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SINOPSE DAS AULAS PROFESSOR: ALFREDO DE OLIVEIRA 2012 N U L I D A D E S ATO PROCESSUAL: aquele que tem relevância para o processo. O DPP adota o princípio tipicidade ou da legalidade amolda-se ao modelo descrito em lei porém, compatibilizado a outros como o princípio da instrumentalidade das formas, do prejuízo, aproveitamento do ato e finalidade. Segundo Pacelli, o processo, com seus ritos e formas, dirige-se à finalidade única de construção do provimento judicial final, com a contribuição da acusação e da defesa, de modo a realizar a justiça processual possível. Assim a inobservância forma prescrita em lei somente terá relevância na medida em que possa impedir a realização do justo processo:

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SINOPSE DAS AULAS

PROFESSOR: ALFREDO DE OLIVEIRA

2012

N U L I D A D E S

ATO PROCESSUAL: aquele que tem relevância para o processo.

O DPP adota o princípio tipicidade ou da legalidade – amolda-se

ao modelo descrito em lei – porém, compatibilizado a outros como o

princípio da instrumentalidade das formas, do prejuízo, aproveitamento

do ato e finalidade.

Segundo Pacelli, o processo, com seus ritos e formas, dirige-se à

finalidade única de construção do provimento judicial final, com a

contribuição da acusação e da defesa, de modo a realizar a justiça

processual possível. Assim a inobservância forma prescrita em lei

somente terá relevância na medida em que possa impedir a realização

do justo processo:

Page 2: SINOPSE DAS AULAS PROFESSOR: ALFREDO DE OLIVEIRA … · 2012-06-12 · SINOPSE DAS AULAS PROFESSOR: ALFREDO DE OLIVEIRA 2012 N U L I D A D E S ATO PROCESSUAL: aquele que tem relevância

a) seja promovendo o desequilíbrio na participação e efetiva

contribuição das partes;

b) seja afetando o adequado exercício da função estatal

jurisdicional.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS NULIDADES

Princípio do prejuízo: Art. 563-CPP Nenhum ato processual

será declarado nulo se da nulidade não tiver resultado prejuízo

para uma das partes. - pas de nullité sans grief.

Nulidade = atipicidade + prejuízo. Nulidade ab presumido.

Princípio da instrumentalidade das formas: a forma não é um

fim em si mesma, pois, o processo é apenas um meio de solução

de conflitos. Não se declara nulo um ato inócuo que não influiu

na verdade substancial, no deslinde da causa ou que haja

atingido o seu fim.

Princípio da causalidade: Art. 573, § 1o:

nulidade de um ato e

de seus dependentes ou conseqüentes. Nulidade originária e

derivada. Nulidade de ato da fase postulatória se propaga para a

fase instrutória. Sentença atingida por nulidade dos atos

precedentes.

Princípio do interesse: ninguém pode alegar nulidade que haja

dado causa, ou para que tenha concorrido, ou ainda, que só

interessa à parte contrária.

Princípio da convalidação – sanação - saneamento: nulidades

relativas estarão sanadas, se não forem argüidas no momento

oportuno (art. 572, I). Preclusão. O art. 571: momento de

alegação.

Princípio da não-preclusão: nulidade absoluta não preclui e

pode ser reconhecida de ofício, com exceção da Súmula 160,

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salvo em relação à incompetência absoluta, pois, o juiz, nesse

caso, fica privado totalmente do poder jurisdicional, deixando de

ser o juiz natural da causa.

Princípio da permanência da eficácia dos atos processuais:

produzem efeito até a decretação de sua nulidade.

ATIPICIDADE DO ATO pode gerar inexistência, nulidade (absoluta

ou relativa) e irregularidade. Nulidade do ato processual não é

automática, depende sempre de um pronunciamento judicial.

MERA IRREGULARIDADE: desconformidade com modelo

legal, sem qualquer relevância, incapaz de gerar prejuízo às partes, sem

influência na busca da verdade processual ou na decisão da causa.

Exemplos:

Denúncia sem rol de testemunhas

Falta de pedido de citação do imputado na inicial

acusatória

Falta do recibo de entrega do preso ao condutor do

flagrante

Deferimento de compromisso à testemunha impedida de

prestá-lo

Ausência de qualificação do perito no laudo pericial

INEXISTÊNCIA DO ATO: Relaciona-se aos pressupostos

processuais de existência.

Desconsideração do ato e a realização de outro ato em seu lugar.

INEXISTÊNCIA MATERIAL: o ato não foi realizado:

falta de denúncia, de citação, exame de corpo de delito,

sentença assinada por quem não é juiz ou sem assinatura

INEXISTÊNCIA JURÍDICA: o ato existe, mas tão

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desfigurado, que não tem significado jur. É um não ato:

denúncia sem imputação fática, sentença sem decisum.

