sérgio ferreira silva geometria analítica: caminhos para
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Srgio Ferreira Silva
Geometria Analtica: caminhos para aprendizagem
Dissertao de Mestrado
Dissertao apresentada como requisito parcial para obteno do grau de Mestre pelo Programa de Ps-Graduao em Matemtica do Departamento de Matemtica da PUC-Rio.
Orientador: Prof. Marcos Craizer
Rio de Janeiro Julho de 2015
DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1311556/CA
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Srgio Ferreira Silva
Geometria Analtica: caminhos para aprendizagem
Dissertao apresentada como requisito parcial para obteno do grau de Mestre pelo Programa
de Ps-Graduao em Matemtica do Departamento de Matemtica do Centro Tcnico
Cientfico da PUC-Rio. Aprovada pela Comisso Examinadora abaixo assinada.
Prof. Marcos Craizer Orientador
Departamento de Matemtica - PUC-Rio
Prof Dbora Freire Mondaini Departamento de Matemtica - PUC-Rio
Profa. Dirce Uesu Pesco Instituto de Matemtica e Estatstica - UFF
Prof. Jos Eugenio Leal Coordenador Setorial do Centro
Tcnico Cientfico - PUC-Rio
Rio de Janeiro, 28 de julho de 2015
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Todos os direitos reservados. proibida a reproduo total
ou parcial do trabalho sem a autorizao da universidade,
da autora e do orientador
Srgio Ferreira Silva
Graduao em Matemtica pela Federao das Faculdades
Celso Lisboa, em 1993. Ps-Graduao Lato Sensu em
Novas Tecnologias no Ensino de Matemtica pela
Universidade Federal Fluminense, em 2009, onde escreveu
a monografia Contribuies do Software de Matemtica
Geogebra na Prtica Educativa do Ensino Fundamental.
professor efetivo da Secretaria Estadual de Educao do
Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Educao de
Duque de Caxias.
Ficha Catalogrfica
CDD: 510
Silva, Srgio Ferreira
Geometria analtica: caminhos para aprendizagem / Srgio Ferreira Silva ; orientador: Marcos Craizer. 2015.
81 f. : il. (color.) ; 30 cm
Dissertao (mestrado)Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro, Departamento de Matemtica, 2015.
Inclui bibliografia
1. Matemtica Teses. 2. Geometria analtica. 3. Geogebra. 4. Ensino de geometria. I. Craizer, Marcos. II. Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro. Departamento de Matemtica. III. Ttulo.
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Dedico esta dissertao a minha famlia em especial a minha esposa,
Regina, pelo convvio dirio, sempre lado a lado, parceira, cmplice,
colaboradora, incentivadora no meu caminhar profissional e aos
meus filhos Rafael e Carolina.
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Agradecimentos
Ao meu orientador, professor Marcos Craizer pelo incentivo, orientaes
importantes para o aprimoramento deste estudo.
A todos os professores e colegas que convivi no Profmat PUC Rio pela
troca de saberes.
s professoras Dbora Freire Mondaini e Dirce Ueso Pesco que aceitaram
participar da banca e pelas contribuies para melhoria deste estudo.
Ao meu amigo professor Hlio Fernandes pelas nossas discusses na busca
de novos caminhos para o ensino da matemtica.
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Resumo
Silva, Srgio Ferreira; Craizer, Marcos. Geometria Analtica:
Caminhos para aprendizagem. Rio de Janeiro, 2015. 81p.
Dissertao de Mestrado Departamento de Matemtica,
Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro.
A presente pesquisa tem como tema o processo de ensino e
aprendizagem de geometria analtica, assunto no qual os alunos do ensino mdio
tm apresentado dificuldades. Por isto se faz necessrio que o professor utilize um
maior nmero de ferramentas pedaggicas, explorando os caminhos algbrico e
geomtrico para resoluo de problemas. O objetivo deste estudo propor
caminhos para o ensino da geometria analtica tendo como base trs eixos
norteadores: A histria das geometrias, a proposio de problemas matemticos
que podem ser resolvidos tanto pela geometria plana como pela geometria
analtica e o uso da ferramenta tecnolgica atravs do software Geogebra.
Utilizamos neste trabalho materiais didticos disponibilizados em escolas pblicas
estaduais do Estado do Rio de Janeiro, material voltado para a formao do
professor de matemtica e livros sobre a histria da matemtica.
Palavras-Chave Geometria Analtica; Geogebra; Ensino de Geometria.
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Abstract
Silva, Srgio Ferreira; Craizer, Marcos (Advisor). Analytic Geometry:
pathways to learning. Rio de Janeiro, 2015. 81p.
MSc. Dissertation Departamento de Matemtica, Pontifcia
Universidade Catlica do Rio de Janeiro.
The topic of this research is the process of teaching and learning
analytical geometry, a theme in which the students from high school have great
difficulties. It is necessary that the teacher use a greater number of educational
tools, exploring the algebraic and geometric aspects for problem solving.
The aim of this study is to propose new methods for teaching analytical geometry
based on three guiding principles: The history of geometry, the proposition of
mathematical problems that can be solved either by analytical geometry or by
plane geometry and the use of a technological tool, the software Geogebra.
In this work, we use teaching materials available in public schools of the state of
Rio de Janeiro, material focused in the training of mathematical teachers and
books of history of mathematics.
Keywords Analytic Geometry; Geogebra; Teaching of Geometry.
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Sumrio 1. INTRODUO 12
2. HISTRIA DAS GEOMETRIAS 15 2.1 Breve Histria a.C 15 2.2 Breve Histria da Geometria Analtica 19 3. ATIVIDADES DE GEOMETRIA ANALTICA PLANA GA 23
4. O USO DO SOFTWARE GEOGEBRA 56 4.1 O Uso das TICs no Ensino da Matemtica 56 4.2 Apresentao do software GeoGebra 58 4.3 Uso do software GeoGebra para Soluo de Problemas de Geometria Analtica Plana 61 4.3.1 Constatao dos dois pr-requisitos 62 4.3.2 Trs problemas de geometria solucionados pela geometria plana e analtica 63 4.3.3 Resoluo de trs problemas clssicos do desenho geomtrico baseados na obra de Apolnio 66 5. CONSIDERAES FINAIS 79 6. REFERNCIAS 80
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Lista de figuras Figura 1. Rotao de um segmento de um ngulo de 90 24
Figura 2. Ponto mdio de um segmento 24
Figura 3.1. Segmentos equipolentes 25
Figura 3.2. Segmentos equipolentes 26
Figura 4. Distncia entre dois pontos 26
Figura 5.1. Perpendicularismo de segmentos quaisquer 27
Figura 5.2. Perpendicularismo de segmentos quaisquer 28
Figura 6.1. Distncia de um ponto a uma reta 29
Figura 6.2. Distncia de um ponto a uma reta 29
Figura 7.1. rea de um tringulo 30
Figura 7.2. rea de um tringulo 31
Figura 8.1. Ponto de interseco das diagonais do retngulo 32
Figura 8.2. Ponto de interseco das diagonais do retngulo 34
Figura 8.3. Ponto de interseco das diagonais do retngulo 35
Figura 9.1. Ponto de interseco das diagonais do paralelogramo 36
Figura 9.2. Ponto de interseco das diagonais do paralelogramo 37
Figura 10.1. Mediana relativa a hipotenusa de um tringulo retngulo 37
Figura 10.2. Mediana relativa a hipotenusa de um tringulo retngulo 38
Figura 10.3. Mediana relativa a hipotenusa de um tringulo retngulo 38
Figura 11.1. Base mdia de um tringulo 39
Figura 11.2. Base mdia de um tringulo 39
Figura 11.3. Base mdia de um tringulo 40
Figura 12.1. Distncia do vrtice ao baricentro G 41
Figura 12.2. Distncia do vrtice ao baricentro G 41
Figura 12.3. Distncia do vrtice ao baricentro G 42
Figura 13.1. reas dos tringulos ABD e ACD 42
Figura 13.2. reas dos tringulos ABD e ACD 43
Figura 13.3. reas dos tringulos ABD e ACD 43
Figura 14.1. Comprimento da mediana do lado AB 44
Figura 14.2. Comprimento da mediana do lado AB 44
Figura 14.3. Comprimento da mediana do lado AB 45
Figura 15.1. rea do tringulo ADE 45
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Figura 15.2. rea do tringulo ADE 46
Figura 15.3. rea do tringulo ADE 47
Figura 16.1. Distncia de um ponto a uma reta 47
Figura 16.2. Distncia de um ponto a uma reta 48
Figura 16.3. Distncia de um ponto a uma reta 49
Figura 17.1. Ortocentro de um tringulo 50
Figura 17.2. Ortocentro de um tringulo 50
Figura 17.3. Ortocentro de um tringulo 51
Figura 17.4. Ortocentro de um tringulo 51
Figura 18.1. Altura relativa hipotenusa 52
Figura 18.2. Altura relativa hipotenusa 52
Figura 18.3. Altura relativa hipotenusa 53
Figura 19.1. Distncia do vrtice A ao ponto P 54
Figura 19.2. Distncia do vrtice A ao ponto P 54
Figura 20. Geogebra Reta de Euler 59
Figura 21. Geogebra Protocolo de Construo 59
Figura 22. Geogebra Geogebra Ponto mdio de um segmento 62
Figura 23.1. Geogebra Rotao de um Segmento de 90 63
Figura 23.2. Geogebra Rotao de um Segmento de 90 63
Figura 24.1. Geogebra Interseco das diagonais 64
Figura 24.2. Geogebra Interseco das diagonais 64
Figura 25. Geogebra Base mdia de um tringulo 65
Figura 26. Geogebra Ortocentro de um tringulo 66
Figura 27. Apolnio PPR - caso 1 67
Figura 28. Apolnio PPR - caso 2 68
Figura 29.1. Geogebra Apolnio PPR 69
Figura 29.2. Geogebra Apolnio PPR 69
Figura 30. Apolnio PRR caso 1 70
Figura 31. Apolnio PRR caso 2 71
Figura 32. Apolnio PRR caso 3 71
Figura 33.1. Geogebra Apolnio PRR 72
Figura 33.2. Geogebra Apolnio PRR 73
Figura 33.3. Geogebra Apolnio PRR 73
Figura 34. Apolnio PPC 74
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Figura 35.1. Geogebra Apolnio PPC caso 1 75
Figura 35.2. Geogebra Apolnio PPC caso 1 76
Figura 35.3. Geogebra Apolnio PPC caso 1 76
Figura 36.1. Geogebra Apolnio PPC caso 2 77
Figura 36.2. Geogebra Apolnio PPC caso 2 78
Figura 36.3. Geogebra Apolnio PPC caso 2 78
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1 INTRODUO:
As pesquisas brasileiras desenvolvidas sobre o processo de ensino e
aprendizagem de geometria analtica foram levantadas na dcada de 90 por Di Pinto
em sua dissertao sobre o Ensino e Aprendizagem da Geometria Analtica: as
pesquisas brasileiras da dcada de 90, defendida em 2000, em que se concluiu:
[...] as pesquisas analisadas mostraram que, independentemente
do objeto a ser estudado, deve-se buscar a sua significao,
utilizando-se do maior nmero de recursos possveis, explorando
os quadros algbrico e geomtrico concomitantemente, mesmo
que a dificuldade dos educandos em cada uma dessas reas acabe
intervindo em sua aprendizagem. oportuno lembrar, a todo
momento, que s quando o aluno constri e articula um objeto
matemtico ele lhe dar um significado. A abstrao dos
conceitos que tanto se deseja s ser concretizada
(compreendida) quando o educando conseguir visualizar o objeto
matemtico como um todo. Sendo capaz de agir sobre ele,
externando seus conhecimentos a [seu] respeito em qualquer
linguagem conhecimentos esses que o permitam fazer
generalizaes sobre o objeto estudado. (DI PINTO apud
JUNHO, 2011, p.99)
Segundo essas pesquisas os processos de construo do conhecimento da
matemtica voltada para aprendizagem da geometria analtica so complexos e,
necessitam que o professor proponha caminhos possveis, entre eles o uso de
ferramentas tecnolgicas para a soluo dos problemas propostos. Dessa forma, o
professor em sua prtica pedaggica assume o papel de mediador do processo de
ensino e aprendizagem de seus alunos.
