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XXIII Simposio Peruano de Energía Solar y del Ambiente (XXIII- SPES), Huancayo, 14 -19.11.2016
SIMULAÇÃO E ANÁLISE DO DESEMPENHO DE UM SECADOR SOLAR
INDIRETO PASSIVO DE FRUTAS E SEMENTES
Felipe Cichetto Tedesco – [email protected]
Alexandre J. Bühler - [email protected]
Sérgio Wortmann – [email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, IFRS - Campus Farroupilha
Resumo: A crescente busca de métodos alternativos, de natureza limpa e sustentável, tem fomentado o desenvolvimento e
aprimoramento de equipamentos de desidratação de frutas e sementes utilizando energia solar. Tais equipamentos vêm
sendo utilizados há milhares de anos em todo o mundo; entretanto, estes permanecem incomuns na região da Serra Gaúcha
no Rio Grande do Sul – Brasil. Buscando-se apresentar propostas para difusão de secadores solares na região, criou-se
uma simulação computacional para determinação da temperatura e vazão do fluxo dentro de um secador solar indireto
passivo, considerando-se a irradiância incidente e as perdas relacionadas ao vidro e à superfície absorvedora.
Possibilitou-se determinar relações ideais para o caso proposto das seguintes características do coletor: Altura na
abertura de entrada; Área superficial do coletor; Performance para diferentes irradiâncias incidentes; Esbeltez e
inclinação adequada produzindo uma relação vazão/temperatura eficiente.
Palavras chave: Energia solar térmica, radiação incidente, vazão e temperatura.
1. INTRODUÇÃO
Sistemas de secagem de frutos e grãos que utilizam a radiação solar como fonte primária de energia têm recebido
grande atenção nos dias de hoje. Eles trazem uma alternativa barata e extremamente eficiente (JAIRAJ; SINGH;
SRIKANT, 2009) em comparação com os métodos tradicionais e arcaicos de desidratação através da queima de madeira
ou combustíveis fósseis em estufas (VIJAYAVENKATARAMAN; INIYAN; GOIC, 2012). A energia solar é uma fonte
de energia totalmente gratuita e está infinitamente disponível a ser extraída. Utilizar esta fonte de energia de forma racional
e inteligente na desidratação de alimentos pode gerar alta qualidade no produto final ligado à grande lucratividade do
processo.
Diversos métodos de secagem e desidratação de frutas têm sido empregados há mais de dez mil anos na história da
humanidade. Os primeiros sistemas criados datam 8000 a.C. e baseiam-se na simples exposição direta das frutas à radiação
solar à baixas umidades relativas (BELESSIOTIS; DELYANNIS, 2011). Entretanto, esse método arcaico já é considerado
ultrapassado e em desuso, pois a degradação e processamento excessivamente lento do produto final, além do
desenvolvimento de microtoxinas, proliferação de insetos e crescimento de microrganismos no local (EKECHUKWU;
NORTON, 1999), indicam a perda de características diretamente relacionadas à qualidade do produto. Outro empecilho a
esse sistema é a sujeição à mudanças e características climáticas locais sofrendo intensa sazonalidade na produção de
alimentos (PALUMBO et al, 2000). Gutiérrez et al (2012), ainda, destacam a perda de frutos durante a secagem devido à
existência de pássaros e outros animais na região.
Uma alternativa tecnicamente e economicamente viável é a utilização de um desidratador solar com chaminé, também
denominado secador solar indireto passivo. Este dispositivo tem como base de funcionamento a captação da radiação solar
por meio de uma superfície de alta absortância que aquece o ar por convecção natural escoando-o até uma estufa onde são
colocadas as frutas ou sementes para a desidratação. Independentemente dos produtos a serem desidratados, estes são
posicionados em bandejas especiais, cuja característica permite a passagem do ar aquecido através de orifícios em sua
superfície.
Considera-se de suma importância projetar tal desidratador de modo a atingir as temperaturas de desidratação ideais
para cada fruto ou semente durante a maior parte do tempo, buscando-se amenizar, ao máximo, as flutuações na sua
performance geradas pelas variações da umidade, da temperatura ambiente e da irradiância incidente sobre a placa ao longo
do dia e do ano. Sabe-se que a faixa de temperatura ideal de desidratação é de, aproximadamente, 40 à 70 ºC, sendo que
temperaturas abaixo de 30 ºC são consideradas de alto risco devido à proliferação de bactérias (BELESSIOTIS;
DELYANNIS, 2011). O segundo aspecto a ser observado durante o projeto é a vazão de ar no interior do desidratador.