Exemplos:

Recurso interposto por advogado sem procuração;

Denúncia subscrita apenas por estagiário do Ministério

Público;

Sentença prolatada por juiz impedido (art. 252) ?

Sentença prolatada por juiz incompetente em ratione

materiae e ratione personae (?)

NULIDADE: relacionado aos pressupostos processuais de

validez,

Duplo significado:

SANÇÃO pela prática do ato em desacordo com o modelo

legal.

VÍCIO ou qualidade que se agrega ao ato gerando sua

invalidade. Sanção é a decretação de ineficácia

NULIDADE ABSOLUTA:

Violação de exigência de ordem pública. As partes não

podem dela dispor.

Ofensa aos princípios constitucionais do devido processo

legal.

Prejuízo é sempre presumido, independente de

demonstração. (?)

a) Presunção juris tantum, dispensando comprovação do prejuízo,

facultando à parte ex adversa a demonstração da inocorrência do

dano;

b) Não há presunção alguma, pois, “a demonstração de prejuízo, a

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teor do art. 563 do CPP, é essencial à alegação de nulidade, seja

ela relativa ou absoluta, eis que, conforme decidiu a Corte

Suprema, o âmbito normativo do dogma fundamental da

disciplina das nulidades pas de nullité sans grief – compreende

as nulidades absolutas.” STJ , HC 104.062/MG 5ª T Min.

Laurinda Vaz, DJ 19.10.2011.

Insanável, pode ser alegada a qualquer tempo (em regra).

Não acobertada pela coisa julgada.

Exceção: Súmula 160 STF: É nula a decisão do tribunal

que acolhe contra o réu, nulidade não argüida no recurso

da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.

Exemplos:

Interrogatório sem a presença de advogado

Interrogatório sem possibilidade de entrevista prévia do

acusado com seu defensor

Ausência de notificação do defensor para a audiência ou

para realização de contrarrazões recursais

CLASSIFICAÇÃO DAS NULIDADES ABSOLUTAS EM

RELAÇÃO:

a). JUÍZO:

Incompetência absoluta – suborno – suspeição

Falta de quorum nos tribunais;

Falta de sentença

b) . PARTES

Falta de legitimidade

Falta de defesa – acusação – intervenção do MP

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Súmula 523-STF: Falta de defesa é causa de nulidade

absoluta, mas sua deficiência só anulará o processo

se houver prova do prejuízo para o réu.

c). FORMALIDADES ESSENCIAIS DO ATO PROCESSUAL

Falta de citação – prazos – exame de corpo de delito

direto ou indireto

NULIDADE RELATIVA:

Formalidade estabelecida por regra infraconstitucional;

Finalidade de resguardar interesse privado;

Prejuízo com necessidade de demonstração;

Argüição oportuno tempore, pena de preclusão.

Não pode ser decretada de ofício, nem por quem lhe deu

causa.

Exemplos:

Incompetência do juízo em ratione loci

Ausência de notificação do acusado para audiência

quando presente seu defensor

Falta de intimação da expedição de precatória

Inversão da ordem de questionamento das testemunhas

(art. 212)

NULIDADES EM ESPÉCIE - Art. 564 CPP

I por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;

II por ilegitimidade de parte

III por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:

denúncia ou a queixa e a representação;

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exame de corpo de delito nos crimes que deixam

vestígios.

nomeação de defensor;

intervenção do MP na ação por ele intentada e nos da

intentada pela parte ofendida, quando se tratar de ação

pública (subsidiária)

“A inquirição de testemunha de acusação pelo juiz, quando ausente o

Ministério Público Estadual, constituí nulidade relativa. Assim, sem

a demonstração do prejuízo, nos termos exigidos pelo art. 563 do

CPP, não se procede a anulação do ato. Além disso, conforme o

disposto no art. 565 do mesmo Estatuo, falta legitimidade para a

defesa alegar esse vício, mormente em se considerando que ela

estava presente na audiência....” STJ, HC 186.397/SP, 5ª T Rel. Min.

Laurinda Vaz, DJ 28.06.2011.

citação do réu e concessão de prazos à acusação e à

defesa;

sentença de pronúncia, e demais atos do processo do júri;

sentença, recurso de ofício e intimação

omissão de formalidade que constitua elemento essencial

do ato

NULIDADES RELATIVAS, DE ACORDO COM ART. 572:

Falta de intervenção do MP

Ausência injustificada do MP, regularmente notificado para a

audiência – “ A ausência de membro do Ministério Publico, quer no

interrogatório, quer em audiência de instrução, consubstancia

nulidade relativa, a reclamar arguição oportuna e efetiva

demonstração de prejuízo, uma e outra inocorrentes na espécie.”

STJ, HC 22.045/RS, DJ 06.02.2006.

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Falta de concessão de prazos

Falta de intimação do réu ou de testemunha para o júri

Falta de elemento essencial do ato

NULIDADES ABSOLUTAS, POR EXCLUSÃO, AS

RESTANTES DO ART. 564.

