animais, tais como: grooming, rearing, perda do reflexo de
postura, sudorese e o aparecimento de hemorragias. A observação dos efeitos
tóxicos foi realizada com os animais em livre movimentação durante o período de
seis horas.
5.2.1.3 Método do Campo-Aberto - Open-Field
O método utilizado foi proposto por Turner (1972). Foi realizado utilizando-se
uma caixa de madeira (campo-aberto) de 3600 cm2, dividido em 16 quadrados
iguais (Figura 29). Cada animal foi colocado no quadrante do vértice inferior
esquerdo e foi observado por um período de 60 segundos (BERTOLLO, 2006).
Foi contado o número de quadrados invadidos nos tempos 0, 1, 3 e 24 horas após
a administração de cada composto ou solução controle. Foi considerado um
quadrado invadido quando o animal colocava ao menos duas patas dentro da
mesma área.
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 67
Figura 29: Aparato utilizado no teste do campo aberto - Open-Field test, de acordo com Turner (1972). O campo aberto consiste em uma caixa quadrada de 3.600 cm2, demarcada por 16 quadrados de 22 cm2, com paredes laterais de 19,5 cm de altura.
5.2.1.4 Análise Estatística
Os dados obtidos no método do campo aberto foram expressos como
média ± erro padrão da média (e.p.m). Os resultados apresentados foram
submetidos à análise de variância (one-way ANOVA), seguido pelo teste t de
Student, adotando um intervalo de confiança de 95%.
5.2.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.2.2.1 Toxicidade Aguda
Para avaliação da toxicidade aguda, foram utilizadas diferentes doses dos
derivados sintetizados. No método de probitos são necessárias de pelo menos
cinco doses que resultem em valores percentuais distintos de mortalidade (LEITE
e AMORIM, 2006).
A tabela 23 apresenta os dados da mortalidade induzida pelas diferentes
doses dos produtos sintéticos estudados. O efeito tóxico avaliado pela
mortalidade foi expresso como DL50, calculado pelo método de probitos. Para os
grupos com 0 e 100% de mortalidade foi utilizado as seguintes fórmulas:
• Grupo com 0% de mortalidade = 100 (0.25/n)
• Grupo com 100% de mortalidade = 100 [(n - 0.25)/n)
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 68
onde n simboliza o número de animais em cada grupo (VEERAPPAN et al, 2007).
Após a correção percentual das mortalidades 0 e 100%, os valores obtidos
foram transformados em probitos (Tabela 24) e plotados em função do logaritmo
das doses. A DL50 foi então determinada pelo método gráfico.
No método gráfico, a DL50 foi determinada pelo valor antilogarítimico da
dose equivalente ao probito 5 na reta de regressão linear (VEERAPPAN et al,
2007; ALONSO et al, 2000). Os resultados obtidos estão apresentados nas
figuras 30 a 34.
A determinação da DL50 revelou que, comparados ao composto de partida
(6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona : BTZ-1), a alquilação do nitrogênio por um
grupo metil no BTZ-2 aumentou a toxicidade de 1548,82 para 1023,29. Este
aumento também foi observado nos compostos BTZ-1R (de 1548,82 para 489,78)
e BTZ-2R (de 1548,82 para 407,38), devido à modificação estrutural causada
pela substituição do grupo nitro (-NO2) pelo amino (-NH2) em C-6. De acordo com
a toxicidade observada nos dois compostos contendo o grupo amino, é possível
dizer que este grupo elevou a toxicidade dos compostos.
Ainda pelos dados da Tabela 24, foi observado que o composto BTZ-3
apresentou baixa toxicidade quando comparado aos outros derivados, devido a
presença do grupo metila na posição 4 e do grupo nitro na posição 6. Estes
resultados sugerem que o grupo metila nesta posição atribui à molécula uma
menor toxicidade, porém, mesmo com esta metila, a presença do grupo amino
em C-6 eleva a toxicidade dos compostos. Este fato pode ser explicado pelo
grupo amino ter um caráter ácido que atua negativamente na farmacocinética
destes compostos (BTZ-1R e BTZ-2R) no organismo dos animais.
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 69
Além da determinação da DL50, várias estereotipias indicativas de
toxicidade foram observadas após a administração das diferentes doses dos
derivados benzotiazínicos. Estes efeitos apareceram poucos minutos após o
tratamento e incluíram salivação, sudorese, perda do reflexo de postura,
tremores, convulsão, emissão sonora relacionada à dor (grunhidos), alteração no
tônus da calda e sangramento ocular. No trabalho desenvolvido por OBICI e cols,.
(2008), os efeitos tóxicos das substâncias iniciaram poucos instantes após
administração por via i.p., sendo reversíveis em 24 horas para doses baixas ou
moderadas dos extratos testados. As estereotipias e sinais de toxicidade
observados neste trabalho desapareceram após poucas horas (entre 3 e 5 horas
para salivação, sudorese, tremor e alteração do tônus da cauda) ou perduraram
até a morte dos animais tratados por doses elevadas dos compostos. Os animais
que perderam o reflexo de postura recuperaram a locomoção em até 6 horas
após administração dos compostos. Acima deste tempo, foi observada a morte
em todos os camundongos que não recuperaram a locomoção.
A tabela 26 apresenta os derivados relacionados às dosagens em que
foram observadas as estereotipias. Tais observações demonstram a toxicidade
dos compostos mesmo em doses que não apresentaram efeito letal, o que
justifica a avaliação de toxicidade também por estes parâmetros, conforme
estudos realizados por Matosiuk e cols (2002) para compostos sintéticos
benzotiazínicos.
Durante os últimos anos, tanto por razões éticas quanto econômicas, os
toxicologistas têm se empenhado em reduzir o número de animais utilizados em
experimentos in vivo, sugerindo o uso de métodos in vitro sempre que possível.
