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Feita por ordem direta do Presidente da República Meit'a;desempatou a favor do Traste Outros panamás em preparo no Banco por- pressão do Gordirího. > ' (Texto na página 7) H mm?mm i- * > > s^r fe'j Augusto Frederico Schmidt, o Gordinho Sinistro, traficante de influência e presidente de fato da República. Vai chefiar a nossa delegação à ONU. Lo- go a seguir, será nomeado em- baixador em Paris. A quanto descemos! 0 Governo Está Brincando om a Fome do Povo QUANDO o sr. Juscellno Kubitschek assumiu o Poder, o pão custava Cr| 2,20 a blsnaga e o feijão preto CrS 10,00 quilo. Hoje, a mesma blsnaga é vendida a Cr$ 7,00 c o feijão prêtb, que era comida de pobre, na feira livre, onde ninguém paga impostos, è vendido a CrS 55,00. Em janeiro do corrente ano, o Presidente da República, numa fanfarronada espalhafatosa, ao microfone da "Hora do Irasll", declarou: "Todo o peso do governo será lançado para fazer estacionar a corrida de aumentos no custo de vida". Para refrescar' a memória do Presidente, O SEMANÁRIO divulga os preços de janeiro a agosto deste ano, na Capital federal: Produto - - Pão ..-.;'., Feijão preto \rroz \çúcar Carne seca Satata Inglesa ... Farinha de trigo Bacalhau ;:.:... íarne verde' ..„.. Sanha de coco .. Sanha comum ... Sabão Janeiro CrS 18,00 16,50 28,00 l.',,00 65,00 8,00 16,60 115,00 36,00 62,00 62,00 38,00 Agosto CrS 34,00 55,00 36,00 18,00 84,00 26,00 22,50 150,00 74,00 85,00 90,00 56,00 Fósforo Leite em Manteiga., Fubá Óleo comestíveis Cebola Bonde (passagem) ,., Lavagem de roupa .., Aipim Vagem , Banana dágua Couve flor Alface Laranja lima (dúzia) Ovos 3,00 18,00 32,00- <¦'¦ Os pneus subiram 35%. A gazollna 20?ó. Cinema: de 18 cru- zeiros passou a 30. ônibus: sofreram um aumento de 35% c um outro previsto de 40%. O leite "in-natura" está a Cri 14,00 o livro. E chamam a esta Imoralidade de congelamento de preços! O povo brasileiro está passando fome. O governo continua enganando o estômago do trabalhador com chantagens de entre- vistas e reuniões ministeriais, enquanto os tubarões e os Inter- medlárlos se locupletam, sendo que alguns são até Ministros de Estado! Truste do Petróleo! Jânio, de vultn da Rússia, declarou u "United Frcss" que pretende Ir aos Estados Unidoç, "a fim de--avistar-se -com seu '-grande amigo Nelson Kockcfeller". £ acrescentou (todos'os jornais publicaram): "Nelson Rockc- icller é um grande amigo do Brasil, cujos problemas compreende, assim como os brasileiros compreendem os dele". E', a segunda vez qúc o Caolho laz referência a sua amizade com o magnata da "Standard Oil", o qual lhe retribuiu a gentileza, dizendo em entrevista ao enviado especial de "O Es* tadão" a Nova Iorque que o Caolho era o seu candidato a presidência do Brasil.., Jânio cresce, agora, de falta de vergonha, descobrindo claramente o seu jogo, ao afirmar que Rockefcllcr "compreende os nossos problemas" assim como "nós compreendemos os dele", que são os do Truste do Petróleo, Dá, pois, a entender que, existindo essa "identidade de compreensão", não Bern dlffcll, mns fácil, ajustar os nossos interesses com os dos Rockcfcllers, ou seja os da Petrobrás com os do Truste, os do Monopólio Estatal com os tia "livre empresa" dos colonialistas ianques, como se essa conciliação dos contrários, que o povo brasileiro repele, não fosse possível senão ;i base de concessões à Ia Frondlzl. No momento cm que Líder c Moreira Sales engodam um acordo com as companhias norte-americanas de gazollna um empréstimo por parte delas de 280 milhões de dólares, pagávcl num ano, em troca da garantia de que não será nacionalizada a distribuição dos derivados ile petróleo acordo vergonhoso, safado, capitulacionlsta, entreguista, do qual com mais largucza nos ocuparemos no próximo número, rhamando, entretanto, desde Já, para ele, a atenção do Congresso, das Forças Armadas e dos patriotas em geral nesse momento vem o Caolho c acena com n possibilidade de um entendimento com Rockefcllcr! Desde avisamos a Lafer que estamos ciente do que representn êsse seu plano de traição c que vamos publicar a sua ficha c desmascarar as suas manobras frondhdstas. LEIAM NA 12." PAG. A TERCEIRA DAS SENSACIONAIS REPORTAGENS QUE EDMAR MOREL VEM . PUBLI- CANDO SOBRE JÂNIO QUADROS. 1BA NA 4.a PÁGINA: 0 Escândalo m m Lott e a Democracia Brasileira ESTE artigo é um complemento da entrevista com o ¦ marechal Teixeira Lott publicada em nosso número anterior. Nela fixamos de preferência os temas de ordem econômica,e social, por serem os que mais direta e imedia- lamente interessam ao povo brasileiro, preocupado em pôr em ordem a. sua. casa e em poder trabalhar livre de peias de interesses estranhos aos seus. Apenas abordamos a quês- tão da Reforma Constitucional, em virtude de certos mur-, múrios que'correm por acerca das veleidades continuis- tas do sr. Jiiscelino Kubitschek .. O Marechal foi categórico nesse ponto. E' realmente intempestiva e o país em hi- pótese alguma a admitiria qualquer manobra no sentido de rever a parte política de nossa Carta Magna para per- mitlr a reeleição do atual presidente, quando estamos em plena campanha sucessória, com os partidos praticamente definidos na matéria.. ' Nos-dois encontros —os primeiros, aliás que tive- mos com o candidato nacionalista, foram, porém, abordados, como não podia deixar de ser, também os temas de natureza política, principalmente os relacionados com a defesa e o aprimoramento de nossas instituições democráticas. O Ma- rechal manifestou de público a sua viva repulsa à in- fluência do Poder Econômico nos prélios eleitorais. Essa in- fluência corruptora e dissolvente faz com que o nosso re- gime não.passe de uma contrafação, exigindo, por isso mes- mo, medidas enérgicas que a impeçam de exercer-se, to- lhendo a livre manifestação da vontade popular. -De qual- quer modo, é preciso acabar de vez com o espetáculo depri- mente de nossos pleitos,'minados na sua significação e des- vlrtuados de seus fins pela derrama indecorosa de dinheiro para a compra: de sufrágios. Por outro lado, o Marechal é de- cididamente a favor do voto aos analfabetos, não porque êsse é um direito que eles têm, como cidadãos, como um melo de defesa de seus Interesses e de pressão sobre seus mandatários para que p Estado cumpra com seus filhos o dever que não soube cumprir em relação a eles. O analfa- beto paga impostos, mas se. lhe nega a prerrogativa demo- crátlca de fiscalizar-lhes a aplicação. Contribui, com o seu trabalho, para criar riquezas, e é posto à margem das deci- soes políticas, como se fosse menor ou incapaz. Dele se exige tudo e nada em troca se lhe dá, nem sequer a possi- bllidade de emitir sua opinião sobre os assuntos de interesse coletivo, como se fosse um pária, um intocável. Na verdade, são contra o voto ao analfabeto os que não querem, de mo- do algum, o progresso político e social do povo brasileiro, os que ou não crêem nele ou desejam mantê-lo sob depen- dência, para conservar seus privilégios odiosos. Ora, o Ma- rechal é dos que acreditam ardentemente no povo, dos que acham, como Gctúiio, que o nosso maior e melhor capital é o elemento humano e que, portanto, tudo deve ser feito para valorizá-lo, garantli.do-lhe não condições materiais de existência compatíveis com a sua dignidade como posslbi- lidades de cultura e a participação integral na vida pública, pois êle é que é o senhor dos destinos do pais. O candidato nacionalista não diz isso para fazer proselitismo eleitoral. A obra de democratização do Exército que realizou como ministro da Guerra, dando aos sargentos estabilidade e, ao mesmo tempo, facultando-lhes o acesso ao oficlalato, demons- tra por si que essas idéias de perfeita igualdade demo- crátlca,são uni constante de seu pensamento, frutos de uma convicção doutrinária, e-não um "slogan" eleitoreiro. O Ma- rechal teve, aliás,, oportunidade de ,delxar bem claro êsse pensamento, quando, a, propósito das Ligas Camponesas de Pernambuco, se manifestou radicalmente contrário a toda e qualquer espécie de discriminação política, social, eco- nômica, racial ou religiosa. Ainda recentemente, quando de certos pruridos discriminatórios do ItamaratI, foi à sua por- ta que bateu a nossa Associação dos Homens de Côr, e da acolhida que teve dizem os resultados da ação pronta do ministro da Guerra junto aos responsáveis por aquele Mi- nistério, onde, Infelizmente, prevaleciam preconceitos que de maneira alguma se compadecem com os sentimentos e as tra- dições do povo brasileiro. O Marechal não é, portanto, de- mocrata "de ouvido", de ocasião. E' democrata por for- inação e por ideologia. "Nascido c criado em um lar em que os recursos materiais eram escassos, tenho, por experiência própria disse êle, no seu discurso no comício do PTB noção das angústias e sofrimentos que rondam as habita- ções dos que vivem de pequenos vencimentos c salários". Nas conversas que tivemos, contou-nos, sem nenhuma afe- tação, a história de seus primeiros e difíceis tempos. O pai, no morrer, deixou viúva, nove filhos menores e um mon- tepio de 3Õ0 cruzeiros. Em sua casa, carne era luxo; o prato diário era o feijão. Mas o pai deixou-lhe, e aos irmãos, o exemplo de uma honradez a toda prova, e Isso, que lhes bastava e os enchia de orgulho, iria constituir para cies, vida em fora, a norma invariável de conduta. O heroísmo materno, conseguindo, em meio a tantas provações, fazer das nove crianças nove cidadãos úteis à Pátria e à comunhão social, completou êsse ambiente de austeridade, de espírito de sacrifício e de consciência do dever a cumprir que foi a grande escola.da vida em que se forjou o caráter do Maré- di.ti. Daí não lhe seduzirem as pompas mundanas. Daí a exis- Qswaldo Costa tência modesta, discrela, reservada, que sempre levou e ain- da leva homem que é unicamente do lar e do trabalho, sensível aos sofrimentos dos que, como êle, não nasceram em berço de ouro, mas tiveram de lutar duramente para conquistar, palmo a palmo, por seu próprio esforço, o seu lugar ao sol. Sua filha Edna não faz, pois, literatura, quan- do diz: "Meu pai conheceu dificuldades para criar seus fi- lhos c sempre viveu modestamente. Deu-nos, entretanto, e ein. todas as oportunidades, a lição da honradez, da clareza de atitudes, do trabalho e da honestidade dos propósitos". Era evidente que com um homem desses, autêntico filho do povo, como Deodoro, Floriano e Benjamin Constant, e que, como eles, jamais o renegou, não podiam contar os golpistas do bando da lua do dr. Carlos Luz. E isso explica a atuação do Marechal no 11 di novembro, quando saivou a democra- cia brasileira e êsse foi, sem dúvida, o maior serviço que prestou à Nação do domínio completo dos trustes estran- geiros com que nos ameaçava o Iibertizida regime de exce- ção de Lacerda, Jânio e Pena Boto. No Marechal, o naciona- lista e o democrata se ajustam harmoniosamente. Êle e ninguém mais do que êle oferece todas as condições para inaugurar, no Brasil, um novo período histórico, de Eman- cipação Econômica e de Progresso Político. Por isso, é o nosso Candidato.

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Page 1: Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 * UM JORNAL QUE ...memoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1959_00174.pdfEra evidente com um homem desses, autêntico filho do povo, como Deodoro,

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Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 * UM JORNAL QUE VALE POR ÜM LIVRO + Diretor: OSWALDO COSTA * Ano IV £ Número 174

^^^^^^^^^^^^^^^í^^^^^^^íMAPOTEOSEA FRENTE

PARLAMENTAR1^1 fiV I wI^f^LU I Ê\

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NO CLUBEMILITAR

*r^vfii.-^^^^^^^^^

Milhares de oficiaisaplaudem entusiàs-ricamente a confe-rência do deputadoSérgio Magalhãessobre "CAPITAIS

ESTRANGEIROS NOBRASIL" > -

Texto na 5.a Página

Jânio à "United Press'

Entendimento Com

5ESwS -eA*M !;•.'';r«!4í(^ííS^S' o ¦

200 MilhõesPara a

xv //

Negociatade Schmidtno B.N.D.E.

Feita por ordem direta doPresidente da República —Meit'a;desempatou a favor doTraste — Outros panamás empreparo no Banco por- pressão

do Gordirího.

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(Texto na página 7)

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Augusto Frederico Schmidt, oGordinho Sinistro, traficantede influência e presidente defato da República. Vai chefiara nossa delegação à ONU. Lo-go a seguir, será nomeado em-baixador em Paris. A quanto

descemos!

0 Governo Está Brincandoom a Fome do Povo

QUANDO o sr. Juscellno Kubitschek assumiu o Poder, o

pão custava Cr| 2,20 a blsnaga e o feijão preto CrS 10,00quilo. Hoje, a mesma blsnaga é vendida a Cr$ 7,00 c o feijão

prêtb, que era comida de pobre, na feira livre, onde ninguémpaga impostos, è vendido a CrS 55,00.

Em janeiro do corrente ano, o Presidente da República,numa fanfarronada espalhafatosa, ao microfone da "Hora doIrasll", declarou: "Todo o peso do governo será lançado parafazer estacionar a corrida de aumentos no custo de vida".

Para refrescar' a memória do Presidente, O SEMANÁRIOdivulga os preços de janeiro a agosto deste ano, na Capital

federal:

Produto - -

Pão ..-.; '.,Feijão preto \rroz \çúcarCarne seca Satata Inglesa ...Farinha de trigoBacalhau ;:.:...íarne verde' ..„..Sanha de coco ..Sanha comum ...Sabão

JaneiroCrS18,0016,5028,00l.',,0065,008,00

16,60115,0036,0062,0062,0038,00

AgostoCrS34,0055,0036,0018,0084,0026,0022,50

150,0074,0085,0090,0056,00

Fósforo Leite em pó Manteiga .,Fubá Óleo comestíveis Cebola Bonde (passagem) ,.,Lavagem de roupa ..,Aipim Vagem ,Banana dágua Couve florAlface Laranja lima (dúzia)Ovos

3,0018,0032,00-

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Os pneus subiram 35%. A gazollna 20?ó. Cinema: de 18 cru-zeiros passou a 30. ônibus: sofreram um aumento de 35% c jáhá um outro previsto de 40%. O leite "in-natura" Já está a Cri14,00 o livro.

E chamam a esta Imoralidade de congelamento de preços!O povo brasileiro está passando fome. O governo continua

enganando o estômago do trabalhador com chantagens de entre-vistas e reuniões ministeriais, enquanto os tubarões e os Inter-medlárlos se locupletam, sendo que alguns já são até Ministrosde Estado!

Truste do Petróleo!Jânio, de vultn da Rússia, declarou u "United Frcss" que pretende Ir

aos Estados Unidoç, "a fim de--avistar-se -com seu '-grande amigo NelsonKockcfeller". £ acrescentou (todos'os jornais publicaram): "Nelson Rockc-icller é um grande amigo do Brasil, cujos problemas compreende, assimcomo os brasileiros compreendem os dele". E', a segunda vez qúc o Caolholaz referência a sua amizade com o magnata da "Standard Oil", o qual lheretribuiu a gentileza, dizendo em entrevista ao enviado especial de "O Es*tadão" a Nova Iorque que o Caolho era o seu candidato a presidência doBrasil.., Jânio cresce, agora, de falta de vergonha, descobrindo claramenteo seu jogo, ao afirmar que Rockefcllcr "compreende os nossos problemas"assim como "nós compreendemos os dele", que são os do Truste do Petróleo,Dá, pois, a entender que, existindo essa "identidade de compreensão", nãoBern dlffcll, mns fácil, ajustar os nossos interesses com os dos Rockcfcllers,ou seja os da Petrobrás com os do Truste, os do Monopólio Estatal com ostia "livre empresa" dos colonialistas ianques, como se essa conciliação doscontrários, que o povo brasileiro repele, não fosse possível senão ;i basede concessões à Ia Frondlzl. No momento cm que Líder c Moreira Salesengodam um acordo com as companhias norte-americanas de gazollna — umempréstimo por parte delas de 280 milhões de dólares, pagávcl num ano, emtroca da garantia de que não será nacionalizada a distribuição dos derivadosile petróleo — acordo vergonhoso, safado, capitulacionlsta, entreguista, doqual com mais largucza nos ocuparemos no próximo número, rhamando,entretanto, desde Já, para ele, a atenção do Congresso, das Forças Armadase dos patriotas em geral — nesse momento vem o Caolho c acena com npossibilidade de um entendimento com Rockefcllcr! Desde já avisamos aLafer que estamos ciente do que representn êsse seu plano de traição c quevamos publicar a sua ficha c desmascarar as suas manobras frondhdstas.

LEIAM NA 12." PAG. A TERCEIRA DAS SENSACIONAISREPORTAGENS QUE EDMAR MOREL VEM . PUBLI-

CANDO SOBRE JÂNIO QUADROS.

1BA NA 4.a PÁGINA:

0 Escândalom m

Lott e a Democracia BrasileiraESTE artigo é um complemento da entrevista com o¦ marechal Teixeira Lott publicada em nosso número

anterior. Nela fixamos de preferência os temas de ordemeconômica,e social, por serem os que mais direta e imedia-lamente interessam ao povo brasileiro, preocupado em pôrem ordem a. sua. casa e em poder trabalhar livre de peiasde interesses estranhos aos seus. Apenas abordamos a quês-tão da Reforma Constitucional, em virtude de certos mur-,múrios que'correm por aí acerca das veleidades continuis-tas do sr. Jiiscelino Kubitschek .. O Marechal foi categóriconesse ponto. E' realmente intempestiva — e o país em hi-pótese alguma a admitiria — qualquer manobra no sentidode rever a parte política de nossa Carta Magna para per-mitlr a reeleição do atual presidente, quando já estamos emplena campanha sucessória, com os partidos praticamentedefinidos na matéria. . '

Nos-dois encontros —os primeiros, aliás — que tive-mos com o candidato nacionalista, foram, porém, abordados,como não podia deixar de ser, também os temas de naturezapolítica, principalmente os relacionados com a defesa e oaprimoramento de nossas instituições democráticas. O Ma-rechal já manifestou de público a sua viva repulsa à in-fluência do Poder Econômico nos prélios eleitorais. Essa in-fluência corruptora e dissolvente faz com que o nosso re-gime não.passe de uma contrafação, exigindo, por isso mes-mo, medidas enérgicas que a impeçam de exercer-se, to-lhendo a livre manifestação da vontade popular. -De qual-quer modo, é preciso acabar de vez com o espetáculo depri-mente de nossos pleitos,'minados na sua significação e des-vlrtuados de seus fins pela derrama indecorosa de dinheiropara a compra: de sufrágios. Por outro lado, o Marechal é de-

cididamente a favor do voto aos analfabetos, não só porqueêsse é um direito que eles têm, como cidadãos, como ummelo de defesa de seus Interesses e de pressão sobre seusmandatários para que p Estado cumpra com seus filhos odever que não soube cumprir em relação a eles. O analfa-beto paga impostos, mas se. lhe nega a prerrogativa demo-crátlca de fiscalizar-lhes a aplicação. Contribui, com o seutrabalho, para criar riquezas, e é posto à margem das deci-soes políticas, como se fosse menor ou incapaz. Dele seexige tudo e nada em troca se lhe dá, nem sequer a possi-bllidade de emitir sua opinião sobre os assuntos de interessecoletivo, como se fosse um pária, um intocável. Na verdade,são contra o voto ao analfabeto os que não querem, de mo-do algum, o progresso político e social do povo brasileiro,os que ou não crêem nele ou desejam mantê-lo sob depen-dência, para conservar seus privilégios odiosos. Ora, o Ma-rechal é dos que acreditam ardentemente no povo, dos queacham, como Gctúiio, que o nosso maior e melhor capital éo elemento humano e que, portanto, tudo deve ser feito paravalorizá-lo, garantli.do-lhe não só condições materiais deexistência compatíveis com a sua dignidade como posslbi-lidades de cultura e a participação integral na vida pública,pois êle é que é o senhor dos destinos do pais. O candidatonacionalista não diz isso para fazer proselitismo eleitoral.A obra de democratização do Exército que realizou comoministro da Guerra, dando aos sargentos estabilidade e, aomesmo tempo, facultando-lhes o acesso ao oficlalato, demons-tra por si só que essas idéias de perfeita igualdade demo-crátlca,são uni constante de seu pensamento, frutos de umaconvicção doutrinária, e-não um "slogan" eleitoreiro. O Ma-rechal teve, aliás,, oportunidade de ,delxar bem claro êsse

pensamento, quando, a, propósito das Ligas Camponesas dePernambuco, se manifestou radicalmente contrário a todae qualquer espécie de discriminação — política, social, eco-nômica, racial ou religiosa. Ainda recentemente, quando decertos pruridos discriminatórios do ItamaratI, foi à sua por-ta que bateu a nossa Associação dos Homens de Côr, e daacolhida que teve dizem os resultados da ação pronta doministro da Guerra junto aos responsáveis por aquele Mi-nistério, onde, Infelizmente, prevaleciam preconceitos que demaneira alguma se compadecem com os sentimentos e as tra-dições do povo brasileiro. O Marechal não é, portanto, de-mocrata "de ouvido", o« de ocasião. E' democrata por for-inação e por ideologia. "Nascido c criado em um lar em queos recursos materiais eram escassos, tenho, por experiênciaprópria — disse êle, no seu discurso no comício do PTB —noção das angústias e sofrimentos que rondam as habita-ções dos que vivem de pequenos vencimentos c salários".Nas conversas que tivemos, contou-nos, sem nenhuma afe-tação, a história de seus primeiros e difíceis tempos. O pai,no morrer, deixou viúva, nove filhos menores e um mon-tepio de 3Õ0 cruzeiros. Em sua casa, carne era luxo; o pratodiário era o feijão. Mas o pai deixou-lhe, e aos irmãos, oexemplo de uma honradez a toda prova, e Isso, que lhesbastava e os enchia de orgulho, iria constituir para cies,vida em fora, a norma invariável de conduta. O heroísmomaterno, conseguindo, em meio a tantas provações, fazer dasnove crianças nove cidadãos úteis à Pátria e à comunhãosocial, completou êsse ambiente de austeridade, de espíritode sacrifício e de consciência do dever a cumprir que foi agrande escola.da vida em que se forjou o caráter do Maré-di.ti. Daí não lhe seduzirem as pompas mundanas. Daí a exis-

Qswaldo Costa

tência modesta, discrela, reservada, que sempre levou e ain-da leva — homem que é unicamente do lar e do trabalho,sensível aos sofrimentos dos que, como êle, não nasceramem berço de ouro, mas tiveram de lutar duramente paraconquistar, palmo a palmo, por seu próprio esforço, o seulugar ao sol. Sua filha Edna não faz, pois, literatura, quan-do diz: "Meu pai conheceu dificuldades para criar seus fi-lhos c sempre viveu modestamente. Deu-nos, entretanto, eein. todas as oportunidades, a lição da honradez, da clarezade atitudes, do trabalho e da honestidade dos propósitos".Era evidente que com um homem desses, autêntico filho dopovo, como Deodoro, Floriano e Benjamin Constant, e que,como eles, jamais o renegou, não podiam contar os golpistasdo bando da lua do dr. Carlos Luz. E isso explica a atuaçãodo Marechal no 11 di novembro, quando saivou a democra-cia brasileira — e êsse foi, sem dúvida, o maior serviço queprestou à Nação — do domínio completo dos trustes estran-geiros com que nos ameaçava o Iibertizida regime de exce-ção de Lacerda, Jânio e Pena Boto. No Marechal, o naciona-lista e o democrata se ajustam harmoniosamente. Êle — eninguém mais do que êle — oferece todas as condições parainaugurar, no Brasil, um novo período histórico, de Eman-cipação Econômica e de Progresso Político. Por isso, é onosso Candidato.

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PAGINA 2 9 • Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 • ¦ • 0 SEMANÁRIO tf ANO IV tf NÚMERO 174

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n n n í\ í\f:i r\Ê^\BRAXêLê JkNJk% )JOSÉ FREJAT

O A ciência progride a passos largos. A técnica cen-fuplica a capacidade do homem. A ciência aplica-

da à terra e aos animais multiplica e melhora a pro-tluçtio agropecuária. Por isso, perguntamos com Eins-tein: "Por que esta magnífica ciência aplicada, queeconomiza trabalho, fazendo a vida mais fácil, nos traztão pouca felicidade?" Por que continuam os traba-lhadores trabalhando cada vez mais e ganhando cadavez menos? Por que 700 mil favelados vivem mísera-velmente cm barracos, sem água, sem luz, sem esgotos,no Rio de Janeiro, quando a Prefeitura arrecada bilhõesde cruzeiros? Por que a grande maioria da populaçãovive em condições de extrema pobreza, enquanto umminúsculo grupo de privilegiados — falando em civili-zação cristã e ocidental — vive nababescamente, go-zando as delícias do progresso proporcionado pelo es-forço conjugada dos trabalhadores assalariados? Tudoisso acontece porque estamos num regime capitalista,onde um pequeno grupo de brasileiros entreguistas sealiou aos trustes norte-americanos que nos exploram.Nossas riquezas minerais e o produto do trabalho dopovo brasileiro não permanecem em nossa terra parafelicidade de nossa gente. Vão para os Estados Unidos,aumentar o patrimônio dos trustes ianques comanda-dos por Nelson Rockffeller (amigo íntimo de JânioQuadros), Dupont, Morgan, Mellon e melhorar o padrãode vida de todo o povo americano, às custas do sa-crifício e do empobrecimento do povo brasileiro.

-•-Em sua VII Convenção Nacional, o Partido So-

cialista Brasileiro aprovou a seguinte declaração:"1. A orientação de nossa política internacional devevisar à paz e à amizade entre todos os povos doMundo. Entretanto, a paz somente pode ser alcançada

por meios pacíficos e não de guerra. Assim, o Partidocondena todas as iniciativas que tendam a aprofundaras divergências entre o Oriente e o Ocidente. 2. E'loucura preconizar uma política de animosidade paracom os Estados Unidos; mas é também um crime,através de uma falsa e inaceitável noção de pan-ame-ricanismo, subordinar o Brasil aos interesses norte-americanos, bem como aos de qualquer potência,transformando-os em senhores dos destinos do povobrasileiro. 3. 0 princípio de não intervenção de umEstado nos negócios internos de outro deve ser defen-dido com vigor,- mas é preciso prevenir que, à sombradesse princípio, interesses privados instituam gover-nos ditatoriais e os fortaleçam na obra de escraviza-

ção de povos latino-americanos."-*-

Jânio Quadros, acompanhado de mais três pessoasde sua família, continua veraneando, em tu-

rismo internacional. 0 povo do Paraná, que o elegeudeputado federal para tê-Jo como representante noParlamento, está amargamente decepcionado. O Jânio

pobre virou Jânio milionário, com viagens de milhõesde cruzeiros só em passagens. Há, ainda, alguns in-gênuos e muitos espertalhões negocistas que acredi-tam em Jânio. Mas o número daqueles está diminuindo

progressivamente. Os jornais norte-americanos, ligadosaos trustes, não cessam de elogiar a figura dantescado pilantra, que é amigo da intimidade de NelsonRockffeller. Até mesmo na UDN, os donos do partidosentem crescer as dificuldades e não escondem a cisãoque lavra o partido do brigadeiro.

-*-

0 Brasil não restabelece relações diplomáticas ecomerciais com a União Soviética e outros países

socialistas e comunistas porque o Departamento deEstado dos Estados Unidos não deixa. Essa é a tristee crua verdade. 0 Brasil é satélite e colônia dos ame-ricanos do norte, nossos "amigos". Somos o "quintal"

dos Estados Unidos, como dizem, abertamente, os

jornais ianques. E eles não querem perder essa boca...Aqui, os agentes do Governo e dos trustes americanosnomeiam ministros, vetam ou fazem leis, aprovam ins-truções da SUMOC em benefício da Light, da StandardOil, da Sanbra. Enfim, fazem e desfazem, ao seu bel

prazer. E os entreguistas domésticos aplaudem {Gudin,Roberto Campos et caterva).

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Recebi, e agradeço, dc deputado Gabriel Passos

publicação contendo três discursos do ilustre par-lamentar nacionalista, proferidos na Câmara dosDeputados e intitulados: "Minerais Atômicos", "Acôr-

dos de Roboré" e "13 de Maio e Nacionalismo", ondeo deputado Gabriel Passos aborda, com a segurançae autoridade que lhes são características, temas fun-dementais ao desenvolvimento nacional.

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Associação Profissional dos Bancários de RioClaro (São Paulo) — Recebi o exemplar do jornal

"Cidade de Rio Claro", — onde foi feita transcrição detrechos desta coluna, — como também a carta enviada

pelo presidente Raimundo Pina Menezes. Fico muito

grato. Podem transcrever o que quiserem. Não pre-cisam de solicitação prévia. No nosso trabalho, a re-compensa está na divulgação das idéias. Desejo-lhessucesso na campanha de reivindicações.

OJÒmmDA SEMANASihmcão VYliliiaA

Blitz AntinacionalOOB a batuta experimentada e "racional" do embaixador John

Moors Cabot, a semana passada assistiu a uma vlolentíssl-ma "blitz" antinacional. Iniciou-a o representante norte-ame-ricano, em discurso que os nascidos no Brasil por acaso apiau-diram, criticando, com a aspereza de patrão, o nosso naciona-llsmo, que denominou "irracional", a nossa mania de monopó-lio estatal, quando a "livre empresa", isto é, a Esso, a Bond& Share, Bung & Borne, Pitfsburgh Glass, Betlhlem Steel sãotão boazinhas para nós, atacou "os brasileiros que vão a Mos-coti e aceitam ordens de ditaduras estrangeiras", em vez deaceitar ordens do Departamento de Estada, como tantos nas-cldos aqui Não nos deteremos nas diatribes do "embaixa-dor": a normal, sonora e expressiva língua portuguesa temexpressões adequadas a uma resposta como merece. O decô-ro, entretanto, nos proíbe que as escrevamos aqui. Dois tra-ços merecem referência, no caso. O primeiro é que o nacio-nallsmo, acusado de antiamericano, vê com serenidade a cri-se histérica de quem,_Jonge_de expressar o pensamento dogeneroso povo do Norte do continente, representa os trustese monopólios que o infelicitam e que, estes sim, chamam an.tlpatia para o grande país em que se instalaram. Não con-fundimos o "embaixador" com o nobre povo a que nos ligamtantos laços, de tal maneira fortes que resistem a terapêuti-cas como a que pretendeu ministrar o seu pretenso represen-tante. credenciado apenas pelas empresas exasperadas como problema da remessa de lucros E tal problema recebeutratamento adequado na conferência que, no Clube Militar,pronunciou o deputado Sérgio Magalhães O segundo traçoestá na placidez com que as nossas autoridades, representan-do formalmente o povo brasileiro, receberam a atitude petu-lante do "embaixador", reconhecendo-Ihe, tàcltamente, o di-reito dc nos "aconselhar" Tal placidez, para não lhe dar onome que merece, mostra a que limites de insensibilidadeatinge a desnacionalização da elite dirigente...que...cala. anteo insulto

Ao compasso da música tocada por maestro tão creden-ciado, desencadeou-se a "blitz" contra a Frente ParlamentarNacionalista A propósito do pedido de uma Comissão de In-quérito para apurar os problemas criados pelo monopólio dovidro plano, representado, concretamente, confessadamente,por um Ministro de Estado, responderam as brigadas entre-guistas com uma violência que as caracteriza. Formaram fi-lelras cerradas o ilustre Presidente da República, que usou eabusou de ameaças e dn suborno para retirada de assinatu-

ras de deputados que traz presos às suas amarras; o escla-recido líder da Oposição, essa figura conhecida pela lntegrl-dade e lucidez, e patriotismo, que é o deputado Carlos Lacer-da; a imprensa antinacional, com o bravo Bittencourt, o ór-gão alvoroçado da condessa, o inteligente Dantinhas, o varãode Plutarco Roberto Marinho; os ministros do tipo do iliba-do Armando Falcão, cujo distanciamento dos negócios é evi-dente e conhecido Assistiram os brasileiros à composição sti-bita de uma sólida frente composta de aparentes antípodas:Lacerda e Juscelino, Marinho. Dantinhas e Falcão. Lançou-se contra a Frente Parlamentar Nacionalista toda a sorte deinjúrias e infâmias. Até que, pelo suborno, houve vinte e se-te sacripantas que, depois dc assinar o documentos, retiraramas suas assinaturas. O povo deve marcá-los com ferrete, oda traição, o mesmo que faz aos Judas, aos Silvérios e aosLacerdas (com perdão dos dois primeiros).

Que está por trás do truste do vidro plano, que conseguedesencadear esta batalha, ao simples impulso de ver os seusintestinos? Que está por trás da fúria em que um ato normalda atividade parlamentar desperta tanta atenção e revide tãoáspero? Que está por trás da atitude de Juscelino Kubitschek,que fica ao lado do truste e de Lacerda, que se serve de Fal-cão e de Lúcio? Que está por trás dos Ulisses que abando-nam os seus companheiros, obedientes à voz de Peixoto, oua alguma outra voz subterrânea? Que está por trás de MoorsCabot, o "embaixador" que desencadeou a "blitz"? O leitorsabe o que está por trás. Está por trás tudo o que o janlsmoexpressa, em termos políticos — com o seu financiador Se-bastião Pais de Almeida do Vidro Plano — isto é, o entre-guismo deslavado ou escondido, a corrução política, a pulsl-Ianimidade de maus brasileiros, a traição e a covardia.

Pensam que, assim, esmagam o nacionalismo brasileiro.Dementados, em vésperas da perdição, cuidam que, na cons-pirata de ruir com a candidatura do Marechal Teixeira Lott,que deixa inquieto o bando de negocistas políticos e de poli-ticos negocistas, alcançarão a vitória, isto é, algemar o povobrasileiro, jungí-lo a um tronco, esfomeá-lo ainda mais, redu-zl-lo à Impotência. Deu Juscelino o seu golpe característico, edescobriu-se. Ê, na verdade, comandante de um bando, afer-rado à corrução, e que só pode cobrir os seus feitos esconden-do-os — não apenas a pequena corrução, dos ratos dos nego-cios administrativos, mas a grande, a que provém da traiçãoaos interesses do Brasil.

Bravos á Frente ParlamentarNacionalista !

O ato da Frente ParlamentarNacionalista, expulsando osretirantes de assinaturas do re-querimento de constituição daComissáo de Inquérito sobre oTruste do Vidro Plano, reper-cutiu intensamente cm todo opais, consolidando o seu pres-tigio e n sua autoridade moralno seio do povo. Foi um gran-de exemplo para 06 partidos,cuja indisciplina e cuja abso-luta falta de coerência progra-mátien funcionam como um fa-tor de contrapropaganda do re-glme democrático, cuja pureaa.entretanto, a eles cabia preser-var Pela primeira vêz, em nos-sa história política, deputadossão expulsos de um agrupa-

mento parlamentar por não te-rem sabido honrar 06 compro-missos que com cie assumiram,ao se inscreverem em suas filei-ras, abandonando-o numa horade luta por pressão do «dver-sário. Uns. como o sr. Manuelde Almeida, do PSD de Mi-nas, arrancaram definitiva-mente a mascara, mostrando,de público, o que de fato são.A outros, como o gr. BenjamlnFarah, atribuiu » "imprensasadia" declaraçôe» provocado-ras, que eles, porém, afirmamnão serem Verdadeiras. Outros,finalmente, como a sra, IveteVargas e o sr. Lamartine Tavo-ra, solicitam a sua rcadmlssão,

fazendo a sua autocrítica ecomprometendo-se a cumprirrigorosamente, daqui por dian-te, h? palavras de ordem daFrente. Cremos qUf esta deveexaminai cada caso específicocom o maior cuidado, levandoem conta a atltud« ««sumidapor cada qual depoil (te ex-pulsáo. isto é. distinguindo osirrecuperável! — e o «r. Ma-nuel de Almeida * o exemplotípico da espécie — dos que, ton-do reconhecido nobremenW oseu erro, se comprometerem aagir n0 futuro com lealdade •maior senso de responsabillds-de. A Frente, em suma, nemdeve praticar a ingenuidade d»abrir 03 braços a verdadeiros

traidores, marcados agora doestigma da felonia, nem inci-dir n0 setarismo de fechar asportas ao reingressn dos quederam mostras sinceras de ar-rependimento. Em ambas ashipóteses, devo reforçar, e nãoadormecer, o seu espirito de vi-gilância. agindo sempre com adeterminação e a firmeza comqu* agiu no case d0 inquéritosobre o Truste dc Vidro Plano,pelas quais merece, sem nenhumfavor, «a entusiastas paraben»d* todos os nacionalistas âUtên-ticos d0 pais. E que a lição queciu deu sirva para arejar umpouco o cérebro schmidtisadodo dr. Juscelino Kubitschek...

O Reino da Dinamarca do IAPBO "ciiauffeur" de dona Sara, o-professox_de violão du Pre-

sidente e de Tiãozinho Paes de Almeida — Dilermando Reis"— e Miss Minas Gerais foram nomeados para cargos com pol-pudos vencimentos on Instituto dos Bancários. O "chauffeur",apesar de analfabeto, foi designado para servir na Contabi-lidade. Dilermando, a quem foi atribuído um ordenado de30 mil cruzeiros, certamente irá ensinar a Enos Sadok de Sáos mágicos mistérios da prima e do bordão. Quanto à Miss,a essa caberá naturalmente a doce tarefa de disfarçar comseus perfumes as podridões da autarquia, cujo patrimônio —conforme provou da tribuna da Câmara o sr. Salvador Lo-sacco — Sadok está dilapidando, se é que já não dilapidoutotalmente.

Explica-se, assim, o prestígio de Sadok no Palácio das La-ranjeiras, O homem descobriu o fraco do nosso JK, que é umacriatura sensível não só às lnjunções domésticas e ao fascíniodas sugestões musicais como b graça e à beleza das jovensem flor de Belo Horizonte. O diabo é que são os bancáriosquem pagam o pato dos desrecalques e euforias do nosso jo-vial presidente. Mas não desanimem: o Marechal Lott vem aí.E, então, não haja dúvida, o cineslforo voltará às suas fun-ções, a Miss irá de torna-viagem e o professor, queira ou nãoqueira, terá de meter a viola no saco. O Marechal gosta demúsica, mas não à custa do Tesouro.

O Jabutisinho em MoscouO Jabutisinho do "Diário de

Noticias", órgão dos trustesianques foi incumbido de rea-tar as relações do Brasil comaRússia. Assessorado pelo Caô-lho que topa tudo - Nasser eBem Gurion, Tito e Sockov, ePapa c Mao-Tse-Tung, etc. etc.

lá se foi êle para Moscou, le-vando debaixo do sovaco umtartado completo de comércio en-tre o Bra6il e os Sovlets. redigi-do pelo Serpa da "Manes-

mann" c revista pelo Gallottida "Light". Kruchev aqutesceuem recebê-los a ele e ao Caolho

apezar do Partido Comunis-ta brasileiro, ao qual solicitarainformações sobre os gajos,haver-lhe informado "miserá-velmente". conforme expressãotextual do Jabutisinho, que se

tratava de dois vigaristas.Kruchev ofereceu, de saida,

ao Jabutisinho um credito de100 milhões de dólares a jurosbaixfssimc6, Jabulisinho retru-cou-lhe que isso não lhe servia.Era esmola demais. Devia ha-ver truta por debaixo dessaoferta. Exigia, por isso, jurosaltos, como cs que nos cobramseus amigos norte-americanos.Demonstrou, em seguida, queo Brasil nada tinha que com-prar na União Soviética, nemesta nada que vender-lhe, ra-zão por que, na sua opinião,impunha-se 0 tratado de Co-mercio que a Mamai lhe in-cumbira dc negociar. Diantedo espanto de Kruchev, queem vão tentou convencê-lo docontrário, o Jabutisinho, pi6-cand0 o olho matreiro, expli-cou-lhe: "O sr. não é político.

Se fosse, já teria compreendi-d0 que o que nos traz aqui éfazer uma promoçãosinha pa-ra o Janlo". E sorriu velhaca-mente, á espera de que Kru-chev compreendesse e fizesseuma declaração contra a can-didatura do Marechal Lott.Mas como Kruchev sinceramen-te não compreendesse, sorriuamarelo, até que foi despedido,com o outro palhaço, com to-das as honras com que, nessasocasiões, um sujeito que temo que fazer despede um chato.Jabutisir.ho ficou furioso. Nodia seguinte, telefonou parauma sua redatora que se acha-va também em Moscou, deter-minando-lhe que arrancasse dosrussos, de qualquer geito, umadefinição categórica: se eramJânio ou se eram Lott! E' au-tentico!

O Caolho, que, além de nãorasgar dinheiro, não come do-

ce, como o Jabutisinho, tocou-se Imediatamente de Moscoupara a Espanha de Franco ePortugal de Salazar, com umabreve parada em Londres pa-ra "tirar o encosto" do Lacer-da e do Aluísio Alves. Vai des-cansar do cansaço da viagemque fêz "para descançar" nu-ma vila do sr. Braguinha, gen-ro do Zé Nabuco da "StandardOil". com tudo pago pelos fas-clstas portuguezes.

E ainda ha quem leve a sé-lio-inclusive os nossos comu-nas, inclusive Prestes! — "pro-moção" do Caolho em Mos-cou... Mas que se ha de fazer?"Stultorum infinitus est nume-rus",.. São palavras do "Ecle-siastes".

Apelo ao Coronel José Luiz GuedesPreterido pelo presidente da República nas promoções

ao generalato, muito embora fosse líquido, certo e incontes-tável o seu direito, o coronel José Luís Guedes, diretor doServiço Nacional de Proteção aos índios, solicitou reforma.Um requerimento seu nesse sentido deu entrada no Ministérioda Guerra.

Os camaradas, amigos e admiradores do coronel Guedes,sem dúvida um dos mais brilhantes oficiais do Exército bra-sileiro, fazem-lhe, no entanto, um apelo para que o retire,apelo que é também do O SEMANÁRIO e de todos quantosconhecem e acompanham a sua atuação patriótica em defesados interesses e das grandes causas nacionais. Quando os gol-pistas, em 55, ameaçavam o Brasil com kregimes de exceção"e os candidatos populares à presidência e à vice-presidênciada República de que, ainda que fossem eleitos, não tomariamposse — hoje, esses sepulcros caiados de branco ousam inter-pelar o honrado marechal Denys sobre os propósitos das Fôr-ças Armadas em relação a Jânio, pois gato ruivo do que usacuida — foi o coronel Guedes, então servindo no Recife, quemtomou a iniciativa de protestar contra essa manobra antide-mocrática, lançando o famoso "Manifesto Pró-Legalidade",subscrito por cerca de 400 oficiais das guarnições sediadas noNordeste. Êsse importante e histórico documento, que pôságua na fervura dos golpistas, foi, no entanto, esquecido pelosr. Juscelino Kubitschek, aliás useiro e veseiro em matéria deesquecimentos: esqueceu-se de que deve a Benedito Vaiada-res a sua carreira política em Minas, esqueceu-se de que devea Alkmim a sua candidatura e esqueceu-se, agora, de que devea Lott a sua posse. Era natural, portanto, que se esquecessedo ilustre coronel Guedes e a êste preferisse Mamede, como a

Valadares preferiu o Magalhães Pinto, a Alkmim o Lucas Lo-pes e a Lott o Juracy. Que vocação masoquista!

Nem por isso o coronel Guedes deve pedir reforma. OExército e a Nação precisam dos serviços de seu civismo, desua cultura, de sua inteligência e de sua honradez. Estamoscertos, pois, de que êle atenderá a êste apelo que, de coraçãonas mãos, lhe fazemos.

.¦ ...•-¦ .v.,4 J 7:11

POLÍTICA EM FLAfiRANTEM.C.

CANSAÇO — Apenas algu:-.aspomposas c inócuas declarações re-sul taram da Conferência de Santia-go, cm que o Departamento dc Esta-do pôs tanto empenho. O fato essen-ciai — a venda de armas pelo Go-vêrno norte-americano e seus sequazes aos ditadores da Latiu America—, motivo urgente da Conferêncianão foi abordado na caüita! chilena.