PRINCIPAIS NULIDADES EM RELAÇÃO ÀS MEDIDAS

CAUTELARES PROCESSUAIS PENAIS

A NOVA SISTEMÁTICA DA PRISÃO PREVENTIVA

E DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES

Aspectos relevantes

da Lei 12.403/201

Princípio constitucional da liberdade:

Art. 5º. LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e

fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão

militar ou crime propriamente milita definidos em lei;

Princípio constitucional da não culpabilidade:

Art. 5º. LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de

sentença penal condenatória;

CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS, de 22/11/1969 –

Decreto 678/92

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Art. 7 – item 2: Ninguém será privado de sua liberdade física, salvo pela causas e nas

condições previamente fixadas pelas constituições políticas dos Estados-Partes ou pelas

leis de acordo com elas promulgadas.

Art. 8– inc. 2. Toda pessoa acusada tem direito a que presuma sua inocência enquanto

não se comprove legalmente sua culpa.

LEI Nº 12.403, DE 4 DE MAIO DE 2011.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Os arts. 282, 283, 289, 299, 300, 306, 310, 311, 312, 313, 314, 315, 317,

318, 319, 320, 321, 322, 323, 324, 325, 334, 335, 336, 337, 341, 343, 344, 345, 346, 350

e 439 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal,

passam a vigorar com a seguinte redação:

“TÍTULO IX

DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA”

“Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas

observando-se a:

I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal

e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações

penais; (fundamentos)

Cautelar para assegurar os meios e os fins do processo

II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições

pessoais do indiciado ou acusado.

§ 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.

§ 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento

das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da

autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público.

§ 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz,

ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária,

acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os

autos em juízo.

Contraditório prévio ou diferido.

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Forma: resposta escrita ou oral?

§ 4o No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de

ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do

querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último

caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo único).

§ 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta

de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que

a justifiquem.

§ 6o A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição

por outra medida cautelar (art. 319).” (NR)

A Lei não menciona a exigência dos pressupostos referentes à prova da materialidade e

indícios suficientes de autoria – duas correntes

“Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e

fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença

condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em

virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. Banidas as outras hipóteses de

prisão cautelar

§ 1o As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não

for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de

liberdade. (requisito)

§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as

restrições relativas à inviolabilidade do domicílio.” (NR)

“Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados

imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à

pessoa por ele indicada.

§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado

ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o

nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.

“Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá

fundamentadamente:

I - relaxar a prisão ilegal; ou

II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos

constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as

medidas cautelares diversas da prisão; ou

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Pobreza informativa do auto sobre os fundamentos da prisão preventiva

Prazo: 5 dias ou 48 horas?

III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente

praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do

Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá,

fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de

comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.” (NR) ver art.

314

“Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar

pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas

nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de

1940 - Código Penal.” (NR)

“Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a

prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a

requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por

representação da autoridade policial.” (NR)

“Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública,

da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a

aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício

suficiente de autoria.

ESPÉCIES DE PRISÃO PREVENTIVA:

PRISÃO PREVENTIVA CONVERTIDA (art. 310, II);

PRISÃO PREVENTIVA AUTONÔMA ( art. 311 e seguintes)

PRISÃO PREVENTIVA SUBSTITUTIVA / SUBSIDIÁRIA: (art. 282, § 4º);

O descumprimento da medida cautelar é o único fundamento, sem outros pressupostos e requisitos?

Acusado de venda ilegal de diesel consegue HC no STJ

O descumprimento das medidas cautelares previstas no artigo 319 do CPP autoriza a decretação da

prisão preventiva, mas desde que também estejam presentes os requisitos previstos no artigo 312 do

CPP. A afirmação é do presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Ari Pargendler, ao

conceder liminar a um homem, acusado de vender combustível de forma ilegal na ilha do Marajó,

que foi preso por descumprir condição imposta para ter liberdade provisória.

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Segundo o artigo 312 do CPP, "a prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem

pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação

da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria".

O acusado foi preso em 7 de agosto de 2011, em flagrante. Dias depois, pagou fiança e teve sua

liberdade provisória concedida, com uma condição: que não deixasse sua residência no período

compreendido entre 22 horas e 6 horas, todos os dias.

Apesar da determinação, ele foi flagrado em um bar ingerindo bebida alcoólica após as 22 horas.

Com isso, o juízo de primeira instância decidiu cassar o benefício e decretar a prisão preventiva,

respaldada no que dispõe o artigo 343 do CPP: “O quebramento injustificado da fiança importará na

perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas

cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva.” O Tribunal de Justiça do Pará

manteve a decisão do juiz por entender que estava satisfatoriamente fundamentada.

No Habeas Corpus levado ao STJ, a defesa alegou que a decisão do juiz foi equivocada. Isso porque

o juiz a fundamentou com base em dois fatos: de que o acusado estaria, supostamente, ingerindo

bebida alcoólica após as 22h e, além disso, em uma denúncia anônima de que ele teria voltado a se

envolver com a venda ilegal de combustível enquanto esteve em liberdade, denúncia que não foi

confirmada. Com informações da Assessoria de Imprensa do STJ.

