sindicalismo no brasil e o mundo do trabalho no brasil e … · de acordo com o autor ricardo...
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SINDICALISMO NO BRASIL E O MUNDO DO TRABALHO
Andrezza Vaz dos Reis1
Letcia Pinheiro Nascimento Maria Ceclia Paulino Teixeira
RESUMO H necessidade de o assistente social compreender as lutas das classes antagnicas para que, assim, entenda o surgimento do sindicalismo, a sua influncia sobre a classe trabalhadora e os movimentos de classe. Atravs de lutas, a classe trabalhadora conquistou direitos trabalhistas e polticos que tiveram seu auge entre as dcadas de 1960 a 1980. Nesse perodo, houve um acelerado processo de industrializao no pas. Com a implantao do ajuste neoliberal, no final de 1980 e incio 1990, houve a precarizao do trabalho e, consequentemente, o enfraquecimento do sindicalismo. O sindicato passa a encontrar dificuldades impostas pelo ajuste neoliberal, pois os partidos que influenciavam os sindicatos (alguns de esquerda) passaram a ceder ao ajuste. Com isso, os sindicatos vo perdendo a capacidade de mobilizar e conscientizar os trabalhadores de suas respectivas categorias. Mesmo assim o sindicato continua sendo um mediador entre classes, apesar das mudanas ocorridas na contemporaneidade. Dessa forma, os sindicatos precisam encontrar alternativas para conquistar a confiana dos trabalhadores para que os mesmos possam tomar conscincia do seu papel dentro do sindicato e, assim, o sindicato se fortalea e busque melhorias de direitos para o trabalhador. Palavras-chave: Sindicalismo. Mundo do trabalho. Neoliberalismo.
1 As autoras do presente artigo so acadmicas do Curso de graduao em Servio Social na Faculdade Universo, Juiz de Fora/ MG.
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INTRODUO
O tema a ser tratado de importante relevncia para a atualidade, pois, no
mundo atual, o capitalismo o que domina tanto a economia quanto as relaes
sociais. Assim, o tema vai abranger a fase da reestruturao produtiva do capital e seus
reflexos nas relaes trabalhistas e sociais. O que vamos tratar a seguir o movimento
sindical nas suas mais variadas mudanas ocorridas ao longo do tempo.
Os modelos atuais de sindicato e luta da classe trabalhadora so estimulados
cada vez mais pelo individualismo e pela competitividade. Nesta perspectiva, a ideia de
conjunto, de coletivo, dilui-se. Se partirmos da noo de como est o trabalhador na
contemporaneidade, percebemos discursos que passam por mutaes no mundo e,
neste sentido, interferem na construo desses novos discursos. E, com isso, os
sindicatos vo perdendo a capacidade de mobilizar e conscientizar os trabalhadores de
suas respectivas categorias.
Relataremos a histria do sindicalismo no Brasil, como os trabalhadores
vivenciaram as mudanas histricas e sua atual situao com o novo modelo
econmico. O estudo relevante para o Servio Social, pois buscamos mostrar que o
sindicalismo sofreu mudanas, principalmente com a entrada do ajuste neoliberal no
pas, e como esse fragmentou o sindicalismo, fazendo com que a classe trabalhadora
afastasse do sindicato, deixando de manter-se informada sobre seus direitos. Assim, o
sindicalismo acaba enfraquecendo e perdendo a influncia junto classe trabalhadora.
Com isso, a classe dominante acaba sobrepondo sua fora sobre a classe trabalhadora,
dessa forma a classe dominante segue risca os ideais do ajuste neoliberal.
necessrio que os Sindicatos encontrem alternativas para mobilizar a classe
trabalhadora, para que conquiste mais filiados, que, ao tomar conscincia de seu
papel, tornam-se mais fortes e possibilitam que o sindicato fortalea-se e busque
melhorias de direitos para o trabalhador.