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 70
A determinação da DL50 vem sendo questionada pelo elevado número de
animais sacrificados para prover um valor estatisticamente válido. O método de
determinação da DL50 depende de muitas variáveis, citando como exemplos a
espécie animal, o sexo, a idade, a dieta, as condições do ambiente (temperatura,
umidade, luminosidade e barulhos) e os procedimentos laboratoriais. Tais
variáveis tornam os resultados difíceis de serem reproduzidos, exceto sob rígidas
condições experimentais (GAZDA, 2004).
Os três testes alternativos em animais empregados hoje - Dose Fixa,
Toxicidade Aguda de Classe e o Teste Up and Down - trouxeram significativa
melhoria para o bem-estar animal. Valadares (2006), relata que embora a
eliminação total do uso de animais ainda não seja possível, a citotoxicidade basal
in vitro tem sido empregada como adjuvante dos testes em animal para a seleção
das doses iniciais, que permite reduzir o número de animais em experimentos de
toxicidade aguda sistêmica.
Paumgartten e cols (2002) sugerem a substituição da DL50 por outras
metodologias como dose letal aproximada (DLA), que mesmo envolvendo
número reduzido de animais, fornece informações úteis sobre as propriedades
tóxicas dos compostos. Tais informações podem predizer doses adequadas para
experimentos de doses repetidas, que fornecem uma estimativa sobre os efeitos
tóxicos produzidos após sucessivas doses da(s) substância(s)-teste e pode(m)
revelar indícios sobre efeitos cumulativos.
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 71
Tabela 23: Número de animais mortos após a administração dos diferentes compostos sintetizados (nº de mortos / nº de animais testados).
DOSE Mortalidade observada
(mg/kg) BTZ-1 BTZ-1R BTZ-2 BTZ-2R BTZ-3
100 ND 0/10 ND 0/10 0/10 300 ND 1/10 0/10 1/10 1/10 500 ND 3/10 ND 5/10 1/10 750 ND 6/10 ND 8/10 ND
1000 0/10 10/10 2/10 10/10 1/10 1250 2/10 ND ND ND ND 1500 5/10 ND 5/10 ND 1/10 1750 ND ND 8/10 ND ND 2000 7/10 ND 10/10 ND 5/10 2500 10/10 ND ND ND 7/10 3000 ND ND ND ND 10/10
* ND = Não Demonstrado
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 72
Tabela 24: Determinação dos valores da DL50 para os derivados benzotiazínicos testados.
Dose (mg/kg)
Log dose
Mortalidade (%)
Mortalidade corrigida (%)
Probitos DL50 (mg/kg) método gráfico
1000 3,0000 00 02,50 3,45 1250 3,0969 20 20,00 4,16 1500 3,1761 50 50,00 5,00 2000 3,3010 70 70,00 5,52 BT
Z –
1
2500 3,3979 100 97,50 6,55
1548,82
100 2,0000 00 02,50 3,45 300 2,4771 10 10,00 3,72 500 2,6990 30 30,00 4,48 750 2,8751 60 60,00 5,25 BT
Z - 1
R
1000 3,0000 100 97,50 6,55
489,78
300 2,4771 00 02,50 3,45 1000 3,0000 20 20,00 4,16 1500 3,1761 50 50,00 5,00 1750 3,2430 80 80,00 5,84 BT
Z –
2
2000 3,3010 100 97,50 6,55
1023,29
100 2,0000 00 02,50 3,45 300 2,4771 10 10,00 3,72 500 2,6990 50 50,00 5,00 750 2,8751 80 80,00 5,84 BT
Z - 2
R
1000 3,0000 100 97,50 6,55
407,38
300 2,4771 00 02,50 3,45 1000 3,0000 10 10,00 3,72 2000 3,3010 50 50,00 5,00 2500 3,3979 70 70,00 5,52 BT
Z –
3
3000 3,4771 100 97,50 6,55
1445,44
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 73
BTZ 1
3
3.5
4
4.5
5
5.5
6
6.5
7
2.9 3 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5
Log DosePr
obito
s
DL50 = log 3,19 = 1548,82 mg/kg
Figura 30: Determinação da DL50 para o composto BTZ-1.
BTZ 1R
2.53
3.54
4.55
5.56
6.57
1.8 2 2.2 2.4 2.6 2.8 3 3.2
Log Dose
Prob
itos
DL50 = log 2,69 = 489,78 mg/kg
Figura 31: Determinação da DL50 para o composto BTZ-1R.
BTZ 2
2.53
3.54
4.55
5.56
6.57
2.4 2.6 2.8 3 3.2 3.4
Log Dose
Prob
itos
DL50 = log 3,01 = 1023,29 mg/kg
Figura 32: Determinação da DL50 para o composto BTZ-2.
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 74
BTZ 2R
2.53
3.54
4.55
5.56
6.57
1.8 2 2.2 2.4 2.6 2.8 3 3.2
Log Dose
Prob
itos
DL50 = log 2,61 = 407,38 mg/kg
Figura 33: Determinação da DL50 para o composto BTZ-2R.
BTZ 3
2.53
3.54
4.55
5.56
6.57
2.4 2.6 2.8 3 3.2 3.4 3.6
Log Dose
Prob
itos
DL50 = log 3,16 = 1445,44 mg/kg
Figura 34: Determinação da DL50 para o composto BTZ-3.
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 75
Tabela 25: Sinais qualitativos indicativos de toxicidade, observados em um período de 6 horas após administração por via i.p. dos derivados benzotiazínicos sintetizados.
DO
SE
(mg/
kg)
SA
LIV
AÇ
ÃO
SU
DO
RE
SE
RE
FLE
XO
DE
P
OS
TUR
A
TRE
MO
R
CO
NV
ULS
ÃO
GR
UN
HID
OS
TÔN
US
DA
C
AU
DA
SAN
GR
AMEN
TO
1000 X X X 1250 X X X 1500 X X X X 2000 X X X
BTZ
– 1
2500 X
100 X 300 X X 500 X X X X X 750 X X X
BTZ
- 1R
1000 X X X
300 X 1000 X 1500 X X X X 1750 X X
BTZ
– 2
2000 X X
100 300 X 500 X X 750 X X
BTZ
- 2R
1000 X X
300 X 1000 X X 2000 X X 2500 X X X
BTZ
– 3
3000 X X X
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 76
5.2.2.2 Atividade Locomotora Espontânea
O método do campoaberto é utilizado por muitos autores para avaliar o
animal quanto ao comportamento emocional (GRAY, 1979), analisando as
atividades locomotoras espontâneas e capacidade exploratória do animal ao
ambiente (LIND et. al., 2005; WALSH e CUMMINS, 1976). A locomoção no
campo aberto pode ser interpretada de várias formas, mas principalmente como
curiosidade ou como tentativa de escape (ARCHER, 1973).