PRISÃO PREVENTIVA PARA AVERIGUAÇÃO DE IDENTIDADE

Decreto fundamentado.

Fumus comissi delicti e periculum libertatis

PRESSUPOSTOS (fumus comissi delicti):

Prova da materialidade (art. 312)

Indício suficiente de autoria (art. 312)

Quando não for suficiente outra medida cautelar diversa da prisão (art. 282, § 6º)

FUNDAMENTOS (periculum libertatis):

Garantia da ordem pública (art. 312) – vide abaiso

Garantia da ordem econômica (art. 312)

Conveniência da instrução criminal (art. 312)

Asseguração da aplicação da lei penal (art. 312)

REQUISITOS ou HIPÓTES DE ADMISSIBILIDADE:

Crime doloso punido com pena acima de 4 anos (art. 313); ou

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Reincidência por crime doloso (art. 313); ou

Se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,

criança,adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução

das medidas protetivas de urgência (art. 313); ou

Quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa (art. 313); ou, finalmente

Prazo de duração:

Alemanha: 6 meses prorrogáveis

Espanha e Portugal até dois anos

França de 1 a 4 anos

Itália de 3 meses a 6 anos

Nucci: a garantia da ordem pública demanda requisitos básicos como a gravidade concreta do crime,

repercussão social,maneira destacada de execução do crime, condições pessoais negativas do autor e

envolvimento com quadrilha, bando ou organização criminosa.

GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA

EMENTA: PROCESSUAL PENAL . HABEAS CORPUS . TR ÁFICO DE DROGAS . FUGA

DO DISTRITO DA CULPA . MODUS OPERANDI . GRANDE QUANTIDADE E

NATUREZA DA SUBST ÂNCIA. GRAVIDADE CONCRETA . PRIS ÃO PREVENTIVA

PARA GARANTIA DA ORDEM P ÚBLICA, PARA PRESERVA Ç ÃO DA INSTRU Ç ÃO

CRIMINAL E PARA ASSEGURAR A APLICA Ç ÃO DA LEI PENAL . AUS ÊNCIA DE

ILEGALIDADE . PRECEDENTES . ORDEM DENEGADA . 1. A fuga do distrito da culpa é

dado conducente à decretação da prisão preventiva para garantir a instrução criminal e

assegurar a aplicação da lei penal. Precedentes: HC 101356/RJ, rel. Min. Ayres Britto, 2ª

Turma, DJ 2-3-2011; HC 101934/RS, rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ de 14/9/2010; HC

95.159/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJ 12.06.2009; HC 102021/PA, rel. Min. Ellen

Gracie, 2ª Turma, DJ de 24/9/2010; HC 98145/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, Pleno, DJ de

25/6/2010; HC 101309/PE, Rel. Min. Ayres Britto, 1ª Turma, DJ de 7/5/2010. 2. A gravidade in

concreto do delito ante o modus operandi empregado, enseja também a decretação da medida

para garantia da ordem pública por força da expressiva periculosidade do agente. 3. In casu, o

paciente sofre a imputação do tráfico de 2.110 gramas de cocaína, dado concreto extraído dos

autos que, mercê da quantidade e da natureza da substância, permite concluir pela

periculosidade social do paciente. 4. Parecer do MPF pela denegação da ordem. 5. Ordem

DENEGADA.

Decisão

Por maioria de votos, a Turma denegou a ordem de habeas corpus e cassou a liminar anteriormente

deferida, nos termos do voto do Senhor Ministro Luiz Fux, Redator para o acórdão, vencido o Senhor

Ministro Marco Aurélio, Relator. Presidência da Senhora

Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 31.5.2011.

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E MENTA: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TENTATIVA DE HOMICÍDIO (ART.

121 C/C ART. 14, INCISO II, DO CÓDIGO PENAL). PRISÃO PREVENTIVA. ORDEM

PÚBLICA. PACIENTE ASSOCIADO A MEMBRO DE EXTENOSA ORGANIZAÇÃO

CRIMINOSA (P.C.C.). PERICULOSIDADE IN CONCRETO. EXCESSO DE PRAZO NÃO

CONFIGURADO. SENTENÇA DE PRONÚNCIA PROFERIDA. ORDEM DENEGADA. 1. A

utilização promíscua do habeas corpus como substitutivo de recurso ordinário deve ser

combatida, sob pena de banalização da garantia constitucional, tanto mais quando não há

teratologia a eliminar, como no caso sub judice, em que a prisão preventiva se fez sob fundamento

hígido e o alegado excesso de prazo encontra-se superado ante a prolação de sentença de

pronúncia. 2. A periculosidade in concreto do paciente pode exurgir do caso concreto, por isso

que, in casu, emerge da sua associação a pessoa apontada como integrante de extensa organização

criminosa (P.C.C.) na fase de planejamento do delito, legitimando a prisão preventiva como

garantia da ordem pública – art. 312 do CPP. 3. O excesso de prazo é possível de superação como

in casu, posto já proferida sentença de pronúncia. 4. O habeas corpus concedido em favor de

corréu por motivos pessoais não aproveita o outro imputado, máxime quando o mesmo não

impugna a validade da prisão preventiva, limitando-se a determinar novo julgamento pelo STJ,

ante a ofensa ao princípio do Colegiado, e o outro afronta a custódia cautelar. 5. Parecer do MPF

pela denegação da ordem. 6. Ordem DENEGADA.

