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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL POLICIA FEDERAL SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO PARANA DELEGACIA REGIONAL DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADO OPERAÇAO LAVAJATO TERMO DE COLABORAÇÃO 10 DE ANTONIO PALOCCI FILHO Em 17 de abril de 2018, nesta SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE POLÍCIA FEDERAL NO PARANÁ, em Curitiba/PR, perante FILIPE HILLE PACE, Delegado de Polícia Federal, Classe, matrícula n° 19.291, comigo, LEONARDO CARBONERA, Escrivão de Polícia Federal, ao final assinado e declarado, ANTONIO PALOCCI FILHO, atualmente recolhido à custódia da Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná, na presença de seus advogados TRACY JOSEPH REINALDET DOS SANTOS, inscrito na OAB/PR sob n° 56.300, ANDRÉ LUIS PONTAROLLI, inscrito na OAB/PR sob n" 38.487 e MATTEUS BERESA DE PAULO MACEDO, inscrito na OAB/PR sob 83.616, compareceu, voluntariamente, com intuito de colaborar, nos termos da Lei 12.850/2013, com investigações desenvolvidas no bojo da assim denominada OPERAÇÃO LAVAJATO, e afirmou: QUE renuncia, na presença de seus defensores, ao direito ao silêncio, firmando o compromisso legal de dizer a verdade, nos termos do § 14° do artigo 4° da Lei 12.850/2013; QUE o COLABORADOR e seus defensores autorizam expressamente e estão cientes do registro audiovisual do presente ato de colaboração em mídia digital fHD Seaoate 2 Terabvtes. Serial Number NA8CMLAA). além do registro escrito (duas vias do termo assinadas em papel), nos termos do § 13° do artigo 4° da Lei n° 12.850/2013, os quais serão, ao final do ato, devidamente assinados e custodiados pelos representantes da POLÍCIA FEDERAL ora presentes, os quais ficarão responsáveis pela guarda, custódia e preservação do sigilo das informações e, ulteriormente, apresentação ao Tribunal Regional Federal da Região; QUE, em relação aos fatos tratados no ANEXO 10 (VAZAMENTO DA 24' FASE DA OPERAÇÃO LAVAJATO E OUTROS ATOS DE OBSTRUÇÃO), indagado a respeito de investigação que apura o vazamento das medidas cautelares que viriam a ser cumpridas contra LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA e que ensejaram a 24° fase ostensiva da" OPERAÇAO LAVAJATO, o COLABORADOR tem a afirmar que efetivamente, notí

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERALPOLICIA FEDERAL

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO PARANADELEGACIA REGIONAL DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADO

OPERAÇAO LAVAJATO

TERMO DE COLABORAÇÃO 10

DE ANTONIO PALOCCI FILHO

Em 17 de abril de 2018, nesta SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE POLÍCIA

FEDERAL NO PARANÁ, em Curitiba/PR, perante FILIPE HILLE PACE, Delegado de

Polícia Federal, 2® Classe, matrícula n° 19.291, comigo, LEONARDO CARBONERA,

Escrivão de Polícia Federal, ao final assinado e declarado, ANTONIO PALOCCI FILHO,

atualmente recolhido à custódia da Superintendência Regional da Polícia Federal no

Paraná, na presença de seus advogados TRACY JOSEPH REINALDET DOS SANTOS,

inscrito na OAB/PR sob n° 56.300, ANDRÉ LUIS PONTAROLLI, inscrito na OAB/PR sob

n" 38.487 e MATTEUS BERESA DE PAULO MACEDO, inscrito na OAB/PR sob n°

83.616, compareceu, voluntariamente, com intuito de colaborar, nos termos da Lei n®

12.850/2013, com investigações desenvolvidas no bojo da assim denominada

OPERAÇÃO LAVAJATO, e afirmou: QUE renuncia, na presença de seus defensores, ao

direito ao silêncio, firmando o compromisso legal de dizer a verdade, nos termos do §

14° do artigo 4° da Lei n° 12.850/2013; QUE o COLABORADOR e seus defensores

autorizam expressamente e estão cientes do registro audiovisual do presente ato de

colaboração em mídia digital fHD Seaoate 2 Terabvtes. Serial Number NA8CMLAA).

além do registro escrito (duas vias do termo assinadas em papel), nos termos do § 13°

do artigo 4° da Lei n° 12.850/2013, os quais serão, ao final do ato, devidamente

assinados e custodiados pelos representantes da POLÍCIA FEDERAL ora presentes, os

quais ficarão responsáveis pela guarda, custódia e preservação do sigilo das

informações e, ulteriormente, apresentação ao Tribunal Regional Federal da 4® Região;

QUE, em relação aos fatos tratados no ANEXO 10 (VAZAMENTO DA 24' FASE DA

OPERAÇÃO LAVAJATO E OUTROS ATOS DE OBSTRUÇÃO), indagado a respeito de

investigação que apura o vazamento das medidas cautelares que viriam a ser cumpridas

contra LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA e que ensejaram a 24° fase ostensiva da"OPERAÇAO LAVAJATO, o COLABORADOR tem a afirmar que efetivamente, notí