HISTRIA DO SINDICALISMO
O sindicalismo surgiu no final do sculo XIX com a chegada dos imigrantes
europeus, que traziam consigo a influncia do sindicalismo de seu pas. Dessa forma,
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as condies trabalhistas brasileiras comearam a ser questionadas. Assim, tem-se um
primeiro contato com os ideais sindicais no Brasil.
Em 1930 com a entrada de Getlio no poder, instaura-se uma poltica de
industrializao em que criada a lei de Sindicalizao n l9. 770 (imposto sindical),
na qual o controle e represso impediam a participao dos estrangeiros nas direes,
controlavam-se as finanas dos sindicatos, alm de proibir suas atividades polticas e
ideolgicas. Nessa poca, era imposto para a classe trabalhadora filiar-se ao sindicato
oficial, desestruturando os sindicatos autnomos existentes e tambm desarticulando
a luta de classes, tornando-se um rgo assistencialista. Mas isso no impediu que as
lutas operrias, sociais e sindicais se desenvolvessem amplamente durante os anos
1930-64. (ANTUNES, 2007: 290)
Em 1964, com o golpe de Estado e entrada da Ditadura Militar, houve uma
represso ao movimento Sindical. A economia do pas teve expanso para o exterior, o
que emergiu uma problemtica para a classe trabalhadora: o rebaixamento dos
salrios, super explorao do trabalho, alta jornada de trabalho. De modo sinttico,
pode-se dizer que o movimento operrio e sindical no pr-64 foi predominantemente
reformista sobre a hegemonia forte do PCB, que aceitava a poltica de aliana
policlassista entre o capital e o trabalho. Mas foi tambm um perodo de grandes lutas
sociais e grevistas. (ANTUNES, 2007: 291)
No perodo da Ditadura Militar, houve uma privatizao de empresas estatais e
uma expanso do capitalismo que ampliou significativamente a classe trabalhadora.
Aps vrios anos de represso e controle, em 1978, as greves voltaram com
intensidade e, em 1980, emerge um novo movimento sindical denominado ou
chamado novo sindicalismo. Esse movimento sindical tem fora junto classe
trabalhadora e atua fortemente na defesa dos interesses igualitrios e na luta de
classes por seus direitos. Vai tambm abranger os trabalhadores rurais que vm com
um forte movimento de luta pela reforma agrria. O sindicalismo rural veio fortemente
na presena da esquerda catlica que influenciou o Movimento Dos Sem-Terra em
1984. Nesse mesmo contexto, surgiu a Central nica dos Trabalhadores (CUT)
[...] fundada em 1983 e inspirada, na origem, num sindicalismo classista, autnomo e independente do Estado. Herdeira das lutas sociais e operrias das dcadas anteriores, especialmente dos anos
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de 1970; a CUT resultou da confluncia entre o novo sindicalismo nascido no interior da estrutura sindical daquele perodo (do qual o Sindicato dos Metalrgicos de So Bernardo era exemplo) e o movimento das oposies sindicais (de quem foram exemplos o Movimento de Oposio Metalrgica de So Paulo MOMSP - e oposio Metalrgica de Campinas) que atuavam fora da estrutura sindical oficial e combatiam seu sentido estatal, subordinado, atrelado e verticalizado (ANTUNES, 2007: 293).
De acordo com o autor Ricardo Antunes (2007), as tendncias citadas
anteriormente mostram um quadro favorvel ao novo sindicalismo no Brasil. Esse
novo sindicalismo caminhava para uma tendncia capitalista avanada, esse modelo j
era implantado nos pases de capitalismo central (1970), era um modelo de ajuste
neoliberal, em que seus fragmentos repercutiram na Amrica Latina na dcada de
1980. A onda regressiva que resultou na reestruturao produtiva do capital, em curso
da escala global do capital e na diviso internacional do trabalho, gerou consequncia
ao capital financeiro e improdutivo que afetou fortemente os pases capitalistas e os
subdesenvolvidos como o Brasil, gerando assim uma problemtica para o movimento
operrio sindical.
