seminário influenza ah1n1 riscos de uma nova onda sem banalizar ou superestimar aprender para...

19
Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril 2010 Organização Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias, Hospital das Clínicas Apoio Faculdade de Medicina Dirceu B. Greco Professor Titular Departamento de Clínica Médica

Upload: internet

Post on 17-Apr-2015

102 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril

Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda

Sem banalizar ou superestimarAprender para cuidar 

Imunização: Mitos e Verdades

Belo Horizonte, 20 Abril 2010 Organização

Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias, Hospital das Clínicas

Apoio

Faculdade de Medicina

 

Dirceu B. GrecoProfessor TitularDepartamento de Clínica Médica

Page 2: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril

A epidemia de Influenza A (H1N1) Semana epidemiológica 13 (29 Mar-4Abril 2010)

Fonte OMS

Disseminada – VermelhoRegional – LaranjaBege – LocalizadaCinza – sem informação

Page 3: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril

- Mudança antigênica do vírus

- 25% da população é acometida (2-7 milhões mortes)

- Predomínio de doença grave em jovens (50% óbitos-1918)

- Ondas sucessivas

- Progride entre estações

- Transmissibilidade elevada

- Impacto variável em diferentes regiões do mundo

Características de uma pandemia de influenza

Page 4: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril

Apesar de . . . – Vigilância expandida nacional e global – Melhores métodos diagnósticos, medicamentos e

cuidados de saúde– Maior capacidade de produção de vacinas

Novos riscos:– Aumento do comércio e viagens internacionais– Aumento da densidade populacional– Maior número de idosos e imuncomprometidos– Aumento do número de asilos e creches– Risco aumentado para grávidas– Risco de mutações do virus

Influenza Pandêmica Hoje

Page 5: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril

Spread of a Novel Influenza A (H1N1) Virus via Global Airline Transportation. Khan,

Kamran et al. New England Journal of Medicine 2009;361:212-214.

Throughout March and April 2009, international air travelers departing from Mexico were unknowingly transporting a novel influenza A (H1N1) virus to cities around the world. Our analysis showed that in March and April 2008, a total of 2.35 million passengers flew from Mexico to 1018 cities in 164 countries.

Page 6: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril

ESTRATÉGIAS PARA O CONTROLE DA INFLUENZA A (H1N1)

TRATAMENTO IMUNIZAÇÃOPREVENÇÃO

•Cobrir o nariz/boca quando tossir (lenço de papel)•Lavar as mãos com água e sabão (após tossir)•Evitar contato com pessoas doentes•Evitar tocar olho/boca com mãos contaminadas•Se doente ficar em casa!

Page 7: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril

- Crianças com idade < 2 anos

- Adultos jovens

- Pacientes portadores de doenças crônicas

- Imunossuprimidos (medicamentos, HIV, outros)

- Mulheres grávidas

- Obesidade grau III

Grupos de maior risco de doença grave na infecção pelo vírus da Influenza A (H1N1)

Page 8: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril

Vacina Influenza A/H1N1 (Fragmentada e Inativada) – MS Brasil – 2010

Adquiridas mais de 80 milhões de doses de laboratórios qualificados pela Organização Mundial da Saúde.

Antigenos de superficie da cepa A/California/7/2009, inativadas, 0,5 ml IM

Conservante Cultivo e adjuvantes

Pandemrix – 3,75 ug do antigeno de superfície hemaglutinina, Inativado, com adjuvante

Glaxo Smith Kline

5 ug de timerosal Cultivada em ovoAdjuvantes: Squalene, alfa-tocoferol, polisorbato 80

Panenza – contem 15 ug de hemaglutinina

Sanofi Pasteur (em parceria como Instituto Butantan)

50 ug de timerosal Cultivada em ovoSem Adjuvante

:Focetria -  contem 7,5 ug do antigeno de superfície hemaglutinina, Inativado. Norvatis

Frasco multidose, contém 50 ug de timerosal por dose como conservante.