Partindo dessas premissas, o presente estudo tem como objetivo propor
caminhos para o ensino da geometria analtica tendo como base trs eixos
norteadores: a histria das geometrias, a proposio de problemas matemticos que
podem ser resolvidos tanto pela geometria plana quanto analtica e o uso da
ferramenta tecnolgica atravs do software Geogebra.
A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste estudo foi a pesquisa
bibliogrfica que teve como base materiais didticos de geometria analtica, sendo
selecionados: dois livros didticos disponibilizados em escolas pblicas estaduais
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de ensino mdio1 e um livro didtico para o ensino universitrio e uma revista
voltada para formao de professores de matemtica.2
Para o desenvolvimento de cada um destes eixos norteadores foram utilizadas
como fundamentao terica as ideias e/ou teorias de alguns autores. No eixo da
histria das geometrias o conhecimento histrico da matemtica que tem sua
relevncia no apenas pela sua descoberta, mas tambm pela reflexo que este
conhecimento gera no processo de ensino e aprendizagem, utilizamos GARBI,
Gilberto G.3 e EVES, Howard4.
Na demonstrao dos pr-requisitos para a soluo dos problemas de
geometria analtica plana e na breve anlise do perfil das solues utilizou-se
LIMA, Elon L.5
O estudo est estruturado em trs captulos sendo que um dos captulos
aborda uma breve histria das geometrias a partir dos trs sculos iniciais da
matemtica grega com as contribuies de Tales, de Euclides e de Apolnio antes
de Cristo e a partir do sculo XVII a inveno da geometria analtica pelos franceses
Ren Descartes e Pierre de Fermat.
No outro captulo so apresentadas demonstraes como pr-requisitos
bsicos para soluo de problemas de geometria analtica plana, os problemas que
foram retirados de materiais didticos (livros, revista e site do Profmat) com suas
respectivas solues e uma breve anlise do perfil das solues pela geometria
analtica em problemas de geometria.
O ltimo captulo apresenta as caractersticas do software GeoGebra, o qual
permite a realizao de investigaes sobre propriedades geomtricas que
1 O autor desta pesquisa professor de matemtica e utiliza esses livros com seus alunos na
sala de aula, nas escolas pblicas estaduais de ensino mdio em que leciona. 2 O autor desta pesquisa teve acesso a esses materiais em curso de formao de professores
que realizou no Instituto de Matemtica Pura e Aplicada - IMPA 3 Vencedor do 40 Prmio Jabuti da categoria Cincias Exatas, Tecnologia e Informtica
com o seu livro O Romance das Equaes Algbricas que representa algo inovador no Brasil em
relao aos mtodos de ensino da matemtica. 4 Foi um matemtico especializado em geometria e histria da matemtica, nascido nos
Estados Unidos em 1911 e faleceu em 2004. 5 Matemtico brasileiro, pesquisador titular do Instituto Nacional de Matemtica Pura e
Aplicada (IMPA), instituio na qual foi diretor em trs perodos distintos. autor de vinte e cinco
livros sobre matemtica, seis dos quais se destinam formao e aperfeioamento de professores
do ensino mdio.
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dificilmente se consegue observar sem o uso de uma ferramenta computacional.
Dessa forma, utilizou-se dois pr-requisitos: ponto mdio de um segmento e rotao
de um segmento de um ngulo de 90 graus, de trs problemas de geometria
solucionados pela geometria plana e analtica apresentados no captulo 2 e a
resoluo de trs problemas clssicos do desenho geomtrico baseados na obra de
Apolnio.
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2 HISTRIA DAS GEOMETRIAS
2.1 Breve Histria a.C.
Nesta breve histria se pretende abordar os trs sculos iniciais da matemtica
grega com destaque aos esforos de Tales por uma geometria demonstrativa, os
Elementos de Euclides que apresentam a geometria como um sistema lgico e as
contribuies de Apolnio que, segundo Eves (2004), constituem um perodo de
realizaes extraordinrias.
No perodo 2000 a.C. a 1600 a.C. os babilnios relacionavam a geometria
com a mensurao prtica. Dessa forma, a principal caracterstica da geometria
babilnica o seu carter algbrico. Pois, segundo Eves (2004, p.61), Os
problemas mais intricados expressos em terminologia geomtrica so
essencialmente problemas de lgebra no-triviais.
Os aparecimentos de novas civilizaes nas costas da sia Menor, na parte
continental da Grcia, na Siclia e no litoral da Itlia, trouxeram mudanas
econmicas e polticas levando o homem a questionar o como e o porqu. Segundo
Eves:
Pela primeira vez na matemtica, como em outros campos, o
homem comeou a formular questes fundamentais como: Por
que os ngulos da base de um tringulo issceles so iguais? e
Por que o dimetro de um crculo divide esse crculo ao meio?
Os processos empricos do Oriente antigo, suficientes o bastante
para responder questes na forma de como, no mais bastavam
para as indagaes mais cientficas na forma de por qu.
Algumas experincias com o mtodo demonstrativo foram se
consubstanciando e se impondo, e a feio dedutiva da
matemtica, considerada pelos doutos como sua caracterstica
fundamental, passou para o primeiro plano. (EVES, 2004, p.94)
A geometria demonstrativa teve incio com Tales de Mileto, que no Egito,
no sculo VI a.C., ao admirar a Grande Pirmide (Quops) ficou interessado em
calcular a altura deste monumento. Segundo Garbi:
Para respond-la, empregou um mtodo, por ele mesmo criado e
que ainda hoje nos cativa pela simplicidade e preciso: plantou
sobre a areia, verticalmente, um basto de madeira, cujo
comprimento conhecia, e mediu-lhe a sombra. Aps fazer o
mesmo com a sombra da pirmide deduziu-lhe a altura porque
sombras e alturas, tanto em pirmides quanto em bastes,
quaisquer que sejam seus tamanhos, so sempre proporcionais.
No momento em que a altura de um basto igual sua sombra,
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a altura da pirmide tambm ser igual sombra do monumento.
(GARBI, 2007, p.205)
A proporcionalidade entre alturas e sombras um contedo que est
presente nas aulas de matemtica at hoje nas escolas, denominado Teorema de
Tales, podendo ser aplicado na soluo de vrios problemas. Segundo Eves, na
geometria creditam-se a Tales os seguintes resultados elementares:
1-Qualquer dimetro efetua a bisseco do crculo em que
traado. 2-Os ngulos da base de um tringulo issceles so iguais.
3-ngulos opostos pelo vrtice so iguais.
4-Se dois tringulos tm dois ngulos e um lado em cada um
deles respectivamente iguais, ento esses tringulos so iguais.
(Tales talvez tenha usado esse resultado na determinao que fez
da distncia de um navio praia.)
5-Um ngulo inscrito num semi-crculo reto. (Este resultado era
do conhecimento dos babilnios cerca de 1.400 anos antes.)
6-O valor desses resultados no deve ser aquilatado por eles
mesmos, mas antes pela crena de que Tales obteve-os mediante
alguns raciocnios lgicos e no pela intuio ou
experimentalmente. (EVES, 2004, p.95)
Pode-se observar, por exemplo, que Tales ao nomear os quatro ngulos
formados pela interseo de duas retas, identificou um ngulo comum a dois
ngulos rasos, concluindo que os outros dois ngulos (opostos) eram iguais,
utilizando para esta concluso o raciocnio lgico e, no mais apenas a intuio ou
o experimento.
Segundo Garbi: ... Tales revolucionou o pensamento matemtico ao estabelecer
que as verdades precisam ser demonstradas, com o que criou a
matemtica dedutiva. Euclides manteve este conceito, mas fez
nele uma ressalva que, por si s, bastaria para imortaliz-lo: nem
todas as verdades podem ser provadas; algumas delas, as
mais elementares devem ser admitidas sem demonstrao.
