semiologia e patologia

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Semiologia e Patologia médica Enfermagem Veterinária 2015/2016 AULA 4 (T4) 13.03.2016

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Page 1: Semiologia e Patologia

Semiologia e Patologia

médicaEnfermagem Veterinária

2015/2016

AULA 4 (T4)

13.03.2016

Page 2: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

2

1. Hiperemia

2. Congestão venosa

3. Isquémia

4. Enfartamento hemorrágico

5. Hemorragia

6. Enfarte

7. Trombose

8. Embolia

9. Edema

Page 3: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

3

Circulação sistémica

Page 4: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

4

Page 5: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

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Page 6: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

6

Page 7: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas Microcirculação: circulação do sangue ou da linfa em redes de vasos

denominados respetivamente capilares e linfáticos e cujas dimensões são

frequentemente micrométricas a nanométricas.

Controlo local da circulação para os tecidos

Transporte/troca de nutrientes nos os tecidos: sangue – líquido intersticial –

células

Remoção de resíduos (ou substâncias) celulares

Arteríolas: músculo liso nas paredes; controlam o fluxo de sangue nos tecidos

Metarteríola: é uma ramificação direta da arteríola; músculo liso nas paredes;

ligação entre as arteríolas e os capilares

Capilares: sem camada muscular

Vénulas: músculo liso de maior calibre

Estes elementos à excepção dos capilares tem actividade vasomotora

(vasoconstrição e vasodilatação)7

Page 8: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

8

Microcirculação:

Page 9: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas Hiperemia, hiperemia arterial ou congestão ativa – afluxo

exagerado de sangue arterial a um órgão.

Localizada ou generalizada

Exame macroscópico: coloração vermelho vivo e aumento da

temperatura local; tumefactos; manchas avermelhadas desaparecem

momentaneamente sob pressão

Exame microscópico: artérias, arteríolas e capilares dilatados e

engurgitados de sangue

Causas

Fisiológica: estômago e intestino – após alimentação; glândula

mamária – durante a lactação

Patológica: reação orgânica a estímulos agressores; primeira fase

do processo inflamatório; quando se aplica calor sobre

determinado tecido ou órgão

9

Page 10: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas1. Hiperemia, hiperemia arterial ou congestão ativa

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Page 11: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas Congestão venosa, congestão passiva ou estase: acumulação no

leito capilar ou no setor venoso, por diminuição ou paragem completa da corrente sanguínea venosa

Exame macroscópico: coloração vermelho escura ou azulada (tecidos pouco oxigenadas, ou seja, cianóticos); tumefactos; edematosos; e temperatura inferior à normal

Exame microscópico: aumento do volume sanguíneo nas veias, vénulas e capilares, muitas vezes acompanhada de transudação (edema de estase) e hemorragia por rutura da parede vascular

Congestão passiva generalizada:

Insuficiência cardíaca direita: afetados os departamentos orgânicos da grande circulação: fígado, rim, baço (+++) (fígado cardíaco)

Insuficiência cardíaca esquerda: circulação pulmonar afetada (pulmão cardíaco)

Congestão passiva localizada: fatores locais que prejudicam a progressão do sangue venoso por compressão, obstrução ou modificação da estrutura das veias

Coágulos, estenoses, deposições, dilatação venosa, posição do animal que pode causas compressão dos vasos

Page 12: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas Congestão venosa, congestão passiva ou estase:

Page 13: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

Enfartamento hemorrágico: congestão passiva de um órgão que

ocorre na sequência de compressão (por torção do pedículo

vascular) ou obliteração do lúmen dum tronco vascular importante

na irrigação desse órgão, por um trombo ou êmbolo => necrose

isquémica

Comum na torção de ansas do intestino, torção de estômago, do

baço, do testículo e em situações de invaginação intestinal

Page 14: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

Isquémia: interrupção do trânsito sanguíneo numa determinada artéria

por obstrução mecânica

Causas de isquémia:

Espasmos de artérias – de origem central ou hormonal

Compressão sobre as artérias – neoplasias, parasitas, …

Obstruções arteriais – trombos ou êmbolos

Redução do lúmen das artérias por processos degenerativos

Por um afluxo excessivo de sangue para outros órgãos

Page 15: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

Hemorragia: extravasamento do sangue para o exterior dos vasos

sanguíneos que o contêm

Classificação:

