senar - relatório de atividades 2011

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SENAR - Relatório de Atividades 2011

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Depósito legal na CENAGRI, conforme Portaria Interministerial n.164, datada de 22 julho 1994, junto á Biblioteca

Nacional e SENAR-PR.

Esta publicação poderá ser reproduzida, por qualquer meio, desde que citada a fonte.

Catalogação no Centro de Editoração, Documentação e Informação Técnica do SEnar-Pr.

S462 Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Administração Regional do Estado do Paraná.

De olho no futuro / Serviço Nacional de Aprendizagem. Administração Regional do Estado do Paraná.

– Curitiba : SENAR-PR., 2011. – 84 p.

ISBN

1.Relatóriodeatividades.2.Agricultura-Paraná.3.Formaçãoprofissionalrural.4.Promoçãosocial.I.

Título.

CDU633/635

CDD630

IMPRESSO NO BRASIL – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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CURITIBASENAR-PR2011

De olho no futuroSERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURALAdministração Regional do Estado do Paraná

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Conselho Administrativo

Presidente

Ágide Meneguette

Membros Titulares

Rosanne Curi Zarattini

Wilson Thiesen

Darci Piana

Ademir Mueller

Membros Suplentes João Luiz Rodrigues Biscaia

Nelson Costa

Ari Faria Bittencourt

Marcos Junior Brambilla

Gerentes Denize L. B. de Souza

Gerência Administrativo/Financeiro

Elcio Chagas da Silva

Gerência Técnica

Henrique de Salles Gonçalves

Gerência Planejamento

Conselho Fiscal Sebastião Olímpio Santaroza

Luiz de Oliveira Netto

Jairo Correa de Almeida

Membros Suplentes Ciro Tadeu Alcântara

Lauro Lopes

Mario Plefk

Superintendente Ronei Volpi

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURALAdministração Regional do Estado do Paraná

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Fotos

Alfredo Jorge

Fernando Santos

Lineu Filho

Projeto Gráfico, Diagramação, Ilustrações e Capa

Alexandre Prado

Coordenação de Comunicação Social

Cynthia Calderon

Realização

Comunicação Social do Sistema FAEP

Textos

Christiane Kremer

Hemely Cardoso

Katia Santos

Oswaldo Petrin

Edição de Textos

Cynthia Calderon

Hélio Teixeira

Oswaldo Petrin

Revisão

Cynthia Calderon, José Carlos Gabardo,

supervisores e gerência técnica

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O relato de alguns casos de suces-so que tiveram origem nos cur-sos do Senar-Pr Paraná é uma

forma de retratar o impacto que nossa ins-tituição tem no meio rural. relatar todos eles daria uma colossal biblioteca. Cada um deles tem o condão de mostrar como o Senar-Pr Paraná atua e os seus resulta-dos positivos tanto para as famílias, como

para a economia e a sociedade. Há 18 anos o Senar-Pr vem cumprindo esse papel.

Difícil estabelecer um valor para a ação dos cursos do Senar-Pr no desenvolvimento do estado, mas certamente não tem sido des-prezível. ao contrário, temos a consciência de que nossa participação além de altamente positiva é também significativa.

Na vanguarda da capacitação

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Edito

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Basta mencionar que o Senar-Pr entregou mais de um milhão de certificados a trabalha-dores e produtores rurais que passaram por seus cursos de capacitação, além de promo-ver programas de grande importância social, como o agrinho, o Mulher atual e o Jovem agricultor aprendiz.

a leitura dos casos de sucesso e as estatísticas

no final da publicação são provas do acerto de nosso planejamento estratégico, cumprimen-to da função social e da disposição de procurar estar sempre atualizando nossos programas de tal forma que o Senar-Pr se mantenha na vanguarda da capacitação profissional rural.

Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP

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C ompletar 18 anos deu ao Senar-Pr em 2011 segurança para um balanço de suas ações revendo sua trajetória e repensando

o seu futuro. O planejamento estratégico, criado há dois anos, foi revisto trazendo novos programas e cursos mais densos tendo como preocupação a for-mação continuada.

O Senar-Pr capacitou 212.408 pessoas em 10.780 cursos em 2011, tanto na área de formação profissio-nal rural quanto em promoção social. números que mostram a consolidação do Senar-Pr nos 399 muni-cípios paranaenses e lhe conferem a liberdade de alçar novos voos em busca de projetos inovadores sempre na dianteira da história.

Mudanças que acabaram reverberando como uma pedra jogada no lago, atingindo a todos que direta ou indiretamente se relacionam com o Senar-Pr. Foi o que aconteceu quando o planejamento estratégico foi repensado e o Plano estratégico de Mobilização (PeM) passou a influenciar todos os setores envolvido com

agricultura nos municípios que foram convidados para discutir os cursos. em muitos casos, essas reuniões contribuíram para melhorar a maneira como o municí-pio pensa seu planejamento.

Para executar um plano de trabalho baseado na rea-lidade, o primeiro passo do Senar-Pr foi a realização de uma pesquisa com os seus clientes. Sindicatos e pro-dutores foram consultados e o resultado atestou que o caminho que está sendo trilhado é correto: temos que continuar investindo em pessoas.

não é a toa que para 2012 estão previstos cursos voltados a gestão: da propriedade, de pessoas etc. pois os desafios são permanentes. O aumento da compe-titividade, a modernidade da agricultura com uma produção cada vez mais tecnificada exigem programas mais consistentes, focados nas cadeias produtivas, que levem a profissionalização com o conhecimento o mais abrangente possível da área escolhida. O planejamento prevê menos volume e mais carga horária. não é uma ruptura, mas a preocupação em inovar atendendo a

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exigência de tecnologia e educação continuada.Seguindo este pensamento, um dos desafios para

2012, é a requalificação dos profissionais do agrone-gócio como por exemplo a mudança do perfil dos pro-fissionais do setor sucroalcooleiro. Grande parte dos trabalhadores serão requalificados nos próximos anos.

agricultura de precisão é uma das novidades dispo-nível a partir do próximo ano. O objetivo é fornecer ao produtor rural práticas mais eficientes com a gestão de todo o processo produtivo.

acompanhando as mudanças ocorridas no mundo e a importância que a internet adquiriu, em 2011 o Se-nar-Pr iniciou projetos piloto de educação à Distân-cia (eaD), desenvolvidos dentro do Programas agri-nho, empreendedor rural e Metodologia de Formação Profissional rural.

Foram duas turmas com quase 50 participantes ao todo de instrutores que ingressaram no Sistema e tive-ram capacitação em formação pedagógica..

Os instrutores do empreendedor rural tiveram

uma capacitação específica. assim como os egressos do Programa empreendedor rural concluíram sua primeira turma.

no agrinho foram mais de dois mil professores das redes pública e privada de ensino do Paraná, em 94 tur-mas, participaram do projeto de eaD. Para 2012, a pro-posta é ampliar as vagas e consequentemente atender um público maior.

nessa mesma onda de reverberação, com uma atuação mais conjunta entre os parceiros, públicos e privados, nasceram três projetos-piloto que estão em andamento, durante o Fórum dos Promotores do agro-negócio Parananese.

Quando pensamos nossos cursos o fazemos de for-ma a contribuir para que o trabalhador e o produtor rural planejem seu negócio. Tudo isso de olho na for-mação integral da família rural buscando a melhoria da qualidade de vida e o pleno exercício da cidadania.

Ronei Volpi, Superintendente do SENAR-PR

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R-PR Desenvolver ações de

Formação Profissional e

atividades de Promoção

Social voltadas para a família

rural, contribuindo com sua

profissionalização, integração

na sociedade, melhoria da

qualidade de vida e pleno

exercício da cidadania.

Ser reconhecida

como uma Instituição

de referência pelo

dinamismo, pela

criatividade e qualidade

de suas ações de

formação.

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Adrianópolis

• Adrianópolis • Agudos do Sul •

Almirante Tamandaré • Antonina •

Araucária • Balsa Nova • Bocaiúva do

Sul • Campina Grande do Sul • Campo

do Tenente • Campo Largo • Campo

Magro • Cerro Azul • Colombo •

Contenda • Curitiba • Doutor Ulysses

• Fazenda Rio Grande • Guaraqueçaba

• Guaratuba • Itaperuçu • Lapa •

Mandirituba • Matinhos • Morretes

• Paranaguá • Piên • Pinhais •

Piraquara • Pontal do Paraná • Quatro

Barras • Quitandinha • Rio Branco do

Sul • Rio Negro • São José dos Pinhais

• Tijucas do Sul • Tunas do Paraná

Curit

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D urante anos, a pequena adrianópolis, no Vale da ribeira, viveu da exploração de um mineral que levou riqueza a poucos

e deixou uma infeliz herança a muitos: o chumbo. ao fechar suas portas em 1995 a mineradora Plum-bum levou as poucas alternativas de trabalho no município.

Foi a agricultura, segundo o Instituto Paranaen-se de Desenvolvimento econômico e Social (IPar-DeS) que gerou r$ 79,1 milhões de Valor Bruto nominal da Produção agropecuária em 2010 no

município de 6.374 habitantes (IBGe 2010). Como a topografia da região é difícil, onde, segundo seus habitantes “se planta no tiro e se colhe no laço”, o preço baixo da terra atraiu grandes reflorestamen-tos, usuário de pouca mão de obra. É em busca de alternativas que o Senar-Pr mantém uma par-ceria com a Prefeitura capacitando pequenos pro-dutores rurais para participarem de dois projetos: “Célula do Mel”, que envolve 18 famílias, que vivem da agricultura de subsistência e “arte em ação”, voltado para o artesanato.

Promoção social e renda para pequenos agricultores

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O projeto do mel foi lançado em outubro de 2009, 38 famílias aderiram, com o tempo o núme-ro diminuiu, mas a produção dobrou: de 4,8 mil quilos em 2010 para 9.000 quilos em 2011. Toda a produção já foi comercializada com a associa-ção Paranaense de apicultores (aPa). “Pra gente o que importa é a continuidade do trabalho. as famílias que continuam descobriram sua afinida-de”, revela a secretária municipal de assistência Social, Karoline Crevelin.

a cada três meses, o instrutor do Senar-Pr re-toma os encontros para ajustar a técnica de pro-dução do mel e repassar novos procedimentos e informações. “Foi uma estratégia que precisamos adotar, pois repassar um grande volume de infor-mações de uma só vez, não haveria assimilação e provocaria desistências. assim, os encontros fun-cionam como acompanhamento, supervisão e con-seguimos manter o vinculo”, completa Karoline.

Participam do projeto do mel cinco produtores de cinco comunidades: Laranjal, Varginha, Tatupe-va, João Surá e Colônia Sete Barras. a Prefeitura garante a entrega da produção na sede da aPa, que

faz a pasteurização e certificação federal do mel. O município também colabora com o transporte dos produtores para eventos de comercialização fora da cidade. O quilo do mel produzido em adrianópolis é vendido a r$ 8,00.

‘Meio nervosinhas’a OnG SOS ribeira também é parceira e repas-

sou um subsídio de r$ 15 mil para o programa, que foram aplicados na compra de centrífugas, maca-cões, botas, peneiras, desperculador (um tipo de garfo usado para raspar as paredes das colméias), baldes e bacias.

O casal rosa rodrigues, 59 anos e antonio Bor-ges de Lima , 63 anos, da comunidade Tatupeva, está investindo tudo na nova atividade, iniciada com três caixas de abelhas, hoje está com oito e pretende chegar a 16 caixas.

“Gosto de lidar com abelhas, elas são meio ner-vosinhas, mas eu gosto. elas não tiram o tempo da gente, dá para conciliar outras atividades, o impor-tante é cuidar todo dia”, revela “Seu Toninho”.

as abelhas embalam o sonho do casal em mo-

O mel vai garantir a realização do sonho de independência de Dona Rosa e “Seu Toninho”

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rar numa chácara própria de 37 hectares, cravada no meio de um dos morros que cercam a região. “Quero transformar o mel na base da minha renda e para isso preciso produzir mais”, diz.

além da esposa, ele conta com o apoio técnico do filho Celso de almeida Lima, 30 anos, formado há dois em agronomia pela Universidade Federal do Paraná. “ele é o primeiro da família a ter diplo-ma é um orgulho pra gente”, conta a mãe.

Vencendo o medo ao embarcar na apicultura, Georgina Taborda

teve que vencer o primeiro desafio: o medo de abe-lhas. “antes a gente lidava só com a lavoura, mas enxerguei uma oportunidade nova. no dia do cur-so, quando eles abriram as caixas, deu um medo quando veio aquele enxame”, diz.

ela já perdeu o medo das abelhas, agora seu alvo são as formigas. Quando começou seu projeto, ela formou cinco caixas, mas as formigas liquidaram duas delas. e ela fornece uma receita: “Para atrair mais abelhas, lavo as caixas novas com uma mis-tura de álcool, própolis e capim-limão. O resulta-

do é certo”, afirma, que é “freguesa” dos cursos do Senar-Pr (ervas medicinais, produção artesanal de alimentos - peixe e fruticultura).

Arte em ação Famílias incorporadas ao Programa Bolsa Famí-

lia, do governo federal, participam do projeto “arte em ação”, da Prefeitura. São 40 agricultoras e donas de casa que trabalham com matéria-prima abundan-te na região - fibra de taboa e de bananeira.

neste projeto as mulheres aprendem a extrair da natureza o material de trabalho e tratar as fibras. São mais de dez técnicas diferentes de cestaria (xadrez, coladinha, trança de quatro, de nove, etc.) e a cada en-contro são mesclados os trançados e aperfeiçoados.

a estratégia do município para manter as mu-lheres no projeto são cursos trimestrais. “Ficamos empolgadas com a presença constante da instruto-ra. a cada encontro podemos avaliar nossos avanços e progressos”, diz Maida Ferreira ribeiro de Lima, viúva, mãe de dois filhos e moradora da comunidade Porto Velho, a 35 km do centro de adrianópolis.

“arte em ação” já resultou em cinco cursos e

Karoline: Com o SENAR-PR encontramos uma estratégia de trabalho Georgina Taborda: “Enxerguei uma oportunidade nova com o mel”

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quatro viagens (Florianópolis (SC), Iguape e Itaóca (SP) e Curitiba) para comercialização. a viagem é patrocinada pela prefeitura que também dá espa-ço na feira de natal. “estamos negociando com o Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar) para que o grupo tenha um espaço permanente de exposição e venda na sede da instituição”, diz a se-cretária municipal de assistência Social.

além da geração de renda, a participação no gru-po permite que as integrantes deem os primeiros passos do associativismo. “estamos organizando nossa associação, porque o trabalho em grupo ani-ma. Quando tento trabalhar sozinha acabo ‘brigan-do’ com a fibra. Vamos partir para novos produtos como bambu e argila. e claro, contamos com o Se-nar-Pr”, conta Celina de Lima.

na ‘Comunidade das Moças’, distante 40 km do centro da sede do município, a líder comunitária Maria aparecida Santos de Pontes, 53 anos, afirma que foi com o Senar-Pr que aprendeu a aproveitar a bananeira de várias formas. “antes a gente cor-tava os cachos e jogava o resto fora. agora não, a gente aproveita também o ‘tronco’ de onde tiramos

a renda e a fibra”, explica.Como líder, Maria aparecida quer negociar com

a prefeitura a extensão do curso de bambu para os meninos da comunidade, mas para isso é necessá-ria a compra de ferramentas. “Queremos trabalhar com a produção de móveis e para isso queremos os jovens daqui fazendo as estruturas. assim teremos trabalho para todo mundo”, finaliza.

entre tapetes, jogo americano, esteiras, cestas, fru-teiras, chapéus, pufes e chaveiros o produto mais pro-curado e vendido é o chapéu. ele pode ser trançado ou costurado misturando taboa e fibra de bananeira.

Moradora do bairro dos roques de adrianópo-lis, Zeni Terezinha Freitas Pedrosa, 46 anos, viu no curso de artesanato um estimulo para sua volta à escola. “na primeira feira em que participei, cortei um dobrado para fazer o troco da freguesia. recebi uma encomenda grande de chapéus e podia ter ga-nho mais se soubesse fazer bem as contas, por isso voltei a estudar. Fiz a educação de Jovens e adultos (eJa) até a 4ª série e agora estou me preparando para fazer a prova da 5ª série. Tenho unido o útil ao agradável”, finaliza.

Pequenas agricultoras em mais um curso de cestaria na comunidade rural “Comunidade das Moças”

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Castro uma referência em leite

C olonizado em cima do rastro de animais, o município de Castro (67.084 habitantes IBGe 2010) foi passagem obrigatória para

os tropeiros que iam de Viamão, no rio Grande do Sul, até Sorocaba em São Paulo. O clima subtropical na região dos Campos Gerais e as grandes pastagens foram os atrativos para a colonização que edificou a terceira cidade mais antiga do estado, em 1778.

entre os anos de 1951 e 1954, famílias holandesas chegaram a Castro com as ferramentas do seu país, tratores, implementos agrícolas e animais. Formou-se a colônia e a Cooperativa Castrolanda.

nas mais de 90 comunidades espalhadas, entre elas , Socavão, Tabor, abapan, Tronco, São Luiz do Machado, Serra do apon, Imbuial, Guararema, Cerca-do, Lago, Pedras, Fundão e aparição, a topografia do município apresenta duas características. De um lado

está a Castrolanda, com grandes propriedades pla-nas que concentram a atividade leiteira, soja, milho e feijão. Do outro, áreas pequenas e ondulada, onde a maioria pratica a agricultura familiar.

as terras planas foram o chamariz para a imigração holandesa que contribuiu para o desenvolvimento da atividade leiteira, carro-chefe da economia castrense. Dados divulgados pelo IBGe mostram que a produ-ção atingiu 181milhões de litros de leite em 2010 - a maior bacia leiteira do país. ao lado do leite, aparece o binômio soja e milho, com 79 mil hectares e 27 mil hectares, respectivamente. as lavouras de feijão e ba-tata somam 15 mil hectares e 1.710 hectares.

a Secretaria de agricultura estima que 350 famílias vivem da agricultura familiar. e é neste cenário que atua o Sindicato e o Senar-Pr, levando o conhecimen-to e qualificação a trabalhadores e produtores rurais.

Castro

• Arapoti • Carambeí • Castro • Imbaú

• Ipiranga • Jaguariaíva • Ortigueira •

Palmeira • Piraí do Sul • Ponta Grossa

• Porto Amazonas • Reserva • Sengés

• Telêmaco Borba • Tibagi • Ventania

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ParceriasHoje, com 300 filiados, o sindicato tem parceiros

como a Castrolanda, a Cooperativa União Castrense, a Fundação Hideo Kayano, a Fundação aBC e a Prefei-tura. Há três anos, o Sindicato e a prefeitura firmaram uma parceria para promover o desenvolvimento so-cial. através do Programa Formação Continuada, es-tão levando os cursos do Senar-Pr às comunidades. “O Senar-Pr é o melhor parceiro para atingir todos os públicos. Sem contar que os cursos estão abrindo oportunidades para os jovens”, avalia a coordenadora, Jovane ruppel. Segundo ela, uma média de três cur-sos são realizados ao mês e os mais procurados estão na área de alimentação. a prefeitura banca a alimen-tação e o transporte.

além da prefeitura, há 10 anos a Cooperativa Castrolanda é uma parceira ativa do Senar-Pr. a cooperativa mais rentável do Brasil, atualmente, mantém 725 associados, desse total, 270 trabalham na área leiteira. Para ser um associado, a cooperativa usa como pré-requisito os cursos na área de bovino-cultura de leite. “O produtor precisa de capacitação. O Senar-Pr é o agente do desenvolvimento no campo,

sem qualificação não há como permanecer no merca-do”, avalia o presidente da cooperativa, Franz Borg. Somente neste ano foram realizados 18 cursos em parceria com a cooperativa.

