seminário sobre “efetivação dos direitos das pessoas em situação de rua”

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EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DAS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA José Ourismar Barros Mestre em Direito Professor de Direito Penal e Criminologia Assessor da Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais do MPMG

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Page 1: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

EFETIVAÇÃODOS DIREITOS

FUNDAMENTAIS DAS PESSOAS

EM SITUAÇÃO DE RUA

José Ourismar BarrosMestre em Direito

Professor de Direito Penal e CriminologiaAssessor da Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais do MPMG

Page 2: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

CIMOSCOORDENADORIA DE INCLUSÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAIS

Assessoria ao PGJ e apoio aos Promotores de Justiça

Status de CAO

Como? Empoderamento dos vulneráveis Mobilização com as instituições públicas e com a sociedade civil Sujeito como protagonista Projetos Sociais

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CIMOSCOORDENADORIA DE INCLUSÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAIS

Page 4: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

Atuação tradicional - Ação civil pública - Ação penal - TAC - Recomendação - Requisição

CIMOSCOORDENADORIA DE INCLUSÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAIS

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Page 6: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

CIMOSESTRUTURA

Fonte:http://cimos.blog.br/a-cimos/

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Principais temas de debate sobre o fenômeno das pessoas em situação de rua:

Assistência socialMoradiaSaúdeTrabalho e renda (educação)Segurança alimentar

DIMENSÃO POLÍTICA

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DIMENSÃO POLÍTICA A dignidade da pessoa humana como Fundamento da República Federativa do Brasil (art. 1º, III, CF/88)

Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil (art. 3º, CF/88)

construir uma sociedade livre, justa e solidária garantir o desenvolvimento nacional erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais  promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer

outras formas de discriminação

Page 9: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

DIMENSÃO POLÍTICA Direitos sociais (art. 6º, CF/88)

EducaçãoSaúdeAlimentaçãoTrabalhoMoradiaTransporte

LazerSegurançaPrevidência SocialProteção à maternidade e à infância

Assistência aos desamparados

Page 10: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

Os direitos sociais operam como direitos subjetivos Possibilita a exigência direta por parte de seus titulares em face de seus

destinatários Por exemplo, fornecimento de medicamento como concretização do direito à

saúde (STA 175/CE, Min. Gilmar Mendes)

Os direitos sociais possuem eficácia dirigente (dimensão objetiva)

Impõe ao Estado o dever de permanente realização dos direitos sociais Por meio da criação de instituições ou políticas públicas

SUASDIREITOS SOCIAIS

Page 11: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SUASASSISTÊNCIA SOCIAL

Efetivação do direito social de assistência aos desamparados

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

Page 12: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SUASASSISTÊNCIA SOCIAL

“a quem dela necessitar” Princípio da universalidade

“proteção” Não repressão

Vídeo “polícia 24 horas”

“um salário mínimo de benefício mensal” BPC

Page 13: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SUASSISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Regulamentação infraconstitucional LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social) Lei 8.742, de 07 de dezembro de 1993

Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.

[...]

Art. 6o  A gestão das ações na área de assistência social fica organizada sob a forma de sistema descentralizado e participativo, denominado Sistema Único de Assistência Social (Suas), com os seguintes objetivos: [...]

Page 14: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SUASESTRUTURA

Instâncias de Gestão Instâncias de Negociação e Pactuação

Instâncias de Deliberação e Controle

Social

Instâncias de Financiamento

MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e

Combate à Fome

CIT – Comissão Intergestora Tripartite

CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social

Fundo Nacional

Secretarias Estaduais CIB – Comissão Intergestora Bipartite

CEAS – Conselho Estadual de Assistência Social

Fundo Estadual

Secretarias Municipais Conselhos Municipais Fundo Municipal

Rede de Serviços Governamentais ou Não-governamentais de Assistência Social

Destinatários / Usuários

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SUASNEGOCIAÇÃO E PACTUAÇÃO

A CIT é um espaço de articulação e expressão das demandas dos gestores federais, estaduais e municipais.

É onde são negociadas e pactuadas as discussões sobre as ações e a aplicação de recursos do Suas. 