Cultivada em ovoAdjuvantes:Squalene, polisorbato 80, trioleato de sorbitan

Page 9: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril

-Mercurio

-Autismo pela presença de mercurio

- Vacina contem celulas cancerigenas

-Aumento incidencia da Síndrome de Guillan Barré

-Evidencia de má-formação fetal

-Efeitos colaterais desconhecidos

- Não contem metil mercurio e sim etil mercurio,

que é metabolizado e removido rapidamente

- Estudos descartaram esta possiblidade

- Informação falsa

- A incidencia é igual a da população sem vacinar

- Não houve qualquer caso nos diversos países

- Semelhantes aos da vacina sazonal e sistema de

monitoramento estabelecido munidalmente

Vacina contra a Influenza A (H1N1)Mitos Evidências

Page 10: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril

Recomendações para população em geral

• A vacina disponível é eficaz – acima de 90%• Os riscos não são diferentes da vacina contra a influenza

sazonal• Um dose é suficiente para imunização, exceto em certas faixas

etárias• Não problema em receber a vacina mesmo que a pessoa tenha

tido a probabilidade de já ter se infectado pelo virus da influenza A (H1N1)

• O vírus poderá sofrer mutações e por isto poderá ser necessário nova vacinação no futuro

• Como há risco de reações anafiláticas ou anafilactóides em pessoas com alergia a proteinas do ovo, a vacina não deve em geral indicada. Os locais de vacinação devem estar preparados para a eventualidade destas reação.

Page 11: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril
Page 12: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril

Cronograma da Vacinação contra o virus da Influenza A (H1N1)

Ministério da Saúde - 2010

Page 13: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril
Page 14: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril

Vacinação contra o vírus A (H1N1) Balanço do MS

18 de abril de 2010Categorias PercentualProfissionais de saúde 100

Crianças (até seis anos de idade) 86

Portadores de doenças crônicas 56

Gestantes 54

Adultos entre 20 e 29 anos 41 (desde o dia 9 de abril)

Page 15: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril
Page 16: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril

Desafios• As estratégias de enfrentamento são de difícil avaliação - a

evidência de eficácia das medidas são muitas vezes históricas e sem estudos sistematizados. Serão necessários recursos para pesquisas nas diversas áreas.

• Pontos cruciais a serem definidos incluem: infectividade pré-sintomática, eficiência da transmissão (gotículas, aerossol, pelas mãos, superfícies contaminadas); necessidade de isolamento; utilização de máscaras.

• A utilidade de cada intervenção depende da fase da epidemia: no período de alerta pré-pandêmico foram justificadas medidas mais rígidas (e.g., isolamento, vigilância). Durante a pandemia o foco é para medidas populacionais que diminuam a disseminação e o pânico

Page 17: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril

Perspectivas •Necessário manter a vigilância epidemiológica e clínica regulares•Necessárias pesquisas operacionais para o acompanhamento da evolução da epidemia•Manter sistema de informação/educação claro, transparente para todos•Estabelecer normas rígidas em relação a sigilo, confidencialidade e não discriminação de pessoas expostas ou infectadas•Aumentar o financiamento da infraestrutura de saúde pública: pessoal, laboratório, banco de dados pois servirá não só para esta epidemia•Buscar transferência de tecnologia, produção local de insumos, medicamentos e vacinas•Melhorar higiene e controle de infecção na criação de animais

Page 18: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril

SÍNTESE DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA O

CONTROLE DA EPIDEMIA

• PREVENÇÃO

• TRATAMENTO

• IMUNIZAÇÃO

• Ação contínua• Investimento precoce• Políticas de emancipação

• Pesquisa• Produção local• Acesso• Preparação, informação, direitos humanos, ética

• Acesso• Manter a prevenção

Page 19: Seminário Influenza AH1N1 Riscos de uma nova onda Sem banalizar ou superestimar Aprender para cuidar Imunização: Mitos e Verdades Belo Horizonte, 20 Abril

Albert Camus

• Já houve tantas guerras quanto epidemias na história da humanidade, mas tanto as guerras quanto as epidemias sempre pegam a população de surpresa.