PanificaçãoO curso de panificação mudou a realidade de um

grupo de agricultoras da associação dos agricul-tores Familiares das Colônias Iapó e Santa Clara. Desde maio de 2011, Célia Paula Kremer, 48, Maria roseli Kachineski, 43, Lúcia Krevei, 50, Terezinha Krupniski, 49, e Catarina Silva, 39, vendem bola-chas, pães e bolos através do Programa de aquisi-ção de alimentos (Paa) à merenda escolar do mu-nicípio. a compra é garantida pela prefeitura com a capacitação do Senar-Pr.

as agricultoras viviam apenas da agricultura de subsistência, ou seja, consumiam o que plantavam e vendiam o que sobrava na lavoura. Incentivadas pela Secretaria da agricultura, encontraram no Senar-Pr um forte alicerce para aumentar o orçamento familiar. elas acumulam cursos de conservas caseiras, jardi-nagem, agricultura orgânica e panificação. após a ca-

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Curso de Eletricista no CTP As mulheres da panificação

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pacitação decidiram montar uma cozinha na Toca do Preá, a 18 km de Castro. Cada integrante comprou um equipamento. as despesas com os ingredientes são di-vididas. “O curso de panificação abriu uma porta na nossa vida”, comemora Lúcia Krevei, que está pagando as prestações de uma estufa para pães.

Pensando a frente no Sítio São Luiz, a 40 km de Castro, o produtor

edson roni Milas, 44 anos, dá exemplo que a capaci-tação profissional é o grande diferencial no gerencia-mento da propriedade. Há cinco anos, ele realizou o curso de bovinocultura de leite no Centro de Treina-mento para Pecuaristas (CTP) em Castro. De lá para cá, muita coisa mudou no sítio. ele conta que antes do curso, a produção envolvia cinco vacas e uma média de 80 litros de leite ao dia. “Quando comecei o curso não sabia o que era mastite”, recorda. Hoje a proprie-dade só acumula bons resultados. Com 23 animais e ordenha mecânica, a produção atinge 525 litros/dia. “Tudo que aprendemos podemos aplicar na prática, basta ter vontade”, avalia. Os bons frutos colhidos são visíveis, ele está terminando de construir a sua casa.

Distrito de Socavãoa 46 km de Castro, a parceira entre a comunidade

de Socavão e o Senar-Pr proporcionou novas oportu-nidades. Uma parceria entre o Sindicato e o Centro de referência de assistência Social (CraS) está mudando o perfil do distrito de 12 mil habitantes. a região apre-senta um relevo ondulado, onde a lama e a poeira com-põem a conexão ao maior centro comercial de Socavão. a coordenadora do CraS, Maria de Fátima Barth an-tao conta que a parceria com o Senar-Pr contribuiu no desenvolvimento das pequenas propriedades que se concentram em Socavão. É o caso do agricultor antônio Carlos Lopes de Oliveira, 45, que vive na comunidade Imbuial. no Sítio rodeio, de dois hectares, engorda 30 cabeças de gado, um casal de cabritos e sete carneiros. nos últimos meses a propriedade ganhou uma horta com batatas, batata-salsa, repolho, cenoura, brócolis, couve-flor, alface, cebolinha e salsinha. O novo cenário se concretizou depois que ele fez o curso Trabalhador na agricultura Orgânica em 2010. “Tinha muita coisa que não sabia fazer, como a semeadura e a adubação”, lembra. Hoje ele está inscrito no Paa e toda a sua pro-dução vai para a merenda escolar.

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O produtor Edson Roni Milas em sua nova casa Antônio Carlos Lopes de Oliveira

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Tecendo lãUm grupo de sete agricultoras na região de Gua-

rarema, a 33 km de Castro, encontrou na lã de car-neiro uma forma de aumentar a renda. a ideia surgiu em outubro do ano passado, quando elas participa-ram do curso de artesanato em Lã de Carneiro do Senar-Pr no Centro de Treinamento para Pecua-ristas (CTP). O grupo formado por Cassimira Kalez de Oliveira, 56, Célia Maria alves Soares, 53, Maria eni alves Oliveira, 42, Benedita de Fátima Martins, 37, Sueli de Oliveira, 34, Sirlete Camargo ribeiro, 43, e Maria Leoni nunes, 52, confecciona edredons, mantas, tapetes, fios e panos.

as mulheres vivem da agricultura de subsistên-cia. Como moram na mesma comunidade, desde ou-tubro, elas se reúnem duas vezes por semana na pro-priedade de Cassimira, braço forte do grupo. em um pequeno espaço instalado no galpão da Chácara Ma-ciel, cada integrante trabalha com uma ferramenta, que se divide entre cardadeira manual, cardadeira de tambor e uma roca para fazer a fiação de lã. a maté-ria-prima é comprada em Castro e é toda lavada para retirar a sujeira e gordura. Depois de seca e separada,

a lã é penteada por duas pás de madeiras (chamadas cardas), que contêm dentes de metal inclinados. O equipamento, onde a lã passa por repetidas escova-das, exige muita habilidade. “Minha mão chega a doer de tanto cardar a lã”, descreve Benedita.

O carro-chefe das vendas do grupo é o edredom. Para uma coberta de casal é preciso cardar 2,5 kg de lã. Quando o trabalho é manual leva dois dias para ficar pronto. “Usando a cardadeira elétrica dá para fazer dois edredons por dia”, compara Cassimira. Por enquanto, elas se viram com a carda manual, já que o equipamento, que custa r$ 3,8 mil, ultrapassa o orçamento do grupo.

apesar das dificuldades, o grupo se mantem uni-do e com planos para expandir a produção. “a vi-zinhança comentou que não iriamos à frente, mas continuamos lutando”, declara Célia, promovida a vendedora do time.

Cada uma delas possui uma função, por exemplo, Cassimira cuida da contabilidade. Desde o ano pas-sado, o grupo já fez 26 edredons de casal. Todo o di-nheiro que entra é dividido entre as sete integrantes. “nós estamos em busca de mais mercado”, avisa.

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Célia, Eni Sueli e Cassimira

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B oa parte dos municípios da região Sul do Paraná teve suas origens no chamado Campos de Palmas, que no passado foi

militarizado devido sua proximidade com a frontei-ra argentina. Os extensos pinheirais que domina-vam essa região compuseram o ciclo econômico da madeira, posterior à exploração da erva-mate, que ainda viceja na região.

a chegada de colonos europeus e os constantes bloqueios legais provocados pela legislação am-biental reduziram o extrativismo substituído gra-dualmente por florestas homogêneas. Com clima muito frio e relevo muito acidentado General Car-neiro busca alternativas para que a economia en-contre seu rumo e os habitantes trilhem o caminho da prosperidade e melhor qualidade de vida.

Mesmo sem ter Sindicato rural, General Carnei-ro, distante 274 quilômetros da capital, é um exem-plo de parceria forte e mobilização de produtores e trabalhadores rurais que participam dos cursos do Senar-Pr. a associação Comercial, Industrial e agropecuária de General Carneiro (aCIaG) é refe-rência no município em mobilização.

General carneiro exemplo de parceria e mobilização

General Carneiro

• Antônio Olinto • Bituruna • Cruz

Machado • Fernandes Pinheiro •

General Carneiro • Guamiranga •

Imbituva • Inácio Martins • Irati

• Ivaí • Mallet • Paula Freitas

• Paulo Frontin • Porto Vitória •

Prudentópolis • Rebouças • Rio

Azul • São João do Triunfo • São

Mateus do Sul • Teixeira Soares •

União da Vitória

Irati

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Há 10 anos o município quase foi interditado pela Secretaria da agricultura e do abastecimento do Paraná (SeaB) devido à disseminação da ves-pa-da-madeira (Sirex noctilio) nas plantações de pinus. O fato resultou na criação do Fundo de De-senvolvimento Florestal de General Carneiro, que mostra a parceria entre pequenos, médios e gran-des produtores rurais que se uniram para comba-ter a praga.

O presidente do Fundo, Sinval Gaiovis, que também é presidente da aCIaG, afirma que o Se-nar-Pr tem um papel fundamental no desenvol-vimento da produção da madeira na cidade. “Por ano realizamos junto com o Senar-Pr 25 cursos só na área da madeira”, conta.

no segmento madeira o Senar-Pr oferece vários cursos que vão desde Trabalhador na Ope-ração e na Manutenção de roçadeiras, Tratores, Motoniveladoras (patroleiro), Motosserra, na aplicação de agrotóxicos, reflorestamento (ma-tas Homogênas) até a administração de empresas agrossilvipastoris.

“Um dos primeiros resultados dos cursos foi a

diminuição do número de acidentes de trabalho. Oitenta por cento dos nossos funcionários já fez os cursos do Senar-Pr”, revela Marcio Metelski, encarregado administrativo da Madepar agro-florestal.

a Madepar é uma empresa que administra fa-zendas próprias e produz papel reciclado, lamina-dos melamínicos para móveis e construção civil e adesivos. atualmente a empresa mantém proprie-dades nos estados do Paraná, Santa Catarina e Bahia e escritórios em São Paulo e Paraná.

“O conteúdo é muito bom. Trabalho aqui des-de 1984, mas foi no curso que aprendi a regular o cinto que prende a máquina. na prática isso polpa minha coluna vertebral e significa mais segurança e saúde”, diz Marcio Costa, que fez o curso de Trabalhador em manutenção e operação de roçadeira.

na serraria Madegal os funcionários também estão sendo capacitados. O proprietário Ivan Da-chery afirma que os cursos ajudaram a aumentar a segurança pessoal e a diminuir a rotatividade dos empregados. “eles se sentem motivados porque

Irati

Márcio Costa aprimorou a técnica de operação no curso do SENAR-PR SENAR-PR e ACIAG promovendo a integração dos produtores

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estamos investindo neles. Depois do curso eles fi-cam 100% melhores tanto em preparo como em motivação”, diz.

Juceli Lopes de Lima fez o curso de Trabalha-dor na Operação e Manutenção de Motosserra. ele trabalha com madeira há 20 anos e afirma que aprendeu no curso do Senar-Pr novos cortes de madeira.

O produtor Vilmar rotta cultiva madeira e ex-trai erva-mate nativa. Com a expansão do merca-do pela erva-mate ele foi buscar qualificação para o cultivo e a extração.

“Há dois anos estou plantando novas mudas e meu investimento maior é na cultivar Cambona 4, da embrapa. a vantagem de cultivar é que com dois anos você pode fazer um pequeno desbaste, até a árvore, com seis anos, alcançar a idade adul-ta. nestes intervalos você tira o investimento ini-cial”, explica rotta.

ele destaca que no curso do Senar-Pr o pro-dutor não aprende só cultivo, adubação e poda. “Conhecemos também a parte legal da atividade, isso traz mais tranquilidade”, finaliza.

Outro produtor rural que foi buscar qualifica-ção no Senar-Pr foi José Valdir de almeida, além de lidar com gado de corte, ele mantém uma in-dústria de erva-mate em General Carneiro.

almeida levou com ele quatro funcionários para a qualificação. “assim eles dividem as informações tanto com os produtores de quem compramos a erva-mate, como com os colegas. Mas minha in-tenção é que mais funcionários façam este curso”, completa.

Tirando leite de ‘pedra’em 2008, General Carneiro passou a integrar

o programa do governo federal de Territórios da Cidadania que tem como objetivo promover o de-senvolvimento econômico. e com isso mais uma alternativa de renda chegou para os pequenos produtores rurais.

Flavia Valkiu, 32 anos, aproveitou a oportuni-dade e investiu tudo que pode trocando a produ-ção de verduras pelo leite. ela usou os cursos do Senar-Pr como trampolim para se preparar e en-carar o novo desafio. a produtora participou dos

Irati

Produtor investindo no cultivo da erva-mate Almeida dividindo informações com os produtores de erva-mate

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cursos de Manejo de Bovino de Leite, Ordenha Mecânica, Inseminação artificial, empreendedor rural, Mulher atual e Panificação.

“Com os cursos do Senar-Pr pude não só aprender técnicas para lidar com o gado leiteiro, mas aprendi a planejar. Hoje uso o curso de pa-nificação para fornecer produtos para o programa Compra Direta da merenda escolar e assim garan-tir renda para o sustento da família’, conta.

Flavia tem 40 animais e 11 em lactação. Sua propriedade de 24 hectares é quase toda de ter-reno ondulado. “Só tenho 2% da área para plan-tar de forma mecanizada e uso este espaço para produzir milho e garantir a silagem. Meu grande desafio é corrigir o solo e aumentar a área de pas-tagem”, diz a produtora que também é presidente da Bom Leite - associação dos Produtores de Leite de General Carneiro.

a associação reúne 15 dos 27 produtores do município. Flavia divide o trabalho na proprieda-de com seus pais e a irmã mais nova. Mesmo com as grandes dificuldades Flavia sabe que precisa melhorar muito sua produção. “atualmente rece-

bemos r$ 0,60 centavos por litro de leite, por isso temos que investir em qualidade. Precisamos tam-bém de um laticínio na região. Isso sim traria mais competitividade para o setor”, argumenta.

assim como Flavia, Marilda De Borba aprovei-tou a oportunidade e trocou a produção de frutas, que sofre muitas perdas com o clima frio, pelo di-nheiro certo do leite. na pequena propriedade de 48 hectares ela chegou a ter um pomar com 1,6 mil pés. Hoje mantém apenas 80 pés de ameixa para variar um pouco.

Marilda tem 17 vacas e 10 em lactação, que pro-duzem, por dia, 110 litros. O manejo dos animais é dividido com o filho Gustavo e o marido Jandir. ela também fez os cursos do Senar-Pr para se preparar para a nova atividade.

“Com o Senar-Pr aprendi que o planejamento é tudo em qualquer coisa que a gente faça. Hoje tenho na cabeça que preciso garantir na minha propriedade o pasto permanente. É ele que vai garantir a produção e tranquilidade financeira. Só depois é que vou aumentar o número de animais”, finaliza.

Irati

Flávia aprendeu com os cursos do SENAR-PR a planejar Marilda trocou as frutas pelo leite

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P inhão, no Centro-sul do estado, é daque-les municípios onde o esforço - para que o urbano e o rural se desenvolvam em

sintonia - precisa ser intenso e articulado. afinal, dos mais de 30 mil habitantes, 14.9 mil estão no campo (IBGe, 2010) e, mesmo com uma distribui-ção territorial equilibrada, é o campo que move a economia local.

a receita bruta gerada pela safra 2009/2010 foi acima dos r$166 milhões. Destaque para o trio soja-trigo-milho, seguido da cevada, aveia, feijão e batata. a pecuária concentra bovinos, caprinos, ovinos, suínos e aves. Completam o PIB rural a sil-vicultura e o extrativismo vegetal.

agricultura e pecuária ainda carecem de ações para que as pequenas propriedades se desenvol-vam de forma sustentável. Há duas situações dis-tintas. De um lado, em terrenos planos, está a região de Campos, que concentra médios e gran-des produtores de grãos e gado. Já em relevos, ao sul do município, estão os faxinais com pequenos produtores e três assentamentos do Incra: Cacho-eirinha, rocio e Silvérios. nas propriedades de 10 a 50 hectares a maioria pratica a agricultura de subsistência.

a Secretaria Municipal de agricultura, Pecuá-ria e Meio ambiente de Pinhão estima que 80% da população são de pequenos produtores. Para esse público foram criados programas de geração de renda pois, como reforça o secretário João Pedro Kitcky, “não basta manter o produtor no campo, é preciso dar condições para que explore bem a propriedade”.

a vocação rural, ainda forte, justifica-se por sua história narrada pelo pinhãoense renato Ferreira Passos, de 76 anos, em “O Pinhão que eu conheci. episódios Históricos”, da década de 90. Segundo o autor, o “Pinhão” evoluiu de região de “pistoleiros”, movida pela agricultura de subsistência, enquanto ainda era vila, passando pelo forte ciclo madeira até chegar à cidade que hoje busca o desenvolvimento mútuo do urbano e rural.

É nessa empreitada que o Senar-Pr vem sendo parceiro do município. Desde que começou a atuar, permitiu que todos os setores da sociedade apon-

Transformando as sementes de pinhão

Planejamento estratégico

Pinhão

• Campina do Simão • Candói •

Cantagalo • Diamante do Sul •

Espigão Alto do Iguaçu • Foz do

Jordão • Goioxim • Guaraniaçu •

Guarapuava • Laranjal • Laranjeiras

do Sul • Marquinho • Nova

Laranjeiras • Palmital • Pinhão •

Porto Barreiro • Quedas do Iguaçu

• Reserva do Iguaçu • Rio Bonito do

Iguaçu • Turvo • Virmond

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tassem suas necessidades e avançou em sua missão original de qualificação rural.

Um novo ciclo da madeiraa história da madeira está ligada à quantidade

de pinheiros na região. não por acaso, o municí-pio foi batizado como tal. na década de 50, essa abundância atraiu uma indústria que entraria para a história como a responsável pelo progresso (mas também pelo desmatamento).

atualmente, o controle do desmatamento e a ênfase à exploração sustentável da madeira – que faltou aos primeiros madeireiros – estão na pauta de ações da prefeitura. O Programa Floresta Legal Solidária é um exemplo. Iniciado em 2009, leva al-ternativa de renda para os produtores que vivem em áreas de relevo irregular, impróprias para o cultivo mecanizado e nas quais o extrativismo da araucária e da erva-mate é, historicamente, o prin-cipal fator econômico.

através das 38 associações de produtores, o mu-nicípio selecionou 46 famílias interessadas em in-vestir no plantio de eucalipto. Doou as 146 mil mu-

das iniciais e forneceu adubo e assistência técnica. atualmente, o programa conta com outras 150 fa-mílias e mais de 600 mil mudas plantadas.

Mesmo em estágio inicial, a ideia do plantio de eucalipto é trazer indústrias. “Quando elas chega-rem já teremos uma grande floresta”, diz o secre-tário da agricultura. Hoje, algumas cooperativas de grãos compram lenha dos reflorestadores. “Um alqueire de eucalipto para lenha rende em torno de r$50 mil”, completa Kitcky, ressaltando, no entanto, que leva seis anos para a árvore ser apro-veitada.

O eucalipto não será usado apenas para corte. a produção de óleos essenciais é a segunda al-ternativa. O engenheiro florestal Carlos roberto Vargas informa que a prefeitura está investindo em máquinas de extração de óleo por arraste a va-por. Segundo ele, 100 quilos de folhas de eucalip-to, rendem 1 litro de óleo, que é vendido a U$ 350. “Vamos aproveitar as folhas na hora do desbaste”, diz Vargas.

nessa história toda, o Senar-Pr é o ponto inicial do programa. Um dos pré-requisitos para

Guar

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Secretário da Agricultura, João Pedro Kitcky: é preciso dar condições para que o produtor se mantenha no campo

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iniciar na plantação florestal é participar de dois cursos de formação específica para atividade: Tra-balhador em reflorestamento (matas homogê-neas) e Trabalhador na aplicação de agrotóxicos (formigas cortadeiras). “a formação do produtor é essencial para uma boa produção. Sem conheci-mento não tem como fazer certo. É por isso que quando o projeto foi iniciado já pensamos no Se-nar-Pr”, diz Kitcky.

Na práticaTer participado das capacitações de fato fez a

diferença na plantação de eliseu rodrigues Bue-no, de 25 anos. na primeira leva que plantou, em sua propriedade na comunidade de Cachoeirinha, sem ter feito o curso, perdeu 2.200 pés, dos três mil cultivados. “Sem dúvida as orientações do ins-trutor fizeram a diferença”, avalia o produtor, que hoje mantém 11.800 pés de eucalipto em pleno desenvolvimento.

É como se fosse um “antes” e “depois”. Segundo o técnico da prefeitura Maicon Capelleti, as covas mais recentes foram bem feitas e o tamanho das

plantas é satisfatório. Como o espaçamento deixa-do entre as covas foi correto, o produtor está culti-vando milho entre as linhas de eucalipto.

a plantação de alceu Miranda, 38 anos, comu-nidade de Cachoeirinha, é outro exemplo. O con-trole das formigas cortadeiras está dando certo porque aplicou todo o conhecimento adquirido no curso. “Levei isto a sério depois do curso. Vi-mos que se abusarmos das cortadeiras perdemos tudo”, conta.

