segurança do trabalho e saúde ocupacional

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    Coordenação EditorialKarla Viviane

    Editora Imprensa Livre®Rua Comandaí, 801Porto Alegre/RS – CEP 90830-530(51) 32497146

    [email protected]

    ISBN 978-85-7697-152-8

    1ª Edição.

    © 2009, ULBRA.

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá serreproduzida por qualquer meio, sem autorização prévia dos autores,por escrito. O Código Penal Brasileiro determina, no Artigo 184, pena esanções a infratores por violação de direitos autorais. Qualquer seme-lhança é mera coincidência.

    Catalogação elaborada por: Evelin Stahlhoefer Cotta – CRB 10/1563

    C172s Camargo, Miria Elisabete Bairros de

    Segurança do trabalho e saúde ocupacional / Miria Elisabete Bairros deCamargo. – Porto Alegre : Imprensa Livre, 2010.104 p. ISBN 978-85-7697-152-8

    1. Segurança do trabalho. 2. Saúde ocupacional. 3. Medicina do trabalho.

    4. Prevenção de acidentes. I. Título.

      CDU 331.4

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     Apresentação

    Os modos como o trabalho afeta a vida e a saúde daspessoas é uma das grandes questões da Saúde Pública deste

    século, resultando em uma abordagem que abrange diferen-tes áreas do conhecimento, seja nos campos de atuação dosprofissionais e serviços de saúde ou fora deles. Na atualidade,o fluxo das informações e a organização da sociedade em re-des transformam aceleradamente a economia e as relações detrabalho, salientando-se neste contexto as condições de saúdedos trabalhadores, cujas especificidades já vinham merecendoatenção desde os primeiros tratados médicos. A compreensãode seus determinantes, assim como sua história e a evolução

    de sua prática estão diretamente ligadas ao desenvolvimentoda economia e das relações político-sociais.

    Conforme Sanchez et al. (2009, p. 38)1 as ações de Saú-de do Trabalhador tornaram-se uma competência do SistemaÚnico de Saúde (SUS) em 1988, devido a promulgação daConstituição do Brasil (art. 200). Em seguida, em 1990, deacordo com o regulamento da Constituição, foi aprovada a Lei1 SANCHEZ, Mariana de Oliveira; REIS, Márcia Araújo; CRUZ, Ana Laura Spirandeli; FER-REIRA, Maercy Perón. Atuação do Cerest nas ações de vigilância em saúde do trabalhador

    no setor canavieiro. Saude soc. [online], v. 18, suppl 1, p. 37-43, 2009. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v18s1/06.pdf. Acesso em: 18 ago. 2009.

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    Orgânica da Saúde, nº 8080 de 19/09/1990, que dispõe emseu artigo 6º a atuação do SUS na área de Saúde do Trabalha-dor, sendo entendida como um conjunto de atividades que se

    destinam, por meio das ações de vigilância epidemiológica esanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores,assim como a recuperação e reabilitação daqueles submetidosaos riscos e agravos advindos das condições de trabalho.

    Assim, referem ainda os mesmos autores que a deman-da em Saúde do Trabalhador deve abranger toda a rede deserviços de saúde, desde o mais simples até o serviço de altacomplexidade. O processo de expansão da saúde do traba-lhador no SUS representa a conquista de direitos da saúdedo usuário/trabalhador. Os Centros de Referência em Saúdedo Trabalhador (CEREST) correspondem ao resultado dos es-forços empreendidos na busca de uma política sanitária go-vernamental, decorrente de um processo reivindicatório entrediferentes atores: trabalhadores, sindicalistas, profissionaisinteressados na preservação da saúde. Atualmente devem sercompreendidos como polos irradiadores, no âmbito de um de-terminado território, da cultura especializada subentendida na

    relação processo de trabalho/processo saúde/doença, assu-mindo a função de suporte técnico e cientí fico, deste campodo conhecimento e tem como um dos objetivos atender àsdemandas decorrentes do quadro epidemiológico do Estado, apartir de uma cooperação técnica interinstitucional.

    As ações dos CEREST são desenvolvidas em equipe mul-tidisciplinar, envolvendo: médicos do trabalho, assistentes so-ciais, psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, engenheiros desegurança no trabalho, fonoaudiólogos, entre outros. Voltados

    para esta visão, suas atividades consistem em atendimentoambulatorial, fiscalização das condições de saúde do trabalha-dor, avaliação e diagnóstico de ambiente de trabalho, realiza-ção de projetos especí ficos a partir da demanda dos sindica-tos e da rede de saúde, cursos de capacitação, orientação eeducação em saúde. Na vertente da vigilância, a construçãodo perfil epidemiológico dos trabalhadores envolve esforçosinterinstitucionais, sendo, portanto uma ação complexa.

    É neste contexto que o presente material educativo abor-

    da conteúdos referentes da saúde do trabalhador sendo divi-

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    dido em 10 capítulos.O capítulo 1 aborda a evolução do trabalho, contextuali-

    zado a evolução histórica do significado do trabalho na vida do

    homem, a evolução do trabalho e posteriormente a união en-tre os conceitos de trabalho e saúde até se chegar a concepçãode segurança e saúde no trabalho.

    Em continuidade, o capítulo 2 apresenta as normas re-gulamentadoras que fornecem parâmetros e instruções sobresaúde e segurança do trabalho constituindo a espinha dorsalda legislação de segurança do trabalho e saúde ocupacionalno Brasil.

    O capítulo 3, em complementação à temática das normasregulamentadoras aborda a legislação que oferece suporte le-gal para que o trabalhador tenha preservados os seus direitosde segurança e saúde.

    No capítulo 4 são contextualizados os conteúdos relativosà ergonomia na promoção a saúde dos trabalhadores.

    O capítulo 5 aborda o conceito de biossegurança, apre-sentando as bases do conhecimento de biossegurança, e al-guns aspectos legais desta temática.

    No capítulo 6 são apresentados os conteúdos referentesas doenças ocupacionais, e o capítulo 7 aborda o estresse, queé um dos efeitos nocivos do trabalho no âmbito psicossocial.

    O capítulo 8 aborda os primeiros socorros, apresentandoas diferenças conceituais de emergência e urgência e fazendouma explanação sobre alguns eventos em que os primeirossocorros são realizados, trazendo orientação em relação aoscuidados necessários quando do primeiro atendimento.

    Já no capítulo 9 aborda-se a qualidade de vida no traba-

    lho, apresentando o histórico e os conceitos relativos a estatemática.Finalizando, no décimo capítulo desenvolve-se o tema a

    prevenção da saúde do trabalhador, onde se trás as ações emrelação ao tema.