(GARBI, 2007, p.19)
Euclides foi o primeiro a utilizar o mtodo, denominado axiomtico. No
sculo III a.C., na Universidade de Alexandria escreveu os Elementos em 13 livros,
sistematizando os conhecimentos da Geometria elementar com os meios que
dispunha na poca. Dessa maneira, alguns dos seus resultados foram intuitivos, sem
demonstrao, mas a ideia bsica dos Elementos influenciou toda a produo
cientfica at hoje em dia, admirada pelos filsofos e matemticos, pela pureza do
estilo geomtrico e pela conciso luminosa da forma, com as definies, os axiomas
ou postulados e os teoremas no aparecem agrupados ao acaso, mas antes expostos
numa ordem perfeita.
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Segundo Eves:
A maioria dos matemticos gregos antigos fazia distino entre:
postulados e axiomas. Pelo menos trs distines eram
advogadas pelas vrias partes.
1.Um axioma uma afirmao assumida como auto-evidente e
um postulado uma construo de algo assumida como auto-
evidente; assim, os axiomas e os postulados esto entre si, em
grande parte, como os teoremas e os problemas de construo.
2.Um axioma uma suposio comum de todas as cincias ao
passo que um postulado uma suposio peculiar a uma cincia
particular em estudo.
3. Um axioma uma suposio de algo que , ao mesmo tempo,
bvio e aceitvel para o aprendiz; um postulado uma suposio
de algo que no nem necessariamente bvio nem
necessariamente aceitvel para o aprendiz (Essa ltima uma
distino necessariamente aristotlica.) Na matemtica moderna
no se faz nenhuma distino nem se leva em conta a qualidade
da auto-evidncia ou a da obviedade. Houve alguns gregos
antigos que adotaram este ponto de vista. (EVES, 2004, p.179)
No h uma preciso em qual definio de axiomas e postulados Euclides
empregou, mas para Eves (2004) h evidncias de que utilizou a segunda definio
com conceitos e proposies admitidos sem demonstrao que constituem os
fundamentos especificamente geomtricos e fixam a existncia dos entes
fundamentais: ponto, reta e plano, ao definir os cinco axiomas ou noes comuns e
cinco postulados geomtricos.
Os cinco axiomas so:
A1 Coisas iguais mesma coisa so iguais entre si.
A2 Adicionando-se iguais a iguais, as somas so iguais.
A3 Subtraindo-se iguais de iguais, as diferenas so iguais.
A4 Coisas que coincidem uma com a outra so iguais entre si.
A5 O todo maior do que a parte. (EVES, 2004, p.179 e 180)
Os cinco postulados so:
P1 possvel traar uma linha reta de um ponto qualquer a outro
ponto qualquer.
P2 possvel prolongar uma reta finita indefinitivamente em
linha reta.
P3 possvel descrever um crculo com qualquer centro e
qualquer raio.
P4 Todos os ngulos retos so iguais entre si.
P5 Se uma reta intercepta duas retas formando ngulos interiores
de um mesmo lado menores do que dois retos, prolongando-se
essas duas retas indefinidamente elas se encontraro no lado em
que os dois ngulos so menores do que dois ngulos retos.
(EVES, 2004, p.180)
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Euclides pede para o leitor aceitar as cinco proposies geomtricas que
formula nos postulados a partir de trs conceitos fundamentais o ponto, a reta e o
crculo que servem de base para toda a geometria euclidiana. Vale ressaltar que os
postulados dos Elementos de Euclides se restringem ao uso dos instrumentos (a
rgua e o compasso).
Segundo Eves (2004) Euclides escreveu outros tratados alm dos Elementos,
a saber:
- Os Dados - tendo como referncia os primeiros livros dos
Elementos. Pode-se definir um dado como um conjunto tal de
partes ou relaes de uma figura que, tendo-se todas, menos uma
delas, ento a restante est determinada.
- Diviso de Figuras - Encontramos nesta obra problemas de
construo em que se pede a diviso de uma figura por meio de
uma reta, impondo-se que as reas das partes estejam numa razo
dada
- Pseudaria ou livro das falcias geomtricas.
- Porismas uma proposio que expressa uma condio que se
traduz num certo problema solvel.
- Cnicas um tratado em quatro livros que foi mais tarde
ampliado por Apolnio. (EVES, 2004, p.180 e 181)
H outros trabalhos de Euclides que se referem matemtica aplicada os
quais destacam-se dois: Os Fenmenos, obra que focaliza a geometria esfrica
necessria para a astronomia de observao e a ptica, tratado elementar de
perspectiva.
Segundo Garbi:
Depois de Euclides, ainda no perodo ptolemaico, passaram pela
Universidade de Alexandria outros grandes matemticos, como
Aristarco (310 a.C. 230 a.C.); Arquimedes (287 a.C. 212
a.C.), o maior gnio da Antiguidade e um dos trs maiores de
todos os tempos; Eratstenes (274 a.C. 194 a.C); Apolnio
(262 a.C 190 a.C.) autor de magistral obra sobre as seces
cnicas e Hiparco (180 a.C 125 a.C), o criador da
Trigonometria. (GARBI, 2007, p.20 e 21)
Apolnio pela sua magistral obra sobre as seces cnicas e, entre outros,
pelo seu tratado sobre tangncias conhecido como O Problema de Apolnio, ser
tambm apresentado neste captulo. Ele nasceu em torno de 262 a.C., em Perga no
sul da sia Menor, e quando jovem foi para Alexandria para estudar com os
assessores de Euclides, ficando por l um bom tempo. Mais tarde foi para Pergamo,
no oeste da sia Menor, onde existia recentemente uma universidade e uma
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biblioteca nos moldes de Alexandria. Um tempo depois, voltou para Alexandria
onde faleceu por volta de 190 a.C.
Apolnio era um astrnomo que escreveu sobre mltiplos assuntos
matemticos. Algumas de suas obras se perderam, mas foram resgatadas por
Pappus, que viveu no final do sculo III. Segundo Pappus na obra Os contatos
que so tratados os problemas de tangncia propostos por Apolnio.
No captulo 4 deste trabalho sero apresentadas trs construes entre as dez
propostas por Apolnio atravs do desenho geomtrico e, tambm, do uso do
software Geogebra.
2.2. Breve Histria da Geometria Analtica
No incio do sculo XVII vivia-se uma revoluo cientfica na qual os
Elementos, de Euclides j no atendiam as necessidades da poca e a matemtica
precisava se renovar para continuar a ser a base das transformaes cientficas, no
s ampliando seu campo de ao, mas na busca de novos mtodos.
Os historiadores divergem sobre quem inventou a Geometria Analtica e a
poca desta inveno, mas segundo Eves:
As apreciaes precedentes sobre a geometria analtica parecem
confundir o assunto com um ou mais de seus aspectos. Mas a
essncia real desse campo da matemtica reside na transferncia
de uma investigao geomtrica para uma investigao algbrica
correspondente. Antes de a geometria analtica poder
desempenhar plenamente esse papel, teve que esperar o
desenvolvimento do simbolismo e dos processos algbricos.
Assim, parece mais correto concordar com a maioria dos
historiadores que consideram as contribuies decisivas feitas no
sculo XVII pelos matemticos franceses Ren Descartes e
Pierre de Fermat como a origem essencial do assunto. Sem
dvida, s depois da contribuio dada por esses dois homens
geometria analtica que esta ganhou os contornos iniciais da
forma com que estamos familiarizados. (EVES, 2004, p.383)
Em concordncia com as argumentaes que Eves utiliza para afirmar que foi
no sculo XVII que os franceses Ren Descartes e Pierre de Fermat foram os
inventores da geometria analtica, sero descritas nesta breve histria as
contribuies de cada um deles. Inicia-se apresentado os fundamentos de Ren
Descartes (1596-1650) um grande expoente fundamental para o desenvolvimento
da matemtica e da cincia.
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A obra prima de Ren Descartes o Discurso do Mtodo para Bem Conduzir
a Razo e Procurar a Verdade nas Cincias (Discours de la Mthode pour Bien
Conduire sa Raison et Chercher la Vrit dans les Sciences) este tratado era
acompanhado de trs apndices, sendo o ltimo voltado para a geometria (La
gometrie), sua nica publicao matemtica, em 1637. Tendo na primeira parte a
explanao de alguns princpios da geometria algbrica revelado um avano em
relao aos gregos, que consideravam que uma varivel correspondia ao
comprimento de um segmento, o produto de duas variveis rea de algum
retngulo e o produto de trs variveis ao volume de algum paraleleppedo
retngulo. Dessa forma:
Para Descartes, por outro lado, x no sugeria uma rea, antes
porm o quarto termo da proporo 1 : x = x : x, suscetvel de
ser representado por um segmento de reta fcil de construir
quando se conhece x. Usando-se um segmento unitrio
possvel, dessa maneira, representar qualquer potencia de uma
varivel, ou um produto de variveis, por meio de um segmento
de reta e ento, quando se atribuem valores a essas variveis,
construir efetivamente o segmento de reta com os instrumentos
euclidianos. (EVES, 2004, p.384)
Nesta primeira parte, com a aritmetizao da geometria, Descartes marcava x
num eixo dado e ento um comprimento y, formando um ngulo fixo com esse eixo
com o objetivo de construir pontos cujo x e cujo y satisfizessem uma relao.
Na segunda parte da geometria de Descartes feita uma classificao de
curvas agora superada e um mtodo interessante de construir tangentes a curvas e
na terceira parte aborda a resoluo de equaes de grau maior que dois.