Poupança verdeO agricultor João Batista da Cruz, de 62 anos,

não conhecia o manejo do eucalipto. na proprie-dade de 16,5 alqueires, sempre teve gado e horta. Com o Programa Floresta Legal viu que poderia diversificar e, melhor ainda, fazer uma “poupança verde” para o filho Umberto e para os netos. nos cursos do Senar-Pr aprendeu a preparar a terra, fazer a cova de tamanho adequado e controlar as formigas.

a plantação florestal foi feita já no primeiro ano do projeto, com duas mil mudas. Hoje, após duas

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Alceu Miranda: curso alertou sobre as formigas cortadeiras Eliseu: antes da qualificação perdeu quase todas as mudas plantadas

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novas remessas, tem quase um alqueire. “agora vou esperar crescer e vender a madeira no futuro”, planeja o produtor.

O neto Charles, 15 anos, que estuda na Casa Fa-miliar rural, está “craque em encontrar formiguei-ros”, orgulha-se o avô. Inclusive o que mais chamou a atenção de João nos cursos do Senar-Pr foram as formas de controle das pragas.

a plantação florestal como diversificação na pro-priedade parece que abriu os horizontes da famí-lia. Umberto visualiza oportunidades com o gado leiteiro, outra cadeia que a prefeitura está fomen-tando com a cooperativa COOMaPer. Há apenas cinco meses na atividade ele já está com nove vacas em ordenha, das raças Jersey e Holandesa, e sete novilhas. O Senar-Pr também esteve presente no início dessa nova fase da família Cruz. Umberto fez os cursos de Qualidade do Leite, Ordenha e Sila-gem. “não tinha experiência com gado leiteiro. O Senar-Pr nos deu a direção”, conclui.

Sindicato forte é SenAr-Pr forteO trabalho que o Senar-Pr realiza só é possível

pela estreita parceria que mantém com o Sindica-to rural de Pinhão. Fundado há mais de 35 anos conta hoje com 320 associados, cinco funcionários, sendo um deles mobilizador do Senar-Pr. na pre-sidência, desde 2008, está o produtor de grãos e pe-cuarista, Geraldo Ferreira de almeida, de 41 anos, que já fazia parte da diretoria. em sua gestão, o destaque é para a ampliação na oferta de serviços e aumento de 30% na demanda por cursos do Se-nar-Pr. em 2009 foram registrados 58 cursos, já em 2010, foram 74, envolvendo cerca de 850 parti-cipantes. Para 2011, somente na demanda feita no Planejamento estratégico de Mobilização (PeM), foram agendados 24 cursos.

O estímulo para começar a divulgar as ações do sindicato veio por meio da participação no Progra-ma de Desenvolvimento Sindical (PDS), afirma o presidente do sindicato. “O PDS é um programa muito importante. Você adquire conhecimento, co-meça a ter uma visão diferente das coisas, menos restrita. além de ser uma oportunidade de trocar experiências e conhecer a realidade de outros mu-nicípios”, conclui.

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Depois dos cursos do SENAR-PR, Umberto resolveu investir em gado de leite. Seu pai, João Batista está focado na plantação florestal

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H á 16 anos o agricultor euclides Forlim trabalha com produção de leite. no Sítio III Pinheiros de sete alqueires, a 5 km de Chopinzinho, pro-

duz uma média de 18 litros de leite de cada animal de seu rebanho de 43 vacas. ele, a mulher, Ieda Maria, e o filho andré, 23 anos, cuidam da pequena propriedade. Para aumentar a produção e a qualidade do leite, a fa-mília investiu em inseminação artificial e na rotação de pastagem na propriedade. Com esse sistema, os animais ganharam mais peso e passaram a produzir maior quan-tidade de leite. Para se adaptar ao mercado e investir em novos meios de produção, Forlin fez mais de 17 cursos do Senar-Pr. “Se você não possui conhecimento, deve ir buscá-lo. através dos cursos posso acompanhar o que há de novo no mercado e aprender novas técnicas para melhorar a produção na minha propriedade. Todo dia é dia de aprendizado”, observou.

Forlin é um exemplo da presença do Senar-Pr no município. Com uma produção de 62 milhões de litros de leite, em 2010, Chopinzinho é o maior produtor no Sudoeste do Paraná. antes do leite, o município teve ciclos na economia baseados no feijão, arroz e soja. Com a queda nos preços dos grãos, os agricultores in-vestiram na atividade leiteira, hoje a principal fonte de renda movimentando r$ 2,5 milhões ao mês no município de 19,673 habitantes (IBGe 2010).

nova “cara”O Sindicato rural de Chopinzinho, em parceria

com a prefeitura e o Senar-Pr, mudou a “cara” das pequenas propriedades que predominam naquela re-gião. O trabalho resultou numa série de programas voltados a aumentar a qualidade na agropecuária.

Para expandir a cadeia leiteira, o município encon-trou no Senar-Pr uma forma de capacitar e melhorar a qualidade de vida no campo. Segundo o prefeito Vander-lei José Crestani, as parcerias só acumularam bons resul-tados. em 1994, a média de produtividade do leite era de 3,7 litros por vaca. Hoje esse índice alcança 18 litros. “as parcerias são fundamentais para o desenvolvimento do município. Cada instituição sabe o que tem que fazer, mas é difícil agir de forma isolada”, avalia. Para incenti-var o desenvolvimento da atividade leiteira, o município, junto aos parceiros, adotou algumas ações, entre elas o trabalho intenso de melhoramento genético, com a po-

ChopinzinhoParcerias que fizeram a diferença

Chopinzinho

• Bom Sucesso do Sul • Chopinzinho

• Clevelândia • Coronel Domingos

Soares • Coronel Vivida • Cruzeiro

do Iguaçu • Dois Vizinhos • Honório

Serpa • Itapejara do Oeste •

Mangueirinha • Mariópolis • Palmas

• Pato Branco • São João • São Jorge

do Oeste • Saudade do Iguaçu •

Sulina • Verê • Vitorino

Pato

Bra

nco

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pularização da inseminação artificial. Como a técnica exige grandes investimentos, foi cria-

do o programa municipal de inseminação artificial. a prefeitura doa o sêmen e coloca à disposição 22 botijões de sêmen particulares e 18 públicos. enquanto o órgão contribui com a infraestrutura, o Senar-Pr partici-pa com a qualificação da mão de obra mediante cursos direcionados ao manejo de gado leiteiro. “essa parceria público-privada é a receita que dá certo, porque os pro-dutores passaram a produzir em maior escala. Passamos do sétimo lugar para o primeiro em produção leiteira”, destacou o secretário da agricultura, Luiz Pasquali.

Como a maioria das propriedades se dedica ao leite, o Conselho de Sanidade animal (CSa), o sindicato e a pre-feitura priorizaram a sanidade do produto. em 2009, os parceiros se juntaram aos produtores rurais e consegui-ram baixar os custos de exames e vacinação contra bru-celose e tuberculose, atingindo 100% das propriedades.

em 2010 instalaram um laboratório para análises clínicas dos animais, com investimento de r$ 40 mil, entre equipamentos e infraestrutura, dos quais r$ 14 mil foram financiados por sete laticínios e o restante pelo município. a prefeitura construiu o espaço e con-

tratou cinco veterinários. Segundo Pasquali, o traba-lho conjunto contribuiu para baixar o preço da vacina. “Um exame de brucelose, por exemplo, que precisa ser feito uma vez por ano, custa em média r$ 20 por ani-mal. Hoje o produtor paga r$ 5”, disse.

Outro desafio foi criar o Fundo de Sanidade animal para indenização em caso de doenças dos animais. a cada r$ 5 que o produtor paga para realizar o exame, r$ 1 vai para o fundo. “Hoje quando o animal morre, o produtor não perde tudo”, observou. Segundo ele, para participar do fundo o produtor deve estar com as vacinações em dia e ter feito todos os exames na propriedade.

empreendedor rural

Há três anos, rudinei Decol resolveu deixar a ati-vidade de representante comercial e sair de Palmas, a 112 km de Chopinzinho, retornando ao campo para dar continuidade aos negócios da família. “a nossa propriedade estava se tornando improdutiva. Por isso tomei a decisão de voltar para a área rural”, justifica. Como a família só trabalhava no ramo leiteiro, rudi-nei decidiu continuar na atividade, mas investindo em outras culturas. Fez o Programa empreendedor

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O casal Euclides e Ieda Forlim Turma do Curso Artesanato em Palha de Sulina

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rural (Per) e para manter um padrão na qualidade do leite fez o curso Bovinocultura de Leite do Senar-Pr. “É um curso completo. as aulas contribuíram para melhorar a higienização, a sanidade animal e a pas-tagem na nossa propriedade”, avalia. nas mudanças na atividade leiteira, o agricultor plantou 2,5 hectares de eucalipto e vai colher daqui a um ano seis hectares de nozes. “a propriedade se transformou depois que fiz o Per. O curso oferece todas as ferramentas para conduzi-la de maneira produtiva”, diz.

AgrinhoPara incentivar professores e alunos, a Prefeitura de

Chopinzinho criou o agrinho municipal em 2008, ba-seado no agrinho estadual. “nós percebemos que pre-cisávamos criar uma ferramenta para estimular ainda mais a educação. Por isso, fizemos o agrinho munici-pal”, observa o secretário municipal da educação, Le-omar Bolzani. assim como o agrinho, o concurso mu-nicipal visa estimular o envolvimento da comunidade com a educação, trabalhando temas locais e auxiliando na construção de um cidadão consciente. O projeto é fruto de parcerias da prefeitura com a Tractebel ener-

gia, o Sicredi e o Sindicato rural de Chopinzinho. Hoje participam do projeto 26 escolas; 14 da rede municipal, 11 estadual e uma instituição de ensino particular.

Pentacampeãa professora Clarice Terezinha Schneider Burgert

foi cinco vezes premiada pelo Programa agrinho. a educadora recebeu o prêmio municipal e estadual com o projeto “Sanidade animal”, cujo trabalho foi reali-zado na Comunidade Santa Inês, a 15 km de Chopin-zinho. ela organizou um mutirão com 17 alunos da 2ª série do ensino Fundamental para visitar as pro-priedades do local e dar sugestões de como o agricul-tor poderia melhorar a sua produção, aproximando o aluno da realidade na propriedade. “O agrinho é um parceiro nota 10 no desenvolvimento da educação. É um instrumento que ajuda na preparação das crianças e mostra como elas podem obter melhores dividendos do campo”, avalia.

De Olho na QualidadeOs municípios próximos a Chopinzinho também

são influenciados pelas ações do Senar-Pr. através

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Rudinei Decol em sua propriedade A professora Clarice Terezinha Schneider

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da parceria com o Sindicato rural, a professora apo-sentada neuli Maria Stoffels incentivou o turismo em Sulina, a 39,7 km de distância. nas proximidades de Sulina há um complexo turístico em área ecológica de preservação permanente e uma fonte centenária de água mineral que abastece o parque aquático Thermas de Sulina. Há oito anos, em parceria com o Sindica-to rural de Chopinzinho, neuli promoveu cursos na área de culinária, artesanato e turismo. “Os cursos do Senar-Pr mudaram o perfil do município. as agri-cultoras da região estão vendendo artesanato, pães, bolachas, rapaduras, entre outros produtos. elas es-tão estimulando o comércio e turismo local”, relata.

Casa Familiar rurala Casa Familiar rural de Chopinzinho, em parceria

com o sindicato, também se beneficia dos cursos do Senar-Pr, desde 1996. Os atuais 64 alunos do ensino Médio são filhos de agricultores e a metodologia aplica-da é a pedagogia da alternância, em que os alunos per-manecem uma semana na escola e na outra em suas propriedades. O coordenador do curso técnico em Ges-tão ambiental, andré Ghidin, observa que o Senar-Pr é essencial para a formação dos alunos. “além de com-

plementar o conteúdo das aulas, os cursos contribuem na escolha de uma profissão”, diz.

Sindicato rural de ChopinzinhoFundado em 1959 o Sindicato rural de Chopinzi-

nho é exemplo em gestão. Todas as ações desenvolvidas ganham o reforço de parceiros: prefeitura, associações e instituições públicas. “O segredo da gestão é o trabalho em conjunto. a parceria é fundamental para promover a organização e o desenvolvimento no campo”, avalia o ex-presidente do Sindicato Tadeu accorsi.

além do trabalho desenvolvido em conjunto, o sin-dicato está presente no dia a dia do produtor rural. “Há mais de 20 anos mantém um programa na rádio Cho-pinzinho, para orientar os agricultores”, conta o atual presidente, Ênio Pigosso.

Uma parceria entre produtores e o Sindicato rural de Chopinzinho contribuiu na fundação da Cooperati-va de Desenvolvimento agroindustrial (CODaGrI) em fevereiro de 2009. O objetivo era unir os produtores para a realização de compras em conjunto de insumos agrícolas e produtos veterinários com preços mais aces-síveis. a ideia deu certo. Hoje a CODaGrI oferece mais de 30 produtos e com valor abaixo do mercado.

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Neuli Maria Stoffels CODAGRI: parceria entre produtores e sindicato

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“ O planejamento faz parte da vida de toda mulher, mesmo que ela não tra-balhe fora. Todos os dias cuidamos

da família e da casa; é como se fosse uma empresa. Quando fui convidada a participar da diretoria do Sindicato rural de renascença achei que fosse sofrer rejeição, mas não aconteceu. está sendo mais fácil do que imaginei. Tudo na vida é um aprendizado e estou aprendendo com esta nova tarefa”, é assim que Irace-ma Maria Strey Peter, 41 anos, resume a sua partici-pação no Sindicato rural de renascença.

Há 10 anos ela retomou os estudos que tinha para-do na 8ª série. em 2010 concluiu o curso superior em administração de empresas. ao longo dos anos fez cursos do Senar-Pr. “Os mais recentes foram: infor-mática, jardinagem, alimentos, De Olho na Qualidade rural e orgânicos. eu acho que a mulher no interior tem que se ocupar e não só ficar tomando chimarrão com as vizinhas”, afirma.

em 2010, Iracema readequou o tempo gasto entre a propriedade de 100 hectares, o trabalho na escola pública, no Sindicato e com a família para incluir na agenda o programa Mulher atual, curso promovido pelo Senar-Pr. “Quando você começa a estudar, a curiosidade de conhecer mais, não acaba. Temos que ter conhecimento para ficar na roça”, diz.

Mudando a visãoO marido Darcy Maximino Peter incentiva a mu-

lher a mudar. ``O produtor tem que lidar com quatro áreas básicas: legislação, administração rural, planeja-mento e atualização. nesse sentido o Senar-Pr tem um papel fundamental”, diz.

Helvetia Maria rother, 57 anos, que também inte-gra a atual diretoria do Sindicato rural de renascença, acredita que a mulher precisa ter outras atividades fora de casa para despertar para novos horizontes. “Temos que abrir nossa mente, ver coisas novas, ampliar nossa

A presença da mulher no

sindicato rural

Francisco Beltrão

• Ampére • Barracão • Bela Vista

da Caroba • Boa Esperança do Iguaçu

• Bom Jesus do Sul • Capanema •

Enéas Marques • Flor da Serra do Sul

• Francisco Beltrão • Manfrinópolis

• Marmeleiro • Nova Esperança do

Sudoeste • Nova Prata do Iguaçu •

Pérola do Oeste • Pinhal de São Bento

• Planalto • Pranchita • Realeza •

Renascença • Salgado Filho • Salto do

Lontra • Santa Izabel do Oeste • Santo

Antônio do Sudoeste

Fran

cisco

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ltrão

Valdir Manfron com Iracema e Helvetia

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visão de mundo e neste sentido tanto o sindicato como o Senar-Pr tem nos ajudado muito”, afirma.

ela participou do programa Mulher atual em 2009, mas também já carimbou sua presença em muitos outros cursos: Família e Qualidade de Vida, Gestão de Pessoas, Jardinagem, agricultura Orgâ-nica, Olericultura, Trabalhador na administração de empresas agrossilvipastoris. “estes cursos ofe-recem tanto pra gente que a visão que temos das coisas mudam, se aprimoram”, revela Helvetia.

a produtora tem objetivos para a sua atuação junto ao sindicato. “Quero promover eventos e desenvolver ações que tragam as mulheres para a vida da instituição. É muito importante a mulher estar esclarecida, pois na maioria das vezes quando fica viúva acaba vendendo a propriedade por não saber como tocar”, finaliza.

O presidente do Sindicato rural de renascença, Valdir Manfron, um dos responsáveis pela presença das mulheres na direção afirma “gostamos muito da atuação delas. a mulher é mais detalhista. além das diretoras temos várias sócias bem ativas”. ele pergun-ta: Quem sabe na próxima eleição não teremos uma mulher como candidata à presidência do sindicato?”.

Alavancando a economiaa agricultura é a grande alavanca da economia da

pequena renascença, no Sudoeste do Paraná. Com 7,5 mil habitantes reúne cerca de mil produtores sendo que 80% são de pequenos e médios. O prefeito José Kresteniuk, que também é produtor rural e ocupa o cargo pela terceira vez, afirma “sobram empregos e falta mão-de-obra qualificada”.

Diante da dificuldade de mão-de-obra, Kreste-niuk, vê no Senar-Pr um grande aliado que contri-bui para a capacitação do pessoal. Um desafio para o município é a capacitação das familias dos cinco assentamentos da região.

“São 500 famílias assentadas que precisam trans-formar suas propriedades em unidades rentáveis. eles receberam a terra, mas faltam equipamentos para cultivá-la. Já avançamos muito com o apoio do Senar-Pr, que oferece cursos técnicos em parceria com a eMaTer”, revela o prefeito.

O secretário da agricultura de renascença, Paulo Sergio Deola, afirma que o Senar-Pr tem trazido conhecimento técnico para o produtor. “Hoje em dia o agricultor precisa de técnica, planejamento e tecno-

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Be

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O assentado Ademir de Souza com a família. O maior desafio é corrigir o solo

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logia. Outra questão que vem sendo motivo de preo-cupação para nós é a sucessão familiar. estão ficando apenas os casais mais velhos. este problema comple-xo está vinculado a segurança no meio rural ”analisa.

A parceria Os técnicos da eMaTer Maria Helena Fracasso e

alberto nerci Muller, avaliam que a produção de leite precisa melhorar muito. “a região é produtora de grãos e frango, mas o leite é alternativa para os pequenos”, diz Muller.

as famílias dos assentamentos produzem cinco mil litros de leite. “Como todo grupo uns estão mais apri-morados que outros em processo de aprendizagem, 20% estão em um patamar considerado ótimo, mas 80% precisa melhorar em qualidade, pastagem, higiene, estrutura e logística”, analisa o técnico da eMaTer.

A vida no assentamentoOs grupos começaram a ser assentados a partir de

2001, mas há pouco tempo, cerca de dois anos, consegui-ram financiamento de r$ 21 mil para correção de solo e aquisição de animais. O Senar-Pr já realizou cursos de

operador de trator e plantadeira, controle de formigas, manejo de gado de leite e ordenhadeira.

ademir de Souza, Sonia dos Santos e os filhos Jean Carlos 16 anos e Giovani 11 anos, são uma das 100 fa-mílias de assentados. O casal acampou por 11 anos na região e em 2008 o governo federal aprovou o assenta-mento de 500 famílias em uma área de 1.870 hectares em lotes com tamanho médio de 10 ha.

Com o acesso ao financiamento ele conseguiu ad-quirir nove vacas leiteiras, um resfriador e uma orde-nhadeira. Com o Senar-Pr já fez os cursos de mane-jo de gado de leite e manutenção de ordenha. “antes do curso não conhecia uma ordenhadeira, não tinha ideia de como funcionava e como era feita a manuten-ção. Gostei muito do curso e o que vier do Senar-Pr nós estamos fazendo”, afirma Souza.

Apostando no associativismonelson rogério, 36 anos, é outro assentado que

está investindo na produção de leite. Hoje é vice-presidente da associação dos Produtores Terra Verde (aPrOVerDe), que tem 28 sócios. “Com a associação já conseguimos receber um trator e uma plantadeira e

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Além da produção de leite, Rogério investe no cultivo de eucalipto

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programamos o atendimento a todos os sócios”, diz.rogério tem 10 vacas e produz quatro mil litros de

leite/mês. Quer adquirir mais 10 animais e dobrar a produção. além da atividade leiteira ele investe tam-bém em reflorestamento. “Tenho quatro mil pés de eucalipto plantados, mas tenho espaço para chegar a oito mil, meu maior inimigo são as formigas, tenho que matar as minhas e as do meu vizinho”, conta.

