Nota de entrada

Aconteceu mais um interregno na

continuidade a publicação do nosso boletim. Motivos? Vários. Em primeiro lugar, razões de ordem pessoal e profissional; em segundo lugar,...falta de textos das nossas queridas amigas soroptimistas!

E muita coisa aconteceu, entretanto. Temos uma nova direcção, sendo a presidente, Maria Manuela Barbosa; vice-presidente: Sónia Carrilho; secretária: Maria Machado. A Clotilde Toguio continua como tesoureira.

E, como temos mais mulheres interessadas em saber quem somos e o que fazemos, aqui vão algumas dicas sobre o Soroptimist International.

Sem filiação política ou religiosa, O Soroptimist International é uma organização mundial de mulheres gestoras e profissionais que actuam por projectos de serviço a favor dos direitos humanos e da promoção do estatuto das mulheres.

O S.I. é uma voz global para as mulheres em três níveis : Compreender, Defender e Empreender (Awareness, Advocacy and Action).

Organização dinâmica e empreendedora, pretende transformar a vida de muitos seres humanos, carentes das mais elementares necessidades básicas, carentes de

Setembro

2008

Ano 12 N. º 1

Neste número: * Nota de entrada * A questão dos direitos humanos * Educação: Chave do Progresso * Soroptimists go for Water * Project Sierra * Congresso Viena *Semana Internacional da Amizade: Turquia * Soroptimist /Academy of Arts: Projecto belga – Mailart

Edição: Clube de Lisboa Sete Colinas Responsável pelo Boletim: Sónia Maia Carrilho

Boletim do Clube SI de Lisboa Sete Colinas

Visite o Site www.soroptimistportugal.org

SI

O Soroptimist International é uma organização mundial para as mulheres profissionais e que trabalha em projectos de serviço de promoção dos Direitos Humanos e do Estatuto da Mulher

afecto humano, devastadas por catástrofes naturais ou de guerrilha/guerra, maltratadas por razões de toda a ordem. Partindo desses pressupostos, o S.I. faz questão de lhes criar novas oportunidades de vida, de lutar pela sua igualdade, pela melhoria de condições sanitárias, de saúde, de educação, de ensinar a lutar pela defesa dos seus direitos cívicos, de não abdicarem perante as forças adversas.

Os objectivos do S.I. estão bem definidos, podendo resumir-se, deste modo:

1. Eliminar a pobreza e

discriminação; 2. Acabar com o tráfico humano e

todas as formas de violência contra mulheres e raparigas;

3. Assegurar o acesso a cuidados /serviços de saúde;

4. Apoiar programas e políticas que levem à erradicação de doenças, tais como: sida, malária, tuberculose;

5. Facilitar o acesso à água, cuidados sanitários e comida;

6. Aliviar/minorar os efeitos das alterações climáticas e pressionar, nesse sentido, as autoridades e governos;

7. Solucionar necessidades das mulheres e crianças durante e após conflitos armados e outras calamidades naturais;

8. Promover processos de resolução pacífica de conflitos, através da tolerância inter-racial e condenação de todas as formas de genocídio e de terrorismo;

9. Assegurar a igualdade de acesso à educação e de estágios/ cursos de reciclagem ao longo da vida;

10. Defender o avanço da mulher nas áreas de gestão, política e tomada de decisões.

Todos os Congressos de

Soroptimistas acentuam estas prioridades. Também, nós, soroptimistas do nosso clube, tenhamos a audácia de nos aventurarmos por caminhos que nos

tragam alegrias: pela vontade de ajudar a minorar o sofrimento e de dar força a tantas mulheres e raparigas que vivem num prolongado sofrimento ou indolência incapacitante!

Vivamos os nossos ideais. Vamos empenhar-nos em ajudar Os

Francisquinhos e em ajudar a concretizar, se possível, muitos outros sonhos!

Sónia Maia Carrilho

A questão dos Direitos Humanos

Em 10 de Dezembro de 1948, a

Assembleia Geral das Nações Unidas adoptava e proclamava a Declaração

Universal dos Direitos Humanos. Esse documento considerava “ o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, tendo sempre em mente esta Declaração”, a qual se deve esforçar “ através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e pela adopção de medidas progressivas de carácter nacional e internacional, assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efectiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, como entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.”