Segundo Eves:
La gomtrie no de maneira nenhuma, um desenvolvimento
sistemtico do mtodo analtico, e o leitor obrigado a quase
construir o mtodo por si mesmo, a partir de certas informaes
isoladas. H trinta e duas figuras no livro, mas em nenhuma delas
se encontram colocadas explicitamente os eixos coordenados. O
texto foi escrito intencionalmente de maneira obscura e como
resultado era difcil de ler, o que limitava muito a divulgao de
seu contedo. (EVES, 2004, p.388)
Pesquisas sobre a histria da matemtica tm demonstrado que o resgate
histrico do conhecimento leva a uma maior compreenso da evoluo do conceito
matemtico favorecendo a aprendizagem da evoluo dos conceitos da geometria
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analtica, conforme cita AMBRZIO6 (2010), tendo como base esta afirmao
destacamos duas lendas descritas por EVES (2004) sobre a viso inicial de
Descartes sobre a geometria analtica:
De acordo com uma delas isso ocorreu num sonho. Na vspera
do dia de So Martinho, 10 de novembro de 1616, no
acampamento de inverno se sua tropa s margens do Danbio,
Descartes passou pela experincia de trs sonhos singularmente
vividos e coerentes que, segundo ele, mudaram o curso de sua
vida. Os sonhos, conforme suas palavras, iluminaram os
propsitos de sua vida e determinaram seus futuros esforos
revelando-lhe uma cincia maravilhosa e uma descoberta
assombrosa. Descartes nunca revelou explicita ou exatamente
do que se tratava, mas h suposies de que essa cincia seria a
geometria analtica, ou a aplicao da lgebra geometria. S
dezoito anos mais tardes ele iria expor algumas de suas idias em
seu Discours. Outra lenda, parecida com a histria da queda da
maa de Isaac Newton, d conta de que o estalo inicial da
geometria analtica teria ocorrido a Descartes ao observar uma
mosca que caminhava pelo forro de seu quarto, junto a um dos
cantos
. Teria chamado a sua ateno que o caminho da mosca sobre o
forro poderia ser descrito se, e somente se, a relao ligando as
distncias dela s paredes adjacentes fosse conhecida. (EVES,
2004, p. 388-399)
A contribuio de Descartes fez com que os indivduos passassem a
enxergar um ponto como um par ordenado de nmeros no plano cartesiano. Dessa
forma as retas, os crculos e outras figuras geomtricas so representadas por
equaes em x e y nascendo desta forma a geometria analtica a qual faz uso da
lgebra para soluo de problemas geomtricos.
Pierre de Fermat foi um gnio matemtico francs que tambm estudava as
bases da geometria analtica. Dentre suas contribuies encontramos a equao
geral da reta e da circunferncia e uma discusso sobre hiprboles, elipses e
parbolas. Conforme EVES:
Num trabalho sobre tangentes e quadraturas, concludo antes de
1637, Fermat definiu muitas curvas novas analiticamente. Onde
Descartes sugeriu umas poucas curvas novas, geradas por
movimentos mecnicos, Fermat props muitas curvas novas,
definidas por equaes algbricas. As curvas = a, = a e = a so ainda conhecidas como hiprboles, parbolas e espirais de Fermat. (EVES, 2004, p.389)
6 Http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses
/MATEMATICA /Artigo_Beatriz.pdf acessada em 25/03/2015 as 19 h.
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_tesesDBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1311556/CA
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Fermat contribuiu, tambm, para a fundao da moderna teoria dos nmeros
uma outra rea da matemtica que no relataremos neste captulo por no fazerem
do objeto deste estudo.
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3 ATIVIDADES DE GEOMETRIA ANALTICA PLANA GA
Neste captulo sero abordados 12 (doze) problemas de geometria, com a
apresentao das demonstraes que so pr-requisitos para solucion-los e o
desenvolvimento das solues, utilizando ferramentas da geometria sinttica plana
e da geometria analtica plana. Dessa forma, contribuindo para que os alunos
compreendam que a geometria analtica plana mais um caminho que eles tm para
resolver problemas envolvendo a geometria em geral.
Os problemas de geometria analtica sero retirados de materiais didticos,
onde sero destacadas atividades voltadas para a aprendizagem de Geometria
Analtica Plana (GA) propostas nos seguintes livros didticos: Matemtica Dante7,
Matemtica Cincia e Aplicaes8, Geometria Analtica e lgebra Linear9, na
Revista do Professor de Matemtica10, site Profmat11 com o objetivo de demonstrar
que esses exerccios de enunciados aparentemente especficos de geometria
sinttica plana podem ser solucionados com os recursos aprendidos na geometria
analtica plana.
Primeiramente sero demonstrados os pr-requisitos necessrios para a
soluo dos problemas, baseados em LIMA (2005), a saber:
- Rotao de um Segmento de um ngulo de 90
Dado o ponto P = (x, y), submetamos o segmento de reta OP a
uma rotao de 900 no sentido positivo em torno do ponto O = (0, 0), obtemos assim o segmento OQ. Quais so as coordenadas
do ponto Q ?
7 DANTE, Luiz Roberto. Matemtica, volume nico: livro do professor. 1.ed. So Paulo:
tica.2005. 8 IEZZI, G. DOLCE, O. DEGENSZAJN, D. PRIGO, R. ALMEIDA, N. de. Matemtica
Cincia e Aplicaes, 3 srie : ensino mdio. 2 ed. So Paulo: Atual, 2004. 9 LIMA, Elon Lages. Geometria Analtica e lgebra Linear. Rio de Janeiro: IMPA,
2005. 10 NERY, Chico. A Geometria Analtica no ensino mdio. Artigo da Revista do Professor
de Matemtica n 67, 3 quadrimestre de 2008. Sociedade Brasileira de Matemtica com o apoio
da USP Universidade de So Paulo. 11 www.profmat-sbm.org.br
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Figura 1: Rotao de um Segmento de um ngulo de 90
A rotao de 900 no sentido positivo leva o ponto (x, 0) no ponto (0, x), logo transforma o retngulo que tem diagonal OP
no retngulo de diagonal OQ. Segue-se que Q = (-y, x).
Se tivssemos submetido o segmento OP a uma rotao de
-900 (isto , de 900 no sentido negativo), teramos obtido o segmento OQ, onde Q = (y, -x). (LIMA, 2005, p.11 e 12)
- Ponto Mdio de um Segmento
Dados os pontos A = (a, b) e A = (a, b), quais so as
coordenadas do ponto mdio M = (x, y) do segmento de reta
AA ?
Figura 2: Ponto Mdio de um Segmento
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Suponhamos inicialmente que a a e b b , isto , o
segmento AA no vertical (paralelo ao eixo OY) nem
horizontal (paralelo ao eixo OX). Ento , considerando os pontos
P = (x, b) e Q = (a, y), vemos que APM e MQA so tringulos
retngulos cujas hipotenusas AM e MA tm o mesmo
comprimento, j que M o ponto mdio de AA.
Alm disso, os ngulos agudos PM e QA so congruentes porque os lados AP e MQ so paralelos. Portanto
APM e MQAso tringulos congruentes.
Da resulta que os segmentos AP e MQ tm o mesmo
comprimento. Logo, pondo 0 = (a, 0), 0 = (x, 0) e 0 = (a,
0), conclumos que 0 o ponto mdio do segmento 00 no
eixo OX. Segue-se ento que x = (+)
2 , que o ponto mdio de
um segmento localizado sobre um eixo. De modo anlogo se v
que, y = ( + b)
2. (LIMA, 2005, p. 15 e 16)
- Segmentos Equipolentes
So dados o segmento de reta orientado AA, com A = (a,
b) , A = (a, b) e o ponto C = (c, d), fora da reta AA. Quer-se
determinar as coordenadas do ponto C = (x, y) de modo que CC
seja o segmento orientado (comeando em C) obtido quando se
translada AA paralelamente at fazer A coincidir com C.
Figura 3.1: Segmentos Equipolentes
Em termos mais precisos: dados os pontos A, A e C, quer-
se obter C tal que AA e CC sejam os lados opostos de um
paralelogramo cujos outros lados opostos so AC e AC. Pomos
C = (x, y) e nos propomos a calcular x e y.
Da Geometria Plana, sabemos que as diagonais de um
paralelogramo cortam-se mutuamente ao meio. Assim os
segmentos AC e AC tm o mesmo ponto mdio. Isto nos d +
2=
+
2 e
+
2 =
+
2
Da x = c + (a - a) e y = d + (b- b)
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Os segmentos AA e CC so chamados de segmentos
equipolentes. Portanto, se A = (a, b), A = (a, b), C = (c, d) e
C = (c, d) os segmentos AA, CC, no situados sobre a mesma
reta, so equipolentes se, e somente se, tem-se :
a - a = c- c e b- b = d- d.
Em particular, se transladarmos paralelamente o segmento
AA at fazer o ponto A coincidir com a origem O = (0,0) do
sistema de coordenadas ento o ponto A cair sobre C = (a -
a, b- b) = ( , ), onde = a - a e = b- b. (LIMA, 2005,
p.18,19 e 20)
Figura 3.2: Segmentos Equipolentes
- Distncia entre dois Pontos
Sendo P = (x, y) e Q = (u, v) pontos com abscissas e
ordenadas diferentes a distncia entre eles pode ser obtida da
forma abaixo.
Figura 4: Distncia entre dois pontos
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Considerando o ponto S = (u, y), vemos que PSQ um
tringulo retngulo cuja hipotenusa PQ. Como P e S tm a
mesma ordenada, enquanto S e Q tm a mesma abscissa, segue-
se que d(P, S) = | | e d(S, Q) = | |. Pelo Teorema de Pitgoras, podemos escrever
(, )2 = (, )2 + (, )2. Portanto,
(, )2 = ( )2 + ( )2,
Logo d(P, Q) = ( )2 + ( )2 . Em particular, a distncia do ponto P = (x, y) origem O
= (0, 0) D(O, P) = 2 + 2 . (LIMA, 2005, p. 23, 24 e 25)
- Perpendicularismo de segmentos quaisquer
Dados os pontos P = (x, y) e Q = (u, v), qual a condio,
em termos dessas coordenadas, que assegura o
perpendicularismo dos segmentos OP e OQ, onde O = (0, 0) a
origem ?