Na análise do comportamento dos animais foram detectadas alterações
principalmente na motilidade, que foi avaliada pela distância percorrida (número
de quadrados invadidos) na exploração do ambiente. Os efeitos observados na
atividade locomotora espontânea dos animais após administrações dos derivados
sintetizados estão resumidos na tabela 25.
A redução da motilidade foi observada para todas as doses dos compostos
BTZ-1, BTZ-1R e BTZ-2. O composto BTZ-2R reduziu a motilidade apenas em
doses superiores a 100 mg/kg. Após a administração das doses 300 e
1000 mg/kg do composto BTZ-3 foi observado aumento da motilidade, que foi
reduzida após dosagens maiores.
Em experimentos realizados por Matosiuk e cols. (2002), o derivado
benzotiazínico estudado aumentou a motilidade dos animais, indicando o efeito
deste composto sobre o sistema nervoso central (SNC).
A redução na atividade locomotora também pode ser observada em animais
tratados com fármacos padrão. Em 2005, Farkas e cols estudaram a atividade do
diazepam, um fármaco benzodiazepínico agonista de receptores GABAA, e
revelaram uma redução na locomoção dos animais. Segundo Choleris e cols
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 77
(2001), esta redução da motilidade ocorre até alcançar a estabilidade, devido a
adaptação dos animais ao ambiente em testes repetidos.
O número de vezes que o animal levanta (rearing) foi avaliado,
qualitativamente, de modo a refletir a capacidade exploratória dos camundongos.
Redução no número de rearings foi observada para todos os compostos
avaliados, mas principalmente nos animais tratados com os compostos BTZ-1,
BTZ-2 e BTZ-3. Diminuição do número de rearings e de quadrados percorridos
revelou comportamento sedativo, que também é aceito como um parâmetro para
avaliação das condições de ansiedade dos animais (RODRIGUEZ et. al., 1984).
Segundo Ozturk e cols (1996), a diminuição da locomoção espontânea é
indicativa de excitabilidade reduzida com origem no SNC levando à sedação.
O número de groomings também foi avaliado de forma qualitativa. Grooming
é um termo descrito para o comportamento do animal ao levar as duas patas
dianteiras ao focinho. Este ato tem sido relatado como índice de elevada atividade
tóxica (PRESCOTT, 1970; IVINSKIS, 1968). Para o composto BTZ-2R houve
aumento no número de groomings nas doses de 300, 500 e 750 mg/kg, indicando
irritação alergênica causada por fatores tóxicos do composto testado (WALSH e
CUMMINS, 1976).
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 78
Tabela 26: Efeitos dos derivados benzotiazínicos sobre a motilidade dos camundongos, analisada pelo número de quadrados percorridos em 01 minuto no ensaio do campo-aberto a
Dose (mg/kg i.p.) 0h 1h 3h 24h
Controle 28.5 ± 1.58 22.8 ± 1.82 25.3 ± 2.01 29.3 ± 2.84 1000 25.3 ± 2.81 1.6 ± 0.27* 1.5 ± 0.40* 25.9 ± 2.39 1250 22.6 ± 3.04 1.3 ± 0.26* 0.9 ± 0.18* 11.8 ± 2.47* 1500 27.9 ± 1.95 7.6 ± 1.49* 3.9 ± 0.80* 13.9 ± 4.75* 2000 25.6 ± 1.66 0.6 ± 0.16* 0.5 ± 0.17* 3.6 ± 2.11*
BTZ 1
2500 25.5 ± 3.50 0.5 ± 0.17* 0.3 ± 0.15* 0.0 ± 0.00*
Dose (mg/kg i.p.) 0h 1h 3h 24h
Controle 34.5 ± 2.79 25.3 ± 3.27 26.4 ± 2.20 28.0 ± 1.67 100 22.7 ± 2.56* 21.1 ± 3.57 16.4 ± 3.75* 21.3 ± 3.04 300 27.4 ± 3.81 7.5 ± 1.44* 9.9 ± 1.83* 22.9 ± 3.50 500 27.1 ± 3.97 2.6 ± 0.85* 1.6 ± 0.43* 13.3 ± 4.15* 750 22.8 ± 2.32* 1.0 ± 0.00* 0.5 ± 0.17* 2.2 ± 0.98*
BTZ 1R
1000 21.5 ± 2.70* 0.7 ± 0.15* 0.2 ± 0.13* 0.0 ± 0.00*
Dose (mg/kg i.p.) 0h 1h 3h 24h
Controle 28.2 ± 1.93 22.3 ± 2.11 22.8 ± 2.89 29.6 ± 1.65 300 30.6 ± 3.28 5.6 ± 1.79* 15.7 ± 3.12 31.9 ± 3.67 1000 26.6 ± 2.58 2.0 ± 0.52* 0.9 ± 0.10* 18.5 ± 3.51* 1500 34.0 ± 3.58 2.0 ± 0.47* 1.3 ± 0.37* 10.6 ± 3.68* 1750 24.8 ± 2.58 0.6 ± 0.16* 0.4 ± 0.16* 5.6 ± 3.75*
BTZ 2
2000 25.3 ± 2.58 0.3 ± 0.15* 0.2 ± 0.13* 0.0 ± 0.00*
Dose (mg/kg i.p.) 0h 1h 3h 24h
Controle 31.2 ± 3.11 21.4 ± 3.04 25.5 ± 3.03 30.9 ± 1.79 100 23.2 ± 2.17* 12.9 ± 1.49* 16.1 ± 1.20* 23.4 ± 1.38* 300 23.8 ± 2.18 2.7 ± 0.94* 1.3 ± 0.21* 20.1 ± 2.57* 500 25.6 ± 2.52 1.4 ± 0.22* 0.9 ± 0.10* 7.3 ± 2.63* 750 27.9 ± 2.73* 1.0 ± 0.00* 0.5 ± 0.17* 2.7 ± 1.82*
BTZ 2R
1000 27.0 ± 2.50 0.7 ± 0.15* 0.5 ± 0.17* 0.0 ± 0.00*
Dose (mg/kg i.p.) 0h 1h 3h 24h
Controle 28.2 ± 2.74 21.5 ± 3.05 21.9 ± 2.91 30.3 ± 1.97 300 28.4 ± 3.54 25.8 ± 3.36 27.2 ± 2.75 26.9 ± 2.20 1000 26.1 ± 2.71 27.1 ± 3.20 31.9 ± 2.62* 26.0 ± 3.71 2000 27.7 ± 2.45 1.0 ± 0.00* 0.7 ± 0.15* 8.5 ± 3.01* 2500 27.6 ± 0.93 1.0 ± 0.00* 0.7 ± 0.15* 4.0 ± 2.12*
BTZ 3
3000 27.7 ± 2.45 0.7 ± 0.15* 0.5 ± 0.17* 0.0 ± 0.00*
a Dados expressos pela média ± e.p.m. * p < 0.05 comparados com os animais do Grupo Controle (ANOVA seguido pelo teste t de Student).
