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Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa Universidade Federal da Paraíba 15 a 18 de agosto de 2017 ISSN 2236-1855 6465 SENDAS HISTORIOGRÁFICAS NA CONSTITUIÇÃO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO PARAIBANA (1930 a 1960) Edinaura Almeida de Araújo 1 Antonio Carlos Ferreira Pinheiro 2 Considerações Iniciais O presente estudo tem como objetivo discutir a produção historiografia referente história da educação paraibana, abarcado o período de 1930 a 1960. Nela procuraremos verificar, especialmente, os processos de interiorização escolar ocorridas no Estado da Paraíba, considerando os surgimentos e organizações de “sistemas escolares” locais e estadual. Do ponto de vista metodológico nos centramos na produção realizada no âmbito do Grupo de Estudos e Pesquisas História da Educação da Paraíba HISTEDBR PB 3 , criado em 1992, bem como naquela realizada na Linha de Pesquisa História da Educação, criada em 2007 4 e vinculada ao Programa de Pós-graduação em Educação da UFPB. O campo da produção historiográfica da educação paraibana tem adentrado por diversas temáticas e diferentes objetos, proporcionando a compreensão de como e em que condições ocorreu a implantação e expansão da educação e do ensino no estado, centrando- se especialmente aos períodos imperial e republicano. Essa produção vem se concretizando de forma mais sistemática a partir dos grupos de estudos e pesquisas, criados nos últimos 25 anos. No entanto, é necessário ressaltarmos que os primeiros escritos sobre a história da educação paraibana foram elaborados no âmbito do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano IHGP, criado em 1905. Posteriormente, isto é, alguns anos depois alguns 1 Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Educação, da UFPB, vinculada a Linha de Pesquisa História da Educação. Professora da Universidade Federal de Campina Grande Campus de Cajazeira. 2 Doutor em História da Educação pela Universidade Estadual de Campinas. Professor Associado IV, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Educação, da UFPB. 3 Vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” – HISTEDBR, sediado em Campinas. 4 Há um estudo realizado por Machado, Nunes e Rodrigues (2010) que analisam a produção referente a história da educação antes da criação da mencionada linha de pesquisa. É necessário mencionar a existência do Grupo de Pesquisa em História da Educação no Nordeste Oitocentista GHENO, criado em 2004 e vinculado ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal da Paraíba. No entanto, neste estudo não consultamos a produção realizada pelos seus integrantes por se tratarem de trabalhos realizados sobre o século XIX e, portanto, fora do período aqui delimitado para este estudo, ou seja, de 1930 a 1960.

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Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 6465

SENDAS HISTORIOGRÁFICAS NA CONSTITUIÇÃO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO PARAIBANA (1930 a 1960)

Edinaura Almeida de Araújo1

Antonio Carlos Ferreira Pinheiro2

Considerações Iniciais

O presente estudo tem como objetivo discutir a produção historiografia referente

história da educação paraibana, abarcado o período de 1930 a 1960. Nela procuraremos

verificar, especialmente, os processos de interiorização escolar ocorridas no Estado da

Paraíba, considerando os surgimentos e organizações de “sistemas escolares” locais e

estadual. Do ponto de vista metodológico nos centramos na produção realizada no âmbito do

Grupo de Estudos e Pesquisas História da Educação da Paraíba – HISTEDBR –PB3, criado

em 1992, bem como naquela realizada na Linha de Pesquisa História da Educação, criada em

20074 e vinculada ao Programa de Pós-graduação em Educação da UFPB.

O campo da produção historiográfica da educação paraibana tem adentrado por

diversas temáticas e diferentes objetos, proporcionando a compreensão de como e em que

condições ocorreu a implantação e expansão da educação e do ensino no estado, centrando-

se especialmente aos períodos imperial e republicano. Essa produção vem se concretizando

de forma mais sistemática a partir dos grupos de estudos e pesquisas, criados nos últimos 25

anos.

No entanto, é necessário ressaltarmos que os primeiros escritos sobre a história da

educação paraibana foram elaborados no âmbito do Instituto Histórico e Geográfico

Paraibano – IHGP, criado em 1905. Posteriormente, isto é, alguns anos depois alguns

1 Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Educação, da UFPB, vinculada a Linha de Pesquisa História da Educação. Professora da Universidade Federal de Campina Grande – Campus de Cajazeira.

2 Doutor em História da Educação pela Universidade Estadual de Campinas. Professor Associado IV, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Educação, da UFPB.

3 Vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” – HISTEDBR, sediado em Campinas.

4 Há um estudo realizado por Machado, Nunes e Rodrigues (2010) que analisam a produção referente a história da educação antes da criação da mencionada linha de pesquisa. É necessário mencionar a existência do Grupo de Pesquisa em História da Educação no Nordeste Oitocentista – GHENO, criado em 2004 e vinculado ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal da Paraíba. No entanto, neste estudo não consultamos a produção realizada pelos seus integrantes por se tratarem de trabalhos realizados sobre o século XIX e, portanto, fora do período aqui delimitado para este estudo, ou seja, de 1930 a 1960.