O pequeno produtor também vê o Senar-Pr como um aliado para se profissionalizar. “Já fiz o cur-so de tratorista, plantadeira, manejo de gado de leite e controle de formigas”, afirma.

Vivendo a transformaçãoem 2008, por uma questão de saúde do pai, Jos-

lei antoniete, 29 anos, deixou a área de Sistemas de Informação e com a esposa e os dois filhos, voltou ao campo para administrar a propriedade da família. De lá pra cá sua vida mudou e o Senar-Pr tem um papel importante nesta mudança.

Logo que chegou, em 2009, fez um dos 10 pro-jetos selecionados no estado pela banca avaliadora do Programa empreendedor rural (Per). Seu pro-

jeto teve como base a diversificação na propriedade de 29 hectares. Quando assumiu só havia lavoura de soja e milho. Com o projeto ele implantou: reflores-tamento com eucalipto, barracão de leite e cultivo de hortaliças e pomar.

“além da diversificação aprendi a planejar e a ge-renciar minha propriedade como uma empresa. Hoje entrego as hortaliças e frutas para o Programa Com-pra Direta e minha renda triplicou. Os primeiros anos reinvesti todo o meu lucro em tecnologia e infraestru-tura tanto na propriedade como na minha casa´´. além do Programa empreendedor rural Joslei já fez o cur-so de bovinocultura de leite, ordenhadeira mecânica e formação por competência em bovinocultura. “Vale muito à pena. Com os cursos do Senar-Pr aprendi não só a gerir a minha propriedade, mas também a ajudar meu pai, que já se recuperou do problema de saúde, a investir em reflorestamento e horta”, diz.

“Participar dos cursos do Senar-Pr não dá apenas mais conhecimento técnico. Você melhora sua visão sobre o meio rural, melhora a administração da pro-priedade e descobre outras possibilidades de crescer e melhorar sua renda. eu aconselho”, finaliza.

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Joslei Antoniete trocou a cidade pelo campo e descobriu com o SENAR-PR a aumentar sua rentabilidade

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A pós 60 anos de sua emancipação, To-ledo, 120 mil habitantes, no oeste paranaense, abriga a Sadia, maior fri-

gorífico de suínos e aves da américa Latina, e coleciona primeiros lugares nas atividades que desenvolve: o maior rebanho suíno e plantel de frangos; o terceiro maior produtor de leite do Pa-raná; o primeiro em produção por bacia leiteira e está à frente na piscicultura comercial. não é à toa que nas duas últimas safras liderou o ranking de produção agropecuária do Paraná, com Valor Bruto de Produção (VBP) de mais de r$ 1 bilhão (dados do Departamento de economia rural – DeraL, da Secretaria estadual de agricultura e abastecimento).

Mesmo com fortes laços históricos com a agro-pecuária e os resultados financeiros que o setor gera, uma característica de Toledo é a eficaz in-tegração entre o meio urbano e o rural, porque pensar em desenvolvimento em Toledo é pensar no todo da cadeia produtiva. É visualizar políti-cas públicas para o campo visando o desenvolvi-mento industrial e comercial.

Pelo menos essa tem sido a busca dos admi-nistradores públicos do município, que nessa empreitada contam com parceiros de todos os setores. no campo, o Sindicato rural e o Senar-Pr ajudam a compor a sinfonia.

Cadeia completa para o leiteaté 1997, o gado tinha baixa produtividade e

os produtores, não organizados, vendiam o lei-te em garrafa pet. O agrônomo José augusto de Souza, secretário da agricultura, lembra que a produção por animal não passava dos 9 litros/dia.

no entanto, a atividade parecia ser viável em Toledo - que já era líder na suinocultura e avi-cultura. “analisando números e o tamanho das propriedades, o gado de leite era a atividade mais segura para investir”, conta o ex-prefeito Derli antonio Donin. a maioria das propriedades não passa dos 25 hectares. era preciso organizar a pro-dução. Com a orientação da eMaTer, definiram a transformação genética como foco do trabalho.

Por que Toledo é a cidade de r$ 1 bilhãoO município lidera o Valor Bruto de Produção do Paraná 

Toledo

• Boa Vista da Aparecida • Campo

Bonito • Capitão Leônidas Marques

• Cascavel • Catanduvas • Céu Azul

• Diamante do Oeste • Foz do Iguaçu

• Ibema • Itaipulândia • Lindoeste •

Matelândia • Medianeira • Missal •

Ouro Verde do Oeste • Ramilândia •

Santa Helena • Santa Lúcia • Santa

Tereza do Oeste • Santa Terezinha

do Itaipu • São José das Palmeiras •

São Miguel do Iguaçu • São Pedro

do Iguaçu • Serranópolis do Iguaçu •

Toledo • Três Barras do Paraná • Vera

Cruz do Oeste

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O apoio ao produtor veio na criação de condomí-nios de inseminação artificial, estruturados por grupos de até 30 produtores. a prefeitura doou o sêmen importado para cada condomínio.

Foi nessa etapa que o parceiro Senar-Pr teve papel fundamental. Os produtores deveriam par-ticipar dos cursos de Trabalhador na Bovinocul-tura de Leite e pelo menos uma pessoa de cada grupo fazer o curso de inseminação para se tor-nar o inseminador oficial do condomínio. “Uma ideia simples, mas que sem a parceria não teria credibilidade”, avalia o ex-secretário. “Os cursos do Senar-Pr foram de extrema competência e fi-zeram o produtor ver que é fácil ter mais renda”, completa.

De 2000 a 2011, o Senar-Pr formou mais de 800 produtores em cursos para pecuária de leite, em Toledo. Com o produtor capacitado, os resul-tados começavam a surgir. em quatro anos um re-banho de 20 mil vacas já havia sido substituído. a produção média por animal alcançou 16 litros/dia de leite. “Para quem era inexperiente, ver a produ-

ção girar em torno dos 70 milhões de litros de leite por ano é uma grande conquista”, diz o ex-prefeito Donin. O programa continua subsidiando 50% do sêmen para produtores com até 20 animais. Segundo, o atual secretário da agricultura, eloir Pape, dos 850 produtores de leite do município, cerca de 400 estão no programa, integrando 27 condomínios. eles são responsáveis por 30% da produção total de leite de Toledo. O projeto trou-xe eficiência e profissionalização para o produtor e os benefícios não ficaram apenas no campo, junto toda a cadeia cresceu.

no campo

Há quatro anos o casal Ligia e Jair azevedo, pen-sava em deixar o sítio “escondido”, de cinco alquei-res. Só plantavam soja, tinham umas seis vaqui-nhas que não davam lucro e Jair trabalhava como empregado na propriedade do vizinho suinocultor. “Precisávamos de renda extra e queríamos explo-rar a nossa propriedade, só não sabíamos por onde começar”, conta Jair. ele procurou o Senar-Pr e

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Ligia e Jair: “O SENAR-PR é tudo pra gente”Secretario da Agricultura Eloir Pape: “Mantemos o programa até hoje”

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fez seu primeiro curso: manejo de gado bovino. na capacitação mesmo, conheceu o programa de con-domínios, matriculou-se em inseminação e procu-rou a prefeitura para estruturar um grupo na sua região. “Passei a entender tudo de gado”, diz Jair, que também cursou conformação de gado novo e aperfeiçoamento em ultrassom. Ligia seguiu o ma-rido e também fez o curso de inseminação.

Hoje, o casal de inseminadores tem 37 animais POs, entre Jersey e Holandês, produzem 132 li-tros/dia entregues ao laticínio por r$0,79 em mé-dia. além do leite, trabalham com grãos, apicultura, suínos para consumo próprio e Ligia faz macarrão caseiro para a merenda escolar. “Hoje temos de tudo e sobrevivemos da propriedade”, comemora a produtora. “Há alguns anos atrás falavam para a gente desistir. não pensei que iríamos conseguir tudo isso. O Senar-Pr é tudo pra gente”, diz.

na indústria, a qualidade do leite

a indústria de laticínios ganhou com a matéria-prima de alta qualidade. Quatro laticínios locais

cresceram junto com o produtor. Um deles foi o Laticínios Pereira, desde 1993 em Toledo. “O me-lhoramento genético e a profissionalização do pro-dutor foram muito bons para nós. Hoje tem que ser profissional e especialista na área”, avalia o proprietário Osmar Pereira. Quarenta produtores entregam 15 mil litros/dia. esse leite de qualida-de, melhorado na propriedade, é transformado em iogurte, bebida láctea e iogurtes funcionais comer-cializados em cinco estados (Pr, rS, SC, MT e SP). a indústria mantém parceria com grandes redes de varejo, como o Pão de açúcar e Walmart.

Uma coisa... leva a outra Um bom caminho: as boas condições das es-

tradas rurais também contribuíram para o desen-volvimento da cadeia produtiva do leite. afinal, os laticínios recolhem o leite resfriado a cada dois dias, diretamente nas propriedades. Cerca de 140 km de estradas rurais já foram pavimentados. De acordo com o atual secretário da agricultura, eloir Pape, até o final da gestão do prefeito José Carlos

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Osmar Pereira: “Laticínio ganhou com a profissionalização do produtor”Angela, filha de produtores associados à Fábrica de Queijos Cerro da Lola

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Schiavinato, devem chegar aos 178 km pavimenta-dos.

Do econômico ao pessoalnão é por acaso que Toledo realizou uma das pri-

meiras turmas do curso de Desenvolvimento Com-portamental (DC) do Senar-Pr com produtores rurais. a necessidade de “algo a mais” veio de um grupo que participava do Programa empreendedor rural, em 2009. Os alunos, todos produtores, sen-tiram que precisavam focar no desenvolvimento pessoal para complementar a visão empreendedora que já tinham formado.Desde então, já foram reali-zadas 10 turmas, com 150 participantes.

O público do DC em Toledo não se limitou aos produtores rurais. Chegou à Fazenda da esperança, uma entidade que trata da recuperação de depen-dentes químicos. a Fazenda acolhe pessoas que de-sejam se libertar das drogas.

A presença do Sindicato

em todo desenvolvimento de Toledo, o Sindicato rural está presente, contribuindo com sua experti-se e toda a gama de serviços que dispõe. apoiar o desenvolvimento do produtor é o foco do trabalho, segundo o presidente nelson Paludo, há 12 anos na direção. além dos serviços usuais oferecidos nos sindicatos, em Toledo o produtor conta com plano de saúde, que dá 40% de descontos nos serviços; telefonia rural; sala do agronegócio, onde elabo-ram um boletim diário sobre o mercado e enviam a mais de 1.500 emails cadastrados; site com acesso ao usuário; além de um programa na rádio União, com informações do agronegócio.

Para facilitar a mobilização de alunos, o sindicato contratou uma funcionária, que alinhou seu conta-to com os líderes das comunidades rurais e dividiu sua área de atuação por regiões. “O PeM também ajudou e muito na aproximação, mas a ideia de uma funcionária para mobilizar os alunos foi importan-te para o aumento da demanda pelos cursos”, ava-lia Paludo. Quando ele assumiu a presidência eram apenas 50 associados, hoje são 400.

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Mais de 100 km de estradas rurais já foram pavimentados

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A ssis Chateaubriand foi considerado pela Colonizadora norte do Paraná S/a como a região que tem “terras muito férteis “.

O nome homenageia um homem influente no Bra-sil de 1930/60. Francisco de assis Chateaubriand Bandeira de Melo, era um empresário da comuni-cação, advogado e político.

O município é sede da regional do Senar-Pr, que abrange outros 29 municípios dos quais 13 têm sindicatos estruturados; nove deles têm extensões de base. assis também é sede de um dos dois Centros de Treinamento agropecuário (CTas) do Senar-Pr.

Os pontos fortes do município são a diversifica-ção e as parcerias com o Sindicato e cooperativas.

nas décadas de 50 e 60 assis Chateaubriand

chegou a uma população de 116 mil habitantes. a cultura do hortelã, de onde se extraía óleo para ex-portação, absorvia mais mão-de-obra. Hoje a po-pulação é de 33.025 habitantes. Soja, milho e trigo são as principais culturas.

O município tem território de 969 km² e área agricultável de 75 mil hectares ocupada pela soja (69 mil), mandioca industrial (5 mil) e milho (1.000). São 5.590 propriedades divididas em 4.015 minifúndios, 1.446 pequenas propriedades; 105 médias e 13 grandes. alta produtividade no cam-po pode ser um dos fatores que contribuem para um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,787 (PnUD/2000), que lhe garante o 45º lugar entre os 399 municípios do Paraná.

Assis Chateaubriand O município com maior área agricultável do Paraná

Assis Chateaubriand

• Alto Piquiri • Anahy • Assis

Chateaubriand • Braganey •

Brasilândia do Sul • Cafelândia •

Cafezal do Sul • Corbélia • Entre

Rios do Oeste • Formosa do Oeste •

Francisco Alves • Goioerê • Guaíra •

Iguatu • Iporã • Iracema do Oeste •

Jesuítas • Marechal Cândido Rondon

• Maripá • Mercedes • Nova Aurora

• Nova Santa Rosa • Palotina •

Pato Bragado • Quarto Centenário

• Quatro Pontes • Rancho Alegre do

Oeste • Terra Roxa • Tupãssi

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Diversificaçãoas cooperativas têm um papel fundamental na

diversificação. este trabalho começou há 20 anos e agora os pequenos produtores colhem os frutos. São seis atividades diferenciadas desenvolvidas na região: fecularia, piscicultura, avicultura, suinocul-tura, leite e grãos.

na regional estão instaladas unidades e entre-postos das cooperativas C. Vale, COaMO, COPa-COL, COOPaVeL, COPaGrIL, agrícola Horizonte, SILOTI e aGrOPar.

O Sindicato de assis Chateaubriand tem uma extensão de base em Tupãssi em parceria com o en-treposto da COaMO. Tupãssi é o maior produtor estadual de amendoim.

a C. Vale é parceira do Senar-Pr. “nossa par-ceria é prática. Por termos contato direto com os agricultores conseguimos detectar as deficiências. em seguida fechamos com o Sindicato o processo de realização dos cursos oferecidos pelo Senar-Pr”, diz roque Faccin gerente da C. Vale em assis Chateaubriand.

São realizados cursos operacionais e de lideran-ças. “ano passado oferecemos o curso De Olho na Qualidade rural; os resultados estão chamando a atenção. O produtor, por natureza, só contabiliza o que ganha, mas cabe a nós auxiliá-lo para que considere também o que perde. em parceria com o SeBrae, está sendo disponibilizado um novo curso que terá foco na gestão da propriedade. É o “negócio Certo rural”. Com carga horária de 46 horas, o curso é dirigido a pessoas com menor escolaridade. O objetivo é mostrar ao participan-te sua importância na administração do seu ne-gócio e a possibilidade de criar novas fontes de renda. Com apoio da associação dos Produtores Orgânicos do Médio Oeste (aPOMOP) - presente em assis, Formosa do Oeste, Jesuítas, Iracema do Oeste e nova aurora -, estão sendo realizados sete cursos.

Sindicato RuralHá dois anos o Sindicato rural de assis Chateau-

briand ganhou uma nova sede. “a minha intenção

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O Sindicato Rural como referência para a população

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é que a população tenha o sindicato e o produtor rural como uma referência tanto da cidade como no dia a dia”, explica o atual presidente do sindicato, que também é vice-presidente da FaeP e deputado federal Moacir Micheletto.

atualmente o sindicato rural tem cerca de 300 associados e oferece uma série de serviços, além de convênios com empresas de telefonia e convênios de saúde.

A Feirinha: ponto de comprase uma prosa sadia sob o luar

assis Chateaubriand é cidade pacata onde se pre-serva o hábito de cumprimentar o vizinho pelo nome. Mas o centro se transforma em um grande ‘buchicho’, às quartas-feiras, durante a Feira noturna do Produ-tor, na Praça nossa Senhora do Carmo. na “feirinha”, uma grande oferta de alimentos: salgadinhos, espeti-nhos, conservas, embutidos, peixes, frutas, legumes e verduras convencionais e orgânicos.

Criada há 10 anos pela associação de Feiran-tes de assis Chateaubriand (aFaC), a feira man-

tém os 32 expositores desde sua origem. Devanir Gonçalves, presidente da associação afirma que o diferencial é a qualidade conseguida com a ca-pacitação. a maioria dos produtores fez os cursos do Senar-Pr. “Qualidade a gente consegue com a técnica e os cursos ajudaram muito”. Um dos exemplos é Wislon augusto, 61 anos, que vende em média 600 kg de embutidos por semana. ele aprimorou seu conhecimento no curso de em-butidos e Defumados oferecido no CTa de assis. “além de embutidos já fiz o curso de aplicação de inseticidas e piscicultura. aprendemos muito”, afirma.

Os produtores têm ainda a Casa do Produtor, à beira da Pr-486, construída com apoio do Sindicato rural, para comercialização. no local são servidas refeições caseiras no almoço durante a semana. nas noites de sextas e sábados os pratos são diferencia-dos. a casa é administrada por arnaldo José Ferro e sua esposa neide. “Os clientes apreciam muito o peixe marinho com açafrão, a costelinha suína com molho agridoce e o peixe com ervas”, conta.

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Qualidade alcançada com os cursos do SENAR-PR Casa do Produtor: mais ponto de comercialização

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Também são vendidos no local - frutas, verduras e legumes, produtos orgânicos, conservas, cachaças, doces, biscoitos, peixes e carnes.

Orgânicos Dentro da proposta de promover a diversificação

na regional, uma das opções é o curso de produção de orgânicos. Mesmo sem ter uma propriedade rural Francisco Vieira Martins neto fez, em 2002, o pri-meiro curso na área Trabalhador na agricultura Or-gânica com o Senar-Pr. “no ano seguinte consegui comprar 2,5 hectares e de lá pra cá tenho investido em orgânicos. Já plantei soja orgânica e agora foquei em legumes e verduras. além da horta tenho tam-bém três estufas onde produzo tomates e algumas verduras mais sensíveis”, conta.

Mas neto continuou investindo na sua formação. ele já perdeu a conta do número de cursos que fez pelo Senar-Pr: dois sobre orgânicos, De Olho na Qualidade, Programa empreendedor rural, rural-Pró, Defumados e embutidos, Hortaliças e muitos outros. atualmente é presidente da associação dos Orgânicos de assis Chateaubriand.

Centro de Treinamento Agropecuário

Há mais de 22 anos o Centro de Treinamen-to agropecuário (CTa) de assis Chateaubriand recebe e atende produtores rurais de todo o es-tado. Mais de 80% dos alunos que participam dos cursos são oriundos de outras regiões do estado.

Ocupa uma área de 19,3 hectares, tem 13 fun-cionários e capacidade de alojamento para 66 alu-nos e oito instrutores; três cozinhas - uma para atender o público e duas para cursos de alimen-tos. O administrador do CTa, Claudemir ancioto explica que o Senar-Pr está revendo a política de atendimento do CTa e reformulando a grade de cursos para otimizar a estrutura. “Vamos ofe-recer cursos de longa duração ”.

Para o presidente do sindicato, Moacir Miche-letto, o CTa é uma ferramenta de profissionaliza-ção dos agricultores. “Com uma estrutura física moderna o CTa oferece cursos que tanto profis-sionalizam como qualificam o produtor para atu-ar com novas tecnologias”, diz.