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    Sumárioumár o

    Capítulo IHistórico e Relação da Saúde e Trabalho, 13

    Capítulo IINormas RegulamentadorasNR’s de Segurança e Saúde no Trabalho, 27

    Capítulo IIILegislação e Segurança do Trabalhador, 51

    Capítulo IVErgonomia na Promoção daSaúde dos Trabalhadores, 65

    Capítulo V

    Biossegurança, 79

    Capítulo VIDoenças Ocupacionais, 93

    Capítulo VIIEstresse e as Relações no Trabalho, 113

    Capítulo VIIIPrimeiros Socorros, 127

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    do a atualidade com uma nova configuração e significado apartir do aparecimento da tecnologia (RIBEIRO, 2005).

    Na Grécia, o trabalho foi desenvolvido de acordo com a

    ideia de que a diferença social entre os homens era naturale não havia qualquer contradição na sua divisão. Ao cidadãogrego de maior ascensão estava proibido o trabalho braçal,pois ele deveria ter o tempo livre para dedicar-se à reflexão,

    ao exercício da cidadania edo bem governar, enquan-to os gregos provenientesdas camadas mais baixasera reservada a escravi-dão (RIBEIRO, 2005).

    Figura 1: La Fragua de Vulcano,1630.Fonte: Disponível em: . Acesso em: 23maio 2009.

    Na Idade Média, o conceito de trabalho não sofre altera-ções significativas. Organizada numa economia de subsistên-

    cia e em uma crença de purifi

    cação da mente, grande parcelada população encontrava-se presa a terra. Nesse contexto,a Igreja católica defendia o desapego às riquezas terrenas econdenava o trabalho como forma de enriquecimento. Dessaforma, servia como instrumento de dominação social e de con-denação a qualquer ato de rebeldia contra a ordem instituída(RIBEIRO, 2005).

    Já na sociedade capitalista, o trabalho era aceito comofator de enriquecimento pessoal; legitimava-se como tábua de

    salvação divina. A riqueza deixa de ser vista como pecado epassa a significar a vontade de Deus. O trabalho é visto comoo gerador da acumulação dessa riqueza.

    Verifica-se assim que a relação entre o homem e o traba-lho se dá desde o início da existência daquele. Contudo, coma necessidade de acúmulo de capital e com a evolução de fa-tores tecnológicos como também do homem e do processo detrabalho em si, novos conceitos foram surgindo e modificandoa maneira como o homem observa o trabalho no seu cotidiano

    (RIBEIRO, 2005; CORREIA, 2000).

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    Uma série de mudançasse processou no mundo dotrabalho ao longo dos tem-pos. O sentido do trabalhoevoluiu de uma conotaçãonegativa de sacrifício, paraum sentido de instrumento

    de sustento. Durante a revolução industrial o homem tornou-

    se apenas uma peça do processo produtivo, como se fizesseparte de uma engrenagem e deixou de se perceber como ser.

    Posteriormente, percebendo-se como ser que adoece esofre e não apenas como ser produtivo, surge os conceitosde segurança, saúde ocupacional, acidente de trabalho, ris-co ocupacional e qualidade de vida e o trabalho assume umsignificado mais abrangente (BASTOS, 2005; GOMES, 2000;RIBEIRO, 2005).

    No bojo dessas mudanças, percebe-se um movimentocrescente de envolvimento das pessoas com o seu trabalho ea vida profissional. Nesta transformação o trabalho na vida dohomem adquire o significado de elemento que contribui parasua evolução, sua aprendizagem, sua dignificação tornando-seum fator importante para a sua satisfação, crescimento pes-soal e processo de evolução de uma forma integral (CORREIA,2005).

    Neste contexto, são percebidos os efeitos do trabalho na

    saúde do homem. As grandes mudanças no cenário político,econômico e social ocorridas em todo o planeta a partir dasegunda metade do século XX resultam em uma verdadeiracrise de paradigmas.

    O processo saúde-trabalho foi identificado e passou a seranalisado, não simplesmente como indicador do impacto dotrabalho sobre os trabalhadores, mas como decorrência darelação de produção, “determinada socialmente pela dialéti-ca entre capital e trabalho”. Na atualidade, as condições de

    ambiente, saúde e segurança no trabalho passam a ser com-

    Figura 2: Condições de Trabalho naRevolução Industrial.Fonte: Disponível em: . Acesso em: 22 maio 2009.

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    preendidas como garantiasessenciais para a qualidadede vida dos homens e di-reito de cidadania (FRIASJÚNIOR, 1999).

    Em paralelo com aexistência do mundo do

    trabalho o acidente sempre fez parte do cotidiano dos traba-lhadores, porém, foi a partir do século XIX que ganhou visibi-lidade devido ao avanço do processo de industrialização e daslutas operárias dele decorrente (MACHADO, 1991).

    De acordo com Freitas (1996) o acidente de trabalhocomo fenômeno que rompe com a lógica do trabalho sempreexistiu, e mediante a característica de constante transforma-ção da dinâmica da sociedade os acidentes representam umfator considerado como inerente a este contínuo processo mu-

    tacional, podendo-se dizer que sempre fará parte do mundodo trabalho. Mediante esta constatação, e como resultado doprocesso evolutivo, os homens passaram a criar instrumentoslegais visando proteger o trabalhador, educá-lo para a promo-ção da saúde, prevenção dos acidentes, evidenciarem respon-sabilidades quanto ao provisionamento de recursos financeirosno caso de incapacitações decorrentes do trabalho.

    Evolução do Trabalho

    A evolução e desenvolvimento do trabalho humano ini-ciaram sua história a partir do momento em que o própriohomem procurou maneiras de satisfazer suas necessidades,buscando a melhori a de sua vida material. Desta feita, no de-curso da humanidade, a busca da satisfação das necessidadesinerentes à vida material ocorreu em todas as partes do mun-do, porém de maneiras distintas (THEODORO, 2008).

    Figura 3: Representação do tra-balho.Fonte: Disponível em: .Acesso em: 24 maio 2009.

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    Figura 4: Revolução industrial.Fonte: Disponível em: .Acesso em: 22 maio 2009.

    Até o século XVIIo trabalho dos artesãosocorreu em oficinas co-letivas e os trabalhado-res participavam de todoo processo de confecção.O mestre ensina um aprendiz, que anos depois se torna umnovo mestre. Os artesãos foram a primeira forma de produção

    organizada, pois eles estabeleciam prazos de entrega, con-sequentemente, estabelecendo prioridades, especificações epreços para suas encomendas. A decadência da Era Artesanalcomeçou com o advento da Era Industrial (MARTINS, 1998).