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intelectuais vinculados a Secretaria de Educação do Estado da Paraíba também passaram a

escrever sobre o mencionado campo de conhecimento.5

Além da consulta que realizamos nos mencionados lócus de produção também

visitamos os Currículos Lattes dos professores vinculados tanto no HISTEDBR-PB, quanto

na mencionada Linha de Pesquisa. Para tanto, filtramos da mencionada plataforma

curricular os estudos realizados (monografias, dissertações e teses) bem como aqueles

publicados em anais de congressos, livros e capítulos, além dos artigos publicados em

periódicos, referentes a estudos no qual há a indicação de nomes de municípios e/ou cidades

paraibanas, com exceção da cidade/município de João Pessoa.

Nesse sentido, partimos do pressuposto que essa produção historiográfica se

desenvolve em consonância com a realidade social, cultural, política e econômica, ou seja,

considerando o seu momento histórico em que se dá a operação historiográfica, conforme

nos ensina Certeau (1992). Para tanto, nos apoiamos ainda nos estudos realizados por Nunes

e Carvalho (2005), Saviani (2011), Tambara (2014). Mais particularmente sobre a produção

realizada na região nordeste, consultamos os estudos de Pinheiro (1997, 1998) e de Medeiros

Neta e Paiva (2016). Neste estudo procuramos observar as periodizações, as fontes, os temas

e objetos definidos pelos pesquisadores.

Breves apontamentos sobre a constituição de um campo de pesquisa

Os trabalhos de pesquisas que vêm sendo realizado abarcam questões pertinentes a

diversos momentos e contextos sócio, político e cultural em que ocorreram investimentos e

tentativas de construção de um modelo de educação no sentido de contribuir com o processo

de consolidação do Estado e da Nação brasileira durante o período imperial e nas primeiras

décadas da república. Assim, a quantidade de estudos relativos ao período colonial brasileiro

ainda é muito pequeno se compararmos aos períodos posteriores acima mencionados.

Nesse sentido, as pesquisas sobre a história da educação, vem fortalecendo o cenário da

produção historiográfica, tanto pelo aspecto quantitativo quanto pelo qualitativo, dando-nos,

uma radiografia que nos “revela as diversas facetas de um fenômeno que desde sua gênese se

foi constituindo de forma paulatina, mas fundada em fortes e firmes alicerces”, conforme

ressalta Tambara (2014, p. 151). A medida que os pesquisadores vão optando por novos

objetos, novas fontes, problematizando e abarcando diferentes temporalidades nos permite

visualizarmos uma expressiva produção que nos favorece elaborarmos inúmeros inventários

5 Há dois estudos realizados por Pinheiro (1997 e 1998) que tratam especificamente sobre a produção historiográfica realizada nas mencionadas instituições.

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acerca da história da educação brasileira. Assim, este estudo insere-se nessa perspectiva mais

ampla, tomando, no entanto, a liberdade de centralizarmos na produção concernente ao

período de 1930 a 1960, sobre a Paraíba.

Sobre a definição da(s) temporalidade(s), ou seja, a definição do(s) período(s) do

estudo(s), ou ainda, quando se pretende realizar uma análise de caráter historiográfico é

fundamental a sua observância, uma vez que “sem ela o historiador não consegue comparar,

analisar e principalmente avaliar (fazer balanços) dos diversos tipos de enfoques teórico-

metodológico”. (PINHEIRO, 1997, p. 1).

Outro elemento basilar que propicia a produção do conhecimento histórico e, aqui,

especialmente histórico-educacional, refere-se as fontes. Para Saviani, (2004, p. 9), “as fontes

são o ponto de origem, a base e o ponto de apoio para a produção historiográfica que nos

permite atingir o conhecimento da história da educação brasileira”.

Nunes e Carvalho (2005, p. 18) apontam a “importância da problematização e do

alargamento da concepção de fontes em história da educação, no intuito de construir uma

historiografia menos generalista e estereotipada”. O resultado dessa nova concepção sobre

fontes possibilitou repensar e situar os fenômenos educativos e seus impactos em várias

instâncias da sociedade, promovendo um repensar dos “paradigmas explicativo do

pensamento historiográfico ligado a educação. Carvalho e Carvalho (2010, p. 79), destacam

que essa mudança foi inicialmente esboçada pelo movimento historiográfico ocorrido no final

da década de 1920 e que ficou conhecido como Escola dos Annales. A mencionada Escola deu

novo impulso ao fazer histórico, isto é, ancorou uma renovação historiográfica, apontando

novas perspectivas que favoreceu a emergência da Nova História. Assim, ainda segundo

Carvalho e Carvalho (2010, p. 79 - 80),

É na esteira dessas concepções historiográficas que vão aflorar novas interpretações dos fenômenos históricos, em particular, daqueles relacionados as formas educativas, exigindo que se acompanhe seu processo de formação, desenvolvimento e das suas inter-relações/implicações com o Estado, a sociedade e com as instâncias religiosas, isto é, buscam-se diferentes formas de abordagem dos fenômenos educativos, sejam de caráter legal (reformas e leis educacionais), pedagógicos (métodos de ensino e práticas educativas), impressos escolares (manuais didáticos e revistas pedagógicas), instituições escolares (arquitetura e cultura escolar), ou seja, compreender a história da educação é pensá-la como domínio científico como referência à história e a educação.