Esse ponto é altamente relevante pois, como não há desidratação por exposição direta à radiação nesse equipamento, a
remoção da umidade ocorre, necessariamente, pela convecção natural do ar aquecido com o produto dentro da estufa.
Deste modo, nesse artigo apresenta-se uma simulação computacional visando a determinação da vazão do fluxo de ar
dentro do desidratador assim como sua temperatura, ao longo do dia para diferentes dias do ano na cidade de Farroupilha,
no Rio Grande do Sul - Brasil. Cabe salientar que tal cidade foi propositalmente selecionada com o intuito de desenvolver
uma simulação numérica para a região onde, posteriormente, o secador solar será construído. Para isso, determinar-se-á:
Irradiância incidente sobre a superfície inclinada do coletor solar durante o ano, desprezando-se a atmosfera; Perdas
relacionadas ao vidro – reflexão e absorção; Perdas relacionadas ao coletor – reflexão; Variação da densidade e viscosidade
dinâmica do ar com a temperatura; Empuxo natural gerado pela diferença de densidade do ar na entrada e saída do coletor;
Perda de carga do fluxo dentro do coletor.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Secador solar indireto passivo
O grupo de pesquisa GPAER – Grupo de Pesquisa Aplicada em Energias Renováveis está coordenando um projeto
de construção de um secador solar indireto passivo. Este será constituído, na sua entrada, de um coletor solar plano de
dois metros quadrados cuja inclinação será variável na faixa de 0 à 30 graus. Este será responsável pelo aquecimento do
ar utilizando como fonte de energia a radiação solar, somente. Uma vez aquecido o ar, o mesmo se dirigirá,
espontaneamente, à câmara de desidratação. Nessa câmara as frutas e sementes são dispostas sobre prateleiras onde
entrarão em contato direto com o ar aquecido, provocando a retirada de umidade dos produtos. Apresenta-se na Figura 1
o projeto do desidratador desenvolvido.
(a) (b) (c)
Figura 1 – (a) Secador solar indireto passivo; Coletor solar em (b) Vista isométrica e (c) Vista frontal
O coletor solar desenvolvido é conhecido como “Coletor Solar com Superfície Absorvedora Suspensa” (ROSSI;
ROA, 1980). Isto é, a superfície absorvedora está suspensa entre a lâmina transparente (vidro) e a base que pode ser
isolada termicamente ou não. Assim, há fluxo de ar no duto criado na parte superior da superfície e no segundo duto
criado na parte inferior. Pode-se observar com maior precisão tal característica na Figura 1 (b) e (c).
O fluxo dentro do coletor, por ser dividido entre dois dutos paralelos, gera um aumento de troca térmica por
convecção da placa para com o fluido por razão do aumento da área de contato. Outro grande benefício desse sistema é
diminuição da espessura da camada limite (INCROPERA; DEWITT; BERGMAN, 2006). Rossi e Roa (1980) apresentam
alguns resultados, de diversos experimentos, de coletores com superfície absorvedora suspensa.
2.2 Irradiância incidente
Inicia-se a análise da performance de um coletor solar com superfície absorvedora suspensa determinando-se a
irradiância incidente sobre a placa para qualquer dia do ano à qualquer hora do dia através da Equação (1). Cabe salientar
que tal equação despreza os efeitos da atmosfera. (CHIVELET et al, 2009 – Equação adaptada)
𝐼0𝑑𝛽 = 12 ∗ 3600
𝜋 𝐼𝑠𝑐 𝐸0[𝑠𝑒𝑛 𝛿 𝑠𝑒𝑛 (𝜙 + 𝛽) (𝑤2 − 𝑤1) + cos 𝛿 cos (𝜙 + 𝛽) 𝑠𝑒𝑛 (𝑤2 − 𝑤1)] (1)
onde:
𝐼𝑠𝑐: Constante solar (𝐼𝑠𝑐 = 1367 W/m2 segundo WRR – World Radiation Reference Center);
𝛿: Declinação Solar, ou seja, sua posição angular ao meio dia solar para o dia em questão;
𝜙: Latitude local;
𝛽: Inclinação do coletor, onde 0º indica sua posição exatamente na horizontal;
𝑤2 e 𝑤1 indicam o ângulo horário, isto é, a hora solar em termos de deslocamento angular;
𝐸0 é o fator de correção devido à excentricidade da órbitra da terra em torno do Sol. A Equação (2) apresenta
esse fator em função do dia do ano 𝑑𝑛. (CHIVELET et al, 2009)
𝐸0 = (𝑟0
𝑟)
2
= 1 + 0,033 cos (2 𝜋 𝑑𝑛
365) (2)
1m
Abertura
Largura
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Assim, através da Equação (1) pode-se ter uma boa estimativa da energia incidente que atinge o vidro do secador
solar no instante desejado. Na Figura 2 apresenta-se um comparativo da irradiância incidente sobre uma superfície plana
horizontal e inclinada à 30º em direção ao norte, ou seja, ângulo do Azimute 𝛾 igual a 180º em Farroupilha, RS (latitude
-29,5º) no dia 21 de Junho (Solstício de inverno).
