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Conceitos e Classificações Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou incremento em passivos, que resultem em decréscimo do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da entidade. Despesa Orçamentária Pública aquela executada por entidade pública e que depende de autorização legislativa para sua realização, por meio da Lei Orçamentária Anual ou de Créditos Adicionais, pertencendo ao exercício financeiro da emissão do respectivo empenho. Classificação/Institucional/ Funcional/ Programática A classificação institucional visa a identificar em qual órgão e unidade orçamentária foi aplicado determinado recurso. É composta pelos seguintes dígitos: Órgão Unidade Orçamentária Não necessariamente uma Unidade Orçamentária é uma unidade administrativa, como, por exemplo, a Unidade Orçamentária “Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios”. Um órgão é o agrupamento de diversas unidades. A classificação funcional atual foi instituída pela Portaria nº 42 do então Ministério de Orçamento e Gestão (MOG), atual MPOG. Esta classificação serve como agregador dos gastos públicos, nas diversas áreas de atuação, e é obrigatória para todos os entes, diferentemente dos programas, em que cada ente pode criar os seus. Ela indica em que área a despesa será empregada e obedece à seguinte estrutura: Função Subfunção A função é relacionada à missão institucional do órgão e geralmente é ligada a um ministério, por exemplo: Saúde e Defesa. O maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público executar é a função.

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Conceitos e Classificações

Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou incremento em passivos, que resultem em decréscimo do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da entidade.

Despesa Orçamentária Pública aquela executada por entidade pública e que depende de autorização legislativa para sua realização, por meio da Lei Orçamentária Anual ou de Créditos Adicionais, pertencendo ao exercício financeiro da emissão do respectivo empenho.

Classificação/Institucional/ Funcional/ Programática

A classificação institucional visa a identificar em qual órgão e unidade orçamentária foi aplicado determinado recurso. É composta pelos seguintes dígitos:

Órgão Unidade Orçamentária

Não necessariamente uma Unidade Orçamentária é uma unidade administrativa, como, por exemplo, a Unidade Orçamentária “Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios”. Um órgão é o agrupamento de diversas unidades.

A classificação funcional atual foi instituída pela Portaria nº 42 do então Ministério de Orçamento e Gestão (MOG), atual MPOG. Esta classificação serve como agregador dos gastos públicos, nas diversas áreas de atuação, e é obrigatória para todos os entes, diferentemente dos programas, em que cada ente pode criar os seus. Ela indica em que área a despesa será empregada e obedece à seguinte estrutura:

Função Subfunção

A função é relacionada à missão institucional do órgão e geralmente é ligada a um ministério, por exemplo: Saúde e Defesa. O maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público executar é a função.

A subfunção representa um nível de agregação imediatamente inferior à função. Pode ser ligada a qualquer função, com exceção da função 28 – Encargos Especiais e suas subfunções típicas que só podem ser utilizadas conjugadas. Logo, há matricialidade entre funções e subfunções.

Cada programa então é dividido em ações. As ações são maneiras de executar um programa. Um programa muito conhecido é o “Bolsa Família”. Quando o governo quer resolver um problema ele inventa um programa, articulado por ações.

A classificação programática obedece à seguinte estrutura:

Programa Ação Subtítulo

A ação é o instrumento de programação para alcançar os objetivos de um programa.

Tipos de AçãoPrimeiro Dígito Tipo Definição

É um instrumento de programação utilizado paraalcançar o objetivo de um programa, envolvendo um

1,3,5 ou 7 Projetoconjunto de operações, limitadas no tempo, dasquais resulta um produto que concorre para aexpansão ou o aperfeiçoamento da ação deGoverno. Exemplo: “Implantação da rede nacional debancos de leite humano”.É um instrumento de programação utilizado paraalcançar o objetivo de um programa, envolvendo umconjunto de operações que se realizam de modo

2, 4, 6 ou 8 Atividadecontínuo e permanente, das quais resulta um

produto ou serviço necessário à manutenção da açãode Governo. Exemplo: “Fiscalização e Monitoramentodas Operadoras de Planos e Seguros Privados deAssistência à Saúde”.Despesas que não contribuem para a manutenção,

0Operação

expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo,

das quais não resulta um produto, enão geraEspecial

contraprestação direta sob a forma de bens ouserviços.

O subtítulo ou localizador do gasto identifica onde o recurso está sendo empregado, se em âmbito nacional, regional ou no exterior. Por exemplo, se a programação tem um subtítulo 0001, quer dizer que esta ação é executada em âmbito nacional.

Importante!

Função maior nível de agregação do gasto público.

Programa instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto de ações.

Classificação Econômica da Despesa

A lei 4.320 traz no seu artigo 15 que, na Lei de Orçamento, a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos. Entretanto, de acordo com o artigo 6º da portaria STN/SOF 163, na lei orçamentária, a discriminação da despesa, quanto à sua natureza, far-se-á, no mínimo, por categoria econômica, grupo de natureza de despesa e modalidade de aplicação. O que vale é a portaria.

A classificação da despesa, segundo a sua natureza, compõe-se de:

I – categoria econômica;II – grupo de natureza da despesa; eIII – elemento de despesa.

Além disso, a natureza de despesa será complementada com a Modalidade de Aplicação.

São categorias econômicas da Despesa:

3 – Despesas Correntes4 – Despesas de Capital

Despesas Correntes são aquelas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.

Despesas de Capital são aquelas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.