Proveniência:

Cardíacas

Arteriais

Venosas

Capilares

Localização:

Externas

Internas ou ocultas: hemopericárdio, hemotórax, hemoperitoneu

Sufusão: envolvimento sem limites definidos do tecido conjuntivo

Page 16: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

Hemorragia: extravasamento do sangue para o exterior dos vasos

sanguíneos que o contêm

Cont. Classificação:

Extensão:

Petéquias: pontuações da cabeça do tamanho da cabeça dum

alfinete

Púrpura: ligeiramente mais extensas

Equimoses: mais extensas, com dimensão aproximada de 1 cm

Page 17: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

Hemorragia:

Cont. Classificação:

Hemoptise

Hematemese

Epistaxis

Melena

Hematoquésia

Metrorragia

Hematúria

Page 18: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

Cont. Hemorragia:

Hematoma: coleção limitada de sangue (hemorragia) no tecido

conjuntivo que produz tumefação e compressão dos tecidos

Oto-hematoma:

Page 19: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

Enfarte: é uma área de necrose isquémica, resultante da interrupçãp

súbita do suprimento arterial => necrose por isquémia (necrose de

coagulação +++; exceto SNC necrose por liquefação)

Classificação:

Teor em sangue:

Enfartes vermelhos ou hemorrágicos (intestino, fígado, pulmão)

Enfartes brancos ou anémicos (rim, miocárdio, SNC)

Contaminação microbiana:

Séticos

Asséticos

Localização do órgão onde ocorrem: renal, hepático, esplénico,

pulmonar

Page 20: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

Cont. Enfarte:

Morfologia:

Geralmente ocorrem nas artérias terminais

Uma artéria terminal supre sempre uma área triangular ou cónica

Quando há obliteração destes ramos os enfartes vão tomar a forma da

área irrigada por esta: triangular ou cuneiforme

O ápice do enfarte é constituído pela artéria obliterada e a base

geralmente encontra-se voltada para a periferia do órgão

Exame macroscópico: áreas cuneiformes; área enfartada tumefacta e

firme; na fase inicial um enfarte apresenta cor avermelhada, quer seja

anémico, quer seja hemorrágico

Numas fase avançada: área necrosada substituída por tecido fibroso

cicatricial.

Enfartes antigos hemorrágicos ou anémicos: área cuneiforme, de coloração

pálida, consistência firme, deprimida na superfície do órgão.

Page 21: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

Trombose: processo patológico classificado pela formação de um

coágulo no interior do sistema vascular em vida, cuja continuidade não

foi interrompida

Constituição do trombo: fibrina, plaquetas, leucócitos e eritrócitos

Classificação:

Cor: brancos, vermelhos, mistos

Localização: cardíaco (mural ou valvular), arterial, venoso, capilar,

linfático

Permeabilidade do leito vascular envolvido: oclusivos e não oclusivos

Tempo de formação: precoce (recente) antigo (organizado)

Presença ou não de bactérias: sético e assético

Exame macroscópico: o trombo é rugoso, baço e friável, aderente à

parede vascular e não apresenta a forma da cavidade da estrutura onde

se encontra

Page 22: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

Trombose:

Page 23: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

Trombose:

Page 24: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

Embolia: processo que envolve a circulação no sistema circulatório

(sanguíneo e linfático) de material estranho a estes

Êmbolo: elemento anormal, sólido, líquido ou gasoso

Classificação de acordo com o tipo de material:

Êmbolos trombóticos: 99% das embolias são provocadas por partes de

trombos que se desagregam e entram em circulação

Êmbolos séticos: constituídos por colónias de bactérias

Êmbolos neoplásicos

Êmbolos parasitários: constituídos por parasitas adultos, jovens ou pelos

seus ovos

Êmbolos gordos: fraturas ósseas e trauma de tecido adiposo; animais obesos

e politraumatizados (+++)

Êmbolos da medula óssea: fraturas ósseas

Êmbolos gasosos: após traumatismo ou cirurgia do aparelho respiratório

Page 25: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

Embolia:

Embolias com origem arterial coração esquerdo aorta

qualquer local

Embolias com origem venosa veias periféricas coração direito

Pulmão

Principais consequências:

Obliteração dos vasos que pode não ser total –insuficiência circulatória

Desenvolvimento de trombos secundários

Obstrução total – leva a enfarte

Êmbolos purulento – abcessos

Êmbolos bacterianos – focos sépticos secundários

Metástases

Page 26: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

Edema: acumulação excessiva de fluídos derivados do sangue, e sem

elementos celulares, nos espaços intersticiais

O equilíbrio no fluxo dos líquidos é mantido pelo equilíbrio entre a

pressão hidrostática (PH) e a pressão oncótica (PO)

Mecanismos:

Terminação do capilar arterial PH > PO fluidos para os tecidos

Terminação do capilar venoso PH < PO fluidos para os vasos

Diminuição da drenagem linfática

É um processo não inflamatório ou transudado, contrariamente ao

exsudado ou edema inflamatório

Page 27: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

Cont. Edema:

Causas:

Alteração da permeabilidade capilar

Aumento da pressão sanguínea

Diminuição da PO do plasma

Obstrução linfática

Exame macroscópico: órgãos edemaciados apresentam-se húmidos,

pálidos, gelatinosos, com aumento de peso e bordos arredondados. Em

alguns casos os fluidos apresentam uma coloração amarelada,

dependendo do teor proteico

Localização no interior de cavidades:

Hidrotórax

Ascite

Hidropericárdio

Page 28: Semiologia e Patologia

Alterações Hemodinâmicas

Cont. Edema:

Edema e sinal de godet

Page 29: Semiologia e Patologia

Inflamação

Page 30: Semiologia e Patologia

Inflamação

Inflamação: reação do organismo a uma agressão, com o objetivo de

delimitar e eliminar o agente inflamatório e promover a reconstrução

do tecido

Page 31: Semiologia e Patologia

Inflamação

Inflamação:

Celso (Sec. I A.C.) apontou os 4 pontos cardiais da inflamação:

Rubor

Tumor

Calor

Dor

Galeno acrescentou:

Alteração da função

Hoje acrescentam-se 2 sinais de carácter sistémico:

Febre

Leucocitose

Page 32: Semiologia e Patologia

Inflamação

Inflamação:

Page 33: Semiologia e Patologia

Inflamação

Cont. Inflamação:

As inflamações são designadas por:

Prefixo: designativo do órgão afetado

Sufixo – ite: que exprime a ideia de inflamação

Ex: gastrite, hepatite, esofagite, artrite

Etiologia:

Agentes infeciosos: bactérias, …

Substâncias químicas: terebentina, …

Agentes físicos ou mecânicos: calor, contusões,…

Corpos estranhos: pó de talco,…

Page 34: Semiologia e Patologia

Inflamação

Cont. Inflamação:

Patogenia:

Rubor (cor avermelhada): vasodilatação

Calor (elevação da temperatura nas áreas inflamadas):

Aumento do volume de sangue

Aumento da atividade metabólica

Dor:

Mediadores químicos

Aumento da pressão

Tumor (edema):

Aumento de líquido rico em proteínas (exsudado)

Ao aumento da permeabilidade dos capilares

Febre: substâncias pirogénicas que alteram o centro regulador térmico (hipotálamo)

Leucocitose: aumento da secreção endógena de cortisol

Page 35: Semiologia e Patologia

Inflamação

Cont. Inflamação:

Cascata da inflamação:

Page 36: Semiologia e Patologia

Inflamação

Reação inflamatória aguda: caracteriza-se pela predominância de

fenómenos vasculares, distinguindo-se da inflamação crónica, quer pelo

tipo de células presentes, quer pelo intensidade dos fenómenos

exsudativos e congestivos, que neste caso são praticamente

inexistentes

Page 37: Semiologia e Patologia

Inflamação

Cont. Reação inflamatória aguda:

Formação do exsudado inflamatório agudo

Page 38: Semiologia e Patologia

Inflamação

Cont. Reação inflamatória aguda:

Formação do exsudado inflamatório agudo:

Ação dos mediadores inflamatórios:

Vasodilatação

Aumento da permeabilidade

Edema

Adesão dos neutrófilos ao endotélio e posterior diapedese

Fibrinogênio fibrina polimerizada

Resultado final da inflamação aguda:

Resolução da lesão

Formação de cicatriz

Inflamação crónica

Page 39: Semiologia e Patologia

Inflamação

Cont. Reação inflamatória aguda:

Tipos de exsudados:

Exsudado seroso: semelhante ao edema ou transudado; maior

quantidade de proteína (albumina +++); presença de algumas células

inflamatórias (neutrófilos +++); congestão dos tecidos envolvidos;

pequena quantidade de fibrina

Page 40: Semiologia e Patologia

Inflamação

Cont. Reação inflamatória aguda:

Tipos de exsudados:

Exsudado purulento: predomínio de neutrófilos em diferentes estádios de maturação e necrose; congestão; fibrina; edema; macrófagos (varia com o tempo da lesão) Pus

Bactérias piogénicas: algumas bactérias, o estafilococos por exemplo, são capazes de produzir uma supuração localizada

Consistência: líquida, semi-sólida, gelatinosa

Cor: amarelo a castanho (agente etiológico e teor em sangue)..

Exsudado mucopurulento: sobre as superfícies mucosas

Exsudado fibrinopurulento: sobre as superfícies serosas e associado à fibrina

Fleimão: tecido conjuntivo, sem limites definidos

Pústula: epiderme

Abcesso: no interior de órgãos parenquimatosos

Empiema: no interior de cavidades orgânicas (cavidade torácica e abdominal)

Page 41: Semiologia e Patologia

Inflamação

Cont. Reação inflamatória aguda:

Exsudado purulento:

Page 42: Semiologia e Patologia

Inflamação

Cont. Reação inflamatória aguda:

Tipos de exsudados:

Exsudado fibrinoso: grandes quantidade de fibrinogénio, transformado

em fibrina por ação da trombina (sistema de coagulação)

Localização: membranas serosas e mucosas (pericárdio +++, pulmão,

peritoneu, membranas sinoviais, mucosa intestinal)

Page 43: Semiologia e Patologia

Inflamação

Reação inflamatória crónica:

A inflamação crónica ocorre quando o estimulo persiste e a cicatrização não se completa

Células envolvidas: macrófagos, linfócitos, plasmócitos, fibroblastos e angioblastos

Fenómenos exsudativos raros

Granulomas: são inflamações crónicas produtivas (com muitas células), organizadas, em que os fenómenos exsudativos estão ausentes, ou presentes de uma forma muito subtil

Função do granuloma: conter a inflamação num local delimitado, defendendo o hospedeiro contra agentes irritantes e persistentes de difícil eliminação, de origem endógena ou exógena

Granuloma da tuberculose, corpo estranho, micótico, parasitário, eosinofílico, …

Resultado final: reparação da lesão por fibrose, com perda da função

Page 44: Semiologia e Patologia

Inflamação

Reação inflamatória crónica:

Page 45: Semiologia e Patologia

Inflamação

Reconstrução tecidular:

Após eliminação do agente inflamatório remover detritos celulares

reconstrução tecidular

Regeneração: as células lesadas são substituídas por células idênticas

às pré-existentes

Manutenção da integridade anatómica

Manutenção da funcionalidade orgânica

Fatores necessários à regeneração:

Tecidos cujas células possuam capacidade mitótica

Lesão não demasiado profunda, mantendo as estruturas vitais à

replicação celular

Fenómenos reparativos: limitada

Fenómenos fisiológicos: pele, mucosa, tecidos hematopoiéticos e linfóide

Page 46: Semiologia e Patologia

Inflamação

Cont. Reconstrução tecidular:

Reparação:

Tecidos sem capacidade mitótica

Lesão atingiu estruturas que impossibilitam a regeneração

Formação de tecido de granulação

Fase inflamatória

Fase fibroblástica ou reparativa (fibroplasia e angiogénese)

Fase de remodelação (maturação e remodelação dos componentes da

matriz celular)

Reparação e formação de cicatriz: tecido conjuntivo denso hipocelular

e pouco vascularizado; tamanho 10% menor que o tamanho da lesão

original retração cicatricial

Restabelecimento de integridade anatómica

Não há manutenção da funcionalidade orgânica

Page 47: Semiologia e Patologia

Inflamação

Cont. Reconstrução tecidular:

Tecido de granulação

Page 48: Semiologia e Patologia

Obrigado pela atenção!!

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