Decisão

Por maioria de votos, a Turma denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto do Senhor

Ministro Luiz Fux, Redator para o acórdão, vencidos os Senhores Ministros Marco Aurélio, Relator, e

Dias Toffoli. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia.

1ª Turma, 24.5.2011.

MENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. PRISÃO

PREVENTIVA. DECISÃO FUNDAMENTADA NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA.

PARTICIPAÇÃO EM ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. REQUISITOS DO ART. 312 DO

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL DEMONSTRADOS. HABEAS CORPUS DENEGADO. 1. A

decretação da prisão preventiva baseada na garantia da ordem pública está devidamente

fundamentada em fatos concretos a justificar a prisão cautelar, especialmente em razão da

participação do Impetrante/Paciente em organização criminosa. Precedentes. 2. Ordem denegada.

Decisão

A Turma denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto da Relatora. Unânime. Não participou,

justificadamente, deste julgamento, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da Senhora Ministra

Cármen Lúcia. 1ª Turma, 3.5.2011.

EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PROCESSO PENAL. HOMICÍDIO

TRIPLAMENTE QUALIFICADO. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO

CAUTELAR IDÔNEA DA DECISÃO QUE DECRETOU A PRISÃO PREVENTIVA.

IMPROCEDÊNCIA. ORDEM DENEGADA. 1 . Existem fundamentos autônomos e suficientes

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para a manutenção da prisão do Paciente: a garantia da ordem pública em razão da

periculosidade (crueldade) evidenciada pelo modus operandi e a garantia de aplicação da lei

penal devido ao risco concreto de que o Paciente venha a foragir. 2. Apesar de sucinta, a decisão

está fundada em elementos concretos devidamente comprovados nos autos. 3. Ordem denegada.

Decisão

Por maioria de votos, a Turma denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto da Relatora,

vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Dias Toffoli.

Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma,

12.4.2011.

EMENTA: HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA. PRESENÇA DOS SEUS

REQUISITOS. ORDEM DENEGADA. Justifica-se a prisão preventiva (que não se confunde com

execução provisória) decretada para garantia da ordem pública e da aplicação da lei penal, tendo

em vista a alta periculosidade do paciente e o fato de ele ter fugido após o crime, conforme se

infere da decisão que decretou a custódia cautelar e da sentença condenatória. A primariedade, os

bons antecedentes, a ocupação lícita e a residência fixa do paciente não impedem a decretação da

sua prisão preventiva, se presentes os seus requisitos, como ocorre no caso. O fato de o paciente

estar preso desde 6.7.2007 não configura, no caso, excesso de prazo, uma vez que ele já foi

condenado em primeira e segunda instâncias, estando o processo de origem, atualmente, à espera

do julgamento de agravo de instrumento interposto ao Superior Tribunal de Justiça. Habeas

corpus denegado.

Decisão

Indeferida a ordem, nos termos do voto do Relator, vencido o Senhor Ministro Celso de Mello que

concedia, de ofício, a ordem de habeas corpus. Falou, pelo paciente, o Dr. Jânio Rocha de Siqueira e,

pelo Ministério Público Federal, o Dr. Mário José Gisi.

2ª Turma, 22.03.2011.

EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. HOMICÍDIO

DUPLAMENTE QUALIFICADO E FORMAÇÃO DE QUADRILHA. 1. ALEGAÇÃO DE

EXCESSO DE PRAZO. MATÉRIA QUE, PARA SER APRECIADA, DEMANDARIA DUPLA

SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. 2. FUNDAMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA.

PERICULOSIDADE EVIDENCIADA PELO MODUS OPERANDI. FUNDAMENTO

SUFICIENTE E IDÔNEO PARA A PRISÃO DO PACIENTE. 1. Não apreciada pelo Tribunal de

Justiça do Espírito Santo a alegação de excesso de prazo e tendo o Superior Tribunal de Justiça

assentado a impossibilidade de examinar essa matéria, sob pena de supressão de instância, não

cabe ao Supremo Tribunal Federal dela conhecer originariamente, sob pena de dupla supressão

de instância. 2. Garantia da ordem pública evidenciada pela periculosidade e pelo modus

operandi. Fundamento suficiente e idôneo para a manutenção da prisão do ora Paciente.