    A máquina a vapor de James Watt foi o arauto dos primei-ros movimentos da Revolução Industrial. O inicio da utilizaçãoda energia a vapor coincidiu com o nascimento da indústriatêxtil. A Revolução Industrial no século XVII surgiu em funçãode dois elementos principais: a substituição da força humana

    e da água pela força mecanizada e o estabelecimento do sis-tema fabril. Surge a mecanização dos processos de produção.A mão de obra é formada principalmente por artesãos e cam-poneses. Condições de trabalho precárias, salários baixos e

     jornadas de até 80 horas semanais sufocam os trabalhadores(ESCORSIM et al., 2005).

    A partir da Revolução Industrial, instaura-se um modelode trabalho mecanizado, que implica na alienação ao trabalho.Há uma perda do direito à propriedade do produto e a sepa-

    ração entre a concepção e a execução do trabalho. Há umaperda de investimento afetivo, uma vez que, o trabalhadorperde o acesso ao sentido de sua tarefa no todo da produção.O homem é simplesmente um executor de tarefas nessa EraCapitalista, onde o administrador dita as regras. Mas, o capita-lismo avança para um modelo liberal, que preconiza à aberturade mercado e o aumento da competitividade (ALVIM, 2007).

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    Figura 5: As condições de tra-balho na revolução industrial.Fonte: Disponível em: . Acesso em 22 maio

    2009.

    De acordo comTheodoro (2008) noBrasil, “a prestação dotrabalho originou-se emum cenário ocupadopelas civilizações colo-nial e imperial luso-bra-

    sileira, o autor destaca que Pinto (2001) refere esse períodocomo que marcado por intermináveis sucessões de violência,abusos, erros, excessos e fracassos”. Para o autor, além disso,cumpre-se mencionar a exploração, sem limites éticos e hu-manos, da mão de obra negra e indígena.

    O trabalho constitui, também, fonte de progresso do serhumano, seja referente ao seu conhecimento ou à sua cultura,além das realizações pessoal e profissional. O trabalho tam-bém proporciona dignidade àquele que o desenvolve, pelo fatode se sentir valorizado e capaz e, acima de tudo, inserido nomercado de trabalho (THEODORO, 2008).

    Um dos fatores mais relevantes do desenvolvimento dohomem está associado ao aproveitamento das contribuiçõesindividuais, como dinâmica interior, que impulsiona o querere o assumir determinada ação. Há uma relação positiva entreo grau de participação e os sentimentos de satisfação, res-ponsabilidade e comprometimentos. As pessoas dão valor e

    tendem a apoiar o que elas ajudam a criar. Produtividade nãovem de trabalho árduo e sim de participação e confiança (ES-CORSIM et al., 2005).

    Os modelos administrativos evoluem para posturas maisparticipativas, que buscam envolver o trabalhador nas deci-sões. A palavra de ordem é comprometimento. Premissa doséculo XX, a contribuição para a finalização leva o homem àcondição de coadjuvante no crescimento das empresas.

    Na Era do Conhecimento, o mundo fica mais exigente e

    as empresas tem de se preocupar não só em se manter, mas

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    em incrementar a qualidade e a produtividade. A Era do Co-nhecimento trouxe consigo a necessidade de modificar a visãoempreendedora e priorizar a valorização do principal capital

    das empresas: seus funcionários (ESCORSIM et al., 2005).O reconhecimento do capital humano no trabalho passa

    a ser um novo momentopara a civilização. Che-gou-se enfim a conclusão,que são as pessoas quedetêm a capacidade deacumular experiências econhecimentos e a capaci-dade de criação (ESCOR-SIM et al., 2005).

    Figura 6: Tecido memória.Fonte: Universidade Federal de Campina Grande.

    Os modelos administrativos evoluem novamente, destavez para posturas mais participativas, que buscam envolver

    o trabalhador nas decisões da empresa. A palavra de ordem,agora, é o comprometimento organizacional, que pode ser de-finido como a força relativa da identificação e envolvimentode um indivíduo com uma organização particular. A partir dis-so, as organizações passam a incluir em seus planejamentosestratégicos, os elementos centrais e o linguajar da culturaorganizacional, iniciando uma prática de compartilhar com osfuncionários os credos, os valores, a missão, os objetivos eas metas. Em tal prática, o segredo deixa de ser a alma do

    negócio. Para que as pessoas ficassem comprometidas com aorganização era necessário, em primeiro lugar, que elas a co-nhecessem e tivessem dela uma visão mais sistêmica.

    Os trabalhadores são os fatores mais importantes da or-ganização e da gestão dos processos de produção. Por muitotempo, os trabalhadores foram relegados a um segundo plano,porque eram vistos como máquinas, que tinham que produzire dar-se por satisfeitos por terem um emprego. Com o de-senvolvimento da era pós-industrial, os empresários começa-ram a entender que as pessoas são elementos preciosos das

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    organizações, o que levou consequentemente a necessidadede uma gestão voltada aos aspectos sociais. A competênciadas empresas está relacionada a uma condição diferenciada

    de qualificação e capacitação das pessoas, para executar seutrabalho e desenvolver suas funções.

    Na Era do Conhecimento, as empresas devem investir nasrelações humanas e na satisfação laboral, desenvolvendo emseus colaboradores o senso da iniciativa e da eficácia, comtreinamentos e persistência, preparando-os para o exercícioda profissão e promovendo o desenvolvimento e o progressodas empresas.

    Figura 7: Tecnologia.Fonte:Disponível em: . Acessoem: 23 maio 2009.

    A evolução do trabalho do homem está associada a umpassado de submissão, de desenvolvimento e ao triunfo da ra-

    zão. A Era do Conhecimento é, sem dúvida, a mais importanteetapa da história humana, sendo marcada pela autonomia dacultura. Da submissão à participação, a trajetória do homeme sua relação com o trabalho, mostram o desenvolvimento desua capacidade de obter conhecimentos para gerar ideias, ino-vações e tecnologia em seu beneficio e da humanidade (ES-CORSIM et al., 2005).

    O Trabalho e a Saúde

    A palavra Trabalho, de acordo com a definição do Dicioná-rio da Língua Portuguesa, é a aplicação das forças e faculdades

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    humanas para alcançar um determinado fim. É uma ativida-de coordenada, de caráter físico e/ou intelectual, necessáriaà realização de qualquer tarefa, serviço ou empreendimento

    (FERREIRA, 2008).Para que essas atividades sejam desenvolvidas é necessá-

    rio que o ser humano tenha ou esteja em perfeitas condiçõesde saúde. A concepção de saúde, sempre é uma concepção li-gada ao contexto histórico e social que um povo está vivendo.Devemos ter em mente também que a concepção sobre saúdenão é hegemônica dentre as pessoas de um mesmo períodohistórico e social.