Nesse contexto, h um ajuste tardio na poltica neoliberal e uma reestruturao
produtiva (1980) que faz surgir os ideais neoliberais, mas no se institui o
neoliberalismo no governo de Sarney (1985/90). Afetada pela poltica internacional do
capital, a economia traz uma nova realidade para o capital nacional. O ajuste fica ntido
apenas no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). No Governo de FHC, h uma
flexibilizao e desregulamentao e novas formas de gesto produtiva nas quais a
classe trabalhadora torna-se a mais afetada, pois o modelo antes usado era o baseado
no Fordismo e no Taylorismo dando lugar agora a um modelo de produo de larga
escala e ampliado: o Toyotismo, que traz junto a ele a alterao dos circuitos
produtivos, passando utilizar a acumulao flexvel.
O neoliberalismo uma poltica de mximo para o capital e mnimo para o
social, na qual as polticas sociais tornam-se cada vez mais precrias e fragmentadas,
atrelado a uma forte poltica de privatizao. Assim, gera-se uma agudizao da
questo social cujas consequncias so o desemprego, subemprego, contratos
precrios e a terceirizao do trabalho. O trabalhador, nessa sociedade
contempornea, passa a perder sua identidade, passa a ser individualista,
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multifuncional, visto que o prprio sistema neoliberal passa a pregar que o mesmo
cada vez mais tenha que vestir a camisa da empresa e que ele passe a ser um
colaborador e no mais um empregado. Em sntese, trata-se de garantir a vigncia da
super explorao do trabalho combinando extrao da mais-valia relativa com a
expanso das formas de extrao da mais-valia absoluta, isso combinando o avano
tecnolgico junto com o prolongamento e intensificao do ritmo e da jornada de
trabalho. (ANTUNES, 2007: 296)
De acordo com Antunes (2007: 298):
Esta nova realidade arrefeceu e tornou mais defensivo o novo sindicalismo que se encontrava, de um lado, diante da emergncia de um sindicalismo neoliberal, expresso da nova direita sintonizada com a onda mundial conservadora, de que a Fora Sindical ( central sindical criada em 1991) o melhor exemplo. E, de outro, diante da inflexo que vem ocorrendo, desde os anos 1990, no interior da CUT, inspirada pela sua tendncia majoritria, a Articulao Sindical, que cada vez mais se aproxima dos modelos do sindicalismo social- democrata europeu.
O sindicalismo ligado CUT ( vinculada a um partido dito de esquerda) a tem
como aliada para o combate ao neoliberalismo, mas por ter tendncias a Articulao
Sindical e se parecer muito com o modelo Europeu. Suas aes e reprodues acabam no
repercutindo como deveriam, sendo assim, aproximando-se cada vez mais de uma
perspectiva de manuteno do ajuste. Embora se preocupe em apresentar alternativas
contra o neoliberalismo.
O Movimento dos Sem Terra (MST) influenciou as lutas sociais, no s do
trabalhador rural, mas tambm do trabalhador urbano, uma vez que seus movimentos
eram voltados para a melhor condio de trabalho.
O MST um movimento popular e sua posio era muito influente na
sociedade. O governo FHC mostrava-se contra o movimento dos sem terra. Essa
contradio foi decisiva para a entrada de Luiz Incio Lula da Silva. Lula foi vinculado ao
Sindicato dos Metalrgicos que teve uma forte influncia da CUT e, conseguindo a
confiana da classe trabalhadora e dos principais lderes sindicais e de vrios partidos
de esquerda, foi eleito presidncia pelo PT, Partido Trabalhista, que era considerado
um partido de esquerda que teve influncia do socialismo. Mas mesmo sendo um
partido de esquerda, a poltica que estava naquele momento (neoliberal) no foi bem
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como a classe trabalhadora e o MST esperavam. O MST continuou com o movimento
de ocupaes de terra mostrando que o governo Lula continuou com a mesma poltica
de FHC (neoliberalismo). O neoliberalismo um modelo econmico que afeta no s
as relaes econmicas, mas tambm sociais e trabalhistas.