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 79
Tabela 27: Representação percentual da redução da motilidade dos animais, avaliadas pelo número de quadrados invadidos no campo-aberto.
Dose 0h 1h 3h 24h (mg/kg) X ± e.p.m X ± e.p.m. X ± e.p.m X ± e.p.m
Controle 28,5 ± 1,58 22,8 ± 1,82 25,3 ± 2,01 29,3 ± 2,84 1000 25,3 ± 2,81 1,6 ± 0.27* 1,5 ± 0.40* 25,9 ± 2,39 1250 22,6 ± 3,04 1,3 ± 0.26* 0,9 ± 0.18* 11,8 ± 2.47* 1500 27,9 ± 1,95 7,6 ± 1.49* 3,9 ± 0.80* 13,9 ± 4.75* 2000 25,6 ± 1,66 0,6 ± 0.16* 0,5 ± 0.17* 3,6 ± 2.11*
BTZ
1
2500 25,5 ± 3,50 0,5 ± 0.17* 0,3 ± 0.15* 0 ± 0.00*
Controle 34,5 ± 2,79 25,3 ± 3,27 26,4 ± 2,20 28 ± 1,67 100 22,7 ± 2.56* 21,1 ± 3,57 16,4 ± 3.75* 21,3 ± 3,04 300 27,4 ± 3,81 7,5 ± 1.44* 9,9 ± 1.83* 22,9 ± 3,50 500 27,1 ± 3,97 2,6 ± 0.85* 1,6 ± 0.43* 13,3 ± 4.15* 750 22,8 ± 2.32* 1 ± 0.00* 0,5 ± 0.17* 2,2 ± 0.98* BT
Z 1R
1000 21,5 ± 2.70* 0,7 ± 0.15* 0,2 ± 0.13* 0 ± 0.00*
Controle 28,2 ± 1,93 22,3 ± 2,11 22,8 ± 2,89 29,6 ± 1,65 300 30,6 ± 3,28 5,6 ± 1.79* 15,7 ± 3,12 31,9 ± 3,67 1000 26,6 ± 2,58 2 ± 0.52* 0,9 ± 0.10* 18,5 ± 3.51* 1500 34 ± 3,58 2 ± 0.47* 1,3 ± 0.37* 10,6 ± 3.68* 1750 24,8 ± 2,58 0,6 ± 0.16* 0,4 ± 0.16* 5,6 ± 3.75*
BTZ
2
2000 25,3 ± 2,58 0,3 ± 0.15* 0,2 ± 0.13* 0 ± 0.00*
Controle 31,2 ± 3,11 21,4 ± 3,04 25,5 ± 3,03 30,9 ± 1,79 100 23,2 ± 2.17* 12,9 ± 1.49* 16,1 ± 1.20* 23,4 ± 1.38* 300 23,8 ± 2,18 2,7 ± 0.94* 1,3 ± 0.21* 20,1 ± 2.57* 500 25,6 ± 2,52 1,4 ± 0.22* 0,9 ± 0.10* 7,3 ± 2.63* 750 27,9 ± 2.73* 1 ± 0.00* 0,5 ± 0.17* 2,7 ± 1.82* BT
Z 2R
1000 27 ± 2,50 0,7 ± 0.15* 0,5 ± 0.17* 0 ± 0.00*
Controle 28,2 ± 2,74 21,5 ± 3,05 21,9 ± 2,91 30,3 ± 1,97 300 28,4 ± 3,54 25,8 ± 3,36 27,2 ± 2,75 26,9 ± 2,20 1000 26,1 ± 2,71 27,1 ± 3,20 31,9 ± 2.62* 26 ± 3,71 2000 27,7 ± 2,45 1 ± 0.00* 0,7 ± 0.15* 8,5 ± 3.01* 2500 27,6 ± 0,93 1 ± 0.00* 0,7 ± 0.15* 4 ± 2.12*
BTZ
3
3000 27,7 ± 2,45 0,7 ± 0.15* 0,5 ± 0.17* 0 ± 0.00*
* p < 0.05 comparados com os animais do Grupo Controle (ANOVA seguido pelo teste t de Student).
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 80
5.3. ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA
5.3.1. METODOLOGIA
5.3.1.1 Método das Contorções induzidas pelo Ácido Acético - Writhing Test
O método das contorções abdominais induzidas pelo ácido acético foi
desenvolvido para ratos por Vander e Margolin (1956) e posteriormente,
modificado para camundongos por Koster e cols (1959). Neste método foi
avaliado o número de contrações da musculatura abdominal juntamente com a
extensão das patas posteriores, após administração de uma solução 0,6% de
ácido acético.
