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Riscos e Impactos Ambientais Conteúdo 1. Conceitos básicos de gerenciamento de riscos 2. Riscos para pessoas e medidas de proteção 3. Riscos ambientais e medidas de proteção 4. Conceitos de Impacto ambiental 5. Relação entre EIA-RIMA, EAR e PGR 1 - CONCEITOS BÁSICOS DE GERENCIAMENTO DE RISCO Conforme apresentado em livro do Center for Chemical Process Safety (CCPS) do American Institute of Chemical Engineers, Gerenciamento de Riscos pode ser definido como: “Aplicação sistemática de políticas de gestão, procedimentos e práticas de análises, avaliação e controle dos riscos, com o objetivo de proteger os funcionários, o público em geral, o meio ambiente e as instalações, evitando a interrupção do processo” De uma maneira geral, o gerenciamento de riscos pode ser entendido como um processo,cujos passos básicos são: 1. Identificação dos perigos; 2. Análise dos riscos; 3. Implementação de um plano de controle/redução dos riscos; 4. Monitoração do plano 5. Reavaliação periódica do plano PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS *Passos básicos: Conforme indicado no quadro acima, os dois primeiros passos constituem a fase de análise do gerenciamento dos riscos: primeiramente, busca-se identificar todos os perigos (ou seja, as fontes de risco). Existem várias técnicas para isso. O segundo passo consiste na avaliação dos riscos decorrentes dos perigos Página 1 de 7 Riscos e Impactos Ambientais – Prof. Ana Carolina

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Riscos e Impactos AmbientaisConteúdo

1. Conceitos básicos de gerenciamento de riscos2. Riscos para pessoas e medidas de proteção3. Riscos ambientais e medidas de proteção4. Conceitos de Impacto ambiental5. Relação entre EIA-RIMA, EAR e PGR

1 - CONCEITOS BÁSICOS DE GERENCIAMENTO DE RISCO

Conforme apresentado em livro do Center for Chemical Process Safety (CCPS) do American Institute of Chemical Engineers, Gerenciamento de Riscos pode ser definido como:

“Aplicação sistemática de políticas de gestão, procedimentos e práticas de análises, avaliação e controle dos riscos, com o objetivo de proteger os funcionários, o público em geral, o meio ambiente e

as instalações, evitando a interrupção do processo”

De uma maneira geral, o gerenciamento de riscos pode ser entendido como um processo,cujos passos básicos são:1. Identificação dos perigos;2. Análise dos riscos;3. Implementação de um plano de controle/redução dos riscos;4. Monitoração do plano5. Reavaliação periódica do plano

PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS

*Passos básicos:

Conforme indicado no quadro acima, os dois primeiros passos constituem a fase de análise do gerenciamento dos riscos: primeiramente, busca-se identificar todos os perigos (ou seja, as fontes de risco). Existem várias técnicas para isso. O segundo passo consiste na avaliação dos riscos decorrentes dos perigos identificados. Este passo é essencial para se poder traçar um plano de controle/redução de riscos que seja otimizado, ou seja, que aloque os recursos existentes de acordo com o nível de risco de cada perigo.

Como indicado no quadro abaixo, os três passos seguintes, a implementação, a monitoração e a reavaliação periódica do plano de controle/redução de risco constituem a fase de gerenciamento propriamente dita.

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Pode-se ainda dizer que Gerenciamento de Risco:- É um processo de decisão no qual escolhas podem ser feitas dentre um conjunto de alternativas capazes de atingir a um “resultado requerido”

Os resultados requeridos de um Programa de Gerenciamento de Risco podem decorrer de:- Exigências regulatórias (legislação)- Normas ambientais internacionais ou- Normas ou procedimentos da própria empresa

Em última instância, os seus resultados devem sempre resultar na redução dos riscos para níveis “toleráveis ou aceitáveis” dentro das restrições impostas pelos recursos disponíveis.

Dois conceitos fundamentais para o programa de gerenciamento de risco são: a comunicação de riscos e a percepção de riscos.

COMUNICAÇÂO DE RISCOS- Tem ganho cada vez mais espaço na área de gerenciamento de risco- Trata da maneira como as informações relacionadas a riscos são comunicadas às partes interessadas- Diretamente relacionada à percepção de risco- Pode ser uma transmissão de uma única via- Ex.: Propaganda de segurança de determinado processo- Pode ser uma via de mão dupla - Troca de informações entre os avaliadores e as partes interessadas (audiência pública, debates, workshops, etc.).