São conhecidas as informações sobre as armas USA que oditador Trujillo oferece "a título de cooperação ao Govêr-no do Haiti para que êste possa repelir (está em dccla-ração oficial trujillista) uma invasão de elementos liga-dos ao Governo de falo de Cuba." Isso diz um telegrama,logo seguido de outro, que também nos laia dc um con-flito, só que em Cuba: e.\-soldados dc Batista atiraram exatropas de Fidel Castro. Esses soldados receberam armasde onde e de quem? O Paulo Bitencourt, apreciando o caso,tira conclusões muito curiosas: "Será

que os Estados Uni-dos", pergunta o P. 13. em tópico avinagrado no Correio daManliã, "armam os países do hemisfério para que êste sedefenda do comunismo e essas armas podem ser revendi-das para uso em pequenas guerras na América Central?"Não é será não, seu Paulo. É. Na batata. Perdidas as es-peranças de aquietarem o espírito indômito de nossospovos, os USA recorrem à técnica das provocações arma-das pela mão dos seus lacaios de libre instalados cm go-vernos que fazem vir água na boca do bravo almirantePena Boto. Porém prossegue o suello, com outra perguntaembebida em fel: "Concorda Washington com o destinodado a essas armas? Sabe-se que muitas dessas armas cs-tão sendo colocadas cm mãos de adversários do atual re-gime revolucionário de Fidel Castro. A concordância, por.parte de Washington, de que essas sejam usadas contraFidel, permite concluir-se que, para o Departamento deEstado, o fidelismo já coloca em perigo o hemisfério." Éisso mesmo o que o Departamento dc Estado pretende;governos anlicolonialistas, que não comparecem ao lava-pésde Eiscnhower, provocam engulhos no estômago e maus-humores intestinais nos dirigentes dos Estados Unidos. Daías armas e o apoio dados a Trujillo e aos quintas-colunasde Batista em Cuba. "Para chegar a essa conclusão", con-clui o P. B., não sei por que cargas d'água tapando mo-mentâneamente o nariz à política belicista da Casa Bran-ca (branca por fora e negra por dentro): "Para chegar aessa conclusão terá sido necessário reunir chanceleres emSantiago? Claro que não; principalmente se recordarmosepisódios recentes da vida da Guatemala..." Sim. Masjustamente em face dos vigorosos protestos contra a in-tervenção ianque na Guatemala, foi que os USA agora,antes de se atreverem a providência igual contra Fidel,tentaram obter para a vilania o endosso das demais naçõesamericanas. E se não abordaram, pelo menos ostensivamen-te, o assunto na Conferência de Santiago do Chile, foi por-que, embora Trujillo e outros paus-mandados como Fron-dizi, os países do continente resistiram nos bastidores àidéia intervencionista. Os tempos são outros. E os latino-americanos já estão fatigados de ditadores, de conselhei-ros, de interventores e da conversa fiada da Estátua da"Liberdade".

tòffl

KNOCK-DOWN - AdalgisaNery, mulher que escreve com

... mais coragem do que muito ho-Vj\\ mem, brada em seu Retrato sem',) Retoque: "De Gaulle inventou (e•m pouco atrasado pois aqui em

sa em 1955 a mesma incon-,-uência política foi propalada)

um sistema híbrido de governarseu pais, utilizando roupagens democráticas na doutrina fas-cista que, como em toda ditadura, tem a finalidade pre-cípua de suprimir as liberdades republicanas." Isso, me-ninai Já o dizíamos aqui não faz muito. De Gaulle é obrigadeiro Eduardo Gomes francês, ao qual não falta nemo apoio dos generais (brigadeiros) reacionários nem o en-tusiasmo das senhoras histéricas c dos seus maridos. Noteque as próprias manifestações degaullistas em Paris repe-tem, não raro, as manifestações udenistas aqui de casa,com os lenços brancos da reação esvoaçando, os grã-finosbuzinando e os fascistas como Soustelle deitando discursoem nome da "salvação da pátria". Salvação da pátria lá émanter sob o jugo colonial os argelinos (e para arrancara solidariedade brasileira na ONU contra a Argélia vemvisitar-nos o socialista arrependido André Malraux, quem,depois de ajudar a combater o fáscio na Espanha, cuspiusobre os cadáveres dos patriotas espanhóis ex-companhei-ros seus e foi tomar champanha com Franco e com DeGaulle), como salvação da pátria no Brasil é entregar opetróleo aos americanos e liquidar a legislação trabalhista.Continua Adalgisa com ares de quem, com um leve toque deflor, põe o adversário knock-down: "Em De Gaulle e nobrigadeiro Gomes há linhas inconfundíveis." Correto. Toda-via, o povo, que não é tolo, acaba sempre empunhando atesoura e cortando essas linhas. Quando não esmaga devez os — carreteis...

GlOCONDA — "Os nacionalistas bra-sileiros", espuma em declarações a agên-cias telegráficas o Dean, confessor oficialdo Clube das Matronas Aposentadas e dasGiocondas em Menopausa, "obedecem àorientação que lhes chega de Moscou. Seuespírito-santo de orelha são os comunistase Krushev. Não têm pejo em servi-los des-caradamente e de obedecê-los." Isso não é

verdade, como sabe qualquer um que não sofra da bola ouconserve no coração e na alma um pouco de dignidade e de-cência. Mas as mães-da-pátria entraram no delírio da se-nectude. E no mesmo dia em que espalhavam tais babo-seiras, essas dulcinéias sem D. Quixote aplaudiam frenèti-camente o que o Dean escrevia em primeira página:

"Os

Estados Unidos estão empenhados em varrer o comunismodo Brasil e da América Latina. Cumpre auxiliá-los." Asdespudoradas! Acusam os nacionalistas de servirem a umgoverno estrangeiro e elas próprias, nos babados das saias,escondem os planos em que o D. Juan americano lhes ditaordens em nome do grupo Rockefeller, concordando pres-surosas em que o embaixador Lodgc nos venha "orientar"

na perseguição a brasileiros que não bebem pela mesmagamela do Dean e do Corujão Arinos. Madames: vão passarnas ostras. E depois me digam se são macias.

EXPEDIENTE

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Larragoiti na "Equitativa ?*

Abrahão Baumgarten foi no-meado contador-geral da "Equl-tativa", com 30 mil cruaeirosmensais de ordenado. Nomeadopor indicação de Larragoiti ea pedido de Xavier Lima düIRB, arcades ambo. Para de-sempenhar aquelas funções.Baumgarten foi aposentado,com 33 mil cruzeiros, de idên-ticas funções que exercia na''Sul América", onde funciona-rios como mais tempo de ser-viço do que «le — 30 anos —nã0 conseguem que a mesmaconcessão lhes seja feita, multo

menos dobrar os vencimentos,como ele conseguiu, graças &paternal proteção e á lnfluên-cia no IRB dos gringos que co-mandam o Truste do Seguro noBrasil. Mas não se pense queo Larragoiti fêz isso por ca-maradagem. Ele não mete pre-go sem es;opa. Baumgarten èum de seus mais dóceis servi-cais. Vai utilizar-se dele comoponta de lança na "Equ'tativa"cujos negócios e cuja contabi-lidade passará, assim, a espio-nar por agente de sua Imediataconfiança.

Larragoiti, por outro lado, es-tá tratando de impingir as"Pioneiras Sociais", por 500milhões, o hospital que cons-truiu para os funcionários da"Sul America" e em torno doqual a "imprensa sadia" fêz umestardalhaço dos diabos, apro-veitando a ocasião para exortaros "sentimentos filantrópicos"do famoso aventureiro. O hos-pitai não vale a metade do queo gringo pede por ele. E foiessa a razão por que o Bancodo Brasil recusou-lhe a oferta.Apedar dos desmentidos, Larra-

goití está insistindo na transa-ção junto ao sr. JuscelinoKubitscheè, de cuja candidatu-ra foi um dos financiadores. Ecomo sabe que JK tem um co-ração do tamanho da barrigado Schmidt, e como depositaabsoluta fé na ação de seusKubitscheè de cuja candidatu-tivos, o gringo audacioso nãoperdeu a esperança de realisarmais êsse negócio. Os "tiros"

do Truste não falham. O grin-go — que o diga d. Rosalina —tem "buena panteria".

i

Page 3: Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 * UM JORNAL QUE ...memoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1959_00174.pdfEra evidente com um homem desses, autêntico filho do povo, como Deodoro,

NÚMERO 174 # O SEMANÁRIO '<£ ANO IV • Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 • -• PÁGINA 3

Carnaval daIndústria AutomobilísticaQS favores oferecidos pelo Presidente Jtiscelino ao cartel

mundial da indústria de automóveis provocaram um acon-tecimento único na História Universal: convergiram cerca de17 fábricas para um país subdesenvolvido que no terceiro anode produção automobilística já se encontra engasgado e comperigosos encalhes, mas onde, não obstante isto, continuam alevantar galpões e a armazenar seu equipamento ocioso c obso-lojo, que precisa desocupar espaço na Europa e nos E. U. A.,diante da crescente automatização da indústria automobilís-tica. Nunca houve (amanha corrida, para parle alguma domundo, especialmente para um país de poder aquisitivo queé um dos mais baixos da terra. Assim, em vez de uma po-tente fábrica nacional, estamos com 17 fabriquetas estrangeiras, fabriquetas considerando as congêneres matrizes, na Eu-ropa e nos E. U. A. A maior (General Motors) aqui instalada,produzirá 36.036 caminhões cm 60 c as outras dispersas entre30.000, 16.000, 9.000 c até uma de 720 unidades, a Scania Vabis,com evidente desperdício de mão-de-obra, de energias e en-carecendo o produto, para que jamais se pense em ir parauma competição internacional.

Ocorreram fatos ainda mais estranhos. Todos sabemoscomo esses homens da "livre empresa" insurgem-se contra aintervenção do Estado em atividade industrial, Quando, porém,se tratou de abocanhar as chapas de Volta Redonda, a Simca,cio Grupo Morgan, foi a mais esperta. Não sentiu nenhuma re-pugnância cm associar-se a uma empresa estatal. Distribuiuações à gente do Governo e à da oposição, como é o caso dopróprio presidente da U. D. N., para garantir seus privilégiosem qualquer emergência política. A esdrúxula união provocouuma onda de protestos, inclusive em todas as firmas brasilei-ras que se abastecem de Volta Redonda. Ver os discursos in-flamados na Federação de Indústrias de S. Paulo ("Correioda Manhã" de 22-12-57). Aos industriais brasileiros, ignoran-tes, desunidos e calhordas, como sempre muito preocupadosé com as verbas do SESI c do SESC, o Presidente Juscelinonão deu nenhuma importância. Os demais membros do carieide automóveis, êsles sim, foram contemplados com vantagens.UM CRACHÁ PARA FORD PELOS SEUS LUCROS NO BRASIL

Sendo empresas estrangeiras e propondo-se a fabricar ar-tigos para venderem aqui, natural seria que as fábricas deautomóveis adquirissem o aço, como fazem as demais em-presas brasileiras que compram do Exterior, quando VoltaRedonda não lhes fornece. Os "acionistas" brasileiros dos trus-tes não se conformaram. Um dia trancaram-se sigilosamenteo Sr. Lucas Lopes, Lúcio Meira, Latlini, João Kubitschek eEdmundo Macedo Soares, que, como vimos, também é daMercedes Bcnz c da Willys e o Governo lhes deu câmbio paraimportar 125 milhões de dólares de chapas da França (Cr?1.625.000.000,00), para Volta Redonda pagar 40% à vista e orestante em três anos, isto é, na administração que vier poraí. (Ver "Diário de Notícias" de 4-3-59 c U.H. de 6-4-59). Sefossem comprar divisas nos leilões, como fazem os brasileiros,o dólar seria de CrS 250 ou 300. Volta Redonda, porém, temcâmbio especial c assim é fácil calcular quantos bilhões decruzeiros, dinheirinho suado do povo, entregaram-se aos trus-tes, na simples brincadeira de comprar 250.000 toneladas dechapas, cujo lucro, mesmo sem fabricar automóvel nenhume para revender como vieram, tornou-se um magnífico ne-gócio. No mesmo dia dessa reunião secreta, pelas nove horasda manhã, J. K. havia condecorado Henry Ford, no Paláciodas Laranjeiras, com a Ordem do Cruzeiro do Sul, no graude Grande Oficial.

ALGUNS DOS PRIVILÉGIOS CONCEDIDOS AO CARTELAlém dessas chapas, os trustes desfrutam de dólar favo-

reciclo à base de 63 a 103 cruzeiros, quando o desgraçado in-dustrial nativo paga 250, 300 c mais no leilão de divisas. Istopara importar peças, cujo preço o truste mesmo estabeleceà vontade, não só porque é a Ford vendendo à Ford, comoporque o Sr. Latlini confessou não ter meios de saber o realvalor ("Correio da Manhã" de 19-6-959). Tanta indignaçãocausam esses privilégios que o Sr. Santos Vahlis, numa desuas crônicas, explodia enfurecido: "O dólar-automóvel é 25%mais barato do que o dólar-pão", isto é, para comprar o trigocom que o pobre às vezes se nutre. Pode-se, portanto, ima-ginar que alio negócio significa importar peças a dólar deCr? 63,00 c reexportá-lo a dólar de Cr? 315,00, em carros "bra-sileiros"!

Não j?-si-am, todavia, aqui os benefícios conseguidos pelos"acionistas" brasileiros do cariei. Fora o preço das peças, atítulo de "royalties", assistência técnica e lucros, em 1959i'oram-se 111,6 milhões de dólares (CrS 14,5 bilhões, ou seja,mais de duas vezes o capital, reservas e recursos disponíveisda Citroen, que fabricou em 1953, tanto como 137.359 unidades).Em 1960, deverão sair 123,3 milhões de dólares.

Vejam que absurdo: O Brasil paga à General Motors "as-sistência técnica" para a General Motors vir construir auto-móveis para a General Motors vender c ficar para ela o preçoda venda! Eis aí uma das razões por que já estamos com 17"fábricas" e quantas existirem no mundo haverão de correrpara êsse maná. Até a Toyotta japonesa atravessou mares econtinentes, para entrar nessa boca.

Para não fatigar demais o leitor assombrado, iremos re-velar apenas mais um benefício. Por uma lei n- 2.993 de6-12-956 concederam-se isenções de direitos aduaneiros, im-postos de consumo, etc, como jamais antes usufruiu qual-quer outra empresa, nem mesmo as que produzem remédiospara o povo. Essas isenções numa avaliação camarada doSr. Lúcio Meira atingirão no período 957-961 a CrS54,5 bi-Ihões de cruzeiros. Para neutralizar o impacto que causa naopinião pública, saber que se concederam a um cartel interna-cional quantias correspondentes a mais de um terço do orça-mento da União em 1959, o Sr. Lúcio Meira recorre a um so-fisma. Soma os impostos pagos pelo consumidor, relativa-mente ao automóvel pronto e conclui que, sendo mais de 54bilhões êsse montante, daí resulta um saldo que não afetaa Receita Fiscal: antes a amplia. Deformou-se de tal modo amentalidade desses homens públicos envolvidos pelo imperia-lismo que não sentem nenhum escrúpulo cm sustentar essatese monstruosa: SE O POVO VIER A PAGAR MAIS IM-POSTOS, NAO IMPORTA OUE SE DÊ UMA PARTE DESSESIMPOSTOS DE PRESENTE PARA OS TRUSTES. A verdade,porém, é que se o problema do automóvel tivesse sido solucio-nado em bases nacionalistas, a Receita seria ampliada damesma forma, sem que houvesse necessidade de presentearos trustes com um terço do Orçamento da República em 1959.

UM AUTOMÓVEL FOLHEADO A OUROMas, senhores, se tantas vantagens concederam-se ao im-

perialismo, ao menos seria de esperar que a burguesia brasi-leira recebesse o automóvel em termos de preço do mercadointernacional. Vã esperança. A angústia de auferir os lucrosde 50 anos em cinco, dentro dos termos da Meta 27 do Presi-ciente Juscelino, dissipou qualquer ilusão a respeito. Aliás,nosso povo nunca teve a sorle de comprar um carro, com asfacilidades dos povos das nações imperialistas.

O Brigadeiro Guedes Muniz, a quem tantas responsabili-dades cabem de não ter aproveitado a ocasião única que seapresentou em sua gestão na F. N. M., ao proferir uma con-ferência em Curitiba, explicava: "Um operário mecânico nosE. U. A. em 1956 ganhava 300 dólares por mús e em seis mesespoderia comprar um Chevrolet do último tipo (1.800 dólares)e um jipe em quatro meses (1.100 dólares). Um mecânico brasileiro com salário ác 6.000 cruzeiros, precisaria de 50 meses(mais de 4 anos), para comprar um jipe nacional (Cr$300.000,00). Um caminhão de seis toneladas "nacional" (CrS590.000,00) corresponde a 100 vezes o salário de um mecânicobrasileiro, mas a apenas oito vezes o de um operário norte-americano. (2.400 dólares nos E.U.A.)."

Isto ainda não é o mais acabrunhador. Convém, todavia,saber que, para comprar o mesmo caminhão, nos E. U.A.,bastaria entregar 40 sacas de café e aqui eram necessárias200 sacas do mesmo café, em 1956. Êstcs números simplesdeixam bem claro as desditas de um povo esmagado peloimperialismo.

Para que se tivesse idéia da natureza de nossos equipa-mentos automobilísticos, Guedes Muniz, não obstante tam-bém haver contribuído para essa situação calamitosa, infor-mava que uma peça de automóvel feita aqui custava 150 cru-zeiros e poderia chegar dos E. U. A., com tudo pago, inclusivetodos os impostos, por CrS 106,00. ("Diário de Notícias" de13-4-56).

Abordando a quimera da exportação do automóvel "bra-sileiro", Cabral Menezes, diretor da "Associação Comercial doRio", explicava: "Considerando a taxa atual de compra de dó-lares no mercado livre de câmbio, pelo qual se pretende ex-portar veículos — de CrS 140,00 — e, tomando-se por bass opreço de venda interna de um jipe ou de um carro DKWVemag de CrS350.000jOO e Cr$ 560.000,00. teremos US$2500 porum jipe c USS 4.000 por um pequeno DKW. Sabendo-se que ovalor de um jipe nos E.U.A. não vai além de USS 1 £00 e o

Osny ÚnuHe Pereira

DKW, além de USS 1.200, teremos que reduzir o preço dessescarros a um terço e menos do seu valor interno ou elevar astaxas cambiais a CrS450,00 ou CrS500,00, por dólar." ("Correioda Manhã" de 1-3-959). Acontece, entretanto, que o DKW subiuem menos de um ano de CrS 385.000, para CrS 560.000,00 e nãoexiste nenhuma perspectiva de baixar. Diante disto, a históriade um depósito de 5.000% sobre o valor do jipe, exigido peloChile, como causa de impedimento de nossa exportação paraaquele país irmão, apenas convence incautos. O Sr. Latlini, in-grato aos trustes, insinuou no Senado que o depósito é ma-nobra do imperialismo norte-americano.

O POVO BRASILEIRO EMPRESTA AOS TRUSTES!A fome de automóveis no Brasil era crucial e os trustes

aproveitaram-se. O Sr. Lattini foi interpelado sobre o desça-labro dos preços e limitou-se a responder à Câmara que: "OGEIA nunca teve, nem terá intenções de exercer controle depreços" ("Correio da Manhã" de 6-6-959). E acrescenta: "OGEIA baseou-se na filosofia da livre concorrência" ("Diário deNotícias" de 2-8-959). Prevê que algumas empresas se arre-bentem e que apenas algumas sobrevivam. Isto seria reco-nhecer a legitimidade do monopólio e parece incrível que sejauni economista, desempenhando funções públicas, o autor detais conceitos. Evidentemente, que a Nação não poderá agüen-tar por longo tempo a permanência de tais cidadãos em postosde comando. Então, o GEIA aprova planos, advoga subsídiose medidas protecionistas, para os trustes melhor sugarem aeconomia nacional? Nada mais? Onde estamos, senhores? Ago-ra que a África se liberta é que voltamos à colônia?

Ante preços tão elevados para os carros "brasileiros", 16-gicamente a produção principia a encalhar. Em 5-4-959, PeterFrankcl, diretor da "Associação Comercial" e revendedor doF.N.M., denunciava a existência de mais de 100 caminhõesF. N. M. no pátio da fábrica, aguardando compradores c pre-via mesmo uma convulsão social, ante a crise que se aproxi-ma. No dia 26-4-59, a assembléia de acionistas da FábricaNacional de Motores insurge-se contra os escandalosos fa-vores cambiais concedidos às empresas estrangeiras, com opropósito ele liquidar com a empresa estatal.

É curioso que o Sr. Lattini, tão desinteressado pela sortedo consumidor brasileiro, ante a filosofia da "livre concor-réncia", nunca se mostre despreocupado com a sorle dostrustes, em qualquer problema. O encalhe dos veículos esláalarmando os trustes e já fizeram os cálculos de nova sangrianos bancos oficiais de 30 a 40 bilhões de cruzeiros, ou seja,mais de um quinto do orçamento da República, em 1959! Jávimos como a Bond & Sharc, pelo Sr. Roberto Campos, re-sistiu denodadamente, a um pedido preliminar de 721 milhões(depoimento de Latlini na Câmara). Agora, porém, a Bond& Share está alijada. Lúcio Meira encontra-se no B. N.D. E. eo GEÍA permanece nas mãos firmes de Amaral Peixoto. OGoverno irá soltar os 30 milhões, para que a desvalorizaçãoda moeda recaia sobre o povo não sobre os trustes, nas ven-das a prazo de dois anos planejadas pelo GEIA segundo aentrevista de Latlini. ao "Diário de Notícias" de 2-8-959. A no-meação cie Marcos de Souza Danlas, que pertence à administração da Mercedes Bcnz, para o estratégico posto de diretorda SUMOC, revela a determinação dos trustes. O AlmiranteLúcio Meira chamou agora alguns economistas honrados c es-clarecidos para seu gabinete. Será confissão de erros e pro-pósito de acertar o caminho, ou simples "cortina de fumaça"?

A "livre empresa" apenas se insurge contra a intromissãogovernamental quando se faz a favor do povo. Quando vemem socorro dos trustes, enláo: "Bendito Estado I" É incrívela desfaçatez com que os Srs. Bayerlein, da General Motors,Winckler, da Mercedes Benz, em declarações à "Manchete"clamaram pelos financiamentos do Estado. Nossos industriaise comerciantes fazem seus crediários à sua própria custa, me-diante ginástica nos bancos usurários. O cartel internacionalpretende realizar o crediário com o dinheiro dos que andame andarão de pé, em vias de pagar cem cruzeiros por um quilode feijão, com um salário de duzentos.

A CONCORRÊNCIA MONOPOLISTA E A REMESSA DOSLUCROS

O pior ainda está bem mais adiante. Quando se inlensi-ficar a ruína das fábricas brasileiras de autopeças esmagadaspela concorrência dos poderosos trustes, aí o povo irá choraros efeitos da filosofia do Sr. Latlini. Por enquanto, no ter-reno das carroçarias, a Mercedes Benz está apresentando umpano de amostra, comprando, associando-se ou guerreando ascongêneres brasileiras, que estão com mais de meio bilhãode cruzeiros invertidos. As falências, o desemprego em massa,um panorama de China de 1948, eis o que espera a burguesianacional descuidada e feliz.

Com todos esses empuxões, o Brasil ainda está caminhan-d d em paz, embora o custo da vida, já praticamente insupor-tável, conseqüência dêsles e de outros entreguismos semelhan-tes, tenda a subir ainda mais. Entretanlo, ainda não começouo retorno dos lucros de montagem dos automóveis. O Sr. Hick-man Pricc Jr., superintendente da Willys Overland, em de-elarações à "Manchete", permite-nos ver que então é que aporca irá torcer o rabo. Uma firma auferiu, só ela, 2,2 bilhõesde cruzeiros, segundo balanço de 1958 ("Diário de Notícias"de 26-5-59). Em 1960, o Brasil terá de pagar 34 milhões de dó-lares de lucros; em 1961, cerca de 46 milhões e em 1962, cercade 53 milhões de dólares. Temos, pois, 133 milhões, além da-queles já enviados, ou seja CrS 17,3 bilhões, quase três vezeso capital da Citroen que fabricou, como já vimos, em 1953,137.359 veículos. Quantas vezes, por ano, continuaremos pagan-do o custo dessas fábricas?

Um rápido apanhado mostra, mesmo em termos contábeis,o que nos custa o automóvel "brasileiro":

CONTA CORRENTE DA INDUSTRIA AUTOMOBILÍSTICAESTRANGEIRA NO BRASIL

ESPECIFICAÇÃObilhões de cruzeirosDEVE HAVER

Peça s, borracha,dividendos, juros e"royallies" de 1957a 1960 (médiaanual de 167,5 mi-Ihões) (Boletim doB. N.D.E. de 6-2-959) USS 670 milhõesPrevisão para 1961 USS 167,5 milhõesLucros retidos pa-ra remessa a par-tir de 1960 USS 133,0 milhões

Total das parcelasem dólares USS 970,5 milhõesUSS 970,5 milhões a CrS 130,00 o dólar CrS 126,1Favores cambiais e de impostos, se-gundo Lúcio Meira Cr$ 54,5

Total dos pagamentos aos trustes eperdas fiscais Cr| 180,6

Valor dos veículos fabricados e a fa-bricar de 1957 a 1961, segundo o re-latório Lúcio Meira "Diário de No-tícias" de 15-1-959) é igual a CrS 340bilhões. Entretanto, no exterior, opreço desses veículos ao dólar de CrS130,00 é a metade e até um terço (verentrevista de Cabral Menezes, diretorda Ass. Com. do Rio de Janeiro, no"Correio da Manhã" de 3-3-959). Por-tanto, temos: CrS340 bilhões -i- 2 =Prejuízo-mínimo de

CrS 170CrS 9,4

E os lucros ainda não convertidos em dólares? E os lucrosde 1961? E as chapas de aço estrangeiras compradas pelaCS.N. para os trustes? E a sonegação de 2 bilhões de cru-zeiros de imposto de renda, denunciada pelo Deputado CunhaBueno?

AURORA DA EMANCIPAÇÃO NACIONALContudo, senhores, embora por uma via mais dolorosa

para o povo do que teria sido o caminho da solução naciona-(Conclui na pá(ina 5)

O PTB como já salientamosem outra oportunidade, sem-pre foi, entre nós, o partidomais progressista, o mais iden-tificado com as reivindica-ções do mundo atual. As mu-dificações que se processamna estrutura econômica doPaís fazem surgir problemasnovos, que exigem tratamen-to especial, alterando tam-bém o condicionamento develhos problemas que não po-dem mais ser resolvidos comos métodos e as técnicas deoutrora.

Em virtude de suas vincula-ções com as massas, de seucontado permanente comelas, o laborismo brasileiro é,.em certa medida, a únicaagremiação que dispõe de an-tenas para captar os aspectosde uma realidade social Im-possível de contar em moldesjurídicos já ultrapassados eobsoletos. E' verdade que es-sas tomadas de posição doPTB sempre se deram maisem virtude do ativismo, daprática política, do que emconseqüência da elaboraçãode programas e doutrinas,capazes d,e inspirar o compor-tamento partidário. Mas ofato é que a experiência atéaqui acumulada permitiu aoPTB a adoção de um corpo deprincípios, de idéias gerais,que consubstanciam um pro-grama mínimo em condiçõesde ser defendido por amplascamadas do povo brasileiro,por parcelas do eleitorado es-clarecido, sem compromissoscom os partidos, que até pou-co tempo se entregavam a umdebat.e de cunho predominan-temente personalista.

No tocante ao desenvolvi-mento, o PTB, por exemplo,jâ se firmou ao lado da ideo-logia do nacionalismo, únicocaminho, na atual etapa denossa evolução, para promo-ver, em bases seguras, o adi-antamento do País e realizar

a grande e pesada obra desua emancipação .econômica.E vem aceitando o nacionaüs-mo em todas as suas implica-ções, seja pregando uma poli-lica exterior ajustada aos im-perativos do desenvolvimento,seja batendo-se por medidasinternas, qual a reforma agra-ria, indispensável a aumentara produção e a produtividadeno campo, a fim de que aexpansão total da economiase verifique com o equilíbriodinâmico de todos o.s setores,afastados os perigos de es-trangulamento.

trustes Internacionais. Se oVioe-Fresidente da Repúblicaestivesse fazendo declaraçõespor mera demagogia, paraefeitos eleitorais, seria pou-pado pelos jornais "O Globo",o "Correio da Manhã", "O Es-tado de São Paulo" e outros,pois o sr. Jânio Quadros sefantasiou recentemente denacionalista e' continua mima-do como antes. Como, porém,a posição do Presidente doPTB 6 para valer mesmo, agrande imprensa não o per-doa.

A conduta dos jornais que

sos proferidos em CampinaGrande, sua terra natal, tíoa-de trepidante e altamcvte po-litizada, que "nacionalismo écomunismo", tachando t«do3os nacionalistas de comtmls-ras. Assim, enquanto o sr.João Goulart, Presidente doPTB, é atacado, em virtudede suas convicções naciona-listas, pelos reacionários, oseu lidei' no Senado faz corocom estes, pois lhes repete osestribilhos de inspiração poli-clalesca,

Como era de esperar, cmface do estilo antiquado da

PTBe M !®

Nos demais partidos, há,sem dúvida, homens públicosde valor, lutando sinccrairwn-te pela mesma causa. Toda-via, trata-se de atitudes iso-ladas, de tarefas por assimdizer de guerrilheiros, quenão resultam de ordens do co-mando partidário. O que vemacontecendo com a chamadaala moça do PSD comprovanossa afirmativa. Alguns deseus membros se alinham en-Ire os melhores combatentesnacionalistas, como ocorrecom os srs. José Joffily Be-zorra e Cid Carvalho, masatuam enfrentando a hostili-dade da alta direção partida-ria e do comando das secçõesestaduais, que procuram mi-ná-lo junto

'aos correligiuná-nos.

No PTB, acontece exata-mente o contrário. E' o pró-prio sr. João Goulart, Presl-dente do Partido, quem des-fralda a bandeira da emanei-pação econômica do Brasil,sendo, por isso, alvo dos ata-quês em massa da "imprensasr.dia", estipendinda pelos

estão a serviço do capital eu-lonizador serve, maravilhosa-mente, para testar a atuenti-cidade da posição assumidapelos nossos principais polili-cos. Desconfiemos sempre doslíderes que são por eles lou-vados.

Não quer islo dizer que tu-do vai bem no PTB. A dire-ção ainda prestigia elementosque ingressam no partidoem busca do cargos no govêr-no, visando ao gúzo do podere das suas vantagens, e quesão adversários ostensivos dosideais trabalhistas. É o casodo Sr. Argemiro de Flgueirê-do que ascendeu, faz poucotempo, inexplicavelmente, âliderança da agremiação noSenado. Nas recentes eleições-municipais realizadas na Pa-raiba, doutrinou êle, ompra-ca pública, contra os pontosprincipais do programa poloqual se bale firmemente o sr.João Goulart, sustentando te-aos que desgravitam do con-servadorismo para incidir noreacionarismo do pior tipo.Chegou a afirmar, cm discur-

campanha, o sr. Argemiro daFigueiredo sofreu contunden-te derrota, pois o candidatoque apresentou, apesar tlecredenciado pelos seus méri-tos pessoais, perdeu a ciei-ção para Prefeito, emborahouvesse gasto rios de dinhei-ro. O patrocínio do lidei' doPTB no Senado marcou-lheirremediavelmente a cândida-tura aos olhos das massas po-pulares.

Não sabemos se u exemplolevará a direção do laborismoa tirar as conclusões que seimpõem, para a necessáriamudança de diretrizes. O ecr-to é que o Partido Trabalhis-ta não pode falar ao povoduas línguas inteiramente di-fcrentes, Uma vèz que ado-tou a bandeira do nacionalis-mo, deve exigir dos correli-gionários fidelidade a ela.Quem não estiver satisfeitocom as suas tonalidades, queprocure outro abrigo, fazendojogo claro.

W¥ Hk*Ê B&» 1B iS% &® *BS IS líkÊltbf AWn hb mkm %0 %£ ãmm Ama raWils

VBJmtm Ms£Ê!m%&m Í9&S&ãm%9 ÊJHÈm M¦pNQTJANTO o sr. Jânio Quadros anda pelo inundo a ban-

car o elefante branco (analogia com o célebre contode Mark Twain) com a UDN pressurosa e ofegante no seuencalço, o marechal Henrique Teixeira Lott lança em entre-vista, nesta folha, um grande programa de governo, com umaprofissão de fé ainda maior nos destinos do Brasil, indicandoos meios e processos adequados à solução dos nossos proble-mas de economia, de finanças, de educação técnica, social edemocrática, sem necessidade de encher as mãos de rosários,no Vaticano, e de vestir blusa de mujique, no Kremlin...

Preliminarmente, sou uin homem sem parlido político,sem escola ou sistema ortodoxo, sem interesse ou ambição,para recusar, como tenho feito, postos de governo, para con-tinuar a ser, apenas, homem de estudo, de cátedra, de livro,de imprensa, brasileiro e nordestino. Com tais requisitos, depreferência com os dois últimos, congênitos e que se comple-tam, é que me sinto à vontade para aplaudir o programa degoverno do marechal Teixeira Lolt, porque êle atinge, em sttbs-tância, o problema que eu reputo o centro de gravidade emtorno do qual giram os demais e com êle se agravam e com-prometem, neste sombrio e trágico momento que vivemos, osfundamentos sociais e jurídicos de um país ainda em en-saios para firmar e consolidar a sua soberania. Este problemase resume, ressalta e se prende nos elos de uma cadeia a queeslá preso o destino não de uma nacionalidade, mas de todae qualquer comunidade — homem e terra ou a terra e o ho-mem, formando os dois uma só unidade ecológica, exatamentequal transparece na maneira como o candidato a presidênciada República compreende e analisa o plano de uma reformaagrária para o Brasil, sem, entretanto, divergir, como malèvo-lamente se insinuou, do que foi elaborado pelo P.T.B., am-pio, objetivo, necessário e inadiável para ser recusado.

O que o Marechal TeixeiraLott afirma, logo no inicio desua entrevista, é que a "refor-ma agraria" deve pressupor umato de criação, espécie de íiatblíblico, "de começar pelo prin-cípio, pois até agora nada sefez, quer para facilitar ao cam-ponês o acesso á terra, querpara garantir-lhe 0 acesso aomercado. Facilitar o primeirosem garantir o segundo, seucomplemento lógico e indispen-sável, é manter o camponês nadependência compulsória e es-cravIBadora ao in ermediáriopoderoso, empenhado em apro-prlar-se dos frutos de seu tra-balho para trazé-lo nesse esta-do de semi-servidão em que atéhoje tem vivido. Não basta darterra ao camponês. Nem pro-porcionar-lhe os meios de cul-tivá-la. Se juntamente com issonão se lhe garante a possibili-dade de colocar a sua produçãolivro da tutela dos através-sadores, não se está protegen-do-o: está-se ajudando a ma-nietá-lo. Que estímulo terá êlepara produzir, se 0 que produzé obrigado a vender a preçosque não lhe dão sequer para as-segurar a subsistência da famí-lia'.' E como pode êle sem cré-dito nem assistência técnicaaprimorar seus métodos de cul-tivo, padronizar sua produção,tirar do eolo maior rendimento?Prevê e promete a imediata eradical supressão desse novoregime esravocrata, perniciosoque é a exploração de lavradorindefeso por intermediários ga-nanciosos, primeiro passo paraque se torne real c eficiente obinômio" acesso á terra-acessoao mercado — sendo o segundonão menos necessário ou In-dispensável, "a criação de coo-perativas de produção e crédl-to que permitam aos lavradoresmenos abastados utilizarem-sedas técnicas modernas da agrl-cultura, principalmente no quedia respeito à mecanização daslavouras e à armazenagem e en-silagem dos produtos, o meloprático e eficienie, além deúnico, de que dispõem para de-fender-se das pressões dos es-peculadores e neutralizar a açãodos intermediários inescrupu-losos. Uma grande política coo-perativista deverá ser executa-da, visando a esses fins. com oque não se beneficiará somenteo produtor mas também o con-Sumidor."

A cooperativa vem possibili-tar ao produtor campesino aindustrialização da sua lavouraabandonando processos colo-niais ou primitivos de trabalhoagrícola, ainda comuns em todoo país. aié mesmo em regiõesurbanas onde mais chocante sefaz sentir o contraste entre taisprocesso e a aparelhagem técni-co-científica do trabalho nasindústrias. Tem ainda a coope-rativa & finalidade de. foríílo-cende o vinculo de auxílio mú-

tuo, entre os produtores docompreensão e a consciênciacampo, distender a área deque desse apoio recíproco resul-ta, para melhor definir e acen-tuar a função social que impri-me á propriedade um sentido,tanto mais humano e profun-do, quanto mais alio o nível deriqueza, de bem-estar individuale coletivo que tem na terra-ma-ter a sua principal fonte deorigem.

Tem o Marechal Teixeira Lottjusto motivo de condenar o la-tifundio, ao qual, já entre osRomanos, atribuía Plínio a rui-na da Itália; e o minifúndio,ou o fracionamento do sol0 emunidades minúsculas, ambos"anti-economicos e anti-so-ciais", sobretudo o primeiro queo proprietário monopolida e ex-piora em proveito único, valen-do-se do trabalho, mediante pa-gamento de unia renda, quasesempre extorsiva, daqueles quoo cultivam, quando o não dei-xar ao abandono, privando, as-sim, a sociedade de uma fontede riqueza, coletivamente utili-zavel. Depois de referir-se aesses dois tipos de propriedaderural, prossegue o candidato áPresidência da República:"O mesmo não se dirá quan-to á grande propriedade capi-pitalista. Há culturas que exi-gem vastas áreas para a sua ex-ploração. além de equipamentocaro e, em conseqüência, de vul-to investimento. comu é o caso,por exemplo, da agro-industriaaÇucareira. Ninguém poderádizer, em sã consciência, que ausina moderna não seja tantod0 ponto de vista técnico, comodo econômico, um considerávelprogresso sobre o velho bangüêdo secúlo XIX."

Cabe aqui uma justa homena-gem a memória de Barbosa Li-ma, pioneiro, quando governa-dor de Pernambuco, da grandeindustria no Brasil, a quem de-ve o Estado, com a criação dausina de açúcar, o seu verti-ginuso progresso, de efeitosimediatos e benéficos na ccono-mia dos Estados circunvizinhos.Foi bem escolhido o exemplo,talvez, por automatismo psico-lógico, projetando-se do sub-conciente Brasileiro na consci-ência de Nacionalista, que é oMarechal, porque contém umduplo sentido, histórico e atual:histórico, pois foi a usina deaçúcar o primeiro passo dae onomla nacional nos domi-nios da grande indústria; nopresente, porque a indústria açu-careira não mais Somente emPernambuco, porém no Pais.em Alagoas, Rio de Janeiro, S.Paulo, como outras tantas em-presas, privadas e d0 Estado(Volta Redonda. Vale do RioDoce, Petrobrás) bem demons-tram que o Brasil pode ser umanação economicamente sobera-

na, para ser explorado, domina-do, estrangulado pela máquina

Joaquim Pimentade compressão plutoorática doCapitalismo internacional.

No programa destaca-se a as-sistência ás populações do in-terior, com "os seus problemasrealmente angustiosos, em par-te devido ao dreno de seus re-cursos para oe grandes centrosurbanos, razão por que não po-de a maioria de nossos munici-pios atender ás necessidadesmais imediatas e prcmcntr-6 deSeus habitantes".

O Marechal Henrique Teixel-ra Loit nasceu e cresceu no in-terior de Minas Gerais, comoeu. no alto sertão nordestino.Sentiu há sua meninice e ju-Ventude ou muito cedo viveu odrama de abandono, de fome,de miséria, que, depois, viu eobservou, como oficial do Exér-cito, que é sempre o mesmo ounão muda de cenário, em todoo Brasil, de norte a sul. de les-te a oeste; salvo quando se de-senrola em todo o Brasil, denorte a sul. de leste a oeste;salvo quando se desenrola eculmina nessa tremenda tragé-dia que é a seca nas regiõesnordestinas; com lances a quenem o gênio de Shakespeare se-rá capaz de imprimir todo o co-lorido de sua sinistra magnitu-de.

E' em vastas regiões d(. umpais riquíssimo, onde vegeta ese estiola uma população pau-penima, que deve começar areforma agrária ou 0 áto bibli-co de criação de um Brasil, queprimeiro cuide dos seus filhos,para que não morram de fomeou venham, em paus de arara,aumentar o número de malan-dros, de salteadores. de facino-ras, nos centros urbanos, parasó depois, dispensar ao Imigran-1 te um tratamento em conforto,em auxilio, em vantagens, querecusa ou não proporciona aotrabalhador aborígene; páriaou pior do que servo da gleba,na sua própria terra... Pois éeste pária que Lott quer arran-"car do seu estado de miséria fí-sica, psíquica, econômica e so-ciai. completando o binômio —acesso á terra-acesso ao merca-do o de educação e trabalho —como fundamento ou processusde atuação sobre o qu- poderia-'mos chamar de binômio prima-rio que é o homem e a terra-unidade ecológica atômica eplasinática na estrutura de lo-das as civilizações., "Reputoessencial, diz ele, a uniformiza-ção dos currículos escolares,

rprincipalmcnlc nos ensinos pri-mários e secundários. Conside-ro a diversidade de currículosnociva á unidade nacional, de-vendo, pois, ser energicamentecombatida." Depois de conside-rar "um erro grave a liberdade"que

atualmente se permite nes-se ponto fundamental para aformação da mentalidade donosso povo: preservando o fun-do de tradição em que repousaa unidade etno-cultural de umanação, prossegue êle: Foi umabsurdo prescrever dos currí-culos a Educação Moral e Cívicacujo ensino precisa de ser res-tabclccido nas escolas, pelas ra-zões que expuz. Devemos, aomesmo tempo, combater 0 ta-bu segundo o qual a formaçãoprofissional é unia formação desegunda categoria. Essa distin-ção especiosa entre o trabalhointelectual e o trabalho manualsobrevivência da era escrava-gista, é fonte de desajustamentoe parasitismos sociais incompa-tiveis com o nosso espírito de-mocrático e com os imperativosdo nosso desenvolvimento. Fi-nalmente. penso que se deveelaborar e pôr em imediataexecução um gnnde Plano deMobilização Nacicnal contra- oAnalfabetismo, afim de o erra-dicarmos definitivamente denosso meio- Tenho conhecfmen-to de que há um grupo de té-cnicos do Ministério da Educa-ção trabalhando com êsse ob-Jetivo. Louvo a iniciativa e oesforço desses patriotas, quecontarão, se eleito, com o meu

maior apoio". Com,-, GetúlloVargas, a quem o amigo, quenunca o abandonou e o não es-quece, rende, e aq li um preitode saudade neste mêíi de agos-to. tão fatal para o Brasil, crêo Marechal Lolt qlle, pela edu-cação e o trabalho, cientifica etecnicamente organizado, pode-mos construir um Brasil, em ci-vilização e cultura, a que atin-ja o alto nível em que Os Esta-dos Unidos e a Rússia se ele-vam no panorama da históriacontemporânea. E dessa obragrandiosa ele sente, como sen-tia Getulio Vargas, que bem po-de ser 0 honro brasiliensis o so-mo faber, o seu principal arti-ficei o caboclo, o matuto, ocaipira, o sertanejo, oll com onome que tiver, mas telúrico,trazendo nas. Veias, com o san-gue dos antepassados, a forçavital da terra que os nutriu.

Da capacidade de educaçãotécnica do homem brasileiro,do operário nacional que, pelomúsculo ou pelo cérebro, tem deser o artífice do engrandeci-mento do Pais. ou de nele coo-perar. física e intelectualmen-

te, em condições de produziriguais ás do trabalhador aliení-gena. assim se refere o dr. RaulAavdo, citando como exemplooperários nordestinos que tra-balhavam na instalação dasUsinas de açúcar em Pernam-buco:

"Os que estão a par da bis-tória das nossas usinas de açu-cai- sabem que, pouco tempodepois da instalação, em Per-nainbuco, das primeiras, surgi-iam, dentre os mestiços analfa-belos ou quase analfabetos, queauxiliavam o trabalho dos técni-cos estrangeiros, mecânicos prá-ticos de primeira ordem, que setornaram capazes de, por suavez, dirigir a instalação degrandes aparelhos, tornando-soassim possível dispensar aquelesprofissionais (Educação Nacio-nal, na Revista Contemporânea,Rio, maio, de 35).

Cita ainda o caso de DelmiroGouveia, cearense "paupérrimoe mal conhecendo as primeirasletras, iniciando a sua carreiratriunfal com trezentos cruzei-ros emprestados por um amigopara um pequeno negócio de pe-les de cabra." Sem falar umasó palavra rie inglês, meteu-seem um navio, conseguindo debanqueiros norte-americanos,

por intermédio de um ami-go residenle em Nova Iork, em-prestimo de alguns milhares dedólares, com os quais tratou dair construindo um grande par-que de diversões cm um dossubúrbios do Recife. Teve doabandonar quando reduzido aescombros, por um incêndio cri-minosameme ateado por ad-versários políticcs. mudando-seentão, para Alagoas, onde ins-talou- com as águas da cacho-eira de Paulo Afonso, uma usl-na hidro-elétrica. para moveruma fábrica de linha que fun-dava e que ia transformar emum oásis de civilização, com onivel de conforto que esta pro-porciona, uma Zona conside-rável de sertão inóspito. Comoestes dois exemplos, ha milha-res de outros ignorados obs-curos; material humano, tosco,inculto, senão faminto c mal-trapilho; mas que pode Ser,nas mãos de um arlifice. no Po-der. o mármore bruto que oclnzel de Miguel Ângelo trans-formou em duas das maioresobras primas do Renascimentoou de todos os tempos: La Pie-tà e Moisés. Ninguém pode dl-zer. de cada qual, em que foimais excelso e fantástico o ge-nio criador do divino pagão.Obra tão grandiosa não poderájamais, ser trabalho de gari,cuja vasoura acabaria encurtan-do em escova de cabelo... masde quem seja capaz de acome-ter e desbravar florestas, dearrasar ou remover rochedos,fazendo brotar da terra, limpade cascalhos e de pântanos, deparasitas graúdos e miúdos, umBrasil, física e moralmente sa-neado. técnica e economicamen-te forte, política e internado-nalmente poderoso.