Comemoram-se, no próximo mês de Dezembro, 60 anos da adopção da Declaração.

Muito foi feito, mas muito mais há a fazer para pôr em prática as medidas aprovadas.

A data que se aproxima dá a todas

as soroptimistas a oportunidade de trabalharem em defesa desses direitos!

Também a data de 25 de Novembro de 2008 coincide com o Dia

Internacional da Eliminação da Violência

contra as Mulheres, sendo que os 16 dias seguintes, até 10 de Dezembro, representam a campanha de actividades contra a violência.

Na Convenção do Soroptimismo

Internacional, realizada em 2007, em Glasgow, representantes soriptimistas de todo o mundo puderam discutir o Programa Focus Goal, para os quatro anos seguintes. Um dos objectivos mais importantes foi, na minha opinião, acabar com o tráfico humano e todas as formas de violência contra mulheres e raparigas.

Evidentemente, que muitas soroptimistas já estavam bem conscientes da importância do problema, revelando iniciativas nessa área. Sabe-se, na verdade, que cerca de 2 milhões e meio de pessoas são, anualmente traficadas, cabendo nesse número, 50/º de crianças!

No que respeita a esta situação, vale a pena lembrar algumas associações, a nível internacional, que têm envidado esforços, para debelarem este flagelo. Eis algumas dessas organizações:

. Anti-Slavery international

. CHASTE ( Churches, Alert to Sex Trafficking across Europe)

. Coalition against Trafficking in Women

. Global Initiative to fight Human Trafficking

. Salvation Army

. Stop the Traffick

. UNICEF

. United Kingdom Human Trafficking Centre

Maria Teresa Carrilho

Educação: a chave do progresso

A educação é, normalmente, vista como o programa de informação, aquisição de conhecimentos e sua transmissão às gerações futuras. Já em 1948, as Nações Unidas declaravam que a educação básica era um direito fundamental de todos os seres humanos.

O direito à educação é considerado um direito básico. De facto, desde 1952, no Artigo 2 do 1º Protocolo

da Convenção Europeia para os Direitos

Humanos, todos os assinantes do mesmo garantiam o direito à educação.

A nível mundial, o United

Nation`s International Covenant on

Economic, Social and Cultural Rights de 1966, garante e reforça este direito. Apesar disso, verifica-se que há mais de 115 milhões de crianças que não frequentam a escola, sendo 62 milhões raparigas!

A nível soroptimista, muitos clubes têm dedicado a sua atenção e acção na tentativa de melhorar esta situação, quer através de projectos , de bolsas concedidas, de ajuda individual e outra, de modo a proporcionar o direito de aprender, de desenvolver capacidades.

O S.I. considera os benefícios da educação como uma base de progresso, como um meio de concretizar sonhos, como uma via, por excelência, de transformar a vida das mulheres e

2009

Ano Internacional da Astronomia

raparigas, levando ao desenvolvimento econónico e social, familiar e pessoal, à melhoria das famílias e suas localidades/regiões.

Com efeito, mulheres instruídas terão mais facilidade em entrar no mundo do trabalho. Igualmente, saberão orientar melhor os seus filhos no que se refere aos cuidados básicos de saúde. Por tudo isto, a aprendizagem deve iniciar-se bem cedo, a fim de proporcionar aos indivíduos, as ferramentas necessárias que levem ao desenvolvimento das capacidades intelectuais e outras, como já foi referido.

Há um bom exemplo a registar no apoio à literacia: o Book Aid International permite o acesso a livros e total apoio ao incremento da literacia, à educação e ao desenvolvimento em países africanos, entre os quais, o Malawi, Uganda e Zinbabwe.

A educação levará à eliminação de precoceitos sexistas, da pobreza, do trabalho infantil.

Tem-se notado uma ligeira alteração desta situação, mas o caminho a percorrer ainda é longo. As Nações Unidas continuam a pugnar por mais iniciativas nesta área tão carenciada: acesso à EDUCAÇÃO para mulheres e crianças.

Sónia Maia Carrilho Soroptimists go for water

O project Soroptimists go for

Water, 2007-2011 tem vindo a encorajar o uso do grande potencial necessário à vida humana – a ÁGUA.