Figura 2 – Horário do Dia vs Irradiância
2.3 Perdas óticas
As perdas óticas no coletor solar são muito importantes na determinação da performance de um secador solar.
Duffie e Beckman (2013) afirmam que a transmitância, a refletância e a absortância são funções da radiação incidente,
espessura, índice de refração e coeficiente de extinção do material de cobertura da placa, normalmente o vidro. Sabe-se
que índice de refração e coeficiente de extinção são funções do comprimento de onda da radiação incidente, entretanto,
para análises das perdas no vidro, essas propriedades serão consideradas constantes, sendo essa uma aproximação muito
satisfatória no caso dos vidros (DUFFIE; BECKMAN, 2013).
Observa-se que toda a radiação incidente sobre a placa absorvedora é exatamente igual a quantidade de radiação
que foi transmitida através da lâmina transparente (vidro). Assim, 𝜏 é a transmitância do vidro utilizado e é determinado
através da Equação (3). (DUFFIE; BECKMAN, 2013)
𝜏 ≅ 𝜏𝑎 𝜏𝑟 (3)
onde 𝜏𝑎 indica a parcela da radiação absorvida pelo vidro e é determinada pela Equação (4) e 𝜏𝑟 é a parcela refletida
apresentada na Equação (5). Essa simplificação é muito utilizada para casos práticos. (DUFFIE; BECKMAN, 2013)
𝜏𝑎 = exp (−𝐾𝐿
𝑐𝑜𝑠 𝜃2
) (4)
𝜏𝑟 =1
2 (
1 − 𝑟𝑝𝑎
1 + 𝑟𝑝𝑎
+1 − 𝑟𝑝𝑒
1 + 𝑟𝑝𝑒
) (5)
onde 𝐾 é o coeficiente de extinção, 𝐿 é a espessura do vidro em metros, 𝜃2 é o ângulo de refração, 𝑟𝑝𝑎 representa a
componente paralela e 𝑟𝑝𝑒 a componente perpendicular da radiação refletida polarizada.
Cabe salientar que o resultado obtido da Equação (3) depende diretamente do ângulo entre a radiação incidente
e a normal ao vidro devido às variáveis 𝑟𝑝𝑎 e 𝑟𝑝𝑒 . Para determinar tal ângulo 𝜃, utiliza-se a Equação (6) (DUFFIE;
BECKMAN, 2013):
𝜃 = 𝑐𝑜𝑠−1 (𝑠𝑒𝑛 𝛿 𝑠𝑒𝑛 𝜙 cos 𝛽 − 𝑠𝑒𝑛 𝛿 cos 𝜙 𝑠𝑒𝑛𝛽 cos 𝛾 + cos 𝛿 cos 𝜙 cos 𝛽 cos 𝜔 + cos 𝛿 𝑠𝑒𝑛 𝜙 𝑠𝑒𝑛 𝛽 cos 𝛾 cos 𝜔+ cos 𝛿 𝑠𝑒𝑛 𝛽 𝑠𝑒𝑛 𝛾 𝑠𝑒𝑛 𝜔) (6)
onde:
𝛾: Ângulo do Azimute, onde 0º indica sul e 180º norte;
𝜔: Horário angular, onde considera-se uma velocidade angular de 15º por hora.
7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 170
200
400
600
800
1000
1200
1400
Hora do dia (hr)
Irra
diâ
ncia
incid
ente
em
W/m
2
Plano horizontal
Plano inclinado
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Para estimar-se o calor disponível na superfície absorvedora deve-se considerar, além das perdas por reflexão e
absorção do vidro, a absortância do próprio coletor e estimar a quantidade de radiação que retornará após ser refletida
pelo coletor e refletida de volta ao mesmo pelo vidro. Assim, os autores Duffie e Beckman (2013) apresentam a equação
do produto transmitância-absortância através da Equação (7).