Ü&É

Page 4: Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 * UM JORNAL QUE ...memoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1959_00174.pdfEra evidente com um homem desses, autêntico filho do povo, como Deodoro,

VAOflfA 4 •¦ .• Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 • - O SEMANÁRIO ^ ANO IV + NÚMERO 174

0 Escândalo do VidroTremendo libelo da Associação Profissional e do Sin-s

dicato do Comércio Atacadista de Vidro Plano, Cris-tais e Espelhos de São Paulo contra o truste do minis-tro da Fazenda — A maior vítima do crime de Sebas-tião Pais de Almeida contra a economia nacional:a instituição da casa própria para o trabalhador

ENGANA-SE o governo pensando que "en-terrou definitivamente o Inquérito Par-

lamentar sobre o Truste do Vidro Plano. O re-querimento constituindo uma comissão paraêsse. fim foi remetido, de acordo com o Re-gimento, à Comissão de Justiça, onde bastaráter um voto a seu favor para ir a plenário.O relator designado foi o sr. Santiago Dan-tas,-do Grupo Moreira Sales-Rockefeller..A repercussão do fato foi enorme em todoo pais, como se verifica do número de tele-gramas de aplausos à sua atitude recebidospela Frente Parlamentar Nacionalista, o pri-meiro dos quais foi o dos trabalhadores deVolta Redonda, vanguarda heróica da luta pe-Ia emancipação econômica do Brasil. Em SãoPaulo, o deputado Alberto Silva Azevedo emais 34 representantes do povo na Assem-bléia Legislativa refluereram a constituição deuma Comissão de Inquérito para examinar, noâmbito estadual,, o funcionamento da Indús-fria do vidro plano,

"tendo em vista o maio-gro da mesma iniciativa na Câmara dos Denu-tados". Dizia o requerimento: "A Câmara Fe-

deral acaba de sofrer violenta pressão do go-vêrno da República no sentido de não serconstituída a comissão, quando não constituisegredo para ninguém a ação nntinacional doatual ministro da Fazenda". A Mesa da As-sembléia denegou o pedido,.sob a alegação detratar-se de assunto da competência privativado Congresso Nacional.-.

Desde 1952 que a Associação Profissionale o Sindicato do Comércio Atacadista de Vi-dro Plano, Cristais e Espelhos do Estado deSão Paulo vêm protestando junto ao governoda União contra as manobras criminosas dotruste norte-americano do qual Sebastião Paesde Almeida é testa-de-ferro. Corno prova, estãoos ofícios, que a seguir transcrevemos, envia-dos a 16 de dezembro de 1952, 10 de marçode 1954 e 6 de julho de 1955, o primeiro poraquela Associação ao presidente Getúlio Var-gas, o segundo também por ela. ao ministroda- Fazenda Oswaldo Aranha e o terceiro peloSindicato ao ministro da Fazenda José MariaWhitacker:

"São Paulo, 16 dc dezembro de1952 — N. 98-52 — Excelentíssi-mo Senhor Presidente — A As-sociação Profissional do Comer-cio Atacadista dc Vidro Plano,Cristais e Espelhos do Estadodc São Paulo, órgão que reúnea grande maioria dos comer-ciantes atacadistas de vidro no

Estado de São Paulo, vem respei-tosamente à presença do dignoChefe da Nação Brasileira, cx-por grave problema, que alémde afetar seriamente a atividadeeconômica que exercem aque-les comerciantes, fere fundo àprópria economia nacional cprincipalmente atinge a econo-mia popular, sendo mesmo, deacordo com a lei específica querege a defesa dessa economia,considerado como crime.

Trata-se Senhor Presidente, do•trust" que se consolida dia adia, na Indústria do Vidro,transformada paulatinamentepelos titulares de várias indús-trias, do ramo, em monopóliodo grupo que forma, e aslíxian-do cada vez mais, dia a dia, otradicional e antigo comércio devidro do País.

Quando, no Governo de VossaExcelência, atendendo a justosanseios da Nação Brasileira,foi criada a Indústria Nacionalde Vidro Plano, fomos nós dosprimeiros a aplaudir essa ini-ciativa, que se nos parecia naocasião um passo gigantesco nosntido de melhorar as condiçõesdo mercado do vidro entre nós.Dando preferência ao produtonacional, abandonamos nossastradicionais compras nos merca-dos estrangeiros, muito emborao vidro nacional se ressentissecomo se ressente.hoje, de defei-tof. de fabricação, que já eratempo de terem sido sanados.Mas, Senhor Presidente, o queimporta dizer é que desde entãopassou o comércio do vidro awer dias intranquilos, mercêdas normas de venda impostaspela Industria Nacional do Vi-.dro.

E' também dessa época a criacão da Companhia Comercialde Vidros do Brasil (C.V.B.),eom sede em São Paulo, cujosdirigentes também fazem parteda organização industrial do virdro, sendo uma e outra, prática-mente, a mesma coisa. Os ho-mens que compõem tais emprê-sas ora fazem parte de umaorganização, ora de outra, in-correndo abertamente na Lei deEconomia Popular, decretadapor V. Excelência, com grandevisão de estadista, a fim de sal-vaguardar os interesses do tra-balhador e do comércio que nãodeve estar preso a organizaçõestentaculares.

O vidro é elemento essencialDa construção de prédios, sendohoje muito empregado, tantonas grandes como nas pequenasconstruções. O regime comer-ciai imposto pela Indústria Na-cional do Vidro, a qual teve oamparo de Vossa Excelência pa-ra poder se desenvolver, nãovem correspondendo aos dese-jos da Nação, pois tornou-seum organismo atrofiado na ãn-sia dos lucros desmedidos, per-dendo aquele caráter inicial detentativa patriótica de libena-ção do produto estrangeiro como que saiu perdendo a tutah-dade da Nação cm benefício dealguns venturosos industriais.

A instituição da Casa Própria,aspiração justa do nosso prole-tariado e das classes menosafortunadas, sofre também asconseqüências do "trust" in-dustrial do vidro nacional.

Formando a inc'ústria nacio-nal do vidro e a C.V.B. um sóbloco de interesses conjugados,têm em prejuízo do comércionormal e tradicional, aumenta-do arbitrariamente e de formaconsiderável, o preço de vendado vidro, que de junho de 1948a dezembro de 1952, — paraexemplificai —, totalizou um au-mento de 81,82% ou seja de CrS22,00 por metro quadrado paraCrS 40,00, preço este que entra-rá em vigor em 15 de janeirode 1953, segundo recente co-municação dos industriais.

Considerando-se que o preçointernacional do vidro, aindahoje, é de CrS 14,00 o metroquadrado, (CIF-Santos) aproxi-madamente, a indústria invocan-do argumentos pueris, está au-mentando o preço do vidro nu-ma percentagem elevadíssimade 21,5%, que achamos injustifi-cada, acarretando um encareci-

mento do custo dc vida e cola-borando para a inflação perní-ciosa ao País.

Tentou o comércio de vidros,por meio de entendimentos emeios suasórios, através destaentidade de classe, fazer sentiro seu legítimo ponto de vista àIndústria Nacional do Vidro.De modo a contrariar toda a or-ganização sindical, que semsombra dc dúvida vem produ-zindo ótimos resultados, querno campo empregador-emprega-dos, quer entre as diferentes ca-tegorias econômicas, em quesempre se procurou soluçõesque harmonizassem os interês-

ses em jogo, a Indústria Na-cional do Vidro, mostrando-seinfensa a qualquer entendimen-to (técnica super-capitalista),negou-se a receber os comer-ciantes de vidros através de suaentidade de classe, a qual de-clarou não reconhecer, nem nopresente nem no futuro,, poispretende tratar individualmente,com cada um, forma de poderdominar e impor suas inaceitá-veis e asfixiantes condições.

Diante de tão aflitiva situa-ção, tangidos pela necessidadede sobreviver, os comerciantesde vidro submeteram-se a essavexatória situação, não tendo,como era de se esperar, obtidoo menor resultado.

Foi assim que, decidiram oscomerciantes atacadistas de vi-dro recorrer ao mais alto ma-gistrado da Nação, a fim de sefazer sentir junto à Indústria'Nacional do Vidro, que sempremereceu o apoio do Governodo País, que está ela desviadadaquela linha preconizada porVossa Excelência, quer em dis-cursos memoráveis, quer ematos de administração.

O sistema dc vendas atual-mente adotado pela IndústriaNacional do Vidro, realiza-seatravés de distribuidores, quesão os associados desta entida-de. Criou, porém, a Indústriaum .grande distribuidor, que éela própria, através da C.V.B.,que goza de vantagens e rega-lias que colocam os comercian-tes de vidro era posição inte-rior perante os consumidores,pois a C.V.B. tem preços espe-ciais, preços menores, a fim depoder afastar do mercado todos-os comerciantes antigos, quesomos nós, os membros destaAssociação Profissional. A fimdc dificultar o normal desenvol-vimenlo do comércio de vidro,as fábricas (Covibrà, Vicry eP.V.P.) procedem a aumentossucessivos de preços, tornandoimpossível por parle dos comer-ciantes, a manutenção dos con-tratos de fornecimento. E comisso logram as fábricas além deir matando um a um os comer-ciantes de vidro, e preparandoum campo livre para maioreselevações de preços no futuro,(sistema dos trustes), lucros ex-cessivos e exorbitaptes que con-correm para o empobrecimentodo nosso povo, pela tremendaconcentração de capitais queconseguem.

Coagidos pela situação cam-biária atual c pela impossibili-dade de importar — e em favorda indústria Nacional abando-naram os comerciantes de vidroas suas quotas de importação,no passado —, o comércio de vi-dro está na iminência de desa-parecer, tragado pela indústria,que o fará substituir por fir-mas fantoches-, por ela mano-bradas e feitas à sua própriaimagem, e sob o seu imediatocontrole. E' uma icalidade ourprevemos e cujos efeitos esta-mos sentindo, no progressivocerceamento das nossas possibi-lidades de comércio.

Recorremos, destarte, à VossaExcelência, para na verificaçãode fatos tão graves para a eco-nomia nacional determine aosórgãos competentes da adminis-tração, sejam tomadas as medi-das necessárias para fazer vol-tar a normalidade a êsse setorimportante do comércio de SãoPaulo.

Pedimos a Vossa Excelênciaaceitar as expressões mais vivasdo nosso agradecimento, e asnossas respeitosas homenagens.— (a) Domingos Lodovici, presi-dente".

"São Paulo. 10 de março de1954 - N. 12-54 — Senhor Mi-nistro — O Sindicato do Comer-cio Atacadista de Vidros Planos,

Cristais e Espelhos no Estadode São Paulo, tem a grandehonra e oportunidade de se di-rigir a Vossa Excelência a fimde apresentar grave problemaque vem afetando a operosa ati-vidade econômica que represen-ta neste Estado, com danosasconseqüências para a vida eco-nómica de todo o país.

A atividade econômica repre-sentada por esta-entidade liga-se intimamente ao desenvolvi-mento das construções popula-res de nossa terra, sendo umadas mais importantes no con-certo econômico dc nossa pá-tria, encontrando-se, há já lon-go tempo, inteiramente depen-dente dá produção nacional.

Por sua vêz, essa produçãonacional, hoje envolvida porverdadeiro "trust" tornou-se de-ficiente para atender o planosocial da construção de casaspara nosso povo, de vez quepor um'lado não lem capaci-

... dade' pára atender as exigênciasnormais qo' mercado, e por ou-tro vem sacrificando o mesmopovo, com contínuas elevaçõesde preços.

Aísim é que, queremos ter aoportunidade de apresentar aVossa Excelência a triste reali-dade em que nos encontramoscom o excessivo aumento dospreços, por parte do produtorde vidro nacional, aumento és-se, que em um ano alcançoucêrca de 92% (noventa e doispor cento), sendo que nos últi-mos noventa dias, o aumentoabrangeu a cifra de 62% (ses-senta e dois por cento).

Evidentemente, tais aumen-tos não encontram justificali-vas, nas causas apontadas pelosprodutores nacionais, como se-jam, as últimas instruções deVossa Excelência no setor docontrole de importações, dadoque, como é do conhecimentodo Senhor Ministro, a matéria-prima do vidro, em: sua grandee ponderável porcentagem é na-cional.

A verdadeira causa, encontra-se no fato de que, a justa pro-teção dada à nossa indústrianão é devidamente compreendi-da, em muitos casos, pelos in-dustriais de nossa terra, quefazem dessas proteções, campoaberto, para a plena satisfaçãode seus instintos gananciosos.

E essa ambição, torna-se maisevidente, quando tais indus-triais, como é o caso do vidro,se agrupam em "trust" para, or-ganizada e meludicamente pres-sionarem o mercado, e impiedo-samente exigirem do consumi-dor esforços que mais aindaagravam a debilitada economianacional. . : ¦

Assim, não sabem mais os in-tegrantes de nossa categoriaeconômica, como explicar aosconsumidores, com os quais di-retamente trabalham, os moti-vos dos aumen toi exagerados econtínuos que se sucedem, eque não dão tempo sequer aocumprimento de contratos esta-belecidos e firmados, não sócom o público consumidor emgeral, como também, no casodas construções de casas popu-lares, com as autarquias res-pectivas.

A instabilidade dos preçosque, sem consultas prévias aosdistribuidores e comerciantes devidro, são elevados por simplescomunicações em circulares ori-ginadas das fábricas produto-ras, vem trazendo aos comer-ciantes de vidro prejuízos con-sideráveis, de vez que tais rir-c»lares os apanham com con-tratos fechados, dc gr?nde va-Ior, cujo cumprimento obriga-tório não se faz sem danos con-sideráveis.

Por outro lado, a entrega damercadoria é suspensa constan-temente pelas indústrias, túda avez. que se elaboram tais au-mentos.

E não se diga que os comer-ciantes fecham os contratos comantecipação, por interesses pró-prios; A natureza dos negócios,no ramo, obriga os comercian-tes ao fechamento de contratospor antecipação, principalmen-te, quando se trata de autar-quias ou serviços Governamen-tais, dada a abertura das con-corrências, as quais compare-cem os comerciantes, com ospreços que na época lhes esta-beleceu a própria indústria.

Entretanto não é o prejuízodos comerciantes que deve ser

considerado em primeiro pia-no, mas sim, e muito justamen-te, a elevação constante docusto-de-vida, que depende emgrande parte do setor constru-ções, elevação essa, que se fazem proveito exclusivo, de unspoucos, que vêem campo paraa satisfação insaciável de seusdesejos de maiores lucros.

Assim, considerando, vêm eslaentidade à presença de VossaExcelência sugerir medidas opor-tunas e necessárias què sem pre-juízo do desenvolvimento da in-dústria nacional, possam fazerestabelecer um equilíbrio nomercado interno, com pequenoesforço da economia nacionalno setor das importações.

Tais sugestões as consubstan-ciamos nos seguintes itens:

a) inclusão para efeito deaquisição de câmbio, na segun-da categoria, do vidro em lã-minas, para vidro liso transpa-rente e fantasia.

b) inclusão dessas mercado-rias nos acordos ou ajustes co-merciais a serem renovados oucelebrados com países que ospossam exportar.

c) facililação, o mais possí-vel, nos termos da legislação emvigor, e principalmente no quetoca. a obtenção de cambiaispara a aquisição de maquina-

.rias, da montagem de novas fá-bricas de vidro em nossa pá-tria.

Apresentando tais considera-ções a Vossa Excelência estamoscertos de fazermos obra patrió-tica, levando ao poder compe-tente grave problema, e suge-rindo as medidas que se tor-nam oportunas para sua solu-ção.

Apresentamos a Vossa Exce-lência os protestos de nossa dis-tinta consideração. — Pela Di-retoria - (a.) J. VIDIGAL DEMIRANDA — Secretário-Geral".

"São Paulo, 6 de julho de 1955— Excelentíssimo Senhor Minis-tro da Fazenda. — O Sindicatodo Comércio Atacadista de Vi-dro Plano, Cristais e Espelhosno Estado de São Paulo, tema grande honra de dirigir-se àVossa Excelência, para exporproblema grave e urgente, dealto interesse para a economiade nosso povo, e que diz res-peito à campanha em que estaentidade vem empenhada, paraa sobrevivência da classe queela representa, e que se vê amea-cada por poderoso grupo eco-nòmico-financeiro que já mono-polizou a produção e busca omonopólio exclusivo do comer-cio do vidro plano em nossopaís.

A matéria por nós; agora tra-tada junto à Vossa Excelência,já foi ventilada por esta enti-dade no último ano, quandoera Ministro da Fazenda, o Ex-celentíssimo Senhor Dr. Oswal-do Aranha, através do ofícion.° 12/54, de 10 de março de1954, e do qual, para melhoresclarecimento anexamos cópia,junto ao presente.

Na ocasião não teve esta en-tidade a satisfação de obter umaresposta àquele ofício, o que so-bremodo agravou a situação doscomerciantes de vidro do país,que se viram á mercê dos de-si^nios do giupo industrial dovidro, que ciia a dia-asfixia'olivre comércio do produto noBrasil, a tal ponto, que se me-didas urgentes não forem to-madas, dentro em breve será ovidro precioso material, que se-rá vendido ao público consumi-dor a' preços proibitivos, comoaliás se está sentindo.

Os preços atuais que corres-pondem a sucessivas elevações,representam lucros superiores,em muito, ao razoável sobre oseu efetivo custo,' para a indús-tria.

Tal é a, situação do mercadointerno do vidro, quer quantoaos efeitos sobre o nosso povo,que é obrigado a pagar os pre-ços constantemente elevados pe-Io grupo monopolizador da pro-dução nacional, quer quanto aosefeitos sobre o livre comérciodo vidro que está obrigado asucumbir pela pressão econô-mico-financeira daquele mesmo

¦ grupo, que esta entidade numderradeiro esforço, vem apelara Vossa Excelência no sentidode ser arejado o ambiente co-mercial do vidro em nosso país,pela possibilidade de se impor-tar o vidro através da licitaçãodo ágio na 3." categoria.

O que hoje solicitamos é me-nos, evidentemente do que foifeito há um ano atrás, junto aêsse Ministério da Fazenda, devez que, agora, é possível fazera importação na 3." categoria,pois as sucessivas elevações depreços por. parte da indústrianacional, colocam o produto im-portado na 3.° categoria, em con-dições de preços muito mais bai-xos que o produto nacional, oque vem provar de sobejo adesmedida ambição da indús-tria nacional, que não só ex-piora o nosso povo, como ain-da, através dos imensos lucrosadvindos dessa mesma explora-ção, procura asfixiar todos quan-ios não se conformam em sever envolvidos pelos seus desig-nios de monopólio.

As tabelas de preços de vi-dros plano estrangeiro que nossão oferecidos atualmente pelosrepresentantes de fabricantes deoutros países, estão a indicarque acrescidos tais preços doságios atuais da 3.* categoria,permitirão que o vicio planoimportado Cif. custe em nossopaís, em média, a porcentagemaproximada de 60 a 96% maisbarato que os preços atuais im-postos pela indústria nacional.

Não se diga, Senhor Ministro,em abono da atual colocação dovidro plano, na 6." categoria, queessa colocação é a própria de-fesa da indústria nacional. Nin-guém, melhor do que os asso-ciados desla entidade, compre-enderam e compreendem, ain-

Solidariedade de Sócios do Me MilitarO deputado Bento Gonçalves recebeu o seguinte tele-

grama, subscrito por 195 sócios do Clube Militar:"Cumprimentos calorosos pela atuação da Frente Parla-

mentar Nacionalista no caso do vidro plano, em defesa dos legí-timos interesses nacionais, no sentido da denúncia da infiltraçãonos altos postos do governo de representantes de interesse»contrários à emancipação nacional".

O MONOPÓLIODA INDÚSTRIA DOVIDRO NO RRASIL

da, que vale a pena defender aformação de Indústrias, que emúltima análise seriam a defesado patrimônio econômico da Na-ção.

Há uma dezena de anos oscomerciantes de vidro no país,quando ainda eram livres as im-portações, suspenderam-nas pa-ra propiciar à indústria nacio-nal a garantia de colocação no

SS^rtt^W? O DIABO OS FÊZ E TIÃOSINHO OS JUNTOUera feita pelos comerciantes devidro que atualmente estão sevendo expulsos de seu ramo decomércio, de que são tradicio-nais representantes.

Então, a indústria nacionalque se estava formando atravésdo esforço de diversos pionei-n,s, solicitou uma quota de sa-crilicios dos que hoje reclamamprovidências de nosso governo,e que são os associados destaentidade.

Essa quota de sacrifícios foicnlregue em favor do desenvol-vimento da indústria nacional.

No entretanto, o que foi ofe-recido de livre vontade, — anão importação do vidro estran-geiro — quando já se indicavaa consolidação das várias in-dústrias num único grupo de in-te.-ésses comuns na produção,passou a ser exigido por êssemesme grupo, sob alegações deum false interesse patriótico na-cional. que acobertava o obje-tivo real, de um enriquecimen-to extraordinário, que daria,como deu, forças econômicas po-derosas aquele grupo, que hojese volta impatriòticamente con-tra todos quantos sustentaramcom sacrifícios próprios o pró-prio início da produção nacio-nal do vidro plano.

Desde que a proteção, justa,à produção nacional, passe ase tornar, como no caso, preju-dicial, e muito, à própria eco-nomia interna do país, urgentese torna fazer com que essa pro-teção deixe de existir, dentrodos limites, que a. tornaram pie-judicial, para fazer chegar to-dos quantos não compreendemos patrióticos objetivos de talproteção, ao ponto de não con-tinuarem a utilizá-las em seuúnico e exclusivo proveito, ouem detrimento de tantos outroscidadãos trabalhadores de nossapátria.

Eis porque, senhor Ministro,neste momento grave, de umacampanha que vimos mantendopela nossa sobrevivência, comoestá amplamente divulgado pelaimprensa paulista, vimos ape-lar ao vosso patriotismo de ei-dadão brasileiro, altamente res-ponsável pela economia de nos-so povo, para que, urgentemen-te, seja dado alento a centenasde trabalhadores de nossa pá-tria, colocando-se o vidro planona 3.1 categoria, única maneirapela qual, se evitará, pronta-mente, alcance o grupo mono-polizador da indústria, o con-tróle absoluto do comércio dovidro em todo o país.

Certos de que Vossa Excelên-cia de imediato verá o alcan-ce do nosso angustioso apelo,aguardamos que as medidas jus-tas sejam de pronto tomadasdentro do limite razoável de re-sisléncia que a nossa classe po-dera sustentar, apresentamos aVossa Excelência os protestosda mais alta estima e distintaconsideração. — FAUSTO MON-TE1RO SIMÕES, Presidente".

:?M

— PITTSBURGO DE VI-DROS E CRISTAIS LTDA.

São PauloRua São Bento, 370, — 8.»Capital registrado: Cr?157-500.000,00Companhia «holding' do gru-po «Pittsburgh Plate Glass»(USA) .O principal sócio-quotista éa firma norte-americana«Pittsbunrh Platc Glassi;ompany» i\ttsburgh l*enn-sylvania, com Cr$ 157.496100,00.A firma «Columbia-SouthernChemical Corporation», Wil-mington, Delawarc (USA),uma afiliada da «PittsburghPlate Glass Company», parti-cipa com CrS 3.600.000.00.Por sua vez, a «PittsburgoLida.» participa do capitaldas firmas:

«Companhia Comercial deVidros do Brasil — CVB»,São Paulo.

«Companhia Vidreira doBrasil — COVIBRA, Rio dcJaneiro

«Indústrias Reunidas VI-drobrás Ltda.», São Paulo.— COMPANHIA COMER.

CIAL DE VIDROS DO BRA-SIL — CVB — São PauloRua Conselheiro Crispiniano,317 — Caixa Postal 811 —Fundada cm 1943Capital registrado: CrS 250.000 000,00Fabricação e venda por ata-cado, de vidros e espelhos.Os principais acionistas são:—"a «Pittsburgh Plate GlassCompany», Pittsburgh, Penn-sylvania (USA)a «Pttsburgo de Vidros eCristais Ltda,», São Paulo

a «Cavalier S. A. (Expor-tação e Importação), Rio dcJaneiro

a «Magnólia Mercantil deExportação e Importação S.A.», Rio de Janeiro.Por. sua vez, a CVB particl-Pa das seguintes firmas:Vidros Planos — CMVP»,Campinas

«Vidrasil S. A. — Comer-cio e Beneficiamento de VI-dros», São Paulo

«Artefatos Metálicos paraConstruções S. A. — AMC,São Paulo

«Hclmlingcr S. A. — Co.mercio c Beneficiamento dcVidros», São Paulo— COMPANHIA VIDREIRADO BRASIL — COVIBRA

Rio de Janeiro

Rua Debret, 23 — 14.° —Fundada em 1941Capital registrado: Cr?....18- 000- 000,00Fabricação de vidro plano.Os principais acionistas são:

a «Pittsburgo de Vidros eCristais Ltda.», São Paulo

a «Companhia VidrariaSanta Marina», São PauloA COVIBRA participa, porsua vez, do capital da «Vi-DRENA — Participações In-dustriais S. A.» Rio de Ja-neiro.

4 — INDUSTRIAS REUNI-DAS VIDROBRAS LTDA.

São PauloPraça Dom José Gaspar, 30

7." e 8.° — Caixa Postal5-623 — Fundada em 1944Capital'registrado: Cr- ....1.200.000.000,00 . -Fabricação de vidro plano efantasia, em cores, vidro desegurança para automóveise aviões, bem como lã e fioide vidro.Os principais sócios-quotis.tas são:

a «PittsburgoCristais Ltda.»,com CrS 300 000

a «CompanhSanta Marina»,com CrS 300.000

a «Vidrena —ções Industriaisde Janeiro, com300.000- 000,00

de Vidros eSão Paulo,.000,00ia VidrariaSão Paulo000,00

- Participa-S. A.», RioCrS

A «Vidrobrás Ltda.» parti-cipa, por sua vez, da «VI-DROSA — Fabricação Bra-sileira de Fibras de VidroS. A.», São Paulo.

Anotação: — A raza0 social dafirma até começo de 1955foi «Indústria Paulista deVidro Plano Ltda,».

5 — COMPANHIA VIDRARIASANTA MARINA — SãoPauloAv. Santa Marina, 443 —Caixa Postal 2.931 — Fim-dade em 1903Capital registrado: Cr- ....660.000.000,00Fabricação de vidro plano,tubos de vidro, garrafas devidro para todos os fins, arti-gos domésticos e de labora-tório, de vidro especial (mar-ca «Pyrex») etc. (A «SantaMarina» é a maior fábricade vidros do Brasil); mine-ração etc.Os principais acionistas são:— a «Vidros Corning BrasilS. A.*, São Paulo

Falsidade Ment Intrigaira,e Falta de Vergonha

De um Observador Militar — Para O SEMANÁRIOESSA "imprensa sadia" é mesmo do "baru-

lho", pois julga-se com o direito de atacar,caluniar, ofender e, no final, não quer recebero troco.

Tanto isso é verdade que, quando alguémrebate qualquer intriga ou mentira de umdesses órgãos, seus responsáveis se sentemofendidos e apelam logo para a ética.

Conosco, porém, que não temos medo decaretas, a coisa é diferente: escrevemos nos-sos artigos, ou respostas a ofensas, como bementendemos, isto é, com ética, sem ética eapesar da ética.

Tudo que acima ficou dito vem a propó-sito de artigo de fundo publicado no dia 9,por determinado matutino, do qual não va-mos citar o nome porque não é preciso: commáscara ou sem máscara êle é logo identi-ficado.

Sob o título "Velório", o conhecido órgãodas "cartas falsas" engendra uma série dementiras contra o incuto cidadão HenriqueLott, a propósito do lançamento de sua candi-datura à Presidência da República pelo P. T. B.

Menle, quando diz que Lott foi aceito can-didato manu-militari, pois, apesar de militarsua candidatura nada tem a ver com os'quartéis.

Mente, quando diz que Lott é contra a re-forma agrária, pois que o Marechal, em vá-rias declarações sôbrc o assunto, já pôs ospontos nos ii, declarando ser a favor de umalegislação agrária, dc vez que não é possívelreformar o que não existe.

Fala em "espetáculo" e "comédia", quan

do os verdadeiros palhaços estão em sua te-dação.

Há tempos, por ocasião da última criseda Aeronáutica (FAB), procurou fazer intrigas entre as Forças Armadas (Exército eFAB), bastando para prová-lo uma simplesleitura fios números da época.

Em síntese, êsse campeão da "imprensa li-vre" (com "dólares" no bolso) outra coisa nãolem feito senão mentir, intrigar e propalarfalsidades, defendendo os interesses estran-geiros contra os sagrados interesses do povobrasileiro.

A prova dessis afirmativas, nós a encon-tramos no "O Radical" do dia 10 de janeirode 1952. Êsse jornal, fechado, aliás, pelo

"go-vêrno de austeridade" do Sr. Café Filho, pu-blicou, naquela data, um artigo intitulado:"Quartel-General da intriga e... da falta devergonha". Nesse artigo, depois de fazer umasíatese da vida desse jornal, desde as celebér-

rimas "cartas falsas" atribuídas ao Sr. ArturBernardes (então candidato à Presidência daRepública), "O Radical" transcreve vários tre-chos de artigos do aludido integrante da "sa-dia" atacando desabridamente o Sr. GetúlioVargas, na ocasião candidato à Presidência daRepública (1950) e, mais tarde, elogiando-o,cm 1952, quando já estava no poder. O obje-tivo desses elogios era tão somente intrigar oGrande Presidente com o General EstilacLeal, na época Ministro da Guerra. E con-cluía com estas palavras:

"E o... (os leitoresjá adivinharam o nome) que já era o Quartel-General da intriga, passou a sê-lo, também...da falta de vergonha."

Não é preciso dizer mais!

Passemos, agora, a outro assunto.O Sr. Henrique Pongetti, segundo lemos

cm artigo de Eletrònio Leal, publicado no OSEMANÁRIO, sob o título "Nacionalismo, Co-munismo e Canalhismo", escreveu em deter-minado número de "Manchete":

"Numa época de grande corrupção admi-nistrativa e de grande exploração demagógicadas massas, o nacionalismo torna-se como noaforismo francês — o último refúgio dos ca-nalhas."

Sobre isso, temos a dizer que há um "li

geiro" engano do articulista (Pongetti), poisque, na verdade, os canalhas se acham refu-giados no entreguismo. Sim, aqueles que sebatem contra a emancipação econômica denossa Pátria, pela miséria do povo brasileiroe, portanto, se batem a favor dos interessesestrangeiros, são os verdadeiros canalhas. Sãodesfibrados, são traidores da Pátria.

Nossos patrícios têm direito — e condições— a uma vida bem melhor do que a que levaram até agora. O Brasil, por suas riquezaspode proporcionar aos que aqui nasceram (ouresidem) uma vida de fartura e bem-estarE, se isso não aconteceu ainda, devemos, apenas, à 5- Coluna que se instalou em nosso Paíspara entravar seu progresso. Essa 5' Colunac refugio do canalhismo nacionaU.

P. S. — Tivemos o grande prazer dc assistir no dia 10 ao "velório",

que constituiuverdadeira apoteose aos Srs. João Goulart eMarechal Henrique Lott.

O jornal das "cartas falsas" não se cansade fazer papel ridículo.

a fábrica norte-america-na de vidro «Plttsburbh Pia-te Glass Company», Pitta-burgh, Pennsylvania,A «Santa Marina» participa-,por sua vez, das seguintesfirmas:

«Indústrias de Frascos oAmpnlas do Brasil S. A., SãoPaulo

«Indústrias Reunidas VI.drobrág Ltda.», São Paulo

«Companhia Vidreira doBrasil — COVIBRA», Riode Janeiro

«Vasoflex S. A. — Produ-tos Plásticos», São Paulo,

6 — CAVALIER S. A. (Expor-tação e Importação) — Riode JaneiroPraça Pio X, 118 — 11.° —Caixa Postal 1 800 — Fim-

. dada em 1946 , iCapital registrado: Cr- ....28.800- 000,00Importação e exportação emgeral; participação em em-preendimentos industriais ecomerciais.Os principais acionistas sãoos cidadãos norte-amerleanoaJacob Arnn, Jack R. Aron,Louis Blumbcrg e GeorgeMcEvoy, todos co-pripfletá-rios da firma «J. Aron Co.,Inc.», Nova Iorque, X Y.Por sua vez, a sociedade par.ticipa do capital das seguin-tes firmas:

«Corporação de Investi-mentos Financeiros S. A.»,Rio de Janeiro

«Companhia Comercialde Vidros do Brasil — CVB».São Paulo.

«Concreto Redimix doRio dc Janeiro S, A,», Riode Janeiro

«H. La Domus Comlssa-ria e Exportadora S. A,»,Santos— MAGNÓLIA MERCAM-TIL DE EXPORTAÇÃO EIMPORTAÇÃO S. A. — Riode JaneiroPraça Pio X, 118 — li." —Caixa Postal 1-800 — Fim-dada em 1946.Capital registrado: Cr- ....23.650.000,0o1Comércio, importação e ex-portação em geral; partici-pação em outros empreendi,mentos industriais c comer-ciais etc.Os principais acionistas sãoos cidadãos norte-america-nos Jacob Aron, Jack R.Aron, Louis Blumberg e Ge-orge McEvoy, todos eles co--proprietários da firma «.I.Aron Co., Inc.», Nova Ior-que, N. T.A «Magnólia S. A.» particl.pa, por sua vez, das firmas:

«Corporação de Investi-mentos Financeiros S. A.',Rio de Janeiro

«Refrcscos do Brasil S,A.», São Paulo

«Companhia Comercialde Vidros do Brasil — CVB»,São Paulo

«H. La Dornas Comlssá-Santos— COMPANHIA MERCAN-ria e Exportadora S. A.»TIL DE VIDROS PLANOS

CMVP — CampinasRua Conceição, 219 — CaixaPostal 491 i— Fundada em1951 .Capital registrado: Cr- ....

9 000- 000,00Comércio por atacado de ri-dros planos.A «Companhia Comercialde Vidros do Brasil — CVB»São Paulo, possni a maioriadas ações.— VIDRASIL S. A. — CO-MfiRCIO E BENEFICIA-MENTO DE VIDROS — SãoPauloAlameda Barão de Limeira,1.144-1 158 — Fundada em1948.Capital registrado: Cr- 6-000.000,00Importação de vidro plano ade cristal plano; fabricaçãode vidro para espelho; dis-trlbuição de vidro para ja-nelas, vidro de segurança,cristal, tijolos de vidro etc.A maioria das ações esta empoder da «Companhia Co-mercial de Vidros do Brasil

CVB». São Paulo.10 — ARTEFATOS METAL1-

COS PARA CONSTRUÇÕESS. A. — AMC — São PauloRua Conselheiro Crispiniano317 — 3."Capital registrado: Cr- 34.000.000,00Fabricação de ferragens pa-ra construção em geral •srrralharia.O principal acionista é a«Companhia Comercial deVidros do Brasil — CVB»,em São Paulo.

11 — HELMLINGER S. A. —COMÉRCIO E BENEFICIA-MENTO DE VTDROS — SáoPauloRua do Curtume, 304 —Fundada em 1938Capital registrado: Cr- ....13.000 000,00Comércio por atacado de vi-dro plano.A «Companhia Comercial deVidros do Brasil — CVB»,São Paulo, possui participa-ção Importante na sociedadeem apreço.

12 — VIDROS CORMTMG DOBRASIL S. A. — São PanloRu* Mareoni, 53 — 1* —

(Conclui na página I)

Page 5: Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 * UM JORNAL QUE ...memoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1959_00174.pdfEra evidente com um homem desses, autêntico filho do povo, como Deodoro,

HOMERO 174 9t ° SEMANÁRIO + ANO IV

Consagraçã o daO Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 •

Frente Par amentar Nacionalista• PAGINA S

no Clube MilitarOFICIAIS da ativa e da reserva do Exército, Marinha e

Aeronáutica aplaudiram, entuslàstlcamente, a conferên-chi do deputado Sérgio Magalhães, da Frente Parlamentar Na-ckmalista, realizada no Clube Militar. O deputado denunciou,com dados concretos, a espoliação dos trustes Internacionaise, sob palmas prolongadas, disse:"Agora mesmo, os trustes estão conquistando os mlnlsté-rios principais." "O que o investidor honesto deseja é segu-rança, é clima de mútua seriedade" e "só o Investimento ho-nesto nos serve". "O desonesto há multo vem desservlndo aoBrasil."

Salientou o deputado Sérgio Magalhães a necessidade dese distinguir entre o capital que contribui para o nosso de-«envolvimento e o que resulta na evasão de riquezas para oexterior. Para exemplificar, acrescentou que, no período de1947 a 1958, entraram no país um bilhão e 782 milhões de dó-lares e saíram 2 bilhões e 342 milhões. Enalteceu, por outrolado, os benefícios que alguns capitais nos trazem em ramosessenciais de nosso desenvolvimento, em Iniciativas pioneiras,proporcionando-nos recursos tecnológicos.

Disse o deputado conferencista que a SUMOC invadiu aárea do Poder Legislativo, anulando medidas que a Frente

Parlamentar Nacionalista conseguira fazer aprovar na Câmarados Deputdos, para equilíbrio da política cambial. Assim ocor-reu com o dispositivo legal que proibiu a remessa, para o exte-rior, de lucros de empresas estrangeiras, fora do câmbio livre.Simples portarias c instruções da SUMOC anulam qualquer

Entusiástica mente aplaudida a conferência de Sérgio Magalhãessobre capitais estrangeiros

Reportagem de JOSÉ' FREJAT

lei votada pelo Congresso, tal é o poder dos interesses eco-nômicos. Referindo-se aos seus projetos sobre capitais estran-gelros, apresentados à Câmara dos Deputados, ressaltou a im-portância de sua aprovação para o desenvolvimento do País.O .projeto n.° 1 da atual legislatura é de sua autoria c dls-põe sobre a remessa de lucros e retorno de capital estrangei-ro. O mais recente é o do corrente mês. Todos se relacionamcom os problemas do desenvolvimento industrial do país, re-messa de lucros, reinvestimento e o retorno de capitais estran-gelros aplicados no Brasil.

O deputado Sérgio Magalhães declarou que os seus pro-jetos não virão desestimular a entrada de capitais estrangei-ros, porque o investidor honesto procura exatamente as áreasde câmbio livre para as suas inversões. Isso só não acontece— afirmou — com o pequeno grupo que aí está, tentando le-var o povo ao desespero, apoiado pelo Poder Executivo, naânsia de impedir que o Congresso vote leis que disciplinema sua ação espolladora. E, incisivo, acrescentou, sob aplau-sos: "Precisamos do Investidor que contribua para o desen-volvlmento do país, e não daquele que vem nos tirar os re-

cursos naturais. Para estes, não Interessa que o país se de-senvolva, como também não interessa que o país se mante-nha dentro de um regime democrático, pois em um regimedemocrático o Congresso Nacional pode ser levado a aprovaros projetos que regulam o capital estrangeiro. Eles preferemque haja aqui, como em outras repúblicas latino-americanas,um ditador que eles manobrem à vontade. A democracia,no entanto, é uma conquista de que o povo brasileiro nãoabre mão."

"Não é preciso muita análise para saber-se que o planode desenvolvimento do atual governo tem qualquer coisa deerrado. Sabe-se da execução de multas realizações, no ter-reno econômico, mas a verdade é que o povo está vivendo namiséria" — afirmou o deputado Sérgio Magalhães.

Alguém do plenário pergunta ao deputado Sérgio Maga-lhães se a imprensa é influenciada pelos trustes internado-nais. "A necessidade de anúncios comerciais — responde êle— faz com que a Imprensa não ataque seus anunciantes.Sou favorável a que as empresas estatais participem destemercado de anúncios, para suavizar a influência dos trustes.

Mas há um jornal — O SEMANÁRIO — que está conseguin-do viver e desenvolver-se sem a necessidade de anúncios dostrustes e, por Isso, mantém Intata a sua independência. O SE-MANARIO vive apenas com a colaboração de seus leitores e,assim, não precisa de prestar contas aos trustes", (Palmas)

Perguntaram ao conferencista se havia êle assinado o re-querlmento para instalação de uma Comissão Parlamentarde Inquérito sobre a indústria do vidro plano. Resposta, sobpalmas prolongadas: — "Assinei e não retiro". O caso da in-diistrla do vidro plano — esclarece o deputado Sérgio Maga-lhães — foi 'a maior vitória nacionalista dos últimos tempos,pois a função de qualquer Comissão de Inquérito é apontaros culpados, e não julgá-los. No caso, o culpado já se apon-tou e'fêz questão de frisar isto, pois, se não tivesse eulrm, nãose esforçaria tanto para fugir às responsabilidades.

A conferência do deputado Sérgio Magalhães, no ClubeMilitar, foi um vigoroso ato de apoio e solidariedade à Fren-te Parlamentar Nacionalista, em decorrência da firme e co-rajosa posição assumida no caso da Comissão Parlamentarde Inquérito sobre o vidro plano. 195' oficiais da ativa dasForças Armadas enviaram telegrama de solidariedade à Fren-te Parlamentar Nacionalista, apoiando a atitude dos deputadosMilitar, General Justino Alves Bastos, elogiou o traba-lho do deputado Sérgio Magalhães, afirmando que sua atua-ção patriótica no Parlamento é acompanhada pelos mllitrese pelo povo. "As portas do Clube Militar estão abertas para osnacionalistas" — concluiu entre palmas.

Naquela época, meu pai, mi-Htar pobre, era Capitão do 9.°Regimento de Cavalaria. En-trei para o Colégio Militar, em1900, como aluno gratuito. Naprimeira semana de internato,infringi 0s regulamentos da dis-ciplina e não passei o domingoem càsá. Meu pai foi ao Cole-gio saber o porquê da punição.Deu rarão aos disciplinadores,dirigidos pel0 então Major Es-piridjão Rcsa, c obteve licençade conversar comigo. Se melembro das palavras de meu

por causa das minhas ligaçõescom os militares. Mas esque-cem que, apesar de não ter ne-nhum pendor pela disciplinadas casernas, fui criado por pa-rentes militares e com elesaprendi o amor ao Brasil.

O militar ó talvez o únicocidadão brasileiro que sente aNação como uma unidade. Onosso Exército não é uma cas-ta, é uma corporação aberta atodos os que quiserem a elase incorporar, e o cidadão queescolhe a carreira militar é le-

Di CAVALCANTI:

Um Depoimentopai me repreendendo 1 Entre asco!sas que éle me disse, naque-Ia tarde de 1909, vinha trajadoum programa de comportnmen-lo. Não era um programa ri-gldo: era mnis uma regra dejogo. Aduíei-a para sempre: oprincipal é ser independente ojamais fugir às responsabüida-des de meus atos. Havia, tam-bém. exemplos a seguir no Co-légio Mili ar: certos alunos sedistinguiam, eram o orgulhodos professores, Meu pai citou,então, Henrique Duffles Tei-xeira Lo!t, como paradigma demoço estudioso e correto.

Lott, no Colégio Militar, foisempre o primeiro de todas asclasses — o nosso Comandante,Não errou meu pai, indicando-me esse exemplo. Desde o re-moto 1909 até hoje, 0 aluai can-didato à Presidência da-Repú-blica está lignao à minha vidacomo um exemplo: não como in-íluência na minha carreira deartistas, é evidente, mas pelasua presença moral no ambien-te de minha família.

•Amigos meus brincam muito

vado a amar o Brasil com aus-lera simplicidade, que, paranós, conhecedores das manhaso concessões dos políticos, che-ga n ser comovenle.

Nada tenh0 de mililar, abso-lutamente nada, ma3 os chama-dos defeitos dos militares 6ão,para mim, neste País de negli-gência cívica total, muitíssimomenores do que os defeitos doscivis, sobretudo dos civis diri-gentes, criaturas de um indiví-dualismo feroz, muitos delessangue-sugas da nacionalidade,com tôdaa solércia da concor-rência e não raro da concussão.

Eu. que conheço Lott desde ainfância, encontro no aluaicandidato um homem que, ten-do garantido a Juscelino Kubi-s'chek um governo aberio aoProgresso, poderá dar a êsleum governo aberto ao Progres-so poderá dar a êsíe País umperíodo tranqüilo de disciplina.Lott é. também, o nacionalistaque jamais suportará para seusirmãos o domínio de um impe-riaUsm0 agressor. E é o homemhonesto, na grande slmplicida-dade da verdeira honestidade.

E' o homem habituado ao estu-do metódico dos problemas na-eionais, e que por isso não agra-da as intelectuais decadentes,fazedores de legendas irônicasnas msas das bunles e pelas es-quinas a intriga política. E' o ho-mem que sabe o que é ter umaPátria.

Não mo venham dizer queLott é um candidato militaris-ta. Ser militar nã0 significa sermilitarista. Só há militarismo,como ideologia política, nespaíses de profunda tradiçãoguerreira, como por cxempl0 aAlemanha ou a França. O fe-nômeno militarista é de origemrecente na História, decorre daindustrialização da arma deguerra, de um lado, e do acir-rsmento da concorrência dosgrupos econômicos europeus, deoutro lado. Os Estados Unidos,embora possuindo enorme po-der militar c tendo como Chefede Estado um mililar, não sa-bem o que é militarismo; e omesmo se pode dizer da Rússiae da China. O mesmo, também,se pode dizer do Brasil, onde oExército está, sempre, ao ladodos civis na defesa dos movi-mentos elevados do progresso.

O que Lott é — e ist0 nãoagrada aos fariseus da democra-cia — é o candidato do civismo,do patriotismo que integra aNação num programa total degarantia das suas riquezas.

Não conheço a vida do Sr.Jânio Qudros, candidato adver-sário do Marechal,' e que esco-lheu para símbolo de suas cam-panhas eleitorais uma vassoura,demonstrando possuir uma. no-ção doméstica e acanhada dapolítica. Contra a vassoura doSr. Jânio Quadros, há um sim-bolo que sempre serviu de guiaao Marechal Loit — a bandeiranacional, que é o símbolo, da ,unidade dos brasileiros.

Onde estiver o Marechal Lott,6empre com a sua modéstia causteridade, poderemos hasteara bandeira nacional, e isto bas-ta para unir todos os brasileiros.

Nos Anais da Câmara aEntrevista de Lott ao 0 SEMANÁRIO

Deputados c/e todos os partidos manifestaram-sesobre as declarações do candidato nacionalista

roí unanimemente aplaudida pelos deputados naclonalls-tas a entrevista doe marechal Teixeira Lott a O SEMA-

NARIO. Ao pedir a transcrição nos Anais da Câmara das pa-lavras do candidato das forças nacionalistas e populares, odeputdo José Joffily salientou que o perfeito conhecimento dosproblemas nacionais e a decisão de resolvê-los — mais umavez manifestado pelo Marechal nas palavras ditas ao nossocompanheiro Oswaldo Costa — fazem deste documento umapeça histórica. Os deputados nacionalistas farão desta entre-vista uma bandeira para a campanha e para sua orientaçãodurante o governo do atual ministro da Guerra.

