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Conceitos importantes: 1) Moeda: histórico e funções 2) O multiplicador bancário 3) Instrumentos de política monetária: a fixação de encaixes mínimos, as operações de mercado aberto e a fixação de taxas de 4) Inflação: interpretações do fenômeno, suas causas e seus efeitos Lista de Exercícios 4 – Introdução à Economia 1 LISTA 4 ANOTAÇÕES

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Conceitos importantes:

1) Moeda: histórico e funções

2) O multiplicador bancário

3) Instrumentos de política monetária: a fixação de encaixes

mínimos, as operações de mercado aberto e a fixação de

taxas de redesconto e restrição ao crédito.

4) Inflação: interpretações do fenômeno, suas causas e seus

efeitos

Lista de Exercícios 4 – Introdução à Economia 1

LISTA 4

ANOTAÇÕES

FIXAÇÃO CONCEITUAL

1. O que distingue a moeda dos demais ativos da economia? Justifique sua resposta com base nas três funções desempenhadas

pela moeda na economia.

Moeda é o conjunto de ativos da economia usados regularmente pelos agentes econômicos para comprar bens e serviços uns dos outros. Sendo assim, a moeda inclui apenas os poucos tipos de ativos que são regularmente aceitos por vendedores e compradores em suas transações. O que diferencia a moeda dos outros ativos da economia é a sua liquidez, ou seja, a facilidade que esse ativo tem de ser trocado por outros bens e serviços. Por exemplo, é deveras complicado trocar televisores de 29 polegadas por sacos de arroz ou por imóveis residenciais (o televisor é um ativo de baixa liquidez). Já a moeda, seja a moeda bancária ou o papel-moeda, pode ser trocado facilmente por qualquer um dos dois.

A moeda possui três funções que a distinguem dos demais ativos da economia:1) Meio de troca: um meio de troca é algo que os compradores dão aos vendedores quando compram bens e

serviços, permitindo a ocorrência da transação sem necessidade da dupla coincidência de desejos, como ocorre no caso da economia de escambo;

2) Unidade de conta: uma unidade de conta é um padrão de medida que as pessoas usam para medir e registrar valores econômicos, como preços, débitos, renda, etc.

3) Reserva de valor: uma reserva de valor é algo que pode ser usado para transferir poder de compra do presente para o futuro.

2. Conceitue inflação e cite alguns efeitos provocados por altas taxas de inflação sobre a economia.

Uma situação de inflação é caracterizada pelo aumento contínuo e generalizado do nível de preços da economia. A inflação tem efeitos, por exemplo, sobre a distribuição de renda, pois reduz o poder aquisitivo de classes que dependem de rendimentos fixos (como assalariados, pessoas que recebam renda do aluguel de imóveis, etc.), com prazos legais de reajuste; e favorece, por outro lado, a participação na Renda Nacional dos que podem reajustar seus preços com maior freqüência. A inflação penaliza também os que não tenham acesso a aplicações financeiras (como é o caso de quem não tem conta em banco: as faixas de menor nível de renda, portanto), pois não terão como se defender da perda do valor aquisitivo de sua renda (entre o dia do recebimento do salário e a efetivação de gastos, por exemplo). Outro efeito da inflação é sobre a formação de expectativas, pela dificuldade de prever as taxas futuras de aumento de preços, principalmente no caso de uma inflação alta. Essa incerteza é um fator inibidor de investimentos, em especial os de longa maturação. Pode-se também mencionar um efeito importante sobre a receita de impostos: se um imposto é calculado hoje, mas só é pago daqui a algum tempo, seu valor real será, nesse intervalo, corroído pela inflação, o que causa perdas para o governo.

3. Quais são os efeitos de uma inflação alta sobre a moeda como reserva de valor, como unidade de conta e como meio de troca?

A função reserva de valor é imediatamente prejudicada na presença de inflação: todos percebem que não vale a pena manter suas economias na forma de um bem (a moeda) que perde valor a cada dia. Buscam-se, então, outras maneiras de manter valores para uso futuro, como aplicações financeiras com correção monetária, automóveis, imóveis, moeda estrangeira, etc. A função unidade de conta é atingida da seguinte forma: caso sejam firmados contratos em valores nominais, os agentes que têm a receber necessariamente perdem, já que receberão valores reais inferiores aos da data de celebração do contrato. O mesmo ocorre com o governo, que receberá impostos com valor real inferior àquele dos fixados em lei, buscando-se então unidades alternativas. Quanto à função meio de troca, faz-se mais difícil substituir a moeda, mesmo durante um processo inflacionário violento, pois ela é o único meio legal de pagamento. Ainda assim, os agentes econômicos tendem a adotar práticas que economizem o uso de moeda nas transações (aqueles que têm contas bancárias corrigidas monetariamente tendem a manter menos dinheiro no bolso, por exemplo).