Precedentes. 3. Habeas corpus conhecido em parte e, na parte conhecida, ordem denegada.

Decisão

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Por maioria de votos, a Turma conheceu, em parte, da ordem de habeas corpus e, nesta parte, a

denegou, nos termos do voto da Relatora, vencido o Ministro Marco Aurélio. Presidência da Ministra

Cármen Lúcia. 1ª Turma, 15.2.2011.

HC 104877 / RJ - RIO DE JANEIRO ../jurisprudencia/lis HC104877 / RJ - R

Relator(a): Min. AYRES BRITTO

Julgamento: 01/03/2011 Órgão Julgador: Segunda Turma

DJe-116 DIVULG 16-06-2011 PUBLIC 17-06-2011

EMENT VOL-02546-01 PP-00168

PACTE.(S) : LUIZ ROBERTO ESQUINCALHA JUNIOR

IMPTE.(S) : LUIZ ROBERTO ESQUINCALHA JUNIOR

ADV.(A/S) : ROBERTA MILHORANCE ESQUINCALHA

COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE LATROCÍNIO. ALEGADA NULIDADE

PROCESSUAL. MATÉRIA NÃO SUBMETIDA A EXAME DO SUPERIOR TRIBUNAL DE

JUSTIÇA. PRISÃO PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. PRISÃO

EMBASADA NA CONTEXTURA FACTUAL DOS AUTOS. RISCO CONCRETO DE

REITERAÇÃO NA PRÁTICA DELITUOSA. ACAUTELAMENTO DO MEIO SOCIAL.

ORDEM DENEGADA. 1. ..... 2. O conceito jurídico de ordem pública não se confunde com

incolumidade das pessoas e do patrimônio (art. 144 da CF/88). Sem embargo, ordem pública se

constitui em bem jurídico que pode resultar mais ou menos fragilizado pelo modo personalizado

com que se dá a concreta violação da integridade das pessoas ou do patrimônio de terceiros, tanto

quanto da saúde pública (nas hipóteses de tráfico de entorpecentes e drogas afins). Daí sua

categorização jurídico-positiva, não como descrição do delito nem da cominação de pena, porém

como pressuposto de prisão cautelar; ou seja, como imperiosa necessidade de acautelar o meio

social contra fatores de perturbação que já se localizam na gravidade incomum da execução de

certos crimes. Não da incomum gravidade abstrata desse ou daquele crime, mas da incomum

gravidade na perpetração em si do crime, levando à consistente ilação de que, solto, o agente

reincidirá no delito. Donde o vínculo operacional entre necessidade de preservação da ordem

pública e acautelamento do meio social. Logo, conceito de ordem pública que se desvincula do

conceito de incolumidade das pessoas e do patrimônio alheio (assim como da violação à saúde

pública), mas que se enlaça umbilicalmente à noção de acautelamento do meio social. 3. É certo

que, para condenar penalmente alguém, o órgão julgador tem de olhar para trás e ver em que

medida os fatos delituosos e suas coordenadas dão conta da culpabilidade do acusado. Já no

tocante à decretação da prisão preventiva, se também é certo que o juiz valora esses mesmos fatos

e vetores, ele o faz na perspectiva da aferição da periculosidade do agente. Não propriamente da

culpabilidade. Logo, o quantum da pena está para a culpabilidade do agente assim como o

decreto de prisão preventiva está para a periculosidade, pois é tal periculosidade que pode colocar

em risco o meio social quanto à possibilidade de reiteração delitiva (cuidando-se, claro, de prisão

preventiva com fundamento na garantia da ordem pública). 4. Na concreta situação dos autos, o

fundamento da garantia da ordem pública, tal como lançado, basta para validamente sustentar a

prisão processual do paciente. Prisão que se lastreia no concreto risco de reiteração criminosa.

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Pelo que não há como refugar a aplicabilidade do conceito de ordem pública se o caso em análise

evidencia a necessidade de acautelamento do meio social quanto àquele risco da reiteração

delitiva. Situação que atende à finalidade do art. 312 do CPP. 5. Não há que se falar em

inidoneidade do decreto de prisão, se este embasa a custódia cautelar a partir do contexto

empírico da causa. Contexto revelador da incomum gravidade da conduta protagonizada pelo

paciente, caracterizada pela exacerbação de meios. A evidenciar, portanto, periculosidade envolta

em atmosfera de concreta probabilidade de sua reiteração; até mesmo pela consideração de que o

paciente já foi condenado definitivamente por outro crime de roubo. Precedentes: HCs 92.735, da

relatoria do ministro Cezar Peluso; 96.977, da relatoria do ministro Ricardo Lewandowski;

96.579 e 98.143, da relatoria da ministra Ellen Gracie; bem como 85.248, 98.928 e 94.838-AgR, da

minha relatoria. 6. Em suma, sempre que a maneira da perpetração do delito revelar de pronto a

extrema periculosidade do agente, abre-se ao decreto prisional a possibilidade de estabelecer um

vínculo funcional entre o modus operandi do suposto crime e a garantia da ordem pública.