Os fenômenos educativos analisados são, portanto, nessa concepção partes integrantes

de um contexto mais abrangente, cujo enfoque está associado ao lugar social do produtor de

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conhecimentos, ao momento histórico e as relações instituídas. No tocante ao lugar social nos

reportamos a Certeau (1982, p. 56), quando ressalta que:

Toda pesquisa historiográfica se articula com um lugar de produção sócioeconômico, político e cultural. Implica um meio de elaboração que circunscrito por determinações próprias: una profissão liberal, um posto de observação ou de ensino, uma categoria de letrados, etc. Ela está, pois, submetida a imposições, ligada a privilégios, enraizada em uma particularidade. É em função deste lugar que se instauram os métodos, que se delineia uma topografia de interesses, que os documentos e as questões, que lhes serão propostas, se organizam.

Assim, a historiografia nos permite analisar o discurso, compreender e refletir sobre as

características da produção concernente a um determinado campo de conhecimento,

portanto, ela tem uma historicidade específica. Nesse sentido, Nunes; Carvalho (2005, p. 19),

nos chama a atenção para o fato de que

Qualquer pesquisa que realizarmos, tentando entender como o campo da história da educação é produzido, estará obrigatoriamente voltado para duas preocupações: o conteúdo dessa história e a organização institucional que lhe dar suporte. Tais preocupações aparecem quase sempre associadas, já que o exame dos produtos não exclui a análise dos lugares e das práticas que os instituíram.

Considerando o que expõe as autoras, a história da história da educação, é uma

construção articulada que incorpora a percepção dos fatos, fontes, períodos e objetos,

relacionando-os. Corroborando com essa mesma ideia Saviani (2011) nos traz uma reflexão

ao nos apontar para a importância de invocar e discutir também, como forma de elucidar

fatos marcos desse processo os regimentos e normas na tentativa de se organizar e entender a

educação levando também em consideração os instrumentos didáticos, as práticas

pedagógicas, além dos sujeitos neles envolvidos.

Realizada essas breves divagações sobre alguns aspectos que envolvem a constituição

do campo de pesquisa história da educação, passemos agora para as particularidades que

envolveram (e ainda envolvem!) a produção da história da educação paraibana.

História/ historiografia da educação da Paraíba: refletindo sobre a pesquisa

Para iniciarmos nossa reflexão acerca da historiografia da história da educação

paraibana é importante trazermos para este texto algumas considerações que foram

apontadas por Pinheiro, Cury, Ananias (2014, p. 243) ao destacarem que:

Escrever sobre a constituição do campo da história da educação não é uma tarefa das mais fáceis, inclusive daquela diretamente relacionada com

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experiência paraibana, considerando que na Paraíba o referido campo passou a ser sistematicamente produzido há pouco mais de duas décadas.

Considerando as dificuldades apresentadas pelos autores acima mencionados,

resolvemos delimitar a nossa reflexão nos detendo ao recorte temporal abarcando o período

de 1930 a 1960. Tal delimitação justifica-se por dois motivos: o primeiro por partimos do

pressuposto de que foi a partir do início da década de 1930 que se intensificou o processo de

criação de grupos escolares, além de outros tipos de escolas, nas localidades e cidades do

interior, conforme podemos averiguar no estudo realizado por Pinheiro (2002). O segundo

motivo deve-se ao fato de ter sido escolhido como objeto de estudo para o doutoramento a

interiorização do ensino no Estado da Paraíba6, no qual procuramos verificar, especialmente,

os processos históricos-sociais, políticos, culturais e econômicos que envolveram a

escolarização no interior paraibano, considerando especialmente o surgimento de

instituições escolares particulares como foi o caso do Colégio Nossa Senhora de Lourdes,

localizado na cidade de Cajazeiras. No entanto, mesmo centrando a nossa discussão no

mencionado Colégio, entendemos que não podemos perder de vista a política educacional

local (ação municipal), além do papel e das influências político-administrativas

desenvolvidas pelo poder estadual.

Nossa observação inicial sobre a temática proposta neste estudo evidencia a quase

inexistência de trabalhos produzidos sobre a interiorização do ensino na Paraíba. Essa

inexistência é resultado muito possivelmente pelo fato de que:

O único programa de pós-graduação em educação no estado, localizado no Centro de Educação da Universidade Federal da Paraíba-UFPB, não adotou desde os seus primórdios e, menos ainda, uma área de concentração que contemplasse ao menos aspectos relativos ao campo da história da educação. (PINHEIRO; CURY; ANANIAS, 2014, p. 243).

A localização do mencionado Programa de pós-graduação certamente induziu (e talvez

ainda induza!) ao desenvolvimento de pesquisas concentradas, ou melhor, referentes tanto

ao Estado da Paraíba, na sua perspectiva mais ampla, quanto especificamente em relação à

cidade/município de João Pessoa. Quando muito os estudos também envolvem a segunda

maior cidade do estado, qual seja: Campina Grande. Vale assim ressaltarmos que foi a partir

de 1992, com a criação do HISTEDBR - PB, que as atividades de pesquisa e catalogação de

6 Trata-se do projeto de doutoramento de Edinaura Almeida de Araujo, provisoriamente intitulado: Escolarização na Paraíba na Segunda República: Trajetória histórica do Colégio Nossa Senhora de Lourdes – Cajazeiras - PB (1930 - 1964).

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fontes, concernentes a história da educação paraibana, passaram a ser realizadas

sistematicamente, conforme já mencionamos anteriormente. Nesse sentido,

Ao longo de sua breve história tornou-se um dos principais espaços de produção do conhecimento acerca da história da educação paraibana. Seus pesquisadores, ordinariamente, vem ensinando, escrevendo e publicando os resultados dos seus trabalhos de pesquisa que envolvem alunos de graduação, de iniciação científica, de mestrado e de doutorado, estes dois últimos, não somente, mas principalmente vinculados a Linha de Pesquisa em História da Educação criado em 2007, no âmbito do programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba. (PINHEIRO; CURY, 2012, p. 7).

