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Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas DGPC Direcção-Geral de Protecção das Culturas SERVIÇO NACIONAL DE AVISOS AGRÍCOLAS Métodos de Previsão e Evolução dos Inimigos das Culturas ARROZ

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M i n i s t é r i o d aA g r i c u l t u r a ,do DesenvolvimentoRural e das Pescas

DGPCDirecção-Geralde Protecção das Culturas

SERVIÇO NACIONAL DE AVISOS AGRÍCOLASMétodos de Previsão e Evolução dos Inimigos das Culturas

ARROZ

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DGPC-DSF PPA (SV)– 13/2006

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS

DIRECÇÃO-GERAL DE PROTECÇÃO DAS CULTURAS

SERVIÇO NACIONAL DE AVISOS AGRÍCOLAS

Métodos de previsão e evolução dos inimigos

das culturas

- ARROZ -

Coordenação: Helena Barros-Gomes (DGPC) Carla Rocha (ORIVÁRZEA)

Oeiras 2006

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FICHA TÉCNICA Edição: Direcção-Geral de Protecção das Culturas Capa e Gravação: DSGAAT - Divisão de Documentação, Informação e Relações Públicas Coordenação: Helena Barros-Gomes (DGPC) Carla Rocha (ORIVÁRZEA) Foto capa: Paula Carvalho (DGPC) Carlos Machado (DGPC) Orivárzea Tiragem: 100 exs. 06/08 Série Divulgação n.º 299 ISSN 0872-3249 ISBN: 972-8649-58-4 Distribuição: DSGAAT – Divisão de Documentação, Informação e Relações Públicas Tapada da Ajuda, Edifício I, 1349-018 Lisboa Telfs.: 21 361 32 00, 21 361 32 83 – Linha Azul: 21 361 32 88 - Fax: 21 361 32 77 E-mail: [email protected] - http://www.dgpc.min-agricultura.pt © 2006, DIRECÇÃO-GERAL DE PROTECÇÃO DAS CULTURAS – DGPC RESERVADOS TODOS OS DIREITOS, EXCEPTO AS FOTOS DE AUTORES EXTERNOS À DGPC (Ver Índice de Figuras) DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO EM VIGOR, À DIRECÇÃO-GERAL DE PROTECÇÃO DAS CULTURAS – DGPC QUINTA DO MARQUÊS, 2780-155 OEIRAS

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Índice _________________________________________________________________________________________________________________

ÍNDICE

1. Introdução ……………………………………………………………………. 1

2. Avisos para a cultura do arroz …………………………………………….. 3

3. Posto de observação biológica (POB) …………………………………….. 4

3.1. Caracterização do POB ……………………….………………………………. 4

3.2 Observações a realizar no POB ………………………………………………... 5

3.2.1. Observações biológicas ………………………………………………….. 5

3.2.2. Observações fenológicas ………………………………………………… 6

3.2.3. Observações meteorológicas ……………………………………………. 6

4. Pragas ………………………………………………………………………... 7

4.1. Afídeos do arroz ………………………………………………………………. 7

4.1.1. Morfologia ………………………………………………………………… 8

4.1.2. Bioecologia e estragos ………………………………………................... 9

4.1.3. Métodos de evolução ……………………………………………………. 10

4.1.4. Estratégia a recomendar ………………………………………………… 12

4.2. Lagartinha vermelha …………………………………………………………... 13

4.2.1. Morfologia ………………………………………………………………… 13

4.2.2. Bioecologia e estragos …………………………………………………… 14

4.2.3. Métodos de evolução ……………………………………………………. 14

4.2.4. Estratégia a recomendar ………………………………………………… 16

4.3. Noctuídeos …………………………………………………………………...… 17

4.3.1. Morfologia ………………………………………………………………… 17

4.3.2. Bioecologia e estragos …………………………………………...………. 18

4.3.3. Métodos de evolução ……………………………………………………. 20

4.3.4. Estratégia a recomendar ………………………………………………… 22

5. Doenças …………………………………………………………………….... 23

5.1. Piriculariose ou queimadura do arroz……………………….……………… 23

5.1.1. Epidemiologia e sintomatologia…………………………………………. 24

5.1.2. Métodos de previsão e evolução ……………………………………….. 25

5.1.3. Estratégia a recomendar …………………………………………………. 28

5.2. Helmintosporiose do arroz….………………………………….………..….... 29

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Índice _________________________________________________________________________________________________________________

5.2.1. Epidemiologia e sintomatologia ………………………………………... 29

5.2.2. Métodos de previsão e evolução …………………………………...…… 30

5.2.3. Estratégia a recomendar ………………………………………………… 32

6. Infestantes …………………………………………………………………… 33

6.1. Morfologia e ciclo vegetativo …………………… …………………………. 33

6.1.1. Alismatáceas…………………………………………… ………………... 33

6.1.2. Ciperáceas…………………………………………………………. …...... 35

6.1.3. Gramíneasas…………………………………………………. ….............. 36

6.1.4. Pontederiáceas…………………………………………………. …........... 39

6.2. Métodos de evolução…………………. ………………………………………. 40

6.3. Estratégia a recomendar ……………………………………………………… 41

7. Bibliografia ………………………………………………………………….. 43

ANEXOS

ANEXO I – Entidades e técnicos que participaram na elaboração do

documento…………………………………………………………… I

ANEXO II – Fichas de registo utilizadas nos POB da cultura do arroz…………. II

ANEXO III – Origem das figuras ……………………………………………………. III

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Métodos de previsão e evolução dos inimigos da cultura do arroz __________________________________________________________________________________________

1. Introdução

O Serviço Nacional de Avisos Agrícolas (SNAA) é um serviço de âmbito nacional com

incidência regional. Apresenta como base da sua estrutura, as Estações de Avisos (EA),

sedeadas nas respectivas Direcções Regionais de Agricultura (Divisão de Protecção das

Culturas) e recentemente também, as organizações de agricultores (OA) aprovadas como

Estações de Avisos Privadas (EAP). Estas EAP emitem as circulares de avisos para regiões

e/ou culturas versus inimigos não cobertos pelas EA oficiais. O SNAA é coordenado pelo

serviço central, Direcção-Geral de Protecção das Culturas (DGPC).

Em 2002, foi aprovado o projecto “Modernização e Reforço da Capacidade do Serviço

Nacional de Avisos Agrícolas (SNAA)” ao abrigo do Programa AGRO, medida 8, acção nº2

“Redução do Risco e dos Impactes Ambientais na Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos”,

na componente nº 3, que foi decisivo para o SNAA uma vez que veio permitir melhorias

significativas, num serviço que se debatia com falta de recursos, quer materiais, quer

humanos. Foram vários os objectivos estabelecidos que se podem agrupar da seguinte forma:

• uniformização das Estações Meteorológicas Automáticas (EMA), e criação de uma

rede nacional;

• criação de uma base de dados actual e histórica (dados meteorológicos, fenológicos e

biológicos), para posterior utilização em modelos matemáticos de previsão;

• alargamento dos Postos de Observação Biológica (POB) para áreas até então não

cobertas;

• acompanhamento de novas culturas e de novos inimigos para culturas já cobertas;

• melhoria das condições de elaboração e expedição da Circular de Avisos Agrícolas;

• uniformização de procedimentos e metodologias entre todas as Estações de Avisos

que emitem Avisos Agrícolas.

Um dos objectivos primordiais foi o estabelecimento de uma rede meteorológica, com o fim

de criar uma base de dados meteorológicos históricos e actuais. Actualmente, a base de

dados encontra-se no site do SNAA, inserido no servidor do serviço coordenador (DGPC).

Dado que se pretende, no futuro, utilizar modelos matemáticos de previsão para os vários

inimigos das culturas, foi necessário considerar os dados biológicos e fenológicos na base de

dados anteriormente referida. As EA dispõem de um grande volume de dados biológicos e

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fenológicos recolhidos nos vários postos de observação biológica (POB) que cobrem, nas

diferentes regiões, há muitos anos.

Constituída a base de dados foi necessário proceder à uniformização dos métodos e

metodologias adoptados nas várias EA, que muitas vezes apresentam diferenças a nível

regional. Surgiu assim, a necessidade de se elaborarem manuais por cultura onde se efectua,

por inimigo, a uniformização dos vários métodos e metodologias utilizados no campo e em

laboratório, para a monitorização e previsão do risco. Neste sentido, foram constituídos

grupos de trabalho, por cultura, com os técnicos das várias EA, sendo o grupo da cultura do

arroz constituído pelos técnicos referidos no Anexo I.

Considera-se importante que as metodologias seguidas sejam harmonizadas a nível nacional,

não só para que os dados recolhidos sejam comparáveis, mas também para que a estratégia

utilizada pelas EA na previsão e aconselhamento relativamente aos principais inimigos da

cultura, se apresente uniforme a nível nacional.

Estes manuais pretendem também ser úteis para os “novos parceiros” que sucessivamente

vêm integrando este serviço, quer a nível oficial, quer a nível privado. São publicados em

formato digital e actualizados, anualmente, sempre que tecnicamente se justifique, com base

em novos conhecimentos apresentados e discutidos em reunião anual dos avisos.

O presente documento, relativo à cultura do arroz, tem como objectivo uniformizar as

metodologias utilizadas, nas várias EA, para monitorização das pragas, doenças e infestantes

desta cultura. Encontra-se estruturado em sete capítulos, iniciando-se com uma breve

introdução, após a qual é considerado um capítulo relativo às EA que a nível nacional

emitem avisos e informações/recomendações para os vários inimigos da cultura do arroz.

No capítulo três é efectuada a caracterização do POB, no qual são recolhidos os dados

fenológicos, biológicos e meteorológicos, que servem de suporte à emissão das circulares de

avisos.

Nos capítulos quatro, cinco e seis abordam-se os principais inimigos da cultura, fazendo-se

para cada um deles uma referência sucinta à morfologia, bioecologia e estragos (para as

pragas); epidemiologia e sintomatologia (para as doenças), morfologia e ciclo vegetativo

(para as infestantes), dado que são assuntos exaustivamente tratados em bibliografia da

especialidade. Em seguida, apresentam-se os métodos e as metodologias utilizados nos POB

para monitorização e previsão do risco de cada um destes inimigos, bem como o

aconselhamento e meios de luta a recomendar nas circulares de avisos.

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No capítulo sete é referenciada toda a bibliografia consultada para a elaboração do presente

documento.

Por último, em anexo, foram incluídas as fichas utilizadas pelos técnicos dos avisos para

registo dos dados fenológicos e biológicos recolhidos nos POB (fichas de campo) e dos dados

biológicos obtidos em laboratório (Anexo II) e ainda, outra informação, nomeadamente o

índice de figuras que compõem o presente documento (Anexo III).

2. Avisos para a cultura do arroz

Em Portugal, são emitidos avisos para a cultura do arroz, desde 2004, para os concelhos de

Azambuja, Benavente, Coruche, Salvaterra de Magos e Vila Franca pela Estação de Avisos

Privada - ORIVÁRZEA (Fig. 1).

A estratégia de luta recomendada por esta EAP, no combate aos inimigos da cultura do

arroz, tem como base o acompanhamento da evolução do ciclo biológico dos inimigos, em

função das condições meteorológicas locais e da fenologia da cultura a proteger.

Os técnicos da EA recolhem a informação que depois de tratada e analisada permite

ORIVÁRZEA1

Fig. 1 – Estações de Avisos que emitem avisos e conselhos para a cultura do arroz.

