secagem e - core.ac.uk · sorgo/tecnologia de produção parte inferior e deterioração dos grãos...

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Sorgo/Tecnologia de Produção te salientar que as sementes quando colhidas com- pletamente maduras são muito melhores para se- meadura e além disso têm probabilidades de man- terem sua vitalidade por um período de tempo mais longo. BIBLIOGRAFIA ANDRADE, I.G. de; CORREA, H.; FERREIRA, T. de A. & ALVARENGA, E.G. de. Mdquinas agrtcolas. La- vras, ESALlDep. de Engenharia Rural, 1975. (Curso de Mecanização Agrícola e Conservação do Solo, 2l. FINCH, E.O. & CHOWDHURY, M. Sorghum harvest , losses and damage. St. Joseph, American Society of Agricultural Engineers, 1977.24 p. ---; MANTOVANI, E.C. & REISS, W.D. Perdas na colheita mecânica de sorgo. Sete Lagoas,EMBRAPA/ CNPMS, 1977. 15 p, MELA, P.M. El sorgo, Ia planta dei porvenir. Zaragoza, Agrociência, 1965.69 p. ----------~----1~-7~-- NOBRE, J.M.E. Mercado potencial para o sorgo no nor- deste. Fortaleza, Banco do Nordeste do BrasiI/ETNE, 1975.175 p. PRINCIPAIS culturas. Campinas, Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, s.d. v.2., 395 P. QUlMBY, J.R.; KRAMER, C.J.; STEPHENS, A.K.l. & KARPER, E.R. Grain sorghum production in Texas, Texas, Texas Agricultural Experiment Station, 1953. 35 p. ROSS, W.M. & WEBSTER, O.J. Culture and use ofgrain sorghum . Washington, United States Department of Agriculture, 1970. 30 p. SWEARINGIN, M.l.; FOLEY, J.R.; MORRIS, W.H.M. & NEVES, J.D. Sorgo granifero para o nordeste brasi- leiro; estudo de viabilidade. Washington, Agência Norte Americana para o Desenvolvimento, Interna- cional, 1971. 148 o, VALENTE, C.S. Cultura do sorgo. Fortaleza, ANCAR- Ceará, 1974. 18 p. WALL, J.S. & ROSS, W.M. Produccion y usos dei S07g0. Buenos Aires, Hemisfério Sur, 1975,399 p. Secagem e armazànamento de grãos e sementes Antônio Marcos Coelho Pesquisador! EPAMIG Luiz Antonio Bastos Andrade Prol. Colaborador, Departamento de Agricul- tura!ESAL Edwin O. Finch Pesquisador IlCA!EMBRAPA -- Jt-~~' ; seJage~, ~ ~r~~~~~amênto e o manejo dos grãos e sementes de sorgo constituem passos im- portantes nas operações de produção e comercial i- zação , uma vez que a secagem e o armazenamento inadequados contribuem para diminuir a qualidade Int. Agropec., Belo Horizonte ~ (56) ago. 1979 dos grãos e o vigor das sementes, reduzindo o seu valor no mercado. Uma série de medidas devem ser tomadas visando manter as sementes e grãos em boas condições durante o armazenamento, tais como: 1. LIMPEZA É comum que o sorgo, principalmente aquele oriundo de uma colheita mecanizada, chegue da la- voura misturado com grande quantidade de pó e outras impurezas. Portanto, o primeiro passo con- siste em se fazer a retirada destes materiais, o-que pode ser feito através de máquinas próprias de pré- limpeza ou mesmo manualmente através do uso de peneiras, pás etc (para pequeno volume de produ- ção). Esta pré-limpeza facilitará e muito a poste- rior secagem e armazenagem dos grãos. 2. SECAGEM A secagem constitui-se em uma das principais operações no sentido de se obter grãos e sementes com excelente padrão de qualidade. O teor eleva- do de umidade no armazenamento é, em geral, a principal causa que concorre para a perda do po- der germinativo, do vigor das sementes, além de predispor ao ataque de pragas e microorganismos, levando-se; às vezes, à sua completa deterioração . . Dos processos usados atualmente podemos destacar: Secagem natural - Secagem mista - Secagem mecânica: baixa temperatura (energia solar ou ar natural), alta temperatura (combusHveis) . 55

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Sorgo/Tecnologia de Produção

te salientar que as sementes quando colhidas com-pletamente maduras são muito melhores para se-meadura e além disso têm probabilidades de man-terem sua vitalidade por um período de tempomais longo.

