síntese dos conceitos básicos da didáctica do português cátia e inês

11
qwertyuiopasdfghjklçzxcvbn mqwertyuiopasdfghjklçzxcvb nmqwertyuiopasdfghjklçzxcv bnmqwertyuiopasdfghjklçzxc vbnmqwertyuiopasdfghjklçzx cvbnmqwertyuiopasdfghjklçz xcvbnmqwertyuiopasdfghjklç zxcvbnmqwertyuiopasdfghjkl çzxcvbnmqwertyuiopasdfghjk lçzxcvbnmqwertyuiopasdfghj klçzxcvbnmqwertyuiopasdfgh jklçzxcvbnmqwertyuiopasdfg hjklçzxcvbnmqwertyuiopasdf ghjklçzxcvbnmqwertyuiopasd fghjklçzxcvbnmqwertyuiopas Síntese dos Conceitos Básicos da Didáctica do Português (Módulo 1) 16 de Maio de 2010

Upload: ines-tavares

Post on 23-Jun-2015

2.347 views

Category:

Technology


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Síntese dos conceitos básicos da didáctica do português cátia e inês

qwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmrtyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbn

Síntese dos Conceitos Básicos da Didáctica

do Português (Módulo 1)

16 de Maio de 2010

Page 2: Síntese dos conceitos básicos da didáctica do português cátia e inês

Instituto Politécnico de Setúbal

Escola Superior de Educação

Título: Síntese dos Conceitos Básicos da Didáctica do Português (Módulo 1)

Unidade Curricular: Introdução à Didáctica do Português

Docentes: Fernanda Botelho

Curso: Licenciatura em Educação Básica

Turma: A

Ano: 3.º

Semestre: 2.º

Elaborado por: Cátia Patrícia Dias, 070142044

Inês Tavares, n.º 070142067

16 de Maio de 2010

Page 3: Síntese dos conceitos básicos da didáctica do português cátia e inês

Síntese dos Conceitos Básicos da

Didáctica do Português

A evolução da espécie humana conduziu ao desenvolvimento das

sociedades e respectivas comunidades linguísticas. A língua poder-se-á

caracterizar-se natural ou artificial, sendo que a primeira surge através de

manifestações espontâneas, erigidas com o homem, a segunda é criada pelo

homem, num curto período de tempo, colocando em causa a sua continuidade

na comunidade de falantes.

A linguagem depende de dois factores cruciais ao seu desenvolvimento:

o factor genético, dotado de um sistema cognitivo, inato e universal (faculdade

da linguagem) que permite ao ser humano uma actividade linguística; o factor

social, ou seja, o input linguístico de qualidade, que permite ao indivíduo o

desenvolvimento correcto do seu sistema linguístico. A capacidade natural para

adquirir linguagem é comum a todos os humanos, que pouco tempo após o seu

nascimento começam a tomar conhecimento deste sistema sofisticado e

complexo, e é através deste mesmo que nos tornamos capazes de apresentar

um vasto conhecimento universal linguístico. Estes factores possibilitam ao ser

humano a troca de informação, envolvendo a codificação, a transmissão e a

descodificação de uma mensagem (comunicação).

Assim, a aquisição da linguagem implica a memorização de regras

específicas do sistema, quanto à fonologia, morfologia, sintaxe, semântica e

pragmática. Crescer linguisticamente torna o sujeito capaz de adquira a mestria

das regras e estrutura do uso, pois a interiorização das regras da língua

permite compreender e produzir frases nunca antes ouvidas ou pronunciadas,

demonstrando assim o conhecimento intuitivo da língua por parte de cada

sujeito. Independentemente das características que cada língua possui, a

comunicação verbal é universal, prova disso aponta para o facto de qualquer

criança ser capaz de adquirir uma língua na comunidade em que está inserida

Page 4: Síntese dos conceitos básicos da didáctica do português cátia e inês

através da exposição à mesma. Esta aquisição é natural e espontânea,

capacidade da espécie humana presente na nossa herança genética.