Figura 5.1: Perpendicularismo de segmentos quaisquer
Pelo teorema de Pitgoras, os segmentos OP e OQ so
perpendiculares se, e somente se,
(, )2 = (, )2 + (, )2. A frmula da distncia entre dois pontos nos permite
escrever esta equao como
( )2 + ( )2 = 2 + 2 + 2 + 2 , Ou seja:
2- 2ux + 2 + 2 -2vy + 2 = 2 + 2 + 2 + 2
Simplificando:
-2ux 2vy = 0
E da
ux + vy = 0.
A igualdade ux + vy = 0 expressa portanto a condio
necessria e suficiente para que os segmentos OP e OQ sejam
perpendiculares, quando O origem, P = (x, y) e Q = (u, v).
Se os segmentos perpendiculares OP e OQ tm o mesmo
comprimento ento OQ resulta de OP por uma rotao de 900 em torno da origem. Neste caso se P = (x, y) ento Q = (-y, x) ou
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Q = (y, -x), conforme a rotao seja no sentido positivo ou
negativo. claro que x(-y) + yx = 0 e xy + y(-x) = 0, confirmando
que OP e OQ so perpendiculares.
Mais geralmente, sejam A = (a, b), A = (a, b), C = (c, d)
e C= (c, d) com A A e C C.
Figura 5.2: Perpendicularismo de segmentos
quaisquer
Transladando paralelamente os segmentos AA e CC de
modo a fazer os pontos A e C coincidirem com a origem O = (0,
0), obtemos os pontos A = (, ) e C = (, ) tais que OA
paralelo a AA e OC paralelo a CC .
Sendo = a- a , = b - b, = c - c, = d - d.
Alm disso os segmentos AA e CC so perpendiculares
se, e somente se, OA perpendicular a OC , ou seja +
= 0.
Assim a condio de perpendicularismo dos segmentos de
reta AA e CC se exprime, em termos das coordenadas dos
pontos extremos desses segmentos, como
(a - a)(c - c) + (b - b)(d - d) = 0. (LIMA, 2005, p.24,
25 e 26)
- Distncia de um Ponto a uma Reta
Observao : Para demonstrar a distncia de um ponto a
uma reta suposto que o aluno conhea as formas da equao de
uma reta e a condio de retas perpendiculares.
Determinemos primeiramente a distncia entre as retas
paralelas ax + by = c e ax + by = c. Ambas so perpendiculares
reta bx ay = 0, que passa pela origem e as corta nos pontos P
q Q respectivamente. As coordenaqdas desses pontos so obtidas
resolvendo os sistemas
{ + = = 0
e { + = = 0.
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Figura 6.1: Distncia de um Ponto a uma Reta
Facilmente obtemos
P = (
2+ 2 ,
2+ 2) e Q = (
2+ 2 ,
2+ 2)
A distncia entre as duas retas dadas a distncia entre os pontos
P e Q. Outro clculo fcil nos d
d(P, Q) = | |
2+2 .
Para calcular a distncia do ponto P = (0, 0) reta r, dada por ax + by = c, observamos que a reta paralela a r passando por P
tem a equao ax + by = c , onde c = a0 + b0 , e que a distncia de P a r igual distncia entre essas duas retas
paralelas mesma distncia de P a Q.
Figura 6.2: Distncia de um Ponto a uma Reta
Pelo que acabamos de ver, tem-se ento a expresso
d(P, r) = |a0 + b0 |
2+2
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para a distncia do ponto P = (0, 0) reta ax + by = c. (LIMA, 2005, p.24, 25 e 26)
- rea de um Tringulo
Consideremos inicialmente um tringulo 1, 2, 3 do qual o vrtice 3 = (0, 0) a origem. Sejam 1 = (1, 1) e 2 = (2, 2). A numerao foi feita de modo que o lado 13 no vertical, isto , 1 0.
Figura 7.1: rea de um Tringulo
Seja 13 a base do tringulo. Assim, a distncia de 2
at a reta 13 a sua altura. Como a equao da reta 13 1x - 1y = 0 temos:
rea de 123 = 1
21
2 + 12 .
|12 12|
12+ (1)
2
=
1
2|12 21|.
No caso geral, temos um tringulo 123 onde os vrtices 1 = (1, 1), 2 = (2, 2) e 3 = (3, 3) so pontos quaisquer. A partir da Origem O, traamos os segmentos OP e
OQ, respectivamente equipolentes a 31 e 32, logo P = (1,1) e Q = (2,2), com 1 = 1 - 3,1 = 1 - 3 , 2 = 2 - 3 , 2 = 2 - 3.
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Figura 7.2: rea de um Tringulo
Uma translao leva o tringulo 123 para a posio PQO.
Ento a rea de 123 = rea de OPQ = 1
2|1 2
2 1|, ou seja: rea de 123 = 1
2|(1 3)(2 3)
(2 3)(1 3)|. Tradicionalmente se escreve 12 21 como
determinante:
12 21 = |1 21 2
|.
Assim, 12 + 23 + 31 - 21 - 32 - 13 , em valor absoluto, o dobro da rea do tringulo 123, onde 1 = (1, 1), 2 = (2, 2) e 3 = (3, 3). Lembrando esta notao, no preciso transladar o tringulo. (LIMA, 2005, p.61, 62 e 63)
Aps estas demonstraes sero apresentados os exerccios de GA dos livros
didticos e da revista os quais sero solucionados por geometria sinttica plana e,
resolvidos tambm com recursos de geometria analtica plana. Este grau de
satisfao da atividade baseia-se nas afirmaes segundo Nery12:
No nego que devemos valorizar as frmulas, afinal a GA
basicamente isso, um estudo da GP por meio das equaes.
Mas, se a GA isso, primordial que ns, professores,
revisitemos a GP para resolver alguns exerccios de enunciados
aparentemente especficos de GP, porm utilizando recursos aprendidos
na GA.
Caso contrrio, fazendo uma analogia seria acreditar que dar
uma caixa de ferramentas para um aluno j seria suficiente para
transform-lo num mecnico.
Eu, particularmente, gosto de olhar estas duas geometrias como
irms gmeas. Passo a maior parte do meu trabalho em frente lousa,
interagindo, se possvel, com os meus alunos e noto que alguns deles
preferem a GA (e no so poucos?) assim como outros se sentem mais
12 O autor utiliza a abreviatura de GA para a Geometria Analtica Plana e de GP para a Geometria
Plana.
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vontade com a GP. Muitos deles ficam encantados ao ver o mesmo
exerccio sendo resolvido de duas maneiras. (NERY, 2008, P.20)
A seguir com base nestas contribuies de Nery sero apresentados e
comentados 12 (doze) exerccios sendo um do site do Profmat, um de um livro
didtico e dois dos outros dois livros didticos, supracitados e cinco da revista.
Proposta de Exerccio retirados do site Profmat do Exame Nacional de
Qualificao 2012.1, Questo 4. (www.profmat-sbm.org.br)
Exerccio 1:
Enunciado:
ABCD um quadrado, M o ponto mdio do lado BC e N o ponto
mdio do lado CD. Os segmentos AM e BN cortam-se em P.
a) Mostre que
=
2
3
b) Calcule a razo
c) Se AB = 1 calcule a rea do quadriltero PMCN.
Obs: Para mostrar os itens (b) e (c) voc pode usar o resultado do item (a)
mesmo que no o tenha demonstrado.
Soluo pela Geometria Analtica Plana: Encaixemos o quadrado
ABCD no primeiro quadrante do plano cartesiano, fazendo os lados AD e AB
ficarem contidos, respectivamente, nos eixos x e y.
Figura 8.1: Quadrado
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Item (a):
Assim as coordenadas do ponto P(, ) podem ser obtidas encontrando a
interseco das retas suporte dos segmentos AM e BN : { =
1
2
= 2 + 2
Ento: = 4
5 a e =
2
5 a e os segmentos PB e PN podem ser obtidos
pela frmula da distncia entre dois pontos, onde,
d(P, B) = (4
5a a)2 + (
2
5a 0)2 =
5
5 a
d(P, N) = (4
5a
2)2 + (
2
5a a)2 =
35
10 a
Portanto
=
. 5
5
.35
10
= 2
3
Item (b):
Obtendo os segmentos PA e PM ,
d(P, A) = (4
5a 0)2 + (
2
5a 0)2 =
25
5 a
d(P, M) = (4
5a a)2 + (
2
5a
2)2 =
5
10 a
Portanto
=
.25
5
.5
10
= 4
Item (c):
Como AB = 1 temos os pontos P = ( 4
5 ,
2
5 ) , M = ( 1,
1
2 ) , N = (
1
2 , 1 ) ,
C = ( 1, 1).
A rea do quadriltero PMCN igual soma das reas dos tringulos PNM
e NMC, que so obtidas, em valores absolutos, calculando a metade dos
determinantes gerados utilizando as coordenadas dos vrtices desses tringulos.
rea do tringulo PNM = 1
2 [
1 1 1
] = 1
2 [
4
5
1
21
2
51
1
2
1 1 1
] = 1
2 (
4
5 . 1 . 1 +
1
2 .
1
2 . 1 + 1.1.
2
5 1.1.1
1
2 .
2
5. 1
4
5 . 1 .
1
2 ) =
3
40 (em valor absoluto).
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rea do tringulo NMC = 1
2 [
1 1 1
] = 1
2 [
1
21 1
11
21
1 1 1
] = 1
2 (
1
2 .
1
2 .1 +
1 .1 .1 + 1 .1 . 1 1 .1
2 . 1 1 . 1 . 1
1
2 . 1 . 1 ) =
1
8 (em valor absoluto).
Portanto a rea do quadriltero PMCN = 3
40 +
1
8 =
1
5
interessante observar, que aps os eixos cartesianos terem sidos
colocados, a soluo pode ser planejada utilizando as ferramentas da geometria
analtica.
Soluo utilizando recursos da Geometria Sinttica Plana:
Item (a):
H vrias maneiras de se calcular esta proporo. Vejamos duas:
Primeira: Bastar mostrar que
=
2
5 . Como AM perpendicular a BN,
ento os tringulos BPM e BCN so semelhantes. Logo,
=
.
Isso implica
=
.
2.
Como 2 = 2 + 2 = 5
4 2 e 2BM = BC, todos os termos do lado
direito deve ser colocados em funo de BC e a igualdade segue.