BIBLIOGRAFIA

ANDRADE, I.G. de; CORREA, H.; FERREIRA, T. de A.& ALVARENGA, E.G. de. Mdquinas agrtcolas. La-vras, ESALlDep. de Engenharia Rural, 1975. (Cursode Mecanização Agrícola e Conservação do Solo, 2l.

FINCH, E.O. & CHOWDHURY, M. Sorghum harvest ,losses and damage. St. Joseph, American Society ofAgricultural Engineers, 1977.24 p.

---; MANTOVANI, E.C. & REISS, W.D. Perdas nacolheita mecânica de sorgo. Sete Lagoas,EMBRAPA/CNPMS, 1977. 15 p,

MELA, P.M. El sorgo, Ia planta dei porvenir. Zaragoza,Agrociência, 1965.69 p.

----------~----1~-7~----

NOBRE, J.M.E. Mercado potencial para o sorgo no nor-deste. Fortaleza, Banco do Nordeste do BrasiI/ETNE,1975.175 p.

PRINCIPAIS culturas. Campinas, Instituto Campineiro deEnsino Agrícola, s.d. v.2., 395 P.

QUlMBY, J.R.; KRAMER, C.J.; STEPHENS, A.K.l. &KARPER, E.R. Grain sorghum production in Texas,Texas, Texas Agricultural Experiment Station, 1953.35 p.

ROSS, W.M. & WEBSTER, O.J. Culture and use ofgrainsorghum . Washington, United States Department ofAgriculture, 1970. 30 p.

SWEARINGIN, M.l.; FOLEY, J.R.; MORRIS, W.H.M. &NEVES, J.D. Sorgo granifero para o nordeste brasi-leiro; estudo de viabilidade. Washington, AgênciaNorte Americana para o Desenvolvimento, Interna-cional, 1971. 148 o,

VALENTE, C.S. Cultura do sorgo. Fortaleza, ANCAR-Ceará, 1974. 18 p.

WALL, J.S. & ROSS, W.M. Produccion y usos dei S07g0.Buenos Aires, Hemisfério Sur, 1975,399 p.

Secagem earmazànamento

de grãos esementes

Antônio Marcos CoelhoPesquisador! EPAMIG

Luiz Antonio Bastos AndradeProl. Colaborador, Departamento de Agricul-

tura!ESAL

Edwin O. FinchPesquisador IlCA!EMBRAPA

-- Jt-~~' ; seJage~, ~ ~r~~~~~amênto e o manejo dosgrãos e sementes de sorgo constituem passos im-portantes nas operações de produção e comercial i-zação , uma vez que a secagem e o armazenamentoinadequados contribuem para diminuir a qualidade

Int. Agropec., Belo Horizonte ~ (56) ago. 1979

dos grãos e o vigor das sementes, reduzindo o seuvalor no mercado. Uma série de medidas devemser tomadas visando manter as sementes e grãos emboas condições durante o armazenamento, taiscomo:

1. LIMPEZA

É comum que o sorgo, principalmente aqueleoriundo de uma colheita mecanizada, chegue da la-voura misturado com grande quantidade de pó eoutras impurezas. Portanto, o primeiro passo con-siste em se fazer a retirada destes materiais, o-quepode ser feito através de máquinas próprias de pré-limpeza ou mesmo manualmente através do uso depeneiras, pás etc (para pequeno volume de produ-ção). Esta pré-limpeza facilitará e muito a poste-rior secagem e armazenagem dos grãos.