É constituída pelas três esferas que compõem o Suas: a União, representada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS); os estados e Distrito Federal, representados pelo Fórum Nacional de Secretários de Estado de

Assistência Social (Fonseas); e os municípios, representados pelo Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência

Social (Congemas).

Page 16: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SUASNEGOCIAÇÃO E PACTUAÇÃO

A CIB consiste na instância estadual destinada à interlocução de gestores

Constituída por representantes do estado-membro, indicados pela Secretaria Estadual de Assistência Social (em MG é

a SEDESE) e por representantes dos municípios, indicados pelo Colegiado Estadual de Gestores Municipais de

Assistência Social (Coegemas)

Page 17: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SUASFINANCIAMENTO

O financiamento federal na Assistência Social é operacionalizado por meio de repasses fundo a fundo, diretamente do Fundo Nacional de Assistência Social aos Fundos de Assistência Social Municipais, Estaduais, e do Distrito Federal.

http://mds.gov.br/assuntos/assistencia-social/gestao-do-suas/financiamento/repasses/fundo-a-fundo

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SUASFINANCIAMENTO

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RI – MINISTÉRIO PÚBLICO

Page 20: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

RI – MINISTÉRIO PÚBLICO

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SUASEXECUÇÃO E FINANCIAMENTO

Financiamento pelas três esferas de governo, com divisão de responsabilidades Financiamento tripartite No que tange às competências da União com relação ao SUAS, dispõe o art. 12 da LOAS:

Art. 12. Compete à União:

I - responder pela concessão e manutenção dos benefícios de prestação continuada definidos no art. 203 da Constituição Federal

II - cofinanciar, por meio de transferência automática, o aprimoramento da gestão, os serviços, os programas e os projetos de assistência social em âmbito nacional

III - atender, em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, às ações assistenciais de caráter de emergência

IV - realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social e assessorar Estados, Distrito Federal e Municípios para seu desenvolvimento.

Page 22: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SUASEXECUÇÃO E FINANCIAMENTO

Já no que diz respeito às competências específicas dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos municípios em relação à execução de políticas de assistência social, dispõe a LOAS:

Art. 13. Compete aos Estados:I - destinar recursos financeiros aos Municípios, a título de participação no custeio do pagamento dos benefícios eventuais de que trata o art. 22, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos Estaduais de Assistência Social;II – cofinanciar, por meio de transferência automática, o aprimoramento da gestão, os serviços, os programas e os projetos de assistência social em âmbito regional ou local;III - atender, em conjunto com os Municípios, às ações assistenciais de caráter de emergência;IV - estimular e apoiar técnica e financeiramente as associações e consórcios municipais na prestação de serviços de assistência social;V - prestar os serviços assistenciais cujos custos ou ausência de demanda municipal justifiquem uma rede regional de serviços, desconcentrada, no âmbito do respectivo Estado.VI - realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social e assessorar os Municípios para seu desenvolvimento.

Page 23: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SUASEXECUÇÃO E FINANCIAMENTO

Art. 15. Compete aos Municípios:I - destinar recursos financeiros para custeio do pagamento dos benefícios eventuais de que trata o art. 22, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos Municipais de Assistência Social;(...)III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluindo a parceria com organizações da sociedade civil;IV - atender às ações assistenciais de caráter de emergência;V - prestar os serviços assistenciais de que trata o art. 23 desta lei.VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os serviços, os programas e os projetos de assistência social em âmbito local;VII - realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social em seu âmbito.

Page 24: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SUASEXECUÇÃO E FINANCIAMENTO

Condições obrigatórias para o município receber recursos do FNAS:

A constituição do conselho de assistência social; A elaboração do plano de assistência social; A instituição e funcionamento do fundo; Alocação orçamentária e a destinação de recursos próprios diretamente no Fundo de

Assistência Social, consignados exclusivamente à Assistência Social; Constituir Unidade Orçamentária para cada Fundo de Assistência Social nas respectivas

esferas de governo contemplando os recursos destinados aos serviços, às ações, aos programas, aos projetos e benefícios de Assistência Social devem ser previstas as parcelas do cofinanciamento federal, estadual e municipal