Observação: 1 ORIVÁRZEA – EAP (original de Reis, 2006).

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determinar os períodos de risco para cada inimigo. Assim, os orizicultores são aconselhados

a intervir, ou não, consoante a importância do risco.

Os inimigos para os quais são emitidos avisos e informações técnicas são os constantes nos

capítulos quatro, cinco e seis do presente documento.

3. Posto de observação biológica (POB)

Os técnicos das EA informam o agricultor relativamente à oportunidade dos tratamentos a

realizar e produtos fitofarmacêuticos a aplicar, com referência aos autorizados em protecção

integrada da cultura do arroz (Gonçalves & Barros Gomes, 2002) e indicam os meios de luta

alternativos, entre outra informação considerada útil para a prática de uma agricultura

sustentável.

As preocupações actuais dos Avisos Agrícolas não incidem exclusivamente sobre as

previsões de risco de ocorrência de ataques dos inimigos da cultura e recomendações de

tratamentos fitossanitários. Actualmente a circular de avisos veicula mais informação útil

para técnicos e agricultores, aproveitando-se deste modo as potencialidades deste serviço,

que de acordo com Mário Gonçalves “…é a espinha dorsal da protecção fitossanitário de um

País.”

As informações a prestar ao agricultor sobre a oportunidade dos tratamentos na cultura do

arroz, apresentam como base o acompanhamento da evolução dos inimigos das culturas em

parcelas designadas por postos de observação biológica (POB), sendo os registos efectuados

em fichas elaboradas para o efeito (Anexo II).

O POB deve ser estabelecido numa parcela com uma localização estratégica, no qual serão

efectuadas as observações biológicas e fenológicas. Na parcela do POB ou na sua

proximidade deve ser instalada uma Estação Meteorológica (EM), para fornecer os dados

climáticos que sejam considerados relevantes na determinação da oportunidade de

tratamento.

3.1. Caracterização do POB

A prospecção e escolha da parcela para instalação do POB deverá considerar determinados

aspectos, dos quais se salientam os seguintes:

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1º - uma área mínima de 0,5 a 1ha;

2º - a parcela deve ser representativa do ponto de vista agro-ecológico da zona sobre o qual

venha exercer influência;

3º- a protecção fitossanitária, nomeadamente no que se refere à realização de tratamentos,

deve ser efectuada de acordo com a luta química aconselhada;

4º - disponibilidade do proprietário e segurança de que segue com rigor as orientações dos

técnicos dos Avisos.

3.2. Observações a realizar no POB

3.2.1. Observações biológicas

Os dados biológicos relativos aos estados de desenvolvimento dos inimigos das culturas,

estragos ou sintomatologia, devem ser orientados de acordo com a praga, doença ou

infestante a monitorizar, de modo a serem registados os indicadores biológicos que

determinam a oportunidade de tratamento.

As observações devem ter uma periodicidade quinzenal nos períodos de menor risco e

semanal ou bi-semanal nos períodos de maior risco.

As metodologias e métodos de amostragem utilizados para cada um dos inimigos do arroz

encontram-se referenciados nos capítulos quatro (pragas), cinco (doenças) e seis (infestantes).

Para a realização das observações visuais, deve percorrer-se o talhão em zig-zag, perfazendo

o total de unidades estipuladas nas metodologias de amostragem, de modo a percorrer a

totalidade do talhão.

As armadilhas devem ser instaladas sempre no cedo, para se poder detectar o início do voo e

posteriormente o pico do voo.

No caso de instalação de armadilhas sexuais a manutenção e mudança de feromona deve ser

feita correctamente, para que não existam dúvidas quanto à sua operacionalidade.

As armadilhas devem ser instaladas, de modo a ficarem espaçadas de pelo menos 50 metros.

Atendendo à importância que apresentam as escamas das asas dos lepidópteros, na sua

correcta identificação, dever-se-á colocar uma pastilha insecticida na armadilha, para melhor

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assegurar a imobilização dos exemplares e evitar a destruição das asas (Malheiro, comunic.

pessoal, 2006).

Salienta-se, que deve ser tida em consideração a ocorrência de temperaturas elevadas, uma

vez que, nestas condições, a feromona e o insecticida poderão volatilizar-se com maior

rapidez, devendo ser substituídos com maior frequência.

Quando for necessário efectuar observações em laboratório os órgãos vegetais colhidos no

campo, devem ser devidamente transportados em mala térmica até ao local onde se

realizarão as observações.

3.2.2. Observações fenológicas

Para a observação dos estados fenológicos devem ser traçadas duas linhas diagonais

cruzadas no talhão, observando longitudinalmente as plantas, sem que para tal se tenha de

proceder ao arranque das mesmas.

Considera-se que a cultura se encontra num determinado estado fenológico, sempre que, da

amostra de plantas observadas, se registem cerca de 80% de plantas num determinado

estado fenológico (Machado, comunic. pessoal, 2006).

A periodicidade das observações deve ser semanal e de acordo com escala que sirva de

orientação.

3.2.3. Observações meteorológicas

Na parcela do POB ou na sua proximidade deve ser instalada uma Estação Meteorológica

Automática (EMA) ou uma Estação Meteorológica Clássica (EMC) (Fig. 2), para recolha dos

dados relativos à temperatura, humidade relativa, pluviosidade, velocidade e direcção do

vento e outros considerados relevantes para determinação da oportunidade de tratamento.

Na impossibilidade de colocar uma EM, deve ser utilizado um termohigrógrafo, para registo

dos dados climáticos (temperatura e humidade relativa).

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Fig. 2 – Estação Meteorológica Clássica (A) (original de DSV/DGPC) e Estação Meteorológica Automática (B) (original de Soares, 2005).

4. Pragas

Para a cultura do arroz, a nível nacional, consideram-se as seguintes espécies como as

principais pragas e, em relação às quais, são emitidos avisos:

Quadro 1 – Nome vulgar e científico das pragas da cultura do arroz consideradas no documento.

Nome vulgar Nome científico

Afídeos

afídeo ou piolho verde Schizaphis graminum (Rondani)

afídeo da cerejeira brava Rhopalosiphum padi (L.)

Noctuídeos (lagartas desfolheadoras)

lagarta da folha Mythimna unipuncta Haw.

Spodoptera litorallis (Boisduval)

Quironomídeos

lagartinha vermelha Chironomus spp.

4.1. Afídeos do arroz

De entre os afídeos que têm sido detectados na cultura do arroz, destacam-se as espécies

Schizaphis graminum (Rondani) e Rhopalosiphum padi (L.).

A B

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4.1.1. Morfologia

De modo geral, os afídeos possuem o corpo mole, ovóide, variando o seu comprimento entre

1 e 4 mm, conforme as espécies. A cabeça, tórax e abdómen são mais ou menos distintos,

podendo apresentar coloração diferente. Podem existir formas ápteras e aladas. Estas

espécies apresentam sifões e cauda desenvolvida, variando a sua forma de acordo com a

espécie (Fig. 3).

Fig. 3 – Colónia de afídeos (original de DSV/DGPC, 2003).

a) Afídeo da cereja brava (Rhopalosiphum padi (L.))

As formas ápteras possuem cor verde escura ou verde azeitona, corpo globoso, os apêndices

de cor ocre ou acastanhada, e fronte com protuberância média pronunciada. As antenas são

mais curtas que o corpo, possuindo seis artículos, sem sensórios. Os sifões são curtos com

constrição perto do ápice, realçando a orla apical. A cauda é curta e com constrição

(Boalpoaepe, 1996).

Nas formas aladas, as antenas também possuem seis artículos, mas com sensórios, no

segundo, quarto e quinto artículos. O dorso do abdómen é pigmentado, com escleritos

marginais e inter segmentares (Boalpoaepe, 1996).

b) Afídeo verde (Schizaphis graminum (Rondani))

É um afídeo que apresenta reduzidas dimensões, com 1,5 a 2 mm de comprimento, de

coloração verde-pálido ou amarelada, com uma linha longitudinal evidente mais escura na

zona central do dorso. As antenas representam cerca de 0,5-0,8 do tamanho do corpo. Os

sifões são pálidos da cor do corpo, e os ápices negros. As formas aladas possuem abdómen

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de cor verde-amarelada ou escura, tórax negro e cabeça parda. Os sifões das formas aladas

são cilíndricos e direitos, sombreados perto do ápice e as antenas com o primeiro, segundo e

base do terceiro artículos pálidos, sendo os restantes negros (Boalpaepe, 1996).

4.1.2. Bioecologia e estragos

A presença de afídeos no arroz está sujeita aos condicionalismos ambientais, características

próprias de cada espécie e estado fenológico da cultura.

As espécies S. graminum (Rondani) e R. padi (L.) têm um ciclo biológico muito semelhante.

Na Primavera ou no Outono, dependendo da época da sementeira e das condições

climáticas, invadem os cereais onde se alimentam e reproduzem. De início localizam-se nas

folhas e bainhas e posteriormente nas espigas, à medida que estas se vão formando. Pouco

antes da colheita, abandonam a cultura, e deslocam-se para outros hospedeiros, tais como

gramíneas espontâneas, milho, sorgo, etc. Têm várias gerações anuais e hibernam

principalmente no restolho dos cereais e em gramíneas espontâneas, sendo a multiplicação

das populações hibernantes, favorecida por Invernos com temperaturas suaves e pouco

chuvosos (Ministério de Agricultura, Pesca y Alimentacion, 1983).

a) Afídeo da cereja brava (Rhopalosiphum padi (L.))

De acordo com Boalpoaepe (1996) o ciclo biológico desta espécie, originalmente dióica,

completa-se em dois tipos de hospedeiros não aparentados, o primário arbóreo (Prunus padus

L.), raramente outras espécies de Prunus, o secundário herbáceo (gramíneas entre outras

monocotiledóneas).

Segundo a mesma autora, em regiões de Outono e Invernos frios, e na presença do

hospedeiro primário, esta espécie pode apresentar ciclo holocíclico, caracterizado pela

presença de geração sexuada, no final do ciclo biológico. Em regiões de Invernos suaves,

pode não apresentar a geração sexuada , podendo desenvolver-se por partenogénese. Neste

caso, os voos primaveris podem ser mais precoces (finais de Fevereiro-Março) e com maior

amplitude (maior número de formas aladas) (Boalpoaepe, 1996).

b) Afídeo verde (Schizaphis graminum (Rondani))

É uma espécie monóica que vive holociclicamente ou anolociclicamente em gramíneas (Jacky

& Bouchery, 1982).

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Entre os seus hospedeiros encontram-se referenciados, trigo, cevada, aveia, milho e arroz

(Boalpaepe, 1996).

Os afídeos podem originar dois tipos de estragos, directos e indirectos.

Os estragos directos são provocados pela absorção de seiva, originando quebra no vigor da

planta e consequentemente quebra na colheita. A principal causa da quebra produtiva,

relaciona-se com os ataques às inflorescências, sobretudo se ocorrerem entre o início do

espigamento e a floração. Os estragos assumem menor importância, após o estado de grão

pastoso.

A melada excretada constitui uma fonte de alimento para formigas e vespas, cuja acção é

prejudicial para a dinâmica dos auxiliares. Pode, também, provocar queimaduras na planta e

servir de substrato para fungos saprófitas, como a fumagina, que cobre os orgãos verdes

afectando a capacidade fotossintética e, sobre os frutos, diminui o seu valor comercial. Este

tipo de estragos pode evoluir para prejuízos elevados, se as condições ambientais

favorecerem o potencial biótico das colónias.