    A Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1946 definiua saúde desta forma: “A saúde é um estado de bem-estar fí-sico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ouenfermidade”.

    A Lei nº. 8080 de 19 de setembro de 1990, no art. 3º re-fere que “A saúde tem como fatores determinantes e condicio-nantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento

    básico, o meio ambiente, otrabalho, a renda, a edu-

    cação, o transporte, o la-zer e o acesso aos bens eserviços essenciais”.

    Figura 8: Saúde ocupacional.Fonte: Disponível em: . Acesso em: 24 maio 2009.

    A mesma lei diz que a saúde do trabalhador é: “um con- junto de atividades que se destina, através das ações de vi-

    gilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção eproteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recu-peração e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidosaos riscos e agravos advindos das condições de trabalho” (Leinº. 8080/90).

    Para Chiavenato (2002), a saúde e a segurança dos em-pregados constituem uma das principais bases para a preser-vação da força de trabalho adequada para o crescimento da

    empresa.Ainda, de acordo com Chiavenato, a saúde e a segurança

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    do trabalho, referem-se ao conjunto de normas e procedimen-tos que visam à proteção da integridade física e mental dotrabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às

    tarefas da função e ao ambiente físico onde estas tarefas sãoexecutadas. Estão diretamente relacionadas com o diagnós-tico e com a prevenção de doenças ocupacionais, a partir doestudo e controle de duas variáveis: o homem e seu ambientede trabalho (2002).

    O mesmo autor refere que, saúde e segurança do traba-lho, são atividades que repercutem diretamente sobre a conti-nuidade da produção e sobre o moral dos trabalhadores. Seusprincipais objetivos são a manutenção de ambientes de tra-balho saudáveis e a valorização do elemento humano, comoparte primordial para o sucesso de qualquer empreendimentoorganizacional (CHIAVENATO, 2002).

    A preocupação com a saúde do trabalhador vem de longadata. Ou pelo menos, a constatação de que as atividades labo-rativas poderiam influenciar na sua saúde e segurança.

    Figura 9: Segurança no tra-

    balho.Fonte: Disponível em: . Acesso em:23 maio 2009.

    Em 1556, um anoapós a morte de Ge-orgius Agrícola foi pu-blicado o livro “De Re

    Metallica”, com estudosde diversos problemasrelacionados à extração

    de minerais argentíferos (que contêm prata, e auríferos quecontêm ou produz ouro, conforme dicionário Luft, 2001) e afundição de prata e ouro. Nesta obra, há destaque para a cha-mada “asma dos mineiros” provocada por poeiras que Agrícoladenominava “corrosivas”; a descrição dos sintomas e a rápi-da evolução da doença demonstram, sem sombra de dúvida,

    trata-se de casos de silicose (HISOS, 20072).2 A autora solicitou junto ao portal HISOS, a autoria do artigo, porém não obteve resposta

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    Em 1697, Paracelso elaborou a primeira monografia rela-cionando a doença ao trabalho, “VON Der Birgsucht Und Ande-ren Heiten”. São numerosas as suas observações relacionando

    métodos de trabalho ou substâncias manuseadas, com doen-ças, sendo de destacar-se, por exemplo, que, em relação à in-toxicação pelo mercúrio, os principais sintomas dessa doençaprofissional ali se encontram assinalados (HISOS, 2007, p. 1).

    Portanto, “Segurança e Saúde no Trabalho” não é apenasuma obrigação legal, pois se trata de uma questão de vitalimportância para o sucesso e sobrevivência das organizações(JESUS, 2007).

     

    Atividades1. Marque a alternativa correta:

    a) ( ) A palavra trabalho vem do latim “Tripalium”, erefere-se a um instrumento de tortura, utilizado para pu-nição dos indivíduos que, ao perderem a liberdade, eramsubmetidos ao trabalho forçado.

    b) ( ) A palavra trabalho vem do grego “Tripalium”, erefere-se a um instrumento de tortura, utilizado para pu-nição dos indivíduos que, ao perderem a liberdade, eramsubmetidos ao trabalho forçado.c) ( ) A palavra trabalho vem do latim “Tripalium”,e refere-se a um instrumento de pesquisa, utilizado parapunição dos indivíduos que, ao perderem a liberdade,eram submetidos ao trabalho forçado.d) ( ) Todas as alternativas estão incorretas.

    2. A saúde do trabalhador é: “um conjunto de atividadesque se destina, através das ações de vigilância epidemiológicae vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dostrabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitaçãoda saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravosadvindos das condições de trabalho”. Qual é a lei que define a

    até o momento da finalização deste capitulo. Sendo relevante as informações ali presta-das, faz-se esclarecimento aos leitores pela falta de indicação de autoria. Disponível em:. Acesso em: maio de 2009. Trata-se a partirdeste momento como HISOS.

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    saúde do trabalhador?

    a) ( ) Lei de nº 8.142 de 1990.

    b) ( ) Lei de nº 8.080 de 1990.c) ( ) Lei de nº 8.689 de 1993.d) ( ) Todas as alternativas estão corretas.

     

    ReferênciasCHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. Edição Com-

    pacta. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

    ESCORSIM, Sérgio; KOVALESKI, João Luiz; PILATTI, Luiz Al-berto; CARLETTO, Balduir. A evolução do trabalho do homemno contexto da civilização: da submissão à participação [in-ternet]. IX Simpósio internacional processo civilizador.24 a 26 de novembro de 2005. Anais. Disponível em: . Acesso em: março de 2009.

    FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda; ANJOS, Margaridados; FERREIRA, Marina Baird. Aurélio Edição Especial. 2ªed. Rio de Janeiro: Editora Positivo, 2008.

    FRIAS JÚNIOR, Mário Ferreira. Saúde no trabalho: temasbásicos para o profissional que cuida da saúde dos trabalha-dores. São Paulo: Roca, 2002.

    GOMES, Ângela de Castro Correia. Um instante de reflexãosobre o homem e o trabalho. Caderno de Pesquisas em Admi-nistração, São Paulo: PPGA/FEA/USP, v. 1, n. 11, p. 12-17,

     jan.-mar. 2000.

    JESUS, José Ernesto da Costa Carvalho. Segurança e Saúdeno Trabalho. Janeiro 2005. Artigo disponível em: . Acesso em: 19 mar. 2009.