Lista de Exercícios 4 – Introdução à Economia 2

4. O que é e como funciona o multiplicador monetário?

O multiplicador monetário decorre do poder de expansão monetária decorrente das atividades bancárias, expressando

quantas vezes um valor depositado se expandirá dentro da economia em questão. Isso se dá porque, do montante depositado,

apenas uma parte permanecerá no caixa do banco, enquanto o resto será emprestado para outras pessoas. Estas pessoas, por

sua vez, também realizarão depósitos, dos quais uma parcela ficará no caixa e o resto será reemprestado, assim por diante.

Desse modo, para calcular quantas vezes a quantia inicial se multiplicará, basta obter a razão entre 1 e a porcentagem do

dinheiro depositada que permanecerá no banco – taxa de reserva (em números decimais):

M = 1/R

5. Quais as características das inflações de oferta e de demanda?

Desde já, temos a inflação como um aumento generalizado e constante dos preços. A partir de suas causas, podemos

classificá-las em inflações de demanda ou oferta. As inflações de demanda, o tipo mais clássico de inflação, resultam de um

aumento da demanda agregada dentro de uma determinada economia – este pode ser resultante de um aumento na renda

dos consumidores, de uma maior facilidade da concessão de crédito, ou mesmo de incentivos ao consumo, como por exemplo

a redução da taxa de juros, que leva as pessoas a serem mais propensas ao consumo do que à poupança. O seu combate é

feito a partir de medidas que restrinjam o crescimento desta demanda, a partir de aumento nas taxas de juros, que afetam

tanto aqueles que possuem dinheiro sobrando, que o pouparão em vem de consumi-lo, quanto aqueles que gastam mais do

que possuem, pois pagarão mais ao obter crédito bancário. Além disso, uma outra política, é a austeridade fiscal, ou seja, a

redução dos gastos governamentais – o governo como maior consumidor de uma economia, tem papel fundamental na

formação da demanda agregada.

Já a inflação de oferta se dá a partir de fatores afetos à produção de determinado bem ou serviço, como aumento no preço

dos fatores de produção (terra, capital e trabalho) e aumento no preço dos insumos.

6. Explique, apresentando seu mecanismo básico, o que é inflação inercial.

A inflação inercial consiste, basicamente, na inflação determinada pela inflação passada, esta tendendo a se reproduzir, seja pelos mecanismos de indexação formal – correção monetária automática de preços nominais, de acordo com a inflação –, seja pela indexação informal – determinada por uma “cultura inflacionária”: como todos supõem que os preços são sempre reajustáveis periodicamente, todos reajustam periodicamente seus próprios preços. Quanto mais generalizada é a indexação formal, ou seja, quanto mais regras de correção monetária automática existam (leis ou acordos impondo a correção de salários de acordo com a inflação passada; leis ou normas amplamente aceitas para correção de impostos, de aluguéis, de preços de contratos; etc.), tanto mais forte será a tendência de os aumentos de preços passados se refletirem no futuro. Quanto mais arraigada a cultura inflacionária, por sua vez, mais generalizada deve ser a prática de reajustar preços periodicamente.

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

Lista de Exercícios 4 – Introdução à Economia 3

1. Com relação às diversas formas assumidas pela moeda ao longo da história, estão corretas as afirmativas seguintes, exceto:

a. ( ) Economia de escambo é aquela em que se trocam mercadorias por mercadorias, não existindo moeda como meio de

troca.

b. ( ) A moeda-papel era um certificado com lastro integral (e posteriormente parcial ) em ouro.

c. ( ) O papel-moeda não dispõe de lastro em ouro, ou seja, não pode ser resgatado.

d. ( ) A moeda bancária ou escritural é representada pelo dinheiro em caixa nos bancos comerciais e pela emissão

monetária.

e. ( ) A moeda-mercadoria assumiu diversas formas, como sal, peles, cigarros, entre outras.

A moeda bancária ou escritural é representada pelos saldos dos depósitos a vista em bancos comerciais, movimentados por cheques.

2. PROVÃO (2003 – nº 14)

O conceito de meios de pagamento (representado por M1) inclui, como agregados monetários:

(a) papel-moeda em poder do público e depósitos à vista nos bancos comerciais.

(b) papel-moeda em poder do público e depósitos em contas de poupança.

(c) títulos públicos em poder do público e depósitos à vista nos bancos comerciais.

(d) títulos públicos em poder do público e depósitos em contas de poupança.

(e) depósitos à vista nos bancos comerciais e depósitos em contas de poupança.

3. ANPEC (1992 – nº 9)

Sobre o multiplicador monetário, classifique as afirmativas como verdadeiras ou falsas:

1) Seu valor aumenta quando aumenta a razão entre o papel-moeda em poder do público e o volume dos depósitos à vista

feitos pelo público nos bancos comerciais.

2) Exceto em casos extremos, o valor do multiplicador monetário é sempre maior do que 1 (um).

3) Quanto maior for a razão entre o encaixe total dos bancos comerciais e o volume dos depósitos à vista do público nesses

bancos, maior será o valor do multiplicador monetário.