S. graminum origina estragos indirectos muito importantes. Ao injectar saliva fitotóxica,

produz descoloração ou amarelecimento, enrolamento das folhas e seca das suas

extremidades. Em ataques tardios, quando o grão do arroz está no estado leitoso, origina

deformações no grão e espigas (TRIANA, 2001).

Os afídeos provocam, ainda, estragos indirectos pela transmissão e dispersão de vírus.

Entre as espécies anteriormente referidas, R. padi (L.) é o mais importante do ponto de vista

económico, não só pela frequência das infestações, mas também, por ser vector do vírus

persistente do nanismo e amarelecimento da cevada “Barley Yellow Dwarf Virus” (BYDV).

Esta espécie é muito eficiente como vector na transmissão de estirpes graves desta virose,

podendo infectar o arroz, cevada, trigo, aveia e milho (Barbagallo, 1982; El-Jamani, 1992).

4.1.3. Métodos de evolução

Neste ponto apresenta-se a época e a periodicidade das observações a realizar, nos POB, bem

como os métodos e metodologias de amostragem que podem ser utilizados para

acompanhamento e monitorização de afídeos no arroz .

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a) Época e periodicidade de realização das observações G

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Fase Vegetativa Fase Reprodutiva Fase Maturação

Observação: determinação da intensidade de ataque – observações semanais.

b) Método (s) de amostragem

Para o acompanhamento do ciclo biológico de afídeos em arroz e dos estragos provocados

podem ser utilizados os seguintes métodos e metodologias de amostragem:

� Identificação das espécies e determinação da curva de voo: colocação de uma armadilha

Möericke (Fig. 4) no interior do talhão. Semanalmente, os indivíduos capturados são

registados e levados para laboratório onde são observados e identificados. Os dados obtidos

permitem não só identificar as espécies capturadas como determinar o início e o pico do voo.

Fig. 4 – Armadilha Moericke colocada no interior do talhão (original DSV/DGPC)

� Determinação da intensidade de ataque: do afilhamento até ao início da maturação do

grão proceder à observação visual de 100 plantas, ao acaso, no talhão, para determinação da

percentagem de plantas ocupadas. Considera-se planta ocupada quando esta apresentar

mais de cinco afídeos.

c) Observações, contagens e registos

O Quadro 2 sintetiza os métodos e as metodologias a utilizar, bem como os registos a

efectuar para o acompanhamento da evolução de afídeos em arroz.

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Métodos de previsão e evolução dos inimigos da cultura do arroz __________________________________________________________________________________________

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Quadro 2 – Métodos de amostragem e registos a efectuar para o acompanhamento da evolução de afídeos.

Método de amostragem Registos a efectuar

Armadilha Möericke Identificação das espécies capturadas

Número de indivíduos capturados por semana

Observação visual de plantas Percentagem de plantas ocupadas*

Observação: *Considera-se planta ocupada, quando esta apresentar mais de cinco afídeos.

4.1.4. Estratégia a recomendar

a) Meios de Luta

Na elaboração da circular de avisos, para combate aos afídeos no arroz, podem ser

recomendados os seguintes meios de luta:

�Luta biológica – os afídeos são atacados por diferentes grupos de parasitóides e

predadores (ex: Coccinela septempunctata L. e Crysoperla carnea Step.). Assim, deve fomentar-se

a limitação natural e promover a utilização de produtos fitofarmacêuticos neutros a pouco

tóxicos para estes auxiliares.

�Luta cultural – utilização de sebes, para fomentar a população de inimigos naturais; evitar

adubações azotadas em excesso e eliminar focos de infestação.

�Luta química – não existem, até ao momento, insecticidas homologados em Portugal, para

estes inimigos. Caso venham a ser homologadas substâncias activas para esta finalidade,

dever-se-á fazer referência às aconselhadas em protecção integrada.

b) Informação relevante para a emissão do aviso

Para a emissão do aviso devem ser considerados os seguintes factores de nocividade, que

condicionam a actividade dos afídeos na cultura do arroz:

• estado fenológico mais susceptível;

• acção dos factores edafo-climáticos;

• presença de auxiliares;

• risco de transmissão de viroses (caso particular do “BYDV” – vírus do amarelecimento

e nanismo da cevada);

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• adubações azotadas em excesso.

Sempre que for feita referência ao NEA, no aviso, esta deverá ser efectuada do seguinte

modo:

Desde o afilhamento até ao início da maturação do grão: “Foram registados níveis

populacionais considerados importantes nos POB (x e y)1. O Sr. Agricultor, no seu talhão,

deve observar 100 plantas, para determinar a percentagem de plantas ocupadas, devendo

efectuar um tratamento fitossanitário quando registar 20% de plantas ocupadas.

Considera-se planta ocupada, quando apresenta mais de cinco afídeos por planta.”

4.2. Lagartinha vermelha (Chironomus spp.)

A lagartinha vermelha pertence à ordem Diptera, família Chironomidae, encontrando-se

presente em toda a mancha de produção da Lezíria Ribatejana.

4.2.1. Morfologia

Os quironomídeos são pequenos dípteros (2 a 10 mm). No estado adulto são semelhantes a

mosquitos, podendo distinguir-se destes por não possuírem escamas nas asas. As antenas

são plumosas nos machos adultos e pilosas nas fêmeas. A cabeça é pequena, não possui

ocelos e encontra-se, frequentemente, escondida pelo tórax. As patas protorácicas são longas

(Fig. 5).

As larvas são ápodas e possuem um corpo alongado e tubular, com 12 segmentos

abdominais bem definidos, cabeça pequena e bem desenvolvida (Fig. 6). Apresentam

coloração vermelha que perdem quando emersas em álcool.

Fig. 5 - Adulto de Chironomus plumosus L. (original de http://home.tiscali.be).

Fig. 6 – Larva de quironomídeo (original de Orivárzea).

1 Referência à localização dos POB.

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4.2.2. Bioecologia e estragos

As posturas são efectuadas na superfície da água, sob a forma de massas de ovos, envolvidas

por uma substância gelatinosa protectora. Após a postura, os ovos eclodem em um a dois

dias (University of Califórnia , 1993).

As larvas podem alimentar-se de plântulas e folhas de arroz. Durante a Primavera passam

por quatro instares, no período de 7 a 10 dias. (University of Califórnia , 1993).

Este insecto pupa debaixo de água, no interior de tubos, formados por grande variedade de

materiais. Os adultos emergem em dois a três dias, deixando as exúvias das pupas na

superfície da água. Têm vida efémera, de somente uns dias até algumas semanas, e não se

alimentam. São atraídos pela luz e formam enxames na proximidade de lagos e rios,

especialmente ao amanhecer e entardecer (de la Rosa, 1997).

Durante o Verão, podem ocorrer três a quatro gerações. No entanto, uma vez que os estragos

se limitam às plântulas, apenas as duas primeiras gerações estivais são preocupantes para os

orizicultores (University of Califórnia, 1993).

Os principais estragos na cultura, são causados pelo terceiro e quarto instares larvares ao

escavarem galerias, cortam as radículas das plantas, originando a sua perda (University of

Califórnia, 1993; Vianna & Silva, 1997).

4.2.3. Métodos de evolução

Neste ponto apresenta-se a época e a periodicidade das observações a realizar, nos POB, bem

como os métodos e metodologias de amostragem que podem ser utilizados para

acompanhamento e monitorização de lagartinha vermelha no arroz .

a) Época e periodicidade de realização das observações

Observação visual, cinco a sete dias após o início das inundações, com periodicidade

semanal.

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Fase Vegetativa Fase Reprodutiva Fase Maturação

Observação: Método do cilindro – observações semanais.

b) Método (s) de amostragem

Para o acompanhamento do ciclo biológico de lagartinha vermelha e dos estragos

provocados podem ser utilizados os seguintes métodos e metodologias de amostragem:

� Método do cilindro: em cada talhão deve efectuar-se a observação visual das raízes no

interior de um cilindro com um diâmetro de 34cm, devendo observar-se 10 cilindros por

hectare. Por cilindro efectua-se a observação visual de 25 raízes, para determinação da

percentagem (%) de raízes atacadas. Para o efeito, percorre-se o talhão na diagonal, na

direcção contrária ao vento.

Em Espanha, como método alternativo, utiliza-se um pulverizador manual com um

insecticida diluído em água. Aplica-se uma calda de insecticida em cada amostragem

anteriormente descrita, e passados alguns minutos, observa-se a presença de larvas

flutuantes (TRIANA, 2001).

c) Observações, contagens e registos

O Quadro 3 sintetiza os métodos e as metodologias a utilizar, bem como os registos a

efectuar para o acompanhamento da evolução de lagartinha vermelha em arroz.

Quadro 3 – Métodos de amostragem e registos a efectuar para o acompanhamento da evolução de lagartinha vermelha.

Método de amostragem Regis tos a efectuar

Método do cilindro Número de raízes atacadas pelas larvas

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4.2.4. Estratégia a recomendar

a) Meios de Luta

Na elaboração da circular de avisos, para combate à lagartinha vermelha no arroz, podem ser

aconselhados os seguintes meios de luta:

�Luta cultural – a instalação deve ser efectuada preferencialmente até dois dias após a

inundação inicial, de modo a impedir que o terreno seja invadido por lagartas no momento

da germinação do arroz.

Em parcelas de maior dimensão, em que a inundação do terreno pode ser mais morosa, é

aconselhável realizar a sementeira por partes, isto é, à medida que os campos vão sendo

inundados.

Em caso de presença da praga e estragos evidentes até ao nono dia após inundação, drenar o

campo mantendo o nível da água constante, durante 24 a 48 horas.

�Luta química – não existem, até ao momento, insecticidas homologados para este inimigo.

Caso venham a ser homologadas substâncias activas para esta finalidade, dever-se-á fazer

referência às aconselhadas em protecção integrada.

b) Informação relevante para a emissão do aviso

Para a emissão do aviso devem ser considerados os seguintes factores de nocividade que

condicionam a actividade da lagartinha vermelha na cultura do arroz:

• estados fenológicos mais susceptíveis (sementes em germinação e jovens plântulas);

• acção dos factores edafo-climáticos;

• período de tempo entre a sementeira e a inundação do terreno;

• historial da parcela ;

• arroz instalado em águas superficiais é susceptível à praga, por um período mais

curto, comparativamente à cultura instalada em águas mais profundas.

Sempre que for feita referência ao NEA no aviso, esta deverá ser efectuada do seguinte

modo: “Foram registados níveis populacionais considerados importantes nos POB (x e y). O

Sr. Agricultor, no seu talhão, deve observar 25 raízes, por cilindro, para determinar a

percentagem de raízes atacadas, devendo efectuar um tratamento fitossanitário quando

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registar 1% de raízes atacadas. Estas observações devem ser efectuadas num total de dez

cilindros por hectare”.

4.3. Noctuídeos (Mythimna unipuncta Haworth e Spodoptera littoralis Boisduval)

A grande maioria das espécies pertencentes à família Noctuidae apresenta hábitos nocturnos

no estado adulto e por vezes, também, no estado larvar. Durante o dia , os adultos,

encontram-se refugiados na plantação e pedras.

4.3.1. Morfologia

a) Lagarta da folha (Mythimna unipuncta Haworth )

O ovo é esférico, branco-leitoso, com córion liso e 0,5mm de diâmetro (Pollini, 2002).