No entanto, a identificação e catalogação de fontes apesar de serem referentes ao

Estado da Paraíba como um todo, não conseguiu fomentar um número muito significativo de

estudos centrados no processo de interiorização escolar paraibano. Todavia, encontramos

alguns estudos sobre cidades/ municípios7, aos quais estão identificados nos dois quadros

abaixo.

Antes de procedermos a discussão sobre os dados que se encontram nos mencionados

quadros, nos cabe indicar, incialmente, que excluímos todas as obras referentes aos períodos

colonial e imperial, nos detendo, portanto ao período republicado. Em seguida listamos todas

as obras (publicações e orientações) que anunciam nos seus títulos o nome do município e/ou

cidade sem, contudo, levarmos em consideração a periodização que foi estabelecida neste

estudo, ou seja, de 1930 a 1960. Assim, na listagem abaixo podemos observar os trabalhos

que foram localizados espacialmente, mas que não indicam claramente a sua periodização.

Também consideramos todos os estudos que abarcam parte do período aqui definido, ou que

temporalmente se iniciaram antes de 1930, mas que se estendem até antes ou posteriormente

a 1960. Esse procedimento nos ajudou a perceber as periodizações que foram, certamente,

definidas a partir da constituição ou definição do objeto de pesquisa estabelecido pelos

pesquisadores.

7Há dois estudos realizados por Pinheiro (2013 e 2015) em que faz uma discussão sobre os processos de escolarização, tomando como fonte os livros de memória/autobiografias e livros sobre municípios/cidades paraibanas.

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QUADRO 1 TRABALHOS PUBLICADOS POR ALUNOS E PROFESSORES VINCULADOS AO

HISTEDBR – PB OU À LINHA DE PESQUISA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO PPGE/UFPB – 1992 a 20168

AUTORIA/ TÍTULO TIPO DE

PUBLICAÇÃO

BELENS, J. N. M. ; SILVA, Vívia de Melo ; MACHADO, Charliton José dos Santos. Apolônia Amorim: educadora da infância campinense e militante da Aliança Liberal. In: VASCONCELOS, José Gerardo. Et all. (Org.). História da educação: real e virtual em debate. Fortaleza - CE: Editora UFC, 2012, v. 1, p. 111-125.

Capítulo de Livro

BELENS, J. N. M. ; MACHADO, Charliton José dos Santos. Formação profissional feminina em uma nova configuração ético-social em Campina Grande -PB (1960 - 1970). In: VIII Seminário Nacional de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” – HISTEDBR. História, educação e transformação:

tendências e perspectivas. Campinas, SP: Editora UNICAMP, 2009. v. 1. p. 1-12.

Trabalho completo

publicado em anais

MENEZES, C. S.; MACHADO, Charliton José dos Santos; NUNES, Maria Lúcia Silva. A escola primária em São Gonçalo (Sousa/PB) na década de 1950: contribuições da história oral. In: MACHADO, Charliton José

dos Santos; ASSIS, F. A. N. de; NUNES, M. L. S.; SANTOS, T. Medeiros (orgs.). Do silêncio à voz - pesquisas em história oral e memória. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2008, p. 15-28.

Capítulo de Livro

OLIVEIRA, Iranilson Buriti de; SANTIAGO, T. C. R. Eu Ensinava aos Meninos a Lavarem as Mãos...: Pedagogia da higiene e da cura popular no Cariri Paraibano (1950-1980). Mnemonise Revista, vol. 5, 2014, p. 125-136.

Artigo em periódico

OLIVEIRA, Iranilson Buriti de. Alfabetizando a Rainha com o bisturi do progresso: práticas médico-higienistas e educação primária em Campina Grande (1920-1940). In: BURITI, Iranilson; DANTAS, Joel Carlos Eugênia;

SOUZA, Antônio Clarindo (orgs.). Cultura e cidades. Campina Grande: EdUFCG, 2009, p. 197-222. Capítulo de Livro

PINHEIRO, Antonio Carlos Ferreira; CARVALHO, Jandyneia de Paula. Guarabira, Princesa do Agreste: Princesa educada? In: Anais do XII Encontro Estadual de História - História e Multidisciplinaridade:

Fronteiras e Deslocamentos. Campina Grande: Universitária da UFCG, 2006, p. 1-11.

Trabalho completo

publicado em anais

RODRIGUES, Melânia M.; SILVA, V. M. . O Colégio São José: considerações históricas da educação primária em Campina Grande, século XIX-XX. In: MORAIS, José Jassuípe da Silva; SILVA, Ramsés Nunes

e; LIMA, Rosângela Chrystina Fontes de; SANTOS, Tatiana de Medeiros (orgs.). Secularidades & Confessionalidades na História da Educação. João Pessoa: Sal da Terra, 2014, p. 17-38.

Capítulo de Livro

SILVA, A. M; NUNES, Maria Lúcia Silva. Uma Leitura do livro Alagoa Nova (1940), de Analice Caldas - em busca de vestígios sobre educação. In: IV Seminário Nacional Gênero e Práticas Culturais - subjetividades e

contradiscursos, 2013, João Pessoa/PB. Anais do IV Seminário Nacional Gênero e Práticas Culturais - subjetividades e contradiscursos. João Pessoa: Editora da UFPB/ Gráfica LCR/-Fortaleza, 2013, p. 1-14.