Para falar em qualquer língua, seja ela materna, segunda ou estrangeira,

é necessário ao indivíduo deter competências comunicativas adaptadas a cada

contexto. Desta forma, torna-se claro que o processo de comunicação é algo

inevitável de acontecer. A comunicação ocorre sempre que trocamos

informações com outros, utilizando sistemas simbólicos como suporte para

esse fim. Este processo ocorre entre um emissor e um receptor, seja

oralmente, seja por troca de olhares ou gestos. Todavia, este processo implica

o conhecimento do código linguístico e respectiva utilização de acordo com o

contexto em que o individuo se encontra inserido num determinado momento.

A comunicação é assim processada de forma multicanal e/ou

multimodal. A partir deste contexto, desenvolve-se o conceito de competência

comunicativa, a qual se define como “o conhecimento (prático e não

necessariamente explicitado) das regras psicológicas, culturais e sociais que

comandam a utilização da fala no enquadramento social”.

A competência comunicativa compreende três tipos de competências,

nomeadamente, competências linguísticas, competências sociolinguísticas e

competências pragmáticas. A competência linguística engloba conhecimentos

ao nível do léxico, fonologia, sintaxe, gramática e semântica. Deste modo, para

falar uma língua é necessário conhecer o emprego das palavras, da forma da

língua e do seu desenvolvimento a nível físico. Conhecer uma língua

estrangeira torna-se assim em algo positivo, de tal forma que a mesma nos dá

a oportunidade de conhecermos ainda melhor a nossa própria língua,

comparando ambas (competência metalinguística). A organização desta

competência irá variar de indivíduo para indivíduo e também no mesmo

indivíduo.

A competência sociolinguística articula condições socioculturais, que

regulam o comportamento comunicativo nos diferentes âmbitos do uso

linguístico. Revela-se sensível a convenções sociais, podendo afectar toda a

Page 5: Síntese dos conceitos básicos da didáctica do português cátia e inês

comunicação linguística em culturas diferentes, ainda que os interlocutores

nem sempre se apercebam de tal situação.

Por último, e não menos importante, a competência pragmática,

respeitante ao uso da língua em funcionamento, ou seja, à produção da fala

nos diferentes ambientes culturais. Divide-se em componente discursiva,

funcional e esquemática. Insere-se nas competências do saber-fazer a nível da

comunicação verbal.

Podemos assim compreender a importância que as línguas

desempenham aquando da nossa vivência em sociedade, pois através das

mesmas temos acesso a outros conhecimentos que desenvolvem os nossos

valores, atitudes e competências enquanto cidadãos.

Com a evolução da espécie humana, o ensino e a forma como

comunicamos toma diferentes proporções e deve com isso, assumir a

consciencialização inerente à necessária melhoria de qualidade do ensino.

Deste modo, é essencial reconhecer a instituição escolar como uma instituição

que forma cidadãos conscientes e mais predispostos para um mundo

económico, social e cultural, pois Portugal torna-se cada vez mais num País de

multilinguismo crescente. Assim sendo, torna-se essencial ser um competente

conhecedor da língua portuguesa para o exercício da profissão docente em

geral. O profissional que não o seja será incapaz de identificar correctamente o

nível de desenvolvimento linguístico que os seus alunos se encontram,

colocando em causa a adequação de métodos apropriados a um

desenvolvimento mais complexo.

Um profissional idóneo deve deter diversos conhecimentos que

perpetuem um bom desenvolvimento linguístico dos estudantes, tentando uma

maior e melhor integração, por parte dos discentes, no processo de leitura e da

escrita, compreendendo, o profissional, que todo este processo é determinado

por etapas lógicas que facilitam, de certo modo, a aprendizagem e

compreensão no que respeita à forma (fonologia), formação (morfologia e

sintaxe), conteúdo (semântica) e uso da língua (pragmática). Desta forma, no

que diz respeito ao desenvolvimento do vocabulário dos alunos, torna-se

Page 6: Síntese dos conceitos básicos da didáctica do português cátia e inês

necessário que o profissional de educação seja proficiente da Língua

Portuguesa, ou seja, que tenha domínio do português europeu padrão, quanto

à sua sintaxe, morfologia e formas de tratamento; que saiba captar informação

explícita de maneira a poder transformá-la em informação implícita; que seja

fluente na expressão oral e na expressão escrita, de modo a dominar as

técnicas dos diversos géneros textuais e repertórios diversificados da

oralidade; que seja competente na utilização da metalinguística para correcção

da sua produção oral e escrita e controlo da compreensão oral e da leitura.