(𝜏𝛼) = 𝜏 𝛼 ∑[(1 − 𝛼) 𝜌𝑑]𝑛
∞
𝑛= 0
= 𝜏 𝛼
1 − (1 − 𝛼)𝜌𝑑
(7)
onde 𝜌𝑑 é a refletância do vidro e 𝛼 é a absortância da superfície coletora.
2.4 Transferência de calor
Com a determinação do energia incidente sobre o coletor e, após estimar as principais perdas, tem-se o calor útil
que será utilizado para aquecer o fluido de trabalho. Deste modo, a potência instantânea que será entregue ao fluido
elevando sua temperatura é apresentada pela Equação (8).
𝑑𝑄
𝑑𝑡= �̇� = �̇� 𝐶𝑝 (𝑇2 − 𝑇𝑎𝑚𝑏) (8)
onde 𝐶𝑝 é o calor específico, �̇� é a vazão do fluido de trabalho, 𝑇2 a temperatura de saída do fluido e 𝑇𝑎𝑚𝑏 a temperatura
de entrada, considerada temperatura ambiente. A Equação (8), após ser manipulada e agregando-se um fator 𝜂, utilizado
para corrigir a real potência instantânea devido à eficiência na transferência do calor do coletor ao fluido, chega-se a
Equação (9) capaz de determinar 𝑇2.
𝑇2 =�̇� 𝜂
�̇� 𝐶𝑝
+ 𝑇𝑎𝑚𝑏 (9)
2.5 Vazão do fluxo de ar
A determinação da velocidade do escoamento do ar dentro do coletor possibilitará determinar se o fluxo será
laminar ou turbulento. A velocidade é calculada através da formulação global de Bernoulli. (FOX; PRITCHARD;
MCDONALD, 2008)
(𝑝1
𝜌+ 𝛼1
𝑉12
2+ 𝑔 𝑧1) − (
𝑝2
𝜌+ 𝛼2
𝑉22
2+ 𝑔 𝑧2) = ℎ𝑙 (10)
sendo:
𝑝1 e 𝑝2 as pressões na entrada e na saída, respectivamente;
𝛼1 e 𝛼2 são os fatores de correção conhecidos como coeficientes de energia cinética, onde, para escoamento
laminar, 𝛼 é igual a 2 e igual a 1, para escoamento turbulento, pois o perfil de velocidades é bem achatado (FOX;
PRITCHARD; MCDONALD, 2008);
𝑉1 e 𝑉2 representam as velocidades do fluido na entrada e na saída do coletor, respectivamente;
𝑧1 e 𝑧2 indicam as cotas geométricas;
𝜌 é a densidade do fluido;
𝑔 representa a aceleração da gravidade (𝑔 = 9,81 m/s2);
ℎ𝑙 é a perda de carga.
2.6 Perda de carga
Um fator normalmente desconsiderado em caso de coletores solar planos é a perda de carga. Isso ocorre devido
ao fato da perda de carga de um gás à baixa velocidade entre placas planas e paralelas ter baixa significância nos resultados
finais. Este fato é atenuado por não haver perdas localizadas, isto é, causadas por variações na área da seção interna,
acessórios, entradas e saídas de fluido. Assim, calcula-se, para escoamento laminar, a perda de carga através da Equação
(11) (FOX; PRITCHARD; MCDONALD, 2008).
ℎ𝑙 = (64
𝑅𝑒𝑑
)𝐿
𝐷
𝑉2
2 (11)
Salienta-se que a perda de carga calculada na Equação (11) é a energia convertida de energia mecânica para
térmica devido ao atrito com as paredes, caracterizando-se a perda de energia no fluido. Esse fato está diretamente
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relacionado com o diâmetro D, presente na Equação (11) e no número de Reynolds. Deste modo, utiliza-se, para dutos
não circulares, o diâmetro hidráulico (FOX; PRITCHARD; MCDONALD, 2008).
𝐷ℎ =4 𝐴
𝑃 (12)
onde A indica a área da seção do duto e P o seu perímetro. Observa-se que a razão largura/altura não deve ser superior a
3 ou 4 (FOX; PRITCHARD; MCDONALD, 2008). Caso não se enquadre na condição, como na situação do coletor
projetado, optou-se por subdividir a área de entrada em múltiplos pequenos elementos quadrados, dispostos de forma
paralela, que obedecem a razão 1 para 4.