Trabalho completo

publicado em anais

SILVA, Fabiana Sena da; QUEIROGA, Maria do Socorro. N. Infância e disciplinamento: as lições de Dona Nenê, em Pombal - PB. In: MACHADO, Charliton José dos Santos; NUNES, Maria Lúcia da Silva (orgs.). Educação e Educadoras na Paraíba do Século XX: práticas, leituras e representações. João Pessoa, PB:

Editora Universitária da UFPB, 2011, v. 2, p. 80-94.

Capítulo de Livro

SILVA, Ramsés Nunes. Madre Odila Araújo Pereira: memórias de uma dama da instrução cristã na Campina Grande dos anos 1930. In: MACHADO, Charliton José dos Santos, NUNES, Maria Lúcia da silva. (Org.). Educação e Educadoras na Paraíba do século XX: práticas, leituras e representações. João Pessoa,

PB: Editora Universitária da UFPB, 2009, v. 1, p. 91-103.

Capítulo de Livro

SILVA, Ramsés Nunes. Uma Dama da instrução cristã ressignificando confessionalidades: memórias e vivências de Madre Odila Araújo na Campina Grande dos anos 1930. In: IX CIHELA - Congresso ibero-americano de história da educação latino-americana - Educação, Autonomia e Identidades na América

Latina. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2009. v. 1. p. 12 - 24.

Trabalho completo

publicado em anais

SOUSA, D. S. S. ; NUNES, Maria Lúcia Silva. Centro de Formação de Professores - CFP/UFCG: memórias e práticas docentes. In: X Congresso luso-brasileiro de história da educação - Percursos e Desafios na

História da educação Luso-Brasileira. Curitiba, PR: PUCPR, 2014. v. 1. p. 1-12

Trabalho completo

publicado em anais

XAVIER, Wilson José Félix; CURY, Cláudia Engler. . "Esperar não é saber": A Liga Camponesa de Sapé como pedagogia Cultural (1958 - 1964). In: 19 EPENN Encontro de Pesquisa Educacional do Norte e

Nordeste, 2009, João Pessoa, PB: Editora da UFPB, 2009. v. 1. p. 01-10.

Trabalho completo

publicado em anais

Fonte: Levantamento realizado por Antonio Carlos Ferreira Pinheiro, a partir dos currículos Lattes dos professores que compõem o Grupo de Estudos e Pesquisas História da Educação da Paraíba – HISTEDBR-PB e da Linha de Pesquisa História da Educação do PPGE/UFPB.

8Adotamos o critério de ordem alfabética dos autores e não o ano de publicação.

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ISSN 2236-1855 6472

QUADRO 2 MONOGRAFIAS, DISSERTAÇÕES, TESES DEFENDIDAS NO ÂMBITO DA LINHA DE

PESQUISA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO - PPGE/UFPB – 1992 a 2016

AUTORIA TÍTULO DO TRABALHO/ORIENTAÇÃO

ADVÍNCULA, Charya Charlotte Bezerra.

Processo de escolarização em Princesa/PB: política e educação. 1920-1939. 2012. Dissertação orientada por Mauricéia Ananias.

ALBUQUERQUE, Simone Formiga de.

Práticas de leitura em Cajazeiras - PB (1930 a 1950). 2010. Dissertação orientada por Maria Lúcia da Silva Nunes.

ANDRADE, Vivian Galdino de.

Alfabetizando os "Filhos da Rainha" para a civilidade/modernidade: o Instituto Pedagógico em Campina Grande - PB (1919 -1942). 2014. Tese orientada por Cláudia Engler Cury

ARRUDA, Kalyne Barbosa. Uma história da educação em Alagoa Grande-PB: Joana Carvalho Moreira e suas contribuições

educacionais (1915 - 1996). 2012. Monografia orientada por Charliton José dos Santos Machado.

BÉLENS Jussara Natália Moreira.

Sob a torre de marfim: Escola Técnica Redentorista, um lugar de memórias, estratégias e práticas de gênero - Campina Grande (1975-1985). 2013. Tese orientada por Charliton José dos Santos Machado

CORREIA, Maria Ivete Martins.

Educação Católica, Gênero e Identidades: o Colégio Santa Rita de Areia na História da Educação Paraibana (1937-1970). 2010.

Tese orientada por Antonio Carlos Ferreira Pinheiro

COSTA, Kiara Tatianny Santos da.

Entre casas e instituições escolares: a educação de Juazeirinho - PB nas vozes de educadoras pioneiras (1950-1973). 2012.

Dissertação orientado por Wojciech Andrzej Kulesza

FREIRE, Alcemir de Oliveira.

O percurso da educação em Lagoa de Dentro - PB: contribuições da professora Antonia Coelho Pereira. 2010.

Monografia orientada por Maria Lúcia da Silva Nunes

MELLO, Roscellino Bezerra de.

A consolidação da educação profissional em Cajazeiras - PB: a implantação da Escola Técnica Federal da PB (1984 – 1994). 2009.

Dissertação orientada por Mauricéia Ananias

MORAES, José Jassuipe da Silva.

Educação entre tornos, notas e salários: Escola de Aprendizagem Coronel Frederico Lundgren, Rio Tinto - PB (1944 - 1967). 2011.