As larvas são polipódicas eruciformes, com corpo cilíndrico, coloração escura, cinzenta, ocre

ou esverdeada, epiderme lisa aparecendo algumas sedas em determinados locais, sendo

importantes para a sua identificação. No último instar, podem atingir 30-35mm,

apresentando coloração amarela esverdeada. O corpo é percorrido por três linhas

longitudinais dorsais, esbranquiçadas e placa protorácica negra brilhante (Fig. 7)

(Bonnemaison, 1962).

Fig. 7 – Lagartas de Mythimna unipuncta Haworth (original de

Mendes, 2006). Fig. 8 – Adulto de Mythimna unipuncta Haworth (original de

ORIVÁRZEA, 2003).

Os adultos possuem entre 30-45mm de envergadura. As asas anteriores são castanhas,

possuindo uma linha característica que termina num ponto branco, assim como, uma outra

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linha oblíqua, formada por sete a oito pontuações negras, que se dirige do ângulo externo

superior da asa para a margem anal. As asas posteriores são acinzentadas (Pollini, 2002) (Fig.

8).

b) Spodoptera littoralis Boisduval

As lagartas são negras e enrolam-se em espiral, sendo vulgarmente designadas por “roscas

negras”. Na parte superior do mesotórax, do metatórax e dos segmentos abdominais

apresenta duas manchas negras, uma de cada lado em forma de semi-lua, separadas de um

lado e de outro por uma linha longitudinal mais clara (Dominguez & Garcia-Tejero, 1998).

(Fig. 9). No final do seu desenvolvimento podem apresentar cerca de 35mm, as pupas 20mm

e o adulto 35-40mm de envergadura.

As pupas são castanhas, fusiformes com o cremaster composto por duas pinças curtas, em

forma de “U”, com as extremidades curvadas para dentro (Aizpúrua, 1987).

Fig. 9 – Lagarta de Spodoptera littoralis Boisduval (original de

Tiessen). Fig. 10 – Adulto de Spodoptera littoralis Boisduval (original de hppt://

www.leps.it).

Os adultos apresentam asas anteriores de coloração castanha-violácea, atravessadas por

numerosas linhas amareladas. As asas posteriores são esbranquiçadas (Pollini, 2002). O

corpo é pardo e peludo, com 1,5cm de comprimento e 3,5 a 4 cm de envergadura (Fig. 10)

(Dominguez & Garcia-Tejero, 1998).

4.3.2. Bioecologia e estragos

a) Lagarta da folha (Mythimna unipuncta Haworth )

Hiberna no estado de lagarta do último instar ou no estado de pupa, no solo. Os adultos

emergem em meados de Maio e fazem a postura no final do mês. Cada fêmea coloca em

media cerca de 700 ovos, repartidos em linhas de 10 a 40 ovos. O segundo voo é, geralmente,

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registado na segunda quinzena de Agosto (Bonnemaison, 1962).

De acordo com Naïbo (1984) e Marsh et al. (1983), as fêmeas da primeira geração realizam a

postura, sobre as gramíneas adventíceas, como o escalracho (Panicum repens L.), a milhã-

digitada (Digitaria sanguinalis (L.) Scop.) e milhãs do género Setaria.

As larvas eclodem após um período de incubação de 5 a 10 dias e de acordo com as

condições climáticas (Pollini, 2002). São polífagas, alimentam-se de numerosas espécies de

gramíneas e outras herbáceas, causando estragos importantes em plantas forrageiras,

culturas hortícolas, horto-industriais (beterraba) e cereais.

A planta de arroz não é o seu hospedeiro preferencial, no entanto, esta espécie invade

ocasionalmente os arrozais, entre Julho e Setembro, quando outras gramíneas hospedeiras, já

foram atacadas (Marsh et al., 1983). Inicialmente, começa por infestar as gramíneas selvagens

na bordadura do talhão, e daí avança “em massa” para o interior da cultura. De acordo com

o clima, possui duas a quatro gerações anuais.

Os estragos mais graves registam-se durante os períodos de afilhamento e formação da

panícula. As larvas roem as folhas em fases críticas do crescimento das plantas, podendo

causar quebras na produção na ordem dos 25% (Marsh et al., 1983). Podem, igualmente,

alimentar-se das panículas durante o desenvolvimento do grão, provocando a secura antes

do seu enchimento e originando uma coloração esbranquiçada , em parte ou na totalidade da

panícula (University of Califórnia, 1993).

b) Spodoptera littoralis Boisduval

Espécie polífaga cujas larvas se alimentam de diversas culturas, tais como o cacau, café, chá,

bananeira, algodão, arroz, milho e hortícolas (tomate, batatas, beringelas, pimentos, etc.)

(Aizpúrua, 1987).

Os adultos voam durante a noite, sendo muito passivos durante o dia, resguardando-se

debaixo das folhas próximas do solo.

Quanto mais frias forem as regiões que colonizam, menor é o número de gerações, podendo

variar de duas a três gerações. As fêmeas colocam em média 500 ovos por postura, dispostos

em placas mais ou menos extensas.

As larvas resguardam-se durante o dia entre a folhagem, ou enterram-se ligeiramente no

solo, mantendo deste modo a humidade e temperatura adequadas ao seu desenvolvimento.

Pupam no solo, enterrando-se a pouca profundidade, até cerca de 3 cm.

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Os estragos podem ser provocados pelas larvas neónatas, que se alimentam do parênquima

das folhas, podendo provocar intensa desfolheação. No caso de já não existirem folhas, as

larvas podem roer os caules, onde originam galerias (Aizpúrua, 1987).

4.3.3. Métodos de evolução

Neste ponto apresenta-se a época e a periodicidade das observações a realizar ,nos POB, bem

como os métodos e metodologias de amostragem que podem ser utilizados para

acompanhamento e monitorização de noctuídeos no arroz .

a) Época e periodicidade de realização das observações

Observação:

b) Método (s) de amostragem

Para o acompanhamento do ciclo biológico dos noctuídeos, anteriormente referidos, e dos

estragos provocados podem ser utilizados os seguintes métodos e metodologias de

amostragem:

� Determinação da curva de voo: colocação de uma armadilha sexual (1 armadilha até 4ha) à

instalação da cultura, para observação e registo semanal das capturas e determinação do

início e pico do voo;

� Avaliação dos estragos nas folhas: proceder à vigilância do campo, de modo a observar os

estragos provocados pelas lagartas desfolheadoras nas folhas (Fig. 11). Assim que se detectar

por observação visual, os primeiros estragos, dever-se-á dar início à realização de

amostragens, duas vezes por semana, até ao final de Agosto ou até não se encontrarem

larvas.

Para realizar a amostragem, deve eleger-se uma parte do campo, onde foram observados

estragos. Seleccionar uma planta ao acaso, e arrancá-la ou afastar a folhagem à sua volta, de

modo a registar a presença de estragos e determinar o número de plantas com estragos e a

percentagem de ataque. Observar cuidadosamente a planta de um extremo a outro, assim

como, a superfície da água, para detecção de larvas.

Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

Avaliação dos estragos nas folhas e panículas

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Deve ter-se em atenção a existência de larvas desfolheadoras em infestantes ou plantas de

arroz vizinhas.

Este procedimento deve ser repetido, espaçadamente de 1,5 a 3m, até que se observem 10

plantas em cada ponto de amostragem. Repetir este procedimento em dez pontos por

hectare.

� Avaliação dos estragos nas panículas: no início de Agosto começar a procurar panículas

brancas, ou partes de panículas com esta coloração (Fig. 12). Assim que se detectar por

observação visual, os primeiros estragos provocados nas inflorescências, dever-se-á realizar

amostragens duas vezes por semana. Os locais onde se efectuarão as amostragens, devem

corresponder a locais onde se observaram estragos. Utilizar um cilindro com cerca de 34 cm

de diâmetro que se coloca, ao acaso, à superfície da água, observando-se todas as plantas no

seu interior. Registar o número total de panículas e número de panículas com coloração

branca, assim como, a presença ou ausência de lagartas. Repetir a amostragem, em 10 pontos

por hectare.

Fig. 11 – Lagarta desfolheadora e estragos na folha (original de ORIVÁRZEA).

Fig. 12 – Panícula atacada por lagartas desfolheadoras (original de ORIVÁRZEA).

c) Observações, contagens e registos

O Quadro 4 sintetiza os métodos e as metodologias a utilizar, bem como os registos a

efectuar para o acompanhamento da evolução de lagartas desfolheadoras em arroz.

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Quadro 4 – Métodos de amostragem e registos a efectuar para o acompanhamento da evolução de lagartas desfolheadoras.

Método de amostragem Registos a efectuar

Armadilha sexual Número de adultos capturados

Número de plantas com estragos Observação visual das folhas

Presença ou ausência de lagartas

Número total de panículas

Número de panículas com coloração branca

Observação visual das panículas

Presença ou ausência de lagartas

4.3.4. Estratégia a recomendar

a) Meios de Luta

Na elaboração da circular de avisos, para combate às lagartas desfolheadoras, podem ser

recomendados os seguintes meios de luta:

�Luta biológica: são numerosos os parasitóides de noctuídeos, sobretudo himenópteros e

dípteros. Entre os himenópteros, destacam-se as espécies pertencentes às famílias

Braconidae, Ichneumonidae e Mymaridae. Relativamente aos dípteros, destacam-se como

inimigos naturais dos noctuídeos, um grande número de géneros da família Tachynidae

(Bustillo et al., 1979).

�Luta cultural: realizar adubações equilibradas e combater as infestantes.

�Luta química: não existem, até ao momento, insecticidas homologados em Portugal, para

estes inimigos. Caso venham a ser homologadas substâncias activas para esta finalidade,

dever-se-á fazer referência às aconselhadas em protecção integrada.

b) Informação relevante para a emissão do aviso

Para a emissão do aviso devem ser considerados os seguintes factores de nocividade que

condicionam a actividade das lagartas da folha na cultura do arroz:

• estados fenológicos mais susceptíveis;

• acção dos factores edafo-climáticos;

• historial da parcela.

Sempre que for feita referência ao NEA no aviso, esta deverá ser efectuada do seguinte

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modo:

Meados de Julho-Agosto: “Foram registados níveis populacionais considerados importantes

nos POB (x e y). O Sr. Agricultor, no seu talhão, deve observar 100 plantas, ao acaso, e

determinar a percentagem de plantas atacadas. Deve efectuar um tratamento fitossanitário

quando registar 50 ou mais plantas atacadas e a presença de larvas. Não tratar se não

estiverem presentes larvas, sobretudo em finais de Agosto, uma vez que estas podem ter

completado o seu desenvolvimento.”

Agosto-início de Setembro: “Foram registados níveis populacionais considerados

importantes nos POB (x e y). O Sr. Agricultor, no seu talhão, deve observar 100 plantas, ao

acaso, e determinar a percentagem de panículas atacadas. Deve efectuar um tratamento

fitossanitário quando registar 10% de panículas com estragos e observar lagartas nas plantas.

Se não se observar lagartas, mas existirem 10% de panículas com estragos, deve-se efectuar

novas observações ao entardecer”.

5. Doenças

Para a cultura do arroz, a nível nacional, consideram-se as seguintes doenças como as

principais e, em relação às quais, são emitidos avisos:

Quadro 5 – Nome vulgar e científico das doenças da cultura do arroz consideradas no documento.