Figura 3 – Subdivisão da entrada do coletor em n elementos
Deste modo, os dois elementos das extremidades do coletor observam uma perda de carga em três dos quatros
lados (linha cheia) e todos os outros elementos somente na superfície superior e inferior.
(a) (b) (c)
Figura 4 – (a) Elementos na entrada do coletor, (b) Elemento da extremidade, (c) Elemento central
Sabendo que a perda de carga pode ser entendida como uma tensão de cisalhamento com as superfícies do
coletor, os elementos considerados acima apresentam cisalhamento da seguinte forma.
ℎ𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 =3
4 ℎ𝑙 (13)
ℎ𝑙𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑙 =1
2 ℎ𝑙 (14)
Desta forma, considerou-se que, para todo o coletor a perda de carga total é apresentada pela Equação (15).
ℎ𝑙𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟 =ℎ𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 ℎ𝑙𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑙
2 ℎ𝑙𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑙 + (𝑛 − 2) ℎ𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
(15)
onde n é o número de elementos.
2.7 Empuxo
Através do aquecimento do ar ao passar pelo coletor, este tem sua densidade reduzida, gerando então um fluxo
natural do ar dentro dos dutos formados na parte superior e inferior da superfície absorvedora suspensa. Deste modo, um
“empuxo” natural é gerado fazendo o fluxo acontecer naturalmente através de um coletor inclinado à um ângulo 𝜃 (16).
𝐸𝑚𝑝 = 𝑔 ∆𝜌 𝑣 𝑉 𝑠𝑒𝑛 𝜃 (16)
sendo:
∆𝜌 é a variação da densidade dentro do coletor;
𝑣 é o volume interno do coletor;
𝑉 é a velocidade do fluxo de ar no coletor.
3. RESULTADOS
Através do software criado em MATLAB e utilizando-se das Equações (1) e (2) apresentadas, determinou-se a
irradiância incidente sobre o coletor ao longo do dia. Deste modo, apresenta-se alguns resultados para diferentes
inclinações do coletor ao longo de diferentes dias do ano. Salienta-se que todos os resultados apresentados são para um
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coletor em direção ao norte, ou seja, ângulo do Azimute 𝛾 igual a 180º em Farroupilha, RS (latitude -29,5º) e temperatura
ambiente média de 18 ºC.
(a) (b)
Figura 5 – Irradiância para diferentes inclinações no (a) Solstício de verão – 22/12, (b) Solstício de inverno – 21/06.
Cabe salientar que os valores de irradiância foram adequados às condições reais de ensolação na região de
Farroupilha, RS, através de um fator de correção. Tal fator foi calculado através da comparação direta entre dados de
irradiância sem atmosfera com dados reais do Swera, utilizando o software Radiasol. Determinou-se, assim, um fator de
correção de 0,5.
3.1 Calor entregue ao fluido pelo coletor (com perdas)
Uma vez alcançados os resultados da irradiância incidente, considera-se, então, as perdas por reflexão e absorção do
vidro e reflexão do coletor afim de uma simulação mais precisa do calor entregue pelo coletor solar ao fluido de trabalho.
Alguns parâmetros foram estipulados de acordo com o coletor solar projetado:
Espessura do vidro: 6 mm;
Área da superfície absorvedora: 2 m2;
Índice de refração do ar (n1): 1;
Índice de refração do vidro (n2): 1,526;
Coeficiente de extinção (K): 32 m-1;
Absortância da superfície coletor – chapa metálica revestida de preto fosco (𝛼): 0,90.
Apresenta-se, na sequência, um comparativo da irradiância incidente sobre o coletor inclinado à 20º com e sem as
perdas óticas calculadas para os solstícios. Tal inclinação do coletor foi selecionado devido à latitude local ser latitude -
29,5º, favorecendo, assim, a absorção de calor no verão quando ocorre a colheita uva, típica da região de Farroupilha, RS,
e não prejudicando severalmente a absorção no inverno, período de baixa ensolação.
(a) (b)
Figura 6 – Comparativo da irradiância incidente com e sem perdas no (a) Solstício de verão – 22/12, (b) Solstício de
inverno – 21/06.
