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ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PODER JUDICIRIO 2 Vara Criminal - Zona Norte Av. Guadalupe 2145 Conj. Santa Catarina, 2 Andar, Potengi - CEP 59.112-560, Fone: 84 3615-4663, Natal-RN - E-mail: [email protected]

TERMO DE AUDINCIA DE INSTRUO E JULGAMENTO

Ao Penal n (APAGADO) Autor: Justia Pblica Ru: (APAGADO) Data e hora: 19/10/2010 s 10:00h

PRINCIPAIS INFORMAES E OCORRNCIAS [s = sim | n = no] - Presenas: Ministrio Pblico, Dr Sivoneide Tomaz do Nascimento: s; acusado(a)(s) (APAGADO): - s; defensor, Defensor Pblico, Dr. Manuel Sabino Pontes - s. Oitiva(s): vtima: - n; testemunha(s): - s. Nome(s) da(s) testemunha(s) e declarantes ouvido(a) (s): ROBERTO MANAIA DOS SANTOS e CLUDIO DE SOUZA BEZERRA. Acusado(a) (s): - s. Caminho e nome do arquivo multimdia: D:\Gravao de Audincias\2010\outubro\002.10.000322-4. Alegaes finais orais - (s). Ocorrncias dignas de nota: disse o MM Juiz: "Antes de proceder ao interrogatrio do acusado, entendeu o magistrado que o Estado Democrtico de Direito repercute no mbito do Processo Penal atravs do Princpio Acusatrio. Apregoa ele que as funes de acusar, defender e julgar so atribudas a rgos diversos, bem como que a produo das provas compete s partes e no ao magistrado. Outrossim, quando o magistrado produz as provas ele perde sua imparcialidade, notadamente em favor da acusao, pois a tese o primeiro elemento que lhe chega s mos. Na verdade, inconscientemente (e s vezes conscientemente tambm), termina o magistrado por buscar nas provas apenas, e to somente, a confirmao do pr-juzo anterior condenatrio que j possua, culminando por despir-se da toga e a dividir a vestimenta da beca de quem acusa, seja o Ministrio Pblico, seja o querelante. Por isso o interrogatrio ser procedido pelas partes e, ao final, complementarei com alguma dvida que tiver, sendo a ltima pergunta se a parte r tem algo mais a dizer em sua defesa, cumprindo o princpio da ampla defesa". As testemunhas no localizadas ou que no compareceram foram dispensadas. Deliberaes finais: seguem sentena.

SENTENA RELATRIO Trata-se de ao penal pblica em que figura (APAGADO), parte j qualificada nos autos, como acusada pela prtica dos fatos violadores das seguintes regras penais: arts. 121, caput, e 2, II e IV, do CP, na forma do art. 14, II, do CP. Quanto s provas documentais e periciais, h o seguinte: termo de exibio e apreenso de um revlver calibre 38, sendo um disparo percutido e no deflagrado. H atestado de leso corporal no acusado (fl. 24) e laudo de potencialidade lesiva na arma de fogo (fls. 119-124). A denncia foi recebida no dia 24 de fevereiro de 2010 (fl. 86). A citao se deu fl. 102. A resposta acusao se encontra s fls. 1