No próximo Congresso Europeu de Soroptimismo Internacional, que terá lugar em Amsterdão, serão, certamente, definidas as suas linhas directivas essenciais: . ter objectivos bem claros do projecto relacionado com a água;

. mostrar-se inovador no modo como tratar o projecto; . especificar em que medida este projecto se pode inserir no contexto do país: comunidade/ região; . explicar até que ponto as mulheres se podem envolver no projecto: . saber e indicar se outras organizações se envolveram/ estão envolvidas, igualmente, neste projecto; . indicar o grau de satisfação dos agentes beneficiados; . avaliar a sustentabilidade do projecto; . ter presente a duração do projecto – Setembro de 2007 a Junho de 2009.

No âmbito do 19.º Aniversário do Clube Soroptimist International de Lisboa 7 Colinas, a ter lugar em 13 de Janeiro de 2009, foram encomendados pelo mesmo, postais com a Fonte dos Querubins (Leiveira – Azulejos de Azeitão, Lda.), integrado no Projecto “Soroptimists go

for Water” (2007-2011), do Soroptimist International da Europa.

Project Sierra - a family and a

future

Soroptimist International and

Home and Hopes for Children

Através do projecto denominado Project Sierra- a family and a future, podem-se ajudar comunidades e famílias na Serra Leoa, abrangendo crianças especialmente vulneráveis, a encarar a vida com mais esperança.

Pretende-se, com este projecto, e através de diversas iniciativas, debelar as causas crónicas de doenças, mortalidade infantil, originada, especialmente, por má nutrição, infecções respiratórias agudas, diarreia e malária. O Project SIerra concentra os seus esforços, especialmen- -te, em providenciar cuidados básicos de saúde às mulheres e filhos, através de:

. programas específicos liderados pelas Nações Unidas e outras associações de renome, tais como o Soroptimismo

Internacional; . ajuda monetária; . campanhas de sensibilização

para levar a efeito medidas urgentes; . programas de educação no local.

Sem dúvida, este é um projecto grandioso, capaz de ter repercussões notáveis, a nível de efeitos sociais, económicos e a nível de identidade pessoal.

Maria Teresa Carrilho Relembrando o Soroptimist

International Há muito sei que o Soroptimist

International é uma organização internacional de mulheres profissionais, que se dedicam ao desenvolvimento do estatuto da mulher e dos direitos humanos, há mais de 85 anos!

Levada pelo desejo de saber mais sobre esta organização, decidi-me, há

alguns anos, e a expensas minhas, assistir ao Congresso Internacional das Soroptimistas da Grã-Bretanha e Irlanda, realizada em Belfast. As palavras de elogio ouvidas sobre esse Congresso incitavam a minha curiosidade. Pensei: porque não ir e ver? Assim fiz.

Não há palavras suficientes para descrever o que senti! A organização do evento caprichava pelo desvelo dado ao conjunto e ao mais simples detalhe. Não faltaram palestras/comunicações sobre acções levadas a cabo, projectos ambiciosos que tinham sido concluídos com êxito. A comunicação entre as soroptimistas era excelente. Acolhiam-se as desconhecidas, como se se tivessem conhecido, desde sempre! A programação mereceu, a meu ver, a nota de excelente. Pensei, tantas vezes: assim, sim! Assim, o trabalho faz-se, com gosto, pois todas trabalham com os mesmos objectivos em mente!

Também, há pouco, teve lugar The

73th Federation Conference. Entre as senhoras presentes, destacou-se o discurso vibrante de uma grande soroptimista: Isla Rogers- Winarto, australiana, vivendo e trabalhando, há 23 anos na Indonésia. Dirige o projecto intitulado ´Rebuiding Lamreh Village Project`, em Aceh. Este projecto foi iniciado após o tsunami, em Dezembro de 2004. As soroptimistas empenhadas nesta acção ocuparam-se na reconstrução da aldeia, oferecendo casas, escolas e variadas infraestruturas.

A nova presidente da Federação, Marguerite Woodtock-Riley, anunciou o tema do ano vindouro: “Be bold, think big, make a difference” (Sejam ousadas, pensem em grande, façam a diferença.”

Como soroptimistas portuguesas, como membros do nosso clube, poderemos seguir estes ideais. E porque não?