Precedentes: HCs 93.012 e 90.413, da relatoria dos ministros Menezes Direito e Ricardo

Lewandowski, respectivamente. 7. Ordem denegada.

Decisão

A Turma, por votação unânime, conheceu, em parte, do pedido de habeas

corpus, e na parte de que conheceu, indeferiu-o, nos termos do voto do

Relator. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro

Gilmar Mendes. Presidiu, este

julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. 2ª Turma, 01.03.2011

Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de

descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas

cautelares (art. 282, § 4o).” (NR) – a) Qualquer delito? b) Exigência dos fundamentos

do caput?

“Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão

preventiva:

I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4

(quatro) anos;

Súmula 723, STF – "Não se admite suspensão condicional do processo por crime continuado, se a

soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um

ano".

Súmula 243 STJ – "O benefício da suspensão condicional do processo não é aplicável em relação às

infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando

a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite

de um (01) ano".

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II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em

julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848,

de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;

III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,

adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das

medidas protetivas de urgência; a) Qualquer delito? b) Exigência dos fundamentos do

caput?

“CAPÍTULO IV

DA PRISÃO DOMICILIAR”

“Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em

sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial.” (NR)

“Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o

agente for:

I - maior de 80 (oitenta) anos;

II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;

III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade

ou com deficiência;

IV - gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco.

Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos

estabelecidos neste artigo.” (NR)

Falta de local adequado à prisão preventiva e a prisão domiciliar (?) duas correntes:

a) Poder geral de cautela do Juiz

b) Poder de cautela restrito. Medida cautelar afeta a liberdade individual: sujeita à

tipicidade processual penal como garantia da reserva legal.

“PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIMES CONTRA A ORDEM

TRIBUTÁRIA E CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PRISÃO

PREVENTIVA REVOGADA COM DETERMINAÇÃO DE AFASTAMENTO

DO CARGO. ART. 20, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI 8.429/92. APLICAÇÃO

NO PROCESSO PENAL. INVIABILIDADE. PODER GERAL DE CAUTELA

NO PROCESSO PENAL PARA FINS RESTRITIVOS. INEXISTÊNCIA.

1. É inviável, no seio do processo penal, determinar-se, quando da revogação da

prisão preventiva, o afastamento do cargo disciplinando no art. 20, parágrafo

único, da Lei 8.429/92, previsto para casos de improbidade administrativa.

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2. Não há falar, para fins restritivos, de poder geral de cautela no processo penal.

Tal concepção esbarra nos princípios da legalidade e da presunção de inocência.

3. Ordem concedida para revogar a providência do art. 20, parágrafo único, da Lei

8.429/92, determinada pelo Tribunal a quo, no seio da ação penal n°

2007.70.09.001531-6, da 1.ª Vara Federal de Ponta Grossa/PR”.

(STJ. HABEAS CORPUS Nº 128.599-PR, Relatora MINISTRA MARIA

THEREZA DE ASSIS MOURA, julgado em 07/12/2010).

“CAPÍTULO V

DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES”

“Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:

I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz,

para informar e justificar atividades;

II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por

circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante

desses locais para evitar o risco de novas infrações;

III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias

relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;

IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou

necessária para a investigação ou instrução; Direito de acompanhar a instrução

criminal e não dever.

V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o

investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; Detração?

VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica

ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações

penais;

VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com

violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-

imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; Arts. 149, 150, 378

do CPP

VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do

processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada

à ordem judicial;

IX - monitoração eletrônica.

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§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título,

podendo ser cumulada com outras medidas cautelares.” (NR) Desvinculada da prisão

em flagrante delito.

“Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às

autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o

indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro)

horas.” (NR)

“Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o

juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas

cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do

art. 282 deste Código.

“Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de

infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.

Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em

48 (quarenta e oito) horas.” (NR)

Súmula 81 STJ – "Não se concede fiança quando, em concurso material, a soma das penas mínimas

cominadas for superior a dois anos de reclusão".

Também há decisões do STF nesse sentido: "Não se concede fiança ao réu que responde por crimes

em concurso material, cujas penas mínimas somadas excedam dois anos de privação de liberdade"

(RT 102/624 e 116/511). Também aqui, obviamente, mutatis mutandis, o mesmo raciocínio deve ser

estendido aos casos de exasperações do concurso formal e do crime continuado.

“Art. 323. Não será concedida fiança:

I - nos crimes de racismo;

II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e

nos definidos como crimes hediondos;

III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem

constitucional e o

I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou

infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e

328 deste Código;

II - em caso de prisão civil ou militar;

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III - (revogado);

IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva

(art. 312).” (NR)

“Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes

limites:

I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena

privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;

II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena

privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos.