Tese orientada por Wojciech Andrzej Kulesza

ROCHA, Danielle Martins. Notas sobre o ensino primário no município de Cuité - PB: 1930 - 1950. 2006.

Monografia orientada por Wojciech Andrzej Kulesza

SANTOS, Wanderleia Farias.

Entre linhas, bordados e sabores: memórias e histórias de educadoras do curso de economia doméstica em Bananeiras - PB (1960 - 1970). 2012.

Dissertação orientada por Maria Lucia da Silva Nunes

SILVA, Maria do Socorro Soares Costa e.

Memória: práticas sociais, culturais e educacionais de mulheres louceiras em Cajazeiras - PB. 2010.

Dissertação orientada por Maria Lúcia da Silva Nunes.

SILVA, Vívia de Melo. Grupo Escolar Solon de Lucena: um novo modelo de escolarização primária para a cidade de

Campina Grande - PB (1924 - 1937). 2009. Dissertação orientada por Wojciech Andrzej Kulesza

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Fonte: Levantamento realizado por Antonio Carlos Ferreira Pinheiro, a partir dos currículos Lattes dos professores que compõem o Grupo de Estudos e Pesquisas História da Educação da Paraíba – HISTEDBR-PB e da Linha de Pesquisa História

da Educação do PPGE/UFPB.

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Nas trilhas da produção historiográfica no âmbito da História da Educação paraibana de 1930 a 1960: municípios/ cidades

Ao iniciarmos este trabalho tínhamos em mente identificarmos uma historiografia

histórico-educacional paraibana, que havia se detido ao período de 1930 a 1960 por

considerarmos que a partir da mencionada década o Brasil passou por grandes

transformações sociais, políticas, e econômica, além de inovações que repercutiram em todas

as instâncias, inclusive, no setor educacional. Tais mudanças marcadas por novos ideais9 e

projeto de Nação pretenderam dar respostas as novas exigências do sistema capitalista que

necessitava de outras bases para sua expansão e consolidação. Era o início da nascente

sociedade industrial impondo mudanças nas relações de produção. Segundo Romanelli

(2014, p. 70), “as exigências da sociedade industrial impunham modificações profundas na

forma de se encarar a educação e em consequência, na atuação do estado, como responsável

pela educação do povo”.

Segundo a historiografia foi um momento de rupturas em relação ao sistema de

produção que fora acentuado pelo jogo de forças políticas a partir do final da década de 1920

marcado pelos movimentos e organizações que objetivavam romper com a ordem político-

social oligárquica. O ano de 1930 marcou, portanto, o auge desses movimentos com a

derrubada do presidente Washington Luiz e a implantação de projetos políticos e econômicos

que tinham como meta prioritária apoiar o crescimento industrial. Foi nesse clima de

mudanças e reorganização do setor produtivo que o setor educacional, especialmente os seus

intelectuais foram “convocados” para redefinir o seu papel, ou seja,

A questão educacional ganhou progressiva centralidade política nos discursos da elite brasileira, chegando, inclusive, a dar o “tom” das campanhas eleitorais. “Educar o povo” passou a constituir uma das metas mais importantes a ser alcançada pelos gestores públicos. (PINHEIRO, 2002, p. 162).

Um novo sistema educacional deveria ser criado para atender as novas necessidades

econômicas e sociais, rompendo assim com o “arcaísmo” no sentido da reconstrução

educacional. Contudo, o que se pode observar é que naquele período o sistema educacional,

apesar dos inúmeros avanços manteve características aristocráticas, uma vez o acesso das

camadas populares à educação escolar permaneceu restritivas restritiva aos interesses da

elite. Nesse sentido, Romanelli (2014, p. 70). Fez a seguinte reflexão:

9 Do ponto de vista educacional podemos destacar a incorporação dos ideais escolanovistas como parte das políticas e diretrizes que foram formuladas pelo Estado brasileiro.

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O que se verificou, a partir daí, foi o fato de a expansão do sistema escolar, inevitável, ter-se processado de forma atropelada, improvisada, agindo o estado mais com vistas ao atendimento das pressões do momento do que propriamente com vistas a uma política nacional de educação.

Ora, se considerarmos os aspectos do “novo” modelo educacional que se propagou,

especialmente, em virtude das induções promovidas pelo Estado brasileiro, verificamos que

em larga medida ocorreu a reprodução de uma educação voltada para atender os interesses

da elite, uma vez que a nova restruturação do sistema escolar sofreu permanente controle e

influência da classe dominante.

No Estado da Paraíba as consequências dessa instabilidade e “dualidade”10 do sistema

educacional brasileiro foi o da improvisação e pela permanência de ações pautadas pelos

interesses da elite local. Assim, no que concerne a historiografia da história da educação

paraibana referente ao século XX, ou, mais especificamente, sobre o período de 1930 - 1960,

nos deparamos com uma produção, ainda muito pequena, ou seja, partir do levantamento

que realizamos e que se encontram identificadas nos quadros acima, identificamos o total de

31 estudos, dos quais 13 foram publicados em revistas, capítulos de livros e em anais de

congressos. Além de 18 trabalhos concluídos, isto é, monografias, dissertações de metrado e

teses de doutoramento, realizadas no âmbito da Linha de Pesquisa História da Educação-

PPGE/UFPB.