Os animais foram tratados (i.p.) com a solução controle ou com soluções
dos compostos sintetizados: BTZ-1 (100, 150 e 200 mg/kg), BTZ-2 (30, 50 e
80 mg/kg) e BTZ-3 (100, 150 e 200 mg/kg). Os fármacos morfina (Merk;
10 mg/kg), indometacina (Sigma-Aldrich, USA; 10 mg/kg; v.o.) e dipirona sódica
(Teuto, Brasil; 200 mg/kg) foram utilizados como padrões. Após cada tratamento
(figura 35), foi administrado a solução do ácido (0,1 mL/10g do animal). O número
de contorções foi contado durante 30 minutos. A redução significativa do número
de contorções, comparado ao grupo controle, foi considerada resposta
antinociceptiva.
A = Indometacina; B = Solução dos derivados; C = Solução controle D = Morfina; E = Dipirona Sódica; F = Solução 0,6% Ácido Acético
Figura 35: Ensaio de contorções abdominais induzidas pelo ácido acético 0,6%
45 30 0 30
A B, C, D, E F Contagem das contorções Tratamento
T (minutos)
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 81
5.3.1.2 Método da Placa Quente - Hot Plate Test
A atividade antinociceptiva foi avaliada também pelo método placa quente
descrita por Eddy e Leimback (1953). Foi avaliado o tempo que o animal resiste
quando colocado sobre uma placa aquecida a 55°C ± 1,0°C. Sobre a placa foi
colocado um funil de vidro invertido, para contenção do animal (Fig. 36). A
resposta observada foi o ato do animal retirar as patas dianteiras, lambendo-as
em seguida. O tempo decorrido desde que o animal foi colocado sobre a placa
aquecida até o aparecimento da resposta (tempo de latência) foi mensurado
utilizando-se um cronômetro. Foi estabelecido o tempo de corte de 60 segundos
para a permanência máxima do animal na placa, com o objetivo de evitar danos
teciduais às patas dos animais e eventuais interferências nas leituras
subseqüentes. A latência foi medida nos tempos 0, 30, 60, 90 e 120 minutos após
administração dos compostos.
Os animais foram tratados (i.p.) com a solução controle ou com soluções
dos compostos sintetizados: BTZ-1 (100, 150 e 200 mg/kg), BTZ-2 (30, 50 e
80 mg/kg) e BTZ-3 (100, 150 e 200 mg/kg). A morfina (10 mg/kg; i.p.) e
indometacina (10 mg/kg; v.o.) foram utilizados como fármacos padrões.
Figura 36: Aparatos utilizados no Método da Placa Quente.
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 82
A = Indometacina; B = Morfina; C = Solução dos derivados; D = Solução controle;
Figura 37: Roteiro do método da placa quente na avaliação da atividade antinociceptiva.
5.3.1.3 Análise Estatística
Os resultados apresentados foram submetidos à análise de variância (one-
way ANOVA), seguido pelos testes de Dunnett ou de Bonferroni, adotando um
intervalo de confiança de 95%. As análises estatísticas foram realizadas
utilizando-se o programa GraphPad Prism 5.0.
5.3.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram avaliados apenas os derivados que não apresentaram nenhum sinal
de toxicidade até a dosagem de 300 mg/kg. Assim, apenas os compostos BTZ-1,
BTZ-2 e BTZ-3 foram avaliados quanto à atividade antinociceptiva.
A tabela 28 e figura 38 apresentam os resultados obtidos no método das
contorções abdominais induzidas pelo ácido acético 0,6%. Foi observada redução
significativa no número de contorções após a indometacina, morfina e dipirona,
conforme esperado. A Indometacina induziu á redução de aproximadamente
80,1% em relação ao grupo controle, enquanto a morfina e a dipirona reduziram
95,3% e 79,8%, respectivamente. Os compostos BTZ-1 (200 mg/kg) e BTZ-3 (150
e 200 mg/kg) foram capazes de reduzir o número de contorções abdominais, com
percentuais de redução de 21,7%, 24,5% e 48,1%, respectivamente. Estes
60 45 0 30 60 90 120
Tratamento
T (minutos)
A B C, D Leituras
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 83
resultados indicam atividade antinociceptiva, porém a redução do número de
contorções está aquém da redução observada para os fármacos padrões
utilizados. Por apresentar maior percentual de redução no número de contorções
(48,1%), atividade antinociceptiva moderada pode ser atribuída ao BTZ-3 na dose
de 200 mg/kg, porém esta redução ainda é insuficiente para seu uso na
terapêutica.
O método das contorções é considerado inespecífico, embora bastante
utilizado em triagens, pois permite a detecção de compostos com atividade
antinociceptiva periférica. O ácido acético induz a dor indiretamente, pois não
estimula os receptores nociceptivos peritoneais de forma direta, agindo liberando
substâncias endógenas que excitam as terminações nervosas, ou seja, produz
inflamação aguda na área peritoneal (GYIRES e KNOLL, 1975).
A tabela 29 apresenta os resultados obtidos no método da placa quente.
Foi observado aumento no tempo de latência para o composto BTZ-1 na dose
200 mg/kg, nos tempos 60, 90 e 120 minutos após a administração. A resistência
dos animais na placa quente também foi significativa para o BTZ-3 nas doses
100 mg/kg (90 minutos) 150 e 200 mg/kg (60, 90 e 120 minutos).
Os animais tratados com o BTZ-3, na dose 100 mg/kg, apresentaram
aumento discreto no tempo de latência (13,1 segundos) quando comparado aos
animais tratados com morfina (29,3 segundos). O composto BTZ-3, 200 mg/kg no
tempos 60, 90 e 120 minutos induziu ao aumento no tempo de latência de
maneira semelhante à indometacina. A indometacina é um analgésico não
esteroidal e demonstra atividade reduzida no método da placa quente, que é
considerado seletivo para compostos com atividade opióide (LE BARS et al.,
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 84
2001). A morfina, de acordo com o esperado, aumentou a resistência dos animais
ao calor.