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Tipificação Nacional (Resolução n. 109/2009 do CNAS)

Serviços de Proteção Especial Básica Serviço de proteção e atendimento integral à família (PAIFI) Serviço de convivência e fortalecimento de vínculos Serviço de proteção social básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas

Serviços de Proteção Social Especial de Média Complexidade Serviço de proteção e atendimento especializado a famílias e indivíduos (PAEFI) Serviço especializado em abordagem social Serviço de proteção social a adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de liberdade assistida (LA), e de

prestação de serviços à comunidade (PSC) Serviço de proteção social especial para pessoas com deficiência, idosas e suas famílias Serviço especializado para pessoas em situação de rua

DIMENSÃO TÉCNICATipificação Nacional dos Serviços Socioassitenciais

Page 26: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

Serviços de Proteção Social Especial de Alta Complexidade

Serviço de acolhimento institucional, nas seguintes modalidades Abrigo institucional Casa-lar Casa de passagem Residência inclusiva

Serviço de acolhimento em república Serviço de acolhimento em família acolhedora Serviço de proteção em situações de calamidades públicas e de emergências

DIMENSÃO TÉCNICATipificação Nacional dos Serviços Socioassitenciais

Page 27: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SUASSERVIÇO ESPECIALIZADO EM ABORDAGEM SOCIAL

Serviço Especializado em Abordagem Social

Serviço ofertado de forma continuada e programada, com a finalidade de assegurar trabalho social de abordagem e busca ativa que identifique a incidência de trabalho infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, situação de rua, uso prejudicial de drogas etc., deverá ser realizado em praças, entroncamento de estradas, fronteiras, espaços públicos...

O serviço deve buscar a resolução de necessidades imediatas e promover a inserção na rede de serviços socioassistenciais e das demais políticas públicas na perspectiva da garantia dos direitos

Pode ser ofertado pelo Creas, ou por Unidade específica referenciada ao CREAS ou pelo Centro-PoP

Page 28: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SUASSERVIÇO ESPECIALIZADO EM ABORDAGEM SOCIAL

De acordo com a Resolução CNAS nº 09/2013, em cada unidade de oferta do Serviço especializado em Abordagem Social deverá ser assegurada equipe técnica de referência para a sua execução.

Essa equipe deve ser composta por no mínimo 3 (três) profissionais, sendo, pelo menos, 1 (um) desses de nível superior (Assistente Social ou Psicólogo)

Orienta-se que o Serviço seja ofertado ininterruptamente, ou seja, todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriado, durante o dia e a noite Todavia, o órgão gestor local poderá planejar a sua oferta de

acordo com as especificidades de cada território.

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SUASCENTRO-POP

Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro-POP ou CREAS-POP) Diferentemente do CREAS, que atua com diversos públicos e oferta, obrigatoriamente o PAEFI, o Centro-POP volta-se, especificamente, para o atendimento especializado às pessoas em situação de rua, devendo ofertar o Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua

O Centro-POP caracteriza-se por ser equipamento de porta aberta, representando espaço de referência para o convívio grupal, social e para o desenvolvimento de relações de solidariedade, afetividade e respeito, devendo funcionar em dias úteis, com possibilidade de funcionar em feriados, finais de semana e período noturno, com período mínimo de 05 dias por semana e 8 horas diárias.

Page 30: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SUASCENTRO-POP

Deve promover o acesso a espaços de guarda de pertences, de higiene pessoal, de alimentação e provisão de documentação civil, inscrição no Cadastro Único dos Programas Sociais, além de ser a referência do usuário quanto este necessitar comprovar endereço para os mais diversos fins.

A Unidade deverá contar com espaços para: Recepção e acolhida inicial; Sala para atividades referentes à coordenação, reunião de equipe e atividades administrativas; Sala de atendimento individualizado, familiar ou em pequenos grupos; Salas e outros espaços para atividades coletivas com os usuários; socialização e convívio; Copa/cozinha; Banheiros masculinos e femininos com adaptação para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida; Refeitório; Lavandeira com espaço para secagem de roupas; Guarda de pertences, com armários individualizados; Higiene pessoal (banheiros individualizados com chuveiros, inclusive).