2. SECAGEM

A secagem constitui-se em uma das principaisoperações no sentido de se obter grãos e sementescom excelente padrão de qualidade. O teor eleva-do de umidade no armazenamento é, em geral, aprincipal causa que concorre para a perda do po-der germinativo, do vigor das sementes, além depredispor ao ataque de pragas e microorganismos,levando-se; às vezes, à sua completa deterioração .

. Dos processos usados atualmente podemosdestacar:

Secagem natural- Secagem mista- Secagem mecânica: baixa temperatura

(energia solar ou ar natural), alta temperatura(combusHveis) .

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Sorqo/Tecnoloqia de Produção

--1-- f

o sorgo proveniente do plantio em fins de se-tembro ou começo de outubro, considerado comornonocu Itura, fatalmente sofrerá o processo de se-cagem mecânica pelo seu alto teor de umidade.

~Estf{sorgo édenominado "safra das águas".~ r-0 sorgo proveniente do plantio de janeiro,

considerado de rotação com amendoim, sàja pre-coce etc, poderá sofrer o processo de secagem na-tural ou mista, dependendo da situação climática.Este sorgo é denominado "safra das secas".

A secagem natural caracteriza-se pelo fato dese utilizar o sol como fonte de calor para acelera-ção do processo de ·secagem. Apresentam duas eta-pas distintas: esparramação, aquecimento, movi-mentação e aeração e abafamento para igualação.

A secagem processa-se em terreiros, tabuleirosou encerados e a técnica empregada é bastante co-nhecida, motivo pelo qual não será aqui descrita.

Na secagem mista utilizam-se a secagem natu-ral e a secagem mecânica como complemento doponto de seca dos grãos.

Na secagem mecânica,"diferentes tipos de seca-dores são empregados, mas à temperatura, nestescasos, precisa ser controlada, porque se ultrapassara 600C, pode prejudicar o valor alimentício dogrão pelá oxidação dos carboidratos.

Este trabalho deve ser realizado em ternpo.pa--ra evitar fermentação e outros danos nos grãos.

A própria secagem em máquinas de pré-limpe-za , ar frio, transferências sucessivas de um depósi-to ou si 10 para outro, são também processos de se-cagem utilizados, de acordo com a umidade e ovolume de colheita.

2.1. Secagem em secadores comerciais

Existe no mercado nacional vários secadoresdo tipo "batch" ou "lote" e do tipo contínuo.Seu uso deve-se basear nas recomendações técnicasfornecidas pelo fabricante e, no caso de sorgo, evi-tar ~Ievação excessiva de temperatura.

O sorgo, durante a secagem, principalmenteem secadores "batch" e contrnuo , como tambémem silos, está sujeito a incêndio ou explosão commaior facilidade do que o milho, sendo necessáriosmaiores cuidados. As causas que contribuem paraisto são: maior percentagem de impurezas nosgrãos, acúrnulo de impurezas no equipamento equando o operador inexperiente aumenta a tempe-ratura do secador para compensar o fluxo reduzidode ar.

É bom lembrar que o sorgo apresenta uma re-sistência ao fluxo de ar maior do que o milho, até2,4 vezes, em condições normais de secaqern.

As providências i a serem tomadas são: inspe-ção diária para eliminar focos de impurezas noequipamento, nunca' deixar secadores automáticosfuncionarem por períodos longos sem antes proce-der à supervisão, retirar ao máximo as impurezasdos grãos e não deixar temperatura excessiva des-senvo Iver-se em qualquer ponto do sistema.

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2.2. Secagem em silos metálicos.

Ar natural

Se o grão é destinado ao armazenamento emsilos metálicos, na fazenda, convém aproveitar estepara proceder à secagem com ar natural.

Assim os grãos são secados no mesmo silo on-de ficarão armazenados, aproveitando melhor o in-vestimento e conseguindo uma secagem bem uni:forme, com o minimo risco de incêndio.

As desvantagens estão re lacionadas com os fa-tores climáticos "não controláveis que influem notempo de secagem, nos riscos e na supervisão cons-tante do sistema durante o processo de secagem.