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Produtor perdeu a conta de quantos cursos fez no SENAR-PR CTA: uma ferramenta de profissionalização dos agricultores

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• Arapuã • Ariranha do Ivaí • Boa

Ventura de São Roque • Borrazópolis

• Cândido de Abreu • Cruzmaltina •

Faxinal • Godoy Moreira • Grandes

Rios • Ivaiporã • Jardim Alegre • Kaloré

• Lidianópolis • Lunardelli • Manoel

Ribas • Marumbi • Mato Rico • Nova

Tebas • Novo Itacolomi • Pitanga •

Rio Branco do Ivaí • Rosário do Ivaí •

Santa Maria do Oeste • São João do Ivaí

• São Pedro do Ivaí

Mato RicoO esforço para a realização dos cursos do Senar-Pr na região de Pitanga não está condicionado à sede do município, no cen-

tro-oeste do estado. Os antigos distritos de Pitanga, transformados hoje em sede municipais - nova Te-bas, Mato rico, Boa Ventura de São roque e Santa Maria do Oeste – são extensões de base do sindicato e igualmente contemplados pelas capacitações. entre 2008 e 2010, juntos, realizaram 400 capacitações.

a mobilização também faz a diferença. “O mo-bilizador tem que ser ativo, percorrer, conhecer a realidade de cada município e fazer parcerias”, diz Luiz Carlos Zampier, presidente do Sindicato rural de Pitanga. elias Harmuch Junior, responsável pela mobilização, sabe bem o que é isso. ele percorre de carro quase cinco mil km por mês, num esforço que vale a pena. não só nos quatro municípios, onde a

topografia irregular poderia ser entrave aos peque-nos e médios produtores, mas em toda a região, os cursos do Senar-Pr têm mostrado que é possível contornar as dificuldades. e o melhor, dá para co-meçar uma nova história.

As batalhas de roseliDe faxineira na capital a secretária municipal em Nova Tebas

a secretária municipal de ação social de nova Te-bas tem uma história que não seria exemplo raro, se mais pessoas lutassem para mudar suas realidades. Há nove anos, roseli Pereira de Paula, hoje com 41, resolveu deixar Curitiba e voltar para a sua cidade natal, nova Tebas, com pouco mais de 7 mil habi-

Das dificuldades às oportunidades

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tantes (IBGe 2010). Para trás, não deixou apenas uma metrópole para a vida calma do interior, mas o começo de uma história de batalhas.

Quando saiu da pequena chácara da família no in-terior rumo à capital, não pensava em voltar. Levava na bagagem o sonho de uma vida mais próspera. no entanto, com dois filhos para criar e na “função” de pai e mãe, ela precisou se virar e não teve medo de trabalho. Foi promotora em supermercados e ralou muito como faxineira. até que um chamado do pai a fez voltar para o interior. Foi nesse retorno que ro-seli começou a prosperar de verdade.

“Coloquei em minha cabeça que não queria ficar parada. Que iria aprender alguma coisa. Sempre quis estudar”, lembra. naquela época o Senar-Pr estava organizando a primeira turma do Programa empre-endedor rural (Per) na cidade. Depois do Per veio uma capacitação atrás da outra: gerenciamento de propriedade, panificação, compotas... “Tenho muitos certificados”, conta. Toda qualificação era aproveita-da ao máximo. “Com os de culinária, por exemplo, comecei a fazer pães e compotas para vender”.

Com o dinheirinho que entrava, concretizou o

sonho de alcançar um curso superior relacionado à agricultura e lá foi ela para as aulas de Gestão do agronegócio. Logo começou a trabalhar na secreta-ria da agricultura. não tardou muito para investir na pós-graduação e também em uma segunda fa-culdade, a de Gestão Pública.

não demorou o convite para assumir a secretaria de ação social de nova Tebas, onde desenvolve ações de empreendedorismo, de gestão e cooperativismo nas comunidades. É dela a ideia de montar um proje-to chamado empreendedor Mirim, fruto do Per, em que pretende trabalhar o empreendedorismo desde cedo com as crianças que fazem parte do Programa de erradicação Infantil (PeT). a batalha continua.

Mato rico, onde a riqueza é o leiteOs 700 produtores de leite(15 mil litros/dia)

formam a maior riqueza na pequena Mato rico, onde 70% dos 3.800 habitantes vivem na área ru-ral. a atividade, no entanto, ainda precisa de muito investimento. De acordo com o secretário da agri-cultura de Mato rico, Marcio Warszovski, além da dificuldade de escoamento da produção, devido à

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Roseli: história de sucesso com o SENAR-PR Secretario de Agricultura de Mato Rico Marcio Warszovski

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falta de estradas asfaltadas, 80% das ordenhas rea-lizadas ainda são feitas de forma manual. “Um jogo de ordenha custa em média r$ 2 mil, investimento muito pesado para os pequenos”, justifica. O reba-nho também precisa de melhoramento genético, assim como o manejo da ordenha.

a prefeitura vem aos poucos tentando mudar essa realidade. Uma das investidas foi a aquisição de um botijão de sêmen. a previsão, segundo o médico ve-terinário da prefeitura Vinícius Dziubate de Oliveira, é que sejam feitas, no mínimo, 50 inseminações por mês. Somada a isso, está a qualificação dos produ-tores. em 2010, o Senar-Pr realizou no município toda sua grade de cursos de bovinocultura de leite.

A rainha do leite Para quem não sabia a diferença entre uma vaca

da raça Jersey e uma Holandesa, ouvir a jovem re-nata Zai dizer que deseja ser a “rainha do leite” pode parecer estranho. Mas, ao conhecer a história dessa moça de 25 anos, é impossível ir contra a afirmação. Há um ano ela começou uma verdadeira revolução na atividade leiteira na propriedade do pai.

recém-formada em nutrição, numa faculdade de Maringá, ela voltou a Mato rico para trabalhar como nutricionista da prefeitura para o programa Compra Direta. nesse novo trabalho descobriu o Senar-Pr e resolveu participar do curso de manejo de gado lei-teiro e aplicou na propriedade da família.

as mudanças não tardaram. Do rebanho Girolan-da, passou para Holandesa eliminando a perda de bezerros que ocorria constantemente. Da pastagem pouco nutritiva e desorganizada, surgiu a grama tifton e os piquetes. Hoje são 80 vacas em lactação, produzindo mil litros por dia. renata sabe o nome e o número de cada uma delas e mantém fichas atuali-zadas com detalhes dos 180 animais que completam o rebanho. “Foi teoria e prática com 100% de apro-veitamento”, afirma a jovem, “tudo que aprendi foi com o Senar-Pr. abri a mente e hoje tenho outra profissão que adoro”, diz satisfeita.

Guerreira de Godoy MoreiraOs churrascos em Godoy Moreira (3.337 habi-

tantes/IBGe 2010) - cerca de 100 km de Pitanga - não são os mesmos desde que dona eunice Fur-

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Renata Zai: a rainha do leite de Mato Rico

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lan Bochi fez o curso de embutidos do Senar-Pr e entrou de vez no ramo. as linguiças puras, feitas com carne de pernil, com pouca gordura e sem con-servantes, fazem sucesso na região. São mais de 150 clientes fixos, entre donas de casa, lanchonetes e encomendas. O que rende à produtora cerca de r$4.500 limpos todos os meses.

O açougue, onde produz os embutidos, foi estru-turado há quatro anos, na propriedade de 47 alquei-res. ela investiu cerca de r$8 mil reais na estrutura com capacidade para processar 430 quilos de carne. “no começo achei que ia vender pouco, então fiz um açougue pequeno. agora já tenho planos para au-mentar”, diz. Por semana dona eunice manda aba-ter cerca de sete porcos. Toda a carne é aproveitada. Dona eunice ainda “personaliza” os produtos, caso o cliente queira com menos sal, mais pimenta.

Quem se espanta ao ver a correria de eunice para fazer as entregas, nem imagina que aos 62 anos, vi-úva há 30, ela ainda administra sozinha outras ati-vidades da propriedade. eunice também investe na produção de tomate, pepino e pimentão em estufa, que tem venda garantida no CeaSa de Maringá.

ainda tem a granja de frangos e de suínos. e ago-ra, ela corre para regularizar sua situação sanitária e levar seus produtos a outros municípios. “Quero vender em tudo quanto é lugar”, almeja.

Sindicato que apoia Luiz Carlos Zampier, assumiu a presidência do

Sindicato de Pitanga em 2011. Já foi instrutor do Senar-Pr e reconhece a importância da qualifica-ção para o produtor rural. atualmente, o sindica-to tem mais de 1.500 associados ativos (incluindo extensões de base) e uma vasta lista de serviços, desde a declaração do ITr, contabilidade, assesso-ria para benefícios sociais e laboratório de informá-tica. Tem até dentista e cabeleireiro, que cobram mais em conta dos associados. Segundo Zampier, a atuação do sindicato ficou mais arrojada depois que a diretoria participou do Programa de Desen-volvimento Sindical (PDS) do Sistema FaeP. Desde então a forma de gestão mudou, entrou o planeja-mento estratégico,. “e nesse planejamento os cur-sos do Senar-Pr entraram como prioridade em nossas ações”, destaca Zampier.

Pita

nga

Dona Eunice: mantém a renda com a venda de embutidos Sindicato de Pitanga ainda oferece serviço de cabeleireiro

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• Altamira do Paraná • Araruna •

Barbosa Ferraz • Boa Esperança •

Campina da Lagoa • Campo Mourão

• Corumbataí do Sul • Engenheiro

Beltrão • Farol • Fênix • Iretama

• Janiópolis • Juranda • Luiziana •

Mamborê • Nova Cantu • Peabiru •

Quinta do Sol • Roncador • Ubiratã

Mamborê

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Mamborê: recorde em cursos

A Fazenda Santa Bárbara: Cursos no SENAR-PR e

vacas premiadas em competições

regionais

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O Sindicato rural de Mamborê fechou 2011 com recorde em cursos – mais de 100 - re-alizados no Centro de aprendizado rural

(Car). além dos cursos do Senar-Pr, há moda-lidades de capacitação em convênio com a Prefei-tura, órgãos do estado e entidades. O resultado dos cursos já se observa na prática – orgulha-se o presidente do Sindicato rural edgar Sehaber, que enumera: “melhor uso dos equipamentos, aplicação correta de insumos, fim do desperdício, novas fon-tes de renda, menos acidentes de trabalho. no lado social, os resultados estão na melhoria da qualida-de de vida e autoestima das famílias”.

O prefeito da cidade, ricardo radomski, revela que o município também está fazendo sua parte, com cursos profissionalizantes para menores caren-tes e beneficiários de programas sociais. “Senar-Pr, FaeP, Sindicato rural e Prefeitura formam uma parceria que já deu certo”, comemora radomski. Os cursos são divulgados pela rádio União FM 87.9, dirigida por James Correia, com forte penetração regional.

Um campeão da eficiênciaLeandro Sartoreli ricci, de Mamborê foi Cam-

peão Brasileiro em Produtividade de Soja, safra 2009/2010, com 108,4 sacas/hectare. na safra passada perdeu por uma diferença mínima, mas se manteve como Campeão Paranaense. ricci esbanja competência e clareza ao estabelecer o equilíbrio entre a atividade produtiva e os limites impostos pela sustentabilidade. Fatores que se destacam na composição de custos da lavoura e são analisados nas capacitações do Senar-Pr. a alta produti-vidade alcançada é a soma de inúmeras variáveis bem conduzidas: condições de solo, manejo de plantas, escolha de variedades e os fatores como o clima, umidade, temperatura e ensolação, entre outros. a lavoura é uma indústria mais complexa do que uma fábrica urbana. e o campeão ricci en-sina: o Brasil, para produzir mais e mais, não pre-cisa ampliar suas fronteiras agrícolas e invadir flo-restas. Basta aumentar a produção por área. Isto se consegue buscando eficiência, conhecimento e tecnologia. Um caminho, segundo ele, é “apro-

O comunicador James é um prestador de serviços. Pelo rádio, ele orienta e divulga

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veitar as técnicas transmitidas pelo Senar-Pr, a custo zero”.

Um outro olhara Comunidade Guarani é uma das que mais de-

mandam cursos do Senar-Pr na região. no Pro-grama Mulher atual, por exemplo, ocorre o que se pode chamar de desenvolvimento pessoal e profis-sional em grupo. O fato é que as próprias alunas colocam um divisor em suas realidades separando o antes e o depois do curso. Mas, por que essa dife-rença? a resposta está no próprio conteúdo, ao tra-tar da qualidade de vida dessas pessoas. Ganham com isso a família e o empreendedorismo. O fator qualidade de vida também reflete no melhor apro-veitamento das técnicas que vão melhorar a renda da família com processamento de frutas e verduras, fabricação de pães e doces e atividades caseiras mas com finalidade comercial.

Joice Marcondes Correia, 19 anos, cursando o ensino médio, é a mais nova de um grupo de 25. ela preza o “convívio com a turma e o carinho da

instrutora”, como sinônimo do sucesso. Se depen-der da vontade de Joice, todas as mulheres, inde-pendente da idade, fariam o Mulher atual. “Você passa a enxergar o mundo de outra forma e perce-ber mais as oportunidades”, diz.

Geleias, compotas e conservasa chácara é pequena, o local é aprazível, a terra é

excelente e a dedicação é total. É de lá que saem 30 tipos de doces, inclusive cristalizados, com a marca agroindústria São José. Depois que fez vários cur-sos do Senar-Pr (a partir do curso negócio Certo rural), o casal elizeu Queiroz e Ivone radeski Baum parece movido a eletricidade. em pouco tempo seus produtos percorreram feiras oficiais (Sabor do Para-ná) e ganharam prêmios. O casal está ampliando as instalações para abrigar máquinas de fazer embala-gem a vácuo e desidratar frutas. Segundo o enge-nheiro agrônomo Fernando Pizani, a propriedade é referência – não em termos de estrutura, mas em desenvolvimento. Ivone e elizeu trabalham com matéria-prima da própria chácara e é adquirida na

A aluna Joice Marcondes Os doces coloniais de Elizeu agradam na Feirinha local e em Curitiba

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região porque só a propriedade não consegue su-prir a demanda da indústria. Os produtos não le-vam agrotóxicos nem conservantes na fabricação. São coloniais e naturais, resume Pizani. ele explica que dentro do curso negócio Certo rural, os parti-cipantes desenvolvem um plano de negócios e este plano é para melhorar o que já existe e desenvolver algo novo.

Levantar cedo e usar tecnologiana Fazenda Santa Bárbara, no Lageado, em

Mamborê, a palavra de ordem é qualificação das pessoas e tecnologia. além de levantar cedo. não se pode falar em lucro sem usar técnicas para obter ganhos em produtividades. Tanto quem administra como os funcionários precisam ser qualificados. É o que pensa roni nelmes kruger, um dos maiores produtores de leite do Paraná. ele tem uma equi-pe experiente que está sempre se atualizando no Senar-Pr. “Produzir leite exige conhecimento”, conceitua Kruger. na lida o que manda é a prática, mas é preciso aprender a teoria e trazer coisas no-vas para dentro da fazenda – segundo Kruger. ele

mesmo fez curso de gestão mas não para de buscar informações. “Da turma que trabalha aqui, todos fi-zeram cursos no Senar-Pr”, diz. Um deles foi o de manejo de novilhas.

a Santa Bárbara faz Controle Leiteiro pela asso-ciação Paranaense de Gado leiteiro, que monitora uma série de itens relacionados com sanidade. Com uma produtividade de 28 l/vaca/dia na média anual, o plantel da Santa Bárbara ofereceu várias campeãs de exposições. em Umuarama, em duas ordenhas/dia, durante três dias, a vaca campeã forneceu uma média 55 litros. Mas Kruger é pé no chão e chega a ser crítico com relação aos concursos. “não adianta escolher uma boa vaca, querer tirar o máximo dela naquele período de prova e, assim, prejudicar o ani-mal”, afirma. Segundo Kruger, quando se turbina uma vaca para alta produção reduz-se sua vida útil. É melhor mostrar alta performance no dia a dia. ele aponta para outra campeã e diz preferir a categoria Campeã Geral. “Para mim a melhor vaca é aquela que ganhou na pista porque o úbere dela é bem inserido, que tem tetos bem corrigido; uma vaca que vai viver bastante tempo e ter várias crias.

Leandro Sartoreli Ricci: campeão de produtividade O casal Altamir Paula Neves e Durlei Marta Neves na aula de informática

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I magine uma fazenda que pratica tecnologia de ponta na produção de seus cafés premia-dos e vendidos com selo de qualidade para

países exigentes. Países que mandam seus técni-cos para auditorias periódicas de todo o processo. agora pense no grau de profissionalismo de quem faz um produto cuja rastreabilidade, do plantio à moagem, expõe as habilidades e comprometimento dos trabalhadores. Isto existe aqui no Paraná e 90% do sucesso é creditado ao fator humano. entenda-se trabalhadores qualificados. É assim também nas usinas e na agricultura familiar.

Os cursos do Senar-Pr fazem parte desse di-visor de águas na história do café, agora Café de Qualidade do norte Pioneiro do Paraná. “Se 90% dos resultados devem ser atribuídos às pessoas, o mesmo percentual cabe à parceria com o Senar-Pr”, afirma o diretor da Fazenda Califórnia, Luiz roberto Saldanha rodrigues.

não é à toa que a programação de cursos é cui-dadosamente montada para atender diferentes ne-cessidades. “em sete anos fizemos 75 capacitações e entregamos 1.500 certificados aos nossos funcio-nários”, orgulha-se.

Gilmar Fortunato, 25 anos, que era braçal, do campo, fez vários cursos entre eles controle de pra-gas, secagem, aplicação correta de defensivos, ope-rador de máquinas. além da ascensão profissional, o aprendizado mexeu com sua vida: sente-se mais seguro para expor suas ideias e repassar informa-ções. Cuidadoso com as palavras, no entanto ele é desinibido suficientemente para se comunicar e co-laborar em equipe. “Percebo igual comportamento nos colegas”, diz.

“O sitiozinho virou um brinco”Se nas propriedades os cursos do Senar-Pr

mexem com as pessoas e contribuem para aumen-tar a renda – o que fica claro na produção de leite, por exemplo –, nas usinas Dacalda e Jacarezinho o resultado se dá em duas vertentes: no rendimento do trabalho e na qualidade de vida do trabalhador. em dezenas de depoimentos, homens, mulheres e jovens, reconhecem as mudanças em suas vidas – que os gestores chamam de “mudança de atitude e

• Abatiá • Andirá • Bandeirantes •

Barra do Jacaré • Cambará • Carlópolis

• Congonhinhas • Conselheiro Mairinck

• Curiúva • Figueira • Guapirama

• Ibaiti • Itambaracá • Jaboti •

Jacarezinho • Japira • Joaquim Távora

• Jundiaí do Sul • Pinhalão • Quatiguá

• Ribeirão Claro • Ribeirão do Pinhal

• Salto do Itararé • Santa Amélia •

Santa Mariana • Santana do Itararé

• Santo Antônio da Platina • Santo

Antônio do Paraíso • São José da Boa

Vista • Siqueira Campos • Tomazina •

Wenceslau Braz

Jacarézinho

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Capacitação garante salto de qualidade no Norte Pioneiro

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comportamento”. Um dos responsáveis é o curso Desenvolvimento Comportamental.

Cultivando plantas medicinais, fazendo artesa-nato em bambu, iniciando horticultura orgânica e cuidando melhor dos animais. algo está mudando em dezenas de pequenas propriedades, como a de rosilda Martins Lamin, que aponta maior entrosa-mento com o marido e os filhos, após curso Mu-lher atual. a chácara de Cláudio Gomes da Silva, que fabrica palitos de bambu para espetinhos e churrasco, quer mais. Seu produto está chegando aos supermercados do Paraná e São Paulo. ele está “feliz da vida”, mas pensa em iniciar no café orgâ-nico, depois do curso nessa área. a horta orgânica produz para o gasto. a esposa fez o Mulher atual e festeja a melhora do relacionamento familiar.

Os trabalhadores das Usinas Dacalda em Ja-carezinho também afirmam ter nova visão da realidade. O Sindicato constata isto e comemora a performance. “Muitos alunos e ex-alunos vêm nos agradecer a oportunidade que tiveram para

crescer como profissionais e como pessoas”, afir-ma Luana Corrêa Dias da Silva, mobilizadora dos cursos e auxiliar administrativa do Sindicato ru-ral de Jacarezinho.

ela e a colega elaine Pereira destacam o esforço para montar e viabilizar os cursos. Precisam conci-liar disponibilidade de tempo com calendários das atividades no campo. Cursos, palestras, orienta-ções, fazem parte do amplo leque de serviços aos produtores. Isto tem estreitado o relacionamento entre o Sindicato, presidido por eduardo Quinta-nilha Braga, e a comunidade local. O sindicato es-timula e mobiliza, com sucesso, a implantação dos cursos do Senar-Pr.