Nome vulgar Nome científico

Piriculariose ou queimadura do arroz Magnaporthe grisea (Hebert) Barr

Helmintosporiose do arroz

Cochliobolus miyabeanus (Ito & Kurib.) Drechsler

ex Dastur

5.1. Piriculariose ou queimadura do arroz (Magnaporthe grisea (Hebert) Barr)

A piriculariose ou queimadura do arroz é provocada pelo fungo Magnaporthe grisea (Hebert)

Barr pertencente à Divisão Ascomycota, família Magnaporthaceae, género Magnaporthe e

cujo Anamorfo é Pyricularia oryzae Cavara.

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5.1.1. Epidemiologia e sintomatologia

Em cada campanha, o ciclo do fungo, tem início com a sua esporulação, a partir de inóculo

presente em restos da cultura, sementes e infestantes hospedeiras, constituindo as fontes de

inóculo primário (Fig. 13) (TRIANA, 2001).

Fig. 13 – Ciclo de vida de Pyricularia oryzae Cavara (adaptado de TRIANA, 2001).

Em condições favoráveis ao desenvolvimento da doença, o ciclo de vida do fungo repete-se

rapidamente. O fungo liberta grandes quantidades de conídeos (Fig.14), ocorrendo a infecção

após a germinação destes esporos (S.H. Ou, 1972).

Após o início da infecção, ocorre um período de incubação, após o qual o fungo origina as

lesões sobre as folhas, ou sobre outras partes da planta. Posteriormente, sobre estas lesões

ocorre nova esporulação, originando novos esporos, que dão lugar às infecções secundárias.

O processo de infecção das plantas de arroz, não ocorre a temperaturas superiores a 35ºC, ou

inferiores a 9ºC, situando-se a temperatura óptima para ocorrência de infecção entre 25-28ºC

(S.H. Ou, 1972).

A humidade relativa é um factor chave para que se complete o ciclo de infecção, sendo a

humidade crítica para a germinação de esporos cerca de 92-96%. A presença de água livre é

indispensável para a ocorrência de algumas fases do processo infeccioso, germinando os

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conídeos livremente na água (S.H. Ou, 1972).

De acordo com Vianna & Silva (1983), a sintomatologia manifesta-se em todas as partes

aéreas da planta, podendo coexistir sintomas ao nível dos nós dos colmos, das folhas e das

espiguetas.

Nas folhas, no início da infecção, as lesões são geralmente fusiformes, de cor verde-azulada

ou castanho-acinzentada. Mais tarde, as lesões tornam-se de cor cinzento-esverdeada ou

cinzento-esbranquiçada, com as margens castanhas. Com tempo seco, as lesões podem tornar

–se quebradiças. Ao nível das bainhas, podem surgir lesões semelhantes às do resto da folha,

mas mais largas e com margens indefinidas (Fig. 15).

Fig. 14 – Conídeos de Pyricularia oryzae Cavara (original de TRIANA, 2001).

Fig. 15 – Pormenor de lesão foliar de piriculariose (original de www.viarural.com.ar).

Nos nós e nos colmos é possível detectar manchas húmidas que escurecem, do castanho ao

negro, podendo os colmos partir nas regiões necrosadas.

A nível do colo da panícula, as manchas acastanhadas envolvem o último nó, em forma de

anel e prolongam-se pelo ráquis, ramificações deste e pedicelos da espigueta. Devido às

lesões ao nível do colo, o ráquis quebra-se e a panícula fica pendente, sendo uma

característica desta doença.

Nas panículas infectadas com maior gravidade podem ver-se pequenas manchas castanhas e

negras sobre as glumelas. Em casos de ataques severos, a panículas emergem já infectadas,

tornando-se brancas antes da maturação.

5.1.2. Métodos de previsão e evolução

Neste ponto apresenta-se a época e a periodicidade das observações a realizar, nos POB, bem

como os métodos e metodologias de amostragem que podem ser utilizados para previsão do

risco e monitorização desta doença no arroz.

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a) Época e periodicidade de realização das observações

Efectuar a monitorização das parcelas desde o início do afilhamento até ao grão pastoso. As

observações devem ser efectuadas sempre que se verifiquem as seguintes condições

favoráveis:

• humidade relativa (Hr) superior a 90%;

• temperatura entre 22º-29ºC, durante 8 a 14h seguidas.

Ger

min

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Col

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Fase Vegetativa Fase Reprodutiva Fase Maturação

Observação: Detecção de sintomas – observações semanais.

b) Método (s) de amostragem

Para previsão do risco e monitorização desta doença podem ser utilizados os seguintes

métodos e metodologias de amostragem:

�Registo dos dados climáticos: devem ser registados os dados de precipitação, temperatura

e humidade relativa, de modo a determinar as condições climáticas favoráveis para o

desenvolvimento deste inimigo.

Para a recolha dos dados de dados climáticos, as EA instalaram várias EMA que permitem o

acesso em tempo real a estes dados.

Pode prever-se o aparecimento do fungo quando, a temperatura registada oscila entre 16ºC e

28ºC, e a humidade relativa é superior a 90%, durante 14 horas ou mais. Nestas condições, o

fungo esporula a partir das 6 horas da madrugada, nas folhas inferiores molhadas, abaixo da

folha bandeira. A maioria dos esporos é produzida e libertada durante a noite.

�Detecção da projecção de conídeos: à sementeira devem ser colocados em dois locais no

talhão, capta-esporos constituídos por um suporte de madeira, sob os quais se colocam duas

lâminas vaselinadas (Fig. 16). Semanalmente, retiram-se as lâminas e procede-se à sua

observação à lupa binocular.

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Métodos de previsão e evolução dos inimigos da cultura do arroz __________________________________________________________________________________________

-27-

A detecção dos esporos nas lâminas é efectuada com base na observação total do bordo da

lâmina e em três observações verticais no seu interior.

Fig. 16 – Exemplo de capta esporos utilizado para detecção de esporos (original de www.iate.es).

�Detecção de sintomas no campo: deve iniciar-se a amostragem em determinadas zonas e

locais do talhão, que sejam propícias ao desenvolvimento da doença, tais como, zonas onde

habitualmente ocorre acumulação de neblinas matinais, zonas com elevada densidade de

sementeira ou zonas em que as plantas se encontrem com coloração verde-pálida, revelando

possível carência de azoto, etc.

Após a detecção das primeiras manchas, deve proceder-se ao acompanhamento da evolução

das mesmas, efectuando para tal, uma amostragem de folhas, colmos e panículas emergidas.

Os períodos de maior susceptibilidade correspondem ao estado de plântula (4-5 folhas),

antes do espigamento (correspondendo à fase em que a bainha da folha bandeira envolve a

inflorescência, formando uma espécie de “tubo”) e espigamento.

c) Observações, contagens e registos

O Quadro 6 sintetiza os métodos e as metodologias a utilizar, bem como os registos a

efectuar para o acompanhamento da evolução de piriculariose no arroz.

Quadro 6 – Métodos de amostragem e registos a efectuar para previsão de risco e monitorização de piriculariose no arroz.

Método de amostragem Registos a efectuar

Registo dos dados climáticos Temperatura, humidade e precipitação

Projecção de conídeos Presença de conídeos

Detecção dos sintomas no campo Sintomas ao nível das folhas, colmo e panícula

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-28-

5.1.3. Estratégia a recomendar

a) Meios de luta

Na elaboração da circular de avisos, para o combate à piriculariose do arroz, podem ser

recomendados os seguintes meios de luta:

�Luta cultural – tendo em vista a redução do inóculo da doença podem ser aconselhadas as

seguintes práticas culturais:

• recurso a variedades resistentes e semente certificada;

• emprego de sementes provenientes de culturas não infectadas;

• limpeza e destruição de outras plantas, possíveis hospedeiros intermediários,

principalmente gramíneas;

• remoção e destruição de restolho e resíduos de plantas infectadas;

• evitar elevadas densidades de sementeira e adubações azotadas excessivas e tardias;

• alagamento da cultura, especialmente no momento em que as manchas das folhas

começam a aparecer e manutenção da água de rega durante o período de

maturação;

• promover a drenagem adequada do solo, sobretudo durante o afilhamento, assim

como, adiar a retirada da água no final da maturação no caso de culturas muito

vigorosas e com vegetação exuberante;

• realização de lavoura de boa profundidade, para que as raízes das plantas possam

explorar melhor os recursos do solo e tenham melhor arejamento;

• evitar que os canteiros fiquem muito tempo sem água, pois levam a um aumento da

salinidade e stress hídrico, tornando as plantas mais susceptíveis ao fungo.

�Luta química – utilização de fungicidas homologados para este inimigo, fazendo referência

aos aconselhados em PI (Gonçalves & Barros Gomes, 2002). Para tratamento de sementes de

arroz tendo em vista o combate à piriculariose, não existem, até ao momento, fungicidas

homologados em Portugal.

b) Informação relevante para a emissão do aviso

Para a emissão do aviso devem ser considerados os seguintes factores de nocividade que

condicionam a actividade deste fungo na cultura do arroz:

• susceptibilidade varietal;

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-29-

• ocorrência de temperaturas superiores a 22ºC;

• excesso de humidade nas folhas e neblinas;

• presença de restolhos e palhas infectadas no campo;

• adubação azotada desequilibrada;

• densidade de sementeira elevada;

• historial da parcela;

• estados fenológicos mais susceptíveis.

5.2. Helmintosporiose do arroz (Cochliobolus miyabeanus (Ito & Kurib.) Drechsler

ex Dastur

A helmintosporiose do arroz é provocada pelo fungo Cochliobolus miyabeanus (Ito & Kurib.)

Drechsler ex Dastur pertencente à Divisão Ascomycota, família Pleosporaceae, género

Cochliobolus e cujo Anamorfo é Drechslera oryzae (Breda de Haan) Subram-f Jain. Sin

Helminthosporium oryzae Breda de Haan.

5.2.1. Epidemiologia e sintomatologia

O fungo hiberna frequentemente nas partes infectadas da planta, podendo sobreviver na

semente durante quatro anos (Suzuki, 1930).

A infecção da semente origina na Primavera, os primeiros focos da doença (Suzuki, 1930). A

ocorrência de infecção primária através de sementes infectadas poderá ser a mais frequente.

Nesta situação, embora o coleóptilo e as raízes possam estar infectados, nem sempre se

verificam sintomas da doença, ao nível das folhas, devido sobretudo ao rápido crescimento

que estas apresentam, em condições normais. A ocorrência de manchas foliares verifica-se

com maior frequência a partir da infecção secundária (S.H. Ou, 1972).

A dispersão aérea dos esporos do fungo, é responsável pela ocorrência das infecções

secundárias (Ou, 1972). Contudo, a infecção das plantas pode igualmente ocorrer a partir de

solo infectado (Thomas, 1940; Ganguly, 1946).

A temperatura óptima para o crescimento micelial situa-se entre 27-30ºC e para a germinação

dos conídeos 25-30ºC. Os conídeos formam-se numa gama de temperaturas entre 5ºC e 35-

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Métodos de previsão e evolução dos inimigos da cultura do arroz __________________________________________________________________________________________

-30-

38ºC.

Para que a inoculação dos conídeos (Fig. 17) ocorra, é necessária uma humidade relativa

superior a 89% e temperatura de 25ºC (Katsura, 1937). A presença de água livre à superfície

das folhas favorece a infecção (Sherf et al., 1947).

No campo, a sintomatologia manifesta-se a partir do afilhamento. Inicialmente, surgem

pequenas lesões, irregulares, enegrecidas, na bainha da folha superior (Fig. 18), junto ao nível

da água.

Fig. 17 – Conídeos de Drechslera oryzae (Breda de Haan) Subram-f Jain. (original de TRIANA, 2001).