O deputado Bento Gonçalves (PR), presidente da FrenteParlamentar Nacionalista, assim se manifestou:

— "A entrevista que o Ilustre Marechal Lott concedeu aO SEMANÁRIO não constituiu para mim surpresa. Nunca du-videi das convicções nacionalistas do eminente ministro daGuerra. As suas afirmações, que haviam sido algumas vezesdestorcidas por outros órgãos de Imprensa, aparecem agoraautênticas, refletindo a opinião de um estudioso dos proble-mas nacionais.

O movimento nacionalista, que tem no O SEMANÁRIOo seu principal porta-voz, foi escolhido pelo grande naclona-lista Marechal Lott para intérprete de seu legítimo pensa-mento, na oportunidade em que alguns setores procuravamintrigá-lo com a opinião pública."

rechal Lott identifica-se comos sentimentos da maioria dosbrasileiros quando defende te-ses nacionalistas e o fato deter apoiado 0 programa da Li-ga Nacionalista Brasileira an-tecipa as características de suacampanha."

Luta eleitoral à basede programa

— "A entrevista do MarechalHenrique Lott coloca o proble-ma da sucessão presidencial ãbase do programa" — declarou-nos o Sr. Nciva Moreira (PSP).E mais: "O povo brasileiro es-tá desejoso de ver a luta su-cessaria, que, normalmente éum dos grandes momentos doseu processo democrático, tra-vada em-termos de emancipa-

__ção.~econômica..e de luta con-tra fatores de atrazo. O Ma-

A par da realidadeO deputado Salvador Losacco,

(PTB) Presidente do Pacto In-tersindieal de São Paulo e re-presentante dos trabalhadoresda Câmara Federal, assim se

manifestou:

— "A entrevista do MarechalLott ao SEMANÁRIO demons-tra, antes de tudo, que o Minis-ti'o da Guerra está perfeita-mente a psr de nossa reaüda-de socio-econômico. E' uma en-trevista completa, que contéma formulação de um verdadeiroprograma de governo. Nela, «Marechal Lott coloca perantea nação o seu verdadeiro pen-samento — homogêneo e per-feitamente sintonizado com osanseios de nosso povo. Vemos,por este completo relatório sô-bre a situação nacional, acoerência dos pronunciamentosd0 Marechal Lott. O apoio aoprograma da Frente Parlamen-tar Nacionalista, da Liga Na-cionalista e do PTB demonstrao empenho em conduzir o paíspela trilha de nossa emancipa-ção econômica e de nossa inde-pendência política — através deuma conduta que é indissociá-vel de nosso desenvolvimentoindustrial e da mecanização denossa agricultura, capazes depromover a formação de umpoderoso mercado interno. Oresultado será a gradativa ele-vação do poder aquisitivo dopov0 e conseqüente banimentoda miséria e da fome de nossaterra."

Síntese de uma

plataforma políticaO deputado Celso Blant, do

PR. assim se expressou:" — "A entrevista do Maré-

chal Teixeira Lott a O SEMA-NARIO representa uma esplên-dida síntese de 6Ua plataformapolítica. Num momento em quea imprensa entreguista busca,de todas as formas, deturpar osentido das suas palavras, ocandidato do povo brasileiroreafirma as suas convicções na-cionalistas e as seguras solu-ções que pretende dar aos nos-sos problemas. Quero faaer es-pecial referência à sua disposl-ção do executar o plano de Mo-bilízação Nacional contra o

Analfabetismo, que virá livrar onosso país de um dos seus maio-res males.

Confirmando • seu ponto devi6ta contrário aos Acordos deRoboré, o Marechal TexeiraLott nos convida, com isso, atratar com maior seriedade osssunlo. pois esse convêno po-dera representar, em breve,pesado ônus para a nossa Pá-ira".

Eis o que pesa da entrevistao deputado Djalma Maranhão,do PTN do Rio Grande do Nor-te:

— "O Marechal Lott, quandodeclarou que a Petrobrás é in-tocável, tomou uma posição de-finida e sustentou em sua6mãos, numa hora difícil, a ban-deira nacionalista. Através deampla entrevista divulgada Pe-lo SEMANÁRIO, o Marechalaborda de maneira- objetiva osmais importantes problemas deinteresse nacional dentre osquais podemos destacar o acôr-

do de Roboré e o controle dasremessas de lucros para o es-trangeiro. E' um pronunciamen-to que estou examinando commuito interesse."

O repreentante do PTB piaui-ense Clidenor Freitas assim sepronunciou a respeito da entro-vista:

— "A entrevista do MarechalLott a O SEMANÁRIO, tal co-mo está feita, representa o lan-çamento dos alicerces de umacampanha presidencial feita emtermos de programa de govêr-no. Partindo de suas declara-ções, todos os problemas nacio-nais 6ão abordados. Não faltou,nada desde os problemas bási-cos, que dizem respei.o àaquestões do desenvolvimento denossa terra, até questões regio-nais. Considero peça importan-te para a planificação da cam-panha do Marechal Lott, assimcouno para a elaboração doprograma do fuluro governo.As considerações referentes aoprograma dos nacionalistas eao do PTB são absolutamentecorretas. Será para nós uma se-gurança de continuidade demo-crática e patriótica promessado progresso do pais a eleiçãodêsle grande brasileiro.

É a soluçãoRogé Ferreira, que represen-

lou São Paulo na passada legis-latura, disse, por Sua vêz, ánossa reportagem:

—A entrevista veiu provarque Lott é, de fato, a solução.

OS LUCROS ASTRONÔMICOS DOSTRUSTES ESTRANGEIROS OU

Contra o Substitutivo Reacionário de Lacerdaao Projeto de Diretrizes e Bases do Ensino

0 ESCÂNDALO DO VIDRO...(Conclusão da 4.*

Caixa Postal 6 972Capital registrado: Cr.78.450.000,00

Pás.)

Companhia «holding» dotrupo «Corning Glass»(USA)

A firma «Corning- GlasaWorks», Corning, N. Y„ pos-¦ui a maioria das ações.A sociedade possui, por suavez, uma parte importanteda «Companhia VidrariaSanta Marina», São Paulo.

\3 — INDUSTRIA DE FRAS-COS E AMPOLAS BRASILS. A. — São PauloRua Clodomiro Amazonas,1.200

Capital registrado: Cr- ....12- 000.000,00Fabricação e exportação deampolas, frascos, tubos e ar-tigos de vidro; artigos paralaboratórios, para tecelagensetc.A maioria da» ações encon-tra-se em poder da «Compa-nliia Vidraria Santa Marl.na», São Paulo,

14 — VIDRENA — PARTICI-PAÇÕES INDUSTRIAIS S.A. — Rio de JaneiroRua Debret, 23 — 14.» —Fundada em 1956Capital registrado: Cr- .,,.225.000.000.00

0 CARNAVAL DA INDÚSTRIA...(Conclusão da 3.» pág.)

lista, o Brasil chegará também à sua libertação econômica.O imperialismo traz em si mesmo o germe de sua própriadestruição. Temos, segundo Lúcio Meira ("Diário de Notícias"de 15—1—959), cerca de 35.000 empregados na indústria autome-hilística c esse número se elevará a 85.000 dentro de algunsanos. A indústria de autopeças já emprega 90.000, segundoinforma Vicente Mammana Neto, presidente do Sindicato dePeças e lera mais de 140.000 em 1961. Calcula-se, pois, parabreve, cm mais de meio milhão de pessoas ligadas ao pioblema do automóvel, no Brasil (operários c suas famílias).A fábrica c a grande escola do povo, qualquer que seja o ramode produção. Nela o "pau-de-arara" embruleeido no campodesperta c aprende a estimar sua Pátria

Quando o imperialismo tiver de fechar as fábricas ou dereduzir a produção, como conseqüência das contradições, daí?Jtaclc pl.siificação do mundo capitalista, um exército demeio itriHwo^de^brasileiros, consciente do problema e que es-tava até aqui, vegêTãrrrfa-ejiiorrendo à míngua nos campos, vi-tima de estrutura agrária fcudãtreníão estará cm condiçõesde lutar e agir eficazmente, elegendo patriotas esclarecidospara conduzir a indústria automobilística a uma estruturarealmente nacional e alijando os traidores, os parasitas ctodos quantos venderam os interesses do Brasil, nos dias quecorrem. Êsle será o saldo positivo da indústria automobilísticaestrangeira em nosso País.

Os trastes já terão levado muitas vezes o custo daquiloque inverteram na montagem dos galpões, onde abrigaram osequipamentos antiquados. Todavia, a vitória ainda será dopovo que, tomando a direção dos negócios públicos, inaugurara uma nova era para nossa Pátria e lévá-Ia-á a seu glo-rioso destino.

Acreditamos, contudo, que o Presidente Juscelino aindaassistirá às cerimônias da Quarta-Feira de Cinzas deste carnaval louco e, caindo cm si, despedirá os negocistas que lheassistem, proporcionando à Fábrica Nacional de Motores, enunca aos trustes, os meios e equipamentos com que pro-duzir o "J.K." e um "F.N.M."

genuinamente e inteiramentebrasileiros.

Investimento de capitais pró-prios em títulos públicos eparticulares, ações, debêntu-res, quotas de participaçãoetc; participação em empre-endimentos industriais cagrícolas.Entre os acionistas figura,em segundo lugar, com Cr$99.97G 000,00, a «CompanhiaVidreira do Brasil — COVI-BRA', Rio de Janeiro.Entre os demais acionistasfigura a fábrica britânica devidro «Pilkington Brothers(Brasil) Limited', St. Helens(Lancashire), Rio de Janeiro,Por sua vez, a «VIDRENA»participa da «Indústrias Reu-nidas Vidrobrás Ltda'.», SãoPaulo. .

15 — VASOFLEX S. A. —PRODUTOS PLÁSTICOS —São PauloAv. Santa Marina, 443 —Fundada em 1957Capital registrado: Cr- ....25.000.000,00Indústria, comércio, importa-ção e exportação de produ-tos plásticos.O principal acionista é a«Companhia Vidraria SantaMarina», São Paulo.

16 — PILKINGTON BRO-THERS (BRAZIL) LIMITEI)Matriz: St. Helens, Lança-shire (Inglaterra)Sede central no Brasil: Riode Janeiro, DFAv. Venezuela, 213-219 —Caixa Postal 2.075Capital registrado da filial:CrS 1.500-843,70Em atividade no Brasil des-de 1922Importação de isoladores devidro temperado (marca «Ar.mourlight») para cabos dealta tensão até 380000 volts,bem como de outros artigosde vidro especial.Afiliada da fábrica britânl-ca de vidro «Pilkington Bro-thers Limited», St. Helens.A «Pilkington Brothers (Bra-zil) Limited» participa, porsua vez, da «VIDRENA —Participações Industriais S.A.», Rio de Janeiro.

17 — VIDROSA — FABRICA-ÇAO BRASILEIRA FIBRASDE VIDRO S. A. — SãoPaulo.Praça Ramos de Azevedo.206 — 21." — Fundada em1949Capital registrado: Cr- 39 000.000,00Fabricação de fibras de vi-dro etc.O principal acionista é a fir-ma «Idústriag Reunidas Vi-drobrás Ltda.», São Paulo.

Manifesto do Sindicato dos Professores do EnsinoSecundário, Primário e de Artes do Rio de Janeiro

] — Uma subcomissão interpartidária especialmenteconstituída, na Câmara dos Deputados, discute no momen-to o projeto de Lei 2.222, de 57, que "fixa as Diretrizes eBases da Educação Nacional".

Adota o referido projeto o princípio de que a Escoladeve ser pública e democrática, acessível a todos, e re-jeita a exploração do ensino, praticamente em caráter demonopólio, por empresários e grupos particulares, que omanejam sequndo o arbítrio das próprias conveniências— como pretendem seus opositores.

À citada proposição legislativa foi apresentado umsubstitutivo que, com insistentes referências à "liberda-

de", objetiva reduzir a função do Estado, em matéria edu-cativa, à entrega de dinheiros públicos, por meio de sub-venções, aos particulares, para que organizem o ensinoa seu talante.

— Ressaltemos, entretanto:n0 Brasil, país de populaçãosuperior a 60 milhões, cerca de36 milhões jamais freqüenta-ram qualo.uer escola e, dos queo fizeram 0U fazem, a maioriatorna-se apenas precariamentealfabetizado, porquanto menosde 20% das crianças que iniciamo primário conseguem conclui-lo. Os particulares (empresa-rios individuais ou prupos) sãoos proprietários de 70% das es-colas secundárias e de 93'.ó doscursos comerciais. Matriculam-se nos ginásios aproximadamen-te 10% dos jovens brasileiros, eo número dos que completamos estudos de nível secundárioatinge a apena6 7%! Essa aclamorosa situação do ensinoentre nós.

— Como se houvesse incom-patibilidade entre a educaçãoministrada na escola públicae a transmitida no lar, os de-fensores do ensino particularafirmam enfaticamente que à.família, e a ninguém mais. ca-be a tarefa educativa. No en-tanto, somente as famílias abas-tadas podem, hoje em dia. fa-ser face às elevadas anuidadesexigidas nos estabelecimentosde ensino. As da classe média,já extremamente sacrificadaspela dança des números do or-çamento domés'ico. não devemser ainda mais oneradas. A fa-milia proletária', cujo responsa-vel teve. cm geral, deficienteou nula experiência na escola.t que dispõe de escasso tempo

de conviver no lar, vê-st na

contingência invencível de en-vlar os filhos em busca do sa-lário mínimo, com prejuízo de6Ua educação.

A solução prlvntisia para oproblema — de acordo com oqual. por exemplo, aqueles quedispõem de maiores recursosmatriculam os filhos nos cole-cios que prefiram, "pois têm dl-nheiro para tanto", o os demaisos enviam às escolas públicas— apresenta uma consequên-cia funesta e inevitável: consa-gra e aguça a divisão da socie-dade em clasícs antagônicas, aoInvés de concorrer para o pro-cesso de crescente equilíbrio eIntegração Social.

— Ainda: os que pugnampelo ensino denominado "livre"são quase sempre os mesmosque circulam pelos corredoresministeriais à cata de polpu-das subvenções do Estado. En-quanto isto, entidades univer-sitárias e de 'outras importan-tes categorias permanecem àpiínguo do auxílio financeiroimprescindível a0 exercício desuas atividades. E, a0 passo queas universidades particularesrecebem vultosas dotações òfi-ciais, arrastam-se as obras daCidade Universitária e quasesã,j paralisadas, cm virtude dafalta de verbas.

— Segundo o espirito da Or-ganização das Nações Unidas,ideal ético dos nossos dias. aqual procura congregar os po-vos acima das diferenças de ra-ça. nacionalidade, religião ecredo político ou filosófico, a

Escola Pública visa a estabcle-cer o mais amplo contacto hu-mano entre os educandos o in-crementa a solidariedade, acompreensão e a tolerância, In-dispensáveis a um mundo emque hajam de predominar oBem Comum, a Liberdade e aPaz.

6 — Assim, entendendo a Dire-toria do Sindicato dos Profes-sores do Rio de Janeiro aprovapor unanimidade, um voto deaplausos ao Manifesto de Edu-cadores, encabeçado pelo ilus-tre professor Fernando de Aze-vedo, e declara-se firmementecontrária a todas as tentativasretrógradas com que desejamlimitar o ensino público, o qual,num regime de efetiva llberdude,dignamente orienta por supe-riores critérios de interesse so-ciai, deve desenovlver-se cadavez mais, de maneira a atenderàs exigências imperativas doprogresso de nossa Pátria.

Bayard Demaria Boiteux —Presidente; Hélio Marques daSilva — Vice-Presidente; ElsonCarlos de Sousa —1.° Secreta-rio; Waltcr Nicolino F. Rodri-gues — 2." Secretário; WalterRibeiro Lemos — Tesoureiro;Sylvio Scrpa Cos'a — Procu-dor.

CONTROLAM A INDUSTRIA DEPNEUMÁTICOS NO BRASIL

Os trustes norte-americanos que controlam a indús-tria pesada de borracha, em nosso país, sabotando a ma-teria prima nacional, em benefício do produto estrangei-ro, principalmente, agora, quando os mesmos grupos, como beneplácito do então Ministro da Fazenda, sr. LucasLopes quebraram o monopólio estatal da borracha exer-cido pelo próprio Governo Federal, obtiveram fabulososlucros em seus negócios, o que eqüivale dizer que forampagos milhões de dólares de dividendos aos trustes ian-quês. A simples publicação das duas tabelas diz do ne-gócio da China que é a indústria de pneumáticos no

Brasil.

0 quadro número 1 apresenta os lucros totais notriênie 1956-1958. As cifras são em milhões de cruzeiros.0 quadro número 2 representa os dividendos distribuídos:

EMPRESASEXERCÍCIOS

1956 f 7957 | 1958

II Média

-| no\Triènio

Pirelli S. | 290,40 | 390,00

Cia. Good-Year do Brasil 134,20 I 201,70

Ind. Pneumálicos Firestohe .. | 280,00 ! 420,20

636,90 I 439,10I

264,40 | 200,10I

452,50 I 384,20I

EMPRESASEXERCÍCIOS I Média

1 no1956 I 7957 | 195S \Triênio

Pirelli S.A 161,50 ! 144,00 I 177,10 I 160,80

Cia. Good-Year do BrasilI

I166,50 j 15,00 ! 194,50

Ind. de Pneumálicos Firestone ! 125,00 ! I 282,00I

125,30

135,60

0 SEMANÁRIOASSINATURA

AV PRES VARGAS. 502. 8o - TEL. 23-3711 - RIO DE JANEIRO

Junto a esta remeto a importância de CrS 200,00 (duzentos cruzeiros)

em vale posta) cheque bancário registro com valor

à ordem de O SEMANÁRIO S. A., correspondente a 1 ano de assinaturaNOME

PROFISSÃO

KUA. CIDADE ESTADO

Page 6: Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 * UM JORNAL QUE ...memoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1959_00174.pdfEra evidente com um homem desses, autêntico filho do povo, como Deodoro,

PAGINA 6 •• • Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 • • O SEMANÁRIO '<£ ANO IV * NÚMERO 174

ÍSUÈRREÍRO RÀMÒS?

ÍNFLAÇÃO EPROGRAMA

I" COMUM encontrar, entre pessoas dopovo e, mesmo, entre economistas que

discutem sobre a Inflação, a crença de queeste é um fenômeno e um problema carac-terístlco do Brasil; é particularmente difun-dida a opinião de que os países altamente de-'senvolvidos são necessariamente países demoeda estável, que só puderam manter seualto nível de industrialização com ajuda destaestabilidade monetária. Sobretudo com refe-rência aos deficits orçamentários, há quemacredite — e não são tão poucos — que setrate do resultado de uma desídia do governotipicamente brasileira, uma "Incapacidade na-cional" em manter os gastos públicos ao ní-vel da receita.

De fato, os deficits orçamentários são cons-tantes no Brasil, e já existiam antes da Re-pública. No período de 1910 a 1958 só nãohouve déficit orçamentário em 1927, 1947,1948,

1951 e 1952. Ou seja, em um período de quase50 anos, apenas 5 anos com saldo no orça-mento federal! E os deficits são, quase sem-pre, superiores a 105ó sôbrc a receita. A cons-tãncia do fenômeno é tal que podemos con-siderá-lo um dos mais atuantes no processobrasileiro. Daí não podemos concluir, entre-tanto, que o fato seja tipicamente brasileiro.A conclusão não teria qualquer fundamentona realidade.

DÉFICIT CRÔNICO NOS E.U.A.. Os Estados Unidos tiveram, no ano fiscal

que vai de julho de 1958 a julho dc 1959, umdéficit orçamentário de 12,9 bilhões dc dóla-res — um recorde em período de paz'. Estedéficit excede mesmo o de 1952-1953, que re-sultou da guerra da Coréia, e é maior do queo total da despesa do orçamento federal dequalquer ano do período do "New Dcal", comRoosevelt (antes da segunda guerra).

I

:

Mais ainda, o déficit orça-mentárionão constitui novi-dade nos Estados Unidos. Osresultados do último ano fis-cal e as perspectivas para1959-1960 que, conforme o or-çamento aprovado pelo Con-gresso, também promete umexcesso das despesas sobre areceita, permitem afirmarque em oito anos de adminis-tração Eisenhowcr o orça-mento federal norte-america-no só foi equilibrado duas vê-zes (1955-56 e 1956-57) comum pequeno saldo de 3,2 bi-Ihões dc dólares. Em todosos outros anos houve um tle-ficit regular, totalizando cêr-ca de 37 bilhões.

O estudo dos deficits orça-mentários nos Estados Uni-dos, entretanto, deve ser fei-to em termos bastante dite-rentes daqueles que o problc-ma apresenta no Brasil. NosE.U.A., o déficit resulta cia-ramente de uma luta entre oque podemos chamar de um

NAO nos pode sor indiferente

o fato de a chefia do govrè-no do Togo — c o que importamuito mais: a paternidade daindependência daquele inferes-sante e progressista país — ca-ber à pessoa de um neto de es-cravos brasileiros e sinceroamigo do Brasil: SylvanusOlympio, um dos mais ilustreslíderes do movimento emanei-pador africano.

Há exatamente 33 anos, nosbancos da famusa Academia In-ternacional Austríaea de Boltz-manstrasse, cm Viena, tivemoso prazer de travar amizadecom aquela interessante.-. íigu-ra, que, já naquela época, sedlstlnguia na nossa turma pc-lá brilhante inteligência, poli-glotismo fora do comum e am-bicões políticas ilimitadas. Al-to, com o corpo de atleta, tem-do recebido a mais esmeradaeducação nos melhores cole-gios europeus, cheio de esprite com o contagiante sorrisoque não saía . de seus grossos

SylvanusOlympio,Premier

esiseTogolo Neto deEscravosBaianos

E. F.

lábios, estava predestinado, naopinião unânime de professo-res e colegas procedentes de to-dos os recantos da teria a de-sempenhar papel de maior des-taque na libertação anti-colo-nial do Continente negro.

"SIONISMO NEGRO"Olympio é descendente de

escravos baianos que,, uma Vezproclamada a abolição da es-cravatura, regressaram emnumerosos grupos à África —uma espécie de sionismo ne-gro... Diga-se de passagemque não somente em Lomé, ca-pitai do Togo ex-"francés", eu-mo também em mais remotasaglomerações dessa Repribli-ca. st encontra, ainda, sobrem-do nos grupos dc "elite", pes-soas com nomes portugueses —os de Silva e Albuquerque, eaté com conhecimento rudi-meníar do nosso idioma, guar-dado ciosamente, mesmo naterceira geração cios "repa-triados".

É interessante notar que. domesmo modo que aconteceuCom a «emigração negra dosEstados Unidos á Libéria elesnão nutrem sentimentos derancor, quaisquer recalques eucomplexos com relação aoBrasil. Será que se pode ima-ginar problema, mais merecedorde estudos apaixonados da es-cola sociológica < afro-brasilei-ra» de Roger Bastide?

São para nós inesquecíveisos episódios da cordial cama-radagem com o jovem Olym-pio. Sem menosprezar o lado

lado civil c um lado militarda economia norte-america-na. Na discussão do orçamen-Io de 1959-60, que se proces-sou no Congresso americanono primeiro semestre dêsteano, as duas grandes tendên-cias que se enfrentavam erama que defendia um orçamen-to equilibrado pela compres-são nos gaslos públicos civis(escolas, hospitais, aeroportoscivis), c a que defendia umaumento nos gastos públicoscivis para fazer face ao de-semprâgo, apesar do perigodc desequilíbrio do orçamen-to que tais gastos represen-lavam.

PRESSÃO DOS GASTOSMILITARES

O resultado foi a aprovaçãode um orçamento "dosequili-brado" paia 1959-60. O au-mento da receita fiscal é bas-tante difícil de lazer aprovar,em virtude da resistência tan-to dn população cm geral como dos empresários c dos co-

agradável da «boa vida» vie-nense — as lindas Mrzzi eGretohen, decerto ainda nãoolvidaram aquele alegre com-panheiro de todas as diversõese mestre incomparável dawaltzer — Olympio vivia, aomesmo tempo, analisando demodo mais aprofundado os pro-blemas de subdesenvolvimentoda África, sujeita, no períodointerbélico ao predomínio ex-plorador do colonialismo euro-peu.

LUTA-CONTRA AEXPLORAÇÃO COLONIALSegundo depoimento do nos-

so amigo, não adiantavammuito as formas de colonialis-mo, disfarçadas sob o mantode

'«mandato da Liga das Na-

ções». O Togo (colônia alemãentre 1885 a 1919). havia sidoentregue, em 1922, em parte àFrança (53.000 km2 e 1.150.000habitantes)-, e em outra parte(34.000 km2 e 4 milhões de po-pulação) à Inglaterra. A rea-lidade nua e crua do mandatointernacional da Liga genebri-nè, como também do fideico-nus»} da ONU novaiorquina,não se afastava considerável-mente das praxes de voraz ex-ploração, seguidas nas posses-soes coloniais desprovidas da-quelas aparências superficiaisde administração tutelar in-ternacional. Olympio colocou--se à frente do movimento na-cionalista do povo togolense,surpreendentemente ainadure-cido e adiantado, e declarou,imediatamente após a procla-mação do mandato, uma lutade vida e de morte aos abusoscolonialista que impiednsamen-te desmascarava perante a Li-ga das Nações e, mais tarde,as Nações Unidas, tornando-seenfant terrible da reacionáriaadministração da França dealém mar. Inúmeras vezes as-sistimos às hábeis intervençõesdo nosso amigo negro nas co-missões internacionais no Fa-lais des Nations de Genebra eno Palácio da ONU, cm NovaIorque, sem poder deixar deacompanhar sempre com amaior admiração as suas inte-ligentes, embora pouco eficien-tes diatribes contra as frau-des perpetradas contra o pais«pupilo» tutelado, pela potén-cia «curadora». Êsse brilhan-te intelectual e experimentadoabastado homem de negeios(diretor geral da empresa Le-ver) demonstrou na sua estra-tegia combativa dotes extraor-dinários de estadista de escol.

Lembro-me bem da conversacom o nosso amigo africano,durante um passeio no naviolacustre lemano, quando .vol-tou. mais uma vez derrotado,da

' reunião da Comissão de

Mandatos, onde se esbarrou àbarreira insuperável de resis-tencia da burocracia retrógra-da .internacional e francesa.

iFrahcamente, Sylvanus,perguntei-lhe. você não achaque não servem a nada seusesforços, em vista da sabota-gem bem organizada por par-te drs poderosos interesses co-lonialistas?»

«Não, meu caro, respon-deu-me Sylvanus, não vou de-sistir em hipótese alguma. Seibem oue meu trabalho é difi-cil. Não tenho ilusão algumaque não será possível vencerno futuro próximo o separatis-mo local e o caciquisino tribal,mesmo independente da resis.tência incondicional das potên-cias coloniais. Entretanto,mesmo assim, venceremos, maiscedo »u mais tarde!»

Com efeito, o que merece serposto em destaque é a sua in-cansável perseverança na con-secução coerente e sistemáticade seus objetivos, apesar dcnumeresos contratempos e atéfragorosas derrotas que sofreu.Assim, não desanimou, muitopelo contrário, redobrou aindamais seus esforços, quando, noplebiscito organizado em 28 deoutubro de 1956, ratificado aseeuir pela ONU, a despeito desuas notórias deficiências, viuseu trabalho baldado pelo pro-

merciantes, Dc acordo com es-tatísticas do "First NationalBank of Boston" o volumedos impostos pagos pelo povoamericano já excedeu o seu"limite crítico", que os peri-tos bancários norte-america-nos — conforme trabalho pu-blicado no "Wall Street Jour-nal" dc 9-2-55 — situam em251'n da renda nacional. Osimpostos recolhidos pelo go-vêrno federal c pelas atitori-dades estaduais e locais ai-cançam, atualmente, um mon-tante dc mais dc um terço darenda nacional americana.

Apesar dc ter sido alcança-do um lirnile de tributação,não tem sido possível equili-brar o orçamento americano,e isso cm virtude cios aumen-tos constantes nos gastos mi-litares, que absorvem mais de.SOS da receita federal ame-ricana.

O progresso tecnológico tas invenções dc novas armasrequerem recursos cada vez

nunciainento popular a favorda manutenção da integraçãodo Togo na União francesa.Togo tornou-se, de acordo como estatuto promulgado pelo De-creto 58.187, de 22 de feverel-ro de 1958, «República Auto-noma», sob a «tutela provisó-ria de oportunidade» da Fran-ça. Dada a filiação do Togoinglês a Gana, com base noplebiscito realizado pouco tem-po antes, Sylvanus Olympio as-sistiu. assim, ao fracasso desuas duas grandes aspirações:união de ambas as partes dasua pátria, artificialmente des-membrada em dois pedaços, eindependência integral do To-go unido.

VITÓRIA FINALPois bem, travando a cam-

Banha, ao que parecia deses-peradora, contra as pressões deParis, conseguiu, nas eleiçõesrealizadas em 27 de abril de1958. vitória esmagadora. Nopleito parlamentar fiscalizadopor uma Comissão especial daONU (entre os observadroes, obrasileiro sr. P. G. Oaval-canti), ganhou a maioria (29mandatos) o partido oposlcio-nista de Olympio («Comitê de1'Unité Togolaise») contra 22(«Parti Togolais du Progrès»)e Union des Chefs et des Po-pulations du Nord») e «inde-pendentes»; recebendo, por con-seguinte, a incumbência deconstituir o governo.

Manobrando com habilidadeextraordinária e aproveitando oclima novo e mais liberal cria-do na Comunidade Francesapela República, Sylvanus, an-ti-colonialista, mas nunca an-ti-francés, conseguiu, enfim,nestas últimas semanas, a ga-rantia formal do governo de deAssistimos ao progresso verti-ginoso da economia produtoraGaulle quanto à emancipaçãodefinitiva de seu país, a serefetuada em 1960. Sem preten-der romper as relações estrei-tas com a Fiança, o nosso ami-go está, no momento, planejan-do acertadamente a forma emque poderá desligar' seu paísda dependência unilateral daFrança, conservando, porém,as vantagens de uma coopera-ção edonômica recíproca.

Enfim, a luta de mais de umterço de século acaba para Syl-vanus Olympio com o sucessointegral, sem derramamentode sangue c sem sacrifícios,mesmo sem qualquer novo pro-nunciamenio plebiscitário emprol da independência.

UTJMO AOS ESTADOSUNIDOS DA ÁFRICA NEGRA

Entretanto, tudo leva a crerque a carreira do chefe togo-lense no cenário turbulento doContinente negro, em plenaevolução ascensional, está ain-da lcnge de atingir a sua me-ta final. Parece-nos mais queverossimel que terá papel desuma importância a desempe-nhar na organização coletivada África.

O mapa desse Continente,que assume posição de relcvân-cia CRda vez maior, política eeconômica, nos causa íreqüen-tes dores-de-cabeça. Cada ano.quase cada mês e semana, apa-recém ali novos Estados inde-pendentes. No momento, ao Ia-do do velho império da Etió-pia, do Egito (RAU), da Libé-ria, da África do Sul e da Fe-deração Central Africana, exis-tem, naquela região, ainda atéhá pouco a mais subdesenvolvi-da do mundo, nada menos de11 novos países, que surgemcomo cogumelos depois da chu-va. Na parte setentrional, ára-be. tornaram-se independentesSudão, Líbia, Tunísia e Mar-recos. Na região negra daÁfrica conquistaram a mde-pendência — Gana. a que aca-ba de se juntar Guiné, e, den-tro da União Francesa, dez jo-vens Repúblicas negras, sendode se esperar a proclamação.daqui a um ano, no máximo.da soberania da Nigéria, omais populoso país de todos ospaíses africanos (33 milhões dehabitantes!), do Togo, da Se-

maiores. Durante a guerrada Coréia, um avião militarcustava, nos Estados Unidos,25 centavos dc dólar por uni-dade de peso produzida; hoje,êsse custo c dc 50 centavosde dólar. Do custo total dcum avião militar moderno,25% representa o dispêndiocom instrumentos eletrônicos.

Os modernos meios de des-tmição tornam-se obsoletosem um período excepcional-mente curto; isso, mais umavoz, resulta cm um aumentodos gastos militares. O an-ligo secretário ele defesa Do-nald Quarles disse um dia(Fortune, junho tle 1958), fa-ktndo sobre os armamentosmodernos: "Quando funcio-nam, estão obsoletos." A ma-nutenção de tropas no estran-geiro é outro motivo de gran-des gastos.

REDUÇÃO DOS GASTOSEm conseqüência dessa cor-

rida armamentista há uma re-dução dos gastos com as "ne-cessidades pacíficas" ate umcerto limite, que não chega,entretanto, para eliminar odéficit, Um relatório do "Co-mi lê Nacional de PesquisasSanitárias", dos Estados Uni-dos, dizia, em abril dêste ano,que o governo americano es-tá gastando 185 vezes maisem atividades militares doque no combate a doençasque matam, anualmente, maisde 1 milhão de pessoas.

O "Livro dos Fatos", publi-

cado em setembro de 1958 pe-Io Comitê Nacional do Par-tido Democrala, afirma quecerca de 13 milhões dc laresamericanos (cerca de V* dototal) estão abaixo do padrãomínimo "Atualmente — lê-sena revista Fortune de dezem-bro de 1957 — cerca de 17 mi-Ihões de americanos vivemcm habitações inaceitáveis —velhas, sujas, infestadas de ra-tos, sem aquecimento, ilumi-nação ou encanamento deágua decentes. Este problc-ma aflige nossas maiores ci-dades, as mais ricas e indus-trializadas."

Éstcs exemplos mostram aaguda necessidade dc recur-sos no lado civil da economianorte-americana, e as possibi-lidades de investimento nes-se setor, que é o que deter-mina o padrão de vida.

Os deficits orçamentárioscobertos pela emissão levamao aumento do volume demoeda em circulação, provacam a inflação e a elevaçãodo custo dc vida. Nos último-;10 anos o poder de comprado dólar americano caiu cm20°/o. Isso não é nada se ocomparamos à taxa de des-valorização do nosso cruzei-ro, que foi igualmente de 20D.r,mas apenas em seis meses;mas já causa sérias preocupa-ções em uma economia alta-mente industrializada: a libraesterlina sofreu uma depre-ciacão de 38% nos últimos li)

AOS LEITORES E AMIGOS DE "VANGUARDA POPULAR"vanouarim popular v«! encerrar temporária-

mente as suas atividades. Ucpola tle ler cumprido pariude sim missão vut recolher*». Acreditamos que mio sosaiu dc todo mal durunlu ok Bote meses cm eme w—ia-nalmeníé se apresentou no público. !.' perceptível anossa parcela de responsabilidade em !..>...<. . .u.,relevantes dos ülllmos meses da vida brasileira. VAN-(iUARI)A POPULAR rapidamente adquiriu eficácia sociale política. Participou de um breve período de historiaviva. Sem nada conceder n demagoglu, sem mentir, semInjuriar, acertou nos principais alvos imediatos du seucombate. Sun Influencia animadora c indlsfarçiível nosmelhores grupos qnt' participam do movimento emaii*clpndor popular do Brasil. Todos esses resultados fo-ram conseguidos graças à legitimidade de nossas nspl-rações c ii dedicação com a qual elaboramos cada mime-ro de VANGUARDA POPULAR.

A parrir de hoje VANGUARDA POPULAR Inlcrrom-pe a sua circulação. Não podemos mais lhe reservar ataxa de trabalho que requer para nunlcr-i.e nu nível derigor técnico e dc alunlldndc que sempre a caracterizou.

O diretor desta piíglnn foi convocado para reall-zar, no selor governamental de programação do dcien-volvimento econômico brasileiro, tarefas que exigemtotal devolnmentn. 'fenl í; concentrar lúi'..u as suas fôr-eas para realizá-las m-Tf>:iiie ü padrão de * : nonsablli*dade c serledrv*; qne marcam os atos du su.i vida.

Acredita assim continuar servindo aos principies c asidéias que inspiram suas produções técnicas e clentí*ficas e seu trabalho jmi:. fMkn. Alguém disse, nummomento em que os faloe se precipitavam, que é maisImportante partlolpar de tarefas revolucionárias con cie-Ias do que escrever sobre a revolução. Ao diretor deVANGUARDA POPULAR se oferece, mais uma ven, opor-Umidade du participar diretamente de um esforço eman-clpudor do Pafs e, assim, conduzlndo-se dtalètlcomente,nao titubeia em abandonar esta trincheira, para colo-car-ie em outra, mais discreta, emboru não menos ope-ranlc, c que lhe impõe outro estilo, outros métodos. Oqne Importa são os princípios e os fins. Os meios va-riam segunda as circanstànelas. E é preciso ter sensl-hllidude para adequar os meios aos iimt.

O dlrelor de VANGUARDA POPULAR se sentecompensado dos ônus da tabula que definiu esta pá-glua. Agradece aos amigos que o ajudaram c com elescontinua a contar. Agradece especialmente aos estudan-les em cujo selo suas Idtilns vem mereceadu conslde-nível ressonância. Igualmente registra sua gratidão aoperários, intelectuais, parlamentares, militares c gentede outras categorias, dos quais pessoalmente ou porcarta, tem recebido demonstrações dc apreço. Finalmen-te delia aqui um caloroso abraço a Osvaldo Costa eaos servidores de O SEMANÁRIO aos quais o prendemItoje laços de fraternal amizade.

anos, e o franco francês, nomesmo período, depreciou-sede 63%.

Há economistas, jornalistase outros que justificam osenormes gaslos dos EstadosUnidos e outros países do enamàdo mundo ocidental cm armamentos com a teoria deque a militarização é uma for-ma dc estimular constante-mente o desenvolvimento eco-nômico e uma salvaguardacontra as crises econômicas.Na discussão do orçamentode 1957-58, um dos membrosdo Congresso americano de-clarou que as medidas deguerra, no sentido amplo dapalavra, constituíam um au-xílio econômico para os ne-gócios, e que isso tinha queser reconhecido, Se as enco-meridas de armamentos pu-dessem ser suspensas, hoje,por meio de um botão que seapertasse, disse êle, haveriauma terrível recessão. A re-vista americana "Newsweek"dizia, cm março de 1958, queuma nova dose de gastos mi-li tares era um estímulo paraa economia.

Essas teorias são refutadasno próprio decorrer do desen-volvimento dos países capita-listas. Os programas de arma-mentos e a militarização daeconomia nacional só podem

elevar a produção de um paisa prazo curto e ale um certolimilc. Mas, em última aná-lise, na medida em que o go-vêrno retira a maior parte dosfundos para seus programaiüc armamentos através deimpostos, dá-se apenas asubstituição de demandas dccaráter civil por demandasmilitares.

A redução do salário realdos trabalhadores ou das ren-das dos fazendeiros em virtu-tle do pagamento direto cru in-direto de impostos para co-brir as necessidades do exér-cito e da indústria militar le-vam apenas a uma modifica-ção na estrutura do mercadoda demanda: o mercado d<»produção militar se expandeas cuslas do mercado de bensde consumo. Mas, a longo pra-zo, tal redistribuição da de-manda não pode provocar umaumento de produção signif'-cativo c prolongado. Por outro Indo, a militarização deuma economia não foi capa/,de livrá-la das crises de su-perprodução. Os Estados Unidos, apesar de canalizaremmais de metade da sua re-ccita orçamentária para gas-tos militares, não escaparamà recessão, em 1958, e o de-semprego continua sendo qua-se uma calamidade nacional

A transição para uma eco-nornia não militarizada esta-ria diretamente ligada a umaredução dos impostos, comum conseqüente aumento dopoder de compra da popula-ção e, portanto, um mercadomaior para os ramos civis daeconomia. Não se pode, por-tanto; afirmar "a

priori" ecom segurança, que a redu-ção dos programas de arma-mentos nos Estados Unidosprovocaria a recessão. Dequalquer forma, esta transi-ção não é algo que dependasimplesmente da vontade dosgovernantes norte-americanos,e está diretamente ligada àevolução da situação interna-cional.

Já se vê, pois, que o pro-blema do combate à inflação,além de não ser característi-ca exclusiva do Brasil, nãoé algo tão simples como que-rem fazer crer alguns dosnossos economistas com suasfórmulas acabadas de estabi-lidade monetária A melhorprova disso, sem dúvida, estána própria situação do govêr-no norte-americano, notórioinspirador de nossos "antiin-flacionistas", e que, apesar deseu empenho em manter um"orçamento equilibrado", nãotem conseguido escapar aosdeficits.

O Processo do Stalínísmo(Il)o

mália e de toda uma série deoutros países.

Positivamente, assistimos à.fase de liquidação paulatinamas sistemática dos regimes co-loniais filiados a cinco potên-cias européias (Inglaterra,França, Espanha, Portugal eBélgica).

A evolução cada vêz maisacelerada rumo à liquidaçãodos últimos remanescentes decolonialismo vem sendo acom-panhada pela elevação a níveisinesperados das condições só-cio-econômicas da populaçãoindígena. A África não sofreo impacto das acentuadas pres-soes populacionais que parali-sam o progresso da Ásia, nemdo.s fanáticos misticismos re-ligiosos, com seu inevitável re-flexo negativo sobre o desen-volvimento do Velho Mundo,africana, com o crescente apro-veitamento de seus recursosminerais, animais e vegetais erie seu fantástico poderio hi-dráulic».

O espectro da concorrênciasegundo alguns dnmping —

africana aos produtos tradieio-nais da lavoura laitno-amerl-cana assume, ultimamente, narealidade, aspectos sumamenteangustiantes. A competição en-tre a América fbero-latina e aÁfrica negra não se limita, à ri-validade mercantil, aliás, aeen-tuadamente agravada pelomercado comum europeu-afri-cano, de vez que abrange cada,vez mais a visível luta compe.t#ora entre essas duas regiões,ambas interessadas em atrairpara si o fluxo de Importaçãodo capital investidor, aplicadojá em grande escala tambémem empreendimentos mdus-triais africanos.

A criação, aliás, por inicia-tiva do Brasil, da ComissãoEconômica Afrieana da ONU,é sintoma manifesto do pro-gresso econômico desse «novo»Continente, disposto a recupe-rar em pouco tempo seu atrasomilenar.

TOGO — COSTA RICADA ÁFRICA

Não é de admirar que, se-guindo o exemplo da Europae do Hemisfério Ocidental, aÁfrica negra está, desde já àprocura de fórmulas ideais deorganização coletiva.federal doContinente. Levará, decerto,algum tempo a constituiçãodos Estados Unidos da Áfricanegra. Terão de ser vencidasas resistências dos particularis-mos feudais e a oposição da

. África setentrional (árabe) e,sobretudo, da sulina (branca

«Afrlkanders > e colonialis-ta em geral). Contudo, nãopode existir a menor dúvida deque a África negra, com a pn-pulação igual aos habitantesda América Latina, constitui-rá, amanhã ou depois de ama-nhã, o novo grande bloco derelevância não inferior à Or-ganização dos Estados da Amé-rica.

Ora, quer nos parecer que,do mesmo modo em que se de-lineia na Ásia a luta pela lide-rança daquela parte do mundo

com a China e a índia cO-mo principais protagonistas —enfrentaremos na África, da-qui há pouco, o conflito pelaprimazia do movimento pan--africano. Togo é, certamen-te, um pais pequeno — comose nos afigura, uma espécie deCosta Rica africana — comeconomia ainda subdesenvolvi-da e monocultural (amêndoas,cacau, óleos vegetais e pecuá-ria). Entretanto, dadas as ai-tas qualidades da sua popula-ção, que predomina tambémna economia dos territórios ad-jacentes (Costa de Marfim) e,em virtude da excelente che-fia de seu governo, pode en-frentar com sucesso Gana, su-jeita à ditadura de seu líderps;udo-socialista, com um ba-lanço de atividades governa-mentais que deixa ainda muitoa desejar, e os demais centrosda África negra, que procuramfebrilmente a liderança do mo-vimento federalwta.

QUE é especifico de Marx, como lembrei, é a aspiraçãoa estabelecer as divisões primordiais existentes na so-

ciedade, aquelas que mais condicionam o desenvolvimento bis-tórico. O que é característico nele é a consciência das limita-ções e deformações impostas às ciências sociais pela pressãodas condições soeiais que modelam a mentalidade dos pes-quisadores, bem como a hrta pela supressão das mlstiflca-ções ideológicas na ciência — luta da qual .nunca teríamospodido pensar outrora que seria preciso empreendê-la de no-vo, com toda urgência, contra uma doutrina que se camuflaatrás do nume de Marx. O que é específico de Marx é umacerta concepção du história, consistindo não só na rejeiçãode uma apreciação dos fenômenos históricos do ponto-de-vislado moralista que decide sô-

LESZEK KOLAKOWKSI

bre os valores eternos, não sóno princípio geral da relaH-vidade histórica dos fenôme-nos estudados, mas igualmeu-te na convicção de que a na-tureza humana é o produtoda história da sociedade hu-mana e que toda Imagem doinundo adquirida por nós tiunia obra "socialmente sub-jetiva". Isto quer dizer queé obra de uma atividade cole-tiva, que organiza a matériada realidade adaptando-a àsnecessidades biológicas c àorientação social do homemno mundo, e faz subsistir nosespíritos apenas uma ima-gem do mundo formada as-sim. Dessa forma, pois, todoo mundo extra-humano é,nesse sentido, produto numa-no. Própria de Marx, enfim,é a orientação prática dadaàs ciências sociais, a saber:a escolha dos problemas édeterminada pela vontade dese pôr a serviço da causa dasociedade igualitária, da cau-sa da supressão da divisão eraclasses e da causa da eman-cipação dos oprimidos e dosexplorados. O que é própriode Marx é a convicção dc que,em virtude das leis da histó-ria, a economia capitalista ea dominação política da bur-guesia se transformarão inc-iutàvehnente em um sistemade relações socialistas, e queesta transformação se efetua-rá graças à tomada do podeipelo proletariado que, com otempo, levará a sua própriasupressão como classe e, porisso mesmo, à supressão dasclasses em geral e do Estado,enquanto instrumento de do-minação de classe.