O conjunto (motor-ventilador) escolhido deveter capacidade para produzir, no mínimo, 30 m3

de ar /min/t de" grãos, passando pela massa de grãosno silo a uma profundidade de 2,4 m.

Adotar o sistema de uma distribuição de aradequada, sendo o seu fluxo uniforme em todos oslocais do silo. Projetos de grande porte devemser verificados por um técnico capacitado.

Os grãos devem sertrrtocados uniformemente,evitando acumulação de impurezas ou grãos que-brados que podem virar, futuramente, focos de al-ta umidade, mofo, insetos e incêndio.

L igar o venti lador logo que tiver uma camadauniforme de grãos no silo. Encher o silo até 1,0ou no máximo 1,8 m de profundidade e secar, atéque os grãos contidos n-a parte superior apresentemumidade de 15% ou menos, o que permite adicio-nar uma nova camada de grãos com 0,8 m de altu-ra. Repete-se o processo até o máximo de 3,0 mde profundidade. Quando a última camada tivercom 15% ou menos.de umidade deve-se começara usar o ventilador, seletivamente, nas horas emque a umidade do ar estiver abaixo de 75%, nor-malmente durante dias de sol, até conseguir que aumidade dos grãos esteja no máximo de 12%.

Desligar o ventilador durante os períodos dechuva. Se a chuva continuar por mais de 24 horas,manter a massa de grãos fria através do uso do ven-tilador por duas a três horas por dia.

Retirar amostras pelo menos duas vezes porsemana para verificar a umidade dos grãos duranteo processo de secagem, escolhendo vários locaisno silo, aproximadamente 2,0 m de distância umdo outro e sempre fazer a amostragem em trêsníveis: superior, mediana e inferior. Verificar aumidade dos grãos, ausência de mofo e tempera-tura, anotar estes dados que servirão como refe-rência para verificar qua Iquer mudança drásticana massa de grãos. Estes dados serão úteis comoguia para futura secagem e aeração.

Ar aquecido

Ar quente (65-90° C) tem a capacidade de re-mover muita umidade dos grãos. Neste caso limi-tar a profundidade de cada camada de grãos no siloa 0,50 rn, para evitar excesso de temperatura na

Int. Agropec .• Belo Horizonte É. (56) ago. 1979

Sorgo/Tecnologia de Produção

parte inferior e deterioração dos grãos na parte su-perior.

Devemos ressaltar que a secagem a uma tem-peratura acima de 60°C e por períodos longos cau-sam a deterioração dos grãos.

IAeração

Logo após ter colocado os grãos no silo, ini-ciar o processo de aeração até que a temperaturados grãos seja inferior a 32° C. Continuar o proces-so nas horas em que a temperatura for superior a32° C e as condições climáticas perm itirem. Nãooperar quando ocorrerem chuvas, neblina ou quan-do o ar estiver com umidade alta. Geralmente a tem-peratura do ar deve ser inferior em 5°C à tempe-ratura dos grãos. Promover aeração 2 ou 3· horaspor mês, para trocar o ar do interior do silo, mes-mo quando a umidade dos grãos for baixa.

3_ BENEFICIAMENTO

Quando possível, principalmente a parte reser-vada para semente, é uma operação que deve -serrealizada, porque visa o melhoramento ou o apri-moramento das características de um lote de se-mentes. Consiste da separação das sementes pelaeliminação de impurezas, que, ás vezes, passam nasmáquinas de pré-limpeza ou mesmo que não sãoutilizadas, das sementes estranhas presentes, das se-mentes da mesma espécie que não apresentam ca-racterísticas desejáveis' e da posterior separação emfrações para efeitos de uniform ização dos lotes.facilitando assim a conservação da qualidade dassementes durante a armazenagem.