Figura 8.2: Quadrado
Segunda: De fato no necessrio usar a perpendicularidade, pois a
afirmao vale mesmo que ABCD seja um paralelogramo. Seja F o ponto mdio
de AB. O segmento NF corta AM em E que o ponto mdio de AM.
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Ento FE = 1
2 BM =
1
4 BC e EM =
3
4 BC. Como os tringulos PMB e PEN so
semelhantes, segue que
=
=
1 2
3 4
=
2
3
Figura 8.3: Quadrado
Item (b):
Aproveitando a construo da segunda soluo de (a), a mesma semelhana
de tringulos nos d
=
2
3 e sendo AE = PE + PM, segue que AE = (
3
2 + 1 ).PM
=
+
=
5
2 +
3
2 = 4.
Item (c):
Usaremos [ ] para denotar a rea do polgono . Evidentemente
[] = 1
4. Queremos calcular [] =
1
4 - []. Mas por causa da
semelhana entre os tringulos BPM e BCN, compartilhando o ngulo oposto a
PM e NC, respectivamente,
[]
[] =
.
. =
2
5 .
1
2 =
1
5 .
Portanto [] = 1
4 -
1
5.
1
4 =
1
5.
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Exerccio 2:
Enunciado: Prove que as diagonais de um paralelogramo cortam-se ao
meio. (IEZZI et al, 2004, exerccio 51, p.90)
Soluo utilizando recursos da Geometria Analtica Plana: A escolha
dos eixos importante para facilitar a resoluo por geometria analtica, usar os
eixos como suporte dos lados das figuras geomtricas e explorando a simetria
existente.
No caso do problema proposto iremos apoiar um dos lados do
paralelogramo sobre o eixo das abscissas onde teremos de imediato o Ponto O(0,0)
como o primeiro vrtice do paralelogramo e R(a,0) como um segundo vrtice, sendo
a o comprimento de um dos lados.
Figura 9.1: Ponto de interseco das diagonais do paralelogramo
Iremos neste problema considerar que o aluno conhece a frmula que obtm
o ponto mdio de um segmento dado as coordenadas das suas extremidades.
Assim, teremos M(x,y) o ponto de interseo das diagonais e do
paralelogramo ORQP.
Como, as coordenadas do ponto mdio do segmento so encontradas
fazendo a mdia aritmtica das coordenadas correspondentes dos pontos O e Q,
teremos: x = 0+(+)
2 =
+
2 e y =
0+
2 =
2 , logo as coordenadas do ponto mdio
de = (+
2 ,
2)
Analogamente, achando as coordenadas do mdio de teremos:
x = +
2 e y =
0+
2 =
2 , logo as coordenadas do ponto mdio de = (
+
2 ,
2)
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37
Portanto as diagonais cortam-se ao meio no ponto M(+
2 ,
2).
Uma soluo usando Geometria Plana poderia ser construda com os
alunos, como a desenvolvida abaixo.
Soluo utilizando recursos da Geometria Sinttica Plana: Utilizando
o caso de congruncia ALA (ngulo, Lado, ngulo) temos os tringulos PMQ e
RMO congruentes, pois possuem os ngulos MR = M e MO = M e os
lados PQ = OR .
Figura 9.2: Ponto de interseco das diagonais do paralelogramo
Assim PM = MR e OM = MQ , logo M o ponto mdio das diagonais.
Proposta de Exerccios retirados do livro didtico: Matemtica
(DANTE, 2005)
Exerccio 3:
Enunciado:
Seja ABC um tringulo retngulo de catetos medindo m,
medindo n e hipotenusa . Mostrar que a mediana mede a metade da hipotenusa. (DANTE, 2005, p.412)
Figura 10.1: Mediana relativa hipotenusa de um tringulo retngulo
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38
Soluo utilizando recursos da Geometria Analtica Plana: O mais
conveniente colocar os dois catetos sobre os eixos coordenados; portanto, o
vrtice A deve coincidir com a origem:
Figura 10.2: Mediana relativa hipotenusa de um tringulo retngulo
Assim, A(0, 0), B(0, m) e C(n, 0) so as coordenadas dos vrtices, e M(
2,
2).
O comprimento da hipotenusa d(B, C) = 2 + 2 e o comprimento da
mediana d(A, M) = (
2)2 + (
2)2 =
2
4+
2
4 =
1
22 + 2
Assim, d(A, M) = 1
2 d(B, C).
Soluo utilizando recursos da Geometria Sinttica Plana: Traando uma
perpendicular a passando por M, obtemos o ponto D mdio de , logo os
tringulos MDA e MDC so congruentes, caso LAL (lado, ngulo, lado).
Figura 10.3: Mediana relativa hipotenusa de um tringulo retngulo
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39
Portanto a mediana = (metade da hipotenusa).
Exerccio 4:
Enunciado:
Mostre que o segmento que une os pontos mdios de dois lados
de um tringulo:
a) paralelo ao terceiro lado; b) tem comprimento igual metade do comprimento do terceiro
lado.
(DANTE, 2005, p.412)
Figura 11.1: Base mdia de um tringulo
Soluo utilizando recursos da Geometria Analtica Plana: Visando
simplificar a resoluo do problema, vamos adotar um sistema eixos coordenados
onde o eixo das abcissas serve de suporte para o lado e o eixo das ordenadas
passa pelo vrtice C do tringulo.
Figura 11.2: Base mdia de um tringulo
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40
Assim, A(a, 0), B(b, 0) e C(0, c) so as coordenadas dos vrtices, M(
2,
2) e
N(
2,
2) as coordenadas dos pontos mdios de e respectivamente. Logo a reta
suporte do segmento tem coeficiente angular =
2
2
2
2
= 0, portanto a reta
suporte de horizontal, isto , paralela reta suporte de .
O comprimento d(M, N) = (
2
2)2 + (
2
2)2= (
2
2)2 =
2 , portanto o comprimento metade do comprimento .
Soluo utilizando recursos da Geometria Sinttica Plana:
Traando pelo vrtice B uma paralela a e a seguir prologando
encontramos o ponto D. Obtemos assim os tringulos congruentes CNM e BND,
caso ALA (ngulo, lado, ngulo), sendo = o lado entre os ngulos iguais.
Ento = , = e como = , temos = e assim o
quadriltero AMDB um paralelogramo.
Figura 11.3: Base mdia de um tringulo
Portanto a mediana paralela ao lado e como = , temos:
=
2
Proposta de Exerccios retirados da RPM Revista do Professor de
Matemtica 67 (NERY, 2008)
Exerccio 5 :
Enunciado:
Na figura abaixo, o quadrado ABCD tem lado 9 e os pontos P e
Q dividem o lado CD em trs segmentos congruentes. Calcule a
distncia do vrtice A ao baricentro G do tringulo BPQ.
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41
Figura 12.1: Distncia do vrtice A ao baricentro G
Soluo utilizando recursos da Geometria Analtica Plana: Encaixemos o quadrado ABCD no primeiro quadrante do
plano cartesiano, com o vrtice D coincidindo com a origem.
Sendo A = (0,9), B = (9,9), P = (3,0) e Q = (6,0) conhecido que
as coordenadas do baricentro G so:
Figura 12.2: Distncia do vrtice A ao baricentro G
= + +
3 =
9+3+6
3 = 6,
= + +
3 =
9 + 0+0
3 = 3,
Portanto, G = (6,3).
A distncia procurada :
= ( ) 2 + ( )
2 = (6 0) 2 + (3 9) 2
= 72
= 62
Soluo utilizando recursos da Geometria Sinttica Plana:
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Seja M o ponto mdio de PQ que tambm o ponto mdio de
DC. Traamos BM a AC que se cortam em E. Os tringulos ABE
e CME so semelhantes e , como AB = 2MC, temos BE = 2EM.
Logo, E o baricentro do tringulo BPQ e os pontos G e E
coincidem. Assim, AG = 2
3 AC =
2
3 x 92 = 62.
Figura 12.3: Distncia do vrtice A ao baricentro G
(NERY, 2008, p.20)
Exerccio 6 :
Enunciado: Problema: Os catetos de um tringulo ABC, retngulo em A,
medem AB=10 cm e AC=15 cm. Se AD bissetriz do ngulo A,
calcule as reas dos tringulos ABD e ACD.
Figura 13.1: reas dos tringulos ABD e ACD
Soluo utilizando recursos da Geometria Analtica Plana: Coloquemos o tringulo ABC encaixado no 1 quadrante do
plano cartesiano, de modo que o vrtice A coincida com a
origem. Teremos: A=(0,0), B=(0,10) e C=(15,0).
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Figura 13.2: reas dos tringulos ABD e ACD
A reta AD tem equao y = x, pois passa pelo ponto (0,0) e tem
coeficiente angular m = tg 45 = 1.
A reta BC tem equao segmentria
15+
10= 1, pois determina
nos eixos x e y segmentos de medidas 15 e 10 respectivamente.
O ponto D, p da bissetriz AD na hipotenusa BC, que
interseco dessas duas retas, pode ser obtido resolvendo-se o
sistema formado pelas suas respectivas equaes:
{ =
15+
10= 1
, ou seja, D = (6,6).
A partir desse momento, podemos calcular as reas tanto por GA
como por GP. O tringulo ACD tem vrtices A = (0,0), C = (15,0)
e D = (6,6) e o tringulo ABD tem vrtices A = (0,0), B = (0,10)
e D = (6,6); logo, suas reas so:
= 1
2|
0 0 115 0 16 6 1
| = 45, =
2
=15 6
2= 45 2
= 1
2|0 0 10 10 16 6 1
| = 30, =
2
= 10 6
2= 30 2
Soluo utilizando recursos da Geometria Sinttica Plana:
A partir da figura
Figura 13.3: reas dos tringulos ABD e ACD
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Como D equidista dos lados AB e AC, ento as reas dos
tringulos ABD e ACD so proporcionais a 10 e 15 (ou seja, a 2
e 3). Como a rea do tringulo ABC 75, as reas dos dois
tringulos so 30 e 45. (NERY, 2008, p.21)
Exerccio 7 :
Enunciado:
As medianas AM e BN de um tringulo ABC so perpendiculares
e medem, respectivamente, 9cm e 12 cm. Calcule o comprimento
da terceira mediana desse tringulo.