Eis n enumeração —. dada,evidentemente, a titulo deexemplo — das regras e dasconclusões que, na história daciência, são associadas a0 nu-me de Marx. e a êle somente.Trata-se aqui apenas das quês-toes ligada à metodologia dasciências sociais; com efeito,não se constituiu metodologiaalguma especificamente marxis-ta que exerça uma influência sô-bre os progressos da6 ciênciasnaturais (com a condição dedesprezar a metodologia mar-xista compreendida no primei-ro sentido, Institucional, queconseguiu, quanto a ela, contri-buir para o retardamento dês-te progresso).

Ora, não é difícil observarque muitas dessas regras foramassimiladas pelas ciências so-ciais de maneira durável, e Istoem pesquisas levadas a efeitoem meios absolutamente inde-pendentes do marxism0 insti-tucional e, consequentemente,tratadas pelo Ofício Supremocomo não-marxistas, anti-mar-xistas. burgueses e Deus sabemais o quê. Muitas idéias deMarx entraram n0 circuito davida cientifica e perderam, porisso sua característica especlfi-ca que distinguia Marx — e osortodoxos de sua doutrina —dos outros. Desse ponto de Vis-ta, a distinção dos sábios emmarxistas e não-marxistas per-deu, pois, toda significação.Existem, entretanto, outros ele-

mentos importantes do métodomarxista que não 6c generali-zaram a êsse ponto e que justi-ficam — pelo menos aparente-mente — a manutenção dessadivisão. A coisa não é tão sim-pies, e poi' várias razões.

Em primeiro lugar, a, signifi-cação mais corrente, e atual-mente a mais enralgada naconsciência social, do termo"marxismo" associa esta pala-vra a uma atividade intelectual

¦ que está tristemente Ilustradana filosofia e na sociologia; emoutras palavras, utiliza-se estetermo na primeira das acepçõesaqui examinadas — na acepçãoinstitucional, associada no es-prito ao trabalho do Oficio 8u-premo. Está elaro que nenhumsociólogo ou filosofe, leigo quequer se ocupar do ciências de-seja ter qualquer coisa de co-mum com o marxismo assimcompreendido, pois êle nãogosta de ser suspeito de tertendência à religiosidade; as-sim, ainda que exercesse umaatividade inspirada ao máximopelo método do pensamento queMarx introduziu na ciência, êleprofessaria repugnância em pro-clamar que é o marxismo quecaracterisa sua própria cohce-pção do mundo, porque, de Ou-tro modo, seria obrigado, cadavez, a explicar delalhadamentoo sentido dessa designação.. Eje porquo a condição paradevolver seu sentido à distin-çã0 entre marxistas e não-mar-xistas seria fazer prevalecer nasociedade uma outra acepçãode marxismo, diferente da quereina atualmente; ora, esta pos-sibilidade refere-se a um certofato social — pois a significa-ção das palavras é um fato so-ciai — que ná0 se conseguirácriar com um simples pedido,somente- comunicando, ora! quese quer praticar o marxismo"Verdadeiro" e que, até o pre-sente) a maioria dos marxistaseram pscudos-marxislas, "mar-xistas" entre aspas, etc. (E'yr,r êsse' motivo, entre outros,que ao falar do stalinismo in-telectual me esforço para opò-Io enquanto um pçeudo-marxis-mo a um marxismo autêntico,uma vez que o stalinlsm0 cor-porificou uma concepção, vi-va na sociedade, do marxismocomo fenômeno institucional enão intelectual, e esta conce-pção funcionou com sucesso navida. Havia, em tudo isso, umasó mistificação: o emprego donome de Karl Marx, que esta-va na origem do termo; contu-do, as associações etmológlcasextinguem-se com o tempo ou.pelo menos, esfumam-se naconsciência dos homens queutilizam um termo dado.«

Em segundo lugar, o que émais importante, desenvol-veram-se nas ciências sociaisdiversas categorias de concei-tos, diversas regras metodológi-cas e outras, campo* de pesqui-sas atualmente inteiramente de-senvolvidos, que apareceram in-dependentemente da existênciao d0 funcionamento do marxis-mo Institucional. Existem, pois.domínios inteiros de pesquisasem que essa distinção simples-mente nã8 apareceu, se se com-

preende o marxismo de modo in-telectual. Diaso não decorre,evidentemente, que o métodomarxista aí não teria nada adizer e que êle não seria ea-paa, ainda hoje, de fecundarcssnfi pesquisas com uma ins-piração vigorosa e dinâmica;se, por exemplo, a sociologiada opinião pública desenvolveu-se quase Inteiramente fora docampo de ação das tradiçõesmarxistas, é mais que prova-vel que a introdução, no nume-ro de suas categorias constitu-tivas, da noção marxista declasse poderia fazer apareceraí novas perspectivas, de gran-de alcance para a pesquisa; en-quanto que a semântica lógicarecorrera a Instrumentos quefaziam abstração do aspecto so-ciai da significação, o métodomarxista poderia, quanto a êle(pode-se pelo menos supô-lo),trazer mais de um elemento pa-ra seu progresso; em numero-sos domínios da pesquisa, eparticularmente na história po-lítica e econômica, bem comona história dos diversos domf-nios da cultura, as conquistaido Marx desempenharam umenorme papel criador, a des-peilo do marxismo Institucional,e seria, evidentemente, um tris-te absurdo utilizar 0 fato dalonga vida dêste marxismo pa-ra exigir a volta da historio-grafia a Rankc, da história daliteratura a Kallenbach e dahistória da filosofia a Zeller.

Enfim, e em terceiro lugar,é preciso observar que a apre-ciação de uma doutrina, de umateoria ou de uma interpretaçãohistórica, consideradas do pon-to de vista de saber se elas sãomarxistas ou não, só pode, sequer conservar um sentido, re-ferlr-se a princípios metodoló-gicos Inteiramente gerais, apll-cados à elaboração desta dou-trina ou desta teoria. Evidente-mente, a fronteira entre o "fa-to" e a "interpretação" é, nasciências sociais, tão móvel etão impossível de determinarcom precisão quanto nas eiên-cias naturais. Não obstante,precisamente aqui existe umaimensa quantidade de sabercujo caráter "factual" não po-deria ser posto em dúvida, eque seria absurdo qualificar de'¦marxista".

Por outro lado, os problemasde interpretação nunca são —das ciências — resolvidos deé o que nos ensina a históriamaneira definitiva: a prova es-tá em um fato evidente, quepoderia facilmente levar a du-vidar da possibilidade de atin-gir uma objetividade total nasciências Sociais, no fato de quequase cada geração humana re-escreve inteiramente a históriado mundo e que — coisa queprecisamente merece atençãoeste trabalho tem êxito muitofreqüentemente, ou seja, queum conjunto idêntico ou seme-lhante de saber "factual" per-mite construir um grande nume-r0 de interpretações bem fun-dadas e racionalmente sustenta-das. mas radicalmente dlferen-tes. Será que, também iwísecase, vale a pena impor-se a ta-refa do apreciar estas conce-pções como marxistas ou não?Do ponto de vista do marxismoinstimtcional. a questão estáclara: em 1945, a única apre-ciação marxista de Hegel con-sistia em afirmar que este eraera um chauvinlsta alemão, umapologista das guerras um Ini-mlgo dos povos eslavos e o pre-cursor do fascismo; em 1954,

que era uni eminente d&létjco

idealista que desempenhara umgrande papel na formação dafilosofia de Marx.

Do ponto de visia do marxis-mo intelectual, a questão seapresenta alg0 diferentemente.Não existe e não existirá ja-mais uma interpretação "ver-dadeiramento marxista" da fi-losofia estoica, uma concepçãcda poesia de Mickewicz "única

mente de acordo com o marxis-mo", etc. Pode-se falar do umainterpretação da filosofia cs-toica com a ajuda do uso dasregras marxistas gerais da me-lodologia histórica, mas é pos-sível chegar a diversas conclu-sões nesta interpretação com ouso dêste método: com efeito,parece que é quimérica a espe-rança de redusÃr a metodologiadas ciências sociais a logari-tmos, de tal modo que, partin-d0 de um conjunto dado de co-nhecimentos, ela nos permitis-se chegar sempre, dc uma onl-ca forma, aos mesmos rcsul-tados, como o faria uma máqui-na de calcular. Não se afirma,principalmente, quo a utiliza-ção a mais rigorosa desta me-tologia — é verdade que ela nãopode esgotar o conjunto dos pro-cedimentos científicos empre-gados um tal trabalho — devalevar exatamente a resultadosconcordantes com às reflexõesisoladas de Priedrich Engels sõ-bre o estoicismo,

Eis porque as discussões nasquais os cientistas procuramarrancar uns dos outros o pri-vilégio de utilizar 0 "verdadei-ro" marxismo e monopolizarpara si mesmo a gloriosa apela-ção de marxistas "consequen-tes" não passam de palavrórloestéril. Pode-se polemizar afim de saber se à teoria exami-nada responde mais ou menosexigências rigorosas do pensa-mento científico, que compre-endo Igualmente, mas não ex-clusivamente, as importantesregras do método elaborado porMarx. Estas regras devem, en-tretanto, ser bem gerais e nãocompreender, em caso algum,instruções detalhadas quanto &apreciação dêste ou daquêlo ou-tro fenômeno histórico; elasadmitem, além disso, sempreuma grande quantidade deinterpretações possíveis: a pró-prin regra do materialismo his-tórico não prejulga absoluta-mente de que maneira, com queforça ou cm que grau influiria.de manena unívoca e em todasas épocas históricas, o conjun-to das condições materiais dovida sobre o pensamento socialdos homens. Ela também nã»prejulga, pois, a fortlori, que épreciso, por exemplo, tratar afilosofia de Pascal como a ex-pressão das tendências dtea-dentes dos feudais cada Ttnmais privados de sua influên-cia, ou como a representaçãodo pensamento burguês, ou deum outro modo qualquer. Naspesquisas sociológicas e, tantomais, nas pesquisas filosóficas,não existe provavelmente umsó termo absolutamente unívo-Co • todas as teses — mesmoas mala fundamentais — dadoutrina herdam o caráter mó-vel da significação da termino-logla; atsim também nenhumadelas pode ser considerada co-mo tendo uma única acepção.Se expressões tais como "mate-

ria", "consciência social","ação de conhecer", "superes-trutura", "depenáência causai",'relações de produção", etc. nôosao darás, resulta que nenhu-BU Mgr& metódica, nenhum» to-

íConclui na 9.* pé*jma)

Page 7: Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 * UM JORNAL QUE ...memoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1959_00174.pdfEra evidente com um homem desses, autêntico filho do povo, como Deodoro,

1TOMÜR0 174 Í£ O SEMANÁRIO # ANO IV •

TkgoídaJta ds. Schmidt no di.© Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 * - • PAGINA 7

200 ILHOES PARA uSANBRA"f) BANCO do Desenvolvimento Econômico, no governo atual,'

vem sendo praticamente assaltada pelo Sr. Augusto Trederico Sclnnidt, que c, ao que parece, o homem mais pode-roso, embora sem ocupar cargos, dessa máquina administrativa que dia a dia apodrece. Naquele estabelecimento oficialde crédito, o Gordinlio Sinistro faz o que quer, conseguindoarrancar empréstimos para firmas estrangeiras e "arapucas"em que é interessado. Alguns diretores cedem por covardia eoutros porque são parceiros das grossas negociatas para aliencaminhadas. O fato é que o Sr. Schmidt dita as regras dojogo, que corre de acordo com os :?::<; desejou.

Atualmente tramitam no B.N.D.t. quatro projetos parafinanciamento, manipulados paio homem da Orquima, e delesnos ocuparemos agora.

O financiamento para Sanbra

Trata-se de um caso escandaloso, vergonhosíssimo, e quesó pode acontecer num país despoliciado como o nosso. ASANBRA pediu, cm 1958, financiamento de 200 milhões aoB. N. D. E. para a construção ele uma fábrica de óleos vege-tais. O negócio estava, como ostá, inteiramente fora dos figu-rinos, pois o Banco, pela sua regulamentação, só pode con-ceder empréstimos pura reequipamcnlo de ferrovias, de por-tos, para eletrificação rural, armazéns, silos, matadouros, fri-goríficos e indústrias básicas. O Sr. Roberto Campos, entãoPresidente cia Instituição, a princípio resistiu, mas recebeuordens terminantes do Catete para atender à pretensão pa-trocinada pelo Sr. Schmidt. E foi assim que escreveu longo

parecer tentando provar que uma fábrica de óleos vegetaisé indústria básica! O pedido foi finalmente aprovado, emreunião da Diretoria, pelos votos dos Srs. Francisco AntunesMaciel, João Batista Pinheiro c Roberto Campos, conlra osvotos dos senhores Cleantho Leite e Ewaldo Correia Lima.

Como se tratasse de empréstimo superior a cem milhõesde cruzeiros, foi submetido à apreciação do Conselho de Adini-nistração, que aprovou — pasmem os leitores — por unani-midade. Para que a opinião pública identifique e estigma-tize os personagens, esclarecemos que o referido Conselho éconstituído dos Srs. José Soares Sarmento Barata, Vítor daSilva Alves Filho, José Sette Câmara Filho, Mário Lopes Leão,José Tocqtieville de Carvalho Filho e José Luiz Bulhões Pe-drèira.

Apesar de tudo resolvido em 1958, a SANBRA não receberaaté agora o financiamento. O Departamento Jurídico, paraeleito da lavratura do contrato, vinha exigindo documentoscomo atas de Assembléia Geral, etc, documentos difíceis depreencher rapidamente, pois a sede do truste fica no Panamáe tem-O nome de Sociedad de Inversiones, cabeça do celebér-rimo truste Bunge & Born.

Não podendo cumprir logo as exigências legais, a SANBRArequereu um adiantamento de cinqüenta milhões de cruzeiros,por conta do empréstimo. E êsse adiantamento lhe foi conce-elido em reunião da Diretoria, realizada no corrente mês.Houve empate na votação. Os Srs. Francisco Antunes Maciele João Batista Pinheiro pronunciaram-se a favor do truste,enquanto os Srs. Cleantho Leite e Ewaldo Correia Lima semanifestaram contra, mantendo os pontos-de-vista anteriores.Mas a desgraça é qtie havia o Sr. Lécio Meira ejne desempatou

a, favor da SANBRA, dando as poupanças de uma nação pobrea uni truste estrangeiro, que nos explorará, assim, com osnossos próprios recursos. Mesmo um enlreguista honesto, unientreguisla por convicção, não decidiria o assunto desse modo,pois se financiamos as firmas estrangeiras elas não trarãocapitais para o Brasil.

Acresce ainda que a SANBRA não precisava desse finan-ciamento, já que, pelos balanços que apresentou, tem lucrosanuais da ordem de quinhentos milhões de cruzeiros. Alémdo mais, o B.N. D. E. não dispõe de recursos para atender alôdas as tarefas a que se somprometeu, necessitando de se-lecionar os projetos e estabelecer prioridades. E é nesse mo-mento que se fornece dinheiro a uma firma estrangeira, comprejuízo de outras iniciativas mais úteis dos empresários bra-sileiros.

Foi o primeiro ato do Sr. Lúcio Meira, como Presidentedo B.N.D. E. E pelo visto o seu reinado será muito pior doque o do Sr. Roberto Campos.

Os outros negócios de Schmidt

Afora êsse caso da SANBRA, o Gordinlio Sinistro eslripressionando o B.N.D. E. a fim de obter financiamento paraas firmas FARLOPE, BERÇO c INTRAMAG. A BERÇO apre-sentou projeto para instalação de uma fábrica de chumboletraetilo, coisa que interessa às refinarias de petróleo. Porisso, o B. N. D. E. dirigiu consultas à Petrobrás e ao ConselhoNacional do Petróleo, que ainda não se pronunciaram a res-peito. Vamos ver se o homem mais poderoso do governo do

Sr. Juscelino Kubitschek conseguirá «volver também énseioutros órgãos da administração.

Onde entra o Sr. Armando FalcãoA INTRAMAG se propôs a construir uma fábrica de tra-

tores. É uma iniciativa do francês Layolle, tido pelos bons ele-mentos do B. N. D. E. como "picareta" internacional. Fato curió-síssimo é que figura como um dos diretores da empresa oSr. Armando Falcão, titular da Pasta da Justiça c ex-líder daMaioria. Desse modo se vè claramente a raisão por que éle sepreocupa tanto com a« comissões parlamentares de inquérito,fazendo sempre todas as manobras para evitá-las, como acon-teceu recentemente com o caso do vidro plano.

A Orquima

Depois que, em face de um invencível movimento de opi-nião pública, se proibiu a saída dos minerais atômicos nasbases de outrora, o Sr. Schmidt quer ver-se livre da Orquima,mas fazendo um bom negócio. Entretanto, a pura e simplesvenda da firma seria muito ostensiva, doeria na vista. E daío plano de camuflar a coisa, a fim de parecer que se tratade uma encampação ou desapropriação. Para isso, o B.N.D. E.seria levado a financiar a Comissão de Energia Nuclear. E acoisa vai cm perfeita marcha, «ma vez que o B. N.D.E. jádesignou representante para a Comissão de Avaliação que foiconstituída.

AOS senadores e depu-tados federais foi envia-

da a seguinte mensagem, emnome dos bancários de todoo Brasil:

"A Confederação Nacionaldos Trabalhadores nas Em-presas de Crédito, secundadapelas Federações de Banca-rios que também firmam opresente, reunidas no Rio deJaneiro (DF), na data de ho-je, vêm a presença de V. Exa.expor o seguinte:

1. Como já é de pleno co-nhecimento público, lutam osbancários de todb o Brasil pe-

4. E', pois, no sentido dereiterar nosso pedido deapoio a esta justa causa emque estamos empenhados,que dirigimos, confiantes, aV. Exa.

5. Não obstante a delibe-ração dos baneárfos do país,aprovada em assembléias de-nioeráticas por quase 9S°/odos componentes da corpora-ção, em número de 130 mil,forças estranhas ainda lutampela permanência do sr. EnosSadok de Sá Motta frente doInstituto, evitando, assim,que registremos o final desua calamitosa administra-

Levou oLA«P«B« 30Descalabro

As entidades representativas dos bancáriosde todo o país querem o afastamento imediato

de Enos Sadok de Sá

Io imediato afastamento dosr. Enos Sadok de Sá Mottada presidência do IAPB, emvirtude do descalabro reinan-le naquela autarquia, cuja ad-minlstraçao já por tantas vè-zes repudiada por nossa cate-goria profissional, continua aproceder verdadeira dilapida-ção em seu patrimônio.

2. A atitude que vimos to-mando, representa a vontadedos bancários brasileiros que,reunidos em assembléias ge-rais nos seus respectivos sin-dicatos regionais e associa-ções, nas suas Federações e,logo após na ConfederaçãoNacional dos Trabalhadoresnas Empresas de Crédito, re-solvcram, por esmagadoramaioria, empreender umacampanha visando a *ão sóafastar o sr. Enos Sadok deSá Motta, mas também a queseja nomeado para o cargoum dos colegas indicados emlista tríplice, já em poder doExmo. Sr. Presidente da Re-pública

3. Cônscios das responsa-billdades que pesam sobrenossos ombros e certos deque procedemos com expres-siva autoridade, pois foi nos-so própria categoria profis-sional que indicou o sr. Enospara presidir o IAPB, e ago-ra — traída — quer seu afãs-lamento, os bancários jamaisdescansarão enquanto nãosentirem satisfeito o seu altoe inatacável objetivo, já quedesejamos a moralização deum setor da administraçãopública que nos Interessa deperto, tanto quanto o ciunpri-mento das verdadeiras fina-lidades da previdência socialem nossa pátria interessa aIodos os trabalhadores e aopovo brasileiro.

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I». h!.!-- ¦ l*|l! 5» ¦ V f-'tiKlm 23 UU

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ção. Por outro lado, algumasvozes se levantaram na Câ-mara dos Deputados, preten-dendo com frágeis e até rirtí-culos argumentos, efetuar adefesa do sr. Enos, fato quealuda nos causa maior entra-nheza, pois contrário à vonta-de soberana de uma catego-ria profissional organizada cconsciente, cujas decisões,sempre baseadas no mais jus-to procedimento e na vonta-<le expressa de sua maioria,só podem merecer, agora esempre, a defesa dos repre-sentantes de nosso povo comassento nessa Casa.

6. Tarda o governo, embo-ra sabedor das flagrantes ir-regularidade* que ocorremno IAPB," a substituir o ad-minisírador faltoso e relapsoque não teve suas contasaprovadas pelo Conselho Fis-ca! da Autarquia c pelo De-parlamento Nacional da Pre-vidéiicin Social, órgãos querepresentam, o primeiro osempregadores e o« bancários,e o segundo o próprio PoderPúblico que lem a obrigaçãoconstitucional de zelar pelointeresse coletivo.

7. Os trabalhadores brasi-leiros e cem eles os banca-rios, ja há muito que partlci-|j.<ui conscientes e ativamen-te da vida pública no país,não só através de represen-tação nas Câmaras Legislati-vas, como por intermédio desuas organizações sindicais.Se apoiam políticos, se votamem candidatos a cargos ele-tivos. o fazem porque com-preendem que com o exerci-cio desse direito estão contri-buindo para o aprimoramen-to dn democracia e legilhni-dades do funcionamento dospederes públicos. E se jáatingiram tal maturidade po-lítica, não podem continuarignorados oomo em épocaspassadas, em que às suas vis-ta* se praticavam os mais ab-surdos atos atentatórios aosseus legítimos direitos.

8. Custa-nos a crer queamda exista neste pais ho-n-.eiis que continuem na ten-tativa de esbulhar • patrimò-nio coletivo, mediante a par-ticipação direta ou por omis-são deliberada, ou se empe-nem nn sentido de defenderos cmi: agem dessa forma.Csses ou estão totalmenteafastados da realidade brasi-lelra, do ascenso político denesso povo que não mais es-tá disposto a deixar passarImpunemente os que malba-

ralam de qualquer' forma opatrimônio da Nação, ouaproveitam os últimos instan-tes que, em face dos ilesman-dos cometidos, lhes resta depuder, para se looupletaremcom os recursos de que dis-pomos para a nossa evoluçãosocial, política e econômica.

9. O dinheiro dos institu-tos é suor do trabalhador. Opatrimônio do IAPB é partedos minguados salários dosbancários, e não pode, nãodeve, nós não consentiremosque êle seja desbaratado aosabor de quem quer que se-ja, e muito menos por mãosconduzidas pelos podereseleitos p ar a salvaguardarnossos interesses, o interessedo povo brasileiro em últimaanitiise, do qual somos ponde-nível, consciente e esclareci-da pareela.

10. Dentro desse princípioestamos coesos, firmes e de-cididos, todos os bancários,nesta luta para que a liones-tidade administrativa sejaimplantada definitivamentedentro de todos os órgãosque constituem o Poder Pú-blico, e em particular dentrodo Instituto de Aposentado-ria e Pensões dos Bancários,que criamos através de umamemorável greve, e que nave-mos de moralizar custe o quecustar, mesmo que necessá-rio se torne apelar para orecurso extremo asseguradopelo art. 158 da Constituiçãoa tados os trabalhadores or-ganisados.

11. Por outro lado, jamaisesqueceremos daqueles quetomam o partido da desones-tidade e cometem a infâmiade defender o sr. Enos Sadokde Sá Motta, em prejuízo de130 mil bancários. Seus no-mes serão lembrados no fra-gor das lutas eleitorais, eratodos os recantos do Brasilonde exista um bancário.Seus nomes serão lembradosnão apenas por nós, pois osdemais trabalhadores estãoacompanhando e apoiandoesta dura lula que empreen-demos, e também já se or-ganizam no sentido do com-bate aos que dilapidam o pa-trimônlo de outras instltni-ções de previdência social.

12. Ante o exposto, e ape-lando para o espírito públicodo nobre deputado, vimosautorizar V. Exa., como aliásestamos também fazendocom outros ilustres represen-tantes da população brasilei-ra no Legislativo Federal, aprotestar nessa Câmara con-tra a permanência do sr.Enos Sadok de Sá Motta napresidência do IAPB, e bemassim a retransmitir a seuspares e aos poderes constitui-dos que os bancários jamaisconcordarão com a dilapida-ção do patrimônio do Institu-to, e estão possuídos de ener-gica decisão de luta pela lme-diata substituição do sr. Enospor um dos colegas indicadosao Exmo. Sr. Presidente daRepublica.

13. Esteja certo V. Exa.que representará, assim, avontade soberana da maioriaesmagadora de nossa classe,e por esta autorização osabaixo assinados, no ciunpri-mento de mandato sindicalrecebido dos bancários brasi-leiros, assumem integral res-ponsabilidade.

Esperando merecer a me-lhor das atenções de V. Exa.,aproveitamos o ensejo parareiterar nossos protestos deestima e distinta considera-ção. — Pela Confederação Na-cional dos Trabalhadores emEmpresas de Crédito, Hum-berto Menezes Pinheiro, pre-sidenle; pela Federação dosEmpregados em Estabeleci-mentos Bancários do DistritoFederal e dos Estados do Rioe Espírito Santos, Luiz Vle-gas da Mota Lima, presiden-le; pela Federação de MinasGerais, Armando Ziller, pre-sidente; pela Federação doNorte e do Nordeste, MiltonMagalhies, J." vlce-preslden-te; pela Federação de SãoPaulo, José Aires Lopes, se-cretário; pela Federação doParaná, Otto Bracarense Cos-ta, secretária; pela Federaçãodo Rio Grande do Sul, Tel-mo Abbot Romero, represen-tante.

META SAGRADAA META DA COLETIVIDADE

ESTAMOS no fim de uni ciclo político. E' profunda e ab-soluta a desmoralização das elites. Nunca se viu tanto

desprezo à tradição e à coletividade, tanto escândalo, tantoassalto à bolsa do povo, tanta leviandade e inconsciência notrato da causa pública, como agora. Os dias em que vivemosapresentam profunda semelhança com agosto de 1889 e agôs-to de 1930, diferindo apenas na intensidade muito maior dainsatisfação das massas e na muito maior insensibilidade dosdirigentes aos sofrimentos das classes menos favorecidas.

Já não causa qualqiter reação no governo as denúnciasmais documentadas que se apresentem sobre crimes cometi-dos contra o presente e o futuro da nação brasileira. O presi-dente da República, em vez de examiná-las e mandar apurar-lhes a veracidade, convida os acusados para as Embaixadasde Washington, de Londres, de Paris, ou para o Ministérioda Fazenda.

Assistimos à sanha dos agiotas cobrando com juros altosa pecúnia com que financiaram a campanha eleitoral.

Esta é a hora solar, o ze- nith, o clímax dos "homensde negócios", insensíveis aosofrimento das massas. Nun-ca se viu no país, em tempoalgum, tanto contrabando,tanto subfaturamento e so-brefaturamento, tanta falên-cia fraudulenta, tanta nego-ciata de dezenas e centenasde milhões, como estamos as-sistindo, cotidianamente, co-mo se fosse um filme policialem série, em que os crimino-sos derrotam sempre a« au-toridades.

Desde a propaganda de suacandidatura o Presidente daRepública aproveita-se da te-se nacionalista para reforçarseu prestígio perante as cias-ses militares e o povo. Masseus discursos nada tem a vercom as suas ações. Suas pre-feréncias absolutas são peloscidadãos que servem pViori-tòriamente aos interesses es-trangeiros, colocando em se-gundo plano as conveniênciasnacionais. A reforma minis-terial recem-processada é umexemplo flagrante.

O sr. Juscelino Kubitschekjá havia nomeado fcepresen-tante do Brasil nos EstadosUnidos um homem da Stan-

dard 011, sócio e procuradorde Nelson Rockfeller «m nos-sa terra, e necessitava aten-der a outros compromissoscom financiadores de suacampanha de candidato aosupremo posio da nação. Oque fêz?

Diante da inquietação pro-vocada com a indicação demais um embaixador "entre-guista" — e que embaixador!— pediu para falar no ClubeMilitar. Inteligente e sabido,ia preparar ambiente. Ali, di-ante do quadro evocativo da"Independência ou Morte",mais uma vez repetiu sua pro-fissão de fé nacionalista, en-tusiasmando a alma vibrantedos militares ao declarar-secontra o capital colonizador epelo fortalecimento da Pe-trobrás. Sua eloqüência, seusgestos arrebatados, obetie-ciam a um plano que se rea-lixaria a partir de algumashoras mais tarde. Os aplausoscalorosos pelas idéias expôs-tas iriam dar a cobertura e oaofiio do Exército para as de-eisões «toe já tomara.

Para provar seu "naciona-lismo" exonerou o sr. Rober-to Campes do BNDE e no-

meou Amaral Peixoto Minis-tro da Viação. Efetivou o en-treguista Pais de Almeida, daPittgburg Glass, no Ministérioda Fazenda. Saldou seu débl-to pela contribuição oferecidaao financiamento das eleiçõesde 1955 com Horácio Lafer(15 milhões), levando-o parao Ministério das Relações Ex-teriores. E enviará em bre-ve, para a Embaixada em Pa-ris, o Fouché do período1956/1961, o gênio que fazdiscursos, o criador da OPAsuVrupiada do Conselho deSegurança Nacional, de auto-ria do Coronel Nelson Carva-lho, o poeta super-ministroque manda e desmanda emnossa política exterior, o"disco-comedor" dos super-mercados, o embaixador Au-gusto Frederico Schmidt!

Um deputado nacionalistabatizou o novo Ministéfio deMINISTÉRIO ORQUIMA. Aspessoas bem informadas qu«acompanham a política da co-pa e cozinha das Laranjeiras— o Catete anda às moscas eabandonado — asseguram quetodas as novas nomeações sai-ram dn bolso do colete do sr.Schmidt. O sr. Horácio Lafer,convidado para Embaixadordesde 1958, em agYadeeimen-to aos milhões que forneceupara a propaganda do candi-dato, só conseguiu o seu in-tento depois que se desiludiudo prestígio e do apoio de S.Paulo c do PSD para realizarsua aspiração ministerial epassou a ser o fiel ouvinte eassiduo freqüentador do in-comparável Schmidt. E a ra-zão da desgraça do MinistroNegrão de Lima que ia tãobem no Itamaratí, grangeandolouvores gerais pela sua reeo-nhecida habilidade, foi terreagido, embora discretamen-te, contra numerosas interfe-

rências de Schmidt no Minis-tério, inclusive criando difi-euklades à ida do pseta pa-ra a Embaixada em Paris. Osr. Armando Falcão, todos osabem, foi advogado e prote-lor do diretor da Orquimana Comissão Parlamentar deInquérito de minério satômicos retirados criminosa-mente de nosso território.As nomeações de Setle Câ-mara, o mais leal c -eficien-te membro da equipe de Sch-midt, para a Casa Civil daPresidência da República, e ade seu querido amigo, CoronelDanilo Nunes, para a Comis-são Coordenadora do Abaste-cimento, provam que nuncaninguém nos últimos anosconseguiu retribuir com altos

-cargos a dedicação de seuscolaboradores.

E quando se sabe que o sr.Augusto Frederico Schmidtnão esconde suas simpatiaspela candidatura Juraci Ma-galhães e sua idiosincrasiapelo Marechal Henrique Lott

— que qualificou de homemsem grandeza porque não su-porta negocistas nem negocia-tas — pode-se compreender asignificação e a intenção comque foi escolhido cuidadosa-mente o novo Ministério.

Repetimos: esta é a horasolar dos negocistas.

O povo está cansado demistificações. Não acreditamais em promessas. Não quermais saber de discursos. Osbrasileiros exigem respeitoaos seus ideais e o cumpri-mento de u'a meta sagrada,que até agora ainda não me-receu a atenção do Governo;a defesa dos interesses da c»-letividade brasileira contra oassalto dos grupos eeonômi-cos ligados umbelicalmenteaos trustes internacionais. E,francamente, essa meta nãoserá jamais atingida, se con-tinuarem nos postos chavesda administração pública Ve-presentantes, os mais qualifi-cados, do entreguismo apátri-da. Fora com eles!

Na semana passada, o Vice-Presidente da República, Sr. JoãoGoulart, visitou o Instituto Superior de Estudos Brasileiras,cujas instalações percorreu, mteressando-se pelo trabalhoque ali se reatiza. Na foto, Jango em companhia do Dr.

Roland.Corbisier, diretor do ISEB.

O Monopólio Estatal da BorrachaQUANDO

volta a ser discutido nus Casas do Congresso o pro-bloimi da quebra do monopólio estatal do comércio da bor-

racha, pronundando-se o senador Vilas Boas, com veemência,contra o Decreto n. 44.728, com o qual o Executivo Federal amputou,inconstitucionalmente, uma prerrogativa do Estado brasileiro, sur-gem curiosos defensoras daquela medida, tentando convencer a opi-niau público que a mesma teria consultado os interesses gerais daAmazônia, do parque industrial consumidor e do próprio órgãoque antas exercitava aquele controle governamental.

Argumenta-se com a falsa tese de que o monopólio da gomaelástica teria tido sua função histórica, durante a guerra e no pe-rindo de subconsumo que se seguiu a mesma, papel Asse que teriasido superado pelo vertiginoso crescimento da demanda interna.Fala-se em Injustiça com o produtor amazônico, que estaria sendoobrigado a vender o seu produto am níveis bem inferiores aos daborracha importada e alega-se até ser o monopólio o causador docontrabando que ora te realiza pela fronteira da Bolívia. Tenia-se,por fim, desligar a extinção do subsídio cambial para a importaçãoda liberação da mesma,' a fim de afirmar q-.ic não decorreu daquebra do monopólio o encarecimento dos artefatos de borracha,mas sim da alta do custo dos ágios.

Analisemos, embora am rápidas pinceladas, esses vários aepec-tos do grave problema gomffero.

O argumento de que o mo-nopólio é atualmente prejudi-ciai à economia amazônica, pc-Io seu caráter nitidamente • li-beral, consegue unir as posiçõesora assumidas por determinadosgrupos da Amazônia, em parti-ciilar o alto comércio aviadortíe Manaus, com aquelas queVem sendo defendidas pelos se-tores ligados à grande indústrianorte-americana de pneumát!-cos. gozando do beneplácito dosteóricos oficiais do ecoiiomismodesligado da realidade brasilei-ra.

Sonham Os ex-donos da bor-racha com a possibilidade deespecular com a mesma, nummercado livre de preços, valeu-do-se da vantagem de ser a pro-cura quase quatro veaes supo-rior a oferta. Certamente queos grandes consórcios estran-geiro percebem êsee plano, masdispõe de suficiente experênciae poder econômico par» não te-noer o futuro, na certeza de que,consumidores que são de 85'ida produção nacional, fatal-insr.te serão os produtores desubordinar-se às condições quelhes convierem. Quanto aos ine-íáveis técnicos das altas erfe-ras, fiéis fanáticos de uma novareligião baseada em fórmulase números aos quais deverãoadaptar-se as mais dispares rea-lidades nacionais e regionais,acreditam, ou pelo menos di-sem acreditar, que a maiorquantidade de dinheiro 1--t.-.:í»

Por LUIZ OSIRIS DA SILVA — Especial para O SEMANÁRIO

p«ra os cofres privados du ai-to comércio amazônico terá ocondão de modificar a qualida-de da economia regional, per-niitindo o seu melhor enquadra-nu-nlo no todo brasileiro.

Não temos dúvida acerca daelevação dos preços da borra-cha nacional, caso viesse a sereliminado o monopólio. Aliás épreciso que se saliente que taispreços vêm sendo anualmentereajustados, apenas não tendosido possível nunca uma corres-pondêncla real entre essas ai-terações e o processo inflado-nário, mais agudo na Amazõ-nia dn que em qualquer outraparte do pais. O que afirmamosé que o enriquecimento privadodisso decorrente náo beneficia-ria a região. £' sabido ou.- aforte acumulação privada decapital em áreas de economiasub-desenvelvida desvia-se nor-malmente para ae zonas e se-

tores de maior rentabilidadequando não fie perde em apli-cações imobiliárias e outros gas-tos supérfluos. Quem visita ascapitais da Amaãônia stirpreen-de-se com o luxo das reaidên-cias. com a suntueeidade dosclubes, com o grande númerode piscinas privadas, com a ma-gest&de doe arranha-céu3, tudoiôso contrastando com a pobre-sa generalizada do povo. com adefielêneia de base econômicapara man-tor aqiieia snper-estru-wra cultura*. T a o»nflrmaç&o

da tese acima exposta, repre-sentando aquela paisagem ur-bana o pouco que ficou nà re-gião das riquezas acumuladaspela iniciativa privada, pari»da qual enoaminhou-se paraaplicações maie lucrativas noSul do pais. Isto ocorreu naépoea do fastígio da borrachae se repetiria, com0 já está sereptindo, com a extinção domonopólio.

Dir-se-á que a organizaçãoatual do mercado da goma elas-tíca também nada trouxe denovo para a economia regional.Tem-se que aceitar parcialmen-te tal crítica, Já. que ofi resulta-doe desses 17 anos não rão re-almentc muito apreciáveis. Hou-ve um aumento inicial da pro-dução, interrompido pela crisedo após-guerra e nunca maisretomado em decorrência dapermanente defasagem cnirc ospreços e os custos de produçãoe pela concorrência de outrosprodutos mais lucrativos. Mastal situação não derivou neces-sàriamente da existência domonopólio e sim da pressãoexercida pelo parque consumi-dor do sul do pais junto ao ór-gão fixador dos preços. O mo-nopóüo não tem poderes paraalterar a estrutura agrária cviu-se tolhido pela falta de vi-são de conjunto que a Insuflei-éncia de estudos regionais e afalta de planificação cientificalhe impuzeram. Houve erros eacertos, como em toda obra hu-mana. mas de qualquer formapermitiu investimentos maciçosno rale, transferindo para omesmo parte das riquezas dosul industrial. Bem orientado eprestigiado pelo poder central,poderá ainda ser a peça funda-mental de um processo desen-Volvimentieta d» economiaamaaõnica, completando a açãoplanificadora da SPEVEA.

Quanto aos preços, fomossempre defensores de uma poli-tlca mais condizente com os in-teresses da Amazônia •¦ que te-ria de ser inversa aquela quelevou, no ano paceado, „ govér-n. a determinar «m aumentopara oe produtores sem reflexonos ciifíos industriais, desfal-eando désee mods a própria

economia amaaonica que apa-rentemente pretendia benefi-ciar, já que tal acréscimo foijogado para os cofri-s do órgãodo monopólio — o Banco deCrédito da Amazônia — provo-caiido desequilíbrios finan-ceiros prejudiciais à, economiagomlíera e ao vale em geral.Preços estáveis e justos são maisgarantidos através do monopó-üo, do que num mercado ondedominam empresas poderoslssi-mas de caráter internacional.Isto. é elnro, qttando o governomonopolista é independente epatriótico...

No que diz respeito à extin-cão do favor cambial que vinhasendo concedido ás importaçõesdo monopólio, embora tendo sedado dias antes do decreto eliberação, visou claramente pre-parar o mesmo, não podendo,aseim, ser desligado um ato dooutro. Cessando a concessão docâmbio de ouslo, armou-se oMinistério da TtOenán para ar-gumeniar em favor da quebrado monopólio, tendo em vistaa impossibilidade do mesmo ar-car com as imobiliaaçõefi deágio globais. E', pois, quererfalsear a realidade afirmar-seque o encarecimento dos arti-gos de borracha não decorreuda quebra do monopólio. Osdois atos do.Sr. Lucas Lpes fo-ram parte do mesmo erro. defi-falcando a entidade estatal decerca de. seiscentos milhões decruseiros anuais, com reflexodireto na economia amazônicae no próprio parque industrialdo sul. oride as pequenas eihédias indústrias nacionais vi-ram-se diante da necessidadede grandes imobilieações coma importação do produto es-trangeiro. enfraquecendo siiacapacidade eompetiliva ante asgrandes empresas

"eswafigeJrKÊ—como primeiro passo para a suaprovável eliminação. O fato defazerem ae fábricas de pneumá-ticos prandes imobiliaações comágios náo pode levar-nos a es-quecer a característica das mes-mas de controladoras Interna-eionais do mercado da borracha,quer através de seus grandes se-rineais asiáticos t afrieanos,quer por jntenrjédio d* swae eo-

lossais indústrias de produtosintético. As vantagens que dis-so lhes decorre são inúmeras efacilmente identificáveis e quejustificam plenamente a suaaparentemente inexplicável de-fesa da liberação das importa-çôes.

A verdade é que o problemada borracha, com0 o do petró-leo e demais riquezas brasilei-ras, só pode ser bem esquemati-zaóo dentro de uma posiçã»nitidamenle nacionalista. Oneo-liberalismo, ou mesmo ointervencionismo estatal apoli-tic0 náo podem enquadrá-lodentre do interesse nacional.Chega-se ao cúmulo de assistirum governador da região — oSr. Gilberto Mestrinhc —, jus-taoiente revoltado pelos erro!e pelo abandono que vem sa-crifieando a sua terra, afirmarque os interessas, do Amazonaseetão acima do., do Brasil e queirá negociar nos Estados UnidosOs investimentos que necessita.Nunca vimos insensibilidademais completa i realidade emque vivemos. A Amazônia é ummundo de riquezas inexplora-das. a desafiar as geracães epaia ela sempre estiveram vol-tados 06 apetites alienígenas. Eseria um crime contra o paisa-do heróico e contra as possibi-lidades do futuro sacrificá-la pe-Io imediatismo suspeito do pre-sente. E »e se dia Amazônia,diz-se borracha, que é a suabase econômica, O monopólioestatal sobre esse estratégicoproduto precisa, assim, ser con-Servado e reintegralizado, atra-véfi da revogaç&o do infeliz De-crel0 »•" 44.72S. O controle d»Estado Brasileiro sobre a eco-nomia regional - gomifera foipositivo na revitalização da pro-dução netiva, foi vital na crise

—de—superprodução do. apé«guerra, é necessário heje ao fo-mento e ao equilíbrio da eco-nomia regional e será indis-pensável amanhã, quando osproblemas da nova super-pro-dução surgirem e quando oBrasil tiver de enfrentar defi-nitivamente a seira amazônica,a fim de dinamizar a sua con-quista, integrando-a no preces-so desenvolrimentisU aaeional.

_Ü 1-

Page 8: Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 * UM JORNAL QUE ...memoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1959_00174.pdfEra evidente com um homem desses, autêntico filho do povo, como Deodoro,

PAGINA 8 •- -• Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 •

No-NÚMERO 174 ^ O SEMANÁRIO + ANO IV

MundoDas

IdéiasJagunços

Os problemas brasileiros,Inclusive aqueles sobre osquais a história fêz correr assuas páginas, jalais entreaber-tas pelos cronistas, ensaístas• ficcionistas da imitação e darepetição começam a surgir,oob tratamento diverso e ade-quado.

As grandes lutas travadaspelo nosso povo, no passado,encaradas, até aqui, pela his-toria oficial, pela interpreta-ção oficial, pela ficção oficial,como episódios inslgnifican-tes, movimentos de banditis-mo ou atos de insânia coleti-va, surgem, agora, sob umAngulo novo, com as fortes eimpressionantes cores da ver-

dade e com as suas exatas di-mensões e profunda signifi-cação. Está neste "caso

o ro-mance de Paulo Dantas, edi-tado pela Braslliense, de SãoPaulo, "O Capitão Jagunço",em que reconstitui, em têr-mos de ficção, o drama deCanudos. Atingindo, em cer-tos trechos, uma belera co-movedora, o romance nosmostra a tragédia de Canudosvista por dentro, no depoi-mento de um sertanejo que otransmite na formal oral eeloqüente, muitas vezes poe-tica, própria da gente daque-Ia lor.a. O romance de PauloDantas t um sinal dos tem-pos. Um bom sinal.

Quatro CruzesInicia a Difusão Etironéia

do Livro, cum "A Paráhbladas 4 Cruzes" de Mário Do-nato, a su;: coleção NovelaBrasileira. No livro, aparecemmais duas histórias, mas é aprimeira a aue o s'rigij1nriza emarca, realmen'o. Trata-seda história de uma criaturapobre e infeliz, Tininha, otieenfrenta a vida comum comos poucos tiecursos de mm clis-põe e com uma forííssitia do-se romântica, e que vai sendolentamente triturada pelosacontecimentos Narrada sobforma simbólica, criando aanalogia entre o- texto biblicu

e a realidade, a novela deMario Donato tem um desen-volvimento linear, em que osproblemas se apresentam aTininha sucessivamente, deforma gradativa acabando porlevá-la à tragédia, em termoscomuns, de perda de um fi-lho, qualidade do 'rágico co-tidiano, que não é menos Irá-pico por isso, e que "é antigocomo o homem. Novela es-cr:ta há alguns anos, não per-deu com o tempo, porque oseu tema é eterno e a formadi tratá-lo conservou-lhe apureza inicial das linhas.

ConferênciaFêz o professor Hermes Li-

ma, no Conselho Técnico daConfederação Nacional doComércio, na semana passa-da, uma conferência 9 respel-to do que chamou "Volhos enovos enganos a respeitoc5o nacionalismo". Conferên-cia interessante ocr muitostítulos, em que o professorHermes Lima esclareceu, en-tre outros pontos, a proposi-tada confusão que o entre-guismo difunde entre nacio-nalismo e patriotismo. Nãomereceu, como é natural, umlugar, no noticiário da nossaimprensa. Merecau um reparodo sóbrio Bittencourt, a pro-

pósito de referência circuns-tancial, em que o conferên-cista ligava o nacionalismo àiniciativa estatal e o seu anti-poda à "livre empresa". Oscanuavinhas tomaram, natu-ralmente, o partido da "livreemorêsa" e é a "livre em-presa", sem dúvida oue, noterreno da imprensa lhespermite bloquear 0 noticiáriodo que os contraria e ampliaro noticiário que interessa aosseus pontos de vista. Tudomuito conforme com a oosi-ção de sada uma das forçasque tomaram posição no ce-ná"i-> nacierxil e nele travama brt-lha entre o atraso e oprograsso.