Fig. 18 - Lesões foliares de helmintosporiose (original de http://www.viarural.com.ar).

As lesões vão aumentando, à medida que a doença progride, e o fungo penetra na parede da

bainha das folhas.

O fungo pode penetrar no colmo provocando o seu apodrecimento. Os esclorotos e o micélio

do fungo encontram-se presentes no interior dos colmos infectados. A presença de esclorotos

constitui uma forma fácil de diagnosticar a doença.

5.2.2. Métodos de previsão e evolução

Neste ponto apresenta-se a época e a periodicidade das observações a realizar, nos POB, bem

como os métodos e metodologias de amostragem que podem ser utilizados para previsão do

risco e monitorização desta doença no arroz.

a) Época e periodicidade de realização das observações

Efectuar a monitorização dos talhões desde o início do afilhamento até ao início da

maturação do grão. As observações devem ser efectuadas sempre que se verifique a presença

de sintomas e se registem as seguintes condições climáticas:

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• humidade relativa (Hr) superior a 89%;

• temperatura entre 25-30ºC.

Ger

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Fase Vegetativa Fase Reprodutiva Fase Maturação

Observação: Deterninação da existência de inóculo e detecção de sintomas.

b) Método (s) de amostragem

Para previsão do risco e monitorização desta doença podem ser utilizados os seguintes

métodos e metodologias de amostragem:

�Registo dos dados climáticos: devem ser registados os dados de precipitação, temperatura

e humidade relativa de modo a determinar as condições climáticas favoráveis para o

desenvolvimento da doença.

Para a recolha dos dados climáticos as EA dispõem de EMA que permitem o acesso em

tempo real a estes elementos. Esta informação é particularmente importante nos períodos de

maior susceptibilidade, de forma a determinar a existência de condições favoráveis à doença.

� Determinação de existência de inóculo: à semelhança de piriculariose, também para esta

doença se pode utilizar os capta esporos para uma estimativa mais fiel do risco.

� Detecção de sintomas no campo: deve efectuar-se amostragens semanais, de modo a

observar a presença de manchas. É importante detectar as primeiras manchas para se actuar

de forma preventiva no combate da doença. As manchas são ovais e podem ser detectadas

nas folhas, glumas, colmo ou ráquis das inflorescências.

c) Observações, contagens e registos

O Quadro 7 sintetiza os métodos e as metodologias a utilizar, bem como os registos a

efectuar para o acompanhamento da evolução de helmintosporiose no arroz.

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Métodos de previsão e evolução dos inimigos da cultura do arroz __________________________________________________________________________________________

-32-

Quadro 7 – Métodos de amostragem e registos a efectuar para previsão de risco e monitorização

de helmintosporiose no arroz.

Método de amostragem Registos a efectuar

Registo dos dados climáticos Temperatura, humidade e precipitação

Projecção de conídeos Presença de conídeos

Detecção dos sintomas no campo Presença de manchas ovaladas sobre as folhas,

glumas, colmo ou ráquis das inflorescências.

5.2.3. Estratégia a recomendar

a) Meios de luta

Na elaboração da circular de avisos, para o combate à helmintosporiose do arroz, podem ser

recomendados os seguintes meios de luta:

�Luta cultural – baseia-se na utilização de medidas preventivas sobretudo, em regiões com

historial desta doença. Neste sentido, devem ser aconselhadas as seguintes práticas culturais:

recurso a variedades menos susceptíveis; uso de semente certificada; adubações azotadas

equilibradas e realização de rotações.

�Luta química – utilização de fungicidas homologados para este inimigo, fazendo referência

aos aconselhados em PI (Gonçalves & Barros Gomes, 2002). Para tratamento de sementes de

arroz tendo em vista o combate à helmintosporiose, não existem, até ao momento, fungicidas

homologados em Portugal.

b) Informação relevante para a emissão do aviso

Recomenda-se uma estratégia de protecção preventiva baseada no historial da doença na

região, no acompanhamento das condições climáticas, na determinação da existência de

inóculo e detecção de sintomas no campo.

Para a emissão do aviso devem ser considerados os seguintes factores de nocividade que

condicionam a actividade deste fungo na cultura do arroz:

• susceptibilidade varietal;

• ocorrência de temperaturas superiores a 25ºC e excesso de humidade nas folhas;

• presença de restolhos e palhas infectadas no campo;

• carências nutricionais, sobretudo de potássio;

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Métodos de previsão e evolução dos inimigos da cultura do arroz __________________________________________________________________________________________

-33-

• densidade de sementeira elevada;

• historial da doença na parcela;

• estados fenológicos mais susceptíveis.

6. Infestantes

Entre os inimigos da cultura do arroz, as infestantes destacam-se por serem o obstáculo mais

importante à obtenção de produções elevadas. Competem com o arroz pelo espaço, luz e

nutrientes, especialmente durante as fases de plântula e afilhamento (Pereira, 2003).

Durante o ciclo cultural do arroz é possível encontrar entre 40-45 espécies diferentes de

infestantes. Destacam-se com maior representatividade as famílias de Gramíneas, Ciperáceas

e Alismatáceas. Nos últimos anos, têm vindo a assumir importância determinadas

infestantes, pertencentes a outras famílias, tais como as espécies monocotiledóneas do género

Heteranthera spp..

6.1. Morfologia e ciclo vegetativo

No presente capítulo descreve-se sucintamente os aspectos morfológicos mais relevantes e o

ciclo vegetativo, de algumas das principais infestantes da cultura do arroz, para as quais são

emitidos avisos. Apresenta-se a descrição morfológica da fase de plântula, assim como, da

planta adulta. Para tal, efectuou-se a consulta do livro da DuPont Ibérica, S.L. (2002),

“Identificación de Malas Hierbas en el cultivo del Arroz”.

6.1.1. Alismatáceas (Fig. 19)

Fig. 19 – Planta de Alismataceae (original de Machado).

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-34-

a) Orelha de mula (Alisma lanceolatum (With.) Kunth.)

Na fase de plântula, as primeiras folhas são lineares, glabras, sem pecíolo e ligeiramente

curvadas. As folhas do segundo par são linear-lanceoladas, glabras, sem pecíolo e com o

vértice agudo. Nas plantas jovens, as folhas seguintes são lanceoladas, assemelhando-se mais

à forma das folhas adultas.

A planta adulta possui caules robustos, glabros, sem folhas, podendo chegar a medir 1-1,2m

de altura. As folhas são lanceoladas, de tamanho considerável, pontiagudas, agrupadas em

roseta basal, providas de pecíolo largo com base dilatada e aspecto esponjoso. A

inflorescência apresenta a forma de panícula piramidal verticilada. Os últimos ramos acabam

em umbelas de pequenas flores rosadas ou violáceas, com três pétalas, que se abrem de

manhã, o que diferencia esta espécie de Alisma plantago-aquatica L., cujas flores abrem à tarde.

Comporta-se como espécie anual, podendo comportar-se como vivaz, propagando-se

vegetativamente, através de rizoma tuberizado.

b) Orelha de mula (Alisma plantago-aquatica L.)

Na fase de plântula, as primeiras folhas são lineares, glabras, sem pecíolo e ligeiramente

curvadas. As folhas do segundo par são lanceoladas, glabras, sem pecíolo e com o vértice

agudo. Nas plantas jovens, as folhas seguintes são elípticas, cerca de três vezes mais

compridas que largas. Flutuam sobre a água, assemelhando-se à forma das folhas adultas.

A planta adulta possui caules robustos, glabros, sem folhas, podendo chegar a medir 1-1,2m

de altura. As folhas agrupadas em roseta basal, de tamanho considerável (8-30cm), são

ovaladas ou oval-lanceoladas, base cordiforme, cinco a sete nervuras paralelas e arqueadas,

acabando em ponta, providas de um pecíolo comprido (três a cinco vezes mais comprido que

o limbo) com base dilatada e aspecto esponjoso. A inflorescência é em forma de panícula

piramidal verticilada. Os últimos ramos terminam em umbelas de pequenas flores brancas

ou rosadas, com três pétalas, que se abrem de tarde.

Comporta-se como espécie anual, podendo comportar-se como vivaz, propagando-se

vegetativamente, através de rizoma tuberizado.

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-35-

6.1.2. Ciperáceas (Fig. 20)

Fig. 20 – Plantas da família Ciperaceae (original de Machado).

a) Junquilho (Cyperus esculentus L.)

As plântulas possuem caules de secção triangular, folhas lineares e glabras, sem lígula e

aurículas e com disposição trística.

As plantas adultas possuem caules de secção triangular e altura 5-80cm. Os caules terminam

em rizomas compridos que tuberizam dando lugar aos tubérculos. Apresentam folhas

lineares, de 30cm de comprimento e 3-12mm de largura e terminam em ponta. A

inflorescência é uma umbela. As espiguetas são amareladas ou castanho-amareladas, com 6-

12mm.

Planta vivaz que se propaga vegetativamente através de rizoma delgado e tuberizado.

b) Negrinha (Cyperus difformis L.)

As plântulas possuem caules de secção triangular com a zona basal esbranquiçada e

nervuras visíveis. As folhas são lineares, glabras e terminam em ponta. Apresentam-se

dispostas em três direcções, aproximadamente a 120º, com coloração verde-clara e brilhante.

A bainha possui lígula de reduzida dimensão.

As plantas adultas possuem caules de secção triangular e altura de 0,1-1m. Possui grande

capacidade de afilhamento, podendo alcançar 50 caules/planta. As folhas lineares e delgadas

(3-7mm), são mais curtas que os caules, com bainha e limbo glabros. A inflorescência é uma

umbela, possuindo 3-8 raios com cerca de 5cm, e numerosas espiguetas de 10 a 40 flores.

Planta anual, que se propaga por semente. Pode comportar-se como vivaz, embora não seja

frequente.

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-36-

c) Espeto (Scirpus mucronatus L.)

As plântulas possuem caules de secção triangular e folhas lineares e pontiagudas, com

nervação paralela e limbo brilhante, crescendo em direcção oposta formando um ângulo de

180º.

As plantas adultas, com grande capacidade de afilhamento, apresentam caules de secção

triangular e altura de 0,4-1m. As folhas encontram-se reduzidas a bainhas, sem lígula. A

inflorescência apresenta a forma de um glomérulo séssil, de 4cm de diâmetro. As espiguetas

são de 2-25, agrupadas em forma de estrela. Possui uma única bráctea invólucral de 1-10cm.

Planta anual, propaga-se por semente, podendo reproduzir-se vegetativamente através do

rizoma.

d) Triângulo (Scirpus maritimus L.)

As plântulas possuem caules com a zona basal engrossada, superfície do limbo brilhante, de

secção triangular e coloração verde-azeitona. Podem alcançar alturas de 30-40cm em pouco

tempo e ser muito competitivas com as plantas de arroz nos estados iniciais de

desenvolvimento.

As plantas adultas possuem caules de secção triangular e altura de 0,3-1,2m. As folhas são

lineares e planas, de 2-10mm de largura, brilhantes, e com lígula pequena triângular. A

inflorescência apresenta forma de umbela simples, com cerca de 6cm de comprimento.

Planta vivaz que se propaga através de estolhos rizomatosos e tuberizados.

6.1.3. Gramíneas

a) Arroz bravo (Oryza sativa L. var.)

Na fase de plântula possui folhas lineares, de cor verde, glabras e providas de lígula

membranosa.