4. AR.MAZENAMENTO

o objetivo do armazenamento de grãos é man-ter as suas características durante um determinadoperlodoapós a colheita e secagem. Assim,ascon-'dições do armazenamento devem manter:o podergerminativo no caso de grãos destinados à semente, '.as qualidades para a indústria se os grãos são desti-nados à produção de farinhas ou outro processotecnológico, e o valor nutritivo se .os grãos se desti-nam à alimentação animal e humana.

O armazenamento não melhora a qualidadedos grãos. Os defeitos adquiridos durante' a colhei-ta e secagem são mantidos.

O armazenamento do sorgo qrarufero pode serfeito em sacarias depositadas em armazéns, formamais tradicional, ou a granel, em silos especiais.

.~. :J ---y-- -4.1. ~A::~::~:ente que o lo~al d: ~stocaie~ sejaseco e bem ventilado, para evitar elevações bruscasde temperatura e' umidade relativa em seu interior,pois é ideal manter as sementes em ambiente seco,

Inf. Agropoc., Belo Horizonte ~(56) a9O.1979

frio. com boa luminosidade e aeraç.ão. É recomen-dável ainda que o local da estocagem seja o maislimpo possível, removendo-se do mesmo os restosde sementes, rações ou sacaria velha e suja, quepossam se constituir em focos de multiplicação deinsetos e roedores.

O uso de armazéns fechados, com o mínimonecessário de ventilação e luminosidade, depen-dendo do grau inicial de umidade, fatalmente oca-sionará a deterioração do sorgo.

A sacaria, quando usada e não expurgada, pro-vocará grande desenvolvimento de carunchos, quegeralmente são descobertos em perrodcs críticos,pois seu desenvolvimento, nos lotes, ocorre do cen-tro para a per ifsr ia.

HARA, T. et aI. (1977), estudando o efeito dedois inseticidas (Malathion e Gardona) no controlede insetos em sorgo, acondicionado em sacos deaniagem e de papel multifoliado (4 folhas), verifi-cou que a sacaria de papel ofereceu maior proteçãocontra o caruncho do que a sacaria de aniagem, ex-ceto no tratamento sem expurgo e sem inseticida,e que independente do tipo de sacaria os tratamen-tos mais eficazes no controle de carunchos foramMalathion e Gardona em mistura com sorgo expur-gado.

4.2. Silos

o armazenamento de sorgo com temperaturassempre acima do ambiente fatalmente provocarápontos quentes dentro do silo e somente serão re-movidos através da transilagem.

Para perlodos longos de armazenagem utilizara umidade mais segura, ou seja, 12%.

Todos. os silos de grande porte deverão ser do-tados de controle de temperatura, pois é atravésdeste que sabemos o que está acontecendo dentroda célula.

-Devernos seguir alguns princrpios básicos noregistro dessas temperaturas:

- Leitura pelo menos uma vez por semana(mais freqüente se a um idade do sorgo estiver alta).

- Leitura no mesmo dia de cada semana.- Leituras diárias se a mercadoria estiver em

perigo.. - Calor na parte superior usualmente causado

pela umidade transferida pela corrente difusora decalor.

- Com o aquecimento do sorgo seco, normal-mente ocorre o desenvolvimento de insetos.

- O sorgo úmido esquenta rapidamente.

HARA, T.et aI. (1977);" estudando o arrnaze-"namrto qe_grãos de sorqo em silo metálico, com o .

f objelf.'?d~ ob.s.r~~r o· co~p~rtamento d~ste cere_ale verificara Viabilidade tecruca de sua conservagaodurante um ano, nas condições de Viçosa, conciuí-ram que é viavel o arrnazenarnento de sorqo a gra-nel em silos metálicos, desde que seobservem as

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. •. ..;Sorgo/Tecnologia de Produção -~.

técnicas preconizadas e com o devido controle deinsetos por perfodo superior a um ano.

SOR ENSEN e PE RSON relatam que o sorqoarmazenado está a salvo da maioria dos fungos a4-5° C e ccs insetos a 1O-160C. Como tais ternpe-raruras ;::<.:50 abaixo daquelas verificadas em nossopa (s compreende-se a importância do tratamento~{micc ~':' ~0rgo armazenado.