CursoNo curso que o Instituto

Superior de Estudos Brasilei-ros realiza, para militares, cmque, apenas no segundo tttV-no, eslão matriculados maisde duas centenas de oficiaisda Marinha. Exército e Aero-náutica, fêz o Deputado Da-goberto Sales uma palestrasobre o tema, em qua se lor-nou especialista, desde a cé-lebre Comissão de Inquéritorealizada na legislatura pas-sada, dos minerais atômicos.À base da seu livru a respei-to do assunto, livro cu.jo su-cesso mostra a curiosidade

dos brasileiros pelos assuntosqua interessam ao nosso po-vo, o representante paulistadesmontou a sinistra engre-najem que nos impede o de-senvolvimento 110 setor daenergia atômica. Sua palestraalcançou uma enorme reper-cussãoi como era natural,abrindo os olhos de muitosingênuos e fornecendo argu-monos aos já alertados, paraa defesa do que nos pertencee que os ¦ "capuavinhas", deparceria com os "discos", pre-tendera entregar, ficando comalgumas gorjetas.

ArtigoEm sua coluna diária —

quase a única em que, no jor-nal em que aparece o nacio-nalismo tem ainda vez, —Adalgisa Nery colocou nosdevidos termos a conferênciaque o "embaixador" norle-americano Moore Cabot rea-lizou, dando saíHa oara a ofer-siva entregiiistn da semanafinda. Mostrou Adalgisa. coma clareza e a veemência ouelhe são próprias, e que sãonecessária; e jusias. a varda-deira posição rfaquel» "em-baixador" Depois de dar ao"embaixador" um tratamentomerecido, embora na lingua-gem a que não faz êle iui,escreveu n conhecida arti-culislu: "O es-jantoso em tu-do isto, é assistij a apatia to-tal das elites dingeníes, aoíso discurso do Cabot é vcr'fi-car o silêr-cro absoluto dospartidos Dolíílcos é constatara ausência de reação da nos-sa imprensa é de ver a aco-modação de ledas as forcasbrasileiras às criticas inopor-tunas feitas por um estran-geiro, sendo este estranneiroum embaixador norte ameri-cano". Sab: Adalgisa eus onosso prectaro r:resirle"te ium "nacionalista" conformedeclarou no Clube Militar,com assisiência numerosa e

atenta, que o nosso chancelerestá no Chile, ajudando aacabar com Ficlcl Castro 1sua revolução, e que os nos-sus parlamentares estão mui-to ocupados em deter a Co-missão de Inquérito do VidroPlano, para acobertar as cot-sas que o digníssimo Ministroda Fazenda e financiador deJânio Quadros executa na es-fera da "livre empresa". Co-mo poderiam tais forças tertempo em contestar ao "em-baixador". representante deum país democrático? A de-composição da elite dirigenteé um dos sintomas mais ca-racterísficos da fase que va-mos vivendo. Tal decomposi-ção é apenas frizada pela au-dácia com que um Cabotqualquer vem, aqui dentro,inierferir com os nossos pro-blemas. f-stejamos descansa-do«, porém. O ministér:o "na-Clonallsta'' que aí está há delomar uma alitude. em defesados nossos brios. Trata-s» rlegente suscetível ao máxmio,em matéria de soberania na-cionai de livre determinaçãodos povos incapaz de se sub-meter a pressões e de umicoragem a toda nrova ra de-fesa dos nossos interesses.E'"f-( Adalgisa pela naturalresrio dos nossos ministros...

EuclidèsConforme ficou previsto,

nesta mesma página, as co-memoracõtís do einqüentená-no da morte de Euclidès daC u n li a correram apagadas,sem nenhuma ressonSnó n.sem ncn!;"tr> inicrôsst1 Áqti eali, houve iente mir sp rr-n-niu, para falar d- Etie!i'Jes,Nês'e '>u Tifuôle jornal, liou.-ve artisos a s^ti respeito,muito noucós. O =!'nipmrn'iidos oonfri?1'-"!.''.? não s:,!>rquem fo Euclidcs é, a seurespeito, forneceu uma coi-linha \11lgar; o do Dantmhas,nada .Nu orfião do sóbrio Bit-

tencourt. Brito Broca aindadeu algum realce ao morto.informando como o corsárionoticiara o seu desapareci-mento. A Academia organizouuma de suas tertúlias sopori-fera.-. Me a dúzia de brasilei-ros, espalhados peli, pais to-Io. lembraram Euclidès da

Cunha, quando o problemaesta em «alvar a ''indústria''automobilística, em sonegar a•.•arne, a tiatata e o feijão, em-'ilitzir o P'W> à miséria, emsonegar o problema do vidroplano, cm subornar e cm vio-lcntar as consciências? Ora,Euclidès... ,

LITERATURA &vr. ¦"".'....' '

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SÊÉÉêêêZ -

Tbiaàde Ç)úika

TEMOS afirmado, aqui, e repetido, que a cultura brasileiraestá atravessando uma fase de transformação acelerada,

em que antigos padrões cedem lugar a novos padrões, valoresconsagrados tornam-se obsoletos, figuras destacadas compro-vam a sua insignificãncia. Por condições peculiares à nossaformação, os meios a técnicas sistemáticas de que se serve acultura, na sua transmissão, estão ao alcance apenas de umgrupo da sociedade, recrutado quase inteiramente em deter-minada a única camada social e, portanto, trazendo-the a mar-ca, nas criações e no procedimento. É êsle o grupo intelectual.Üèle surgem os artistas, os que se dedicam a uma tarefa cria-dora em que se espelha a realidade do tempo e do meio. Nãovegetou a arte brasileira, ainda nos campos, como o das letras,em que mais .avançou, por motivos congênitos, por razões ge-néticas, por imperativos climáticos, como um falso corpo depostulados científicos nos pretendeu convencer. São os brasi-leiros tão capazes, para as tarefas da criação artística, comoqualquer outro povo. As razões do vegetativismo, configuradoparticularmente na imitação de padrões, na cópia vulgar demodelos externos, na incapacidade para os traços originais,ancoraram nos profundos motivos oriundos da formação co-lonial e da persistência, em todos os campos, dos traços co-loniais. Semi-colônia no campo econômico, persistimos semi-colônia no campo artístico. Enquanto jungidos a uma situaçãotal, não estávamos em condições de elaborar uma arte própria,em qualquer de seus domínios. Na medida em que perma-necíamos como imitadores, cegos para a realidade circundantee atentos ao que era externo e ditava regras e cânones, a po-siçáo do artista, como indivíduo, caracterizava-se pela subalter-nidade, e subaltemidade aceita com agrado, suballernidadeconformista.

O fato de que estejamos, agora, elaborando uma arte di-ferente, em que a marca brasileira aparece, nítida, clara, in-confitmlível, não significa que os artistas de hoje sejam maistalentosos do que os de ontem, que apenas copiavam modelosexternos. Significa, e isto é que tem importância, que o Bradló diferente. Significa que, agora, imitar, copiar, esquecer arealidade circundante, representa a morte do criador, em têr-mos de arte, a inanidade do seu esforço, — significa que estáultrapassado. Isto não acontece apenas pela vontade dos que,hoje, fazem arte. Acontece porque mudou o Brasil, e foi, poucoa pouco, pela extraordinária capacidade de seu povo, posta àprova, liberlando-se de velhas peias, movimentando-se larga-mente, gerando uma riqueza nacional, deixando de lado aspeias colonialistas. Pensando por si, finalmente, no campointelectual. No dia em que o intelectual brasileiro começou apensar por si, teve início, na verdade, uma arte brasileira-pensar por si, no caso, era acolher a herança artística uni-versai, dando-lhe um molde nacional; era voltar-se para a cir-cunsiância local e regional, valorizando-a; era atentar para arealidade e verificar que aqui vivia um grande povo, na su-prema luta de redimir-se de um passado colonial que lhe foraimposto; era, finalmente, participar, e intensamente, pelacriação e pela condição humana, do extraordinário esforçode construir uma nação. Ora, tudo isto não acontece poracaso, e nem acontece de súbito: há uma transição necessária,em que os velhos padrões cedem lugar aos novos, em que osvelhos valores perecem e novos valores ascendem e vigoram.Em que, finalmente, muda d própria atitude diante da vida,o próprio comportamento do artista diante de seu povo, diante,de sua nacionalidade. Esta substituição de valores, de normas

e de comportamentos, não se efetua da noite para o dia, —há um período mais ou menos longo de coexistência entre oque morre e o que nasce, entre o que está céndenàdo aodesaparecimento e o que começa a surgir e cresce.

Estamos assistindo, no campo artístico brasiliro, o espe-tdeulo, por vezes aparentemente contraditório, dessa misturado velho e do novo, do que nasce e do que morre. Começa-mos a assisti-la não apenas testemunhando as criações emque surge a marca do que é novo, porque autêntico e brasileito e humano, ao lado do que é velho, porque desinteres-sado, vulgar c distante do que nos interessa. Começamos aassisti-la no próprio comportamento do intelectual e, por-tanto, do artista. Há, ainda, os que eslão apenas voltados para

UM

Foi este artista singular que nos deu, na semana passada,o depoimento impressionante, sincero e comovedor a quenenhum intelectual brasileiro pode ficar indiferente, e quetodos os brasileiros, só por serem tais, agradecerão e tomarãocomo documento marcante destes nossos dias agitados. Di Ca-valcânti explica as razões e os caminhos que o levaram a par-ticipar da atividade política e o levaram a adotar um candi-dato para fazer dêlc presidente do povo brasileiro e não ape-nas simples funcionário qualificado para o exercício de deter-minadas atividades formais. Explica-se com impressionanteclareza. O fato de ser também escritor, e dos melhores, dá aoseu depoimento inclusive o loque de beleza, mas bastaria asinceridade com que foi prestado para conferk-the « mtportân-

DEPOIMENTOa técnica de sua arte, para os problemas formais que ela aprt-senta, e buscando fórmulas de valia universal, receitas de su-cesso, e tantos outros ingredientes da vulgaridade. E há osque, voltando-se para o essencial em arte, começam a veri-ficar a necessidade de tomar uma posição nas grandes lutasde nosso povo, participando delas e ajudando-as, criando umaarte peculiar, impregnada dos motivos nacionais, e tambémadotando, como pessoa, os princípios que levam à libertaçãodo que sobrevive em nós de colonial.

Tudo isto vem a propósito do depoimento prestado porEmiliano Di Cavalcanti, grande figura da arte brasileira egrande figura humana, c publicado em um dos nossos jornaisnão inteiramente e definitivamente corrompidos pelo postiço,pelo falso e pelo vulgar que sobrenadu ainda em nosso meio.Emiliano Di Cavalcanti adotou uma posição, que vem enri-quecendo com o seu espirito generoso e com a riqueza deseus dons de artista de marca universal. Em sua arte, no seucampo específico, alcançou aquele nível, que só uns poucosalcançam, de juntar o regional ao universal, de ser a umtempo profundamente, visceralmente, brasileiro e de ser eu-tendido e valorizado pelo homem, tão somente pela condiçãohumana em arte, que não tem fronteiras no- tempo ou no es-paço. Só os tolos pensam que há conflito e contradição entreuma coisa e outra coisa. Di Cavalcanti pinta o nosso povo,com uma forma que assinala o primor artesanal levado àmestria, mas com um conteúdo, que a completa e. vivifica, deglorificação do que possuímos de mais intimamente nosso,porque popular. A um homem desse porte não poderia passardespercebido o espetáculo que o rodeiaf A sua infinita curiosi-dade, a grandeza de sua visão, a compreensão do seu espiritoteriam de mostrar-lhe o verdadeiro caminho. Brasileiro pelasua arte inimitável, tinha um lugar reservado nas grandeslutas pela libertaçâ» de sua terra e de sua gente.

NELSON WERNECK SODRÉ

cia de que se reveste. Di Cavalcanti falou com o coração, como seu generoso coração de grande artista. Mencionou o seuapreço pelo papel dos militares em nosso País, num momentoem que se caracteriza a posição antinacional dos que vilipen-diam tal classe de servidores, qaundo ela se volta para o na-cionalismo e lhe confere a solidez que o caracteriza agora. Atomada de uma posição assim, quando se pretende criar ar-lificialmante uma divisão entre brasileiros civis e brasileirosmilitares, utilizando as mais torpes armas e os argumentosmais torpes, assinala a clareza com que o artista escolhe oseu lugar.

No referido depoimento, há, por outro lado, uma refe-rencia ao que está morrendo, no campo intelectual, em nossoPais. Escreve Di Cavalcanti, referindo-se ao candidato que de-cidiu defender e mostrando a estreiteza e o atraso dos quepretendem ver a sua figura de.ângulo dejormante: "Ê o homemhabituado ao estudo tnetódico dos problemas nacionais, e quepor isso não agrada aos intelectuais decadentes, fazedores delegendas irônicas nas mesas das biiates e pelas esquinas daintriga política. Ê o homem que sabe o que é ter uma Pátria."Grandes e verdadeiras palavras. Palavras de um homem. Pa-lavras de um artista e de um brasileiro. Palavras que os brasi-leiros recebem como recompensa, e que honrarão, porque me-recém ser honrados.

Endereço para remessa de livros: Rns Dona Mariana, 35¦ap. 202.

¦ 24 de Agosto §iç^ na subida:

VAR-GAS!... VAR-GAS!... VAR-GAS!.... Ao chegar à estação,

Rossine Camargo Guarnien só p,ra chatear os v^que estão rondando perto,

Numa curva do caminho, o maquinisla faz o sino cantaro trem de ferro numa voz desdenhosa e sonora:solta um berro NA-CIONAL!... NACIONAL!...que vai de quebrada em quebrada: [NA-CIONAL!...GE-TUUU...LIO! GE-TUUU. .LIO! E o trem de ferro

[GE-TUUU.. .LIO! sai chispando no rumo do futuro:Carregado de ferro PETROBRÁS! PETRCBRAS!de Volta Redonda, [PETROBRÁS!...

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SKSÍKÍ^&Swíiíiá "*'?>¦ l'fc_i;.'' ..-?.';: ' -¦ ¦¦¦''>,'¦ '5 vv';if'íÃ"í»v5íw$oiJÇ*53 ¦'¦\-i'.-'.-'.-:-^y-y.-, Sfilff Jffffly^^^TTrffTr^'''• "

'^F—&jàÈÈÊÍÊfoic''-''~''-^$3^HH

HSK ~&ip«jSÍTOBp& ¦ &¦¦¦ X:

A Propósito de Pirandello INCARNUTA — ótimo elemento do nossoteatro musicado.

A COMPANHIA Tônia-Celli-Autran está representando, noTeatro Mesbla, "Seis Personagens à Procura de Au-

tor", de Luigi Pirandello. Peça difícil para os atores e para opúblico, onde, sem cenas nem atos, se desenrola a obra maiscompleta do teatro pirandelliano.

Há dois meses, mais ou menos, vi um trecho da peça, re-presentada na televisão pelos mesmos intérpretes. Muito poucopara poder formar uma opinião a respeito. Achei, apenas,que o diretor — italiano — poderia modificar o traje de Tô-nla Carrero. Eis o que se lê no original italiano, sobre o as-sunto: "A Enteada, lindíssima estará também vestida de luto,mas com vistosa elegância". Ora, o vestido apresentado novídeo foge completamente a essa exigência do autor, poismais se assemelha ao das "midinettes" dos cabarés turísticosde Paris. Para dizer ao público que trabalha numa casa sus-peita, a Enteada não precisa vulgarizar-se; fosse ela realmen-te assim vulgar e sua vida não seria um drama tão complexo.Como já disse, nada mais sei sobre o desempenho da Com-paniií;: Tônia-Celli-Autran, embora não lhe recuse meu aplausopela bravura demonstrada, ao representar uma peça de talcalibre.

O Teatro tio Pirantlcllo, tamlitrin íhauiütlo o da rclaüvitlaÜL', t-mpenha-sj em demonsrtar a fragilidade báiii-ca da nussa. existência. Em "SeisjviMiiuycns a procura de aulor",Piramlcllo realizou sua obra máxima,couccnlranilo nela os principais pon-tus da üüá moral, do seu pensamento,crilím; da sua filosolia. Teairo quefaz peiísar e, por isso mesmo, teatroculto c. educa!i\o. O pensamento nãoé priwlégio de ninguém mas, sÒ7Í-nho, pode nos levar a erros que de-furparri o que vemos c o que esta-mos pur ver. Já o pensamento, uni-do a um pouco de cultura, conduzsempre por caminhos mais certos, se-não mais justfts, e faz com que oponto de vibla de- caila um du nós,mesmo se insatisfeito, não ne^ueiipbubos ao verdadeiro talento.

Toda filosofia, moderna ou não, éo produto c a seqüência lógica depensamentos auteriores, Pirandello.porem, foi o primeiro a a-Jotá-Ia nomundo do teatio, como o alicercepoderoso de sua obra imensa c sem-pre renovada. Partindo do princípiode que o Todo. do qual tudo é pró-diilu. justamente pur ser Todo. 6 Na-<|j. Pirandello segue o liei do seüraciocínio c lios erpliiu» através desu^s obras, as conseqüências dês^;principio.'ludo existe em potência t* cm ca-paeidade; todavia, paia rcali/ar-sc*,paia esprirrifr-se, a vida precisa mol-dar-se a uma forma. Ora, tomandoessa turma, a vida se lixa nela, e is-so representa uma limitação, umane^ào de si mesmo. Como con>c-

.quvncia, ela arrastará consiyo, patas^inptc. a sua intensa conti adição.

Todas as obras de Pirandello pai-têm dessa maravdhoa percepção, dês-se profundo conhecimento ilo dmninhumano. Em "Seis personagens ãprocura de autor", encontramos odrama vivido, sentido e ffo bem e.\-presto da relatividade Ao Sei c doFarecer. Paia não sufocarmos oes-

sa limitação que IrhpuzemoS a nósmesmos, procuramos nas mentirasconvencionais, nos hábitos, no? cos-lumes c nas tradições, a razão e o.significado de tal limitação, iludindo-nos, assim, de afirmarmos a nossapersonalidade. Ü que somos realmen-ic nenhum de nós sabe; somos ape-nas o que pensam que somos c o quepensamos ser.

Xessc toimento contínuo, A pro-cura de si mesmo, o homem se per- .de c sufoca, negando e aceitando olato, numa luta inútil, e se afastado seu semelhante por encontrar ne-le apenas a cópia idêntica da sua

.angústia c o reflexo da sua própriadúvida* Fssa concepção — um dospuntos fortes do Teatio de Pirandel-

ynúâka

MADIA PASSY

lu — está magnificamente desenvol-viiif» cni "Seis personagens à pro-cura de autor", na luta da impossi-bilidade da coexistência humana.

O drama do autor e da sua arte co principal, nessa obra extraordiná-na. Criadas os personagens, Pivan-dello vé-se na impossibilidade derealizá-los como autor; e, n? revoltade suas criaturas que, vivas se re-tusam a morrer êle encontra o dia-rua e o põe em cena para deixá-laspirxurar, sozinhas, a própria reali-lação Como simples espectador êleassiste a inutilidade dessa buscaSofre e sente tão vivamente esse dra-ma que oferece como c seu trabalhomais íntimo, feito des suas criaturasmais queridas, para que sem o sa-her, cias encontrem, pelo menos cmcadá uuj de nós, uma realização.

Nada existi1 df negativo na obiapirandclliana nem na sua relatlvida-de absoluta. Porque nada existe demais positivo, mais vivo que o dra-ma eterno da contradição dn almahumanei Pirandello constrói e deslrdidiz c desdiz, nega e aceita Nadamais humano do que essa relativi-dade que leva ao perdão, através dainteligência de um homem que sepnüeiia chamai ateu.

Quando, inesperadamente, aparececm cena a figura de Mndame Pacc,sentimos que sua presença quebra oriimr, da peça, pois, na relatividadede lodo o drama c nas contradiçõesdos personagens que o vivem, ela c aúnica afirmação e. por isso tião po-deria estar incluída entre os seis

Trazendo em si a sua própria rea-lização, Madame Pace representa aarlc. a Arte pura — "Nalura" — quenada pode sufocar.

Vara mim, "Seis personagens a pro-cura de autor" c uma das maioresrealizações teatrais de todos os tem-pos".

Inácio Guimarães

JsaJjw

TEREZA AUSTREGÉSiLO — revela na rt-vista o mesmo comprovado talento «k

comédia.

Almir Azevedo

"DE CABRAL A J. K."(No João Caetano)

Sempre formei na vanguarda dos críticosque mais se batem pelo saneamento moraldos nossos espetáculos de revista, lamentan-do que, devido à licenciosidade que os carac-teriza, as famílias apreciadoras do gênero sevissem privadas do prazer de freqüentá-los.

Surge-nos, agora, a Companhia Brasileirade Espetáculos Musicados com a sua primei-ra produção intitulada, muito expressivamen-te, "De Cabral a J.K." — "isenta de imorali-dades e, conseqüentemente, destinada a mar-car a volta das famílias ao teatro de revista".Depois de tantos anos de escabrosidades um-sicadas, convenhamos que não seria fácil acre-ditar na possibilidade de tal milagre. Daí asminhas dúvidas atí pouco antes de ter inícioo espetáculo.

Agora, porém, depois de assisti-lo, é comindlzível satisfação que vos declaro: realizou-se o milagre! Não há, em todo o desenrolardo mesmo, um único momento capaz de ferira sensibilidade mais apurada! Acho até — êque não se veja nisso contradição — que um;>pitadazinha de malícia não lhe ficaria mal. Oessencial — c é justamente o que porfiamem ignorar os nossos revlstógrafos — é nãnconfundir malícia com licenciosidade.

Visualmente é um bonito espetáculo c issose deve aos vistosos figurinos de Arlindo Ro-drigues; à sugestiva cenografia de Dorloff eNilton Sá; ao bom-gôsto do guarda-roupa de

Nina Nunes e à perfeita iluminação, a cargode Jair Andrade A partitura musical, do mães-tio Antônio Lopes é bastante expressiva e acoreografia, de Denis Grey e Helena Lobatoé, sem favor, um dos pontos altos do espeta-culo. Há quadros evocatlvos, de muita sensi-bilidade e beleza, como "Pregões", "Ouro Prê-to", "Carnaval", "Teatro Municipal"; há nume-ros originais e interessantes, como "Publicl-dade Moderna", "Times da Cidade", "MlssBrasil"; as três versões do poema "Meus oitoatios", de Caslmiro de Abreu, um verdadeiroachado como humoiismo sadio; as "glrls" e os"boys" formam um bem ajustado corpo debaile; os "Anjos do Inferno" são um excelenteconjunto musical; há ótimas chargés políti-cas e boa comicidade; a orquestra muda delocal de acordo com cada quadro, ora visível,ora escondida nos bastidores, numa inovaçãointeressante; o elenco é afinado e nele pon-lilhain elementos do quilate de Tereza Aus-tregésilo, Dinorah Marzulo, Mione Amorim,Artur Costa Filho, Ezequias Marques e váriosoutros — tudo isso sob a direção artística deOrlando Macedo, que demonstra apreciáveisqualidades para o difícil "metier".

Estão, pois, de parabéns os responsáveispela Companhia Brasileira de Espetáculos Mu-sicados e, sobretudo, as famílias apreciadorasdo gênero musical: "De Cabral a J.K." é ¦revista de texto mais limpo já encenada 110Brasil. Oxalá o exemplo.frutifique.

A ÓPERA "JOÃO E MARIA"Um grupo de artistas líricos brasileiros

vem apresentando com extraordinário sucos-su, em nosso Idioma, a ópera "João e Maria",de Huinperdinck. 1 •'.' um movimento que me-rece o nosso aplauso pelo trabalho honestodos cantores nacionais e pela orientação se-gura que tem merecido de Valdir Barcelos,moço inteligente e empreendedor. Esta inle-ressante ópera, representada pela primeiravez a 23 de dezembro de 1893, em Welmar, ébaseada num conto de Grimm e foi tradu-zida por Airton Campeio, tarefa digna de elo-gios pela simplicidade e pelo ajuste musical.A ópera "João e Maria" já foi levada à cenanos teatros Ginástico e Artur de Azevedo ccerá representada do gróxjmo dia 30, às dez

horas, no teatro João Caetano, no Festival dTeatro Infantil. E' pensamento dos organizadores da temporada lírica que será levada .'eleito no Teatro Municipal de Niterói a in-clusão nu repertório desta obra, que, ultrapassando os limites de uma peça infantil, vemagradando os apreciadores do "bel-canto". Artislas de valor como o soprano Anlca Cláiidia, o barítono Raul Gonçalves e o meio-soprano Glória Queiroz têm alcançado granil-sucesso ao lado de Amabélia Carvaiheira, £li-da Gonçalves e Vanda Spinelli, elementos novos que despontam com reais possibilidades

A direção artística está sob as ordens dnmaestro Vinícius Sales, coadjuvado pelo pia-nlsta Roberto Schlafiser. Amabélia Carvaiheira e Auléa Cláudia em "João e Maric"

Page 9: Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 * UM JORNAL QUE ...memoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1959_00174.pdfEra evidente com um homem desses, autêntico filho do povo, como Deodoro,

NÚMERO 174 £ O SEMANÁRIO + ANO IV « . • Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 •¦ PÁGINA | M

Jornal Brasil'«ss»' w «s» 888 sss wsa m www m m ^w? u VI I li JI I U *tt"&4ia

forcas Armadas e AuxiliaresCUSTO DE VIDA ATINGE AS CLASSES ARMADAS

Finalmente chegou o governo à conclu-são de que era necessário afastar o presi-dente da COFAP para conseguir deter amanobra altista dos grupos de atravessa-dores e intermediários que dificultam, juii-tamente com os trustes, a vida do nossopovo. Nestes últimos dias, a população dosgrandes centros, industriais tem sentido agu-çadamente a pressão dos tubarões e "gangs-ters" do abastecimento. São provas dissoos diários pedidos de melhoria de saláriosdas classes trabalhadoras, estudantis e defuncionários públicos. A nomeação do ge-neral João Ururay de Magalhães, recente-mente egresso do serviço ativo do Exército,parece indicar que o governo começa a seaperceber da gravidade do assunto, e estádecidido a solicitar a colaboração das Fôr-ças Armadas para empreender a grande ba-talha do abastecimento, não somente da Ca'pitai da República mas de todos os centrospopulosos que necessitamv dos gêneros deprimeira necessidade para a sua manuten-ção. Deve, evidentemente, ser recebida comgrandes esepranças a nomeação do novo de-tentor dos destinos da Comissão Federalde Abastecimento e Preços, pois a sua ati-vidade à frente de outras organizações pú-blicas constitue uma fé de ofíeio para a exe-cução de novas tarefas, de novas responsa-bllidades, em hora sumamente difícil paraa vida do povo.

Vale ,no entanto, ressaltar que o clamordas massas sofredoras, asfixiadas pela altado custo-de-vida e desesperançadas dos mé-todos empíricos dos técnicos do abasteci-mento que assessoram o governo, já estáalcançando os primeiros reflexos nos meiosmilitares. Do soldado ao mais alto chefemilitar as aflições e os desencantos se re-pelem numa cadela silenciosa, porém pro-funda e bastante eprceptível à vista dos pró-prios comandantes.

Veja-se as filas que se postam às por-tas das Caixas Econômicas, nas carteiras depenhores, e lá serão encontrados militaresou esposas de militares juntos ao homemdo povo, esperando que um funcionário lhes

Repercutiu intensamente noscírculos militars o desfechodo inquérito do "Vidro Plano''.que visava delinear medidaspara conter o trus;e dessa in-dusj-ia, circunscrita a umaempresa estrangeira, cuja di-reção se'encontra rias mãos .dopróprio ministro da Fazenda,Sr. Sebastião Paes dc Almei-'da. A Frente Parlamentar Na-cionalista, organismo de defe-sa dos interesses nacionais nóCongresso, denunciou '-as,'ativi-.dades dtf ¦¦''•rétériáp!'?.]ttusf,T-en^'quanto osÇSepúládoa

".Benjamim;

Farah, Dervlle Alegretti, Ive-te Vargas* Aniônio Fraga, Cló-vis Me;á, Manuel de Almeidae Lamartinè Távõra se presta-ram a desempenhar 0 Papel deSilvério dos Reis, traindo osCompromissos assumidos depúblico e cedendo à pressão deinteresses subalternos. Os mi-litares, ' como integrantes da •vanguarda nacionalista dnPais, já tomaram as suas ano-tações e dedicarão "especial vi-gilância" aos negocistas danossa soberania num confrontopara futuras aferições.

Faleceram recentemente trêsgrandes ..figuras das nossasForças Armadas: a do Maré-chal José Pessoa, irmão . do-saudoso presidente João Pessoae do Coronel Aristarco Pessoa,que por muitos anos foi o co-mandante do Corpo de Bombei-ros do Distrito Federal, e o Bri-gadeiro Newton Braga. AoExército, o Mal. José Pessoaprestou grandes e relevantesserviços, entre os quais se des-tacam a renovação do en6ino

MANCHETESpedagógico do Exército e acriação da Academia Militardas Agulhas Negras. Foi umdos mais jovens generais de suaépoca, havendo desempenhadocom brilhantismo as funçõesde observador oficial do Brasil

,nos campos da Ia. grande guer-ra. O. Brigadeiro Newton Bra-gã foi o herói da travessia do"Jaú", proeza temerária reali-zada pelo saudoso oficial dasnossas forças aéreas. Newtonbraga jéaliBou.,./io . pequenino.hidroavião' mónòplano 0 "rald1'.da..ifravessia. do. Atlântico em.1927, numa época em que nãoexistiam condições mínimas desegurança pnra um vôo sôbreo oceano. Às' digníssimas fa-míüas os pêsames, sinceros des-ta coluna.• Foi muito concorrida a con-ferência proferida pelo Depu-tado Federal do :PTB, SérgioMagalhães no salão nobre doClube Militar qúe Contou coma presença de' altas autorida-des civis e militares,'destacan-do-se entre os presentes os Ge-nerais Horta Barbozta, Pery Be-viláqua, Leônidas- Cardozo,. ai-miranle Suzano de Araújo ePaulo Mário, deputados JoséJofily, Lício Hauer, José Sar-ney, Neiva Moreira, BentoGonçalves (presidente da FPN)Josué de Castro, Celso Brant eAlmiro Alonso, além de deze-nas dc coronéis das 3 armas,oficiais superiores e subalter-nos dos nossos meios militares.O General Justin0 Alves Bas-tos apresentou o conferencistae declarou que ali representavao desejo de todos os seus ca-

maradas ansiosos por ouvirema palavra autorizada do depu-tudo Sérgio Magalhães, que porespaço de 2 horas discorreucom brilho e simplicidade sô-bre os "Capitais Es'Tangeiros"e sua evasão para o exterior,ressalvou' debaixo de prolonga-da salva de palmas .—' a ne-cessidade imperiosa de ser coi-bida por lei. do Congresso —.areversão de lucros de èrriprê-sas estrangeiras para o exteriorem detrimento da nossa éco^nojtnia, e do desenvolvimentonacional, defendeu a institui-,ção do comércio livre comomeio mais consentâneo paraatender às nossas necessidadesde mercados novos, mostrou astremendas contradições dosmé:odos empregados pelo go-vêrno no processo de descnvol-vimento nacional, que, segun-d0 o exame das realidades na-cionais, vêm descapitalizando apassos largos o homem brasi-leiro devido a desordem do alu-dido processo, além da açãodcsenvolla dos irustes inter-nacionais" que exploram des-tarle o esforço nacional e de-fendeu por fim, uma reorgani-zação dos aparelhamentes fis-cais afim de assegurar melho-res condições de recolhimentopara o tesouro nacional. Outravez, as palmas se fizeram ou-vir quando denunciou as nego-ciaías d0 trust do "vidro pia-no" e que não temeu às amea-ças, jamais havendo retiradoseu nome de qualquer comis-são de inquérito que vise aatender os altos interesses na-cionais.

NOTAS DIVERSAS* Foi muito concorrida a palestra do

general Armando de Noronha no ISEB sobo título de "Energia Elétrica", no dia 22recém-passádo. O auditório foi pequeno paraconter a mocidade das nossas Forças Arma-das, ávida cada dia que passa por conhe-cer os grandes temas nacionais do Interessedo povo brasileiro. * O ministro da Guerrarecebeu, entre outras pessoas de importân-cia na vida política e administrativa do país,o marechal Odíllo Denys e o coronel-avladorengenheiro Anderson Mascarenhas. * Foipara a reserva, no posto de general de Exér-cito, o general Aureliano Luís de Farias, ex-diretor do Serviço Geográfico do Ex. * Osaspirantes concluintes da turma de 12 dedezembro de 1939 da Escola Militar estãose movimentando para comemorar condig-namente o 20." aniversário de diplomação.Para esse fim, estão convidando todos osantigos aspirantes da arma de Aviação parauma reunião preliminar no dia 27 do cor-rente mês, no Departamento Cultural doClube Militar, às 20. horas. * Teve inícionesta capital, no dia 20, a corrida do FogoSimbóólico, prova cívlco-desportiva que atin-gira as capitais de- São Paulo, Paraná, SantaCatarina e Rio Grande do Sul, onde será en-cerrada com grandes festividades. * Seráno dia 29 deste a partida das representa-ções de futebol das Escolas Naval e daAeronáutica, às 15 horas no Estádio do Flu-minense. * Foi promovido ao posto de bri-gadeiro o falecido coronel-avlador engenhei-ro Osvaldo Carneiro de Lima. * O maré-chal Lott,. na inauguração do Comitê Ccn-trai da Rua São José, 90, 10." andar, decla-rou: "Considero indispensável a colaboraçãodos consumidores na solução do problemada carestia de vida. Governo e povo devemse unir para Impedir a ação dos tubarões".* O deputado Benjamim Farah "Faria" aca-bou de ser liquidado com as suas própriasmãos, ao fugir da palavra empenhada anteseus companheiros, retirando, por interês-ses escusos, a sua assinatura da relação dedpeutados nacionalistas que pediam a fr.s-falação de uma comissão de inquérito paraapurar as sem-vergonhices do Truste do Vi-dro Plano. Decididamente, não 'contará ja-mais com os- votos dos militares, que sãoo esteio das forças nacionalistas, hoje uni-

das para libertar o Brasil economicamente.O comandante do 1." Distrito Naval, ai-

mirante José Luís da Silva Júnior, e o chefede seu Estado-Maior estiveram em Santosem objeto de serviço, visitando os estabele-cimentos navais sediados naquele porto pau-lista. * Fabuloso trabalho vem desenvolven-do o general Mury Braga à frente da Cru-zada Nacional de Educação. O governo fe-deral precisa auxiliar mais decisivamenteessa organização que vive apenas pelo Idea-lismo de seu presidente e de um grupo decolaboradores denodados daquela instituição.

Temos recebido de dezenas de companhei-ros das Forças Armadas Interessantes suges-toes para ser organizado junto ao gabinetedo sr. João Goulart, vice-presidente da Re-pública, uma assessoria militar com a fina-lidade de receber e orientar os pedidos pes-soais de vários escalões militares. Por ou-,tro lado, queixam-se vários militares de quenão têm conseguido facilidade no acesso aochefe do PTB, devido à ausência de um ser-viço de "relações públicas" a esse fim des-thiado. Fica aqui a sugestão, para conheci-mento dos canais competentes. * O coronelJacques Júnior passou à disposição do Ser-viço Social da PMDF o capitão Antenor Car-dozo da Cruz Filho. * Foi constituída uma.comissão de oficiais superiores da PolíciaMilitar para apreciação dos dispositivos dalei 1.234, de 14 de novembro de 1950. * APAC vai ampliar os seus quadros. Nessesentido, a PAC cientifica que se encontranecessitada de médicos, enfermeiros e radio-amadores que possam dar algumas horas deassistência à Patrulha Aérea Civil. * A Sub-diretoria de Finanças da Aeronáutica avisaque o pagamento do pessoal militar e civilserá efetuado na seguinte ordem: dia 24,requisição de unidades; 26, requisições deunidades desta capital; 27, pessoal militarsediado no M. da Aer.; dia 28, pessoal civil;dias 1 a 5, pensões militares, etc. * O pre-sidente da República assinou decreto mo-diRcando o Regulamento de Promoções deOficiais da FAB. * Foram agraciados coma medalha de bronze, por 10 anos de ser-viço, os suboficiais da Aeronáutica AltamiroLeão de Jesus, Arnaldo Goiannes, ErnestoMesquita Filho, Wilson Carlos, Feres Matuke vários sargentos daquela arma. *

lenta

dê o maior valor pela jóia estimada que jo-gam ao empréstimo de dinheiro, pois as eco-iiomias já estouraram e um imprevisto qual-quer determinou essa atitude extrema. Poroutro lado, todos os dias sobem e descem asescadas da Carteira de Consignações daquelaCaixa centenas e centenas de oficiais e sar-gentos de todas as graduações, na vã ten-tativa de conseguirem um empréstimo irri-sóório. Os orçamentos domésticos nos laresdesses militares estouram mesmo antes dodia 20 de cada mês. Os agiotas, com todadesenvoltura, anunciam-se pelos jornais, ofe-recendo condições absurdas numa era deespeculação e pobreza, e a eles também osmilitares estão recorrendo. Esse, o estadofinanceiro de soldados, essa, a situação demilhares de famílias. Perguntamos: comopode ser isso? A resposta todo mundo sabe,o governo também sabe e precisa, apenas,agir, agir eficientemente e com rapidez. Osplanos empíricos do C.C.A. precisam cessare os seus mercados de produtores ser cons-truídos rapidamente e ocupados honesta-mente por lavradores, e não por egressosdo acharcador ex-mercado de São José. ACOFAP precisa expropriar mercadorias so-negadas, dar cadeia aos tubarões e à redede especuladores. Aos estrangeiros, expul-soes imediata do país. As Forças Armadaspoderão colaborar no setor dos transportes,evitando que o explorador se dirija aos cam-pos para açambarcar a produção do lavra-dor e depois sonegá-la ao consumidor, vi-sando à especulação. O problema não é Ia-blrlnto, é questão de coragem, é questão deter vontade de servir ao povo, que se quedadesesperançado. Mas não esqueçamos queessa angustiante situação pode atingir aonível de saturação no ânimo, do nosso povoe das suas Forças Armadas. — PAULO BER-GARA.

Registamos com especial satisfaçãoa promoção ao posto de marechal do Ardo Brigadeiro Epaminondas Gomes dosSantos, ex-ministro da Aeronáutica e au-têntico comandante da ação militar nodia 11 de novembro, na FAB.

Intrigar Lott Com EstudantesEM SÍNTESE

(1) começam a pegar fogoas ELEIÇÕES DA UME; atéagora, muitos são os prova-veis candidatos... (2) outraELEIÇÃO que vai dar traba-lho é a do CACO... (3) emUBERABA, sob o patrocínio' do DCE, foi realizada a ISEMANA NACIONALISTA:parabéns NELSON ASSIS... (4) ex-líderes e líderesestudantis são CÂNDIDA-TOS a vereador: FLÁVIOTAVARES (P. Alegre), NA-BUTERO MATSUDA (Cun-tiba), GILBERTO R 0 G EFERREIRA (S. Paulo) e AG-NELO BALBI (Manaus)...(5) JUVENTUDE SOCIALIS-TA, no Distrito Federal, rea-lizando DEBATES, PALES-TRÁS E SEMINÁRIOS aossábados, à tarde, na Aveni-da Rio Branco, 173 - 2.° an-dar... (6) grandes planosna VICE-PRESIDÊNCIA DEASSISTÊNCIA UNIVERSI-TARIA DA UNE: todo onosso apoio ao eficiente AR-NALDO MOURTHE... (7) aUME — excelente gestão deALFREDO. PEDRO CARLOE AZULINO — continuatrabalhando: vai inaugurar,brevemente, a COLÔNIA DEFÉRIAS . (8) HENRIQUEMIRANDA SA' NETTO, depassagem pelo Rio e contan-do coisas do movimento es-tudantil-operário, na lutaanti-imperialista, de CAM-PINA GRANDE .. (9) aber-to o I CONGRESSO DA UNI-VERSIDADE CATÓLICA, emSão Paulo, patrocinado peloDCE (da PUC), com umahomenagem ao PRESIDENTEDA UNE .. (10) em RECI-FE, já foram iniciadas asconversações para a eleição

no DCE...

"TRATA-SE de mais uma intriga de elementos sabidamentecomprometidos com interesses alienígenas e que visam

colocar a classe estudantil contra uma das figuras mais res-peitáveis do Brasil, o Marechal do Povo — Henrique TeixeiraLott", declarou ao ME o Presidente da UBES, Raimundo No-nato. O dirigente secundarista, frente à exploração de certaimprensa, em especial o "Jornal do Brasil", de^um supostomalentendido que teria havido entre o Ministro da Guerrae os diretores da entidade máxima secundarista, foi incisivoe afirmou que

"os estudantes brasileiros se recusam a'fazero jogo das correntes que pretendem conservar o Brasil presonas garras do imperialismo. A UBES — enquanto entidade es-tudantil — não possui e nem possuirá candidatos à Presidén-cia da República. Daí, a deixarmos que a nossa entidade sirvade escudo a essa sórdida manobra de intrigar o nome do Ma-rechal Lott com os estudantes, vai uma diferença da águapara o vinho."

A verdade dos fatosO Presidente da UBES narrou-nos o sucedido. Logo após

a posse, êle, em companhia de numerosos estudantes secunda-ristas, esteve no gabinete do Ministro da Guerra tratando daobtenção de camas para a Casa do Estudante MaranhenseEssa pretensão da juventude do Maranhão já fora bem aco-lhida pelo General Denys e aguardava só a palavra do Marechal Lott para ter um seguimento favorável. O Ministro daGuerra — depois de tratar do problema específico da visita("cremos que conseguiremos as camas", disse-nos Nonato) —conversou com os jovens sôbre vários assuntos. "Tudo dentrode um clima cordial e, de nossa parte, respeitoso. Evidente-mente que a conversa teria que abordar problemas nacionaise especialmente, da classe estudantil. Vários assuntos — comoo da participação ou não dos estudantes na vida pública, na-cionalismo e comunismo — foram discutidos. A posição doMarechal não se constitui em nenhuma novidade: a sua vidae os seus pronunciamentos — até agora — não permitem queduvidemos do nacionalismo e do amor ao Brasil do Marechaldo Povo", prosseguiu o Presidente da UBES.

A versão do "Jornal do Brasil""Qual não foi a nossa surpresa quando verificamos que

certa imprensa — especialmente o "Jornal do Brasil", anun-

ciava com destaque que havíamos sido expulsos do gabinetedo Ministro da Guerra sob a acusação de "comunistas". Essecinismo em deturpar os fatos, em subordinar a verdade aosinteresses subalternos do imediatismo político, nos obriga avir a público denunciar mais essa manobra de grupos nacio-nais, desejosos de manter o "status" cie subdesenvolvimentodo Brasil, como um verdadeiro crime contra a classe estu-dantil. A honra da mocidade — que dinheiro algum comprará

não permite que fiquemos calados frente a essa intrigade elementos sabidamente comprometidos com interesses alie-nígenas e que visam colocar o estudantado contra uma dasfiguras mais respeitáveis cio Brasil, o Marechal cio Povo — Hen-rique Teixeira Lott. Prova incontestável da má-fé ou da igno-rância — duvidamos! —, do "Jornal do Brasil", era o fim danotícia: dizia que diante do "incidente" as entidades estudantisiriam retirar o seu apoio à candidatura do Marechal à Pre-sidência da República..."

Loii e os estudantes"Salta aos olhos a má-fé ou a ignorância, repetimos. Todos

sabem que as entidades estudantis são proibidas — consti-tucionalmentc — de se pronunciarem dentro dos quadros ciapolítica partidária. A UBES — enquanto entidade estudantil

não possui e hão possuirá candidatos à Presidência da Rcpú-blica. Daí a deixarmos que a nossa entidade sirva de escudoa essa sórdida manobra de intrigar o nome do'Marechal Lottcom os estudantes, vai uma diferença da água para o vinho.Os estudantes brasileiros se recusam a fazer o jogo das cor-rentes que pretendem conservar o Brasil preso nas garrasdo imperialismo. Não contem conosco os vendilhões da pátria 1Manteremos a nossa independência frente aos governos e aospoderosos, posto que o nosso lado todos conhecem qual éo dos supremos anseios do povo brasileiro. Pelas suas po-sições coerentes e dignas — bem ao contrário dessa do "Jornal

do Brasil" — o Marechal do Povo tem o respeito do astudan-tado. Não creiam aqueles que nasceram no Brasil e servemaos E. U.A. que conseguirão destruir essa posição com mano-bras e intrigas. Os estudantes sabem onde está a verdade ecom a independência própria dos jovens, não se deixarão ilu-dir", concluiu o Presidente da UBES.

Pernambuco: II SeEstudantil Klacio

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nalistaMOVIMENTO ESTUDANTIL 1

0 PROCESSO D0STALINISM0 (II)(Conclusão da 6." página)

te concreta em que elas sãoempregadas possui significaçãoexata. Donde o que nós chama-mos marxismo — na medidacm que d" compreendamos emsua função intelectual c en-quanio método.de pensamento

, — pode ter conteúdos dos maisdiversos, determinados única-mente por quadros muito ge-rais; sabemos que nos seria di-

. ficil dedicarmo-nos a uma apo-.logéfcicn marxista o que é certa-

\ mente impossível apresentar co-''ino-marxista a filosofia "da hls-

tória de Bossuet. Sabê-lo, en-' tretantó, nã0 nos ajuda, poisnão utiljaamos o termo "mar-xista" a fim de opor o pensa-mento cientifico ao irraclona-lismo notório dos teólogos.