Usina Jacarezinho: 20,4 mil horas de capacitação

Para o gerente administrativo e financeiro da Cia. agrícola Usina Jacarezinho, José Carlos Fagna-ni, os resultados dos cursos são visíveis no dia a dia. “Os operadores de máquinas, por exemplo, podem

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Paulo Roberto Mayrinck: Usina Jacarezinho Ivanilda Moreira da Usina Jacarezinho: Do campo para ajudante de pátio

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achar que já têm o domínio do equipamento mas, depois de um curso eles se convencem que tudo é mais complexo. a partir da capacitação passam a executar um trabalho bem profissional. Isto se es-tende para todas as áreas e profissionais”, observa Fagnani. Se o resultado dos cursos se expressa no rendimento do trabalho, Fagnani vê melhorias tam-bém na autoestima das pessoas o que reflete posi-tivamente no seu relacionamento. O gerente José Carlos Turato Filho e o supervisor de plantio, José ricardo Zanata, concordam que além do aprendi-zado, as pessoas sentem-se mais valorizadas. “até pouco tempo atrás o diferencial de uma empresa era a tecnologia; hoje são as pessoas”, afirma Fagnani. O diferencial em áreas mais técnicas como soldador e operador de máquinas está na qualificação. Isto vale para todos, da mão-de-obra mais rústica até as especializadas como engenheiro. “O diploma qua-lifica mas não habilita”, diz Fagnani. ele frisa que o retorno proporcionado pelos cursos do Senar-Pr “é muito valioso”. em três anos, 2009 a 2011, a

Usina Jacarezinho ofereceu 20.414 horas de cursos. apenas para citar alguns resultados, a trabalhado-ra Ivanilda Moreira da Silva fazia apontamentos no campo, “trabalhava na palha”, como ela mesmo define. após a capacitação, passou para o controle de pátio. O técnico agrícola Marcos antonio Garcia fez vários cursos entre eles os de Vinhaça, Direção Defensiva, análise de Solo e Irrigação. ele é Coor-denador de Produção 3 e conhece bem o pessoal de campo. Garante que os cursos “melhoram a cabeça das pessoas”.

Dacalda investe na mudança comportamental

na Dacalda açúcar e alcool Ltda, de Jacarezi-nho, a coordenadora de Seleção e Desenvolvimen-to, Maria ely Vasconcelos, e a analista de seleção de Pessoal, Marcela Garcia, dão detalhes das capa-citações profissionais (operador de máquinas, apli-cador de herbicidas, cortador de cana e outros) e enfatizam os resultados na parte prática. elas atri-

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José Fagnani, o Gerente Agrícola José Carlos Turato Filho e o supervisor de Plantio José Ricardo Zanata. A mão-de-obra que falta é a qualificada

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buem importância ao Curso de Desenvolvimento Comportamental. Com uma carga horária de 128 horas, o conteúdo desse curso esteve voltado para o desenvolvimento de competências (humana, de co-municação, gestão e trabalho em equipe). “algumas pessoas foram alavancadas para cargos de supervi-são; todos eram gestores, mas o curso mostrou se-rem dotadas de outras habilidades. Houve um cres-cimento na carreira profissional porque o curso deu esse retorno”, explica Maria ely. Segundo ela, “é importante pensar que com esse curso consegue-se um ganho efetivo para a pessoa quanto ao seu auto-conhecimento e a forma de ver o mundo. Com isso, elas também se relacionam melhor com os seus li-derados”. O gerente agrícola Carlos arruda informa que todas as pessoas que entram na empresa são encaminhadas para cursos na respectiva área. ele confirma o bom relacionamento e cita como exem-plo a redução de atritos entre fiscais e subordina-dos. a empresa também comemora a redução do número de acidentes.

neste ano, como parte do Desenvolvimento Com-portamental, familiares visitaram a usina e ouviram palestras sobre seu funcionamento. a importância dessa integração está resumida na frase da esposa de um dos funcionários: “eu nunca pensava que a fun-ção do meu marido fosse tão importante para fazer açúcar e álcool”. José roberto Dilana rodrigues, en-carregado agrícola diz que sua vida mudou: agora ele se dedica mais à família, aproveita bem o tempo quando está em casa e, no trabalho, se relaciona me-lhor com subordinados. Voltou a estudar (Técnico em Segurança do Trabalho).

Valdinei da Silva, também mudou, quando não está trabalhando fica mais tempo com os quatro filhos. O supervisor de recursos Humanos, edson Tanaka, comenta a evolução dos conteúdos dos cursos. Hoje se trabalha com o comportamento humano, diz. “Tenho observado esses avanços no dia a dia”. a parceria entre a empresa, o Sindicato e o Senar-Pr, reflete no melhoramento do pro-duto final.

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Luiz Saldanha: O SENAR-PR é um divisor de águas na história do café O casal Márcia e Cláudio: Palitos de espetinhos para supermercados

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O ciclo da soja e a necessidade de diversificar a economia rural aumentaram a oferta de cur-sos do Senar-Pr na região de Londrina. O

alvorecer de um novo perfil inclui programas como o Mulher atual e empreendedor rural.

Londrina (506.701 habitantes, IBGe 2010) já foi considerada “Capital Mundial do Café”, título que os-tentou com orgulho, pois a planta (Coffea spp) que pro-porciona uma bebida aromática e tonificante, era a base da economia brasileira e o norte do Paraná, grande pro-dutor e exportador da matéria-prima. a forte geada de 1975 destruiu as lavouras cafeeiras e foi um divisor na economia da região. no dia seguinte, quando ainda era pura desolação, produtores começavam a decidir pela soja, uma novidade que acenava como mercado pro-missor, inviabilizando a estrutura das fazendas cafeei-ras. no lugar das velhas tulhas e terreiros, erguiam-se os silos e secadores do novo grão, enquanto colhedoras automotrizes invadiam os campos substituindo tra-balhadores e esvaziando as colônias que habitavam às margens dos carreadores. não demorou para a região se organizar dentro de uma nova realidade. Com as cul-turas anuais soja e milho no verão e trigo no inverno,

chegava a mecanização da lavoura. Como indicador desse novo cenário, logo no segundo semestre de 1975 a Transparaná, uma das revendas de máquinas, bateu recorde nas vendas de tratores. Passado um período de transição, incluindo as consequências do êxodo rural, a mecanização continuou alavancando a economia re-gional. Mas as culturas de soja, milho e trigo também perderam sua hegemonia e o agronegócio, hoje, tem o perfil da diversificação que exige mão de obra qualifica-da e constante atualização.

É neste cenário que o Senar-Pr aparece como agente de desenvolvimento regional, parceiro dos Sin-dicatos rurais, prefeituras e outras entidades públicas e privadas, capacitando produtores, seus familiares e empregados, com cursos técnicos e comportamentais - como o Programa Mulher atual - que melhoram a ren-da e a qualidade de vida das famílias. Para quem busca eficiência e qualidade no campo não faltam oportuni-dades. exemplo disso é a programação de cursos nos municípios em que o sindicato de Londrina atua: ao longo de 2010, o realizou 71 capacitações, 59 no pró-prio município e 12 em Tamarana – a 40 km de Lon-drina e extensão de base do Sindicato rural. em 2011,

novos tempos no norte do PRApós a geada veio a bonança e a busca do aprendizado

Londrina

• Alvorada do Sul • Apucarana •

Arapongas • Assaí • Bela Vista

do Paraíso • Cafeara • Califórnia •

Cambé • Cambira • Centenário do

Sul • Cornélio Procópio • Florestópolis

• Ibiporã • Jataizinho • Leópolis •

Londrina • Lupionópolis • Marilândia

do Sul • Mauá da Serra • Miraselva •

Nova América da Colina • Nova Fátima

• Nova Santa Bárbara • Porecatu •

Prado Ferreira • Primeiro de Maio •

Rancho Alegre • Rio Bom • Rolândia •

Santa Cecília do Pavão • São Jerônimo

da Serra • São Sebastião da Amoreira •

Sapopema • Sertaneja • Sertanópolis

• Tamarana • Uraí

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foram mais de 100 cursos. O presidente do Sindicato, narciso Pissinati, enxergou logo a necessidade de divul-gar as ações da instituição. as mudanças começaram a acontecer quando o Sindicato encontrou no Programa de Desenvolvimento Sindical (PDS), uma ferramenta indispensável para reorganizar a entidade e a sua ad-ministração. Com o Programa, os oito funcionários do sindicato buscaram capacitação, ampliaram seus co-nhecimentos e muita coisa mudou. “O PDS mostra a importância de se investir na organização e capacitação das pessoas”, avalia Pissinati. a divulgação dos cursos é feita, por diversos meios, entre eles inserções na rádio CBn de Londrina.

O novo caminho do leiteBoa parte dos 12.268 habitantes (IBGe 2010) de

Tamarana, antigo distrito de Londrina, é formada por moradores de assentamentos. São 440 famílias em 17 assentamentos onde predomina o cultivo de horta-liças. Para agregar renda à produção de hortaliças, os agricultores investem na atividade leiteira. nos últimos três anos, a atividade apresentou alta de 40%, soman-do 180 produtores de leite. Segundo o vice-prefeito

Élio Braz Ferreira, há dois anos a inclusão ao progra-ma Desenvolvimento regional Sustentável, financiado pelo Banco do Brasil, gerou recursos para impulsionar a atividade. em 2011, a prefeitura, em convênio com a eMaTer e a SeaB, implantou o Programa de Insemi-nação artificial (PIa). O acesso é garantido pelos cursos do Senar-Pr, o vice-prefeito explica que o pré-requi-sito é para garantir o desenvolvimento da agropecuá-ria no município. “a atuação do Senar-Pr contribuiu para o crescimento da atividade leiteira”.

em Tamarana, o Sindicato rural de Londrina atua em parceria com a prefeitura desde 2002. O agricultor Fábio nakata, 38 anos, ao retornar do Japão em 2007 e assumir a propriedade da família já fez quatro cursos: empreendedor rural, Desenvolvimento Comporta-mental, Gestão da Propriedade e Operação e Manu-tenção de Tratores agrícolas. “Plantar é fácil, mas pre-cisa de orientação. Com os cursos do Senar-Pr posso agregar valor à produção”, avalia.

Qualificação: a diferença no campoO casal de assentados pelo Incra, elisângela e Isra-

el de Souza Teixeira, encontrou no Senar-Pr apoio

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O casal Elisangela e Israel de Souza Teixeira O agricultor Fábio Nakata

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para aprimorar e expandir a atividade leiteira no Sí-tio araúna, a 15 km de Tamarana. O trabalho come-çou em 1993, mas dava prejuízo por ele não saber o manejo correto das vacas. as mudanças começaram em 2002, quando Israel fez o primeiro curso de Bovi-nocultura de Leite. Desde então os negócios só pros-peram. Israel não deixou de buscar qualificação, fez o empreendedor rural, Ordenha Mecânica, Derivados do Leite, Turismo rural, entre outros. “a qualificação abre a mente do produtor”, comenta Israel.

no sítio de 13,5 hectares eles fizeram rotação de pastagem com piquetes para aumentar a produção. Com um rebanho de 60 vacas, 21 delas em lactação, a produção atinge uma média de 200 litros de leite/dia, que são pasteurizados para a fabricação de queijo. em média são 20 kg de queijo (frescal e palitinho) vendi-dos diariamente na vizinhança e na cidade. a qualifi-cação contribuiu para dobrar a produção no sítio. “em 2010, produzíamos 100 litros de leite por dia, hoje fazemos o dobro”, compara. a meta é produzir 1.000 litros/dia. Para isso, Israel já sabe quais serão os pró-ximos cursos: inseminação artificial e gerenciamento da propriedade.

Mulher atual e atuanteem Ibiporã – região metropolitana de Londrina, o

Programa Mulher atual não só despertou a autoestima, como teve uma ação prática. Há dois anos, uma turma de 22 mulheres está deixando a sua marca no município. Mesmo com a conclusão do curso em 2009, elas perma-neceram unidas desenvolvendo várias ações, e estabe-leceram parcerias com o Sindicato local e a prefeitura.

O grupo abraçou as atividades do sindicato. elas des-cobriram que podem participar da sociedade e levantar a bandeira de produtoras. Com o término das aulas, o gru-po continuou buscando qualificação em mais cursos do Senar-Pr. Panificação, artesanato, Derivados de Soja, Bambu e Jardinagem estão entre os já realizados. “O Mulher atual foi uma porta para fazermos mais cursos e ainda criou uma identidade para as mulheres de Ibiporã”, acrescenta Sônia Maria Bigati, integrante do time. a forte atuação rendeu à turma uma marca: elas são conhecidas como as “mulheres atuais do Paraná”. realizam diversas ações, entre elas a promoção de campanhas de vacina-ção e outros programas relacionados à saúde da mulher.

O grupo a cada ano ganha a participação de novas integrantes e os planos não param por aí. elas estão se

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Grupo Mulher Atual e atuante

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preparando para fazer o curso empreendedor rural e o Programa de Desenvolvimento Sindical (PDS). O próxi-mo desafio é formar uma associação.

Parceria que faz a diferençaIbiporã também cresceu sobre a forte influência do

“ouro verde” – como era conhecido o café. Hoje, com 48.198 habitantes, tem como base da produção agrope-cuária a cultura da soja, do milho e do trigo. O Sindica-to rural de Ibiporã, fundado em 1968, passou por um longo período de inatividade, retomando suas atividades a partir de 2005. em 2006 assumiu o atual presidente, antônio nadir Bigati, e com a contratação de uma fun-cionária, o primeiro passo foi pôr a casa em ordem. Hoje, depois de uma ampla reforma no prédio já existe um projeto para a criação de uma biblioteca e a estruturação da sala do produtor, comemora Bigati. as mulheres têm forte influencia nos bons resultados. “elas incentivam a participação dos maridos na gestão do sindicato”, relata a funcionária e mobilizadora, Ivone aparecida Vieira.

CTA de Ibiporã, um braço fortealém do trabalho desenvolvido pelo sindicato, o mu-

nicípio de Ibiporã conta com a estrutura do Centro de Treinamento agropecuário – CTa, que atende não só produtores da região, mas de todo o estado. Incorpora-do pelo Senar-Pr em 2006, ele é referência reunindo condições para um aprendizado de alto padrão. Infraes-trutura necessária e instrutores qualificados garantem a excelência dos cursos. Com uma infraestrutura moder-na, o CTa está numa área de 15 alqueires, com pomar, horta, apicultura e canteiro de plantas medicinais. “es-tamos sempre nos aperfeiçoando para que o produtor tenha acesso a um aprendizado de qualidade e que seja bem atendido”, afirma a administradora do CTa, alex Sandra dos Santos.

Na práticaCom 10 cursos no seu currículo, a agricultora Ka-

oru Goto Hayamashi é um exemplo do crescimento pela procura de cursos. Tratorista agrícola, pulveriza-ção, cultivo de eucalipto e conservas fazem parte da lista. “Tudo que aprendi estou aplicando”, garante. Kaoru administra o sítio São Sebastião, de 36 alquei-res, em assai – a 40 km de Londrina, onde produz soja, milho, trigo e arroz.

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Curso de Mecânica no CTA Ibiporã

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H á 40 km de Cianorte, na região noroes-te, localiza-se o tranquilo município de São Manoel do Paraná com seus 2.100

habitantes e que até 1993 pertencia a Indianópo-lis. É uma das menores cidades do estado que tem na agricultura uma das suas bases econômica. as lavouras se dividem em culturas de milho, soja, os canaviais, criação de bicho da seda, a pecuária lei-teira, plantações de mandioca e a cafeicultura.

a agropecuária é uma das bases econômica da ci-dade. a receita na safra 2009/2010, r$ 54 milhões, é a soma da renda dos 230 produtores locais. O que se vê em São Manoel do Paraná é um cenário con-solidado em que a produção tem colocação garanti-da. Os pequenos abastecem o comércio e ajudam a compor a merenda dos alunos das três escolas públicas da cidade. Quem trabalha com pecuária de leite encontra na Cooperativa agroindustrial de São Manoel e região (COOPLeSMar) o destino certo para sua produção. a cooperativa pasteuriza, embala e entrega o leite para mercados locais e para o programa Leite das Crianças, do governo estadu-al, em sete municípios da região.

essa consolidação está ligada ao Senar-Pr, que através de seus cursos de qualificação, contri-buiu para que os produtores adequassem a pro-dução, atendendo com qualidade as demandas do mercado.

História de mobilizaçãoa chegada dos cursos do Senar-Pr foi impul-

sionada em 2006, pelo então secretário da educa-ção, João Pereira Pinto, que viu nas capacitações a possibilidade de levar a educação para o meio rural. acreditando que a capacitação traria renda e quali-dade de vida, junto com o professor de Geografia, Fabiano Tavares Galindo então secretário da agri-cultura, mobilizou os produtores.

“analisamos a cadeia produtiva e com o au-xílio do supervisor do Senar-Pr identificamos os cursos que poderiam contribuir”, diz Galindo. após a primeira capacitação, sobre derivados do leite, o Senar-Pr tornou-se conhecido entre os produtores e, em pouco tempo, já havia fila para os próximos cursos. “Chegou uma época em que os cursos já estavam no orçamento do mu-

A força da mobilização foi marcante em São Manoel

São Manoel

• Alto Paraíso • Altônia • Cianorte

• Cidade Gaúcha • Cruzeiro do Oeste

• Douradina • Esperança Nova •

Guaporema • Icaraíma • Indianópolis •

Ivaté • Japurá • Jussara • Maria Helena

• Mariluz • Moreira Sales • Nova

Olímpia • Perobal • Pérola • Rondon

• São Jorge do Patrocínio • São Manoel

do Paraná • São Tomé • Tapejara •

Tapira • Terra Boa • Tuneiras do Oeste

• Umuarama • Xambrê

Umua

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nicípio”, recorda. a parceria entre a prefeitura, as secretarias municipais, eMaTer, e Sindicatos rurais de municípios vizinhos, fortificou ainda mais a presença do Senar-Pr.

em 2008, João Pereira Pinto e Galindo venceram as eleições para prefeito e vereador respectivamen-te. Os cursos mobilizados pelo vereador, que foi recordista de votos na cidade, com 12,6%, o aproxi-maram da comunidade. “Conhecemos muitas pes-soas através dos cursos, criamos vínculos”, recorda Fabiano. Segundo ele, a vinda do Senar-Pr para o município foi o maior avanço para a agricultura familiar.

a importância dos cursos se tornou tão visível, que João destacou em seu plano de governo a con-tinuidade da parceria com Senar-Pr. Infelizmen-te João faleceu em junho de 2011, quando exercia seu primeiro mandato de prefeito e não pode ver o resultado de seu trabalho. no entanto, não fal-tam pessoas para lhe darem voz e narrar seus feitos como homem público.

“João era um motivador. Teve papel fundamen-tal para o Senar-Pr”, diz Galindo. Sua esposa, Ma-

ria aparecida lembra que “o elo com o supervisor do Senar-Pr foi fundamental para as necessida-des do município e a melhor forma de supri-las foi com os cursos”.

as capacitações não param e o papel de mobi-lizador, agora é exercido pela eMaTer. O técnico Cleiberto Pilla de Moura e o chefe da Divisão de Pecuária, Vilmar antonio de Quemelo, vestiram a camisa do Senar-Pr.

resultados que perduramOs cursos na área de alimentos ajudaram a trans-

formar a agricultura familiar de São Manoel. Mui-tas mulheres da Vila rural Modelo participaram dos cursos de panificação, compotas, doces e geleias e puderam ingressar no Programa de aquisição de alimentos (Paa) para a merenda escolar. Os bene-fícios foram sentidos no bolso, como afirma Grego-ria Celestino Barbosa, que faz pães caseiros para a merenda escolar. “nossa renda deve ter aumentado em 50% desde que entramos no programa”, conta. Moradora da Vila rural há 12 anos.

Para a secretária de educação aparecida Luzia

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Devanil José Zupiroli: Secretário da AgriculturaCom o SENAR-PR mais qualidade na produção agrícola

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Marcatto Corsi a diversificação entre pães, bola-chas, frutas, legumes, verduras “trouxe riqueza para o cardápio dos nossos alunos. Tudo é de qua-lidade graças à qualificação do produtor”, diz. “a vinda do Senar-Pr ao município foi nossa maior riqueza”, acredita.

a nutricionista da prefeitura Lorena Constanti-no Tamiozzo, afirma que o apetite das crianças está mais aguçado e exigente. “Hoje elas pedem frutas e verduras. Sentem falta quando não tem”, conta. Os resultados aparecem na avaliação antropométrica, onde verificam peso e altura das crianças que está mais próximo do recomendado em função da me-renda saudável.