§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser:

I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código;

II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (R$ 181,66)

III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (R$ 109 milhões)

“Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença

condenatória.” (NR)

“Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da fiança, o

preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz

competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.” (NR)

“Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das

custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for

condenado.

Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescrição depois da

sentença condenatória (art. 110 do Código Penal).” (NR)

“Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que

houver absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir,

atualizado, será restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art.

336 deste Código.” (NR)

“Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado:

I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo

justo;

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II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo;

III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;

IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;

V - praticar nova infração penal dolosa.” (NR)

“Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do

seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou,

se for o caso, a decretação da prisão preventiva.” (NR)

“Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o

acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente

imposta.” (NR)

“Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e mais

encargos a que o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na

forma da lei.” (NR)

“Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas no art. 345

deste Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.”

(NR)

“Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica

do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações

constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o

caso.

Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das

obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282 deste

Código.” (NR)

“Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço público

relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral.” (NR)

Art. 2o O Decreto-Lei n

o 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal, passa a

vigorar acrescido do seguinte art. 289-A:

“Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado

de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para

essa finalidade.

§ 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no mandado

de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da

competência territorial do juiz que o expediu.

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§ 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que sem

registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções necessárias

para averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que a

decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na forma

do caput deste artigo.

§ 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cumprimento

da medida o qual providenciará a certidão extraída do registro do Conselho

Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou.

§ 4o O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII do art.

5o da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu

advogado, será comunicado à Defensoria Pública.

§ 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pessoa do

executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2o do art. 290

deste Código.

§ 6o O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado de

prisão a que se refere o caput deste artigo.”

Art. 3o Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após a data de sua publicação oficial.

Art. 4o São revogados o art. 298, o inciso IV do art. 313, os §§ 1

o a 3

o do art. 319, os incisos I e II

do art. 321, os incisos IV e V do art. 323, o inciso III do art. 324, o § 2o e seus incisos I, II e III do art.

325 e os arts. 393 e 595, todos do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo

Penal.

Brasília, 4 de maio de 2011; 190o da Independência e 123

o da República.

DILMA ROUSSEFF

José Eduardo Cardozo

1. LENART, André. Garantismo à brasileira. Texto disponível no seguinte link:

http://reservadejustica.wordpress.com/tag/garantismo-a-brasileira. De fato, como diz o referido

Juiz Federal, o que muito se tem visto, a título de "garantismo", nada mais é que um discurso

interessado, legitimador da impunidade por meio da desmedida exaltação das liberdades

individuais e de verdadeiro abuso do direito de defesa. Esse discurso distorcido geralmente é

forjado no seio de alguns grandes escritórios de advocacia criminal, os quais escrevem tendo em

mira os criminosos do colarinho branco, pela qual são pagos, utilizando, todavia, o sedutor

discurso de defesa dos menos favorecidos economicamente, como se a existência destes não

pudesse ser atribuída, em boa parte, àqueles que eles efetivamente defendem: empreendedores

gananciosos, corruptos descarados, políticos desonestos, enfim roedores de toda sorte, que

aviltam a nação. Mas o que realmente há que se lamentar é que esse discurso interessado na

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defesa das próprias causas, cada vez mais, vem recebendo acolhida por parte de setores do

Judiciário e da academia brasileira, visto que o discurso "garantista" é replicado em "obras" que

se citam mutuamente, em verdadeira endogenia dos autores.

BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA

GOMES, Luiz Flávio & MARQUES, Ivan Luís. Prisão e medidas cautelares. Revista dos Tribunais.

GRINOVER, Ada Pellegrini & FERNANDES, Antonio Scarance & GOMES FILHO, Antonio Magalhães. As nulidades no processo penal. Malheiros.

NUCCI, Guilherme de Souza. Prisão e liberdade. Revista dos tribunais

SILVA, Amaury & SANTOS, Felipe Miranda dos. Liberdade provisória e outras medidas cautelares. JH Mizuno.

BIBLIOGRAFIA GERAL

AVENA, Norberto. Processo penal esquematizado. Método.

FERNANDES, Antonio Scarance. Processo penal constitucional. RT.

FERRAJOLI, Luigi. Direito e razão. RT

GOMES FILHO, Antonio Magalhães. A motivação das decisões penais. RT

LOPES JR, Aury. Introdução crítica ao processo penal. Lumen.

MARQUES, José Frederico. Elementos de direito processual penal. Bookseller.

NUCCI, Guilherme de Souza. Código de processo penal comentado. RT.

OLIVEIRA, Eugênio Pacelli. Curso de processo penal. Lumen.

PRADO, Geraldo. Sistema acusatório. Lumen

RANGEL, Paulo. Direito processual penal. Lumens Júris.

SCHMITT, Ricardo Augusto. Sentença penal condenatória. Podivm.

TÁVORA, Nestor & ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de direito processual penal. Ed. Podium.