Ao contrário, no dominia-da__ciência, em que diversos estilosde pensamen o e diversos tiposde metodologia podem coexistire concorrer mutuamente comêxito, a fronteira entre marxis-mo e náo-marxísmo é mais fluí-da do que toda expressão. Mes-mo levando em conta, apenasduas das circunstâncias acimamencionadas —a insuficiênciadas regras elaboradas por Marxpara a atividade cientifica con-temporânea bem como o fatode que elas comportam mais deuma significação, e. igualmen-te, o fato de que elas são vali-das em limites extremamentemóveis — compreendemos fácil-mente que não poderia ser deoutro modo. Falar de um certo"campo marxista coerente e ho-mogêneo", nitidamente opostoa todo o resto do mundo — mui-to mais! definido por sua exis-íência a linha fundamental dedivisão nas ciências —; lançara palavra de ordem da "pureza"da doutrina marxista — tudoIsso não tem eentido se nos co-locamos no terreno de um mar-xismo compreendido de modointelectual: isso pode ser útildo pon o dc vista do marxismoconsiderado como um íenôme-no político ou religioso — masnão científico. Em condiçõesem quo é preciso ter coragemde dar o passo transposto noséculo XIII pelo partidário deAverroes em face da ortodoxia:estabelecer a separação entre aciência e a fé. e, além disso,em condições em que a táticapolítica será cada vez menose:apaz de exercer 6ua pressãodestrutiva sôbre o conteúdo dosaber científico, o "campo"marxista na ciência adquirirácada vez mais as propriedadesde um corpo etéreo, em compa-ração com o bloco de chumboque era outrora.

Evidentemente, a tradiçãoque es'abelece a antiga distln-ção rígida entre marxistas enão-marxistas está longe de terdesaparecido e certamente exer-cera durante muito tempo ain-da sua pressão sôbre a vida ei-en'ífica. mesmo nos meios emque o marxismo institucionaltenha chegado a desfalecer e acomprometer-se aos olhos daconsciência social. E' igual-mente certo, pois, que a pressãodesta tradição desaparecerá àmedida em que se eliminar omarxism0 institucional do do-mínio da ciência.

Daí não decorre, de modoalgum, que nas ciências huma-nas — naquelas, pois. que reco-nhecem a influência inelutávele mai6 nítida das condições so-ciais dadas em que se desen-volvem —todas as divisões re-ferentes à concepção do mundotenham deixado de exis'ir. Adistinção mau importante, en-

tretantó. não é aquela entremarxistas ortod»x»s. cuidan-d0 principalmente da purezada doutrina diant« das coniri-buições de u« sangue pag&o,— e todos os q»« restam. E'a distinção — • permitamo-nos utilizar aqui e»nvencional-mente a linguage» política —entre esquerda e direita huma-nista; distinção caracterizadade maneira mea«o bastantegeral não por um aétodo con-creto de pesquisas mas antespela atitude Intelectual. Poresquerda intelectual nas ciên-cias humanas enttmáemos. comefeito, uma atividade intele-ctual que se distingue por umracionaliemo radical do espi-rito,'pela firmeza na lula con-tra ioda invasão da mitologiano trabalho cientifico, por uma

concepção resolutamente leiga," do Trmndo„por_u_m espírito cri-

ções poderão ser aplicadas, tor-nando outras mais rigorosas,eliminando outra», enfim. Aliás,a maior vitória de uma grandecientista é que suas descobertasdeixenl de constituir uma orien-tação aparte do pensamento pa-ra se' integrarem na estruturada vida cientifica e se tornaremuma parte constitutiva dela, per-dendo, por isso mesmo, todaexistência separada. Êste proces-so, é claro, é diferente e muitomais lento nas ciências humanasfrias- êle é, também aqui, .umverdadeiro fator de progresso.

E' diferente no domínio dafilosofia, compreendida comoforma discursava de expressarum concepção do mundo. Aqui,os nomes dos grandes pensado-res vivem séculos depois na de-signação de orientações ou ten-dências — embora mudem, aomesmo tempo, de caráter, Seempregamos o têrm0 "platonis-

tico levado tão longe~quanto mV—para—designar uma deter-possível pelo desprezo á cons-

trução de doutrinas e sis-temas fechados e por um dese-j0 de pensamento aberto —

quer dizer, por uma disposiçãoa rever as leses, teorias e mé-todoe admitidos, pela conside-

ração para com o espirito ino-vador nas ciências, pelatolerân-cia para com as opiniões dife-rentes no domínio científicobem como, ao mesmo tempo,por uma disposição de entrarem luta — nem que seja apenaspor meio de escaramuças —contra os irracionalismo de tô-da espécie: além disso, por umaconvicção nos valores da ciên-cia no plano d0 conhecimentoe pela convicção de que o pro-gresso social é possível. E esta.distinção, como aliás todas asdistinções, nãe tem um cará-ter rigoroso, à imagem de umafronteira entre dois Estados;contudo, ela me parece de umalcance infinitamente maior doque a distinção tradicionalmen-te admitidas n0 campo marxis-ta tradicional. Lá onde taisatitudes de espirito se manifes-tam, elas são. incontestável-mente, suficientes para conser-var e manter no pensamentocientífico todos os valores in-troduaidos com a obra de KarlMarx — esses valores dos quaisé difícil, em verdade, superes-timar a importância para asciências humanas; elas bastamigualmente para pôr em evidên-cia certas generalizações muitoapressadas e diversos anacro-nismos que encontramos em suadoutrina e que foram desmenti-das pelo desenvolvimento ulte-rior da história. Com efeito, écerto hoje em dia que mais deum pensamento de Marx, refe-ren'e principalmente ao domí-nio de suas previsões quanto aodesenvolvimento futuro da his-tória, não resistiu — com0 acon-tece com a maioria das previ-soes — à prova implacável davida, e que tais Idéias não con-servaram senão o valor que têmas utopias —que são antes es-ria cientifica.

Pode-se supor, também, queà medida em que se aperfeiçoa-rá oaparelho de pesquisas dasciências humanas, a noção demarxismo enquanto orientaçãoa parte será progressivamenteapagada, acabando por desapa-recer completamente, do mesmomodo em que não há "newto-nismo" em física, "lineismo"em botânica, "harvcyismo" tmfisiologia. ou "gaussismo" namatemática. Isto quer dizer queo processo espontâneo do de-senvolvimeno da ciência assi-milará o conjunto da contribui-ção cientificamente durável deMars. limitando, certamente, odinníai» «m que certas afirma-

minada tendência da filosofiacontemporânea, não temos eramente os adeptos ortodoxos datotalidade da doutrina de Pia-tão, que, aliás, não existem. O"platonismo", em referência àsimação presente na filosofia,designa apenas um parentescomais ou menos estreito com oo que, no pensamento de Pia-tão, subsistiu como seu ele-mento mais distintivo e cara-cterístico: a crença no primadodas espécies em relação aos in-divíduos. ou a crença na du-pia existência das coisas — sen-sível e terrestre de um lado, einvariável e inacessível à obser-v.-ição direta do outro. Na histó-ria das concepções d0 mundo,em que se pode imaginar apenaspor um momento o desaparec-mento completo da multiplicida-de de sua6 doutrinas e o mono-pólio petrificado de um únicosistema, os termos provenientesdos nomes daqueles que intro-duziram n0 pensamento filosó-fico perspectivas particularmen-te inovadoras e reveladoras. oupontos de vista que se expandi-ram particularmente — certa-mente sobreviverão,

O termo "marxismo" nestaacepção não designa doutrinaalguma suscetível de ser ape-nas totalmente aceita ou total-mente rejeitada, sistema univer-sal algum — mas uma inspira-mais geral de se representar omundo, um impulso sempre vi-Vo na inteligência social e namemória social da humanida-de, que deve seu caráter dura-vel aos pontos de vista novose sempre preciosos sôbre osquais ela fixou nossos espíritos:a estes pontos de vista que nospermitem considerar os assun-tos humanos pelo prisma dagrande história; revelar o pro-cess0 de formação da naturezasocial do homem em função daluta do homem com a naturezae, ao mesmo tempo, o processoque, pel0 trabalho humano, dáum caráter humano á natureza;conceber o pensamento com oproduto da. ação prática; des-mascarar o mito da consciên-cia com0 resultado de alienaçãoconstantemente renovadas davida social e referir estas alie-nações a suas verdadeiras fon-tes; analisar a vida social emsuas lutas e seus conflitos in-cessantes que, não obstante amassa inumerável das aspira-ções e dos desejos individuais,dos sofrimentos e provas indi-viduais, dos fracassos e suces-sos individuais, ordena-se, con-tudo, para dar o quadro de umaevolução homogênea, da qualtemos o direito de crer, que,era grande escala histórica, re-presenta não um regresso, masum progTesso.

v

"Com a II Semana Estudantil Nacionalista con-nuamos a trabalhar pela unidade do estudantadoernambucano — independente de facções e grupos

em torno dos princípios nacionalistas", disse aoE o universitário Heleno Mendonça que é o Secre-

tário-Geral da II Semana, brilhante realização damocidade de Pernambuco, e que esteve em nossa re-dação acompanhado do acadêmico Sílvio Belém,vice-presidente do D.A. da Faculdade de D.reito daUniversidade de Recife. Durante a Semana — queconstará de conferências, debates, seminários sôbreproblemas nacionais — serão distribuídas várias pu-blicações do ISEB, da Petrobrás, projetos sôbre ca-pitai estrangeiro do Deputado Sérgio Magalhães eexemplares' de.O.SEMANÁRIO. ,-'.,..,;..-",,.¦

FINALIDADES E PROGRAMAEm suas declarações Heleno Mendonça fêz

questão de frisar que a II Semana Estudantil Na-cionalista era apoiada por todos os diretórios aca-dêmicos de Pernambuco e pelas entidades de cúpola,quer universitárias, quer secundaristas. "Julgamosa luta, con tra, Q imperialismo, uma^tarefa.históricada jovem geração brasileira. Pernambuco estudantilnão poderia faltar a essa luta. A II Semana é o frutode nosso desejo de conhecer os grandes problemasnacionais e lutar pela sua solução ao lado do povo",afirmou o líder pernambucano. Em seguida, con-cluindo, deu-nos uma rápida visão dos planos doCorbisier (Nacionalismo e Desenvolvimento) e de hm

.Gel. Anderson Mascarenhas (O Tratado de Roboré),Barbosa Lima Sobrinho (Energia Elétrica), RolandCorbisier Nacionalismo e Desenvolvimento) e de umtécnico a ser indicado pela Petrobrás (Problema doPetróleo). Existe ainda a possibilidade da ida dosdeputados Gabriel Passos e Sérgio Magalhães. Comose pode ver, tddo estamos fazendo para que a moci-dade e o povo de Pernambuco alcancem uma per-feita consciência dos problemas que envolvem nossaterra".

ELEIÇÕES NOD. A. EBAP

MO próximo dia 31 de agosto, realizar-se-ão as eleiçõespara a renovação da diretoria do D. A. EBAP, órgão

de representação dos estudantes de Administração Públicado D.F. As posições progressistas dessa entidade estudantil,í luta que os alunos da EBAP travam pelo reconhecimentoda escola e a sua provável (ainda esse ano) filiação definitivaà UME, cercam essas eleições de um grande interesse para osuniversitários cariocas. A reportagem do ME esteve em con-tato com elementos das duas chapas concorrentes e pôde ve-rlficar do empenho com que os grupos em luta disputarãoo pleito, assim como, das esperanças e certezas — em ambosos lados — de que os múltiplos encargos administrativos epolíticos do D.A. serão plenamente atendidos.

Falam, os candidatosPiragibe de Castro, cândida-

do à presidência pela clui-i"Consciência Ebapiana Uni-er-sitária", fêz-nos as seguintesdeclarações: "De um modo ge-ral, os problemas ebapianos seresumem no reconhecimentopelo MEC e na dinamizaçãodos Departamentos do D. A.,principalmente nos Dcparta-mentos de Assistência, Cultu-ral, Esporte e Social. Por outrolado, o problema das apostilastambém deve ser encarado:atualmente, a escola não estáfornecendo apostilas, como se-ria de desejar. Esse fato nosleva a pensar na criação deoutro Departamento, 0 deApostilas. Ocorre, contudoque cs problemas são globaise devem ser encarados tan:ointerna como externamen'e. ffalarmos em "dinamiaação dosDepartamentos" pode p3i'e:e.a alguns que raciocinamos ape-nas no plano interno. Acome-ce justamente o contrário —náo podemos fazer funcionarperfeitamente os Departamen-tos de Assistência e de Espor-tes, exemplificando ,sem re-solvermos nossa situação -aUME e na FAE. Reivindicamosuma participação totel e empé de igualdade com as dematescolas superiores da Capitalda Repúbl.ca dentro da UMEe da Federação Atlética Estu-dantil. Isso nos possibilitaráresolver inúmeros problemas

assistenciais (restaurante; poli-clínica, colônia de férias, Ca-sa do Estudante) dos ebapia-nus e fazer com que rioSsc di-retório esteja presente

' em to-dos os momentos da vida estu-dantil carioca. Por uulrj .ado,para terminar, de=ejo assegu-rar que, se formos eleitos,apoiaremos todas as posiçõesda UME e da UNE na luta ge-

ral que o pov0 brasileiro tra-va contra o imperialismo".

Enquanto isso, Vítor Cavag-nari — candidato a presidentepela chapa "Vanguarda Pio-gressista" — nos afirmava que"no momento estamos elabo-rando um plano de trabalhopara o D. A. EBAP, e que se-rá divulgado dentro de brevesdias. Pretendemos estabelecerum programa em que todos osaspectos da direção de um ór-gão estudantil, com as caracte-rísticas específicas dn nosso Di-retório Acadêmica, sejam pre-vistos nas suas minúcias. Des-de já, podemos adiantar parao ME, que esse programa temcomo pontos fundamentais aluta pelo reconhecimento daescola pelo MEC e a expansãodas atividades culturais do DA,em seus vários aspectos. Ao la-dc disso, pretendemo., tam-bém, fazer a ampla divulgaçãodos princípios do naciont-itsmo,que entendemos ser instru-mento autêntico do desenvol-vimento do pais."

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Page 10: Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 * UM JORNAL QUE ...memoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1959_00174.pdfEra evidente com um homem desses, autêntico filho do povo, como Deodoro,

PAGINA 10 •¦ .• Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 •.

PASSO FUNDO — R.G.S. \Ã ovimento Espiritualista

Espiritismo e o Frei Boaventura[M dezembro do ano passado, esteve na cidade de Pe*

lotas, R. G. do Sul, proferindo conferências, o FreiBoaventura Kloppenburg, que abordou temas relaciona*dos com os fenômenos espíritas.

Agora, em entrevista a nós concedida, o sr. LauroEnderle, presidente da Liga Espírita Pelotense, dá o seuponto de vista a respeito do assunto:"Antes de tudo, devemos dizer que já conhecíamoso ilustre Frei Boaventura 0. F. M. quando aqui esteve háquatro anos, realizando conferências contra o Espiritismo,no auditório do Colégio São José. Agora volta o nossoquerido irmão a apresentar números novos de hipnotismo,levitacão e os "seus chamados" 18 estadas letárgicos.

Não cabe a nós defendermos o Espiritismo, porque oEspiritismo não precisa de defesa. A sua defesa está noconceito em que é tido melo povo: é a caridade desinte-ressada praticada através de milhares de Centros, espa-lhados pos êsse Brasil afora.

Mas comentaremos apenascomo nós, espíritas, encara-mos as contestações do irmãofrei Boaventura, contra osfenômenos, muito naturais,da mediunidade. Inicialmcn-te, devemos dizer que o Es-piritismo não aceita o sobre-natural, cm hipótese alguma.A mediunidade é o que há demais natural neste planeta,pois que tudo dentro da dou-trina é claramente explicado.

Confundir hipnotismo, mag-netismo animal, letargia, commediunidade é revelar um to-tal desconhecimento do quesejam os fenômenos mcdiúni-cos Senão vejamos: mediu-nidade é faculdade exclusivado corpo, é orgânica. Médiumé aquele que tem esta predis-posição. Assim, não basta apessoa querer ser médium,não. O médium já nasce com

tarefas a cumprir e tem ab-soluta intuição do que deveráfazer em sua encarnação.

Por conseguinte, quemacusar os médiuns de embus-teiros, dè iludirem a boa fédos menos avisados, está,também, acusando Jesus Cris-to. Jesus falava por "inspira-ção" divina e curava por im-posição das mãos. Que dire-mos de Estêvão, primeiromártir do cristianismo, mor-to a pedradas por ordens deSaulo de Tarso, foi tambémgrapde médium inspirado,de verbo fácil, quando falavano Evangelho de Jesus. Aquê-les que o escutavam sentiamuma força interior que lhesrestituía a paz c a tranqüili-dade de espíritos. Que dire-mos dos apostos Pedro, João,Tiago, Felipe, Mateus, todos

sperantoO. G. LOPES

— Dr. Zamenhof entregou ao mundo o idioma inter-nacional em 1887, usando o pseudônimo DR. ESPERANTO(aquele que tem esperança), prefácio e manual completoescritos em russo. Funcionou a língua, em- correspondeu-cia epistolar, até 1905 — quando foi submetida ao primei-ro exame oral, pois os çsperantistas reuniram-se na Fran*ça e realizaram o I CONGRESSO UNIVERSAL DE ESPERAN*TO. Esse certame, presidido pelo próprio autor da.línguaauxiliar, marcou a vitória de um idioma neutro para serviràs relações entre os povos que falam linguagem diferente.Projetos anteriores, de um idioma internacional, fracas-saram justamente na ocasião em que sofreram semelhan-te prova oral; mas isto não ocorreu com o Esperanfo, queacaba de passar, incólume, pela 44/ experiência dêssefeitio, pois Varsóvia (Polônia) serviu de sede, nos dias de1 a 8 de agosto a mais um ponto de reunião dos esperan-tistas de todo o mundo. Do discurso feito pelo Dr. Zame-nhof, naquela ocasião, há muito para ser devidamenteapreciado, entretanto por hoje salientemos a justiça queêle fêz ao autor do VOLAPUK, Sr. Johann Martin Schleyer.Proclamou Zamenhof o esforço daquele "respeitável an*cião", possuidor também dessa idéia, de uma língua co*muni a todos os povos civilizados. "Os méritos e os tra*

Jialhos do abade Schleyer" foram bem salientados no alu-

médiuns, pois recebiam ins-piração divina e falavam vá-rios idiomas que não conhe-ciam, realizando curas e con-consolando os desesperados.

Joana D'Arc ouvia vozesemanadas dos espíritos, parasalvar a França. No entan-to, foi acusada de "feiticei-ra" pelo Santo Ofício e con-denada a morrer na ofguei-ra. Francisco de Assis re-solveu pregar aos peixes, por-que ninguém queria ouvi-lo.Teresinha de Jesus, qüe re-formou a vida dos conventos,por onde passou. Antônio dePáclua que, em espírito, setransportou de Pádua a Lis-boa, materializando-se paradefender o seu pai. Váriasfiguras do pasado poderia-mos enumerar, que forammédiuns e que hoje estão ca-nonizadas pela Igreja Cato-lica

Embora reconheçamos oserviço que frei Boaventuravem prestando ao Espiritis-mo cm sua difusão, queremoslembrar que a igreja, no pas-sado, fêz Galileu abjurar, dejoelhos, que a terra não semvoia ao redor do sol. Con-denou à fogueira GiodanoMruno, pelo mesmo motivo.Mandou para a fogueira,também, ja João Huss, porquerer pregar uma doutrinacristã mais condizente com' Cristo.

D. Hélder Câmara, ao serentrevistado pelos jornais,sôbre a possibilidade do ho-mem ir à lua, declarou: "Aigreja acompanhará o homempara onde êle fôr". Com res-peito às viagens interplane-tárias, assim se manifestououtro prelado: "É bem pos-sível que Deus haja dissemi-nado vida humana em outrosmundos". Como mudam ostempos! Não é mais "heresia"falar naquilo que o Espiritis-mo vem pregando há um sé-culo: a pluralidade dos mim-dos habitados. O que a igre-ja ontem condenou, fazendovítimas, hoje, com a maiorsem-cerimônia, ela concordae aceita.

A incoerência de algunspregadores "especializados"da igreja é de pasmar. O ir-mão Vitrício, gaúcho maris-ta, também encarregado decombater o Espiritismo, afir-mou à imprensa que os espí-ritos que comparecem às ses-soes são espíritos do mal, dodiabo, de Satanás, enquantoque Boaventura diz o contra-rio, que é pura "sugestão",que os médiuns ficam suges-tionados e acreditam estar

falando com alguém que jámorreu; que, de maneira ne-nhuma, os espíritos dos mor-tos podem vir dar notíciassuas. Afinal, qual dos dois fa-Ia com conhecimento de cau-sa? Os espíritos, sejam dobem ou do mal, comparecemou não nas sessões espíritas?

Pelo cxposlo, vemos o ridí-culo daqueles que queremconvencer seu crentes de umassunto de que nada cnlcn-dem. A religião que comba-ter outra é sinal de que nãoestá muito firme em suasconvicções.

É uma religião que nãotem bases sólidas. Não temseus alicerces construídos na"rocha".

O médium que trabalhadentro do Espiritismo, cum-pre os ensinos de Jesus: "Daide graça o que de graça re-cebeis". O médium não viveda sua religião. Não mercan-tiliza os dons espirituais. SeJesus, de novo, surgisse nomundo, teria de empunharoutra vez o azorraguc contraos pretensos seguidores doseu Evangelho e expulsá-losdo templo.

Em nossas conferências pú-blicas tratamos sempre deabordar o Evangelho de Je-sus, sem a preocupação decombater quem quer que se-ja, que não pense como nós.Por que hostilizar o Espin-tismo e querer ridicularizaros médiuns? quando raro éo crente de outra religião queainda não se valeu do Espi-ritismo, através de passes ereceitas? Por que, então,abrir luta declarada contranós? Não cremos em Deus?Não praticamos a Caridadedesinteressada? Não temosas nossas instituições de ca-ridade? Não contribuímos pa-ra que o bem seja implanta-do na terra? De que nosacusam então? De que nãoexiste nada de sobrenaturalnas sessões espíritas? Que tu-do é natural. Mas quem dis-se que é "sobrenatural"?

O irmão frei Boaventurasabe muito bem que todo ês-se espetáculo quem vem apre-sentando em todo o país, nãoé, realmente, a expressão daverdade. Mas, os frades têmde obederec aos seus superio-res. Lamentamos profunda-mente a situação da igreja,no ponto a que ela chegouDiant^ de um público nume-roso, com entrada franca, freiBoaventura troçou do Espi-ritismo e dos médiuns, dandopasses num rapaz especial-mente contratado para suas

RAUL LIMA LANGAROdemonstrações e habilidades.Deparamos com aquele espe-táculo e ficamos pensandoqual seria a reação da igre-ja se fôssemos para um pai-co, em exibição pública, ne-gássemos e fizéssemos troçado ritual e cerimoniais catolicos.

Sc a igreja continuar comargumentos de autores reconhecidamente materialistas,para demonstrar que o Es-piritismo está errado, acaba-rá negando a sobrevivência ea imortalidade da alma. Pois,são justamente os fenômenosmediúnicos que desferem golpe mortal naqueles que afir-

mam que, com a morte, tudose acaba. E a igreja, por nãoreconhecer essa lei natural damediunidade, parou de rece-ber as revelações do EspíritoSanto há dois mil anos, poisa última revelação que rece-bcu encontra-se na Bíblia, es-crita pelo vidente João Evan-gelista, na Ilha de Patmos,intitulada a "Besta do Apo-calipse Depois, não maishouve intercâmbio espiritual.

Concluímos afirmando queo Espiritimos cumprirá suamissão junto à humanidade,"com os homens, sem os ho-mens e apesar dos homens".

O SEMANÁRIO ^ ANO IV '-£ NÚMERO 174sificação atômica, isto é, a quantidade de elétrons compo-nentes da cada corpo simples e o número à direita é o pesoatômico, ou seja a relação entre o HIDROGÊNIO — pesopadrão — e os demais corpos.

rinsulfk-ncün Corpos simples queuossiNcnçao entram iw compoil- Piso nloinlcomomlca ção do corpo humano

Hidrogênio 1.0(18.1 Uliu 6.940

Carbônlo 12.005Azôto 14.010Oxigênio 16.010

') Flúur 10.00011 Sódiu 23.00012 Magnésio 24.32(114 Silico 28.30015 Fúsíuro 31.04016 Enxofre 32.06017 Cloro 35.46019 Potássio 39.10020 Cálcio 37.07025 Manganês 54.93026 Ferro 55.84029 Cobre 63.57082 Chumbo 207.200

320 707 —

Que Somos Nós?NELSON MESQUITA CAVALCANTI

DERGUNTANDO a alguém a que Reino da Natureza pertence,certamente, êsse alguém, muito prontamente, responderá

que é parte integrante do Reino Animal.Sem embargo êsse famoso Reino só existe aparentemente.

É efêmero, ilusório, porque é, de fato, uma manifestação doReino Mineral, de onde os vegetais e animais saem e saírame para onde animais e vegetais coltaram, voltam e voltarão.Vê-se assim, com absoluta clareza, que árvores e animais sãoapenas manifestações momentâneas de algo que é relativa-mente REAL.

A nossa estrutura física é composta de 18 minerais a sa-ber: — HIDROGÊNIO, L1TIO, CARBÔNIO, AZÔTO, OXIGÊ-NIO, FLÜOR, SÕDIO, MAGNÉSIO, SILÍCIO, FÓSFORO, EN-XÒFRE, CLORO, POTÁSSIO, CÁLCIO, MANGANÊS, FERRO.COBRE e CHUMBO.

Em todos os tecidos e líquidos do organismo temos HI-DROGÊNIO, OXIGÊNIO, CARBÔNIO e CLORO; em solução,nos líquidos e na maioria dos tecidos temos AZÔTO; nas subs-tâncias albuminóides no sangue, nas secreções e em parte dostecidos temos ENXOFRE; a presença do FÓSFORO é cons-tatada no sangue, na substância venosa, nos ossos, nos dentesc líquidos do organismo; ainda nos ossos, nos dentes e nosangue existe FLÜOR; o SILÍCIO é encontrado no sangue, nasaliva, na bílis, na epiderme, nos cabelos e na urina, ao passoque o SÓDIO vive no sangue, em todas as secreções e nos te-ciclos; nos glóbulos vermelhos, na substância nervosa, nosmúsculos e nas secreções encontramos o POTÁSSIO; nosossos e nos dentes temos CÁLCIO e MAGNÉSIO; no sangue enos músculos constatamos a presença do L1TIO; o FERRO eo MANGANÊS são encontrados no sangue, na linfa, na bílis,no leite, no suor e na urina, enquanto que no fígado, no baço,na bílis, nos cabelos, temos o COBRE e o CHUMBO. Tudoisso misturado dá o corpo físico de cada um de nós. Com amorte a estrutura física se transforma nos mesmos elementosminerais que a compunham, os quais libertando-se da cadeiada vida, guardam contudo, no espaço, a MEMÓRIA de suaMANIFESTAÇÃO na Terra. Mas o corpo desapareceu e nadarestou, eis o problema.

A LEI DE UMBANDA nos ensina que a aglutinação decorpos minerais 'para efeito da composição do corpo humanonão é feita arbitrariamente, senão que obedece ao sistema SE-TENÁRIO, — base.divina da CRIAÇÃO em nosso sistemagaláxico.

Na demonstração abaixo o número à esquerda é a elas-

O número 320 é a soma dos elétrons componentes dos 18corpos simples que entram na formação do corpo humano; onúmero 707 (excluídas da soma as frações) é da mesma for-ma, a soma do peso atômico dos já mencionados Corpos. Aparticipação individual de cada Corpo Simples, isto é, aQUANTIDADE de cada um na composição de nosso corpo,também obedece ao sistema SETENÁRIO mas não é objetodo presente estudo.

Sc dividirmos o número 320 pelos 18 Corpos Simples o re-sulíado é 17,77, cuja significação oculta pode ser assim in-terpretada: — Sendo o 0 o não manifestado, o símbolo doInfinito, número 1 é, conseqüentemente, o MANIFESTADO— UM, ou em linguagem cósmica. — A ENERGIA, que crioua LUZ e de onde nasceram todos os Corpos Simples. Partindodo MANIFESTADO UM — (Coisa Criada) na direção da es-querda para a direita — rota cósmica da COISA CRIADA —vamos encontrar seguida e perenemente o número 7, represen-tando a Criatura humana, sob o domínio e proteção SETE-NÁRIA. — Para os que não participam do ponto-de-vista filo-sófico Umbandista, devemos esclarecer que a Criatura c aexpressão física dos SETE ORIXÁS (OXALÁ — IBEJI —YEMANJA — OXOSSE — XANGÓ — OGUM e EXU); quea cada ORIXÁ corresponde uma das sete 'cores do espectrosolar (Violeta, índigo, Azul, Verde, Amarelo, Laranja e Ver-melho), bem como uma das Sete Notas Musicais, um dossete dias da semana, etc. Para áiue a idéia se torne mais claradevemos dizer que a criatura humana é a imagem de Deus,isto é, um criação Setenária, uma manifestação de ZAMBEatravés dos sete ORIXÁS — DO UM Saem SETE que, baixan-do à Matéria, se juntam para formarem UM — a criatura.

O número 707 tem uma alta e profunda significação naLEI DE UMBANDA.

O Umbandista define ZAMBE como sendo o círculo cujocentro está em toda parte e a circunferência em nenhuma.O símbolo gráfico é, pois, o Zero, — aquilo que não temmedida.

A expressão matemática 707 encontra cabal explicaçãoliteral nas inscrições encontradas nos pórticos dos Templosde Ménfis e nos livros sagrados gregos, caldeus e hindus, ecujo teor é mais ou menos o seguinte: — "O que está em cimaé igual ao que está em baixo"; — "O Macrocosmo é igual aoMicrocosmo." — "O triângulo constituído com esses três ai-garismos Sete, Zero e Sete tendo como vértice de cima o Zero,e vértices da esquerda e direita o Sete, quer significar queentre o NAO MANIFESTADO SETE (SETE ORIXÁS) e oMANIFESTADO SETE — (coisa criada — Criatura) — hásempre e eternamente ZAMBE, infinito, indefinível, inconce-bível. Pode-se objetar que a expressão 707 pode significarANTES de ZAMBE e DEPOIS DE ZAMBE, o que é um absur-do, pois que nada pode ter antecedido a ZAMBE. Aos queassim raciocinam devemos esclarecer que na eternidade nãohá ONTEM, nem AMANHA, ANTES e DEPOIS - PASSADOe FUTURO, mas só e unicamente o HOJE, o AGORA, oPRESENTE.

Por fim, o Umbandista crê, firmemente, que veio do seioinfinito de ZAMBE e um dia para lá voltará. Admitimos queo nascimento é positivo e, assim, regido pelo sinal MAIS ea morte é negativa, obedecendo ao sinal MENOS. De formaque temos: mais sete, menos sete igual a Zero, igual a ZAMBEsoma de todas as coisas que vieram, que vêm e que virão.

dido discurso: ''com grande fervor êhrtrofiaJhou durantemuitos anos, pacientemente elaborou do começo ao fimseu projeto, conseguindo o interesse mundial pela causade um idioma neutro e, assim, seu nome deve sempreocupar lugar de destaque na história de nosso ideal".

— Agradecemos o convite recebido do NITERÓI ESPE-RANTO-KLUBO a fim de assistirmos no próximo dia 22,às 16,30 horas no Palácio do Comércio (Av. Amaral Pei-xoto, 286*2.°) a palestra do Prof. J. B. Melo e Souzasôbre: "Zamenhof, benfeitor da humanidade"; bem como,aos exemplares que recebemos dos seguintes órgãos: RioEsperantista, Laborista Esperantisto (Holanda), EsperantoMiguel Paulista - SP).

O Meu Reino Nãoé Deste Mundo

YARANDASA

Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, a an-gústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo ou a espada?"Romanos 8-9, vers. 35".

Em verdade, em verdade vos digo que se alguém guardara minha palavra, nunca verá a morte eternamente. "S. João,capítulo 8, vers. 51".

Com tão belas palavras Jesus cimentava a esperança emtodos os corações abertos a Sua bondade e sabedoria.

Os que realmente são cristãos, gozam de fato esta certezade reabilitação moral perante Deus, o Supremo Doador. Osque se agrupam em torno do venerável vulto de Jesus, usu-fruem as bem-aventuranças daquela magnífica justificação.Os que vão se redimindo nas palavras do Mestre amorável,nascido do ventre sagrado de Maria, possuem no coração adoçura e na consciência, a presença da luz que dirige a vidae assegura o êxito na escalada do monte em busca da Vitória!

Foi possuído desta certeza redentora que Estêvão, o pro-to-mártir do cristianismo, declarou perante os seus sacrifica-dores, antes de expirar: — "Senhor Jesus, recebe em Tuasmãos o meu espírito!"

Bendito o homem que ao terminar a sua jornada terrenaelevar a sua palavra aos céus para repetir as mesmas palavrasproferidas por Estêvão.

Foi gozando da mesma certeza que dá lugar à paz de almaque os mártires do cristianismo partiam para a arena san-grenta dos anfiteatros, cantando Salmos de Louvor a Deus, erendendo homenagens ao Pastor Amado, Jesus.

Hoje, quando as feras esfaimadas do egoísmo e das des-cabidas pretensões humanas ameaçam a nossa segurança ea nossa fé, devemos entoar louvores, porque trazemos no co-ração, não um Jesus crucificado, mas um Jesus vivo e ben-dito, que nos ampara e perdoa, que nos conduz, não ao pa-tíbulo, mas à glória das moradas Eternas do nosso Pai ce-lestial.

Irmãos, estejamos em condições, não para viver simbò-lieamente o martírio do Senhor Jesus, mas para executarmosfielmente a Sua ordem sublime: — "Amai-vos uns aos outros."Nada de flagelações fictícias ou não; nada de representaçõesteatrais, mas muito de amor e compreensão, porque o Senhorpresidindo a mesa onde encontramos Pão da Vida, a Frater-nidade, partindo-o, repete aos nossos corações: "Fazei isto emmemória de mim..." O que devemos fazer em memória doSenhor, é nutrir com Vida e Esperança, com Perdão e AmorO coração de todos os seres l

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Código Penal da Espiritualidade(Recebido mediünicamente por Gil Vicenteda Silva Parisi sob inspiração do EspíritoAlex no Sanatório Espírita "Vicente de

Paulo" de Ribeirão Preto — S. P.)

Art. l.° — Colhemos o que plantamos, sementes boas dãofrutos bons.

Art. 2.° — O céu está em nós mesmos quando praticamospensamentos, palavras e atos bons.

Art. 3.0 — o inferno está em nosso íntimo quando vive-mos em sintonia com vermes que corroem o corpo e espírito.

Art. 4.0 — "Nascer, viver, morrer, renascer e ainda progre-dir continuamente esta é a lei".

Art. 5.° — O céu e o inferno estão por toda a parte e nadependência de cada um de nós.

Art. 6.° — Fomos criados simples e ignorantes ao lado dolivre arbítrio.

Art. 7.° — A liberdade concedida pelo Supremo Arquitetodo Universo i respeitada quer sejamos encarnados ou desen-cantados.

Art. 8.° — O livre arbítrio é relativo e haverá maior liber-dade quanto mais evoluído fôr o Espírito. Deus não poderiadar armas perigosas a crianças em desenvolvimento...

de encontro à Justiça, Sa- ART. 22.° — Na Criação Divl-bedoria e Bondade do Cria-dor.

ART. 14.° — Resgatamos porduas maneiras: amando ousofrendo. A escolha é feitae realizada pela própriacriatura.

ART. 15.° — Somos criaturase não criadores. Somos des-cobridores e não Inventores.Somos indivíduos, Indlvisí-veis, teto é, não podemosser divididos.

ART. 9.° — A pena é direta-mente proporcional a falta.

ART. IO.0 — A vida é única.O passado, presente e fu-turo se confundem na Es-piritualidade.

ART. 11.° — Expiação e pro-va são alavancas que nosImpulsionam paraa frente.

ART. 12.° — Toda falta serápunida e todo ato nobreterá recompensa.

ART. 13.° — As penas éter-nas não existem, pois vão

ART. 16.° — Cada qual é res-ponsável pelos própriosatos; pais não pagam cri-mes de filhos c nem filhospagam faltas dos pais.

ART. 17.° — O arrependimen-to e a reparação abrangemo binômio espaço-tempo.

ART. 18.o _ a verdadeiraconfissão se faz quando seprocura a pessoa a quem seofendeu e com ela se con-serta o erro.Fraternidade sem egoísmo,.Igualdade sem orgulho eLiberade sem opressão.

ART. 19." — "Há muitas mo-radas na casa de meu Pai".

ART. 20.° — Na realidade, nãoexiste "embaixo" — nem"em cima" — no Universo.

ART. 21.° — O Homem deveter um equilíbrio perfeitoentre Sabedoria (cérebro)e Sentimento (coração).

na há apenas progresso, ejamais retrocesso; mesmo oestacionamento é dificíli-mo de se obter.

ART. 23.° — Por mais perver-so que seja o Espírito,Deus jamais o abandonou,abandona ou abandonará.

. Há mais alegria no Reinodos Céus quando entra umpecador arrependido que 99justos. Nenhuma das ove-lhas será perdida.

ART. 24.° — Reencarnação,Evolução e Karma (relaçãoentre causas e efeitos) sãopontos básicos da exístên-cia.

ART. 25.° — O Espírito deveprogredir por impulso daprópria vontade, nunca porqualquer sujeição.

ART. 26.° — A presença davítima diante do criminosoé um suplício terrível...

ART. 27.° — As penas de mor-te usadas na Terra, matamo corpo somático. E o Es-pírito?...

ART. 28.o _ A felicidade dosEspíritos que alcançam oReino dos Céus não consis-te na ociosidade contempla-tiva, que seria uma eternae fastidiosa inutilidade.

ART. 29.o _ Não é tão fácilreencarnar, como geralmen-te pensamos...

ART. 30.° — Não confunda-mos PROVA com EXPIA-ÇAO.

ART. 31.° — Não existem pri-vilégios ou privilegiados naCriação Divina; todos nóssomos filhos do mesmo Paie irmãos em Cristo.

ART. 32.° — Um dia seremosCristos, quer queiramos ounão, mas jamais deuses...

ART. 33.° — Deus é eterno,imutável, imaterial, único,onipotente, SOBERANA-MENTE JUSTO E BOM.

Page 11: Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 * UM JORNAL QUE ...memoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1959_00174.pdfEra evidente com um homem desses, autêntico filho do povo, como Deodoro,

NÚMERO 174 -^ O SEMANÁRIO * ANO IV * • Semana de 29/8 a 4 de Setembro ãè 1959 C .'• PAGINA III—"

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LÉCr RODRIGUES ÒÈ ALMEIDA

CLASSIFICAÇÃO DE CARGOS - ESTÁ NA HORAJarbas Maranhão (Senado) relatou o projeto Federal

Desde sexta-feira última (21 de agosto)ganhou impulso a campanha pela Classifl-cação de Cargos e Funções do Serviço Pú-blico, no plano federal. É que o sr. JarbasMaranhão apresentou seu relatório à Comis-

A "Classificação" daspiana

são de Serviço Público do Senado, na formade projeto substitutivo àquele que fora apro-vado na Câmara dos Deputados, cm outu-bro de 1958.

A Câmara dos Deputados, na legislaturapassada, aprovou, na íntegra, sem a menoralteração, o Pleno de Classificação organi-zado pelo DASP, o qual mereceu repúdiopor parte do funcionalismo, que o chamou"Código de Castigos"; as organizações re-presentativas da Classe, conduzidas pelaColigaçãu de Associações Pró-Classificação(CAC) e União Nacional dos Servidores Pú-

blicos (UNSP), combateram frontalmentc otrabalho sancionado pelos deputados, mo-vimentando os servidores públicos federaise autárquicos, em todo o país, em amplacampanha, cujo objetivo é a aprovação, peloSenado, de um projeto substitutivo, alteran-do completamente o primitivo (aprovado naCâmara) e atendendo as reivindicações dofuncionalismo.

Posição das AssociaçõesEm novembro passado as Associações

definiram os princípios básicos que espe-ram ver respeitados no Plano de Classifica-ção (proposta Lycio Hauer):

F. CUHY E GARCIA FILHO

^ms^mM^domÊÊÊÊBrilhante discurso da Sra. Edna Lottna inauguração do Comitê Nacio-

nalista pró-Lott, de Mesquita

promoções por antigüidade c mereci-mento;

— valorização do trabalho profissionalespecializado, técnico e científico;

— não redução de vencimentos básicos;— extensão do Plano às autarquias, in-

dependentemente da respectiva situa-ção financeira;

— estabilidade para o pessoal das ver-bas globais com mais de cinco anosde serviço;

— Instituição de uma Comissão Paritáriade Classificação para implantar e ad-ministrar o Plano, constituída, meta-de por pessoas livremente nomeadase metade por servidores eleitos pelofuncionalismo.

— pleitear, concomltantementc, a eleva-ção do salário-família (Cr? 500,00 era,àquela época, a proposta das Associa-ções).

o funcionalismo

— classificação de Iodos os atuais cargose funções, inclusive os extranumerá-rios de todas as categorias, sem qual-quer discriminação;

— maior amplitude para as novas carrei-ras (scriação dc classes) e escalona-mento salarial em 18 níveis;

— intervalo de classe de dois níveis;— respeito ao princípio de "igual traba-

balho, igual salário";— enquadramento do servidor nas fun-

ções que realmente venha desempe-nhando há mais de dois anos, median-te readaptação e com direito de opção;

— instituição de um objetivo sistema de

VitoriosoCom o relatório Jarbas Maranhão o fun-

cionalismo e suas entidades representativasvên. atendidas (quase todas) suas reivindicações.

Sem dúvida há alguns pontos que me-recém reparos. O sr. Maranhão não aceitou

Perspectiva de luta sériaEis porque se anunciam, desde já, aigu-

mas manobras com que se pretende torpe-clear o substitutivo Jarbas Maranhão. O tra-balho de S.Sa. não foi sequer publicadopelo "Diário do Congresso", nem ainda dis-culido na Comissão de Serviço Público doSenado e já se pede (Senador Mem de Sá)audiência do DASP e do Ministério da Fa-zenda.

Têm assim, o funcionalismo e suas As-sociaçóes, a medida do esforço que a classeterá de realizar para ver aprovado um tra-

Contra a "operação demagógica

a Comissão Paritária para Instituição doPlano. Preferiu a solução do P.".SP — co-missão de cinco "sábios" c criação da Di-visão de Classificação. — No entanto, nofundamental, adotou as soluções defendidaspela Coligação e UNSP.

balho que realmente atenda seus anseios eas necessidades básicas do Serviço Público.

£ necessário, portanto, que o funciona-lismo construa rapidamente a unidade deação capaz de assegurar a vitória dos prin-cipios já incluídos no projeto Jarbas Mara-nliâo; como é indispensável que saiba en-conlrar meios justos para a defesa daquelesnão aceitos por S.Sa., sem servir de massadc manobra para os inimigos da classe edo Serviço Público, que estão interessadosapenas na derrubada total do projeto.

Outra tática que provavelmente será usa-da pelos inimigos do funcionalismo e do Ser-viço Público é a "operação demagogia", queconsiste em estimular os servidores à apre-sentação de emendas absurdas (protegemgrupos isolados, elevam fantàsticamcnte osníveis de vencimentos), as quais transfor-mam o projeto numa colcha dc retalhos, tu-multuam sua tramitação, atiram uns contraoutros aqueles setores mais importantes dofuncionalismo, impedindo, consequentemen-

A "operação demagogia" envolve tam-bém parlamentares (acolhem emendas cons-cientes, antecipadamente, da impossibilida-dc total da sua aprovação) que não sabemdesempenhar seu mandato lutando a favordas medidas justas e contra as injustas.

A "operação demagogia" desmoraliza ofuncionalismo perante a opinião pública, fa-zendo com que a classe apareça como uinbando de oportunistas em busca de prlvilé-gios imerecidos.

te, a aprovação da matéria.

. As Associações estarão reunidas hojeSerá grande a movimentação hoje, na

UNSP e na sede da Coligação de Associações(Rua Santa Luzia, 305 - 7." andar). As enti-dades representativas do funcionalismo fa-rão reunião para acertar medidas que ga-rantam a aprovação imediata do Plano deClassificação de Cargos.

Podemos informar, cm linhas gerais, atendência dominante:

apoio ao substitutivo Jarbas Maranhão,no seu conjunto;adoção de emendas corretivas (essen-ciais);luta contra a demagogia;campanha nacional de esclarecimento daopinião pública;mobilização do funcionalismo em tudo oPaís visando interessar os senadores na

rápida tramitaçãc)_cto_rjTpjelQ.