O Grupo de Natureza da Despesa é um agregador de elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de gasto.Logo, dentro das Categorias Correntes e de Capital, temos o Grupo, que pode ser assim detalhado:

Há ainda o Grupo 9 (Reserva de Contingências), que compreende o volume de recursos destinados ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos, bem como eventos fiscais imprevistos. A reserva de contingência não é despesa corrente nem de capital, mas obedece a uma classificação própria: “9.9.99.99.99”.

A natureza da despesa será complementada pela informação gerencial denominada Modalidade de Aplicação, a qual tem por finalidade indicar se os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de Governo ou por outro ente da Federação e suas respectivas entidades, e objetiva, precipuamente, possibilitar a eliminação da dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados. Se minha modalidade de aplicação é 90, eu sei que estou empregando os recursos diretamente. Se for 71, eu sei que fiz uma transferência a um Consórcio Público.

E assim vai...

O Elemento de Despesa tem por finalidade identificar o objeto do gasto, como, por exemplo, o elemento 30 – material de consumo e o elemento 52 – material permanente.

É vedada a utilização em projetos e atividades dos elementos de despesa 41-Contribuições, 42-Auxílios e 43-Subvenções Sociais, o que pode ocorrer apenas em operações especiais.

É vedada a utilização de elementos de despesa que representem gastos efetivos (ex.: 30, 35, 36, 39, 51, 52, etc.) em operações especiais.

Classificação Econômica da lei 4.320/64

A lei 4.320/64 traz uma classificação econômica da despesa diferente das outras normas. Segue uma tabela para ajudar. Em vermelho estão aquelas que são mais cobradas.

Classificação da Despesa pela lei 4.320/64Pessoal Civil

Despesas de CusteioPessoal Militar

Material de ConsumoServiços de TerceirosEncargos Diversos

DESPESASSubvenções Sociais

Subvenções EconômicasCORRENTES

InativosTransferências

PensionistasCorrentes

Salário Família e Abono FamiliarJuros da Dívida PúblicaContribuições de Previdência SocialDiversas Transferências CorrentesObras PúblicasServiços em Regime de ProgramaçãoEspecial

InvestimentosEquipamentos e Instalações

Material PermanenteParticipação em Constituição ouAumento de Capital de Empresas ouEntidades Industriais ou AgrícolasAquisição de ImóveisParticipação em Constituição ou

DESPESASAumento de Capital de Empresas ouEntidades Comerciais ou Financeiras

DE CAPITAL Inversões Financeiras Aquisição de Títulos Representativosde Capital de Empresa emFuncionamentoConstituição de Fundos RotativosConcessão de Empréstimos

Diversas Inversões FinanceirasAmortização da Dívida Pública

Transferências deAuxílios para Obras Públicas

Auxílios para Equipamentos eCapital

InstalaçõesAuxílios para Inversões FinanceirasOutras Contribuições.

Podem surgir questões assim:

1. As amortizações da dívida pública são transferências de capital.

CERTO OU ERRADO???.....................................

2. Os Juros da Dívida Pública são transferências correntes.

CERTO OU ERRADO???.................................................

Entre as despesas de capital, as que mais têm chance de confundi-los são os Investimentos e as Inversões Financeiras.

Investimentos dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro.

Inversões Financeiras dotações destinadas à aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização; de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.

Minha sugestão é que memorizem os Investimentos. O que sobrar é Inversão.

Entre as despesas correntes, dou ênfase para as despesas de custeio e as subvenções.

Despesas de custeio dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.

Etapas da Despesa Orçamentária

São etapas da despesa orçamentária, de acordo com o Manual de Despesa Nacional:

Planejamento

A etapa do planejamento e contratação abrange, de modo geral, a fixação da despesa orçamentária, a descentralização/movimentação de créditos, a programação orçamentária e financeira e o processo de licitação.

Execução (ELP)

Empenho de acordo com a lei 4.320/64 é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

O pagamento ocorre somente após o implemento de condição, que é a liquidação. O “ou não” foi objeto de veto à época da publicação da lei 4.320/64, mas o veto foi derrubado pelo Congresso Nacional, prejudicando a correta definição de

LEI 4.320/64

empenho.

A função do empenho é deduzir seu valor da dotação adequada, por força do compromisso assumido.

Não existe a realização da despesa sem prévio empenho e o empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos. O que pode ser dispensada em casos excepcionais é a emissão da “nota de empenho”, que é um documento que materializa o empenho. São tipos de empenho o ordinário, o estimativo e o global.

Classificação dos Empenhos

Ordinário é o tipo de empenho utilizado para as despesas de valor fixo e previamente determinado, cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez.

Estimativo é o tipo de empenho utilizado para as despesas cujo montante não se pode determinar previamente, tais como serviços de fornecimento de água e energia elétrica, aquisição de combustíveis e lubrificantes e outros.

Global é o tipo de empenho utilizado para despesas contratuais ou outras de valor determinado, sujeitas a parcelamento, como, por exemplo, os compromissos decorrentes de aluguéis.

Liquidação consiste na verificação do direito adquirido pelo credor ou entidade beneficiaria, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito ou da habilitação ao benefício. Esta verificação tem por fim apurar:

a) a origem e o objeto do que se deve pagar; b) a importância exata a pagar; e c) a quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação.

As despesas com fornecimento ou com serviços prestados terão por base:

a) O contrato, ajuste ou acordo respectivo; b) A nota de empenho; e c) Os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva dos serviços.

Pagamento é a entrega do numerário ao credor. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa liquidada seja paga. O pagamento só pode ocorrer após regular liquidação.

Controle e Avaliação

Esta fase compreende a fiscalização realizada pelos órgãos de controle e pela sociedade.