O pe. íudo seguro de armazenagem para o sor-go ~ baseado na relação entre a temperatura e oteor de umidade dos grãos. O limite de umidadepara o armazenamento de grãos de sorgo varia emfunção da temperatura dos grãos e dos fatores cli-máticos do local. Mas em geral pode-se considerarcomo guia:

% umidade dos grãos Tempo dearmazenamento

11 sem aeração 1 ano12 com aeração 1 ano

I 14 com aeração 9 meses: 14 e temperatura 29-350C 30 dias18 e temperatura 29-350C 7 dias

5. CONSIDERAÇOES FINAIS

A armazenagem do sorgo, mesmo apresentan-

ãOdêcalezinha Quem

come seuslucros.

do. alguns problemas .semelhantes àqueles do mi-lho, requer mais cuidados: o grão tem de estarmais seco para o mesmo tempo de armazenamen-to; a pré-Iimpeza. importante para o milho, é es-sencial para o sorgo; aeração e/ou transilagem sãomuito m~is important~s para o sorgo; a temPfratuj' ~ra excessiva afeta o vigor das sementes bem'rrrat ,-Irápido, correndo o risco de pipocar os grãos emtemperatura excessivamente elevada (secagem me-cânica). Lembre-se também que o fluxo de ar nasecagem ou na aeração, num silo contendo sorgo,é menor do que no caso do milho, com os demaiselementos do sistema iguais.

O futuro da armazenagem para o sorgo estábastante promissor, principalmente levando-se emconsideração os incentivos governamentais atravésdo PRONAZEM.

A grande loqistica do armazenamento é o bomcondicionamento que é feito através de uma com-binação de secagem e aeração para finalmentemanter o grão com uma determinada umidade.

Devemos considerar que o risco de armazena-gem começa desde a colheita até o destino que é oarmazém ou o silo de recebimento.

BIBLIOGRAFIA

ALLEN, W.S. & SORENSON JR., J.W. Drying and

ESQUacdO bichOmineiro- com

AZincoI40-E.

•USI COLOMBI S.1

Av. Torres de Oliveira, 154 (Dist. Ind. Jaguaré) - CEP05347 - Tel. 263·522~: Cx. Postal 1469 - Telex (011)22788 - End. Teteçráííco "Colombina" São Paulo - S,

Sorgoflecnologia de Produção

ta o consumo. Entretanto, pouco seganha em va-lor nutritivo, e em regiões de clima quente o riscode fermentaç,o deve ser co_nsiderado .. A peletiza-çéf> do sorgo -moldo é uma forma de processamen-tej ,qU! red~zfa perd~or iuspensão pulverulenta.Alem dessa vantagem=,; In~edlentes riCOS em pro-teínas, minerais e vitaminas podem ser incorpora-c'os. Entretanto, a viabilidade econômica desteprocesso depende do custo da peletização. Outrosmétodos de processamento dos grãos de sorgo fo-ram desenvolvidos, mas mesmo em países maisevoluidos, eles são pouco usados. Geralmente, es-tes processos envolvem maquinário mais complexopara tratamentó dos grãos a vapor sob pressão, enem sempre os benefícios obtidos compensam oscustos de processamento.

Para su mos e aves o sorgo utilizado nas ra-ções concentradas é submetido à moagem média,que constitui a forma mais prática de uso.

Uso do Sorgo em Rações de Bovinos

o sorgo pode ser usado em substituição aqualquer dos outros grãos usados em rações parabovinos. No balanceamento protéico da ração to-tal, além das fontes naturais de protema, pode-seusar uréia em nrveis de até 1%. Como a maioriados grãos, os teores de cálcio e micronutrientes nosorgo são baixos e devem ser complementados emrações com alto ruvel de sorgo. Com respeito aofósforo, apesar do seu bom ruvel nos grãos de sor-go, quase sempre uma fonte deste elemento tem deser adicionada à ração, para satisfazer o requeri-mento dos animais. Dentre os micronutrientes,maior ênfase deve ser dada ao cobalto , pois o teordeste elemento no sorgo é bastante dependente dosolo onde ele é produzido.