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     al  

    MARTINS, P. G.; LAUGENI, F.P. Administração da Produção.São Paulo: Editora Saraiva, 1998.

    RIBEIRO, Fernanda A. O Papel do Trabalho na História doHomem. Cientifico, v. 2. 2005. [revista eletrônica]. Facul-dade Ruy Barbosa. Disponível em: . Acesso em: 20 mar.2009.

    SUS É LEGAL. Legislação Federal e Estadual – 2008. Secreta-ria Estadual da Saúde/RS. Conselho Estadual de Saúde.

    THEODORO, Eduardo Machado. Assédio moral na relaçãode emprego: responsabilidade civil do empregador por atode seu preposto. Disponível em: . Acesso em: 20 mar. 2009.

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    Cap. II

    Há homens que lutam um dia e são bons.Há outros que lutam um ano e são melhores.

    Há os que lutam muitos anos e são muito bons.Porém, há os que lutam toda a vida. Esses são os imprescindíveis.

    (BERTOLT BRECHT).

    As Normas Regulamentadoras (NR’s) são normas que re-gulamentam e fornecem parâmetros e instruções sobre saú-de e segurança do trabalho. Constituem a espinha dorsal dalegislação de segurança do trabalho e saúde ocupacional noBrasil. São de observância obrigatória pelas empresas priva-das e públicas e pelos órgãos públicos de administração diretae indireta, bem como, pelos órgãos dos Poderes Legislativoe Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consoli-dação das Leis do Trabalho (CLT). A observância das Normas

    Regulamentadoras, no entanto, não desobriga as empresas documprimento de outras disposições que, com relação à ma-

    NormasRegulamentadoras

    NR’s de Segurança e

    Saúde no Trabalho

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    téria sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentossanitários dos Estados ou Municípios, e outras, oriundas deconvenções e acordos coletivos de trabalho.

    As Normas são elaboradas por uma comissão Tripartite,composta por representantes do governo, dos empregadorese dos empregados. Em 11 de abril de 1996, a Portaria SSST/MTb nº 02 criaram a Comissão Tripartite Paritária Permanen-te (CTPP) composta por cinco representantes da bancada dogoverno: (SSST e FUNDACENTRO), cinco representantes dabancada dos empregadores (CNC, CNI, CNA, CNT, CNF) e cin-co representantes da bancada dos trabalhadores; (FS, CUT,CGT), contando com representantes dos Ministérios da Saúdee Previdência e Assistência Social. Os membros da CTPP têmdireito a voz e voto em igualdade de condições, num mandatode dois anos, podendo ser reconduzidos. As principais vanta-gens da elaboração e revisão de uma norma de forma tripar-tite são: transparência, corresponsabilidade, engajamento eharmonização dos interesses.

    As disposições contidas nas Normas Regulamentadorasaplicam-se, no que couber, aos trabalhadores, às entidades ou

    empresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos represen-tativos das respectivas categorias profissionais. Para fins deaplicação das NR’s, considera-se:

    Empregador: empresa individual ou coletiva, que assu-me os riscos da atividade econômica, admitindo, assa-lariando e dirigindo a prestação pessoal de serviços. Osprofissionais liberais, as instituições de beneficência, asassociações sem fins lucrativos, que admitam emprega-

    dos, equiparam-se aos empregadores;

    Empregado: a pessoa física que presta serviços de natu-reza não eventual a empregador, sob a dependência destee mediante salário;

    Empresa: estabelecimento ou conjunto de estabeleci-mentos, canteiros de obra, frentes de trabalho, locais detrabalho e outros, constituindo a organização de que se

    utiliza o empregador para atingir seus objetivos.

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    De acordo com o Departamento de segurança e saúde notrabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a fis-calização da aplicação das Normas Regulamentadoras é feita

    atualmente por cerca de três mil auditores fiscais do trabalho,espalhados pelo país (CAVALCANTE, 2007). Os auditores fis-cais do trabalho, no ato da fiscalização, verificando a existên-cia de uma infração às Normas Regulamentadoras na empresaauditada, podem conceder um prazo para que a mesma seregularize, podem lavrar um auto de infração, ou propor ainterdição daquele estabelecimento. Se houver uma condiçãode grave e iminente risco à integridade física do trabalhador,o auditor fiscal poderá propor a interdição legal do estabeleci-mento (UNITRABALHO, 2007).

    Nas empresas, há ainda o trabalho das Comissões Inter-nas de Prevenção de Acidentes (CIPA’s), que são órgãos pró-prios de cada empresa, e tem a finalidade de observar e rela-tar as condições de risco nos ambientes de trabalho e solicitarmedidas para reduzir e até eliminar os riscos existentes ouneutralizar os mesmos.

    Em 08 de junho de 1978 a Portaria nº. 3.214, do Ministé-

    rio do Trabalho estabeleceu 28 Normas Regulamentadora so-bre Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho. Em 1988 sãoaprovadas as cinco Normas Regulamentadoras Rurais (NRR’s).

    No Brasil existem as Normas Regulamentadoras, criadaspara identificação de riscos aos quais os trabalhadores estãoexpostos, e em como controlar tais riscos.

    A seguir será apresentando e comentado as normas re-gulamentadoras que tem relação direta com a Segurança eSaúde do Trabalhador.

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    NR-4 – ServiçosEspecializadosem Engenharia deSegurança e emMedicina do TrabalhoA Norma Regulamentadora nº. 04 foi aprovada pela Por-

    taria nº. 3.214 de 08 de junho de 1978 e publicada no suple-mento do Diário Oficial da União de 06 de julho de 1978.

    As Empresas privadas ou públicas, que possuam empre-gados regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas, mante-rão obrigatoriamente Serviços Especializados em Engenhariade Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade depromover a saúde e proteger a integridade do trabalhador nolocal de trabalho, vinculados à graduação do risco da ativida-de principal e do número total de empregados do estabeleci-mento. A fundamentação legal, ordinária e especí fica, que dá

    embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 162da CLT.Em conformidade com a

    referida norma os ServiçosEspecializados em Engenhariade Segurança e em Medicinado Trabalho deverão ser inte-grados por médico do traba-lho, engenheiro de segurança

    do trabalho, técnico de segu-rança do trabalho, enfermeirodo trabalho e auxiliar de en-fermagem do trabalho.

    Figura 1: trabalhador.Fonte: Disponível em: http://www.seconci-pr.com.br/seconcipr/?author=2&paged=2.Acesso em: 23 maio 2009.

    O técnico de segurança do trabalho e o auxiliar de en-

    fermagem do trabalho deverão dedicar 8 (oito) horas por dia

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    para as atividades dos Serviços Especializados em Engenhariade Segurança e em Medicina do Trabalho.