1) Falsa. Definindo o multiplicador como M e a fração de encaixe como r, tem-se que M = 1/r. Uma vez que a fração de encaixe consiste na razão entre o montante destinado à reserva (R) e o montante de depósitos à vista nos bancos comerciais (D), tem-se que M = D/R. O multiplicador monetário mantém, portanto, relação direta com o montante dos depósitos efetuados. Quanto à questão, este montante dos depósitos efetutuados, por sua vez, será menor, tudo o mais constante, quando aumenta a propensão do público a reter notas, não as depositando. Como explicado na questão 4, o fato de as pessoas ou empresas manterem certa proporção da moeda que detêm sob a forma de notas e moedas, em vez de depositá-las em bancos, reduz a capacidade destes de conceder empréstimos, reduzindo, por conseqüência, o multiplicador monetário.

2) Verdadeira. O valor do multiplicador bancário assume valor unitário somente quando o montante destinado à reserva exaure o valor dos depósitos, ou seja, quando tudo o que for depositado for mantido pelos bancos como reserva. Como não é possível que a taxa de encaixe seja maior do que 100%, o multiplicador da moeda assume, exceto em casos extremos, valores superiores a um.

Lista de Exercícios 4 – Introdução à Economia 4

3) Falsa. Como o multiplicador bancário é inversamente proporcional à razão encaixe/depósitos, quanto maior esta for, menor aquele será.

4. PROVÃO (2000 – nº 7)

São medidas expansionistas de política monetária [adotadas pelo governo]:

I - venda de títulos públicos;

II - compra de títulos públicos;

III - redução do depósito compulsório;

IV - elevação do depósito compulsório;

V - redução da taxa de redesconto;

VI - elevação da taxa de redesconto.

Sabendo que a fixação do depósito compulsório é uma medida equivalente à fixação de um encaixe mínimo, pois parte

deste tem de ser compulsoriamente depositado no Banco Central, estão corretas:

(A) I, IV e V apenas.

(B) I, III e VI apenas.

(C) II, IV e VI apenas.

(D) II, III e V apenas.

(E) II, III e VI apenas.

Letra D. Políticas monetárias expansionistas seriam, grosso modo, aquelas que aumentassem o montante de moeda em circulação na economia. Isso ocorre quando:

a) O governo compra títulos públicos existentes no mercado, injetando dinheiro na economia (item II);b) O Banco Central reduz o valor do depósito compulsório dos bancos comerciais junto ao Banco Central, pois

isso aumenta a quantidade de moeda passível de ser emprestada pelos bancos ao público, elevando, também, o multiplicador bancário (item III);

c) O Banco Central reduz a taxa de redesconto, incentivando os bancos comerciais a manter uma fração de encaixe em um nível menor. Logo, o banco comercial poderia cobrir uma eventual indisponibilidade de dinheiro com um empréstimo contraído a juros baixos junto ao BC (item V).

5. INSTITUTO RIO BRANCO (2003 – nº 28)

A análise macroeconômica — incluindo-se a mensuração dos grandes agregados — é fundamental à compreensão do

funcionamento das economias de mercado. Acerca desse assunto, julgue os itens subseqüentes:

a) Quando o governo, para debelar um processo inflacionário, reduz seus gastos, mas o Banco Central mantém uma política

monetária expansionista, a contração do investimento privado (efeito crowding-out) resultante dessa política limitará o

crescimento da renda, contribuindo para a queda da inflação.

Item incorreto. Primeiramente, é importante ressaltar que a redução dos gastos governamentais e a

manutenção de uma política monetária expansionista tendem a produzir efeitos diversos: a primeira medida tende

a causar queda na inflação, enquanto a segunda, elevação. Portanto, o resultado da política monetária

expansionista seria no sentido de aumentar os meios monetários e, assim, incentivar (ao invés de contrair) o

investimento privado, o crescimento da renda e também o aumento da inflação.Lista de Exercícios 4 – Introdução à Economia 5

b) A tendência recente de redução dos juros no Brasil, ao diminuir o custo de oportunidade de detenção da moeda, contribui

para expandir a demanda desse ativo.

Item correto. A redução dos juros desincentiva a poupança, o que, por conseqüência, expande a demanda por moeda para fins como o investimento.

c) O crescimento da oferta monetária decorrente de políticas monetárias expansionistas será tanto maior quanto menor for

a razão reserva/depósito.

Item correto. A razão reserva/depósito define a fração de encaixe. Como o multiplicador bancário da moeda é tanto maior quanto menor for o encaixe mantido, a diminuição da razão em questão provoca, por definição, crescimento da oferta monetária.

16. (Instituto Rio Branco, 2010) A economia monetária analisa a oferta e a demanda de moeda, fundamentais para o estudo

de importantes variáveis macroeconômicas, tais como taxa de juro e inflação. Com base nessa teoria, assinale a opção

correta.

(A) A hipótese clássica da neutralidade da moeda no longo prazo baseia-se na existência de velocidade crescente de circulação da

moeda em relação direta com o aumento do nível da renda.