Não houve diferença significativa entre os resultados observados para os
animais do grupo controle ao longo do tempo, o que demonstra a consistência do
método utilizado.
Embora existam muitos relatos das atividades de compostos
benzotiazínicos, este foi o primeiro estudo que avaliou comparativamente o efeito
antinociceptivo in vivo em dois modelos experimentais: método das contorções
induzidas pelo ácido acético e método da placa quente, descritos na literatura
como modelos para avaliação da atividade analgésica central e periférica,
respectivamente (VERMA et al, 2005).
No método da placa quente o calor induz à ação termoceptiva cutânea
(LE BARS et. al., 2001). O estímulo térmico do ensaio da placa quente é utilizado
para avaliar a atividade analgésica mediada por mecanismos centrais
(AL-GHAMDI, 2001). Fármacos opióides e outras drogas com atividade central,
tais como sedativas e hipnóticas, mostraram atividade no modelo da placa quente
(HIRUMA-LIMA et. al., 2000). Hendry e cols (1999) relataram que a integração do
estímulo ocorre devido à estimulação das fibras C de condução lenta, que
apresentam terminais não capsulados de receptores termais e mecânicos e fibras
do tipo Aδ de condução rápida, que induzem o reflexo de retirada da pata através
da ativação de termoreceptores. A latência do reflexo de retirada da pata ocorre
por integração medular (HENDRY et al., 1999).
Atividade antinociceptiva moderada pode ser atribuída ao BTZ-3 na dose
de 200 mg/kg, demonstrada pelo método das contorções abdominais induzidas
pelo ácido acético. No método da placa quente, o aumento no tempo de
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 85
permanência dos animais sobre a placa aquecida sugere um efeito analgésico
central (LORO et al,1999; RAMEZANI et al, 2001) para os compostos BTZ-1
(200 mg/kg) e BTZ-3 (150 e 200 mg/kg).
Schiaffella e cols (1999) realizaram estudos sobre relação estrutura-
atividade para compostos benzotiazínicos e demonstraram que os derivados mais
ativos farmacologicamente foram os que apresentaram um grupo metil em N-4,
uma cadeia lateral em C-6, C-7 ou C-8, e um grupo carbonila, enxofre ou
sulfóxido no C-3 do núcleo benzotiazínico. No presente estudo, os resultados
observados estão em acordo com o referido estudo, pois os compostos mais
ativos foram o BTZ-1 e BTZ-3, que possuem o grupo metila na posição 4, uma
cadeia lateral na posição 6 (grupos nitro e benzoilamina, respectivamente) e um
grupo carbonila na posição 3.
Novos trabalhos envolvendo estudos da relação estrutura-atividade podem
ser realizados, atribuindo a atividade à estrutura química dos compostos e
sugerindo novos grupos a serem inseridos como cadeias laterais nas moléculas,
favorecendo o resultado de maiores atividades antinociceptivas nos ensaios com
animais.
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 86
Tabela 28: Número total de contorções em 30 minutos induzidas pelo ácido acético 0,6% em camundongos. Os valores representam a média ± e.p.m. *P≤0,05 comparado ao grupo controle (ANOVA seguido do teste Dunnett).
GRUPO Dose N° de Contorções (mg/kg) X. ± e.p.m.
Controle X 21,2 ± 0,60 Morfina 10 1,0 ± 0,16 *
Indometacina 10 4,2 ± 0,19 * Dipirona 200 4,3 ± 0.19 *
BTZ 1 100 22,40 ± 0,40 150 19,80 ± 0,86 200 16,60 ± 1,29 *
BTZ 2 30 24,80 ± 1,53 50 21,80 ± 0,86 80 18,60 ± 0,93
BTZ 3 100 20,20 ± 1,59 150 16,00 ± 1,30 * 200 11,00 ± 0,84 *
* p < 0.01 comparados com os animais do Grupo Controle (ANOVA seguido pelo teste de Dunnett).
0
5
10
15
20
25
30ControleMorfinaIndometacinaDipironaBTZ1 100mg/kgBTZ1 150mg/kgBTZ 1 200 mg/kgBTZ 2 30mg/kgBTZ 2 50mg/kgBTZ 2 80mg/kgBTZ 3 100mg/kgBTZ 3 150mg/kgBTZ 3 200mg/kg
** *
*
*
*
Núm
ero
tota
l de
cont
orçõ
esem
30
min
Figura 38: Número total de contorções (em 30 minutos) induzidas pelo ácido acético 0,6% em camundongos tratados com os fármacos padrões e os derivados sintetizados. Os valores representam a média ± e.p.m. *P≤0,05 comparado ao grupo controle (ANOVA seguido do teste Dunnett).
Avaliação das atividades farmacológicas in vivo
Juliana Luísa T. de Andrade 87
Avaliação das atividades farmacológicas in vitro
Juliana Luísa T. de Andrade 88
Microrganismos testes ATCC
Candida albicans (C. albicans) ATCC 18804
Candida krusei (C. Krusei) ATCC 6258
Candida parapsilosis (C. parapsilosis) ATCC 22019
Candida tropicalis (C. tropicalis) ATCC 750
6. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA IN VITRO
6.1. METODOLOGIA
6.1.1. Materiais
Foram utilizados os seguintes reagentes e padrões antifúngicos:
DMSO: dimetilsulfóxido - Synth, Brasil
NaOH: Hidróxido de sódio (1N) - Vetec
MOPS: solução de ácido-4-morfolino-propanosulfônico - Vetec
GLICOSE: d(+)-glucose monohidratada; Merck
RPMI 1640: (10,4 g/L) - Sigma-Aldrich
FLUCONAZOL: Pfizer, New York
TERBINAFINA: Novartis, Brasil.
6.1.2. Métodos
6.1.2.1 Preparo da cultura de fungos
Foram utilizados os fungos leveduriformes de acordo com a CLSI M27-A2,
para as cepas padrões da ATCC - American Type Culture Collection.