6 8 10 12 14 16 180
100
200
300
400
500
600
700
Hora do dia (hr)
Irra
diâ
ncia
incid
ente
em
W/m
2
Plano horizontal
Plano inclinado 10 deg
Plano inclinado 20 deg
Plano inclinado 30 deg
7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 170
100
200
300
400
500
600
Hora do dia (hr)
Irra
diâ
ncia
incid
ente
em
W/m
2
Plano horizontal
Plano inclinado 10 deg
Plano inclinado 20 deg
Plano inclinado 30 deg
6 8 10 12 14 16 180
100
200
300
400
500
600
700
Hora do dia (hr)
Irra
diâ
ncia
incid
ente
em
W/m
2
Plano inclinado
Plano inclinado com perdas
7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
600
Hora do dia (hr)
Irra
diâ
ncia
incid
ente
em
W/m
2
Plano inclinado
Plano inclinado com perdas
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Observa-se que as perdas óticas afetam significativamente a irradiância que está, de fato, incidindo sobre a placa
absorvedora.
3.2 Determinação da temperatura de saída e velocidade do fluido de trabalho
Após à determinação da irradiância incidente, calcula-se e determina-se a temperatura que o fluido atinge na
saída do coletor e sua respectiva velocidade (ou vazão). Observa-se que o aumento da temperatura provoca uma
diminuição na densidade do fluido de trabalho, aumentando automaticamente a velocidade do fluxo no coletor. Esse
aumento na velocidade faz com que a temperatura caia já que a haverá menor tempo de transferência de calor do coletor
para as moléculas de ar. Isto foi solucionado através de um cálculo iterativo realizado em Fortran determinando-se a
velocidade e temperatura do fluido de equilíbrio dada as condições iniciais. O fluxograma apresentado na Figura 7
demonstra a lógica criada para a solução do problema citado.
Figura 7 – Fluxograma do código computacional
Uma vez que optou-se por subdividir a entrada do coletor solar em múltiplos elementos quadrados como
mencionado na seção Perda de Carga, apresenta-se um comparativo da velocidade e temperatura do fluido com e sem
perda de carga. Tal análise, apresentada na Tabela 1, foi criada para diferentes irradiâncias médias incidentes sobre o
coletor mantendo sua largura em 1 metro, comprimento em 2 metros, inclinação de 30º, abertura de 25 mm e admitindo-
se uma eficiência na transferência do calor da placa para o fluido de trabalho de 75%.
Tabela 1. Análise da perda de carga do coletor.
Com Perda de Carga Sem Perda de Carga Erro
Irradiância
(W/m2)
Temperatura
(ºC)
Velocidade
(m/s)
Temperatura
(ºC)
Velocidade
(m/s)
Temperatura
(%)
Velocidade
(%)
200 39,19 0,486 38,90 0,493 0,74 1,44
300 45,04 0,577 44,68 0,584 0,80 1,21
400 50,38 0,648 49,97 0,656 0,81 1,23
500 55,42 0,707 54,98 0,714 0,79 0,99
600 60,20 0,757 59,72 0,765 0,80 1,06
700 64,90 0,800 64,39 0,809 0,79 1,13
800 69,40 0,839 68,85 0,848 0,79 1,07
900 73,83 0,874 73,25 0,883 0,79 1,03
1000 78,18 0,906 77,56 0,915 0,79 0,99
Nota-se no comparativo apresentado na Tabela 1 que as diferenças das temperaturas e das velocidades do fluido
no coletor com e sem perda de carga são ínfimos. Isto demonstra que, para casos de engenharia, tal perda pode ser
desconsiderada.
Apresenta-se, na sequência, um comparativo da temperatura e velocidade do fluido, assim como o número de
Reynolds, para diferentes aberturas do coletor mantendo sua largura em 1 metro, comprimento em 2 metros, inclinação
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de 30º, irradiância média de 800 W/m2 e admitindo-se uma eficiência na transferência do calor da placa para o fluido de
trabalho de 75%, sendo esta uma estimativa preliminar (Figura 8).
Figura 8 – Análise da abertura do coletor.
Aberturas dentro da faixa de 25 – 40 mm apresentaram resultados de temperatura satisfatórios para uma
irradiância incidente de 800 W/m2. Salienta-se que as linhas que conectam os pontos são, somente, para facilitar a
visualização. Elas não têm significado físico.