    O engenheiro de segurança do trabalho, o médico do tra-

    balho e o enfermeiro do trabalho deverão dedicar no mínimo3 (três) horas (tempo parcial), ou 6 (seis) horas (tempo in-tegral) por dia para as atividades dos Serviços Especializadosem Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.

    O número de profissionais que irão compor o SESMT seráde acordo com o número de empregados. No anexo da NR-4encontra-se o dimensionamento de pessoal necessário para aequipe.

    Entre as suas várias atribuições destaca-se:

    a) Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurançae de medicina do trabalho ao ambiente de trabalho e atodos os seus componentes, inclusive máquinas e equi-pamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos aliexistentes à saúde do trabalhador;

    b) Determinar, quando esgotados todos os meios conhe-

    cidos para a eliminação do risco e este persistir, mesmoreduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentosde Proteção Individual (EPI), de acordo com o que deter-mina a NR-6, desde que a concentração, a intensidade oucaracterística do agente assim o exija;

    c) Responsabilizar-se tecnicamente, pela orientaçãoquanto ao cumprimento do disposto nas NR’s aplicáveisàs atividades executadas pela empresa e/ou seus estabe-

    lecimentos;

    d) Manter permanente relacionamento com a CIPA, va-lendo-se ao máximo de suas observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR-5;

    e) Promover a realização de atividades de conscientiza-ção, educação e orientação dos trabalhadores para a pre-venção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais,

    tanto através de campanhas quanto de programas de du-ração permanente;

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    f) Esclarecer  e conscientizar  os empregadores sobreacidentes do trabalho e doenças ocupacionais, estimulan-do-os em favor da prevenção.

    São também atribuições o registro e análise de todos osacidentes ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ousem vítima e em todos os casos de doença ocupacional. Ela-borar planos de controle de catástrofes, de disponibilidade demeios que visem ao combate a incêndios e ao salvamento eatenção de imediato a vítimas de qualquer outro tipo de aci-dente.

    NR-5 – CIPA (ComissãoInterna de Prevençãode Acidentes)Esta norma foi criada pelo Decreto-Lei nº 5.432, de

    01/05/1943. Refere que todas as empresas privadas e públi-cas e os órgãos governamentais que possuam empregadosregidos pela ConsoIidação das Leis do Trabalho (CLT) ficamobrigados a organizar e manter em funcionamento, por esta-belecimento, uma Comissão Interna de Prevenção de Aciden-tes (CIPA).

    A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decor-rentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanente-mente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da

    saúde do trabalhador. À preservação da vida e promoção

    da saúde dos trabalhadores

    A CIPA deverá abordar as relações entre o homem e otrabalho, objetivando a constante melhoria das condições detrabalho para prevenção de acidentes e doenças decorrentesdo trabalho.

    A CIPA será composta de representantes do empregadore dos empregados. Os representantes dos empregadores, ti-

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    tulares e suplentes serão por eles designados. Os represen-tantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos emescrutínio secreto, do qual participem, independentemente de

    filiação sindical, exclusiva-mente os empregados inte-ressados.

    Figura 2: Símbolo do CIPA.Fonte: Disponível em: . Acesso em:25 maio 2009.

    O mandato dos mem-bros eleitos da CIPA terá a

    duração de um ano, permiti-da uma reeleição. É vedadaa dispensa arbitrária ou sem

     justa causa do empregadoeleito para cargo de direçãode Comissões Internas de Prevenção de Acidentes, desde oregistro de sua candidatura até um ano após o final de seumandato.

    DAS ATRIBUIÇÕESA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes terá por

    atribuição:

    a) Identificar os riscos do processo de trabalho, e elabo-rar o mapa de riscos, com a participação do maior númerode trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde hou-ver;

    b) Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação pre-ventiva na solução de problemas de segurança e saúde notrabalho;

    c) Participar da implementação e do controle da qualida-de das medidas de prevenção necessárias, bem como daavaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;

    d) Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes

    e condições de trabalho visando a identificação de situa-

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    ções que venham a trazer riscos para a segurança e saúdedos trabalhadores;

    e) Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimentodas metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir assituações de risco que foram identificadas;

    f) Divulgar  aos trabalhadores informações relativas àsegurança e saúde no trabalho;

    g) Participar, com o SESMT, onde houver, das discussõespromovidas pelo empregador, para avaliar os impactos dealterações no ambiente e processo de trabalho relaciona-do à segurança e saúde dos trabalhadores;

    h) Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao emprega-dor, a paralisação de máquina ou setor onde considerehaver risco grave e iminente à segurança e saúde dostrabalhadores;

    i) Colaborar  no desenvolvimento e implementação doPCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à se-gurança e saúde no trabalho;

     j) Divulgar e promover o cumprimento das Normas Re-gulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e con-venções coletivas de trabalho, relativas à segurança esaúde no trabalho;

    k) Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver,ou com o empregador da análise das causas das doençase acidentes de trabalho e propor medidas de solução dosproblemas identificados;

    l) Requisitar ao empregador e analisar as informaçõessobre questões que tenham interferido na segurança esaúde dos trabalhadores;

    m) Requisitar à empresa as cópias da Comunicação deAcidentes de Trabalhos emitidas;

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    n) Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT,onde houver a Semana Interna de Prevenção de Aciden-tes do Trabalho – SIPAT;

    o) Participar, anualmente, em conjunto com a empresa,de Campanhas de Prevenção da AIDS.

    NR-6 – EPI/EPC(Equipamentos deProteção Individual

    e Coletiva)A fundamentação legal, ordinária e especí fica, que dá em-

    basamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 166 e167 da CLT. Esta norma estabelece e define os tipos de EPI’s aque as empresas estão obrigadas a fornecer aos seus empre-gados, sempre que as condições de trabalho o exigir, a fim deresguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores.

    Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora

    (NR), considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI),todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelotrabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis deameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

    Figura 3: Equipamentos de Proteção Individual.Fonte: Disponível em: . Acessoem: 21 maio 2009.

    Entende-se comoEquipamento Conjugadode Proteção Individual,todo aquele composto porvários dispositivos, queo fabricante tenha asso-ciado contra um ou maisriscos que possam ocor-rer simultaneamente eque sejam suscetíveis de

    ameaçar a segurança e asaúde no trabalho.

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    Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) são aqueles queprotegem duas ou mais pessoas de um agente agressor, aomesmo tempo.

    São meios de proteção coletiva: ventilação; enclausu-ramento de máquina ou equipamento para isolar a condiçãonociva; isolar a fonte de condição nociva em local especial eafastado; aterramento elétrico; chuveiro de emergência; pa-ra-raios.