Tabela 30: Registros da ATCC para os fungos leveduriformes utilizados neste estudo.
Avaliação das atividades farmacológicas in vitro
Juliana Luísa T. de Andrade 89
6.1.2.2 Preparo do meio RPMI 1640
O RPMI 1640 é um meio de cultivo sintético definido para testes de fungos,
devido a exemplos da adequação desse meio aos testes de sensibilidade da
levedura aos agentes antifúngicos. O método da microdiluição em caldo é
realizado em placas de microtitulação, para determinar a CIM, de acordo com a
Norma M-27-A2 do Reference Method for Broth Dilution Antifungal Susceptibility
Testing of Yeast do CLSI (Clinical and Laboratory Standards Institute, 2002).
O RPMI 1640 contém 0,2% de glicose, porém, é necessária uma
concentração um pouco maior para propiciar um crescimento mais adequado aos
fungos. Com este intuito, adicionou-se um excesso de glicose (18 g) e MOPS
(34,53 g), e neutralizou-se o pH com solução de NaOH 1N.
6.1.2.3 Padrões antifúngicos
Os antifúngicos utilizados como padrões de referência (controle positivo)
foram o fluconazol e a terbinafina. Estes padrões foram preparados em uma
solução estoque e posteriormente diluídos, resultando nas concentrações finais
128; 64; 32; 16; 8; 4; 2; 1; 0,5 e 0,25 µg/mL para o fluconazol e 16; 8; 4; 2; 1; 0,5;
0,25; 0,125; 0,062; 0,031 µg/mL para a terbinafina.
6.1.2.4 Soluções dos derivados benzotiazínicos
Os derivados sintetizados foram solubilizados inicialmente em DMSO, de
forma a obter-se uma solução-estoque. As concentrações intermediárias foram
preparadas diluindo-se a solução-estoque no meio apropriado, de forma a resultar
em concentrações finais de 512; 256; 128; 64; 32; 16; 8; 4; 2 e 1 µg/mL.
Avaliação das atividades farmacológicas in vitro
Juliana Luísa T. de Andrade 90
6.1.2.5 Padronização dos inóculos.
As amostras de Candida spp. foram cultivadas em tubos contendo ágar
Sabouraud sólido e incubadas a 28ºC durante 24 horas. A massa de célula obtida
foi recolhida com alça estéril e ressuspensa em tubos contendo 5 mL de salina
0,85% estéril.
Após homogeneização, a determinação do número de células foi realizada
de acordo com a Escala de Mac-Farland, tubo 3.
6.1.2.6 Determinação da concentração inibitória mínima.
Para determinar a concentração inibitória mínima, foram utilizadas placas
estéreis de fundo reto e com tampa com 96 orifícios. Em cada orifício foram
dispensados 100 µL da concentração da solução do derivado benzotiazínico em
teste, e 100 µL do inóculo de cada amostra de Candida spp..
Foram adicionados 200 µL do meio RPMI aos orifícios de controle de
crescimento, contendo apenas o inóculo (controle positivo) , bem como aqueles
contendo os fármacos, mas isento do inóculo de Candida spp. Todas as
concentrações foram testadas em duplicata. Após incubação a 35º C, foram
realizadas leituras de 24 e 48 horas.
6.1.2.7 Leitura dos resultados
No método de diluição em caldo RPMI 1640, após o período de incubação, a
concentração mínima inibitória foi definida como sendo a menor concentração do
produto na qual não se observa crescimento visível. A leitura foi feita visualmente,
sem utilização de aparelhos.
Avaliação das atividades farmacológicas in vitro
Juliana Luísa T. de Andrade 91
6.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nos últimos anos tem sido grande a incidência de infecções causadas por
espécies de Candidas que apresentam resistência microbiana no uso de
antifúngicos para tratamento das doenças. Tal fato torna necessário o
desenvolvimento de pesquisas para novos medicamentos antifúngicos. Por este
trabalho se iniciar com a síntese de cinco compostos derivados da benzotiazina,
supostamente ativos à Candida spp., segundo relatos da literatura, os
microrganismos estudados foram escolhidos devido à preocupação em suprir a
necessidade de um fármaco potencial frente às Candidiasis.
O método de diluição em caldo, embora mais trabalhoso, fornece dados
mais precisos sobre a sensibilidade dos microrganismos, tornando-se a melhor
opção em pesquisas voltadas à descoberta de compostos potencialmente ativos
contra microrganismos.
Foram testadas 10 diluições de cada derivado benzotiazínico sintetizado
neste trabalho, além das diluições de dois fármacos utilizados no mercado: o
fluconazol, representando a classe dos antifúngicos azólicos, e a terbinafina,
representando o grupo das alilaminas.
Os resultados obtidos estão apresentados na tabela 30 e figuras 39 a 43.
Na determinação da concentração inibitória mínima para o BTZ-1,
observou-se que este apresentou atividade frente à C. albicans, C. krusei e
C. parapsilosis à concentração de 32 µg/mL, sendo a CMI frente a C. tropicalis
equivalente à 256 µg/mL. Observa-se que os valores para a CMI do BTZ-1 são
muito maiores que a registrada para os padrões fluconazol e terbinafina, porém
este resultado está de acordo com experimentos realizados por Fringuelli (1998),
onde foi observada a CIM de 46 µg/mL para um derivado benzotiazínico
Avaliação das atividades farmacológicas in vitro
Juliana Luísa T. de Andrade 92
sintetizado, sendo que outros derivados apresentaram concentração inibitória
mínima superior a 250 µg/mL.
Para os compostos BTZ-1R e BTZ-2R, a concentração inibitória mínima foi
de 256 µg/mL, frente às cepas testadas. Supõe-se que estes resultados podem
estar relacionados ao grupo amino presente na estrutura de ambos os compostos.
Semelhante aos compostos BTZ-1, BTZ-1R e BTZ-2R, o derivado BTZ-2,
4-metil-6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona, apresentou CMI de 256 µg/mL para
C. tropicalis e CMI de 128 µg/mL para as demais espécies testadas.
Conforme pode ser verificado na tabela 30, o derivado benzoilado BTZ-3
não resultou em atividade às espécies testadas, pois apresentou CMI superior a
512 µg/mL.