Page 31: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SUASCENTRO-POP

Além desses espaços, a depender da realidade local, a Unidade poderá, igualmente, dispor de espaços para guarda de animais de estimação em adequadas instalações, considerando as orientações dos órgãos competentes; almoxarifado ou similar, salas com computadores para uso pelos usuários, dentre outros. A Unidade deverá ter afixada, independente da(s) fonte(s)

de financiamento, em local visível, placa de identificação com o nome por extenso “Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua”, ao qual poderá ser acrescido nome fantasia, sobretudo nos municípios com mais de uma unidade.

Page 32: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SUASCENTRO-POP

Recomenda-se como equipe de referência, para uma capacidade de atendimento/ acompanhamento no Centro POP a 80 (oitenta) casos (famílias e/ou indivíduos/ mês), a seguinte composição:

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SUASACOLHIMENTO INSTITUCIONAL

Serviço de Acolhimento Institucional.

Os Serviços de Acolhimento Institucional subdivide-se em Abrigos Institucionais e Casas de Passagem

A especificidade desses Serviços está na oferta de atendimento integral que garanta condições de estadia, convívio, endereço de referência, para acolher com privacidade pessoas em situação de rua e desabrigo por abandono, migração, ausência de residência ou pessoas em trânsito e sem condições de autossustento.

O que é Abrigo Institucional? Unidade que oferece acolhimento provisório, inserida na comunidade, com características residenciais, e que proporcione ambiente acolhedor e respeite as condições de dignidade dos seus usuários. Deve ofertar atendimento individualizado e especializado, com vistas a conhecer a história da pessoa que esta sendo atendida. É importante também que sejam realizadas abordagens coletivas a fim de favorecer o fortalecimento de vínculos sociais, comunitários e familiares.

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SUASABRIGO INSTITUCIONAL

Qual é o público alvo para este Serviço? Pessoas adultas ou grupo familiar com ou sem crianças, que se encontram em situação de rua e desabrigo por abandono, migração e ausência de residência ou ainda pessoas em trânsito e sem condições de autossustento.

Qual o número máximo de usuários (as) por unidade? 50 usuários (as) por abrigo institucional.

Vídeo “Experimento de Stanford”

Qual o período de funcionamento?Ininterrupto (24 horas)Recomenda-se que os abrigos mantenham horários flexíveis para entrada e saída dos usuários de acordo com a necessidade de cada um.

Page 35: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SUASABRIGO INSTITUCIONAL Qual o período de permanência?

6 (seis) mesesSugere-se que este período não seja fixo, pois cada pessoa tem suas potencialidades e desafios que interferem no processo de desligamento do serviço. Esse processo deve ser construído conjuntamente com o usuário, com dignidade e respeito à sua vontade e nível de autonomia.

Onde deve ser localizado? As unidades devem estar inseridas na comunidade e em locais onde haja maior concentração de pessoas em situação de rua. As estruturas devem ser acolhedoras, de forma a não estigmatizar ou segregar os (as) usuários (as). Recomenda-se que os locais não tenham placas de identificação e sejam estruturas próprias e não alugadas.

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Page 37: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SUASCASA DE PASSAGEM

O que é Casa de Passagem? Unidade de acolhimento imediato e emergencial para famílias ou pessoas do mesmo sexo. Deverá conter equipe especializada para atender e receber usuários a qualquer horário do dia ou da noite e realizar estudo de caso para encaminhamentos necessário. Deve-se considerar que o sujeito/família está de passagem, em trânsito. A principal diferença do publico atendido nesta unidade é a transitoriedade. Geralmente são adultos/famílias em trânsito, sem intenção de permanência por longos períodos. Qual o número máximo de usuários (as) por unidade? 50 usuários (as) por Casa de Passagem. Qual o período de permanência? 3 (três) meses.