Apresenta-se um comparativo da temperatura e velocidade do fluido, assim como o número de Reynolds, para
diferentes áreas do coletor mantendo sua largura em 1 metro, altura em 25 mm, inclinação de 30º, irradiância média de
800 W/m2 e admitindo-se uma eficiência na transferência do calor da placa para o fluido de trabalho de 75%, alterando-
se somente o comprimento do coletor (Figura 9).
Figura 9 - Análise da área do coletor.
Nesta simulação apresentada possibilitou-se determinar que áreas na faixa de 1 à 2 m2 resultam em temperaturas
dentro da faixa adequada de desidratação de frutas.
3.3 Análise da performance do coletor para diferentes irradiâncias
Nessa seção apresenta-se um comparativo da temperatura e velocidade do fluido, assim como o número de
Reynolds, para diferentes irradiâncias incidentes sobre o coletor mantendo sua área de 2 m2, largura em 1 metro e altura
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em 25 mm, inclinação de 30º e admitindo-se uma eficiência na transferência do calor da placa para o fluido de trabalho
de 75%.
Figura 10 - Análise de diferentes irradiâncias.
Importantes definições se apresentam na simulação realizada nessa seção. Irradiâncias baixas, na ordem de 300
W/m2, apresentam temperaturas de saída do coletor satisfatórias para a desidratação de uvas. Isto garante uma segurança
no funcionamento do desidratador, já que temperaturas inferiores à 40ºC são consideradas de alto risco. Outra
característica do coletor que pode ser observada através da Figura 10 é a proporcionalidade da temperatura e da velocidade
do fluido de trabalho com o aumento do irradiância.
3.4 Análise da esbeltez do coletor
Nessa seção apresentar-se-á um comparativo da temperatura e velocidade do fluido, assim como o número de
Reynolds, para diferentes configurações do coletor mantendo sua área de 2 m2, altura de 25 mm, inclinação de 30º,
irradiância média de 800 W/m2 e admitindo-se uma eficiência na transferência do calor da placa para o fluido de trabalho
de 75%. A relação largura/comprimento será manipulada e os resultados apresentados na Tabela 2.
Tabela 2. Análise da esbeltez do coletor.
Largura
(m)
Comprimento (m) Relação Temperatura
(ºC)
Velocidade
(m/s)
Vazão
(m3/s)
Número
Reynolds
0,25 8 1/32 108,46 1,998 0,0125 4738,77
0,5 4 1/8 84,79 1,316 0,0165 3448,64
0,75 2,6667 9/32 75,18 1,014 0,0190 2758,62
1 2 1/2 69,40 0,839 0,0210 2335,92
1,5 1,3333 9/8 62,52 0,639 0,0240 1826,72
2 1 2/1 58,34 0,526 0,0263 1525,44
3 0,6667 9/2 53,25 0,399 0,0299 1175,49
4 0,5 8/1 50,08 0,327 0,0327 974,200
8 0,25 32/1 43,80 0,201 0,0402 612,110
Paralelamente à Tabela 2, a Figura 11 apresenta os mesmos resultados na forma gráfica. Tal representação facilita
sensivelmente a correlação entre vazão, temperatura e velocidade do fluido dentro do coletor.
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Figura 11 - Análise da esbeltez do coletor.
Observa-se que um aumento da relação largura/comprimento ocasiona uma diminuição da temperatura e da
velocidade do fluido, entretanto, há um aumento da vazão dentro do coletor.
3.5 Análise do ângulo de inclinação do coletor
Apresenta-se, na Figura 12, um comparativo da temperatura e velocidade do fluido, assim como o número de
Reynolds, para diferentes inclinações do coletor mantendo sua área de 2 m2, largura em 1 metro e altura em 25 mm,
irradiâncias constante de 800 W/m2 e admitindo-se uma eficiência na transferência do calor da placa para o fluido de
trabalho de 75%.
Figura 12 - Análise da inclinação do coletor.
Alteração na inclinação do coletor, sem modificar a irradiância incidente, provou que a faixa mais adequada de
trabalho está entre 25 e 35º, permanecendo assim com uma tolerância aceitável.
4. CONCLUSÃO
Para o caso proposto de um secador solar indireto passivo cujo coletor é de superfície absorvedora suspensa, diversas
simulações foram realizadas para diferentes situações e características. Possibilitou-se determinar e atingir várias
conclusões quanto as seguintes características do coletor: Altura na abertura de entrada; Área superficial; Performance
para diferentes irradiâncias incidentes; Esbeltez e inclinação produzindo uma relação vazão/temperatura ideal.