A toxicidade é um dos principais fatores a ser levado em consideração no
momento da escolha de um agente químico para uso em humanos e/ou animais.
Isto se deve ao fato de que o processo de desinfecção pode acarretar desde
irritação de mucosas e pele, até intoxicações, e com isso embora diminua a
concentração de microrganismos, aumenta a predisposição do indivíduo à
enfermidades (BRASIL, 1999). In vitro nenhum dos derivados testados
apresentou efeito tóxico às leveduras, pois para todos os compostos foi
comprovado o crescimento da microbiota.
Destaca-se que o aumento na incidência das micoses sistêmicas
intensificou a busca por antifúngicos de amplo-espectro, de ação fungicida e
causadores de poucos efeitos adversos. Como conseqüência, novos azóis e
fármacos com mecanismo de ação inovador foram desenvolvidos, além de haver
uma ampla variedade destes em desenvolvimento, como os derivados da
benzotiazina. Dentre estes derivados, destacou-se o composto BTZ-1, que
Avaliação das atividades farmacológicas in vitro
Juliana Luísa T. de Andrade 93
necessitou de uma concentração menor que os outros derivados para inibir o
crescimento das leveduras do gênero Candida, principalmente a C. albicans,
C. krusei e C. parapsilosis.
Tabela 31: Concentração inibitória mínima (µg/mL) para os derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona.
Leveduras C. albicans Candida krusei C. parapsilosis C. tropicalis
Padrões:
Fluconazol 0,5 0,5 1,0 8,0
Terbinafina 2,0 1,0 2,0 16,0
Compostos testados:
BTZ - 1 32,0 32,0 32,0 256,0
BTZ - 1R 256,0 256,0 256,0 256,0
BTZ - 2 126,0 126,0 126,0 256,0
BTZ - 2R 256,0 256,0 256,0 256,0
BTZ - 3 > 512,0 > 512,0 > 512,0 > 512,0
Avaliação das atividades farmacológicas in vitro
Juliana Luísa T. de Andrade 94
Figura 39: Resultado da determinação da CIM para o 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona. (A)- Fluconazol e (B) - Terbinafina.
Figura 40: Resultado da determinação da CIM para o 6-amino-2H-1,4-benzotiazin-3-ona; (A)-Fluconazol e (B) - Terbinafina.
Figura 41: Resultado da determinação da CIM para 6-amino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona; (A)- Fluconazol e (B) - Terbinafina.
B A
B A
A B
Avaliação das atividades farmacológicas in vitro
Juliana Luísa T. de Andrade 95
Figura 42: Resultado da determinação da CIM para o 4-metil-6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona; (A)- Fluconazol e (B) - Terbinafina.
Figura 43: Resultado da determinação da CIM para o 6-benzoilamino-4-metil-2H-1,4-benzotiazin-3-ona; (A)- Fluconazol e (B) - Terbinafina.
A B
B A
Conclusões
Juliana Luísa T. de Andrade 96
7. CONCLUSÕES
O método utilizado nas sínteses dos derivados foram satisfatórios,
conduzindo a bons resultados, principalmente nos compostos não-reduzidos,
cujos rendimentos foram superiores a 83%. Os compostos reduzidos, por se
encontrarem na forma de cloridratos, resultaram em rendimentos acima de 63%,
considerados satisfatórios.
As análises espectrométricas dos compostos sintetizados revelaram a
presença dos principais grupos presentes em cada composto, confirmando assim
as estruturas dos mesmos quando comparados aos dados relatados na literatura.
No estudo toxicológico, constatou-se que a metilação em N-4 aumentou a
toxicidade dos compostos, assim como a redução do grupo nitro à amino. Este
estudo possibilitou um melhor conhecimento sobre esta classe de compostos,
que se encontra pouco explorada em relação aos efeitos tóxicos que induzem.
Nos experimentos in vivo, a redução da motilidade foi observada para os
animais que receberam os compostos BTZ-1, BTZ-1R e BTZ-2, em todas as
dosagens, e para os que receberam o BTZ-2R a partir de 300 mg/kg. O composto
BTZ-3 induziu aumento na motilidade nas doses 300 e 1000 mg/kg, porém, em
doses maiores, a atividade locomotora foi reduzida.
Na avaliação da atividade farmacológica, foram utilizados modelos para
avaliar a atividade antinociceptiva dos derivados BTZ-1, BTZ-2 e BTZ-3. No
método das contorções induzidas pelo ácido acético 0,6%, o composto BTZ-3
(200 mg/kg) reduziu significativamente as contorções (48,1%). Como esperado, a
morfina apresentou maior eficácia antinociceptiva (95,3%), seguida pela
indometacina (80,1%) e pela dipirona (79,8%).
Conclusões
Juliana Luísa T. de Andrade 97
No método da placa quente, o BTZ-1 e o BTZ-3, ambos nas doses de
200 mg/kg, aumentaram o tempo de latência dos animais, sugerindo um efeito
analgésico periférico.
Nos experimentos antifúngicos in vitro, destaca-se a atividade antifúngica
do composto BTZ-1 frente às cepas Candida albicans, Candida Krusei e Candida
parapsilosis, com 32 µg/mL de CIM. Como os microrganismos estão em constante
mutação quando se trata de resistência aos fármacos usados na terapêutica,
sugere-se, dentro de alguns anos, novos ensaios com estes derivados
sintetizados, objetivando compostos mais ativos frentes às cepas selecionadas.
Os resultados encontrados nos ensaios realizados, associados aos
estudos precedentes relatados na literatura, justificam novas pesquisas, tanto
para avaliar a toxicidade e atividades biológicas em compostos modificados
estruturalmente, fornecendo importantes informações na relação estrutura-
atividade, quanto para avaliar outras atividades farmacológicas.
Referências Bibliográficas
Juliana Luísa T. de Andrade 98
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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