Os produtores também aprenderam a aprovei-tar melhor os produtos. “antes muita coisa era jo-gada fora, como a abóbora, por exemplo. Hoje as produtoras fazem doce cristalizado”. Os alimentos agregados à merenda contribuíram para que São Manoel do Paraná se tornasse município livre de analfabetismo em 2010 e alcançasse a nota 6,5 no IDeB, ficando em primeiro lugar no núcleo de Cia-norte e em 6º no estado. São 670 alunos entre as

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redes municipal e estadual.

Leite de qualidadeO leite que chega ao mercado e aos alunos é

entregue na COOPLeSMar, a cooperativa criada em 2008 para escoar a produção do município. O laticínio recebe 1.000 litros/ dia, entregues por 12 produtores cooperados. Mais da metade vai para o programa Leite das Crianças do governo estadual. Segundo o presidente da cooperativa e secretário da agricultura de São Manoel, Devanil José Zupiroli, a boa qualidade se deve à qualificação do produtor.

Um bom exemplo está na Chácara nossa Senho-ra de Fátima, de nadir Broleze. O filho Fernando, de 21 anos, participou de três cursos de Bovinocul-tura de Leite: básico de manejo, casqueamento e in-seminação artificial. Já inseminou 20 vacas e está substituindo o rebanho pela raça Jersey.

Com o que aprendeu no curso de casqueamen-to Fernando conseguiu “salvar” uma vaca que seria descartada. “ela mancava e ficava encolhida”. De-pois que usou a técnica, o animal retomou a pro-dução de 20 litros/dia. a renda da propriedade de

Fabiano Tavares Galindo: mobilizou agricultores quando secretário Maria Miriam Ferreira: Recordista em cursos do SENAR-PR

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nove alqueires vem do leite. São 100 animais, 17 em lactação. no verão produz 200 litros/dia.

Modernizando a cafeicultura

atividade agrícola histórica no município, a ca-feicultura continua sendo responsável pela perma-nência do pequeno produtor na área rural, segundo o técnico de campo da eMaTer Cleiberto Pilla de Moura. Como muito produtores ainda utilizavam técnicas ultrapassadas – o que reflete nos preços pagos pelo grão – era preciso capacitar os cafeicul-tores de São Manoel.

O cafeicultor Osvaldo de Oliveira, 68 anos, que já fez mais de cinco cursos do Senar-Pr, participou das capacitações e não imaginava como as técnicas antigas eram prejudiciais à qualidade dos grãos. “Principalmente na colheita, que antes era feita sem pano. O café caía direto no chão e a gente ras-telava”, destaca. Hoje, é colhido no pano e o agro-tóxico é aplicado na hora certa. Os grãos também não ficam mais amontoados no terreiro. Logo pela manhã são espalhados para facilitar a secagem.

Produzindo 30 sacas por mil pés, Osvaldo conse-

gue vender a produção em coco por r$7,00 o quilo. a modernização fez a diferença em sua renda: com duas safras de café conseguiu juntar dinheiro para construir uma casa de alvenaria, na nova proprie-dade. no sítio de 8 mil metros quadrados cultiva três mil pés de café. a antiga propriedade, de 6,5 alqueires, ficou para os filhos.

Garota propagandaCom 25 certificados, Maria Miriam Ferreira Por-

to poderia ser a garota propaganda do Senar-Pr em São Manoel do Paraná. a maior parte das capa-citações realizados foi na área de alimentos. “nes-ses cursos a gente aprende a viver”, afirma. Os pre-feridos são o de panificação e Mulher atual. Com o primeiro, conseguiu entrar no Paa, entregando tortas e pães. a renda obtida já ajudou na amplia-ção da cozinha e na aquisição de um novo fogão e uma geladeira com descongelamento automático.

O Mulher atual foi essencial para ganhar desen-voltura, alinhar sua simplicidade à feminilidade. “aprendi a ensinar minhas clientes a ficarem mais bonitas”, orgulha-se.

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Osvaldo de Oliveira: com os cursos modernizou a produção de café Capacitação do produtor refletiu na qualidade da merenda escolar

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M arialva, a 20 quilômetros de Maringá, no noroeste do estado, tem o simbolismo de capital da uva fina de mesa por várias ra-

zões. a produção de uvas, responde por 50% do Pro-duto Interno Bruto (PIB) do município, espalhadas em 850 propriedades que ocupam 1.500 hectares. Foram 45 mil toneladas na safra 2009/10, rendendo quase r$100 milhões (Valor Bruto de Produção - VBP, calculado pela SeaB) de variedades como a rubi, Bra-sil, Itália e Benitaka. numa região dominada pelo tri-nômio soja-trigo-milho, essas culturas, mesmo ocu-pando uma área 15 vezes maior, alcançaram um VBP de r$ 73 milhões.

a história da uva em Marialva começou em 1960, quando chegaram as primeiras ramas trazidas de São Paulo pelos produtores Keiji Yamanaka e Toshikatsu Wakita.

aliado ao clima e cortada pela linha do Trópico de Capricórnio, as uvas “se sentiram em casa”, por-que esses fatores permitem o cultivo de duas safras anuais, (colhidas em dezembro/janeiro e maio/ju-nho) nas propriedades que praticamente envolvem o perímetro urbano. O secretário de agricultura, nei Cazelato, explica que há 10 anos fazendeiros vende-ram suas terras a grupos de produtores que as divi-diram em lotes menores. Os parreirais são vizinhos de agroindústrias familiares, que aumentaram de número depois de um trabalho que estimulou o pro-dutor a buscar maior valor agregado a seu produto. “O Senar-Pr é um parceiro muito importante para nós. através dos cursos o produtor tem se mostrado mais aberto e participativo”, avalia.

Despertando a agroindústriaem 2003 Marialva foi sede de uma das primeiras

turmas do Programa empreendedor rural (Per) do Senar-Pr. Foi o passo inicial para as agroindús-trias de vinho, suco de uva, polpa de frutas, geleias, compotas.

Valdir Monarin e nelson riciere participaram do Programa empreendedor rural, em 2003, e resga-taram uma ideia antiga de estruturar uma pequena vinícola. Motivados pela instrutora do curso, fize-ram o projeto e tiveram o trabalho classificado en-tre os cinco melhores do estado. Com viabilidade

Capital da uva fina de mesa no Paraná

Marialva

• Ângulo • Astorga • Bom Sucesso •

Colorado • Doutor Camargo • Floresta

• Flórida • Guaraci • Iguaraçu •

Itaguajé • Itambé • Ivatuba •

Jaguapitã • Jandaia do Sul • Jardim

Olinda • Lobato • Mandaguaçu •

Mandaguari • Marialva • Maringá •

Munhoz de Mello • Nossa Senhora

das Graças • Ourizona • Paiçandu

• Paranapoema • Pitangueiras •

Presidente Castelo Branco • Sabáudia

• Santa Fé • Santa Inês • Santo Inácio

• São Jorge do Ivaí • Sarandi

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comprovada, a proposta ganhou apoio do Governo estadual, através do Programa Paraná 12 meses, apoiado pelo Governo Federal, Prefeitura de Ma-rialva, eMaTer, Sistema FaeP atraindo outros produtores na iniciativa.

Daí surgiu a Cooperativa agroindustrial dos Vi-ticultores, a COaVITI, nome que se tornou a marca dos vinhos produzidos pelo grupo. a COaVITI tem 17 famílias cooperadas e produz cerca de 1.500 garrafas de vinho por mês, entre tinto de mesa seco e suave; rosê seco e suave; branco fino e branco de mesa. Cerca de 50% da matéria-prima utilizada vêm da produção dos cooperados que também são os responsáveis pelo preparo do vinho. “De dia é na roça e à noite nos reu-nimos para fazer vinho”, conta Monarin. a cooperati-va paga um valor mais alto. “É para incentivar a pro-dução de uva de qualidade, pois matéria-prima boa resulta em vinho bom”, explica o diretor-secretário antonio Peres Martins. Todos trabalham em equipe, cada um com uma função diferente. Uma vitória, pois de acordo com Monarin, o produtor tinha um perfil individualista. “Com o programa empreendedor ru-ral conseguimos mudar esse conceito”.

De vento em ‘polpa’na Feira do Produtor de Marialva, duas vezes por

semana, é possível tomar um suco de maracujá fresqui-nho, com sabor original da fruta. a polpa também é vendida em pacotinhos de diversos tamanhos. resulta-do do empreendedorismo do casal Zacheu e elizabeth Burko que integraram a turma do Per, em 2003.

a proposta inicial do casal era diversificar a proprie-dade onde cultivavam apenas uva, com o plantio de maracujá. no entanto, a comercialização não foi a espe-rada e para aproveitar a fruta, antes que apodrecesse no pé, Beth, como é conhecida, resolveu testar uma receita de farinha de casca de maracujá que havia visto na TV. “Pesquisamos e vimos que a casca era rica em pectina e que reduzia índices de diabetes. Quebrei alguns liquidi-ficadores tentando fazer a farinha”, lembra Beth.

“Tivemos outras ideias, mas como no curso apren-demos a colocar tudo na ponta do lápis, vimos que a polpa de frutas congelada era a mais viável”, explica Zacheu. Do maracujá, a produção expandiu para ou-tros nove sabores. Casados há 25 anos, com um casal de filhos, Zacheu e Beth já garantem parte da renda familiar com a produção na agroindústria. “O empre-

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COAVITI: depois do PER, produção de vinho Beth e Zacheu: investindo na polpa

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endedor abriu nossos olhos. Sem o curso, talvez es-tivéssemos na uva ainda, o que não estava compen-sando”, ressalta Zacheu. Para Beth,uma participante assídua dos cursos, o impulso dado pelo Senar-Pr despertou o conhecimento. “Falou em rural, estou metida no meio”, brinca.

Produtor e empresárioHá cinco anos, Laércio José de Pintor e a esposa

anna decidiram colocar em prática a ideia de montar uma agroindústria para produzir suco de uva. O cur-so empreendedor rural do Senar-Pr foi o estímulo para o casal fazer o investimento. “O empreendedor rural casou muito bem com a ideia que tínhamos”. Por ano, a agroindústria produz de 12 a 15 mil garra-fas da bebida. O suco é um blend das duas variedades de uva, não contém açúcar e é livre de conservan-tes. a bebida, geleias, doces e compotas produzidas na agroindústria levam a marca D’anna em home-nagem à esposa. a preocupação em ter um produto bem acabado levou a contratar um designer para de-senvolver uma logomarca exclusiva. a agroindústria é responsável por 80% da renda familiar. “estamos

começando a colher os resultados do investimento”, informa Pintor.

Saúde e Meio AmbienteO presidente do Sindicato rural, Lindalvo José

Teixeira explica que a uva necessita de tratos cul-turais intensos ao longo de seu desenvolvimento exigindo uma forte atuação na capacitação e pre-paração dos produtores, principalmente na utili-zação de agrotóxicos. a atuação do sindicato tem se divido em duas frentes de trabalho: redução no uso do agrotóxico e cuidados na aplicação. “esse vem sendo o foco desde 2010”, ressalta. Tanto que, nos últimos anos 45 cursos foram realizados, com a participação de 650 pessoas, entre produtores e funcionários. O cenário que antes mostrava apli-cadores usando bermuda e camiseta, está dando lugar a profissionais que usam equipamentos de Proteção Individual (e.P.I.).

Produção agroecológicaO Senar-Pr também tem trabalhado para o

uso racional do agrotóxico. Com a eMaTer de-

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Laércio diz que PER estimulou produção do suco de uvaSENAR-PR e EMATER: parceria para boas práticas agrícolas

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senvolve um projeto que visa fomentar a produção agroecológica da uva, através do curso piloto de Boas Práticas agrícolas a engenheira agrônoma da eMaTer de Marialva, Silvia Capelari, explica que “o projeto começou em 2011 com duas turmas de 15 alunos.

Dario Yoiti Yoshida conseguiu reduzir em 50% o uso de acaricida na última safra. no entanto, ele ex-plica que isso depende das condições climáticas, que às vezes exige o uso de químicos para que não haja perdas na produção. O segredo, segundo ele, está na prática integrada. “a ideia é conseguir chegar a um nível de redução de químicos de 20% a 30%”, acredi-ta o produtor.

Investindo no jovemIncentivar o jovem a permanecer na propriedade

e tomar gosto pela atividade rural são os desafios

dos produtores rurais. O programa Jovem agricul-tor aprendiz (Jaa) formou 14 turmas, com a par-ticipação de mais de 200 jovens de 2007 a 2011 em Marialva. “É preciso despertar no jovem o interesse pelo rural. afinal, quem vai tocar as propriedades e produzir alimentos no futuro?”, lembra o presidente do Sindicato.

Hoje, Carlos Miguel, 15 anos, garante que seu fu-turo é no campo. “Quero ver nossa propriedade ren-dendo o máximo dela”, diz. Os pais José rubens e Margareti apoiam a decisão do filho e o incentivam para que permaneça. Decisão não muito comum, se-gundo o instrutor do Jaa na região de Marialva, an-tonio Carlos Marques. Segundo ele, os pais muitas vezes são os primeiros a falarem para os filhos irem para a cidade, cursar direito, medicina. “Dizem que o campo não dá futuro”, explica.

SenAr-Pr e Sindicato rural: relação antiga

Os resultados positivos da atuação do Senar-Pr no município se devem principalmente ao braço forte do produtor: o Sindicato rural de Marialva. O primeiro presidente, Marco arthur Saldanha rocha, mais conhecido como Tuta, lembra que sempre bus-cou no Senar-Pr apoio para ampliar o atendimento ao produtor. “Foi através dos cursos que o sindicato ficou conhecido. O Senar-Pr foi a mola mestre para a divulgação do sindicato”, conta Tuta.

atualmente, à frente do sindicato está o viticultor e engenheiro agrônomo Lindalvo José Teixeira que continua focando as ações na capacitação dos pro-dutores. “nosso objetivo tem sido capacitar o maior número de produtores e trabalhadores rurais no cur-so de aplicador de agrotóxicos para mudar o cenário rural”, diz.

a atual diretoria também está buscando aumentar a participação do produtor no Sindicato. Para isso vem ampliando a gama de serviços, adquirindo bens, como uma pá carregadeira, de r$ 345 mil, disponibilizada a preço de custo para quem é associado. a entidade também promove visitas a feiras e eventos em que o produtor possa se atualizar e conhecer novas tecnolo-gias. “Hoje o produtor participa e confia mais no Sin-dicato”, conclui.

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Carlos Miguel garante que seu futuro é no Campo

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S anta Isabel do Ivaí, a 603 quilômetros da ca-pital, colhe agora o que foi plantado há seis anos em parceria entre a prefeitura, Sindica-

to rural e Senar-Pr. O trabalho foi alavancado pela secretária municipal de educação, eliana Dandolini Fe-lipe, que ocupou o cargo nos períodos de 2005 a 2007 e de 2009 até hoje. “encontramos no sindicato e no Senar-Pr grandes parceiros. nosso primeiro foco era fixar o jovem no campo e para isso organizamos com o sindicato 11 turmas do programa Jovem agricultor aprendiz (Jaa)”, afirma.

Depois foi a vez das mulheres do meio rural. “Mais uma vez oferecemos vários cursos técnicos e o programa Mulher atual, que trabalha o motivacional feminino”, completa. Um dos maiores resultados desse trabalho é a feira, que foi uma iniciativa e realização das alunas dos cursos do Senar-Pr. a prefeitura e o SeBrae atuaram como apoiadores de uma ideia que surgiu na base.

Uma das idealizadoras da feira é a produtora rura-le empreendedora Fátima Miquilin. Depois dos filhos

crescidos ela ficou um pouco deprimida. O dinheiro curto, com a produção limitada de leite e mandioca, na propriedade de 48 hectares dividida com os dois irmãos do marido, deixava Fátima ainda mais preocupada. “Minha filha queria fazer faculdade e eu queria ajudar, mas nossa renda era muito pequena. Comecei a fazer os cursos em 2006 e foi ai que comecei a enxergar uma solução”, conta. Com os cursos técnicos do Senar-Pr Fátima e as cunhadas Selma e Marilda descobriram que podiam transformar todas as frutas disponíveis na propriedade em compotas. “O resultado deste trabalho garante renda pra gente o ano inteiro”, diz.

Hoje a filha do casal, Helen, 20 anos já concluiu o curso universitário de agronegócio, em Paranavaí, e Fátima está com a autoestima lá em cima. “Minha prio-ridade era ajudar minha filha a se formar, mas com o lu-cro das vendas deu até para comprar um jogo de quarto novo. Meu próximo investimento é na pintura da casa e colocação de forro e piso na varanda. Meu plano agora é arrumar a casa”, revela.

O fermento de Santa Isabel do Ivaí

Santa Isabel do Ivaí

• Alto Paraná • Amaporã • Atalaia •

Cruzeiro do Sul • Diamante do Norte •

Floraí • Guairaçá • Inajá • Itaúna do

Sul • Loanda • Marilena • Mirador •

Nova Aliança do Ivaí • Nova Esperança

• Nova Londrina • Paraíso do Norte •

Paranacity • Paranavaí • Planaltina

do Paraná • Porto Rico • Querência

do Norte • Santa Cruz do Monte

Castelo • Santa Isabel do Ivaí • Santa

Mônica • Santo Antônio do Caiuá •

São Carlos do Ivaí • São João do Caiuá

• São Pedro do Paraná • Tamboara •

Terra Rica • Uniflor

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A feira como vitrine Selma e João, Fátima e José, Maria de Fátima e Ser-

gio, Marilda e ednéia. Casais da mesma família, mas com vidas diferentes por causa dos cursos do Senar-Pr. O exemplo mais recente vem da nova integrante do grupo ednéia rocha, 37 anos, viúva há um ano e meio. ela cuidava da casa e da família, com a viuvez se obrigou a buscar novas fontes de renda. ela reúne com o grupo toda semana na cozinha comunitária do mu-nicípio para produzir biscoitos, bolos, compotas e pães que abastecem as feiras de produtos artesanais.

“Minha vida mudou muito com os cursos do Se-nar-Pr. agora estou fazendo o curso Desenvolvimen-to Comportamental que mexeu muito comigo. Passei a valorizar a natureza, a entender melhor as pessoas”, comenta a produtora rural Maria de Fátima Miquilin.

animada e alegre, ela guarda as 24 cartilhas dos cur-sos que fez. “nos cursos do Senar-Pr não aprendi só a transformar alimentos estou aprendendo a me trans-formar. a gente não olha muito pra quem está do nos-so lado e nem pra gente mesmo. Mas estou mudando isso”, relata.

Selma, cunhada das duas ‘Fátimas’, tentou ser cabe-

leireira e manicure, mas não deu certo. após um derra-me reconstruiu sua vida profissional. Fez os cursos de conservas, panificação e mais recentemente o empre-endedor rural. “este curso joga a gente pro futuro, vale muito a pena. Me encontrei profissionalmente”, diz.

Promovendo a diversificaçãoO município de Santa Isabel do Ivaí pode ser con-

siderado um oásis no meio do mar de cana-de-açúcar cultivado na região. Para sustentar a economia a Pre-feitura, em parceria com o Sindicato rural, apoia no-vas fontes de renda como foi o caso do cultivo do aba-caxi do tipo havaí.

Há 16 anos, por iniciativa de um grupo de produ-tores rurais foi organizado o primeiro Condomínio de abacaxi no município. “O objetivo era buscar tec-nologia, facilitar o acesso ao crédito, concentrar as-sistência técnica e criar volume de produção”, explica Manoel Messias Pereira Candido, produtor rural, téc-nico agrícola e um dos pioneiros do cultivo da fruta no município.