    O equipamento de proteção individual, de fabricação na-cional ou importada, só poderá ser posto à venda ou utilizadocom a indicação do Certificado de Aprovação (CA), expedidopelo órgão nacional competente em matéria de segurança esaúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. A em-presa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação efuncionamento, nas seguintes circunstâncias:

    a) Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçamcompleta proteção contra os riscos de acidentes do traba-lho ou de doenças profissionais e do trabalho;

    b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiveremsendo implantadas; e,c) Para atender a situações de emergência.

    Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Se-gurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), ou a ComissãoInterna de Prevenção de Acidentes (CIPA), nas empresas de-sobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao empregadoro EPI adequado ao risco existente em determinada atividade.

    Nas empresas desobrigadas de constituir CIPA, cabe aodesignado, mediante orientação de profissional tecnicamentehabilitado, recomendar o EPI adequado à proteção do traba-lhador.

    Compete ao empregador quanto ao EPI:

    a) Adquirir o adequado ao risco de cada atividade;b) Exigir seu uso;c) Fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo ór-

    gão nacional competente em matéria de segurança e saú-de no trabalho;

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    d) Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequadoguarda e conservação;e) Substituir imediatamente, quando danificado ou extra-

    viado;f) Responsabilizar-se pela higienização e manutenção pe-riódica; e,g) Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

    Compete ao empregado quanto ao EPI:

    a) Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que sedestina;b) Responsabilizar-se pela guarda e conservação;c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que otorne impróprio para uso; e,d) Cumprir as determinações do empregador sobre o usoadequado.

    Os tipos de EPI’s utilizados podem variar dependendo dotipo de atividade ou de riscos que poderão ameaçar a segu-

    rança e a saúde do trabalhador e da parte do corpo que sepretende proteger, tais como:

    » Proteção auditiva: abafadores de ruídos ou protetoresauriculares;» Proteção respiratória: máscaras e filtro;» Proteção visual e facial: óculos e viseiras;» Proteção da cabeça: capacetes;» Proteção de mãos e braços: luvas e mangotes;

    » Proteção de pernas e pés: sapatos, botas e botinas;» Proteção contra quedas: cintos de segurança e cinturões.

    Os Equipamentos de Proteção Individual além de essen-ciais à proteção do trabalhador, visando à manutenção de suasaúde física e proteção contra os riscos de acidentes do traba-lho e/ou de doenças profissionais e do trabalho, podem tam-bém proporcionar a redução de custos ao empregador.

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    NR-7 – PCMSO(Programa de ControleMédico de SaúdeOcupacional)Esta Norma Regulamentadora entrou em vigor desde ja-

    neiro de 1995, ela estabelece a obrigatoriedade de elaboraçãoe implementação, por parte de todos os empregadores e ins-tituições que admitam trabalhadores como empregados, do

    Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO),com o objetivo de promoção e preservação da saúde do con- junto dos seus trabalhadores.

    Através do PCMSO se realizam os controles de saúde dosempregados, bem como o monitoramento de eventuais expo-sições a riscos ocupacionais, ou seja, controla-se e previne-seo aparecimento de eventuais doenças ocasionadas ou agra-vadas pelo trabalho. Além disso, é possível monitorar outrasdoenças, não relacionadas ao trabalho, mas que podem oca-

    sionar problemas quando não controladas (diabetes, hiperten-são, etc.).

    O PCMSO determinará, ainda, a necessidade da realiza-ção de exames médicos e laboratoriais e sua periodicidade,bem como a realização de campanhas de prevenção ou pales-tras de orientação sobre determinados assuntos.

    O PCMSO deverá considerar as questões incidentes sobreo indivíduo e a coletividade de trabalhadores, privilegiando oinstrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação

    entre sua saúde e o trabalho.O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento

    e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados aotrabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constata-ção da existência de casos de doenças profissionais ou danosirreversíveis à saúde dos trabalhadores.

    O PCMSO deverá ser planejado e implantado com basenos riscos à saúde dos trabalhadores, especialmente os iden-tificados nas avaliações previstas nas demais NR.

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    Figura 4: Ambulatório.Fonte: . Acesso; 23 maio 2009.

    O PCMSO deve incluir, entreoutros, a realização obrigatória dosexames médicos: admissionais; pe-riódico; de retorno ao trabalho; demudança de função; demissional.Os exames que deverão ser reali-zados incluem: avaliação clínica,abrangendo anamnese ocupacio-nal e exame físico e mental; exa-mes complementares, realizados deacordo com os termos especí ficosnesta NR e seus anexos.

    O exame médico admissional, deverá ser realizado antesque o trabalhador assuma suas atividades:

    Em se tratando do exame médico periódico, será de acor-do com os intervalos mínimos de tempo discriminados na NR.

    No exame médico de retorno ao trabalho, deverá ser re-

    alizada obrigatoriamente no primeiro dia da volta ao traba-lho de trabalhador ausente por período igual ou superior a 30(trinta) dias por motivo de doença ou acidente, de naturezaocupacional ou não, ou parto.

    O exame médico de mudança de função será obrigatoria-mente realizado antes da data da mudança. Entende-se pormudança de função toda e qualquer alteração de atividade,posto de trabalho ou de setor que implique a exposição do tra-balhador a risco diferente daquele a que estava exposto antes

    da mudança.E o exame médico demissional, será obrigatoriamente re-alizado até a data da homologação da demissão.

    Os dados de prontuário médico dos empregados são deacesso exclusivo do médico do trabalho responsável pela exe-cução do programa e do próprio empregado, não podendo fi-car à disposição da empresa, sob qualquer alegação. Eventu-almente podem ser solicitadas informações ou relatórios porparte de autoridades competentes, devendo tais respostas se-

    rem fornecidas sempre pelo médico do trabalho. A lei obriga

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    que se mantenham esses dados por, no mínimo, 20 (vinte)anos após o desligamento do empregado.

    A mesma norma também determina que em relação aos

    primeiros socorros que:

    Todo estabelecimento deverá estar equipado com material ne-cessário à prestação dos primeiros socorros, considerando-se ascaracterísticas da atividade desenvolvida; manter esse materialguardado em local adequado e aos cuidados de pessoa treinadapara esse fim.

    NR-9 – PPRA (Programade Prevenção deRiscos Ambientais)A fundamentação legal, ordinária e especí fica, que dá em-

    basamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 175a 178 da CLT.