110-112. O interrogatrio ocorreu em audincia. As testemunhas foram ouvidas em audincia. Nas suas alegaes finais a acusao disse, em suma, o seguinte: foi comprovada a apreensode uma arma de fogo. Havia trs munies intactas, sendo uma percutida e no deflagrada. Em relao materialidade, consta nos autos laudo pericial dando conta de que a arma estava apta a realizao de disparos. Tambm laudo de exame residuogrfico que comprova no ter havido realizao de disparo. H que se observar que o acusado nega a prtica do crime e a vtima no compareceu para comprovar os fatos. O acusado foi preso. Os policiais disseram que hvia uma arma. Essa arma estava municiada e era apta a realizar disparos. A vtima reconheceu o acusado como autor de um disparo de arma de fogo que havia batido catol. No h como se reconhecer a tentativa de homicdio porque o disparo que a vtima afirmou ter ocorrido "bateu catol". Ocorreu a figura do crime impossvel. Havia mais trs munies no revlver que deixaram de ser acionadas. Portanto, o acusado no pretendia matar uma pessoa. A vtima poderia ter sido vtima de uma ameaa mas no compareceu e no h nos autos representao. Assim, decaiu do direito de representao. Ante o exposto, pediu a absolvio do acusado. Nas suas alegaes finais a defesa disse, em suma, que mesmo que o acusado tivesse tentado praticar o fato, no teria ocorrido. O acusado estava com uma bolsa de colostomia e no uma arma. O acusado disse que ouviu um disparo e duas pessoas correndo. Ficou curioso. O acusado foi torturado. A vtima sequer compareceu; a Geiza jamais foi encontrada; pediu a dispensa da oitiva da testemunha Geza. FUNDAMENTAO Obedecendo ao comando esculpido no art. 93, IX, da Constituio Federal, e dando incio formao motivada do meu convencimento acerca dos fatos narrados na inicial e imputados ao ru, verifico, sucessivamente, a materialidade e a autoria. Analisando a MATERIALIDADE e a AUTORIA, v-se o seguinte: quanto s provas documentais e periciais, h o seguinte: termo de exibio e apreenso de um revlver calibre 38, sendo um disparo percutido e no deflagrado. H atestado de leso corporal no acusado (fl. 24) e laudo de potencialidade lesiva na arma de fogo (fls. 119-124). A testemunha ROBERTO MANAIA DOS SANTOS, durante oitiva judicial, afirmou que saram em diligncia. Ao entrarem numa travessa, o acusado ia saindo. As caractersticas bateram com as do acusado. Ele jogou algo fora. Encontraram a arma em um matinho.O acusado foi reconhecido pela vtima. No lembra quantos cartuchos tinha a arma. Eram duas viaturas e a vtima estava na do PM Mrcio. O acusado negou a prtica dos fatos. O motivo da contenda era uma bicicleta. O acusado no resistiu e nem xingou. CLUDIO DE SOUZA BEZERRA, testemunha ouvida judicialmente, relatou que viu o acusado de moletom. Ele se desfez de algo e depois encontraram uma arma de fogo. Estava na viatura junto com o sargento Manaia. O objeto jogado pelo acusado era uma arma. Durante interrogatrio judicial, a parte acusada, (APAGADO), disse que Alisson um grande amigo do acusado. Nunca se entenderam mal. Um tal de Quequ disparou seis tiros nas costas do depoente no ano passado. No tinha por que atirar contra Alisson. A acusao foi falsa. Foi espancado. Quatro viaturas chegaram no local. Muita gente viu o depoente sendo espancado. Nesse no se encontrou com Alisson. Encontrou dois caras correndo. Nessa noite no sabia que os fatos envolveriam Alisson. Acha que a vtima no veio porque sabe que o depoente inocente. Tem 30 anos. Foi criado pela av. Seu pai morreu de cirrose quando o depoente era criana. J foi condenado por roubo. Em sntese tese da acusao e a anttese da defesa, concluo que a conduta praticada pelo acusado foi atpica, em relao tentativa de homicdio e houve a decadncia do direito de representao em relao ameaa que sobejou. O restante da fundamentao est em arquivo multimdia. DISPOSITIVO Em razo de todo o exposto e fundamentado, resolvo julgar procedente a pretenso punitiva do Estado, absolvendo (APAGADO), parte j qualificada das acusaes previstas no art. 121, 2, II e IV, do CP, na forma do art. 14, II, do CP, e art 14, da lei 10.826/2003, o que fao por fora do art. 386, III, do CPP, bem como declarar a decadncia do direito de representao em relao ao crime de ameaa (art. 147 do CP). Determino o encaminhamento das seguintes

peas ao Ministrio Pblico, por solicitao da Defensoria Pblica: denncia, fls. 10, 24, 57, da sentena e da gravaes dos depoimentos de hoje, em especial o interrogatrio do acusado. Determino a imediata expedio de ALVAR DE SOLTURA. E como nada mais houve, determinou que fosse encerrado o presente termo que, lido e achado conforme, vai devidamente assinado. Eu, _______, Tcnico Judicirio, digitei e vai assinado pelas partes e pelo MM. Juiz. Juiz:_________________________________ MP:_________________________________ _ Defesa:_______________________________ Acusado:_____________________________ Acusado:_____________________________ Vtima:_______________________________

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