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PERCEPÇÃO DE RISCO *- Envolve crenças, atitudes, julgamentos e sentimentos de pessoas- Envolve valores sociais e culturais adotados pelas pessoas em relação aos perigos e seus benefícios- Um fator fundamental no julgamento sobre se determinado risco é “aceitável” e se as medidas de gerenciamento de risco são suficientes ou não para a solução do problema

2 - RISCO PARA PESSOAS E MEDIDAS DE PROTEÇÃO

Uma das formas de classificação de riscos reside na sua diferenciação quanto ao tipo de recurso vulnerável que é objeto do dano causado pelo acidente. Dessa forma, os riscos podem ser: para pessoas, para o meio ambiente e para o patrimônio da empresa ou da sociedade.

No que se refere aos riscos para pessoas, existe ainda uma forma de classificação baseada no tipo de consequência avaliada. Conforme mostrado no quadro abaixo, as consequências podem ser: fatalidades, ferimentos, doenças e defeitos genéticos.

Conforme também indicado no quadro abaixo, as fatalidades podem ser imediatas (na mesma época da ocorrência do acidente) ou retardadas (alguns ou vários anos após o acidente). Os ferimentos podem também ser classificados em temporários ou permanentes e as doenças podem ser agudas ou crônicas.

O risco de defeito genético causado pelos efeitos do acidente refere-se à possibilidade de ocorrência de mutações indesejadas em indivíduos descendentes daqueles que sofreram os efeitos causados pelo acidente.

De um modo geral, nas análises quantitativas de risco realizadas para instalações que lidam com produtos perigosos, avalia-se apenas os riscos de fatalidades imediatas, como indicador dos riscos das instalações analisadas. De um modo geral, esse indicador é suficiente para se obter uma clara diferenciação das instalações de alto risco das de baixo risco.

RISCO PARA PESSOAS

As consequências podem ser de vários tipos:

De um modo geral, avalia-se apenas o risco de fatalidade imediata No setor nuclear, avalia-se também os riscos de fatalidade retardada e de defeito genético.

A segurança das instalações que lidam com produtos perigosos é garantida através da colocação de uma série de camadas de proteção, as quais constituem barreiras com o objetivo de prevenir a ocorrência de acidentes, reduzir a sua chance de propagação e minimizar as suas consequências, caso venha a ocorrer. Tipicamente, as camadas de proteção existentes nas instalações com produtos perigosos são as seguintes (ver quadro abaixo):

O próprio projeto da instalação que é feito de acordo com normas que refletem a experiência e as boas práticas de engenharia de segurança;

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Os sistemas de controle, os alarmes de desvios de controle de processo e os operadores que são treinados para responder a esses alarmes;

Os sistemas de alarmes críticos, indicadores da ocorrência de um desvio crítico para a segurança e a intervenção manual dos operadores, também treinados para essas situações;

Os sistemas instrumentados de segurança (SIS), constituídos atualmente por sistemas eletrônicos computadorizados;

Os dispositivos de proteção física, tais como os dispositivos (válvulas) de alívio de pressão e os diques de contenção;

Como últimas camadas, visando minimizar a magnitude das consequências, estão os planejamentos de emergência internos e externos à instalação.

CAMADAS DE PROTEÇÃO

Típicas dos atuais projetos de instalações de processos químicos

3 - RISCOS AMBIENTAIS E MEDIDAS DE PROTEÇÃO

A Resolução CONAMA-001 indica que o diagnóstico ambiental da área de influência do projeto de um empreendimento deve abranger:

a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas;

b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente;

c) o meio socioeconômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio-economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos.

RESOLUÇÃO CONAMA-001

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Com a divisão estabelecida na Resolução CONAMA-001, os principais riscos para cada um dos recursos vulneráveis são os indicados abaixo.

RISCOS PARA O MEIO AMBIENTE Meio Físico

- Contaminação do solo- Contaminação das águas- Contaminação atmosférica- Alterações climáticas

Meio Biológico e Ecossistemas Naturais- Danos à flora e à fauna

Meio Socioeconômico- Destruição de sítios/monumentos arqueológicos- Interrupção da atividade produtiva- Comprometimento futuro de meios produtivos

Por sua vez, as principais medidas de proteção para se evitar os riscos ambientais são as indicadasno quadro abaixo, sendo a principal aquela relacionada ao distanciamento físico entre o agente do perigo e o recurso vulnerável. Importantes ferramentas para isso são o zoneamento urbano e o planejamento ambiental. Outra medida importante é a busca por projetos intrinsecamente seguros (por exemplo, pela eliminação/substituição de substâncias poluidoras por outras menos poluentes). Também a implementação de PGRs é fundamental para a redução do número de acidentes.

RISCO PARA O MEIO AMBIENTE: MEDIDAS DE PROTEÇÃO Distância e separação física Zoneamento urbano e planejamento ambiental Todas as camadas de proteção Eliminação ou substituição de substâncias altamente poluidoras

por outras menos poluidoras Manter um amplo Programa de Gerenciamento de Riscos

Cabe também mencionar e destacar a Resolução 237/1997 do Conama, a qual dispõe sobre arevisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental, emparticular o seu Artigo 1º:

Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.

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