Outro aspecto que nos chamou a atenção é que boa parte da produção realizada

referentes aos “processos de escolarizações”, considerando o seu entendimento mais amplo,

ocorridos no interior paraibano, ou seja, em determinados municípios/cidades é marcada

pelos vieses das instituições escolares e da atuação de determinados sujeitos, a partir da

perspectiva de gênero, ou melhor, sobre a memória de educadoras paraibanas. Nesse último

caso indicando, em alguns estudos, o nome específico da professora/educadora, conforme

podemos observar no quadro abaixo:

10Perspectiva posteriormente amplamente analisada por Anísio Teixeira. Cf. Teixeira (1994).

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Quadro 3

MUNICÍPIOS/CIDADES, DO INTERIOR PARAIBANO NOS ESTUDOS REALIZADOS POR ALUNOS E PROFESSORES

VINCULADOS AO HISTEDBR – PB E NA LINHA DE PESQUISA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO – PPGE/UFPB – 1992 a 2016.

Municípios/ci

dades

Quantidade

de estudos

Instituições/ nível de

ensino /objeto de estudo

Sujeitos

Alagoa Grande

(1)

Contribuições

educacionais

Joana Carvalho Moreira

Alagoa Nova (1) Leitura de livro Analice Caldas

Areia (1) Colégio Santa Rita Gênero

Bananeiras (1) Curso de economia

doméstica

Educadoras

Cajazeiras (3) 1.Práticas de leituras

2.Escola Técnica Federal

3.Práticas sociais,

culturais e educacionais

Sem a indicação de

sujeito(s)

Sem a indicação de

sujeito(s)

Mulheres

Campina

Grande11 (11)

1.Infância;

2.Formação profissional

3.Educação primária

4.Colégio São José

5.Instrução cristã

6.Instrução cristã

7.UFCG;

8.Instituto Pedagógico

9. Escola Técnica

Redentorista

10. Grupo escolar

Apolônia Amorim

Formação feminina

Sem a indicação de

sujeito(s)

Sem a indicação de

sujeito(s)

Odila Araújo Pereira

(madre)

Odila Araújo Pereira

(madre)

Formação de professores

11 Há ainda duas dissertações de mestrado referentes a cidade/município de Campina Grande, orientadas por Antonio Carlos Ferreira Pinheiro, mas que foram defendidas no âmbito Programa de Pós-graduação em História. São elas: As Práticas e Representações Femininas no Protestatismo de Campina Grande: A Igreja Evangélica Congregacional (1927-1960), de Cleófas Lima Alves de Freitas, em 2010 e Civilizando os Filhos da Rainha, Campina Grande: modernização, urbanização e grupos escolares (1935 a 1945) de Maria Raquel Silva, em 2011.

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11. Colégio Sem a indicação de

sujeito(s)

Gênero

Sem a indicação de

sujeito(s)

Sem a indicação de

sujeito(s)

Cariri Paraibano

(1)

Pedagogia da higiene “Ensinava aos meninos”

Cuité (1) Ensino primário Sem a indicação de

sujeito(s)

Guarabira (1) Sem a indicação de uma

instituição

Sem a indicação de

sujeito(s)

Jacaraú (1) Vida profissional Neuza Medeiros Alves

Juazeirinho (1) Casas e instituições

escolares

Educadoras pioneiras

Lagoa de Dentro

(1)

Percurso da educação Antonia Coelho Pereira

Pombal (1) Infância e

disciplinamento

Dona Nenê

Princesa (1) Escolarização Sem a indicação de

sujeito(s)

Rio Tinto (1) Escola de Aprendizagem

Coronel Frederico Lundgren

Sem a indicação de

sujeito(s)

Sapé (2) 1. Pedagogia cultural

2. Prática educativa

Componentes da Liga

Camponesa

Componentes da Liga

Camponesa

São José da

Lagoa Tapada (1)

Memória “Professorinha”

Souza/São

Gonçalo (1)

Educação primária Sem a indicação de

sujeito(s)

Fonte: Quadro montado por Antonio Carlos Ferreira Pinheiro a partir das

informações contidas nos títulos dos trabalhos elencados nos quadros 1 e 2.

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Todavia, para além dos vieses que apontamos acima é importante salientarmos que

outros aspectos foram identificados tais como os referentes a infância, instituição religiosa,

movimento social, memória, a organização do ensino, a formação de professores e história

dos grupos escolares e a adesão do Estado as novas propostas da Escola Nova para adequar-

se as ideias de uma educação inovadora. Sobre a expansão do ensino, considerando

especialmente os limites de um município/cidade aqui destacamos o estudo de Advíncula

(2012) sobre Princesa e o de Barbosa (2012) sobre Alagoa Grande.

Outro aspecto que consideramos importante destacar é que do total de 31 estudos, 50%

são referentes a cidade/município de Campina Grande, mantendo, portanto, uma

característica que já havíamos percebido antes mesmo da criação do HISTEDBR-PB e da

Linha de Pesquisa História da Educação. A segunda cidade/município mais estudado é

Cajazeiras, que também se constitui um importante espaço de concentração populacional do

Estado da Paraíba.