(B) No Brasil, os depósitos especiais remunerados, os depósitos de poupança e as quotas de fundos de renda fixa integram o

agregado monetário M2.

(C) Caso as razões reservas/depósito e papel-moeda/depósitos sejam, respectivamente, iguais a 0,2 e 0,1, o multiplicador

monetário será igual a 3,67.

(D) Embora o uso crescente de cartões de crédito e de cartões de débito automático reduza a demanda de precaução por

moeda, diminuindo a razão de deter moeda por motivos precautórios, a disseminação do uso desses tipos de cartão não

altera a demanda de transações de moeda.

(E) A redução, em 2008, pelo Banco Central americano (Federal Reserve – FED), da taxa de redesconto, de 3,50 para 3,25, indica

que se visava reduzir o custo de crédito e, assim, estimular a economia.

6. ANPEC (1997 – nº 6)

Com relação à demanda por moeda, indique se as proposições abaixo são falsas ou verdadeiras:

1) A redução da inflação, tudo o mais constante, eleva a demanda por moeda.

2) A redução da inflação, associada à elevação dos juros nominais, eleva a demanda por moeda.

3) A redução do custo de transação entre moeda e outras aplicações remuneradas aumenta a demanda por moeda.

4) A elevação da renda reduz a demanda por moeda.

1) Verdadeira. A inflação faz com que a moeda perca valor (poder de compra) mais rapidamente, o que leva as pessoas a diminuírem a demanda por moeda. Na medida em que a inflação se reduz e a moeda não se desvaloriza com a velocidade anterior, a demanda por moeda, inversamente, aumenta.

2) Falsa. Nesse caso, há dois efeitos opostos: embora a redução da inflação provoque aumento da demanda por moeda, a elevação da taxa de juros nominal representa um incentivo a manter dinheiro em aplicações financeiras. Não se pode, assim, prever o efeito predominante.

Lista de Exercícios 4 – Introdução à Economia 6

3) Falsa. Quando o custo de transação (a CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira –, por exemplo) entre a moeda e outras aplicações remuneradas, como um fundo de renda fixa, cai, há maior incentivo para que as pessoas invistam nesses tipos de aplicações, reduzindo a demanda por moeda.

4) Falsa. A elevação da renda aumenta a demanda agregada e, por conseguinte, a demanda por moeda.

7. (MPU 2010) Assinale a opção correta acerca dos agregados monetários e das contas do sistema monetário.

(A) No Brasil, atualmente, existem cinco agregados monetários, entre os quais, o M3 corresponde ao M2 acrescido

dos depósitos especiais remunerados, depósitos de poupança e títulos emitidos por instituições depositárias.

(B) O multiplicador monetário aumenta quando se verifica uma elevação na proporção entre o papel-moeda em poder

do público e os depósitos à vista nos bancos.

(C) Em uma economia na qual a proporção de depósitos à vista sobre os meios de pagamento corresponda a 80%, os

bancos mantenham 37,5% em reservas e o papel-moeda em circulação seja igual a R$ 10 bilhões, o estoque de meios de

pagamentos será igual a R$ 50 bilhões.

(D) Um aumento na proporção do encaixe sobre depósitos à vista dos bancos comerciais representa uma elevação

do multiplicador monetário.

(E) Ao verificar que um banco está vendendo cambiais para um exportador, e não comprando, a autoridade monetária

percebe a geração de meios de pagamentos na economia.

8. (MPU, 2010) A partir do conhecimento do papel da política fiscal e do comportamento das contas públicas, assinale a

opção correta.

(A) A política fiscal expansionista gera inflação e pode causar distorções alocativas e distributivas, cujos reflexos

podem eliminar completamente os benefícios esperados sobre a renda e o emprego.

(B) Caso o governo adote uma política fiscal contracionista por intermédio do aumento de impostos, o resultado

esperado será a melhoria das condições da economia, pois a arrecadação de tributos é necessária para o cumprimento dos

compromissos sociais.

(C) Para minimizar os efeitos indesejáveis de uma política monetária contracionista, o governo pode adotar uma

política fiscal expansionista, aumentando o recolhimento dos tributos para aumentar seus gastos governamentais e

promover melhor distribuição da renda.

(D) Política fiscal é o gerenciamento dos gastos e da arrecadação do governo visando alcançar um dado objetivo.

Entretanto, se a economia estiver operando em um nível baixo de renda e de produto, que represente recessão, uma

política fiscal expansionista não poderá induzir a retomada da trajetória do crescimento da economia.

(E) A política fiscal expansionista provoca, de imediato, um aumento no déficit público. Logo, a redução da

demanda artificialmente provocada pela política econômica pode gerar pressões inflacionárias

9. (Instituto Rio Branco, 2004) Lista de Exercícios 4 – Introdução à Economia 7

Explique por que a redução do multiplicador monetário, provocada por uma crise de confiança no sistema bancário, pode

contribuir para elevar as taxas de juros.