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Relacionado ao método utilizado da subdivisão do coletor em n elementos visando-se obedecer a relação
largura/altura, observou-se que, quando comparada a temperatura e a velocidade do fluido com e sem perda de carga, os
resultados apresentados foram próximos. A diferença das temperaturas foi em média 0,8%, enquanto que das velocidades
foi 1,1%, apresentando resultados coerentes com o esperado, ou seja, quando computada a perda de carga nos cálculos,
os valores das velocidades são inferiores e das temperaturas superiores aos valores obtidos através da análise sem perda
de carga. Porém, fica óbvio que para aplicações de engenharia a perda de carga não é significativa nesses equipamentos,
podendo ser desprezada.
Pôde-se observar a importância de se determinar a área de entrada do coletor adequada para cada situação. Sabendo-
se que a faixa ideal de temperatura de trabalho de um desidratador de frutas é de 40 – 70 ºC, sendo temperaturas inferiores
a 30 ºC consideradas de alto risco, notou-se que para o problema proposto a abertura ideal está na faixa de 25 – 40 mm
permanecendo, deste modo, com uma distância relativamente segura da temperatura crítica.
A simulação da variação da área do coletor possibilitou concluir que este, quando dentro da faixa de 1 – 2 m2, atinge
valores satisfatórios, permanecendo, assim, com uma tolerância aceitável acima do limite inferior determinado de
temperatura. Salienta-se que para maiores áreas alcança-se maiores temperaturas de saída e, consequentemente, maiores
vazões. Por exemplo, em um coletor de 2 m2 atinge-se uma temperatura de 69,4 ºC, velocidade de 0,84 m/s e vazão de
0,021 m3/s.
Na simulação de diferentes irradiâncias incidentes, observando-se possíveis ocorrências de irradiâncias em diferentes
dias e horários, nota-se que para irradiância de 200 W/m2 (instante de baixa radiação), atinge-se temperatura,
aproximadamente, de 40 ºC, satisfazendo-se a condição de permanecer dentro da faixa de temperatura adequada de
desidratação. Nota-se que em dias de grande insolação a temperatura tende a extrapolar o limite superior de 70 ºC,
atingindo 78 ºC para irradiância de 1000 W/m2.
A análise da esbeltez do coletor indicou que o aumento da relação largura/comprimento produz uma diminuição na
temperatura e da velocidade, por outro lado, aumenta-se a vazão. Para certas aplicações essa relação pode ser muito
conveniente, onde busca-se maior vazão de circulação dentro do coletor. Relações 1/2, 9/8, 2/1, 9/2 e 8/1 obtiveram
resultados próximos e de grande satisfação para o problema proposto, indicando faixa de esbeltez adequada.
Sabe-se que a alteração da inclinação de um coletor, provoca uma mudança no valor da irradiância incidente.
Entretanto, na simulação proposta para irradiância constante de 800 W/m2, observou-se que o aumento da inclinação do
coletor acelerou o fluido, acrescendo sua vazão e reduzindo sua temperatura. Para a simulação realizada, observou-se que
a faixa de inclinação que melhor atinge resultados na relação vazão/temperatura é 25 – 35º.
Agradecimentos
O autor agradece ao CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e ao Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, IFRS - Campus Farroupilha, Brasil, pelo fomento e apoio ao
projeto de desenvolvimento do Secador Solar Indireto Passivo.
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XXIII Simposio Peruano de Energía Solar y del Ambiente (XXIII- SPES), Huancayo, 14 -19.11.2016
SIMULATION AND ANALYSIS OF A FRUITS AND SEEDS’ INDIRECT PASSIVE
SOLAR DRYER
Abstract: The growing pursuit for alternative methods of clean and sustainable nature has fostered the development and
improvement of fruit and seeds dehydration equipment using solar energy. Such devices have been used for thousands of
years around the world; however, they remain unusual in the Serra Gaúcha region in Rio Grande do Sul - Brazil. Seeking
to present proposals for dissemination of solar dryers in the specified region, it has been created a computer simulation
to determine the temperature and flow rate of the stream in an indirect passive solar dryer, considering the incident
irradiance and losses related to glass and surface absorber. It was possible to determine optimum ratios for the case of
the following proposed features: Height at the inlet opening; Collector surface area; Performance for various incident
irradiances; Slenderness and proper slope producing an efficient ratio flow rate / temperature.
Key words: Solar thermal energy, incident radiation, flow rate and temperature.