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SUASREPÚBLICA

O que é Serviço de Acolhimento em Repúblicas? Serviço que oferece proteção, apoio e moradia subsidiada e deve ser desenvolvido em sistema de autogestão ou cogestão, possibilitando gradual autonomia e independência de seus moradoresÉ destinado a pessoas adultas com vivência de rua em fase de reinserção social, que estejam em processo de restabelecimento dos vínculos sociais e construção de autonomiaSugere-se que o Serviço de Acolhimento em Repúblicas seja organizado em unidades femininas e masculinas

Qual o número máximo de usuários (as) por unidade? 10 usuários (as) por República. Sempre que possível a definição dos usuários da República ocorrerá de forma participativa

Qual o período de funcionamento?Ininterrupto (24 horas)Recomenda-se que as Repúblicas, mantenham horários flexíveis para entrada e saída dos usuários de acordo com a necessidade de cada um

Qual o período de permanência? 12 (doze) meses.Sugere-se que este período não seja fixo, pois cada pessoa tem suas potencialidades e desafios que interferem no processo de desligamento do serviço

Page 39: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SUASREPÚBLICA

Page 40: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SUASMÍNIMO EXISTENCIAL

Mínimo existencial condições materiais mínimas para uma vida com dignidade

- Não oponibilidade da impossibilidade do controle judicial das políticas públicas

- Não oponibilidade da tese da “Reserva do possível” - Não oponibilidade da baixa densidade normativa

Page 41: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

PRIORIDADES DO ESTADODespesa total realizada pelo Estado de Minas Gerais no ano de 2014Fonte: Portal da transparência do Estado de Minas Gerais (Link: http://goo.gl/7JizYt)

Page 42: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

INVESTIMENTO EM PREVENÇÃOA cada €1 investido em prevenção, cerca de €2,2 são poupados em outros domínio (como por exemplo, saúde, justiça penal etc.)

Page 43: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

Programa Consultório na Rua (CnaR) tem suas diretrizes de organização e funcionamento definidas pela Portaria n° 122, de 25 de janeiro de 2011, e pela Portaria nº 123, de 25 de janeiro de 2012, ambas do Ministério da Saúde

O Consultório na Rua foi instituído pela Política Nacional de Atenção Básica, em 2011, e visa a ampliar o acesso da população de rua aos serviços de saúde, por meio de “busca ativa”

Porém, o Consultório na Rua não é a única porta de entrada da PSR no SUS. O seu acesso também pode se dar por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs)

Vídeo “Consultório na Rua”

SAÚDEPROGRAMA CONSULTÓRIO NA RUA

Page 44: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SAÚDEPROGRAMA CONSULTÓRIO NA RUA

Modalidade de eCR’s (Portaria MS/GM n. 1.029 de 20 de maio de 2014)

Art. 3º As equipes dos Consultórios na Rua possuem as seguintes modalidades:Modalidade I: equipe formada, minimamente, por 04 profissionais, dentre os quais 02 destes, obrigatoriamente, deverão estar entre aqueles descritos na alínea "a" abaixo e os demais dentre aqueles relacionados nas alíneas "a" e "b" a seguir:

a) enfermeiro, psicólogo, assistente social e terapeuta ocupacional b) agente social, técnico ou auxiliar de enfermagem, técnico em saúde bucal, cirurgião dentista, profissional/professor de

educação física e profissional com formação em arte e educação + médico(s)

Modalidade II: equipe formada, minimamente, por 06 profissionais, dentre os quais 03 destes, obrigatoriamente, deverão estar aqueles descritos na alínea "a" abaixo e os demais dentre aqueles relacionados nas alíneas "a" e "b" a seguir:

a) enfermeiro, psicólogo, assistente social e terapeuta ocupacional; b) agente social, técnico ou auxiliar de enfermagem, técnico em saúde bucal, cirurgião dentista, profissional/professor de

educação física e profissional com formação em arte e educação + médico(s)

Modalidade III: equipe da Modalidade II acrescida de um profissional médico.