Os bancos, ao receberem depósitos à vista e emprestarem parte desses depósitos, põem em marcha um processo de criação de moeda. Isto se dá na seguinte seqüência simplificada: o banco 1 recebe um depósito no valor X; o banco 1 guarda uma fração daquele valor e empresta o restante, o tomador do empréstimo deposita-o no banco 2; o banco 2 guarda parte desse dinheiro e empresta o restante; o processo continua até o esgotamento das possibilidades de novos empréstimos. No final, o valor total dos depósitos à vista no sistema bancário supera em muito o montante que deu início ao processo. A moeda multiplicou-se, e a magnitude deste aumento é determinada pela fração dos depósitos que ficou retida nos bancos. É o banco central que determina a porcentagem dos depósitos que tem de ser mantida na forma de reservas.

Ao ocorrer uma crise de confiança, há uma corrida aos bancos, e ocorrem saques numa proporção muito maior do que depósitos. As reservas bancárias diminuem, e, consequentemente, o estoque de moeda que é um múltiplo daquelas reservas também diminui. Com o enxugamento do sistema, a curva da oferta de moeda desloca-se para cima e para a esquerda, tornando o preço do dinheiro (ou seja, as taxas de juros) mais elevado.

EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO

1. O romance O Código da Vinci, de Dan Brown, alude recorrentemente aos Cavaleiros Templários, grupo tido como o ramo

militar do Priorado de Sião, sociedade secreta protetora do segredo do Santo Graal. Em visita à Temple Church, uma igreja

templária de Londres, Sir Leigh Teabing, famoso historiador do Graal, dirige-se os protagonistas Sophie Neveu e Robert Langdon

nos seguintes termos:

(...) Os Templários inventaram o conceito do sistema bancário moderno. Para os nobres europeus, era perigoso viajar com

ouro, então os Templários permitiam que os nobres depositassem ouro na igreja do Templo mais próxima e depois o sacassem em

qualquer outra igreja do Templo do outro lado da Europa. Só precisavam dos documentos apropriados. – Deu uma piscadela. – E

de uma pequena comissão. Eles eram os bancos 24 horas daquele tempo. (BROWN, Dan. O Código da Vinci. Rio de Janeiro:

Sextante, 2004, pág. 367).

Utilizando o excerto como motivação, explique o aparecimento da moeda fiduciária, ou seja, baseada na confiança, como a

evolução de um sistema baseado na moeda metálica.

A moeda fiduciária (ou papel-moeda), cuja aceitação se baseia na confiança (fidúcia) dos agentes econômicos, e não em seu valor intrínseco, surge primeiramente sob a forma de um vale ou de um recibo referente à moeda metálica, depositada junto a um indivíduo ou a uma instituição financeira, por razões de segurança. Esses recibos podiam ser trocados por moeda metálica sempre que o portador assim o desejasse, possuindo um lastro em ouro ou em moedas conversíveis em ouro. Contudo, enquanto existisse uma relação de “um para um” entre esses papéis e o metal depositado, não haveria criação de moeda. Isso passa a ocorrer quando o banqueiro emissor dos recibos, percebendo tanto sua circulação quanto sua aceitação como meio de pagamento, decide manter em caixa apenas uma fração dos depósitos em moeda metálica, emprestando o restante. (Alternativamente, podemos imaginar que ele conceda empréstimos entregando ao tomador recibos “falsos” — que não correspondem a um depósito efetuado —, já que esses recibos circulam como moeda). A evolução se completa no século XX, quando o papel-moeda passa a ser inteiramente fiduciário, não possuindo lastro algum, nem podendo ser trocado por metal precioso.

2. Os limites de cartões de crédito devem ser incluídos no estoque de moeda da economia? Justifique sua resposta.Lista de Exercícios 4 – Introdução à Economia 8

Não, pois os limites de crédito dos cartões não representam meios de pagamento. Um amplo limite de crédito em um cartão, porém, possibilita a expansão dos meios de pagamento à disposição de seu detentor. Por isso, as autoridades monetárias preocupam-se com os cartões de crédito como virtuais instrumentos de criação de moeda, e costumam restringir a disponibilidade de crédito dos detentores de cartões, quando estão preocupadas com um excesso de moeda na economia. Isso pode ser feito, por exemplo, pela imposição do pagamento obrigatório de uma parcela substancial dos débitos, quando do pagamento da fatura mensal. (Obs.: os cartões de débito têm função similar à dos cheques, de modo que as contas por eles movimentadas são incluídas nas medidas do estoque de moeda.).

3. Explique, por meio de um exemplo, como e por que se propaga o efeito multiplicador da moeda escritural, ou seja, dos

depósitos bancários.