Figura 14.1: Comprimento da mediana do lado AB
Soluo utilizando recursos da Geometria Analtica Plana: O
encontro das medianas o baricentro G do tringulo ABC.
Usando o fato de que as medianas AM e BN se cortam
perpendicularmente em G, coloquemos esse tringulo no plano
cartesiano com origem em G.
Figura 14.2: Comprimento da mediana do lado AB
Usando a conhecida proporo em que G divide as medianas,
temos:
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{ = 9 = 6 = 3
= 12 = 8 = 4 , ou seja, A = (0,6).
M = (0, -3), B = (-8, 0) e N = (4, 0), As equaes segmentrias
das retas NA e BM so, respectivamente,
4+
6= 1 e
8+
3=1
Resolvendo o sistema anterior, encontramos o ponto C = (8, -6).
O comprimento da terceira mediana 3
2 da distncia entre C e
G: 3
2( )
2 ( )2 =
3
2(8 0)2 (6 0)2
= 15 cm.
Soluo utilizando recursos da Geometria Sinttica Plana: Trace CG, que, como tambm mediana, corta AB no seu ponto
mdio P. Pela Propriedade do baricentro, temos AG = 6 e BG =
8.
Logo AB = 10 e GP = PA = PB = 5. Se GP = 5, ento CP = 15.
(NERY, 2008, P.22)
Figura 14.3: Comprimento da mediana do lado AB
Exerccio 8 :
Enunciado: Calcule a rea do tringulo ADE retngulo em E, inscrito num
trapzio retngulo ABCD, com AB = 10 cm, AD = 30 cm e CD
= 20 cm
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46
Figura 15.1: rea do tringulo ADE
Soluo utilizando recursos da Geometria Analtica Plana: Encaixemos o trapzio ABCD no primeiro quadrante do plano
cartesiano, fazendo os lados AD e AB ficarem contidos,
respectivamente, nos eixos x e y.
Figura 15.2: rea do tringulo ADE
Como a reta BC tem coeficiente angular m =
=
2010
300 =
1
3 e coeficiente linear 10, sua equao reduzida y =
1
3 x + 10.
A circunferncia de dimetro AD, com centro M = (15, 0), passa
pelo ponto E e tem equao:
( 15)2 + 2 = 152. O ponto E dado pela soluo do sistema:
{ =
1
3 + 10
( 15)2 + 2 = 225
Ou seja, E = (6,12) ou E = (15, 15). Portanto, a rea do tringulo
ADE :
= 1
2[
0 0 130 0 16 12 1
] = 180 2 ou 1
2[
0 0 130 0 115 15 1
] = 225 2
Soluo utilizando recursos da Geometria Sinttica Plana: Tomemos os pontos F em CD, e H em AD, de modo que BF seja
perpendicular a CD e EH perpendicular a AD, com L na
interseco de BF com EH.
Sendo EL = x, e sendo semelhantes os tringulos BLE e BFC,
com CF = 10 e BF = 30, temos BL = 3x. Assim AH = 3x e HD =
30 3x.
No tringulo retngulo AED, temos 2 = AH . HD, ou seja, (10 + )2 = 3.(30 3x), de onde tiramos x = 2 ou x = 5. A rea do tringulo AED pode ser: 1
2 AD . EH =
1
2 . 30 . 12 = 180 2ou
1
2 . 30 . 15 = 2252
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47
Figura 15.3: rea do tringulo ADE
(NERY, 2008, p.23)
Exerccio 9 :
Enunciado:
ABCD um retngulo com AB = 60 e BC = 80. Calcule a distncia da diagonal AC ao centro de uma circunferncia que
tangencia os lados AD, AB e BC. (NERY, 2008, p.23 e 24)
Com a construo da figura temos: O ponto E como centro da circunferncia
que tangencia os lados AD, AB e BC. O ponto G como o p da perpendicular a AC
que passa por E , sendo EG a distncia solicitada no problema.
Figura 16.1: Distncia de um ponto a uma reta
Soluo utilizando recursos da geometria analtica plana:
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48
Colocando os eixos x e y com origem no ponto E obtemos a figura onde M
o ponto de AB e N o ponto mdio de CD e temos os vrtices A(-30, 30) e C(50,
30). Portanto precisamos achar a distncia do ponto E(0, 0) reta AC.
Figura 16.2: Distncia de um ponto a uma reta
Como a reta AC tem coeficiente angular m = 30(30)
50(30) =
6
8=
3
4 , podemos
escrever 30
50 =
3
4 obtendo a equao da reta AC: 3x -4y - 30 = 0.
Sabemos que expresso que fornece a distncia (d) de um ponto (x, y) a uma
reta dada por : d = |.+.+|
2 + 2 . Sendo E = (0, 0) e a reta AC : 3x -4y - 30 = 0.
temos: d = |7.04.030|
32 + 42=
30
25 = 6
Soluo utilizando recursos da Geometria Sinttica Plana:
Os tringulos AHL e ADC como os tringulos AHL e EGL so
semelhantes, caso de semelhana AA (ngulo, ngulo).
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49
Figura 16.3: Distncia de um ponto a uma reta
Ento :
=
, LH = 60.
30
80 =
45
2 , logo EL = 30 -
45
2 =
15
2
Aplicando Pitgoras no tringulo ALH pra obtermos AL.
AL = 302 + (45
2 )2 =
5625
4 =
75
2
Pela semelhana dos tringulos AHL e EGL temos:
=
, portanto EG = 30.
15
275
2
= 6.
Proposta de Exerccios retirados do livro: Geometria Analtica e
lgebra Linear (LIMA, 2005)
Exerccio 10:
Enunciado:
Dado um tringulo ABC, provar que suas trs alturas se
encontram no mesmo ponto.
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50
Figura 17.1: Ortocentro de um tringulo
Soluo utilizando recursos da Geometria Analtica Plana: Podemos escolher o sistema de eixos coordenados onde o eixo
OX contm o lado AB e o eixo OY contm a altura baixada do
vrtice C sobre o lado AB.
Figura 17.2: Ortocentro de um tringulo
Com esse sistema de eixos coordenados obtemos os pontos:
A = (a, 0) , B = (b, 0) e C = (0, c), onde c 0. A altura baixada
do vrtice B encontra a altura OC no ponto P = (0, y). Os
segmentos BP e AC so perpendiculares. Utilizando-se a
condio de perpendicularismo de dois segmentos obtemos :
(0 b).(0 a) + (y-0).(c 0) = 0 , ou seja, ab+ cy = 0.
Por sua vez, a altura baixada do vrtice A encontra a altura OC
no ponto
Q = (0,z). Novamente, os segmentos AQ e BC so
perpendiculares e utilizando a mesma relao obtemos (0 a).(0
b) + (z 0).(c 0) = 0, ou seja, ab + cz = 0. Vemos ento que
z = y = -
, portanto P = Q = (0, -
) o ponto de encontro das
trs alturas do tringulo ABC. (LIMA, 2005, p.33 e 34)
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Soluo utilizando recursos da Geometria Sinttica Plana: Traando por
cada vrtice A, B e C uma paralela ao lado oposto do tringulo ABC obtemos um
novo tringulo DEF e diversos paralelogramos.
Figura 17.3: Ortocentro de um tringulo
No paralelogramo ABCD temos AB = DC e no paralelogramo ABEC temos
AB = CE, assim temos DC = CE, logo a altura traada do vrtice C mediatriz do
segmento DE, lado do tringulo DEF, analogamente as outras duas alturas so
mediatrizes dos outros dois lados do tringulo DEF.
Figura 17.4: Ortocentro de um tringulo
Como os pontos das mediatrizes de um segmento so equidistantes dos
extremos do segmento, tomando as mediatrizes duas a duas do tringulo DEF
verificamos que os ponto Q e P so os mesmos. Portanto as trs alturas de um
tringulo se encontram num mesmo ponto.
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Exerccio 11:
Enunciado:
Num tringulo retngulo, a altura relativa hipotenusa a
mdia geomtrica das projees(ortogonais) dos catetos sobre
essa hipotenusa. Prove este fato escolhendo um sistema de
coordenadas onde a hipotenusa est sobre o eixo OX e o vrtice
do ngulo reto sobre o eixo OY.
Provar : h = . (LIMA, 2005, p.36)
Figura 18.1: Altura relativa hipotenusa
Soluo utilizando recursos da Geometria Analtica Plana: Podemos
escolher o sistema de eixos coordenados onde o eixo OX contm o lado AB e o
eixo OY contm a altura baixada do vrtice C sobre o lado AB.
Figura 18.2: Altura relativa hipotenusa
Com esse sistema de eixos coordenados obtemos os pontos:
A = (m, 0) , B = (n, 0) e C = (0, h). Os segmentos AC e CB so perpendiculares.
Utilizando-se a condio de perpendicularismo de dois segmentos obtemos:
(0 m).(n 0) + (h-0).(0 h) = 0 , ou seja, - mn - 2 = 0.
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Portanto 2 = - mn , onde, de acordo com a figura: m um nmero negativo
e n um nmero positivo.
Soluo utilizando recursos da Geometria Sinttica Plana: Podemos
aplicar o teorema de Pitgoras nos tringulos AHC, BHC e ACB.
Figura 18.3: Altura relativa hipotenusa
Temos : 2 = 2 + 2 , 2 = 2 + 2 e 2 = ( + )2 = 2 + 2.
Ento, ( + )2 = 2 + 2 +2 + 2
Assim, 2 + 2 + 2.m.n = 2 + 2 +2 + 2
Logo, 2 = m.n
Portanto, a altura relativa hipotenusa a mdia geomtrica das projees
dos catetos sobre essa hipotenusa, isto , h = .