Page 45: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

SAÚDEPROGRAMA CONSULTÓRIO NA RUA

Portaria MS/GM n. 1.238 de 6 de junho de 2014 Incentivo financeiro de custeio mensal para as equipes de Consultório na Rua:

I - para a eCR da Modalidade I será repassado o valor de R$ 19.900,00 por equipe/mêsII - para eCR da Modalidade II será repassado o valor de R$ 27.300,00 por equipe/mêsIII - para a eCR da Modalidade III será repassado o valor de R$ 35.200,00 por equipe/mês§ 1º O incentivo financeiro de custeio instituído neste artigo engloba o custeio para transporte da eCR§ 2º O início do repasse mensal do incentivo ocorrerá após a habilitação do Município, publicada por portaria específica da SAS/MS, que dependerá do cumprimento dos seguintes requisitos:

I - demonstração do cadastramento da eCR no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde

II - alimentação de dados no Sistema de Informação vigente O gestor municipal de saúde deverá disponibilizar veículo para deslocamento da eCR, para viabilizar o cuidado presencial para a população de rua, consoante as diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica.

Parágrafo único. O veículo destinado ao deslocamento da eCR deverá manter a identificação visual e o grafismo da eCR, de acordo com o padrão pactuado nacionalmente.

Page 46: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

PORTARIA MS/GM Nº 940 DE 28 DE ABRIL DE 2011

Regulamenta o Sistema Cartão Nacional de Saúde (Sistema Cartão)

CAPÍTULO III - DO CADASTRO NACIONAL DE USUÁRIOS DO SUS

Art. 15. O Cadastro Nacional de Usuários do SUS tem por objetivo a identificação unívoca dos usuários do SUS em âmbito nacional, mediante a atribuição de número único de identificação gerado pelo Ministério da Saúde.

Art. 23. Durante o processo de cadastramento, o atendente solicitará o endereço do domicílio permanente do usuário, independentemente do Município em que esteja no momento do cadastramento ou do atendimento. § 1º Não estão incluídos na exigência disposta no caput os ciganos nômades e os moradores

de rua.

Page 47: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

CAPS/ADCENTRO DE ATENÇÃOPSICOSSOCIALÁLCOOL E DROGAS

Fonte: http://www.ccs.saude.gov.br/saude_mental/pdf/sm_sus.pdf

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Page 49: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

RECOMENDAÇÃO CONJUNTA MPMG - TJMG

Ação realizada no âmbito do Termo de Cooperação Técnica 16/2015, formada entre TJMG, MPMG e Servas

Os membros do Judiciário e do Ministério Público deverão priorizar, o andamento e julgamento dos processos e procedimentos que tenham como objeto a efetivação e garantia dos direitos sociais das pessoas em situação de rua, bem como aqueles que tenham por objeto a responsabilização civil, criminal e administrativa dos sujeitos violadores dos direitos das pessoas em situação de rua.

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RESOLUÇÕES CNMP

Sobre a obrigatoriedade e uniformização das inspeções em unidades que executam serviços socioassistenciais destinados às pessoas em situação de rua pelos Membros do Ministério Público

Os membros do Ministério Público com atribuição na defesa dos direitos humanos das pessoas em situação de rua devem inspecionar, com a periodicidade mínima anual, ressalvada a necessidade de comparecimento em período inferior, as unidades que executam os seguintes serviços socioassistenciais:

I – Serviço Especializado em Abordagem Social;II – Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua ;III – Serviço de Acolhimento Institucional, nas modalidades de Abrigo Institucional e de Casa de Passagem;IV – Serviço de Acolhimento em República.

Page 51: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

RESOLUÇÕES CNMP

Sobre o acesso aos prédios do Conselho nacional do Ministério Público e dos Ministérios Públicos para a população em situação de rua

É garantido o direito de ingresso nas dependências do Conselho Nacional do Ministério Público e dos Ministérios Públicos: I – independentemente de documento de identificação; II – independentemente da situação de asseio; e III – independentemente da vestimenta;

Parágrafo único. Nos Ministérios Públicos em que as normas de segurança interna exigirem a exibição de documento pessoal para acesso às suas dependências, pessoas em situação de vulnerabilidade que não o possuam deverão ingressar mediante autorização especial expedida ad hoc, sem que lhe sejam impostas situações de constrangimento ou humilhação.

Page 52: Seminário sobre “Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua”

FIMJosé Ourismar BarrosProfessor de Direito Penal e CriminologiaMestre em Direito pela UFMGAssessor da Cimos-MPMG

[email protected]/cimosmpmg

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