A expansão dos depósitos a partir de um dado volume de notas emitidas pela autoridade monetária segue a mesma lógica da expansão da moeda fiduciária a partir da moeda metálica, nos antigos sistemas monetários baseados em metais preciosos. Em ambos os casos, os elementos-chave são os encaixes fracionários, isto é, a manutenção, em caixa, de apenas uma fração do valor dos depósitos bancários ou dos recibos emitidos. Sendo assim, a criação de moeda pelo sistema bancário associa-se diretamente à concessão de empréstimos, tal qual a emissão de recibos “falsos” (de papel-moeda) pelos antigos depositários de moeda metálica (dessa forma, caso todos resolvessem retirar seus depósitos bancários ao mesmo tempo, essas instituições não poderiam atender a tal solicitação).

Exemplo: suponha que o Banco Central efetue uma emissão de R$ 1.000 em notas, que são depositadas em um banco. Caso esse banco mantenha apenas 20% dos depósitos em caixa (tendo verificado que esse encaixe é suficiente para cobrir retiradas regulares), poderão ser emprestados R$ 800. Com isso, o acréscimo inicial de moeda, R$ 1.000, eleva-se a R$ 1.800 – R$ 1.000 em depósitos + R$ 800 em poder dos tomadores de empréstimos. Se os R$ 800 emprestados, após serem gastos por esse mutuário, tornarem a ser depositados em um banco, cuja reserva também seja de 20%, o processo de expansão monetária continua – o banco mantém R$ 160 em caixa e empresta os R$ 640 restantes. O total de moeda será, nesse momento, igual a R$ 1.000 + R$ 800 + R$ 640 = R$ 2.440. Dado que os bancos sempre mantêm em caixa R$ 1 para cada R$ 5 em empréstimos concedidos, e prosseguindo indefinidamente esse processo, os R$ 1.000 iniciais (que permanecerão, afinal, no caixa do sistema bancário) terão causado um acréscimo total de moeda correspondente a R$ 5.000, respeitada a hipótese de que todos os empréstimos sejam depositados integralmente em bancos. Sob a hipótese mais realista de que as pessoas não depositem todo seu dinheiro em bancos, retendo uma parcela para gastos menores, a multiplicação se daria por um fator inferior a 5.

4. O balanço consolidado de todos os bancos comerciais de Belíndia, em 2005, apresentou os seguintes valores (em bilhões de

dólares), tal que 100 representa o montante de moeda emitido pelo Banco Central.

ATIVO PASSIVO

Caixa .................................................. 100Depósitos ............................................. 500

Empréstimos ...................................... 400

Supondo que o Banco Central decida, para estimular a atividade econômica, fixar a relação encaixe/depósitos mínima em

1/8 e que o público mantenha todo seu dinheiro depositado, responda às questões seguintes:

a) Como reagiria o sistema bancário à determinação do Banco Central?

Um montante inicial de 100 em depósitos gerou, ao final de 2005, um montante de 500. O multiplicador

Lista de Exercícios 4 – Introdução à Economia 9

bancário foi, portanto, 5, enquanto a fração de reserva, 1/5. Quando o Banco Central altera a relação encaixe/depósitos para 1/8, o multiplicador ascende a 8. Assim, ao diminuir a fração de reserva, aumentam-se o montante de empréstimos concedidos e a circulação de moeda na economia.

b) Qual seria o montante adicional de empréstimos?

A nova fração de reservas implica um montante final de depósitos correspondente a 8 x 100 = 800, dos quais 700 consistem em empréstimos concedidos. Como antes emprestavam-se 400, o montante adicional de empréstimos é de 300.

c) Qual é a expansão resultante da quantidade total de moeda na economia?

Como visto, o montante final de moeda após a decisão do Banco Central corresponde a 800. Logo, a expansão da quantidade de moeda foi de 800 - 500 = 300.

5. Leia atentamente os trechos da reportagem abaixo, de Gustavo Freire, publicada no caderno Economia, do jornal O Estado de

S. Paulo, no segundo semestre de 2004:

BC reduz compulsório e ajuda bancos

O Banco Central adotou (...) uma medida para reforçar o caixa de pequenos bancos. (...) reduziu em R$ 300 milhões o

depósito compulsório – recursos que os bancos, obrigatoriamente, devem recolher ao BC. (...) Com a decisão (...) as instituições

financeiras terão mais recursos à disposição para usar onde acharem apropriado. (...) O mercado financeiro interpretou a medida

como (...) fruto dos temores de que (...) instituições financeiras de pequeno porte viessem a apresentar problemas de liquidez.