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wSERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

polícia FEDERALSUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO PARANÁ

DELEGACIA REGIONAL DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADOoperaçAo LAVAJATO

após a fase. que documentos importantes não foram apreendidos na sede do

INSTITUTO LULA e na casa de assessores do ex-presidente: QUE perguntou a PAULO

OKAMOTO e CLARA ANT sobre o conhecimento prévio das medidas; QUE tratou com

CLARA ANT acerca de HD que ela possuía e no qual estavam guardados os registros

de todas as reuniões oficiais efetuadas por LULA nos dois governos; QUE CLARA ANT

informou que o HD não havia sido levado pela polícia; QUE ela informou ter tido o

cuidado de deixar o HD em outro lugar; QUE soube que a polícia encontrou pouca coisa

no INSTITUTO LULA; QUE PAULO OKAMOTO informou ao COLABORADOR que

souberam previamente que viria a ocorrer uma operação contra o ex-presidente LULA,

não sabendo precisar se seria cumprida prisão ou condução coercitiva; QUE informou

que souberam previamente da data; QUE PAULO OKAMOTO informou que teria feito

uma limpaem sua residência em Atibaia/SP, assim como CLARA ANT; QUE lamentaram

o fato de que LULA não tenha feito o mesmo e. por isso, encontraram documentos

comprometedores em sua casa e no sítio de Atibaia/SP; QUE o COLABORADOR

manifesta sua plena disposição em auxiliar investigações de obstrução eventualmente

conduzidas em outros juízos, podendo contribuir para os fatos envolvendo a nomeação

de MARCELO NAVARRO para Ministro do STJ e nomeação de LULA para Ministro da

Casa Civil; QUE. a respeito da OPERAÇÃO LAVAJATO. ainda pode afirmar que, em

2016, LULA chamou o COLABORADOR ao INSTITUTO LULA e lhe indagou se poderia

assumir o pagamento das reformas feitas no sítio de Atibaia/SP; QUE o

COLABORADOR se negou por dois motivos: primeiro achava que a polícia viria a

descobrir, segundo pelo fato de que não existiram grandes saques em espécie pela

PROJETO, não tendo o como o COLABORADORjustificar os pagamentos das reformas;

QUE o COLABORADOR, então, se negou, tendo LULA orientado que procurasse na

seqüência PAULO OKAMOTO; QUE PAULO OKAMOTO insistiu, no mesmo dia, ainda

no INSTITUTO LULA; QUE o COLABORADOR continuou a se negar a assumir o^

pagamento das reformas; QUE PAULO, então, solicita ao COLABORADOR se poderia

ele buscar um outro empresário para assumir as reformas; QUE PAULO OKAMOTí

chegou a procurar representantes da OAS e ODEBRECHT e tais empres^2

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SERVIÇO PUBLICO FEDERALPOLICIA FEDERAL

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO PARANÁDELEGACIA REGIONAL DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADO

OPERAÇÃO LAVAJATO

entenderam que era melhor não assumir publicamente a responsabilidade pelas

reformas, pois os valores empregados eram de caixa 2; QUE, a respeito de investigação

conduzida na 14^ Vara Federal de Cuhtlba/PR, foi indagado o COLABORADOR se teve

conhecimento de articulações para remoção de delegados da OPERAÇÃO LAVAJATO

após matéria veiculada no "Estadão" em novembro de 2014, respondeu que, na

oportunidade, gerou-se uma crise no Governo, uma vez que LULA estava esperançoso

que a publicação da matéria era a oportunidade perfeita para retirar os Delegados que

estavam à frente da operação; QUE o COLABORADOR estava com LULA no

INSTITUTO LULA na oportunidade e presenciou o ex-presidente cobrando isso da então

Presidente DILMA ROUSSEFF; QUE LULA estava irritado com JOSÉ EDUARDO

CARDOZO, pois dava a impressão de que não estava ajudando a remover os delegados;

QUE LULA se irritou ainda mais com a manifestação de LEANDRO DAIELLO, então

Diretor-Geral da POLÍCIA FEDERAL, após a publicação da matéria, que estaria

defendendo os delegados citados; QUE LULA brigou com DILMA sobre manifestação de

DAIELLO, pois, em sua visão, era o momento ideal para a transferência dos delegados;

QUE LULA atribuía a passividade mais a CARDOZO do que a DILMA; QUE pode citar

que conversava com MARCELO ODEBRECHT sobre a OPERAÇÃO LAVAJATO e

alternativas para bloquear o sucessão da operação; QUE em uma oportunidade

conversaram sobre iniciativas para impedir que dados da Suíça sobre a ODEBRECHT

chegassem formalmente ao Brasil; QUE o COLABORADOR passou algumas dessas

questões a JOSÉ EDUARDO CARDOZO por intermédio de GILLES DE AZEVEDO; QUE

se reuniu com MARCELO ODEBRECHT e ALEXANDRINO cerca de uma semana antes

de sua prisão; QUE MARCELO mostrou documentos ao COLABORADOR sobre

possibilidade para barrar o recebimento dos documentos; QUE MARCELO pediu ao

COLABORADOR que marcasse encontro sobre o tema com DILMA; QUE o

COLABORADOR efetivamente avisou GILES DE AZEVEDO, o qual disse que daria um

jeito de resolver o assunto; QUE, dias depois, MARCELO ODEBRECHT liga par

BRANISLAV e informa que havia ocorrido a reunião e que tinha sido ótima; QUE dias

após MARCELO é preso.

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LC

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SERVIÇO PUBLICO FEDERALPOLICIA FEDERAL

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO PARANÁDELEGACIA REGIONAL DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADO

OPERAÇAO LAVAJATO

Nada mais foi tratado. Encerrado o presente termo que, lido e achado conforme, é

assinado pelo Delegado de Polícia Federal proponente, pelo Escrivão de Polícia Federal,

Agente de Polícia Federal testemunha e pelo colaborador, na presença de seus

advogados.

DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL:

COLABORADOR:ANTONIO PALOCOI/FILHG

ADVOGADO:TRACY JOSEWeEtNALDE DOS SANTOS

ADVOGADO:ANDRÉ LUIS PONTAROLLI

ADVOGADO:MATTEUS BBRESA DE PAULA MACEDO

AGENTE DE POLICIA FEDERAL:

ESCRIVÃO DE POLICIA FEDERALLEONARDO CARBONERA