MUNDO DO TRABALHO
O trabalho antes de tudo uma relao entre o Homem e a natureza, ou seja, a
transformao da natureza atravs do Homem para satisfazer suas necessidades.
Entendendo essa relao do homem com a natureza, constatamos que o trabalho a
base da sociedade humana, pois atravs desse, que se iniciam as relaes sociais, h
uma cooperao de seres humanos entre si para fazer uso da natureza.
J compreendido o que o trabalho e qual seu significado para a sociedade,
faamos agora um breve histrico para entend-lo na contemporaneidade. Os trinta
anos gloriosos (1940-1970) marcaram uma plena expanso econmica capitalista, apoiada
nas bases Taylorista e Fordista, sob a liderana do capital industrial.
A estratgia taylorista e fordista de organizao do processo produtivo
implicava na produo em srie e em massa, para o consumo massivo, uma rgida
diviso de tarefas entre executores e planejadores, o trabalho parcelar, fragmentado e
a constituio da figura do operrio massa. O estado buscava canalizar o fundo
pblico, tanto para o financiamento do capital quanto para a reproduo da fora de
trabalho. Para atingir as metas desejadas era necessria uma plena expanso do
emprego, utilizando-se ento das idias Keynesianas, que propunham a interveno
estatal na vida econmica com o objetivo de conduzir a um regime de pleno emprego
(IAMAMOTO, 2010: 30).
O papel do Estado era o de viabilizar salrios indiretos por meio de polticas
sociais pblicas, passando ento a fortalecer e investir na rea de servios sociais.
Esse acordo entre Estado, empresariado e sindicatos envolveu uma ampliao das
funes do Estado no campo das polticas pblicas, que passaram a dispor de ampla
abrangncia, permitindo que fosse liberada parcela da renda familiar para o consumo
(IAMAMOTO, 2010: 30). Por esses motivos esse perodo ficou conhecido como o
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estado de bem estar social ou Walfare State. A crise desse padro eclode em meados
da dcada de1970, quando a economia apresenta sinais de estagnao.
Estabelece-se ento a necessidade de um novo modelo econmico que
atendesse s novas realidades, implantando assim um novo modelo de produo, o
japons (Toyotismo) que alguns chamam de acumulao flexvel.
Toyotismo um modelo econmico japons que busca flexibilizar a produo.
Esse modelo faz parte do ajuste neoliberal. No final da dcada de 1970 e incio de
1980, os economistas e idelogos polticos deram uma nova caracterstica ao iderio
liberal, criando assim o neoliberalismo. Do liberalismo econmico, constitui-se num
movimento intitulado de retorno ortodoxia, que deu origem as teses monetaristas
neoliberais que passaram a nortear as polticas econmicas (SOARES, 2002 :12).
O ajuste neoliberal foi caracterizado como a Terceira Revoluo Industrial na
qual houve um grande incremento tecnolgico. O Neoliberalismo o estado que visa o
mximo para o capital e o mnimo para o social, que d origem a uma nova pobreza.
Denominado de neoliberal que inclui (por definio) a informalidade no trabalho, o
desemprego, o subemprego, a desproteo trabalhista e, consequentemente, uma
nova pobreza. (SOARES, 2002: 12).
Verifica-se ento que o ajuste neoliberal no apenas uma mudana
econmica e poltica, tambm uma mudana nas relaes sociais. Nesse sentido, o
ajuste neoliberal no apenas de natureza econmica: faz parte de uma redefinio
global do campo poltico institucional e das relaes sociais. (SOARES, 2002: 12)
Com a nova pobreza, com o mnimo para o social, as polticas sociais passam a
ser focalizadas, com grande seletividade. As repercursses da proposta neoliberal no
campo das polticas sociais so ntidas tornando-se cada vez mais focalizadas, mais
descentralizadas, mais privatizadas. Presenciam-se a desorganizao e destruio dos
servios sociais pblicos, em consequncia do enxugamento do Estado em suas
responsabilidades sociais. (IAMAMOTO, 2010: 36)
Com esse modelo econmico e a separao de pblico e privado fica claro para
a sociedade que o patrimnio pblico est sendo privatizado cada vez mais. Como
exemplo, no Brasil, podemos citar a companhia Vale do Rio Doce, uma empresa que
era pblica e foi privatizada. As empresas estatais foram organizadas com recursos do
povo provindos de impostos ou taxas criadas especificamente para a sua constituio.