O trecho acima faz referência a um instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central: a fixação do depósito

compulsório dos bancos comerciais1. Com base nas idéias do texto, explique como funcionam os seguintes instrumentos usados

pelo BC para controlar a liquidez do sistema econômico.

a) Fixação da razão (encaixe dos bancos)/(depósitos bancários).

b) Alteração da taxa de redesconto.

c) Operações de mercado aberto (compra e venda de títulos governamentais pelo Banco Central).

d) Controle seletivo de crédito.

a) Na ausência de uma regulamentação feita pelo Banco Central, os bancos comerciais fixariam a relação entre seus encaixes e depósitos a partir de uma avaliação comparativa entre os riscos de manter encaixes muito reduzidos – o que poderia levar a uma situação em que os bancos se veriam sem dinheiro para cobrir as retiradas normais de depósitos – e os custos de manter encaixes muito elevados – que poderiam gerar lucro para os bancos. A regulamentação do Banco Central, portanto, é feita sempre a fim de forçar os bancos a manter taxas de encaixe mais altas do que as que manteriam autonomamente. Isso reduz a capacidade de os bancos concederem empréstimos, reduzindo, portanto, a oferta de moeda.

b) Nas operações de redesconto, o BC concede empréstimos aos bancos comerciais (“redescontando” papéis, como duplicatas que empresas haviam “descontado” nos bancos comerciais e oferecido como certificados de endividamento), cobrando uma taxa de juros, a chamada taxa de redesconto. Por meio desses empréstimos, os bancos comerciais elevam suas reservas e, portanto, sua capacidade de conceder empréstimos. Sendo assim, quando o BC aumenta a taxa de redesconto, tanto a concessão de empréstimos quanto a expansão monetária

1 A fixação do depósito compulsório é uma medida equivalente à fixação de um encaixe mínimo.

Lista de Exercícios 4 – Introdução à Economia 10

realizadas pelo sistema bancário são dificultadas (o que caracteriza tal aumento como um instrumento de controle da oferta de moeda); quando o BC reduz a taxa de redesconto, espera-se o efeito contrário, ou seja, a concessão de um maior volume de empréstimos, bem como a elevação do estoque de moeda da economia.

c) A compra de títulos pelo BC ocorre pela “troca” dos títulos em poder dos bancos comerciais pelo dinheiro proveniente do BC, fazendo que tais bancos possuam maior encaixe, o que viabiliza a concessão de um maior volume de empréstimos. Ao contrário, a venda de títulos pelo BC faz reduzir os encaixes bancários, consistindo, assim, em um instrumento de redução da oferta monetária.

d) O controle seletivo de crédito, com a imposição de limites ou outras restrições a certas linhas de crédito, é claramente um fator de contenção da expansão monetária. Na mão inversa, quando o governo estabelece linhas facilitadas de crédito (como o crédito consignado com desconto em folha de pagamento para a população de baixa renda, ou o Pronaf, o Programa Nacional de Agricultura Familiar, que oferece crédito a juros módicos para pequenos agricultores), ele provoca uma expansão dos meios monetários.

6. INSTITUTO RIO BRANCO (2003) – QUESTÃO DISCURSIVA

Um dos instrumentos de que as autoridades monetárias dispõem para controlar a oferta monetária da economia consiste em

determinar o encaixe mínimo compulsório sobre os depósitos em conta corrente administrados pelo sistema bancário. Descreva

esse instrumento de política monetária e explique, utilizando o conceito de multiplicador monetário, por que o controle das

autoridades sobre o estoque monetário não é absoluto.

O Banco Central pode controlar a oferta de moeda ao determinar o montante de reservas, como proporção dos depósitos, que os bancos comerciais devem manter em caixa ou depositar no Banco Central. Caso o objetivo da política econômica seja aquecer a economia, elevando a demanda agregada, o governo procura aumentar a oferta de moeda. Nesse caso, o Banco Central diminui o encaixe mínimo compulsório, garantindo maior liberdade ao setor bancário para conceder empréstimos. Caso a meta seja reduzir o ritmo de atividade econômica, o Banco Central determina a elevação do encaixe mínimo compulsório, diminuindo, por conseguinte, a oferta monetária.

Entretanto, o controle das autoridades monetárias sobre o estoque de moeda não é absoluto. A expansão monetária depende da concessão de empréstimos, que, por sua vez, depende da demanda por crédito pelo público, fator sobre o qual o Banco Central não tem controle. Além disso, o multiplicador bancário é também afetado pela proporção dos meios de pagamento que o público mantém em depósito nos bancos, em vez de retê-los sob a forma de notas. Logo, a fim de controlar a oferta monetária de forma mais efetiva, as autoridades teriam de recorrer ao controle dos depósitos compulsórios junto ao Banco Central, ao controle sobre emissões e juros, bem como às atividades de mercado aberto.

Segundo Mário Henrique Simonsen, “o objetivo global da política monetária consiste, obviamente, no controle do total dos meios de pagamento. Ocorre que a criação de moeda não se processa apenas pelas Autoridades Monetárias, mas também pelos bancos comerciais. O Banco Central (...) pode controlar a base monetária, mas o volume total de meios de pagamento é um múltiplo dessa base.” (SIMONSEN, M.H. Macroeconomia. APEC, 1979).

7. (Instituto Rio Branco, 2008)

Recorde seus estudos sobre política monetária e macroeconomia para responder aos itens a seguir.

a) Quais são os principais instrumentos que os bancos centrais utilizam para controlar a oferta de moeda? Explique, de

modo sumário, como cada um deles atua sobre a oferta de moeda.

b) Comente o impacto da política monetária sobre o nível de atividade da economia.