Maria Teresa Carrilho

Congresso Viena

http://www.soroptimistsgoforwater.nl/

A resolução 1325 adoptada pelo

Concelho de Segurança da ONU, em 31 de Outubro de 2000, ao chamar a atenção para “o impacto dos conflitos armados nas mulheres e nas raparigas”, apela à participação das mulheres na construção da Paz, salientando 18 medidas que visam não só assegurar o respeito pelos direitos humanos das mulheres, mas também a participação destas na tomada de decisões.

O Soroptimismo Internacional, não ficando indiferente aos problemas do sofrimento infringido às mulheres pela guerra, e seguindo este apelo, designou o seu projecto quadrienal internacional 2003-2007 “Projecto Independência, Mulheres, Sobreviventes de Guerra”.

O nosso clube respondeu ao apelo e esteve presente no Congresso realizado em Viena, em 2005, aderindo ao projecto das Bonecas da Paz. Estas foram leiloadas com centenas de outras, contribuindo assim para uma boa soma final.

Ressalto aqui que ficou claro que a construção da Paz está em grande parte nas mãos das mulheres. São elas as grandes reconciliadoras, são elas quem, mais respeita a Natureza, respeito que lhes permite viver em Paz com esta e consigo próprias. Viver em Paz consigo próprio é o pressuposto da criação da Harmonia, e são as mulheres que estão em melhor posição de chamar a atenção

para os procedimentos a observar no dia-a-dia para que a vida em sociedade decorra em Harmonia.

É na defesa da verdade que as mulheres têm de basear a sua acção educativa se esta quiser ser uma via para a Paz.E, sendo a Educação o maior factor decisor do desenvolvimento, lembro aqui as palavras de uma mulher Nobel da Paz de 2004, Wangari Maathai, que no seu discurso afirmou que “a Paz não pode existir sem um desenvolvimento sustentado”.

Lembramos agora, e no âmbito do

papel das mulheres no desenvolvimento, que o tema do próximo Congresso " Soroptimists go for Water " se vai realizar em Amsterdão, de 10 a 12 de Julho e trará, decerto, uma mais-valia às participantes.

Hannelore Eibner (parte da última carta da Presidente SI Lisboa Sete Colinas, em 2005)

“Semana Internacional da Amizade” na Turquia

Os 38 membros do Clube de Göztepe, de Izmir, organizaram em Abril / Maio de 2008 uma viagem pela Costa do Egeu em que participaram 13 soroptimistas de cinco países, incluindo Portugal.

Além do convívio com

soroptimistas de outros países devo destacar a visita e descrição de projectos em curso e sobretudo a calorosa recepção dos clubes das cidades por onde fomos passando.

Não posso esquecer o enriquecimento cultural que nos proporcionaram mediante um programa de visitas a sítios arqueológicos que percorremos com detalhe.

Para mim, esta viagem, verdadeiramente inesquecível, teve um significado especial, não só pela relação de amizade que estabeleci com algumas soroptimistas do clube que nos acolheu, mas até porque culminou com o estabelecimento de um laço de amizade novo do nosso clube com o clube de Göztepe o qual espero que nos proporcione bons projectos em conjunto

Hannelore Eibner

Projecto Belga “Mailart”

Como presidente deste clube, em 3 de Março de 2008 procedi à divulgação, no nosso clube e outros clubes soroptimistas, do projecto belga “Mailart”.

O convite surgiu de Olga Bertrand, presidente do SI Clube de Genk, Bélgica, e de Vera Vranken, coordenadora da Academia de Genk. O projecto consistia em convidar crianças de escolas a fazerem desenhos ou a escreverem textos sobre a Água.

Seria organizada uma exposição na referida Academia, com trabalhos de vários clubes, a ter lugar desde finais de Setembro até 26 de Outubro de 2008.

A partir dessa data, a exibição

passaria por diferentes locais da Bélgica. Convidei 2 classes do Centro Helen

Keller a participrem, o que foi aceite. Os trabalhos dos alunos, dos quais temos fotos, foram, em devido tempo, mandados para Olga Bertrand que, calorosamente, agradeceu o nosso empenho.

Maria Teresa Carrilho

É sempre interessante recordar

os momentos vividos nas nossas reuniões mensais. Eis um grupinho do nosso clube, presente numa das nossas reuniões, que resolveu continuar o encontro mensal...num jantar. Boa ideia, não acham?