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Pertencem ao patrimnio pblico como parte de seu prprio solo. A privatizao e a
passagem de seu controle para o capital estrangeiro ficam, alm da perda de
patrimnio, a drenagem permanente de lucros para o exterior como transferncia de
lucro ou como pagamento para os acionistas estrangeiros. (GIROLETTI, 2007: 317)
Com o modelo neoliberal, afetou-se diretamente a vida dos trabalhadores, pois
esse modelo econmico trs consigo uma desregulamentao dos direitos sociais, a
informalidade, precariedade nos contratos de trabalho e a flexibilidade do trabalho.
Surge, nesse contexto um trabalhador polivalente, aquele que chamado a exercer
vrias funes, no mesmo tempo de trabalho e com o mesmo salrio, como uma
consequncia do enxugamento do quadro de pessoal das empresas. (IAMAMOTO,
2010: 32)
Na sociedade contempornea, faz-se muito presente o desemprego devido ao
incremento de novas tecnologias que vm substituindo o trabalho humano, isso causa
uma insegurana do trabalhador. No atual quadro recessivo da produo econmica
mundial, as lutas sindicais encontram-se fragilizadas e a defesa do trabalho
dificultada diante do crescimento das taxas de desemprego (IAMAMOTO, 2010: 33).
OS SINDICATOS NA ATUALIDADE
Como exposto anteriormente, o modelo econmico que prevalece at os dias
atuais o neoliberal, que influenciou na estrutura dos sindicatos, fazendo com que
esse no tivesse a mesma fora, pois o neoliberalismo trs como conseqncias uma
maior desregulamentao das leis trabalhistas, desemprego macio, precariedade nos
contratos de trabalho. Essas mudanas estruturais e superestruturais continuam em
curso provocando, entre outras conseqncias, um maior enfraquecimento do
sindicalismo em mbito nacional e internacional. (GIROLETTI, 2007: 310)
A organizao sindical na atualidade foi elaborada pela PEC (Proposta de
Emenda da Constituio). A estrutura atual tem como base o sindicato, que forma
federaes e estas criam confederaes; (QUEIROZ, 2007: 39). O sindicato pode se
filiar a federao e confederao ou qualquer entidade. E independente de sua filiao
o sindicato deve acima de tudo defender os interesses coletivos ou individuais,
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inclusive em questes jurdicas e administrativas. Assim QUEIROZ (2007), mostra as
principais normas de funcionamento do sindicato na atualidade:
Autonomia e interferncia: a constituio diz que livre a associao
profissional ou sindical, mas a PEC, probe a interferncia e a interveno na
organizao sindical, o mesmo para o Governo/ Estado.
Representao enquadramento sindical: este enquadramento d-se atravs de
uma determinada categoria especfica, em que essa categoria vai se enquadrar
em um sindicato especfico, que vai abranger uma determinada rea, como por
exemplo, seu municpio.
Representatividade sindical: o ndice de filiao que tem por base as
publicaes, deveres e proteo de seus associados. E se o determinado
sindicato tiver uma rejeio de novos filiados considera-se uma pratica anti-
sindical.
Democracia e a participao: o sindicato deve deixar bem claro para a categoria
que o mesmo um espao democrtico com o conhecimento de seus direitos e
acesso s informaes do interior do sindicato de que fundamentam a
cidadania sindical.
Negociao coletiva: assegurada pela constituio que d o direito de
negociao ao sindicato. As federaes e confederaes, essas s podero
negociar na falta do sindicato.