O sorgo pode satisfatoriamente ser utilizadocomo fonte de energia em rações para gado leitei-ro. Se grandes quantidades de ração são forneci-das, o uso de quantidades fartas de volumoso rleboa qualidade é recomendado para se evitar a re-,Ju:;:ão do teor de gordura no leite.

Geralmente, tal situação pode ocorrer comvacas de alta produção.

Uso do Sorgo em Rações de Su ínos

Como para bovinos, o sorqo constitui umaboa alternativa para a formulaçâo de rações parasu inos. Entretanto, certos aspectos pertinentes àcomposição do sorgo, têm de ser considerados,quando ele é usado em rações de não-ruminantes.Com o progresso alcançado no campo de nutr içãode monogástricos, as rações destes são atualmentebalanceadas com base na composição de arriinoáci-dos dos ingredientes. Entretanto, o conhecimentodo teor de prote ma bruta do sorgo é uma informa-ção útil, apesar de se saber que acréscimos dos teo-res de proteina de certas variedades são atr ibu ídos

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ao acréscimo de prolamina, uma proteína pobreem aminoácidos essenciais. O teor de tanino dosgrãos de sorgo é associado à característica de resis-tência ao ataque de pássaros. Em monogástricos,altos nlveis de tanino têm interferido no metabo-lismo normal dos animais. ~ sabido que um dospontos de interferência do tanino é o metabolismoda metionina. Trabalhos têm mostrado que adiçãode metionina ou uso de níveis de proteina maiselevados superam o efeito negativo do tanino emrações de monogástricos. Isto se deve, provavel-mente, a um excesso de metionina oferecida, emrelação à capacidade de interferência do tanino dosorgo. Pesquisadores da. Universidade Federal deViçosa atr iburrarn ao sorgo de baixo e alto tanino,valores nutritivos de 95/ e 86)6%, em relação aomilho. Aqueles pesquisadores recomendam quesorgos de baixo tanino podem substituir comple-tamente o milho em rações de suínos. Na substi-tuição total pode-se esperar redução na conversãoalimentar de 5 a 10%. O sorgo de alto tanino podesubstituir até 50% do milho nas mesmas rações. Éimportante salientar que, como mencionado aci-ma, nlveis mais elevados de protema ou adição demetionima permitem maiores percentagens de subs-tituição.

Uso de Sorgo para Aves

Como monogástricos, as aves estão sujeitasàs mesmas restrições, 'pelo uso de sorgo em suasrações, que os su (nos. Para rações ·tipo inicial deira nqos de corte e aves de reposição, o sorgo podesubstituir o milho totalmente, mas com ligeira re-dução na conversão alimentar. Em rações parapoedeiras e reprodutoras e ração tipo acabamentopara fra ngo de corte, a su bstitu ição pode .chegara 50% sem nenhum efeito adverso. Acima desteruvel, pigmentação da pele do frango, peso dos -ovos e cor da gema são afetados. Em rações paratodas as categorias de aves, recomenda-se que osorgo de alto teor de tanino substitua até 50% domilho, sem maiores efeitos no desempenho delas.

REFERÊNCIAS BIBLlOGRAFICAS

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RIGGS, I.K. 1971. Utilization of sorghum grain bylivestock. In "Grain Sorghum in Texas ... 1970.

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ROSTAGNO, H.S. 1977. Uso do sorgo granífero na nu-trição de aves e suínos. In: "Anais do I SirnpósioBrasileiro de Sorgo". Sete Laqoas. MG, EMBRAPA -CNPMS.

ROSTAGNO, H.S., J.C. Alvarenga e P.M.A. Costa. 1979.Valor nutritivo do sorgo para su ínos. InformativoAgrícola 49:68.

lnf , Agropec., Belo Horizonte, ~ (56) ago. 1979