0~que é o substitutivo Jarbas MaranhãoTABELAS DE VENCIMENTOS

CARGOS EM GRATIFICAÇÃOCARGOS EFETIVOS COMISSÃO DE FUNÇÃO

Valor deReferência Progressão vencimento

Níveis Horizontal Símbolos Valores Símbolos mais a gra-Base (triênio) mensais tificação

mensal

18 25.000,00 1.075,00 1-C 50.000,00 1-F 32 000,0017 22 000,00 975,00 2-C 47.000,00 2-F 30.000,0016 20.000,00 875,00 3-C 44.000,00 3-F 28.000,0015 18.000,00 775,00 4-C <"..000,00 4-F 27 000,0014 16.500,00 700,00 5-C 4U.uOO,00 5-F 26.UOO,00

6-C 38.000,00 6-F 25.000,0013 15.000,00 625,00 7-C 36.000,00 7-F 24 090,0012 14.000,00 575,00 8-C 34.000,00 8-F 23.000,0011 13.000,00 525,00 9-C 32.000,00 9-F 22.000,0010 12.000,00 475,00 10-C 31.000,00 10-F 21.000,009 11.000,00 450,00 11-C 30.000,00 11-F 20.000,008 10.000,00 425,00 12-C 29.000,00 12-F 19.000,007 9.000,00 400,00 13-C 28.000,00 13-F 18.000,00

_6 8-500,00 375",00 l*e 27.000,00 14-F 17.000,005 8.000,00 350,00 15-C 26.000,00 15-F 16 000,004 7.500,00 325,00 16-C 25.000,00 16-F 15 (100,003 7.000,00 300,00 17-C 24.000,00 17-F 14 000,002 6.500,00 275,00 18-C 23 000,00 18-F 13 009,001 6 000,00 250,00 19-C 22 000,00 19-F 12 000,00

Especial 3.000,00 20-C 21.000,00 20-F 11 000,0021-C 20.000,00 21-F 10.000,00

Conformo noticiamos emnossa colur.d d'0 SEMANA-RIO de 22 a 28 de agosto, du-rante a inaugurarão do Co-mitê Nacionalista Pró-I.olt deMesquita, um dos discursosque mnis impressionaram acirande mass.i pomd;"- reuni-da na ede da S"-!edarle F'.-nertiva Sete d- Ç»»—nl«~» '"Io da senhora F"*!* I OTT.rer>re™nt:>nt» do M.-»r-VIl.o'l. FErendo um fHelíssHo-retrosníctn da vida do cindi-dato do povo brasileiro à su-prema magistratura da rca-ção, a sra. E^na Lott, rom asimpatia ouu lhe é caracterls-tlca, anresr-^toM-r^s aspectosHa perrinali^-dp dn M?>"<»chalLotf. que mais d-< «119 nunca.justificam a sua ip-tír.~/-5o co-roo o homem n^turp' mradar nressei-uimcVo po vastoDrnnr?>m d» rp"l!*-'ões tra-rado rolo imortal Pr«!r-!d»nfeVarga»,

O discurso da sr*. Edna!..o»t impressionou pela sinc*-rideri-» e pela objetividade,ewvMtuindo n?" pn«nas amanifestarão da f!lha*do nos-so candidato, mas a na-*'*l-pací-> consciente da mu"i<,rbrasileira n^ causa oue comtanto c-tusiasmr. abraçamos:o soerniHepto da nosca »co-nomia Industrial e nnrlcoia, ad.ífesa dos nossos interessesinternos e externos, a manu-tenção d? nis*a K>h»r»n>^ co-rr"> nação inde^^d-f-fo >> naliiamfntn das f*irf>q «cultasqu« procuram, nor '-dos osmeios c mo^os. 'Tf^r a cor-",M-ic30 do id?al n»ciona-ll.«K

Transcrevemos aNixo, comÍTen*--> honra, o discurso daSra. Edna Lolt. para ou* nos-sos leitores possim aecil-^taro •**»! valor « oi"-4"'nr''l"*^o:"Meus patrícios, Partic'"""i-do do movimento au« se d*»s-Una a lover ao Governo, paranossa felicidade o homemciuh re-rçrpr.ía o* M°ais nv>is'"ITOS ^ noceo TWn, «e^a

çfa^a-:, (jocoí-, fiint*** a r^WHanal.ivra » de »"nfos oufosoue ton1") ouvido, romn v6",em seu louvi- e em louvor detudo n nio êle defenH». Acom-D5nho ês*e movimento, aueestá ganhando o Brás'! emtoda a sua ex'ensão e em tô-das as suas classes, por mui-fos motivos, esses motivossão es mesmos oue levam ca-Ha um de vós a acompanha-Io. abriqandn-se sob a ban-Heira que êle desfralda ehonra.

Muito vos poderia dizer derazões do coração que -melevam a iunt-*-me ao movi-mento que o fêz candidato 'oqovêrno Hos hrariteiros. Sãoboas e sólidas r.võos como asoue cada um de vós tem parahonrar os que virnm nascer evos apontaram um caminhona exlstênrin. Meu oai corbe-ceu dificuldades para criaros seus filhos e sempre viveu

_ —modestamente;—Berr-Hòs, em-tretanfo, e em todas as opor-tunidades. a lição da hon-a-dez, dn clareza de athides,do trabalho e da honestidadede propósitos, Eu vos node-ria dteer oue êle *oi e é umsoldado modelar. Prefiro, en-tretanfo, que isso seja ditopor outros, pelos que. o conhe-eeram como tal. Posso afir-mar, entretanto, que êle foisempre um pai modelar. Nãoestaria aqui, entre vós. Hefen-Hendo os mesmos ideais, ba-tendo-mo pela mesma causa,se êle não me tivesse prepa-rado para fsso.

Há, entretanto, em nossopaís, graças a Deus, milhõesde pais mndelares que, sendoapenas isto, já cumpriramuma alta e nobre missão. Nãovos falo apenas como filha doLott; falo-vos como compa-nheira de ideais. Não acom-panho um candidato pela cir-cunstância, grata ao meu co-ração, certamente, de estar li-gada a êle por laços de famf-

lia, laços sagrados, que meobrigariam e me obrigam ahonrá-lo em todos os instan-tes. Tal circunstância é im-porlante, mas não é única,nem é a fundamental, Pode-ria honrá-lo em meu lar, fôs-M a circunstância de paren-tesco a exclusiva.

Estou participando de ummovimento de opinião, o maisextenso e o mais profundoque o Brasil já assistiu e quese destina a engrandecê-lo,porque êste movimento é co-,mandado por um homem quetem todas as condições para,com o vosso apoio, como re-presentante das opiniões de

ulIiiBIiliiiiil]nosso povo, realizar as re-formas de que o nosso paistanto necessita. O Marechal éum homem que jamais faltaaos seus compromissos, quejamais se afasta do caminhodo dever, que jamais se dis-tancia do rigor no trato dacoisa pública; isto posso asse-gurar-vos, pela circunstânciado rigor no trato da coisapública; Isto posso assegurar-vos_. pela circunstância de tervivido junto dele. Até o mo-mento em que começou adistir.guir-se na vida pública,o Marechahl era apenas eo-r.-hecido por suas qualidadesexcepcionais de soldado e dechefe de família exemplar.

Mas, assim como os brasi-leiros acompanharam "- seusatos e decisões, naquilo queinfluiu para a manutenção doregime democrático, naquiloque influiu para a preserva-cão de nosso patrimônio ma-terial, naquilo aue Influiu pa-ra a defesa dos interessesbrasileiros, os que lhe estavamligados pelo sangue viram so-mar-se os motivos para bon-rá-lo e admirá-lo. E é porIsso que estou aqui, como es-tarei em todos os lugares, namedida de minhas forças, pa-ra ajudá-lo em sua nova mis-são, certamente a mais altaque iá foi apresentada a umbrasileiro i> que êle cumprirá,com a mesma firmeza, a mes-ma honestidade e mesma de-voção com que cumpriu tô-das as outras, grandes e pe-quenas, que a vida lhe apre-sentou.

Neste caso, porque partilhodc suas-ldéias, porque deter.--do os mesmos princípios, por-que amo as mesmas coisas,sou apenas uma pessoa entremilhões ajudando ao cândida-to aue o povo escolheu e aju-dando a todos os que se con-sagram à farada de leva-losao poder.Como brasileira, acompanoas suas atitudes em defesa doregime democrático, partilhode seus ideais nacionalistas,amo o meu país e pretendovê-lo soberano, rico e feliz.

Tomando parte nesse movi-mento, que nos irmana a to-dos, sou uma criatura queer.controu o seu caminho eo seu lugar, independenteda circunstância de família:acompanharia o MarechalLott ainda que não fôs«e suafilha, pois penso que esse éum dever a cumnrir. e êleme ensinou a realizar comperfeição todos os deveres.

Desejo, pois, que cada umde vós me veja como tal,uma parcela do povo brasi-

FI — Adola o sistema defen-dido pelo funcionalis-

mo, organizando o ServiçoPúblico, de baixo para cimaem: Cargo, Claese, Série deClasses, Grupo Ocupacional eServiços.E7J — Distribui as classes em

dezoito níveis de venci-mentos.BI — Manda definir, em regu-

lamento próprio, asatribuições e responsabilidadesatinentes aos cargos.

P| — Manda escolher, entrefuncionários ocupantes

das classes mais elevadas desgrupos ocupacionais, aquelesque devem exercer cargos dedireção intermediária.

Estabelece progressãohorizontal (aumento de

vencimentos periódico), poririénio de efetivo exercício.ra — Cria um Capitulo (quin-

to), estabelecendo re-gras de enquadramento (dire;o.especifico e genérico), confor-me as sugestões das Associações.Cl — Enquadra todos cs fun-

cionários e extranume-ráríos. sem discriminação.

ASPECTOS POSITIVOSE0

m

a

Admite a existência dopessoal temporário o

de obras (sujeito ao regime daConsDlidação das Leis d0 Tra-balho), para funções transito-rias, mediante regras que nãoadmitem seu desvio para fun-ção que não aquelas para asquais foram admitidos ide-missão ou destruição para osresponsáveis).

Prevê promoções pormerecimento e aniigui-

dade (dois terços e um terço,respectivamente).Çlfn — Cria comissão, inte-

grada por funciona-rios pertencentes ao nível maiselevado de cada série de cias-ses. para julgar o merecimen-10.íin — Cria capitulo especial

(décimo) para rea-daptação de funcionários des-viados das suas verdadeirasfunções, enquadrando-os nasque efetivamente exercem hámais de três anes; com exces-são do praso de três anos, ocapitulo atende as sugestões dofuncionalismo.Cf PI — Cria capítulo e;pcci-

fico (o décimo pri-meiro), concedendo gratifica-

ção (variável entre 100 e 150TÍ)sobre o vencimento atribuídoao cargo do funcionário sujeitoíit regime do tempo in.egral.

— Manda aproveitarcor.cursados do DASP

nas autarquias.nn — Conced» gratificação

especial aos fundo-

me

nârlçfl de nível superior, segun-do a duração dos cursos res-pectivos (5 anos — 30%; 4anos — 25',;.; 3 anos — 20%;

2 anos — 15%).OS ~ ElliVa para Cr$

50.000,00 os venci-mentos dos Professores Cate-drá icos das Faculdades.

QQ3 — Garan,e o aproveita-

mento dos Tesourei-ros e Auxiliares de Tesoureirosinterinos nss Vagas futuras.ErSE? — Enquadra os funclo-

nários do M. V. O. P.,cedidus à Rede Ferroviária Fe-deral S. A.

DE0

ASPECTOS NEGATIVOS

Dá prazo até 1-1-1960para que o Poder

Executivo baixe os atos regu-lamentares necessários à exe-cução da Lei.rjgn — Fixa em CrS 600.00 o

salário-família,— Estende a Classifica-

ção de Cargos às au-tarquias, ressalvadas suas pe-culiaridades, independentemen-te da situação financeira decada uma delas.pirn

— Estabelece a data detamM 1-1-1960 para que aClassificação seja posta em vi-gOr.

00

n — não manda definir direitos atinen-tes a cada cargo (fala apenas em de-veres).

H — a função gratificada não acumulacom os vencimentos fixos. Manda pa-gar a diferença.

BT — prevê a progressão horizontal portriênio numa importância fixa e nãopercentual (5%), conforme defende ofuncionalismo.

Kl — não obriga a apuração objetiva demerecimento, mediante provas de prá-tica de serviço.

g — estabelece interstício de três anospara promoção, contrariamente ao quepretende o funcionalismo; dois anos.

fjS — na promoção por Acesso não pre-vê a "Classificação em concurso detítulos que aprecie a experiência fun-cional".

Cl — cria Comissão de Classificação semrepresentação do funcionalismo. AsAssociações lutam pela Comissão Pa-

rltária (quatro membros designadospelo presidente da República e qua-tro eleitos pelo funcionalismo \

PI — não dá prazo para instituição daClassificação nas Autarquias, nem pre-vê, para elas, a Comissão de Classifl-cação específica.

[jl — exclue do sistema de Classificaçãode Cargos os Diplomatas, Tesoureiros,Auxiliares de Tesoureiros, Conferen-tes, Avaliadores e Procuradores.

fim — não prevê a revisão dos proventosdos Inativos.

nn — efetiva os interinos, sem exigir con-curso.

SIM |— transforma em Técnicos de Adml-nistração os funcionários do DASP eos requisitados que vêm exercendofunção de direção, chefia ou assesso-ramento.

||kl — não fixa prazo para publicação dosnovos quadros oriundos da aplicaçãoda Classificação de Cargos.

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AMEAÇA AO DIREITO DE GREVEO PROJETO de regulamentação do direito

de greve está rorrendo o risco de ser tre-mendamente escamoteado por senadores quecostumam dormir mal sempre que ouvemfalar em proletariado. Nossas casas legis-lativas estão longe, ainda, de serem locaiscm que se reúnem os verdadeiros representantes das massas populares. Os legislado-res, embora eleitos por uma maioria dc gen-te do povo, na realidade defendem interés-ses contrários aos dessa mesma gente. Sim,temos que convir que um trabalho dc de-detização está sendo feito. O número dosinimigos do povo que vão sendo colocados àmargem cresce sempre. Mas, há os rebuta-lhos que conseguem escapar à higienizaçãoeleitoral. E são esses rebutalhos que agoraestão mexendo os pauzinhos no sentido detorpedear a Lei dc Greve.

A Lei de Greve será aprovada? Será. Sò-bre isto não pairam dúvidas. Mas, o funda-mental c saber que espécie de Lei dc Greveserá aprovada no Senado. Uma Lei de Greveque exclua do direito de greve os trabalha-dores marítimos, os rodoviários, os portuá-

rios, os funcionários públicos ou autárquicos,os aeronautas, etc, deixa de ser uma Leide Greve. Passa a ser uma tapeação,, umalei de arrocho. O decreto 9.070 foi feito deencomenda para reagir contra os trabalha-dores, contra a soberania das assembléiassindicais, única autoridade para dizer sedeve ou não deve ser deflagrada uma greve.Pois o que se está querendo fazer, no Sena-do, é nada mais nada menos que dar ao9.070 um outro número e um outro nome.Apenas isso. Porque o conteúdo seria omesmo.

Os trabalhadores precisam abrir os olhos.Há que' fazer uma forte pressão sobre o Se-nado. Aos dirigentes sindicais cabe mobili-zar a massa. Os representantes cio tubaro-nr.'.o, c.i traficantes de influencia, sempreque há um projeto do seu interesse, uma sub-venção para encher seus bolsos, não saemdos corredores das casas legislativas.; Poisque os trabalhadores façam o mesmo. Dêemduro nos senadores. Caso contrário, a. Leide Greve será um verdadeiro "conto dd vi-gário".

MANIFESTO DO SINDICATO DOS PROFESSORESO Sindicato dos Professores

Vem de tomar posição contraas manobras dos tubarões doensino privado — cujo porta--estandarte é o espertalhãoCarlos Lacerda — no sentidode que ." Lei de Diretrizes eBases do Ensino venha a serum manjar dos céus para aquê-les que consideram o ensinocomo uma indústria qualqquer.E.s o manifesto do Sindicatodos Professores:GUEKRRA AO PELEGTJISMO

Dizem que o pelego foi umacriação do Estado Novo. Nãoconcordamos. O pelego C pe-lego não porque tenha sidocriado por alguém ou por ai-gum regime de governo. E pe-lego porque não tem consclên-cia de classe, porque dá a vidapor uma acomodação, enfim,faz o Jogo da "paz social", queé a paz dos patrões em trocada miséria dos trabalhadores.Mas, o nosso objetivo aqui nâoc fazer um estudo profundosobre o pelego. O que quere-mos é consignar noticias aus-piciosas sobre o assunto. Naeleição para a Federação Na-cional dos Arrumadores, saiuvencedor Severino Schnalpp.Sua vitória significou a quedado "reinado" do pelego Sebas-tião. Luís Je Oliveira, há Í3 .anos ocupante do. posto. Outrofato. auspicioso: Mamcde Cae-tano Teixeira, pelego marítl-mo, foi derrotado, no Conse-lho da Federação Nacional doaMarítimos, quando pretendiaser indicado pela entidade para o cargo de presidente doConselho Fiscal do IAPM. Eainda tem mais: soubemos qu*o secretário do Sindicato dos.,Têxteis, o Hércules Corrêa, du-rante uma sessão do ConselhoConsultivo da CNTI, pediu uma

reunião secreta para debate daatuação dos pelegos. Uma gucr-ra aos pelegos só pode mere-cer aplausos.

A MELHOR LEI DE GREVEA fim de que os trabalhado-

res conheçam 0 projeto quenós reputamos como o melhor,como o que consulta, realmen-te, os interesses dos assalaria-djs, transcreveremos o de nú-mero 24/58, publicado no "Diá-rio do Congresso" de 18 demarço de 1958:

Art. 1.° — O direito de gre-ve é exercido pelos trabalha-dores de qualquer categoriaprofissional, organizado» ounão em sindicatos.

Art. 2." — Greve é a para-lisação voluntária c coletiva dotrabalho por parte dos empre-gados de uma ou mais emprê-sas ou estabelecimentos, oU desuas ,õr\

Art. 3." — Cabe ao Sindica-te-, ou grupo profissional lnor-ganizado, ¦ 0u aos empregadosdc uma empresa, decidir, emassembléia dos interessados, daconveniência da greve.

Art. 4." — São consideradaslícitas as greves retvlndicató-rias de natureza econômica,ou que estejam vinculadas aoexercício da ativlda-" [fofls-stonal. dos trabalhadores, In-clúihdo-sa as simbólicas e ps

'de solidariedade.'Art. b. '— O Sindicato oU oa

representantes dos trabalha-dores comunicarão fc empresaas razões da greve, dellmltan-do o prazo mínimo de 48 horaspara a resposta. Serão tambémcientificados o DepartamentoNacional do Trabalho ou as De-legapias,. Regionais,.

Parágrafo único — Á faltade resposta ou a recusa dosempregadores em atender às

reivindicações dos trabalhado-res Justificará a irrupção nomovimento.

Art. 6.° — Declarada a greve,serão designadas Comissões oudelegados de greve, não po-dendo estes ou nenhum dosmembros ser presos nem obs-tados nas suas atividades.

Art. 7 o — É permitida a or-ganlzação de piquetes de gro-vistas para coleta de auxílios,propaganda do movimento,mesmo nas imediações dos lo-cais de trabalho.

Art. 8." — Não serão perml-tidas depredações nem quais-quer outros atos de violência,ficando sujeitos os infratoresás penas da lei,

Art. 9." — Foderf , Slndl-cato ou qualquer outro grupoprofissional —ganizar um fun-dc dc greve, que será constl-tuídi, das rendas não especL'i-cadas do Sindicato, 'das ofertas

donativos, revogando-se tô-das as disposições que- impe-çam ou dificultem a movimen-tação de seus depósitos ban-cario s.

Art. 10.° — Ninguém Serádispensado do trabalho pormotivo dc greve.

Art. 11 — Toda a autoridadepolicial ou administrativa queimpedir ou tentar .' pedir ,p 11-vrc eícercic:: do direito dó gre-ve será sumariamente afastadado cargo.

Art. 12.° — Não se chegandoa uma solução imediata, pode-rão as partes interessadas nodissídio coletivo apelar para aJustiça d0 Trabalho, cuja açãoserá arbitrai, dentro dos prin-cipios da lei.

. Art. 14.° —; Ficam revogadoso Decreto-lei 9.070. de 15 demarço de 1946, e todas ag'dis-posições em contrário. ;

leiro que põe, nosta fase dl-flcil, as suas melhores espe-ranças num homem honrado,que soube dignificar a fardaque veste por vocação, que

soube decidir nos momentosduvidosos, sempre a favor dopovo, porque ser a favor dopovo brasileiro é ser a favord0 Brasil. Viva o Brasil!".

inauguração do Comitê Nacionalis-ta pró-Lott, de Vila Cruzeiro, Penha

Em solenidade realizada em16 de agosto, foi inauguradoo Comitê Nacionalista Ptó-Lott de Vila Cruzeiro, na Pe-.nha, tendo sua sede na Asso-ciação iFlhos da Vila FutebolClube.

Sob aplausos de numerosopúblico presente, foi, inicial-mente, empossada sua Dire-toria, assim constituída: Pre-sidente, Francisco Pinheiro;Vice-Presidente. José Her-menegildo; Secretário, LuizPaulo do Nascimento e Silva;Tesoureiro, José Dias Morais;Diretor de Propaganda, Zo-raide da Silva; Procurador,Benedito' Lúcio; Fiscais Car-los Gomes e Durval da Silva.

Destacando os traços mar-cantes da personalidade doMarechal Lctt, e as provasque I vem dando de firmezana defesa dos postulados de-mocráticos e das soluções na-cionalistas que empolgam opovo, «falaram, inicialmente,o Presidente do Clube, Sr.Francisco Pinheiro, e o Sr.Manoel Mendonça da Silva,Presidente da Associação Re-creativa do Boj.

Foi, em seguida, inaugu-rado o retrato do MarechalLott, falando, na oportunida-de, a madrinha do Clube, queressaltou sua segurança emque a-administração do candi-dato nacionalista na direçãodo país haveria de voltar-seespecialmente para o atendi-mento das necessidades daparcela maior do povo brasi-leiro, trabalhadores e humil-'des, sofrendo ao peso de ex-trema penúria, que dia a diase agrava, exemplificandocom as dificuldades em quevivem os moradores da loca-lidadc.

Discursaram, ainda, a sra.Antônia Barbosa, da direçãodos Comitês da Leopoldina, ossenhores João Bibeiro Filho,Severino Sérgio da Silva, eoutros representantes da lo-calidade, todos vivamenteaplaudidos, expressando suaconfiança em melhores diaspara o nosso Brasil, com avitória que o povo alcançaráem 1960, elegendo o MarechalHenrique Lott para a Presi-dência da República,

Comitês Nacionalistas pró-Lottda zona Sul

Dia 5 do corrente, forameleitos os membros do ComitêNacionalista da Zona Sul Pró-Lott, sito na rua Jardim Botfi-nico, 650 No dia 12, foraminstalados mais cinco ComitêsNacionalistas Pró-Lott, emCopacabana, a respeito dosquais nos ocuparemos oportu»namente.

No dia 21, na Av. N. Sra.de Copacabana, 1.194, apar-tamento 403, sobre o controledo Sr. Fernando Schiavo, às20 horas, teve inicio a reu-nião coletiva preparatória pa-ra a instalação de uma sénede Comitês Nacionalistas Pró-Lott da Zona Sul. Compare-ceram mais de duzentas pes-soas, entre as quais destaca-mos o Tenente Coronel Satur-nino Alvim, Sra. Edna Lott.representante do MarechalHenrique Lott, acompanhadade um grupo de senhoras in-teressadas na fundação deum Comitê Nacionalista Pró-Lott das Pensionistas do Mi-nistério da Guerra. CoronelDiócrito Neves, da Aeronáu-tica, Tenent; Coronel OscarSantos Neves, Major AparícioCerqueira, Major OsmerimSeccadio e Sra. Kardec.

O Sr. Fernando Schiavo, em

brilhante oratória, ressaltousobremaneira a luta do povobrasileiro em apontar c na-cionalismo como a única so-lução para a conquista demelhores dias para o nossoBrasil.

Ao finalizar, pôs-se o ora-dor à disposição da cândida-tura do Marechal HenriqueLott e, à disposição da cam-panha, um imóvel para ainauguração de um ComitêNacionalista Pró-Lott na Gá-vea.

Nessa reunião coletiva pre-paratória, já foram assenta-das as bases pata a Inaugura-ção de dois Comitês Naciona-listas Pró-Lott; um sob a di-reção do Sr. Fernando Schia-vo, e outro sob a direção de'sua esposa, Sra. BereniceSchiavo,

Zona NorteDia 21 do corrente, na rua

São Geraldo, 38, 1.° andar,ás 20 horas, conforme havia-mos noticiado anteriormente,teve lugar a reunião geraldos coordenadores dos Comi-tês Nacionalistas Pró-Lott daZona Norte. Estiveram pre-sentes o coronel Lindolpho,tenente Lessa, dr. Gadelha,

cel. Farias, dr. Abdias Bastos,capitão Geraldo Barbosa, co-ronél Amphrisio, sra. AntôniaBarbosa, Luiz Martins Castro,Guilherme Caetano da Silva,coronel Olivia Maia, José Soa-res, tenente Yung-Tay, capi-tão Amorim, tenente Hector,dr. Jorge Monassa, sra. DéaCastro c outras figuras nacio-nalistas, reunidas que forampara a troca de pontos devista e o equacionamento dacampanha nacionalista queempolga o Brasil, de Norte aSul.

Gostamos muitíssimo dasexposições apresentadas pelo3encarregados do trabalho decoordenação entre os Comitêssuburbanos. Destacamos, nes-se trabalho, o capitão Amo-rim e o tenente Hector, in.cansáveis elementos que vêmgranjeando a simpatia e a es-tima de todos. E' a dupla queprimeiro se apresenta e co-meça a fazer os contatos ini-ciais, coordena e prepara aaproximação para a CaravanaNacionalista. Assim, dia 22,às 20 horas, apresentavam-seno populoso subúrbio de Pie-dade, na Rua Joaquim Mar-tins, 513, a fim de formarmais um Comitê NacionalistaPró-Lott. O conferencista foto Cap. Amorim, que discor-reu sobre o tema "Brasília eos Problemas Nacionais".

Próximasinaugurações

Dia 29 — Cemitê Naciona-lista Pró-Lott de Anchieta, às20 horas, na Rua Apirui, 96.

Dia 29 — Comitê Naciona-lista Pró-Lott de Ricardo deAlbuquerque, na Rua Araçá,62. às 20 oras.

Dia 30 — Comitê Naciona-lista Pró-Lott de Pendotiba,em Niterói

Dia 5 (set.) — Comitê Na-cionalista Pró-Lott de Paradade Lucas.

Dia 12 (set.) — Comitê Cen-ral Nacionalista Pró-Lott daZona Norte, na rua ManoelMartins. 21, em Madureira. Asua Diretoria está assim cons-tituída: Presidente, dr. ElisloGarcia; Vice-Presidente, dr.Jorge Monassa; SecretárioGeral, Jorge Chiaverini; Pre-sidente da Ala Feminina, Mhvta Monassa; Tesoureiro, ma-jor Armando da Silva Braga;Diretor de Propaganda, st.Ângelo Plastina, Secretária,srta. Déa de Castro.

N. da R. — Tõéi e qualqueinotícia sobre Comitês Nacio-nalistas Pró-Lott do DistritoFederal e adjacêacias deveráser remetida para a redaçãode O SEMANÁRIO, coluna"Noticiário dos Comitês Na-cionalistas", que dará a co-bertura necesiária.

Page 12: Semana de 29/8 a 4 de Setembro de 1959 * UM JORNAL QUE ...memoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1959_00174.pdfEra evidente com um homem desses, autêntico filho do povo, como Deodoro,

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ADVERTÊNCIA DEDOM VICENTE SCHERER

ARCEBISPO DE PORTO ALEGRE:

O Brasil NãoQuer Ser

Colônia deNinguém, Nem

Dos EstadosUnidos Nemda Rússia

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EDMAR MOR EL DENUNCIA:

Jânio Quadros, a GrandeEsperança Dos IanquesPara Vender o Brasil,Destruindo a Petrobrás

— "O movimento nado-nalista tem o meu calorosoapoio." — D. Vicente Sche-rer.

PORTO ALEGRE — (do nossocorrespondente) — Repercutiusimpctticamente em todos os cír-culos sociais, a vibrante alocuçãopronunciada pelo Arcebispo dePorto Alegre, D. Vicente Scherer,por ocasião da Páscoa dos Mili-tares da guarnição local, quandoaquele sacerdote fêz verdadeiraprofissão de fé nacionalista, de-clarando textualmente:

1 — "Merece e tem o movimen-to nacionalista, evidentemente,nosso caloroso apoio, enquantopropugna o progresso da Pátriae a felicidade dos brasileiros, adefesa e a independência econô-mica do país, a repressão decidi-da da exploração dos fracos, oimpério da Tustiça Social, a restri-ção dos lucros do capital estran-geiro, dentro de limites justos erazoáveis, o aproveitamento dasriquezas naturais em benefício dacoletividade brasileira, o estímu-Io ao trabalho acurado e inteli-gente, garantia e condição de

! progresso, a difusão da instru-ção, numa palavra, a superaçãodos males-e-das deficiências que-nos embaraçam o passo na mar-cha para a frente e nos impedema conquista do desenvolvimentomaterial e cultural que deseja-mos para a nossa terra e do bem

estar com que sonhamos para anossa gente".

A certa altura declarou D. Vi-cente Scherer:

— "O Brasil não quer ser co-lônia de ninguém, nem dos Esta-dos Unidos, muito menos, daRússia.

Exaltando as glórias do Exér-cito Brasileiro, assim falou o Ar-cebispo de Porto Alegre:

— "Vossa presença nessaigreja recorda os feitos heróicosdos soldados do Brasil que escre-veram páginas iluminadas e glo-riosas da nossa História. Evoca asfaçanhas épicas do Exército e daMarinha Brasileira na guerra doParaguai e os lucros de heroísmoda Força Expedicionária Brasileí-ra nas montanhas geladas daItália. De não menor valia pare>ce-nos os serviços prestados emtempos de paz, na manutenção deum clima de tranqüilidade internae de ordem, propício e indispensá-vel ao trabalho criador do desen-volvimento e do progresso emtodos os setores da vida_particulai—e pública, na colaboração em ta-refas administrativas do podercivil, na assistência aos necessita-dos em época de calamidade ge-ral, na execução de obras de in-terêsse coletivo".

O- doo prato

Jóquei Clubede sopa dos

200 mil cruzeiros de jogatinado Brasil para engrossarpobres dos Campos Eliseos ...

0 - Impugnadas as contas do ex-governador pau-lista no montante de 100 milhões de cruzeiros.A serviço da Bond and Share.Destruiu a Sorocabana, orgulho dos bandei-rantes.Inimigo da cultura e da imprensa livre.

"SEMANÁRIO¦$ú!&$?m

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Reconhece a decência de uma casa de tavolacjem...Dívida deSocial e 500

um m;!hão de cruzeiros à Previdênciamilhões à C.A.P.F.E.S.P.

APONTAM o sr. Jânio Quadros como o amigo número umda cultura, muilo embora os seus atos de homem pú-

bllco, como governador de São Paulo, digam justamente ocontrário. Foi no seu governo que a Universidade de São Pau-lo sofreu cortes consideráveis, com grandes prejuízos no cam-po científico. A análise das dotações orçamentárias revela queem 1953 coube h Universidade de São Paulo 3,5% da receitageral do Estado e que, em 1957, por cortes ordenados pelo sr.Jânio Quadros, esta porcentagem caiu, verticalmente, para1,5%.

Apontam-no como um homem que aceita a crítica da lm-prensa como colaboração aos poderes públicos. E' outra men-tira. 0 sr. Jânio Quadros expulsou vários jornalistas creden-ciados no seu gabinete, entre eles o presidente do Sindicatodos Jornalistas Profissionais de São Paulo, processou mais de20 jornalistas e, como é de sua arte, num ge9to de pura de-magogla mandou cancelar todos os processos em homenagemao "Dia da Imprensa"... Um, todavia, está no Supremo Tri-bunal Federal, no qual o réu é o embaixador Assis Chateau-briand. O ex-governador. Jânio Quadros em seu petltórlo àquelacorte se sentiu injuriado com as seguintes expressões a êleendereçadas pelo embaixador do Brasil na Inglaterra: "per-feito embusteiro", "palhaço de circo", "energúmeno", "paspa-lhão", "velhaco cínico", "paranóico", "espevitado mentiroso","destituído de escrúpulos", "caluniador contumaz", "destituí-do dc qualquer grau moral ou intelectual", "leviano mental",etc. -—

E por êste rosário de adje-tivos?

O "Diário da Noite", lem-brou que o sr. Jânio Quadros,na campanha para governa-dor de São Paulo, usou o slo-gan "enquanto as crianças deSão Paulo morrem de fomeos cavalos do Jockey Clube deSão Paulo passam a leite emPó".

Ficou famoso o seu libelo"Jamais porei os pés em clu-

 PESCA E 0 ASSALTOOS GR

TERRENOSLE R0S AOS

MARINHAPor FRANCISCO DE PAULA MACHADO — Especial para O SEMANÁRIO

A VIDA nômade do pescador da orla marítima da Gua-nabara e do litoral fluminense nestes últimos tempos,

resulta, em grande parte, do assalto dos terrenos de marinhapor grileiros audaciosos servindo-sc, não raro, do bafejo dasautoridades.

Praias que vinham de época longínqua seguidamenteocupadas por núcleos, assaz numerosos, de praianos patrícios,onde tinham eles não só as suas vivências mas também o an-coradouro de seus barcos e o quintal necessário para o pa-ciente fabrico de suas redes, têm despertado, de último, acobiça dos grileiros para fins de loteamento.

Sem meios para reivindicar, de pleno direito, a priorida-de dessa posse, pelo próprio usucapião, têm esses pescado-res, pelo imperativo da força, de mudar de pouso com atralha às costas e grave prejuízo para o abastecimento dopovo.

E logo retalham-se essas áreas, após o despejo, num re-tlculado de mau gosto, para a conseqüente venda de lotes compregões mirabolantes.

Quando, porém, os compradores se avisam do logro emque caíram, pela falta de recursos locais e o não cumprimentodas promessas, não constróem deixando os lotes aguardandoo engodo da valorização. E não só na faixa marítima, mastambém na das lagoas do litoral da terra de Silva Jardim «Benjamim Constant, constata-se essa usurpação do direito dopescador nativo relegado à situação do índio expulso de suastabas. i

Assim é que à medida que os trechos de nossa área praia-na vão sendo saneados logo surgem, de improviso, os astutosgrileiros com documentos adrede preparados pressionando ospescadores a abandonar o terreno que foi o berço de seus an-cestrais e que tem uma história de honrosas reminiscências.Entregues à própria sorte têm eles que ir acampar noutro re-duto de praia não cobiçado por não estar ainda saneado. Demaneira que o pescador só tem direito a permanecer em ter-renos insalubres onde impere o impaludismo e outras enfer-midades.

Na própria Guanabara os pescadores da ilha do Governador não escaparam a esse insólito esbulho de suas terras pe-los poderosos grileiros, servindo-se dos mesmos estratagemase apoiados não raro, no terror policial. Em conseqüência deatentados dessa natureza e na impossibilidade de adquirir no-vo local, várias colônias dissolveram-se.

Na lagoa de Saquarema velhos pescadores ali nascidos emuitos deles quase octogenário» foram, cie chofre, desaloja-

dos por uma empresa loteadora que se apoderou da maiorextensão da orla de praia enforcando a entrada e saídas dascanoas com uma passagem de metro e meio de largura.

Há, realmente, um dispositivo de lei que assegura o afo-ramento preferencial dos terrenos de marinha dos pescadores.Há, mas a verdade é que nenhuma das colônias de pesca daGuanabara conquistou esse direito. Elas continuam, porém,com amargas previsões aguardando a hora desoladora de no-vos êxodos para os piores locais ainda não cobiçados pelosraplnantes grileiros. Não somente os favelandos as vítimasimbeles desses vorazes espertalhões mas também os pesca-dores.

Como membro da 3' Comissão do Primeiro Congresso Na-cional de Pesca, reunido no Silogeu, sob a presidência doictiologista dr. Moreira da Rocha, apresentei uma memória aesse respeito, contra a grilagem dos terrenos de marinha emdetrimento da economia dos pescadores. Não obstante esseassunto ter merecido o apreço do referido conclave nada, to-davla, resultou de positivo que coibisse esse assalto.

Diante, pois, de fatos dessa natureza como exigir dos nos-sos praianos maior produção de suas pescarias se os próprio»recursos de trabalho lhes são arrebatados?

Quando se ventilou a nacionalização da pesca numerosasescolas foram fundadas, inclusive na ilha da Gipóia com onome de Lopes Trovão, que ali nascera, mas tudo isso nãopassou de uma promessa romântica de seus promotores pelafalência de recursos para o custeio de seu funcionamento.

A situação angustiante do próprio pescador da Guanabaraé bem um teste do panorama de abandono e espoliação mes-mo na venda do produto de suas árduas vigílias em que seencontra o praiano brasileiro. Entretanto, com essa matéria-prima humana, poderíamos forjar uma das mais opulentasfrotas pesqueiras do mundo num litoral que excede, em ex-tensão, o raio da terra.

Nada justifica, pois, o desinteresse criminoso com que ospoderes públicos da República tem desviado a vista do relê-vante problema da pesca como fator de enriquecimento denossa economia.

E' incrível que ainda importemos peixe quando devíamosexportá-lo. , ,

Melhorar as condições de vida desses verdadeiros párias,que são os nosso/ praianos, é obra conseqüente de patriotis-mo e humanidade e de mereddo destaque para a Frente Na-cionalista.

be que não pague impostos",depois de rasgar o conviteque lhe enviou o Jockey Clubede São Paulo para que fre-quentasse as suas tribunas so-ciais. E no dia 10 de novem-bro de 1957, o famoso arti-culista paulista escrevia:

— "Jânio. Jânio, brada avoz pública, entre os paulis-tas, por que capitulaste à vis-ta dos 200 mil dinheiros doJockey Club de São Paulo pa-ra as tuas caridades domésti-cas:'"

Antes, o mesmo sr. JânioQuadros, em carta publicadana imprensa, de 5 de dezem-bro de 1956, declarou:"Tem o Jockey Clube de S.Paulo sido decente comigo, eeu, o que faço, é reconhecer-lhe a decência".

O fato é que aqueles 200mil cruzeiros, na epxressão dopróprio ex-governador JânioQuadros, são destinados aoserviço de Assistência Socialdo Palácio dos Campos Eli-seos. para "engrossar o pratode sopa" ali oferecido aos po-bres".

Mensalmente, uma casa dedesenfreada jogatina entrega-va, com desenvoltura, ao Pa-lácio do Governo de São Pau-lo, a migalha de 200 mil cru-zeiros para continuar impunee ainda receber do então go-vernador Jânio Quadros ates-tado de decência.

Falam que o sr. Jânio Qua-dros é nacionalista. Os seusantigos pronunciamentos di-zem o contrário. Sempre foicontra a Petrobrás. E fazquestão de propalar ser ami-go de Nelson Rockfeller, quedeseja vê-lo na Presidênciada República, conforme en-trevista que concedeu em Ro-ma à United Press. NelsonRockfeller é a Standard Oil.

Se tudo isso não bastasse, apublicação "Hanson's Letter",porta-voz dos trustes ianques,no seu númeTo 749, e quechega ao Brasil, única-mente, através de seus assi-nantes, afirmou textualmente:

"Washington considera Jâ-nio Quadros o único cândida-to capaz de abrir as portas àscompanhias petrolíferas es-trangeiras a Ia Ftondizi, e oúnico inteiramente desejosode fazer essa jogada, seeleito !"

O TRIBUNAL DE CONTASIMPUGNA CONTAS DO EX-GOVERNADOR JÂNIO QUA-DROS DE 100 MILHÕES DE

CRUZEIROS

O s r. Jânio Quadros ficouconhecido em São Paulo peluseu caudilhismo A sua entre-vista a Rubem Braga, em"Manchete", está nos arqui-vos. "Ninguém poda gover-nar com sorrisos. Governar sóa pau". Mas o Tribunal deContas de São Paulo, desa-

fiando as Iras do Todo Pode-roso, impugnou contas do seugoverno, em 1958, que ultra-passam à casa dos 100 mi-lhões de cruzeiros. Note-seque as restrições não partiramapenas, de um Ministro, masdo Relator e do próprio Tri-bunal, cujo presidente deter-minou que se apurasse a res-ponsabilidade pelo fato, assi-nalado por aquele de se te-rem despendido 68 milhõesde cruzeiros sem autorização.

total dc contas não aprova-das no governo dos sr. JânioQuadros 'é de CrS ;....'125.387.694,70. O escândaloatinge o auge, quando a "Fo-lha da Manhã", denunciou:"— De acordo eom análisepericial elaborada pela com-petente repartição técnica do.Tribunal de Contas e inclui-da no trabalho do ministrorelator, que examinou as,con-tas do último exercício finan-ceiro (do governo Jânio Qua-dros), a conta "diversos res-ponsáveis". que integra o "ati-vo realizável", inclui, expres-samente, entre os devedores,uma pessoa falecida e (have-ria outras!) a Mordomia doPalácio dos Campos Eliseos.Esta última é responsável por

milhão e 90 mil cruzeiros,e a propósito, o perito inda-ga: "Quem é por acaso o res--ponsável? Algum funcionário,da Mordomia? Que tipo deresponsabilidade é esla?"

A acusação é de hoje E teyeampla repercussão na Assem-bléia Legislativa. Como coisaantiga, o combativo homemde imprensa Rubens do Ama-ral acusou o sr. Jânio Quadrosde, levado pela demagogiaeleitoreira, quando Prefeitode São Paulo, ter violado aConstituição Federal e a Or-ganização dos Municípios, gas-tando 800 milhões de cruzei-ros ilegalmente.

Mas- o sr. Jânio Quadros nãoé homem de parar quando es-tão em jogo os seus insaciá-veis apertites eleitorais Des-trói amigos, demite pelo tele-fone, leva chefes de famílias

ao desespero. Até hoje entre-tanto, não deu uma só pala-vra sobre, a impugnação decontas do seu governo peloTribunal de Contas de SãoPaulo.

ANTJJNACIONALISTA

Que fêz, honestamente, osr. Jânio Quadros, nos Cam-pos Eliseos, pela nacionaliza-ção da energia elétrica emSão Paulo, onde quase 90%de todo o mercado consumi-dor representam concessões,companhias estrangeiras liga-das, à Bond and Share? En-quanto o governador LeonelBrizola do R. G. do Sul en-campava a Bond and Share,que durante 30 anos furtou opovo gaúcho, fornecendo umpéssimo serviço de luz e fôr-ça e cobrando-lhe taxas ex-torsivas, o sr. Jânio Quadrosnão arredou uma palha emdefesa do povo paulista, porela sugado em suas economias.Fêz mais.. Introduziu e man-teve' a desorganização no De-partamento de Águas e Ener-gia elétrica, recusou aceitar aoferta do governo paranaensede subscrever ações das usl-nas elétricas do Paranapane-ma, o que viria melhorar gran-demente o fornecimento deforça na região.

Afastou ixexplicàvelmenteelementos competpntes e trei-nados nos postos técnicos doDepartamento de Águas eEnergia proibindo que os mes-mos prestassem quaisquer¦declarações sobre os assuntosde suas competências. Teve apreocupação de paralisar asobras de vulto do governo doseu antecessor, num ato demesquinhez política.

Que fêz pelo desenvolvi-mento da ex-grandiosa Estra-da de Ferro Sorocabana, hojeem plena decadência?

Na Sorocabana falta tudo.Não há segurança. O leito épéssimo. Os carros, precá-rios e imundos. Freqüente-mente, um trem para sair deSão Paulo precisa esperar ou-tro'do,interior afim de podercompletar a composição. Deconcreto, mesmo, s;ó, a cons-•trúçSo "dê uni pequeno ramalrío' "longínquo município'; de-Presidente Prudente, o prós-¦seguimento, a passo de tarta-ruga, da eletrificação e a'aqui-

Jsiçâo'. das celebérrimas ' cincocomposições--japonesas desti-nadas aos subúrbios, feita porempréstimo a ser pago peloatual governo do sr. Carva-lho Pinto. A Sorocabana estátotal mente desaparelhada,com o seu material rodante

em péssimas condições.Passou o calote em d-eze-

nas de milhões à CAPFESP,razão porque a Caixa de Apo-sentadoria e Pensões dos Ser-vidores Públicos não tem re-curso para manter inúmerosserviços médicos destinadosaos ferroviários da Sorocaba-na, sendo que, em alguns ca-sos, as pensões estão em atra-so, enquanto ambulatórios sãofechados. E o que é maistriste é que a CAPFESP, porinjunções políticas, não temforça para obrigar o governode São Paulo a pagar o seudébito, mesmo em prestaçõesmódicas.

A Companhia Municipal deTransportes Coletivos de SãoPaulo, (CMTC) deve mais de500 milhões de cruzeiros àCAPFESP. Note-se que quan-do o sr. Jânio Quadros eraPrefeito recebeu dezenas deofícios da CAPFESP pedindoprovidências para o pagamen-to da dívida mesmo pelo cre-diário. O débito do governode São Paulo relativo à cotade Previdência Social atingea mais de 1 bilhão de cruzei-ros. Deve, ainda, verdadeirafortuna à Fundação da CasaPopular.

O HOMEM

Noto-so que nunca vm go-vorno conseguiu tanto di-nheiro do Banco do Brasilquanto o sr. Jânio Quadros, a

partir do tempo do sr. CaféFilho, cujo Chefe da Casa Mi-litar, General Juarez Távora,foi candidato a Presidente daRepública apoiado por Jânioambos figuras de proa do pri-'meiro time do entreguismo. !Este i o sr. Jânio Quadros,inquisitor da imprensa livre,inimigo da Petrobrás, roído daódio o perseguindo pelamania de vingança contra ospequenos, que deseja ser Pre-sidente da República, inseri-'to pelo Partido TrabalhistaNacional, o inspirador da ne-gociata da penicilina em SãoPaulo, falcatrua que rendeumais de 100 milhões de cru-zeiros, lucro da compra de es-treptomicina podre para osdoentes do São Paulo, porpreços extorsivos, já que foicomprada a 35 cruzeirosquando o preço no mercadoera de 10. Toda esta patifariaocorreu na gestão do sr. Fau-ze Carlos, então Secretário deSaúde, irmão do sr. EmílioCarlos, Presidente do P. T. N.,o partido que lançou o sr Ja-nio Quadros à Presidência daRepública. Tudo isto é podreprofundamente vergonhosol

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"Governar só a pau." A polícia, por'ordem dó Governador Júnio Quadros, massacrajjovo de São Paulo, por protestar contra a majoração das passagens de ônibus.