Quando nos deparamos com os cursos de formação de professores,

percebemos que o problema actual centra-se na necessidade em garantir que

os seus estudantes dominam estes conhecimentos e que são capazes de os

pôr em prática na sua intervenção educativa. O objectivo principal destes

cursos prende-se à necessidade de preparação dos professores de 1º ciclo

para o espaço educativo que é a escola, para que vejam este espaço como

instituição promotora de iguais oportunidades, onde é essencial que o trabalho

desenvolvido seja inovador e crítico, eliminando quaisquer lacunas que os

estudantes do ensino básico possam ter.

Acima de tudo, o profissional deve avaliar a sua prática pedagógica,

reorganizá-la se necessário, para uma intervenção pedagógica mais adequada

em conformidade com as necessidades actuais das crianças.

Assim sendo, o profissional deve mobilizar adequadamente estratégias

de ensino que motivem o aprendente na aquisição da língua, já que estas

competências fazem parte da actividade profissional que constitui ser

professor.

A Didáctica é uma ciência que aplica variadas metodologias de ensino

de uma forma transversal e transdisciplinar, integrando uma multiplicidade de

saberes e autonomia, tanto por parte do aluno, como do professor. Funciona

como um elemento transformador da teoria na prática. A didáctica não deverá

centrar-se unicamente na prática de pressupostos teóricos pois é necessário

contemplar igualmente intervenções de aula, transformando-as em

Page 7: Síntese dos conceitos básicos da didáctica do português cátia e inês

aprendizagens significativas. Assim, tornar-se-á necessário que a prática

educativa envolva conjuntamente educador e educando.

De acordo com Alarcão (1993, 1998, 1999), esta ciência estrutura-se em

três pólos de acção, a Didáctica da acção profissional ou educativa, a Didáctica

Curricular (específica a cada especialidade) e Investigação em Didáctica.

Relativamente à Didáctica de Línguas, a mesma subdivide-se em três etapas, a

Didáctica Instrumental, Didáctica Específica e Didáctica do Plurilinguismo. Em

relação à última, essa compreende uma competência plurilingue e pluricultural,

que se traduz na capacidade para utilizar as línguas, para comunicar com a

interacção cultural, bem como na experiência em várias culturas. É também

encarada como uma didáctica de recursos, pois a competência plurilingue ou

pluricultural não é a sobreposição ou da justaposição de competências

distintas, e sim de uma competência complexa a que um indivíduo pode

recorrer em diversos contextos e condições, sujeito a diversas limitações, para

realizar actividades linguísticas que impliquem processos linguísticos de

produção e/ou recebimento de assuntos diversos em domínios específicos.

Assim, a didáctica do plurilinguismo organiza as línguas entre si de

acordo com os contextos em que se inserem. Todavia, o profissional de

educação deve revalorizar a centralidade da utilização da língua materna no

processo de ensino-aprendizagem.

Page 8: Síntese dos conceitos básicos da didáctica do português cátia e inês

Referências Bibliográficas:

SIM-SIM, Inês – Desenvolvimento da Linguagem. Lisboa: Universidade

Aberta, 1998.

MATEUS, Maria Helena Mira e VILLALVA, Alina – O Essencial sobre

Linguística. Lisboa: Caminho, 2006. Pp. 13-17.

DUARTE, Inês, “A formação em Língua Portuguesa na dupla perspectiva do formando como utilizador e como futuro docente da língua materna” in Inês Sim-Sim (org.), A formação para o Ensino da Língua Portuguesa na Educação Pré-Escolar e no 10º Ciclo do Ensino Básico, Cadernos de Formação de Professores, n.º 2, 2001, pp. 27-34.

TAVARES, Clara Ferrão – Didáctica do português – Língua materna e

não materna – No Ensino Básico. Lisboa: Porto Editora, cop. 2007.

CONSELHO DA EUROPA, coord. de ed. Ministério da Educação,

GAERI – Quadro europeu comum de referência para as línguas:

aprendizagem, ensino, avaliação. Lisboa: ASA, 2001.

FERRAZ, Maria José – Ensino da Língua Materna. Colecção: O

Essencial sobre Língua Portuguesa. Lisboa: Caminho, 2007.