Financiamento: as contribuies vm atravs de associao, doaes,
comercializao, prestao de servio (venda de planos de previdncia privada
e planos de sade), aplicao de multas, entre outros. Contribuio negociao,
limitada 12% de um salrio por ano, assim distribuda: I) centrais sindicais, com
10%; II) confederaes, com 5%; III) federao, com 10%; IV) sindicato, com
70%; e V) Fundo solidrio, com 5%.
Terceirizao: hoje um grande problema para o sindicato, j que o patro do
empregado terceirizado no o mesmo da empresa para qual o funcionrio
trabalha. Assim, os empregados terceirizados deveriam ser representados pelo
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sindicato que representa os empregados de seu tomador de servios e as
clusulas do acordo deveriam ser estendidas aos terceirizados, tornando
desinteressante essa prtica.
CONSIDERAES FINAIS
Em uma sociedade em que se fazem muito presentes as desigualdades sociais
entre classes antagnicas, torna-se constante uma defasagem nas lutas trabalhistas,
causando assim um enfraquecimento nas conquistas por direitos trabalhistas,
deixando os trabalhadores a merc do capital.
No perodo de 1980, o sindicalismo encontrava-se no pice dos movimentos
sociais. Os trabalhadores faziam-se mais presentes nas lutas socias e na reivindicao
de seus direitos, sem medo de serem repreendidos pela fora policial e pelos seus
opressores, no ambiente de trabalho por parte de seus empregadores. Com a nova
estrutura Sindicalista no Brasil (Novo Sindicalismo), os movimentos sociais mostraram-
se mais fortes, dando nfase CUT, ao MST e a outros movimentos sindicais.
Nesse perodo em que o sindicalismo encontrava-se atenuante, comeavam
tambm a despontar tendncias econmicas, polticas e ideolgicas voltadas para a
reestruturao produtiva e para a emergncia do ajuste neoliberal.
Nos dias atuais, posto que o ajuste neoliberal tem influncia desde a dcada de
1990, faz presente a idia de um trabalhador polivalente, multifuncional, havendo uma
desregulamentao das leis dos direitos sociais, civis e polticos. Com a retrao do
Estado nas polticas sociais, surge uma precarizao tanto na vida do trabalhador
quanto na sociedade.
Percebemos que alm das mudanas econmicas, sociais e polticas, h
tambm uma mudana nas relaes sociais e principalmente na vida dos
trabalhadores, o qual passa por uma transformao ideolgica e em sua forma de
trabalhar. Mesmo com essas transformaes no sindicalismo, esse continua sendo um
mediador entre classes.
A partir das reflexes relatadas compreende-se necessidade para que o
sindicato reveja sua trajetria e a causa de seu enfraquecimento. E que esse encontre
alternativas para mobilizar a classe trabalhadora, conquistando mais filiados,
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tornando-se mais fortes. O trabalhador deve tomar conscincia da importncia de seu
papel e de seus direitos, e com isso o sindicato revigora-se, buscando melhorias
trabalhistas.
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REFERNCIAS ANTUNES, Ricardo. Uma breve radiografia das lutas sindicais no Brasil recente e alguns de seus principais desafios. In: INCIO, J.R. (Org.). Sindicalismo no Brasil: os primeiros 100 anos?. Belo Horizonte: Crislida, 2007. p. 288 306. SOARES, Laura Tavares. Os custos sociais do ajuste neoliberal na Amrica Latina. -2. Ed. - So Paulo: Cortez, 2002. IAMAMOTO, Marilda Villela. O servio social na contemporaneidade: trabalho e formao profissional. 19 ed. - So Paulo: Cortez, 2010. GIROLETTI, Domingos. Os desafios do sindicalismo no sculo XXI. In: INCIO, J.R. (Org.). Sindicalismo no Brasil: os primeiros 100 anos?. Belo Horizonte: Crislida, 2007.p. 307 - 326.
QUEIROZ, Antonio augusto. Movimento Sindical: passado, presente e futuro. In:
INCIO, J.R. (Org.). Sindicalismo no Brasil: os primeiros 100 anos?. Belo Horizonte:
Crislida, 2007. p. 19 44.