As folhas de arroz bravo são mais largas do que as folhas de Echinochloa spp.. Contudo, a

diferenciação nos estados fenológicos iniciais de arroz selvagem e Echinochloa spp. é

praticamente impossível. A presença da semente é um factor que pode facilitar a

identificação, devido à existência de uma arista na semente de arroz bravo.

A planta adulta apresenta maior robustez, do que as plantas adultas de arroz cultivado e de

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-37-

Echinochloa spp.. Apresenta colmos de 80-120cm de altura, com folhas lineares, de 30-60cm de

comprimento, e 15-20mm de largura, coloração verde-amarelada, sensivelmente mais clara

do que a do arroz cultivado. As folhas possuem lígula comprida (até 2 cm), membranosa e

triangular. A bainha é glabra e com aurículas bem desenvolvidas (Fig. 21).

Fig. 21– Plantas de Oryza sativa L. var (original de Machado)

A inflorescência aparece antes da inflorescência de arroz cultivado e tem forma de panícula

erecta. As espiguetas são muito compridas e desgranam-se antes das espiguetas do arroz

cultivado.

Espécie anual que se reproduz exclusivamente por semente.

b) Carriço (Leersia oryzoides (L.) Swartz.)

As plântulas possuem folhas lineares, com o limbo glabro, lígula membranosa e com

nervuras marcadas.

A planta adulta é rizomatosa com caules mais ou menos ascendentes de 50-100cm. As

bainhas superiores apresentam-se um pouco dilatadas. Os caules apresentam pilosidade

característica à volta dos nós. As folhas lineares apresentam 8-30cm de comprimento e 5-10

mm de largura. São muito ásperas ao tacto, de coloração verde-clara e com nervura central

branca. Possuem lígula membranosa muito curta (1-1,5 mm) e truncada. A inflorescência

apresenta forma de panícula piramidal, com 5-20 cm de comprimento (Fig. 22).

Fig. 22 – Plantas de Leersia oryzoides (L.) Swartz (original de Machado).

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-38-

Espécie que pode comportar-se como anual ou vivaz, propagando-se por semente ou

fragmentos do rizoma e/ou estolhos, respectivamente.

c) Milhã pé de galo (Echinochloa cruz-galli (L.) Beauv.)

Na fase de plântula apresenta folhas glabras, com o limbo 2-5 vezes mais comprido que

largo, e sem lígula. A segunda e terceira folhas, normalmente flutuam sobre a lâmina de

água. A quarta folha tem uma largura mínima de 6mm.

A planta adulta apresenta caules erectos, podendo atingir 1,5m de altura. Possui grande

capacidade de afilhamento.

Os limbos foliares são glabros, podendo apresentar alguns pêlos na margem da base. As

folhas apresentam uma zona esbranquiçada e brilhante na base, sem lígula. A inflorescência

apresenta coloração avermelhada.

Espécie anual que se reproduz por semente. Apresenta menor capacidade de adaptação para

vegetar com níveis elevados de água.

d) Milhã branca do arroz (Echinochloa oryzoides (Ard.))

Na fase de plântula apresenta folhas glabras, com o limbo 2-5 vezes mais comprido que

largo, e sem lígula. A segunda e terceira folhas, normalmente flutuam sobre a lâmina de

água. A quarta folha tem uma largura mínima de 6mm.

A planta adulta apresenta caules mais ou menos ascendentes, podendo atingir 0,8-1,5m de

altura (Fig. 23). Possui grande capacidade de afilhamento.

As bainhas foliares e o limbo são glabros, podendo este último apresentar poucos pêlos na

margem da base.

Fig. 23 - Plantas de Echinochloa oryzoides (Ard.) (original de ORIVÁRZEA).

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-39-

As flores apresentam estigmas avermelhados e as espiguetas grandes aristas (mais de 3 cm).

Espécie anual que se reproduz por semente.

6.1.4. Pontederiáceas

a) Espiga azul da folha comprida (Heteranthera limosa (Sw.) Willd.)

Na fase de plântula as primeiras folhas apresentam-se de linear a linear-lanceoladas, não

pecioladas e pontiagudas. As folhas seguintes são pecioladas com limbo oval-lanceolado, de

aspecto brilhante.

A planta adulta é aquática, com caules ascendentes que não enraízam nos nós. As folhas são

oval-lanceoladas, de 6cm de comprimento e 2-3cm de largura, alternas, glabras, com limbo

brilhante, pecíolo de 6-10cm, bainha hialina com duas estípulas. A inflorescência é formada

por uma flor com seis tépalas esbranquiçadas ou azul-violáceas, unidas na base por um tubo

de 2-3cm (Figs. 24 e 25).

Espécie anual que se reproduz através de semente que produz. Pode, igualmente propagar-

se a partir de rizoma.

Fig. 24 – Plantas de Heteranthera limosa (Sw.) Willd. (original de ORIVÁRZEA).

Fig. 25 – Plantas de Heteranthera limosa (Sw.) Willd. em floração (original de ORIVÁRZEA).

b) Espiga azul do arroz (Heteranthera reniformis Ruiz y Pavón)

Na fase de plântula as primeiras folhas apresentam-se com forma linear a linear-lanceoladas,

não pecioladas e pontiagudas. As folhas seguintes são pecioladas, com limbo em forma de

coração ou de rim.

A planta adulta é aquática, com caules prostrados, submersos que enraízam nos nós. As

folhas são alternas e glabras, com limbo de 5cm X 3cm, brilhante, em forma de coração ou de

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-40-

rim, obtusa ou bilobada na base e com pecíolo de 10-15cm. A bainha é hialina, larga, com

duas estípulas. A inflorescência em forma de rácimo, apresenta 2-10 flores com 6 pétalas

lanceoladas de cor esbranquiçada ou azul pálida, unidas na base por um tubo de 8mm (Fig.

26).

Fig. 26 – Plantas de Heteranthera reniformis Ruiz y Pavón (original de ORIVÁRZEA).

Espécie essencialmente anual, que se reproduz através de semente. Pode, comportar-se como

vivaz, ao propagar-se vegetativamente por estolhos ou rizomas.

6.2. Métodos de evolução

Neste ponto apresenta-se a época e a periodicidade das observações a realizar, nos POB, bem

como os métodos e metodologias de amostragem que podem ser utilizados para

acompanhamento e monitorização das infestantes na cultura do arroz.

a) Época e periodicidade de realização das observações

Efectuar a monitorização dos talhões desde “Após a sementeira” até “40-45 dias”. As

observações visuais devem ser efectuadas, com periodicidade semanal, para registo das

infestantes existentes no talhão e respectivo nível de infestação.

b) Método(s) de amostragem

Para monitorização de infestantes das famílias de Alismatáceas, Ciperáceas e Gramíneas

deve proceder-se ao registo dos diferentes estados de desenvolvimento do arroz e das

principais infestantes, e respectiva área de recobrimento.

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Métodos de previsão e evolução dos inimigos da cultura do arroz __________________________________________________________________________________________

-41-

6.3. Estratégia a recomendar

a) Meios de luta

Na elaboração da circular de avisos, para o combate de infestantes, podem ser recomendados

os seguintes meios de luta:

�Luta cultural – tendo em vista a redução dos níveis populacionais das infestantes podem

ser aconselhadas no aviso as seguintes práticas culturais:

• recurso a semente certificada;

• proceder à limpeza das ceifeiras debulhadoras ou outras alfaias agrícolas, antes da

sua utilização;

• mobilização do solo, tão cedo quanto possível relativamente à colheita, para

acelerar a decomposição dos resíduos vegetais;

• gestão adequada da água, mantendo a sua profundidade uniforme e contínua,

reduzindo a competitividade das infestantes e promover a eficácia dos herbicidas;

• sempre que possível recorrer a rotações culturais, sem incluir a cultura do arroz pelo menos

por um período de 3 a 4 anos ;

• realização de monda manual antes da floração, sempre que as infestantes apareçam

em pequenas manchas localizadas.

No caso particular do arroz bravo pode, ainda, ser recomendada a realização de lavouras

profundas de modo a enterrar as sementes que se encontram à superfície impedindo a sua

germinação;

�Luta química - utilização de herbicidas homologados para este inimigo, fazendo referência

aos aconselhados em PI (Gonçalves & Barros Gomes, 2002).

b) Informação relevante para a emissão do aviso

Para a emissão do aviso devem ser tidos em consideração os seguintes factores de

nocividade:

• historial da parcela ;

• conhecimento da biologia da infestante, nomeadamente, da sua capacidade de

germinação escalonada, da precocidade de maturação comparativamente ao arroz

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Métodos de previsão e evolução dos inimigos da cultura do arroz __________________________________________________________________________________________

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cultivado e da capacidade em conservar o seu potencial de germinação em sucessivas

campanhas.

A aplicação do herbicida para combate de carriço ou erva serra deve ser efectuada 15 a 21

dias antes da preparação do solo para a sementeira.

No caso particular do arroz bravo e antes da sementeira deve ser recomendada a seguinte

ordem de procedimentos:

1. depois de preparar o solo para a sementeira, proceder ao alagamento com pouca água

(2 a 3 cm de altura) para provocar a germinação do arroz bravo;

2. quando este atingir o estado de 2 a 3 folhas, deve-se retirar a água dos canteiros e

fazer a aplicação de um herbicida;

3. dois a três dias após a aplicação, alagar de novo os canteiros e pôr a água a circular

durante 2 a 3 dias. Após este período, proceder à sementeira.

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ANEXO I – Entidades e técnicos que participaram na elaboração do documento _________________________________________________________________________________________________________________

- I -

Direcção-Geral de Protecção das Culturas

Helena Barros-Gomes

Miriam Cavaco

Nuno Reis

ORIVÁRZEA

Carla Rocha

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ANEXO II – Fichas de registo utilizadas nos POB da cultura do arroz _________________________________________________________________________________________________________________

- II -

Identificação do talhão: Designação: Área:

Morada:

Estação de Avisos: DRA: Identificação do observador: Nome:

Serviço a que pertence:

Contacto:

Identificação do proprietário do talhão: Nome:

Morada: Contacto:

Identificação da exploração: Local: Freguesia: Concelho:

Distrito: DRA:

POSTO DE OBSERVAÇÃO BIOLÓGICA

DA CULTURA DO

ARROZ

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ANEXO II – Fichas de registo utilizadas nos POB da cultura do arroz _________________________________________________________________________________________________________________

- III -

REGISTO DOS ESTADOS FENOLÓGICOS

1 – Germinação 2 – Emergência (plântula 3 folhas) 3 – Plântula de 4--5 folhas 4 – Princípio de afilhamento

A – Fase vegetativa A – Crescimento vegetativo

5 – Máximo de afilhamento 6 – Diferenciação da panícula 7 – Alongamento do colmo 8 – Antes do espigamento

A – Crescimento vegetativo B – Fase reprodutiva

9 – Eespigamento 10 – Floração 11 – Grão leitoso 12 – Grão pastoso

B – Fase reprodutiva C – Fase de maturação

13 – Grão duro 14 – Colheita

C – Fase de maturação (Originais de ORIVÁRZEA, 2006; Laboratório de Sanidad Vegetal de Sevilha, 2002 e Carvalho).