Exerccio Proposto
Exerccio 12:
Enunciado: Dado um quadrado ABCD de lado 4, sabendo que M o ponto
mdio do lado AB e N o ponto mdio do lado AD, achar a distncia do vrtice A
ao ponto de interseo de DM com BN.
Soluo utilizando recursos da Geometria Analtica Plana: Podemos
escolher o sistema de eixos coordenados onde o eixo OX contm o lado AB e o
eixo OY contm o lado AD.
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Figura 19.1: Distncia do vrtice A ao ponto P
Com esse sistema de eixo coordenados obtemos os pontos:
A = (0,0), B = (4,0), C = (4,4), D = (0,4), M = (2, 0) e N = (0, 2).
Podemos obter escrever a equao da reta DM como y = -2x + 4 e BN como
y = -
2 + 2 , assim o ponto P a soluo do sistema:
{ = 2 + 4
=
2 + 2
P = ( 4
3 ,
4
3 )
Logo a distncia AP (d) pode ser obtida por ()2 = (4
3 0)2 + (
4
3 0)2,
portanto a distncia AP = 42
3
Soluo utilizando recursos da Geometria Sinttica Plana:
Como os tringulos retngulos NAB e MAD so congruentes, caso LAL
(lado, ngulo, lado), ento as alturas PH e PK so iguais. Os tringulos BAN e
BHP so semelhantes assim,
4 =
2
4 , e obtemos h =
4
3 e aplicando Pitgoras no
tringulo AHP temos,
()2 = 4
3
2 +
4
3
2.
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Figura 19.2: Distncia do vrtice A ao ponto P
Portanto a distncia AP = 42
3.
Os doze problemas geomtricos apresentados foram resolvidos usando no
s a geometria sinttica plana mas tambm a geometria analtica atravs da
introduo no plano de um sistema de coordenadas que se acha mais conveniente
para a resoluo de cada exerccio. Assim, na verdade as coordenadas so colocadas
nos problemas, pois os enunciados dos problemas no so formulados com a
presena de um sistema de coordenadas. Apesar dos problemas no fazerem uma
meno a um sistema de coordenadas, h um convite no prprio enunciado para o
uso deste sistema.
Segundo Nery (2008):
A Geometria Analtica Plana (GA), aquela que se estuda
no plano cartesiano, costuma aparecer na 3 srie, e as vezes na
2 srie, do ensino mdio, depois de o aluno ter tido bastante
contato com a tradicional Geometria Plana (sinttica) (GP). Essa
mudana de geometria costuma ser um balde de gua fria na
vida dos dois personagens envolvidos: do aluno e do professor.
Geralmente, com o decorrer das aulas, dependendo de
como a GA lecionada, o aluno acaba vendo um apanhado de
frmulas a serem decoradas: frmulas de ponto mdio, baricentro
e distncia entre dois pontos; as vrias equaes da reta (geral,
reduzida, segmentria, etc.), as condies de paralelismo,
perpendicularismo, distncia entre ponto e reta (cuja frmula
raramente o professor deduz); as duas equaes da circunferncia
reduzida e geral) e as condies de tangenciamento. (NERY,
2008, p.19)
Nery reflete sobre as condies do ensino da geometria plana que em sua
maioria apresenta frmulas seguidas de exerccios com meras aplicaes diretas,
por isso a importncia de se revisitar a geometria clssica introduzindo os sistemas
de eixos coordenados, como uma ferramenta, para resolver problemas envolvendo
geometria em geral.
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4 O USO DO SOFTWARE GEOGEBRA
Este captulo aborda as contribuies das tecnologias da informao e
comunicao TICs na prtica educativa, apresentando as caractersticas do
software GeoGebra e sua explorao que permite a realizao de investigaes
sobre propriedades geomtricas que dificilmente se consegue observar sem o uso
de uma ferramenta tecnolgica.
4.1 O Uso das TICs no Ensino da Matemtica
A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional LDB n 9394/96
em sua proposta estabelece as diretrizes gerais para a organizao curricular nas
unidades escolares, atravs das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNS) de
carter obrigatrio e prope os Parmetros Curriculares Nacionais para o ensino
fundamental e mdio de carter orientador voltado para as propostas curriculares.
Os Parmetros Curriculares Nacionais, de 1998, voltados para a prtica
educativa, do terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental voltados para o ensino
da Matemtica enfatizam entre outros aspectos a importncia da interao entre
professor-aluno e entre alunos para o desenvolvimento das capacidades cognitivas,
afetivas e de insero social num ambiente escolar que estimule o aluno a criar,
comparar, discutir, rever, perguntar e ampliar ideias.
Os Parmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, p.44) fazem uma
previso da utilizao em maior escala dos computadores nas escolas e destaca
vrias finalidades desta tecnologia nas aulas de Matemtica, como: fonte de
informao; auxiliar no processo de construo do conhecimento; meio para
desenvolver a autonomia pelo uso de softwares que possibilitem pensar, refletir e
criar solues; ferramenta para realizar determinadas atividades; possibilidade de
desenvolver atividades que se adapta a distintos ritmos de aprendizagem e permita
que o aluno aprenda com seus erros.
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57
Estes referenciais nacionais enfatizam que o bom uso do computador na
sala de aula, tambm, depende da escolha de softwares educacionais que atendam
a concepo de conhecimento e de aprendizagem que orienta o processo de ensino-
aprendizagem. Para Valente:
O computador pode ser um importante recurso para promover a
passagem da informao para o usurio ou promover a aprendizagem.
No entanto, da anlise dos software possvel entender que o aprender
no deve estar restrito ao software, mas interao do professor - aluno
- software. Alguns software apresentam caractersticas que favorecem
a atuao do professor, como no caso da programao; outros, em que
certas caractersticas no esto presentes e requerem um maior
envolvimento do professor para auxiliar o aluno a aprender, como no
caso do tutorial. Assim, a anlise dos software educacionais em termos
do aprender e do papel que o professor deve desempenhar para que o
aprendizado ocorra, permite classific-los em posies intermedirias
entre os tutoriais e a programao. No entanto, cada um dos diferentes
software usados na educao como os tutoriais, a programao, o
processador de texto, os software multimdia (mesmo a Internet), os
software para construo de multimdia, as simulaes e modelagens e
os jogos, apresentam caractersticas que podem favorecer, de maneira
mais explcita, o processo de construo do conhecimento. isso que
deve ser analisado quando escolhemos um software para ser usado em
situaes educacionais. (VALENTE, 2009, p.89)
No ensino da matemtica, quando se utiliza os recursos de um software
disponvel nos computadores de uma escola pblica de educao bsica para
demonstrar uma propriedade ou um teorema, provoca-se ainda muitas controvrsias
entre os matemticos, pois toda demonstrao necessita de rigor e formalidade e,
com o uso de um software pode-se estar sujeito aos erros de um programa de
computador ou falhas da prpria mquina.
Por exemplo: quando se usa o software Geogebra para mostrar a existncia
do ortocentro, ponto notvel de um tringulo, onde se intersectam as trs alturas
relativas, isto , as perpendiculares traadas dos vrtices at os lados opostos (ou
seus prolongamentos), pode ocorrer a dvida que uma das alturas passe bem
prximo da interseo das outras duas e que no seja possvel visualizar no
software. No entanto, essa incerteza, pode contribuir para que o professor aproveite
o interesse por parte dos alunos para desenvolver uma demonstrao mais rigorosa
em sala de aula.
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Por outro lado, durante uma atividade como essa em uma sala de informtica
com a visualizao dos objetos geomtricos e o uso dos diversos recursos existentes
nesse software, possibilita-se que o professor explore outros temas, como ngulos,
perpendicularidade, criando novos caminhos e colaborando no processo de
investigao de um problema geomtrico e a observao das regularidades
apresentadas.
A potencialidade de um software como o Geogebra pode fazer com que a
aprendizagem da matemtica alcance um resultado mais eficaz, sendo mais uma
ferramenta importante na superao de obstculos e no despertar do interesse dos
alunos no processo da demonstrao em matemtica.
As consideraes apresentadas no incio deste captulo contribuem no
olhar crtico e investigador do professor para o conhecimento tcnico e pedaggico
do software GeoGebra. Na seo seguinte sero apresentadas as caractersticas
desta ferramenta.
4.2 Apresentao do software GeoGebra
O GeoGebra um software livre e gratuito de matemtica dinmica que
rene recursos de geometria, lgebra e clculo, criado por Markus Hohenwarter,
disponvel, em portugus, na Internet para vrios sistemas operacionais inclusive
para Linux que existe nas escolas pblicas do Rio de Janeiro e pode ser localizado
no endereo eletrnico http://www.geogebra.at/.
Todas as ferramentas tradicionais de um software de geometria
dinmica como pontos, segmentos, retas e sees cnicas esto presentes no
GeoGebra. Um dos seus diferenciais est na visualizao de duas janelas, uma
algbrica e a outra geomtrica possibilitando ao aluno visualizar duas
representaes diferentes de um mesmo objeto, sua representao geomtrica e sua
representao algbrica que interagem entre si (Figura 20.1). Por exemplo:
http://www.geogebra.at/DBDPUC-Rio - Certificao Digital N 1311556/CA
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Figura 20: Geogebra - Reta de Euler
Um outro diferencial presente no software GeoGebra o protocolo de
construo onde em uma tabela so apresentadas todas as etapas da construo
geomtrica realizada pelo aluno, possibilitando aos alunos comparar as construes
realizadas por outros colegas de classe que chegaram a mesma soluo do
problema. A Figura 20.2 mostra um exemplo desta tabela.
Figura 21: Geogebra - Protocolo de Construo
A informao da gratuidade da verso em portugus disponvel na Internet
so pontos favorveis desse software para a sua implantao nas escolas pblicas,
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que esto sendo equipadas por computadores, por polticas governamentais de
incluso digital, que ainda no do conta de criar salas de aula informatizadas.
Essas iniciativas tm possibilitado a construo de laboratrios
informatizados que podem e devem ser utilizados pelos professores e alunos. A
realidade retratada por Gomes e Costa, infelizmente ainda est presente e precisa
ser derrubada