Boa parte dos trabalhos foram construídos a partir do diálogo dos pesquisados com as

fontes consultadas tais como: jornais, livros escolares, leis, normas e regulamentos que

tratam da educação paraibana. Nesse sentido, a medida que analisamos esses trabalhos nos

apropriamos de informações importantes sobre o processo de constituição do campo da

história da educação da Paraíba, que ao longo desses últimos 25 anos foi se adequando a

novas perspectivas, objetos e dando destaque a sujeitos que até então haviam sido esquecidos

pela historiografia, ou seja, dando voz à mulheres educadoras, aos movimentos sociais, a

infância e as instituições escolares e educacionais, especialmente ao ensino primário.

Observamos nesses trabalhos também a preocupação em trazer um discurso que

contemple os diversos momentos e aspectos político, econômico e cultural desse processo de

expansão e consolidação da educação no estado. Independente do objeto de estudo, do

recorte temporal escolhido, os trabalhos fazem uma análise que contempla diversos

momentos desse processo de organização do ensino, problematizando, trazendo

contribuições teóricas que articulam e dialogam com o contexto histórico e sociocultural dos

objetos. Nessa perspectiva entendemos que: “A riqueza do diálogo das fontes com as teorias

é, portanto, a possibilidade de, além de problematizar a ambas, alterar as representações que

temos não só delas, mas também da própria pesquisa histórica”. (NUNES e CARVALHO,

205, p. 19).

Mesmo considerando essa indicação metodológica extremamente relevante, nos cabe

informar que em virtude da exiguidade de espaço que foi estabelecido para produção deste

estudo, não aprofundamos essa questão, qual seja: “diálogo das fontes com as teorias”.

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Entretanto, é possível indicarmos “grosso modo” que os referenciais teóricos

predominantemente encontrados nos trabalhos aqui elencados estão vinculados ao

movimento que ficou conhecido como Nova História Cultural, com ênfase nas questões das

representações segundo Roger Chartier. Mesmo assim, Pierre Bourdieu, Michel Foulcault,

Jim Sharp e E. P. Thompson foram teóricos que também abalizaram alguns estudos.

Considerações Finais

As reflexões aqui realizadas, nos possibilitaram mais uma vez ratificar a importância

das pesquisas e dos trabalhos que vem sendo realizados para a constituição do campo da

história da educação paraibana, ao mesmo tempo que revela ainda o incipiente número de

pesquisas sobre o interior (agreste, sertão) paraibano.

Tomamos como marco para o início deste estudo a década de 1930 uma vez que

Paraíba viveu um período de transformações e inovações no setor educacional, que hora

atendeu as necessidades de organização do estado, e hora respondeu as exigências das

reformas propostas por intelectuais da educação a exemplo dos pioneiros da Escola Nova.

Como destaca (PINHEIRO, 2002, p. 196), “nos anos de 1930, os ideais nacionalistas

passaram a ocupar um espaço na política econômica e social nunca antes visto, e para

difundi-los, o estado voltou a recorrer, de modo particular, a educação escolar pública.”

Um dado que nos chamou a atenção nos trabalhos aqui estudados foi a base

documental utilizada, especialmente os jornais. O uso desse tipo de fonte nos últimos anos

cresceu enormemente entre os historiadores da educação brasileira. A riqueza dessa fonte é

marcada pela sua diversificação de informações que possibilita termos acesso aos mais

variados discursos, sejam eles elaborados pelos governantes, por intelectuais e educadores.

Eles, os jornais, também nos oferecem o acesso aos regulamentos, leis e decretos para o

ensino, além de fornecerem informações não oficiais, nos permitindo assim nos

aproximarmos da cultura, da política e das questões sociais emergentes nos momentos de

suas publicações.

Ressaltamos ainda, que à medida que ampliamos os estudos de caráter historiográficos

adquirimos maiores informações sobre o próprio processo de constituição do campo

localmente, mas ao mesmo tempo como interface da consolidação da História da Educação

Brasileira.

A atuação dos pesquisadores vinculados ao HISTEDBR-PB, quanto aqueles que fazem

parte da Linha de Pesquisa História da Educação do PPGE/UFPB têm sido reconhecidos no

cenário nordestino e nacional, pela sua exuberância do ponto de vista quantitativo e

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qualitativo. Um exemplo disso pode ser verificado no recente estudo realizado por Medeiros

Neta e Paiva (2016, p. 46 - 47) sobre a produção de dissertações e tese nos programas de pós-

graduação do Nordeste.

Dos 20 Programas de Pós-Graduação na área de História da Educação, 14 apresentam dissertações e tese defendidas sobre história da educação – conforme pesquisa com filtro história da educação entre aspas. Em números absolutos foram os Programas em Educação da UFPB, da UPE, da UFC e da UFS que apresentaram os maiores quantitativos de trabalhos defendidos, sendo respectivamente: 40, 33, 17 e 17 dissertações e teses. (negrito nosso).

No tocante a história da interiorização da educação, mais especificamente sobre o

agreste e o alto sertão paraibano, conforme mencionamos anteriormente, muito ainda

precisa ser feito, uma vez que há ainda enormes lacunas que precisam ser superadas, tanto

em relação aos períodos colonial e imperial, quanto ao período republicano.

Assim, a investida preliminar nas sendas da história e da historiografia da educação

paraibana, nos permitiu compreender o processo de organização e importância dos grupos de

estudos e pesquisas para a construção dessa história. Pensamos que esse tipo de estudo, aqui

realizado também instiga e abre outras possibilidades para vislumbramos novos objetos e

novas problemáticas que adentrem a espaços territoriais, socioculturais e econômicos ainda

desconhecidos e que certamente guardam especificidades desconhecidas.

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