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ANEXO II – Fichas de registo utilizadas nos POB da cultura do arroz _________________________________________________________________________________________________________________

- IV -

REGISTO DOS ESTADOS FENOLÓGICOS

A – Fase Vegetativa

Fase Vegetativa

Data de ocorrência do

estado fenológico 1 2 3 4 5

Início

80%

100%

B – Fase Reprodutiva

Fase Reprodutiva

Data de

ocorrência do estado

fenológico 6 7 8 9 10

Início

80%

100%

C – Fase de Maturação

Fase de Maturação

Data de ocorrência do

estado fenológico 11 12 13

Início

80%

100%

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ANEXO II – Fichas de registo utilizadas nos POB da cultura do arroz _________________________________________________________________________________________________________________

- V -

CROQUI DA PARCELA (Esquema da localização e distribuição das armadilhas para monitorização dos inimigos da cultura, e das estações meteorológicas (EM)).

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ANEXO II – Fichas de registo utilizadas nos POB da cultura do arroz _________________________________________________________________________________________________________________

- VI -

INIMIGOS DA CULTURA – FICHAS DE REGISTO DE CAMPO

AFÍDEOS

Parcela: _____________________________ Data: _______________

Observações: (1) planta ocupada; (0) planta não ocupada.

* Considera-se planta ocupada quando apresenta mais de cinco afídeos.

Planta nº

Planta ocupada

Planta nº

Planta ocupada

Planta nº

Planta ocupada

Planta nº

Planta ocupada

1 26 51 76

2 27 52 77

3 28 53 78

4 29 54 79

5 30 55 80

6 31 56 81

7 32 57 82

8 33 58 83

9 34 59 84

10 35 60 85

11 36 61 86

12 37 62 87

13 38 63 88

14 39 64 89

15 40 65 90

16 41 66 91

17 42 67 92

18 42 68 93

19 44 69 94

20 45 70 95

21 46 71 96

22 47 72 97

23 48 73 98

24 49 74 99

25 50 75 100

Percentagem (%) de plantas ocupadas no talhão*

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ANEXO II – Fichas de registo utilizadas nos POB da cultura do arroz _________________________________________________________________________________________________________________

- VII -

INIMIGOS DA CULTURA – FICHAS DE REGISTO DE CAMPO

LAGARTINHA VERMELHA

Parcela: _____________________________ Data: _______________

Cilindro de amostragem

Nº de raízes atacadas*

Percentagem (%) de raízes atacadas

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Percentagem (%) de raízes atacadas no talhão

Observações: * Observar 25 raízes em cada cilindro de amostragem . Por hectare utilizar uma amostra de 10 cilindros.

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ANEXO II – Fichas de registo utilizadas nos POB da cultura do arroz _________________________________________________________________________________________________________________

- VIII -

INIMIGOS DA CULTURA – FICHAS DE REGISTO DE CAMPO

NOCTUÍDEOS

Parcela: _____________________________ Data: _______________

Observações: * (1) – presença de lagartas; (0) – ausência de lagartas.

Planta nº

Folhas com

estragos

Lagartas *

Planta nº

Folhas com

estragos

Lagartas *

Planta nº

Folhas com

estragos Lagartas

* Planta

nº Folhas

com estragos

Lagartas *

1 26 51 76

2 27 52 77

3 28 53 78

4 29 54 79

5 30 55 80

6 31 56 81

7 32 57 82

8 33 58 83

9 34 59 84

10 35 60 85

11 36 61 86

12 37 62 87

13 38 63 88

14 39 64 89

15 40 65 90

16 41 66 91

17 42 67 92

18 43 68 93

19 44 69 94

20 45 70 95

21 46 71 96

22 47 72 97

23 48 73 98

24 49 74 99

25 50 75 100

Percentagem (%) de plantas com estragos nas folhas*

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- IX -

INIMIGOS DA CULTURA – FICHAS DE REGISTO DE CAMPO

NOCTUÍDEOS

Parcela: _____________________________ Data: _______________

Área do talhão

Cilindro de amostragem

Nº de panículas

Nº de panículas brancas

Lagartas

*

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Pont

o n

º

10

Área do talhão

Cilindro de amostragem

Nº de panículas

Nº de panículas brancas

Lagartas

*

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Pont

o nº

10

Percentagem (%) de panículas brancas no talhão

Observações: * (1) – presença de lagartas; (0) – ausência de lagartas.

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- X -

INIMIGOS DA CULTURA – FICHAS DE REGISTO DE CAMPO

DOENÇAS DO ARROZ

Parcela: _____________________________ Data: _______________

Observações: * (1) – presença de sintomas; (0) – ausência de sintomas.

Presença de sintomas Presença de sintomas Presença de sintomas Presença de sintomas Planta nº Folhas Colmos Panículas

Planta nº Folhas Colmos Panículas

Planta nº Folhas Colmos Panículas

Planta nº Folhas Colmos Panículas

1 26 51 76

2 27 52 77

3 28 53 78

4 29 54 79

5 30 55 80

6 31 56 81

7 32 57 82

8 33 58 83

9 34 59 84

10 35 60 85

11 36 61 86

12 37 62 87

13 38 63 88

14 39 64 89

15 40 65 90

16 41 66 91

17 42 67 92

18 43 68 93

19 44 69 94

20 45 70 95

21 46 71 96

22 47 72 97

23 48 73 98

24 49 74 99

25 50 75 100

Percentagem (%) de plantas com sintomas

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ANEXO II – Fichas de registo utilizadas nos POB da cultura do arroz _________________________________________________________________________________________________________________

- XI -

INIMIGOS DA CULTURA – FICHAS DE REGISTO DE CAPTURAS EM ARMADILHAS

AFÍDEOS

Parcela: _____________________________

Data Nº de indivíduos capturados

Data de colocação da armadilha

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ANEXO II – Fichas de registo utilizadas nos POB da cultura do arroz _________________________________________________________________________________________________________________

- XII -

INIMIGOS DA CULTURA – FICHAS DE REGISTO DE CAPTURAS EM ARMADILHAS

NOCTUÍDEOS

Parcela: _____________________________

N.º de adultos capturados

Data S. littoralis M. unipuncta

Média

Observação: (? ) – assinalar a data de colocação da armadilha.

(¦) – assinalar a mudança de feromona.

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ANEXO II – Fichas de registo utilizadas nos POB da cultura do arroz _________________________________________________________________________________________________________________

- XIII -

INIMIGOS DA CULTURA – FICHAS DE REGISTO DE CAPTURA DE ESPOROS

DOENÇAS DO ARROZ

Parcela: _____________________________

Condiçõe s climáticas

Data Presença de esporos T (ºC) P (mm) Hr (%)

Colocação do capta esporos

Observações: (1) – presença de esporos; (0) – ausência de esporos.

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ANEXO III – Índice de figuras e quadros _________________________________________________________________________________________________________________

- XIV -

ÍNDICE DE FIGURAS* Pág. Figura 1 - Estações de Avisos que emitem avisos e conselhos para a cultura do arroz……………. 3 Figura 2 – Estação Meteorológica Clássica (A) (original de DSV/DGPC) e Estação Meteorológica Automática (B) (original de Soares, 2005)……………….……………………………

7

Figura 3 – Colónia de afídeos (original de DSV/DGPC, 2003)……………………………….……… 8 Figura 4 - Armadilha Moericke colocada no interior do talhão (original de DSV/ DGPC)……..... 11 Figura 5 –. Adulto de Chironomus plumosus L. In http://home.tiscali.be........................................... 13 Figura 6 – Larva de quironomideo (original de Orivárzea).................................................. ............... 13 Figura 7 – Lagartas de Mythimna unipuncta Haworth (original de Mendes, 2006)……..………..… 17 Figura 8 – Adulto de Mythimna unipuncta Haworth (original de ORIVÁRZEA, 2003)………….. 17 Figura 9 – Lagarta de Spodoptera littoralis Boisduval (original de Tiessen www.ice.mpg.de......... 18 Figura 10 – Adulto de Spodoptera littoralis Boisduval (original de www.leps.it.)............ ................ 18 Figura 11 – Lagarta desfolheadora e estragos na folha (original de ORIVÁRZEA)……………… 21 Figura 12 – Panícula atacada por lagartas desfolheadoras (original de ORIVÁRZEA, 2003)…… 21 Figura. 13 – Ciclo de vida de Pyricularia oryzae Cavara (adaptado de TRIANA, 2001)…………… 25 Figura 14 – Pormenor de lesão foliar de piriculariose (original de www.viarural.com.ar). .............. 25 Figura 15 – Conídeos de Pyricularia oryzae Cavara (original de TRIANA, 2001)………………….. 25 Figura 16 – Exemplo de capta esporos utilizado para detecção de esporos (original de www.iate.es)................................................................................................................................................

27

Figura 17 - Lesões foliares de helmintosporiose (original de http://www.viarural.com.ar).......... 30 Figura 18 – Conídios de Drechslera oryzae (Breda de Haan) Subram-f Jain. (original de TRIANA, 2001)…………………………………………………………………………………………………………

30

Figura 19 – Planta da família Alismataceae (original de Machado)…………..…………………….. 33 Figura 20 – Plantas da família Ciperáceae (original de Machado)……...……………………………. 35 Figura 21– Plantas de Oryza sativa L. var (original de Machado)……………………………………. 37 Figura 22 – Plantas de Leersia oryzoides (L.) Swartz (original de Machado).……………………… 37 Figura 23 - Plantas de Echinochloa oryzoides (Ard.) (original de ORIVÁRZEA).……………………. 38 Figura 24 - Plantas de Heteranthera limosa (Sw.) Willd. (original de ORIVÁRZEA).……………….. 39 Figura 25 - Plantas de Heteranthera limosa (Sw.) Willd. em floração (original de ORIVÁRZEA)… 39 Figura 26 - Plantas de Heteranthera reniformis Ruiz y Pavón (original de ORIVÁRZEA).…………. 40

* As figuras que compõem a capa são originais de Paula Carvalho e Carlos Machado (DGPC) e ORIVÁRZEA ÍNDICE DE QUADROS Pág. Quadro 1 - Nome vulgar e cientifico das pragas da cultura do arroz …………………………….. 7 Quadro 2 - Método de amostragem e registos a efectuar para acompanhamento da evolução de afídeos…..............................................................................................................................................

12

Quadro 3 - Método de amostragem e registos a efectuar para acompanhamento da evolução de lagartinha vermelha…………………………………………………………………………………

15

Quadro 4 - Método de amostragem e registos a efectuar para acompanhamento da evolução de lagartas desfolheadoras……………………………………………………………………………..

22

Quadro 5 – Nome vulgar e científico das doenças da cultura do arroz consideradas no documento……………………………………………………………………………………………….

23

Quadro 6 - Método de amostragem e registos a efectuar para acompanhamento da evolução de piriculariose…………………………………………………………………………………………..

27

Quadro 7 - Método de amostragem e registos a efectuar para acompanhamento da evolução de helmintosporiose…….........................................................................................................................

32

Page 65: SERVIÇO NACIONAL DE AVISOS AGRÍCOLASfunção das condições meteorológicas locais e da fenologia da cultura a proteger. Os técnicos da EA recolhem a informação que depois de

A Direcção Geral de Protecção das Culturas

agradece muito reconhecidamente os valiosos

contributos dos técnicos Carlos Machado,

Maria de Jesus e Isabel Malheiro (DGPC) na

elaboração deste documento e aos técnicos

Felisbela Mendes, Paula Carvalho e Carlos

Machado a cedência de fotografias.

Manual elaborado no âmbito do Projecto Agro 8.2

“Modernização e reforço do Serviço Nacional de Avisos Agrícolas”

UNIÃO EUROPEIA

FUNDO EUROPEU DE ORIENTAÇÃO

E GARANTIA AGRÍCOLA