Lista de Exercícios 4 – Introdução à Economia 11

a) Os bancos centrais utilizam os seguintes instrumentos para controlar a oferta de moeda: operações de mercado aberto, exigência de reservas bancárias, taxas de redesconto e empréstimos de liquidez.

Por meio das operações de mercado aberto, os bancos centrais controlam a oferta de moeda comprando ou vendendo títulos ao mercado. Quando se pretende contrair a oferta de moeda, os bancos centrais vendem títulos, retirando, mediante essa operação, certa quantidade de moeda de circulação. Se o objetivo é ampliar a oferta, os bancos centrais compram títulos das mãos do público, emitindo moeda para tanto.

Ao exigir reservas bancárias, os bancos centrais afetam a oferta de moeda por meio do multiplicador bancário, o qual determina a criação de moeda pelos bancos. Como o multiplicador será maior quanto menor for a exigência de reservas, quando os bancos centrais a reduzem, aumenta a oferta de moeda. Já quando os bancos centrais aumentam a exigência de reservas, os bancos têm reduzida sua disponibilidade para efetuar empréstimos, contraindo-se a oferta de moeda.

Taxas de redesconto são as taxas de juros às quais os bancos centrais emprestam aos bancos. Quanto maior for essa taxa, menor será a demanda dos bancos por fundos dos bancos centrais e, consequentemente, menor será a oferta de moeda. Por outro lado, ao reduzir-se a taxa de redesconto, aumenta a demanda dos bancos por fundos dos bancos centrais, aumentando também, ceteris paribus, a oferta de fundos emprestáveis ao público e a oferta de moeda.

Empréstimos de liquidez são instrumentos de que os bancos centrais podem valer-se em situações de iliquidez na economia. Realizam-se empréstimos emergenciais aos bancos a fim de se evitar que a falta de liquidez produza efeitos recessivos na economia. Por meio desses empréstimos, portanto, aumenta-se a oferta de moeda.

b) No curto prazo, com a economia apresentando capacidade ociosa, a política monetária pode afetar o nível de atividade da economia por meio de seu impacto na demanda agregada. Uma política monetária expansionista estimula a demanda agregada: com a expansão da oferta de moeda, caem os juros, no curto prazo, e aumentam os investimentos e o consumo das famílias. O aumento da demanda agregada tem como consequência maior nível de atividade econômica. No caso de uma política monetária contracionista, o efeito é o oposto. Reduzindo-se a oferta de moeda, os juros sobem, no curto prazo, contraindo a demanda agregada e reduzindo o nível de atividade da economia.

8. (Instituto Rio Branco, 2004)

Em relação aos conceitos básicos da macroeconomia e da economia monetária, julgue os itens que se seguem.

.Aumentos nos coeficientes de encaixe compulsório, por interferirem diretamente no nível de reservas bancárias, reduzem o efeito multiplicador e, conseqüentemente, a liquidez da economia. - CERTO

Taxas de juros mais elevadas aumentam o custo de oportunidade de detenção da moeda e, portanto, contribuem para se expandir a demanda de moeda. - ERRADO

9. Leia atentamente o trecho da reportagem abaixo, de Sylvia Colombo, publicada no caderno Ilustrada, do jornal Folha de S.

Paulo, em 7/1/06:

Bossa Nova & polêmico

(...) Para o economista Eduardo Giannetti, “JK tentou acelerar artificialmente o desenvolvimento, sem fazer um esforço de

poupança. Ele optou por emitir moeda para pagar os gastos públicos”. O resultado foi um estímulo à inflação. “O atalho utilizado

pelo presidente foi um mecanismo de fraude sobre a população”, diz.

Como indica a reportagem, a política econômica adotada pelo governo JK é base para severas controvérsias. Com base na

opinião expressa acima e no trecho em destaque, responda em que sentido a inflação é tida como um imposto?

Lista de Exercícios 4 – Introdução à Economia 12

Os governos podem obter volumes significativos de recursos por meio da emissão de moeda, isto é, do aumento da base monetária: quando gasta a partir da emissão de moeda, o governo praticamente não tem custo (a não ser o da impressão de notas novas, se for o caso). A essa renda derivada da capacidade de criar moeda dá-se o nome de senhoriagem. Mas é claro que alguém paga por isso: o aumento da quantidade de moeda provoca elevação do nível de preços, o que faz decrescer a renda de quem detém moeda (como aqueles que não têm acesso a aplicações financeiras: v. a pergunta nº 13). Essa perda de renda, que de fato é transferida ao governo, equivale a um imposto: é o chamado imposto inflacionário. Esse á um imposto que não é votado pelo Congresso, não é objeto de cobrança direta, e recai principalmente sobre as camadas mais pobres da população.

Valeu a pena o esforço desenvolvimentista do período JK, financiado dessa forma? É uma pergunta difícil de ser respondida, tantos são os fatores envolvidos, e que certamente dá margem a muita controvérsia.

Lista de Exercícios 4 – Introdução à Economia 13