Dos 16 produtores que começaram a empreitada apenas três continuam no consórcio, mesmo assim a

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Parceria entre o Sindicato Rural, SENAR-PR e a Prefeitura Mais renda com a diversificação e a produção de abacaxi

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cultura se consolidou. “Infelizmente, por questões cul-turais, à medida que os produtores foram adquirindo técnica e experiência, deixaram o grupo. Como produ-tores precisamos avançar no quesito associativismo”, lamenta Candido.

ao mesmo tempo outros pequenos produtores foram entrando no grupo, como a família Miquilin. “Demorou um pouco, mas os pequenos enxergaram a rentabilidade e possibilidades de aproveitamento desta fruta”, diz Candido.

Hoje o município tem 35 produtores de abacaxi, com uma área plantada de 200 alqueires e uma produ-ção por safra de 16 mil toneladas. Trinta por cento da produção vai para exportação e o restante abastece par-te dos mercados do rio Grande do Sul, Santa Catarina e oeste do Paraná. “não temos volume para chegar ao mercado de Curitiba”, informa o maior produtor de aba-caxi do município, Luiz de Jesus Patrão, que também é integrante da Comissão de Fruticultura da FaeP.

De acordo com Patrão para abastecer o mercado da capital teriam que dobrar a produção. “Mas o maior en-trave é a comercialização. O pequeno produtor vai so-zinho comercializar sua safra de abacaxi nos CeaSaS

e acaba levando o calote de comerciantes inescrupulo-sos. Isso desestimula o agricultor que abandona a cul-tura”, denuncia.

Produção de leiteOutra alternativa de renda para os pequenos agricul-

tores de Santa Isabel do Ivaí incrementada pelo Sindicato rural e o Senar-Pr é a produção de leite. Um dos exem-plos é o produtor rural antonici Fernando Machado, 52 anos, que tem uma propriedade de 90 hectares.

Foi com os cursos do Senar-Pr, a partir de 2006, que ele conseguiu atingir altos padrões de qualidade e produtividade, que garantem a certeza de bons negó-cios. após um trabalho de mobilização o Senar-Pr iniciou a oferta de um ciclo de cursos voltados para a Bovinocultura de Leite, Pastagens, Pecuária de Corte e Trabalhador na Operação e na Manutenção de Orde-nhadeira Mecânica.

antes dos cursos do Senar-Pr, Machado montou a associação dos Produtores de Leite do ramal 18 (um bairro rural de pequenas propriedades distante 15 qui-lômetros do centro da cidade). O objetivo era fortalecer a região e organizar a produção, mas infelizmente mui-

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Família Miquilin: renda o ano inteiro com os cursos do SENAR-PR

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tos associados não quiseram avançar com o produtor. “Temos que ser autoridade em gerenciamento do nos-so negócio. Todo curso que a gente faz sempre melhora alguma coisa, traz uma ideia nova e abre a nossa mente. Os cursos do Senar-Pr funcionaram como uma lapi-dação”, comenta Machado. a esposa Marisa concorda. Já fez mais de 20 cursos do Senar-Pr. “Com a globali-zação e uma legislação mais exigente temos que buscar o máximo de qualidade e competência. no ramo do lei-te a diferença é de centavos e os detalhes fazem a dife-rença”, analisa Marilda.

Laçando oportunidadesFilho de produtor rural, antonio ademir Gomes ou

‘Toninho’ como é conhecido, comanda o Sindicato rural de Santa Isabel do Ivaí há sete anos com a mesma paixão que tem pelo seu esporte Laço Comprido e o mesmo res-peito que tem pelos animais e pela natureza.

Com muita simplicidade ́ Toninho’ conseguiu recon-quistar a credibilidade do Sindicato. De 18 associados em 2005 o sindicato conta hoje com 100 associados. “Dei condições para os funcionários fazerem o sindica-to acontecer; busquei a prefeitura para trabalhar com

a gente e comecei a prestar contas para os associados”. afinal de contas o sindicato não é meu”, conta.

Com serenidade e persistência Toninho vem aperfei-çoando sua gestão com os cursos gerenciais oferecidos pelo Senar-Pr, como o Programa de Desenvolvimen-to Sindical (PDS) e o Desenvolvimento Comportamen-tal (DC). “O PDS foi uma luz pra mim. aprendi a ouvir mais as pessoas”, diz. além da prestação de contas, ‘Toninho’ organiza com o Sistema FaeP viagens técni-cas na cadeia produtiva de leite e promove cursos do Senar-Pr. entre 2005/2011 foram 416 cursos. na busca por parceiros para a obtenção de financiamentos foram capacitados 275 produtores entre 2007/2008. eles conseguiram uma linha especial de crédito dentro do programa Desenvolvimento regional Sustentável do Banco do Brasil.

apesar do produtor e sua família estarem mais in-tegrados ao Sindicato, Toninho reconhece que ainda há muito o que fazer. “O trabalho não acaba nunca. Quero revisar o estatuto do Sindicato e montar uma sala de Inclusão Digital. Se não vier o produtor, vem o filho dele que vai levar a tecnologia para a proprieda-de”, finaliza.

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Machado: autoridade para gerenciar a propriedade Foi com o que aprendeu no SENAR-PR que pagou a faculdade da filha

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Regional 1: CuritibaSupervisor: Luis Guilherme P. B. Lemes [email protected] Celular: (41) 9976-1449 Endereço: Mercado Municipal Rua da Paz, 608 CEP 80060-160 - Curitiba - PR Fone: (41) 3362-0166

Regional 2: Ponta GrossaSupervisor: Eduardo Gomes de Oliveira [email protected] Celular: (42) 9972-4522 Endereço: Rua Theodoro Rosas, 1381 Fundos - CEP 84010-180 Ponta Grossa - PR Fone: (42) 3225-8915 Regional 3: IratiSupervisor: Eduardo Figueiredo Mercado [email protected] Celular: (42) 9904-0505 Endereço: Rua 19 de Dezembro, 154Centro - CEP 84500-000 - Irati - PR Fone/Fax: (42) 3422-5301

Regional 4: GuarapuavaSupervisor: Aparecido Ademir Grosse [email protected] Celular: (42) 9977-2799 Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Caixa Postal: 3504Fone/Fax: (42) 3626-4789

Regional 5: Pato BrancoSupervisor: Sidnei Éverton Andric [email protected] Celular: (46) 9976-5000 Endereço: Rua Osvaldo Aranha, 377 CEP 85501-310 - Pato Branco – PRFone/Fax: (46) 3225-9096

Regional 6: Francisco BeltrãoSupervisor: Eduardo Antonio Marcante [email protected] Celular: (46) 9975-2099 Endereço: Rua Ponta Grossa, 2089 sala 03 - Centro - CEP 85601-600 Francisco Beltrão- PRFone/Fax: (46) 3524-6014

Regional 7: MatelândiaSupervisor: Francisco Pelição de Oliveira [email protected] Celular: (45) 9972-4710 Endereço: Av. Paraná, 930 primeiro piso - sala 30 - Centro CEP 85887-000 - Matelândia - PR Caixa Postal: 87Fone/Fax: (45) 3262-2774

Regional 8: Assis ChateaubriandSupervisor: Luiz Angelo Fillus [email protected] Celular: (44) 9916-8888 Endereço: CTA - Assis Chateaubriand Av. Sesquicentenário, s/n. CEP 85935-000 - Assis Chateaubriand – PRFone/Fax: (44) 3528–7722

Regional 9: PitangaSupervisor: Davi Andre Martins Claro [email protected] Celular: (42) 9904-0440 Endereço: Av. Brasil, 341 - Centro CEP 85200-000 - Pitanga – PRFone/Fax: (42) 3646-1949

Regional 10: Campo MourãoSupervisor: Josiel do Nascimento [email protected] Celular: (44) 9978-0922 Endereço: Av. Irmãos Pereira, 963 2º andar Sala 10 - CEP 87301-010  Campo Mourão - PR Fone/Fax: (44) 3529-1463

Regional 11: S. Antônio da PlatinaSupervisor: Aislan Lucas de O. Macedo [email protected] Celular: (43) 9976-0219 Endereço: Av. Oliveira Motta, 671  CEP  86430-000 Santo Antônio da Platina - PRFone: (43) 3534-7139

Regional 12: LondrinaSupervisor: Arthur Piazza Bergamini [email protected] Celular: (43) 9961-0602 Endereço: Parque de Exposições Governador Ney Braga Av. Tiradentes, 6355 - CEP 86072-000 Londrina – PRFone/Fax: (43) 3357-1481

Regional 13: UmuaramaSupervisor: Jean Carlo Gonçalves Carraro [email protected] Celular: (44) 9976-1547 Endereço:Rua Ministro Oliveira Salazar, 4835 Ed. Portinari sl. 02 Térreo  CEP 87502-070 - Umuarama - PR Caixa Postal 241Fone: (44) 3624-3552

Regional 14: MandaguaçuSupervisor: Salvador José M. Stefano [email protected] Celular: (44) 9973-8502 Endereço: Av. Munhoz da Rocha, 800 2º andar - sala 34 CEP 87160-000 -  Mandaguaçu – PRFone: (44) 3245-2055

Regional - 15: ParanavaíSupervisor: Reverson Ferreira R. Camargo [email protected] Celular: (44) 9916-4444 Endereço: R. Mal. Cândido Rondon, 1545Centro - CEP 87704-120 -  Paranavaí - PRFone/Fax: (44) 3423-1892

Regionais SenAr-Pr

Cont

atos

Page 74: SENAR - Relatório de Atividades 2011

74

CRIAÇãONa pesquisa de satisfação o cliente mostra quais são as demandas dos sindicatos rurais e percepção dos técnicos da área.Foram realizadas 7.971 pesquisas de satisfações de clientes.

Profissionais especializados são contratados, elaboram os materiais didáticos e capacitam prestadores de serviços. Realização do curso piloto para validação do material e da metodologia.

Mobilizadores são capacitados e aprendem a relacionar oferta de cursos ao perfil do cliente.

Prestadores de serviços recebem capacitação pedagógica e técnica específica na área em que atuarão.

Após licitação, revisão e impressão do material didático, o curso é disponibilizado no sistema de informações.

O curso é divulgado aos mobilizadores e ao público em geral, encerrando-se o processo de criação de novos cursos.Foram criados 21 novos cursos em 2011.

São realizadas reuniões locais com parceiros para o Plano Estratégico de Mobilização (PEM).Foram realizadas 337 reuniões do PEM.

O longo e criterioso caminho para garantir a satisfação do clientePasso a passo, como nasce um curso de qualidade

O Comitê de Qualidade avalia

as sugestões2

3

4

1

5

67

8

Estra

tégi

a

A “LINHA DE PRODUÇãO”A programação é feita mensalmente no sistema de informações via proposta de curso.

9

Este ano foram programadas mais de

11.706 propostas de cursos e realizados

10.779 cursos.

Page 75: SENAR - Relatório de Atividades 2011

75

A proposta passa pela aprovação do supervisor regional.

E-mail de confirmação é enviado (cooperados, Centro de Distribuição, instrutor e supervisor).

Ocorre a preparação e envio de documentação contratual (cooperados e prestadores de serviço).

CENTRO DE DISTRIBUIÇãOForam enviados:Cartilhas: 256.272

Material de divulgação: 342.998Fichas de inscrição: 202.356

Alunos buscam novos cursos do SENAR-PR e complementam a sua formação porfissional.

Emissão e encaminhamento dos certificados ao participante.Foram impressos 136.175.

O material didático é entregue ao mobilizador e conferido.

Há o processo de inscrição dos participantes.

Abertura do curso.

O Centro de Distribuição encaminha o RAC para o setor de Certificação, onde são feitas conferências e autorização de pagamentos.

Realização do curso.

São realizadas supervisões nos cursos visando melhorias para o mobilizador, instrutor

e do próprio curso.Foram realizadas 1.168 supervisões de cursos.

Avaliação dosparticipantes.

Pesquisa de satisfação dos clientes.

Prestadores de serviços cadastram participantes no sistema de informações e encaminham Relatório de Ação Concluída, além dos materiais didáticos não utilizados ao CD.

13

10

11

1214

15

16

17

18

19

20

21222324

Separação do material didático específico do curso.

Conferência do material didático e etiquetagem do Relatório de Ação Concluída com o número do evento.

Embalagem.

Remessa de material.

1

2

3 4

Page 76: SENAR - Relatório de Atividades 2011

76

Municípios atendidos Satisfação do cliente e aprendizagem durante o cursos

Aprovação do cliente em relação ao instrutor e metodologia adotada

Meta estabelecida Meta realizada Meta estabelecida Meta realizada

Repetindo o alcance de 2009 e 2010, o SENAR-PR se fez presente em todos os cantos do Paraná em 2011, atendendo aos 399 municípios do Estado.

70%

Indicadores de desempenho

Quali

dade

70,40% 80% 81,50%

Em 2011, passamos a buscar a satisfação total (conceito "ótimo") em no mínimo 70% das avaliações.

O Instrutor é fundamental para a qualidade. Neste ano buscamos conceito "ótimo" em no mínimo 80% das avaliações.

Page 77: SENAR - Relatório de Atividades 2011

77

Evasão dos clientes Supervisões Reclamações

Meta estabelecida Meta realizadaMeta estabelecida Meta realizada

Quantidadedefinida

Quantidaderealizada

868 1.168O SENAR-PR superou em 34% a meta estipulada de supervisões. Durante os cursos foram realizadas 1.168 supervisões.

O planejamento dos cursos é pensado para que o índice de reclamações seja quase nulo e os indicadores demonstrem que o objetivo foi atingido. Durante as supervisões, o índice registrado de reclamações foi de 1,53%.

O aumento de capacitações com maior carga horária faz com que a exigência de assiduidade dos participantes também aumente. Mesmo assim a evasão se manteve próximo da meta estabelecida como tolerável pelo SENAR-PR.

Indicadores de desempenho

3% 1,53%10%4,38%

10,27%

Aperf.

Qualif.

Page 78: SENAR - Relatório de Atividades 2011

7878

Quadro consolidado | 2011

SeNAR-PR em números

Linhas de Ação Eventos Participantes Carga horária

Agricultura 1.422 19.886 24.024

Grandes Culturas Anuais 197 2.320 4.088

Grandes Culturas Perenes/Semiperenes 503 9.137 6.020

Olericultura 155 1.728 3.200

Fruticultura 192 2.242 2.428

Floricultura e Plantas Ornamentais 72 849 1.736

Plantas Medicinais e Especiarias 159 1.944 3.816

Produção Orgânica 144 1.666 2.736

Pecuária 1.076 14.604 28.486

Pecuária de Grande Porte 894 12.608 23.294

Pecuária de Médio Porte 60 717 1.000

Pecuária Animais Pequeno Porte 122 1.279 4.192

Silvicultura 244 2.956 2.928

Florestamento e Reflorestamento 244 2.956 2.928

Aquicultura

Criação de Animais Aquáticos 74 866 1.184

Agroindústria

Embutidos e Defumados 36 456 924

Atividades de Apoio Agrossilvipastoris 4.169 113.995 105.742

Administração Rural 2.009 88.048 51.266

Mecanização Agrícola 2.160 25.947 54.476

Atividades Relativas à Prestação de Serviços 438 5.270 10.520

Classificação Vegetal e Armazenista 168 2.051 3.424

Construção Rural 13 175 400

Montagem e Reparo de Máquinas Agrícolas e Motores 25 260 1.000

Jardineiro 147 1.772 3.528

Turismo Rural 85 1.012 2.168

Aprendizagem Rural 342 7.302 45.320

TOTAL GERAL 7.801 165.335 219.128

Resu

ltado

s

78

Page 79: SENAR - Relatório de Atividades 2011

79

CURSOS MAIOR DEMANDA | FPRClassificação Ocupação Eventos % Conclusão % Carga Horária %

1 Trabalhador na Aplicação de Agrotóxicos 757 10% 9.504 6% 15.592 7%

2 Trabalhador na Bovinocultura de Leite 700 9% 10.003 6% 14.642 7%

3 Trabalhador na Administração de Empresas Agrossilvipastoris 627 8% 10.231 6% 27.058 12%

4 Trabalhador na Operação e Manutenção de Tratores Agrícolas (tratorista agrícola) 595 8% 7.414 4% 15.016 7%

5 Trabalhador no Cultivo de Plantas Industriais 503 6% 9.137 6% 6.020 3%

6 JAA - Jovem Agricultor Aprendiz 326 4% 7.052 4% 38.680 18%

7 Oficina de Planejamento Estratégico de Mobilização 294 4% 7.057 4% 1.176 1%

8 Trabalhador na Operação e na Manutenção de Motosserra 239 3% 1.206 1% 9.520 4%

9 Trabalhador em Reflorestamento (matas homogêneas) 200 3% 2.433 1% 2.464 1%

10 Trabalhador na Fruticultura Básica 192 2% 2.242 1% 2.428 1%

11 Trabalhador na Operação e na Manutenção de Colhedoras Automotrizes 192 2% 2.422 1% 4.344 2%

12 Trabalhador no Cultivo de Plantas Medicinais 159 2% 1.944 1% 3.816 2%

13 Trabalhador na Olericultura Básica 155 2% 1.728 1% 3.200 1%

14 Trabalhador na Agricultura Orgânica 141 2% 1.626 1% 2.688 1%

15 Jardineiro 140 2% 1.688 1% 3.360 2%

T O T A L 5.220 67% 75.687 46% 150.004 68%

CURSOS MAIOR DEMANDA | PS

7979

Classificação Atividades Eventos % Participantes % Carga Horária %

Alimentação e Nutrição 1.391 55% 17.612 49% 23.888 34%

1 Panificação básico 454 18% 6.024 17% 7.264 10%

2 Beneficiamento e transformação caseira de mandioca 236 9% 2.923 8% 3.776 5%

3 Derivados de leite 228 9% 2.826 8% 3.648 5%

4 Conservas vegetais, compotas, frutos cristalizados e desidratados 204 8% 2.478 7% 4.896 7%

5 Culinária básica 167 7% 2.121 6% 2.672 4%

6 Beneficiamento e transformação caseira de cereais 102 4% 1.240 3% 1.632 2%

Família Qualidade de Vida e Contribuição Orçamentária Familiar

7 Conscientização de mulheres 156 6% 2.365 7% 1.248 2%

Artesanato 274 11% 3.127 9% 19.748 28%

8 Cestaria e trançados 115 5% 1.286 4% 3.848 6%

9 Artesanato em tecido (corte e costura) 159 6% 1.841 5% 15.900 23%

Programas Especiais - PS

10 Mulher Atual 191 7% 4.086 11% 15.280 22%

T O T A L 2.012 79% 27.190 76% 60.164 86%

Page 80: SENAR - Relatório de Atividades 2011

80

Resu

ltado

s

Carga horária (FPR + PS)

Busca contínua da excelência

269.145 2010

246.956 2009

196.578 2005

145.795 2004

113.829 2003

214.882 2007

212.895 2006

221.767 2008

78.933 2002

67.092 2001

e m 2011 continuamos ampliando o trabalho de aumentar a carga horária dos cursos visando a melhoria da qualidade e a formação continuada.

O número de cursos de Formção Profissional

rural teve crescimento de 1,7% em 2011, porém o acréscimo em carga horária total foi de 9,8%. De-monstra que estamos ampliando o tempo de capa-citação para cada um dos participantes.

80

2011 295.503

Page 81: SENAR - Relatório de Atividades 2011

81

2001

2002

2003

2007

2008

2009

2005

2006

2004

2010

2011

Participantes(FPR + RH)

CERTIFICADO 2001

2002

2003

2007

2008

2009

2005

2006

2004

2010

2011

Cursos(FPR + RH)

3.074

3.667

4.777

5.556

7.498

8.478

6.859

6.846

8.558

8.088

56.349

62.215

171.253

176.645

135.335

132.476

184.698

157.066

111.262

84.709

81

176.436

8.230

Page 82: SENAR - Relatório de Atividades 2011

82

Resu

ltado

s

Promoção SocialParticipantes

Promoção SocialCursos

2001

2002

2003

2007

2008

2009

2005

2006

2004

2010

2011

9.010

8.553

17.758

55.641

14.688

18.021

39.302

34.309

38.290

31.962

2011

2010

2009

2005

2004

2003

2007

2006

2008

2002

2001

2.549

2.1432.1472.356

599

2.464 361 330 333 378

82

2.550

35.972

Page 83: SENAR - Relatório de Atividades 2011

83

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