    Esta Norma Regulamentadora (NR) estabelece a obrigato-riedade da elaboração e implementação, por parte de todos osempregadores e instituições que admitam trabalhadores comoempregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambien-tais (PPRA), visando à preservação da saúde e da integridadedos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento,avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos am-bientais existentes ou que venham a existir no ambiente detrabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente

    e dos recursos naturais.Todas as Empresas que tenham empregados em regimede CLT (a partir de 01 empregado registrado) serão obrigadasa ter o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).

    O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo dasiniciativas da empresa no campo de preservação da saúde eda integridade dos trabalhadores, devendo estar articuladocom o disposto nas Normas Regulamentadoras, em especialcom o Programa de Controle Médico da Saúde Ocupacional

    (PCMSO) previsto na NR-7.

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    Para efeito desta NR consideram-se riscos ambientais osagentes físicos, químicos e biológicos, existentes nos ambien-tes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração

    ou imensidade e tempo de exposição, são capazes de causardanos à saúde do traba-lhador.

    Figura 5: Risco ambiental.Fonte: Disponível em: . Acessoem: 26 maio 2009.

    Consideram-se agen-tes físicos as diversasformas de energia a quepossam estar expostos ostrabalhadores, tais como:ruído, vibrações, pressões

    anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, ra-diações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom.

    Consideram-se agentes químicos as substâncias, compos-tos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via

    respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas,gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de ex-posição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismoatravés da pele ou por ingestão.

    Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos,bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.

    Visa exclusivamente à preservação da saúde e daintegridade física dos trabalhadores, através da antecipação,

    reconhecimento, avaliação e consequente controle dosriscos ambientais. Além disso, é uma proteção legal paraa empresa no caso de eventuais processos trabalhistas.

    O PPRA tem diversas fases e recomenda-se a elaboraçãode um laudo inicial por profissional da área de segurança notrabalho. Este laudo registrará a antecipação do reconheci-mento dos riscos existentes, e, no caso de não serem identi-ficados, dispensará as demais etapas, resumindo-se apenas

    num relatório de registro e divulgação dos dados recolhidos.

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    A comprovação de existência de riscos obrigará o pros-seguimento do programa nas fases seguintes com avaliação,controle, implantação de medidas corretivas e monitoramento

    dos riscos.A estrutura do PPRA se resume em:

     Antecipação e Reconhecimento dos RiscosEstabelecimento de Prioridades e Metas de Avaliação e Controle Avaliação dos Riscos e da Exposição dos TrabalhadoresImplantação de Medidas de Controle e Avaliação de sua efi cáciaMonitoramento da Exposição aos RiscosRegistro e Divulgação dos Dados

    A elaboração, implementação, acompanhamento e avalia-ção do PPRA poderão ser feitas pelo Serviço Especializado emEngenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)ou por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empre-gador, sejam capazes de desenvolver o disposto nesta NR.

    O conhecimento e a percepção que os trabalhadores têmdo processo de trabalho e dos riscos ambientais presentes,incluindo os dados consignados no Mapa de Riscos, previsto

    na NR-5, deverão ser considerados para fins de planejamentoe execução do PPRA em todas as suas fases.

    O empregador deverá garantir que, na ocorrência de ris-cos ambientais nos locais de trabalho, que coloquem em situ-ação de grave e iminente risco, um ou mais trabalhadores, osmesmos possam interromper de imediato as suas atividades,comunicando o fato ao superior hierárquico direto para as de-vidas providências.

    NR-17 – ErgonomiaA atual redação da Norma Regulamentadora 17 – Ergono-

    mia4 foi estabelecida pela Portaria nº. 3.751, de 23 de novem-4 A palavra “Ergonomia” vem de duas palavras Gregas: “ergon” que significa trabalho, e “nomos” que significa leis. Hoje em dia, a palavra é usada para descrever a ciência de “conceber uma tarefa que se adapte ao trabalhador, e não forçar o trabalhador a adaptar-se à tarefa”. “A ergonomia é o estudo cientí fico da relação entre o homem e seus meios,métodos e espaço de trabalho. Seu objetivo é elaborar, mediante a contribuição de di-versas disciplinas cientí ficas que a compõem, um corpo de conhecimentos que, dentrode uma perspectiva de aplicação, deve resultar numa melhor adaptação ao homem dosmeios tecnológicos e dos ambientes de trabalho e de vida”. (Congresso Internacional deErgonomia, 1969).

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    bro de 1990. O Ministério do Trabalho e Emprego, no ano de2000, realizou treinamentos para auditores-fiscais do trabalhocom especialização em Saúde e Segurança no Trabalho em

    todo o país, analisando a aplicação desta Norma pela fiscaliza-ção de trabalho, e à própria organização do trabalho.

    Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâ-metros que permitam aadaptação das condiçõesde trabalho às caracterís-ticas psicofisiológicas dostrabalhadores, de modo aproporcionar um máximode conforto, segurança edesempenho eficiente.

    Figura 6: Ginástica laboral.Fonte: Disponível em: . Acessoem: 26 maio 2009.

    As condições de trabalho incluem aspectos relacionadosao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mo-

    biliário, aos equipamentos e às condições ambientais do postode trabalho, e à própria organização do trabalho.

    Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às ca-racterísticas psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao em-pregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo amesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho, confor-me estabelecido nesta Norma Regulamentadora.

    NR-32 – Segurança eSaúde no trabalho emestabelecimentos deAssistência à SaúdeAs Normas existem, são muitas como visto anteriormen-

    te, algumas bem especí ficas, porém, a primeira Norma a con-

    templar exclusivamente o trabalhador da saúde é a Norma

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    Regulamentadora de nº. 32 (NR-32), a proteção da saúde dequem cuida da nossa saúde.

    A NR-32 (Norma Regulamentadora para Segurança e

    Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde), publicada no DiárioOficial em 16 de novembro de 2005, a NR-32 traz importantereforço às legislações do Ministério da Saúde, da Agência Na-cional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e da Comissão Nacio-nal de Energia Nuclear (CNEN). É especifica para os estabele-cimentos que prestam serviços de assistência à saúde.

    As diretrizes da NR-32 visam resguardar os profissionaisde saúde que se expõem aos riscos biológicos, químicos, ra-diações ionizantes, inclusive os trabalhadores que cuidam dalimpeza dos ambientes, da lavanderia e manutenção.

    A NR-32 possui três grandes eixos que são: a capacitaçãodos trabalhadores, a definição dos programas que tratam osriscos e a determinação das medidas de proteção contra osriscos.

    O setor de saúde está em quinto lugar na escala de aci-dentes de trabalho, superando áreas consideradas de alto ris-co, como a construção civil, da eletricidade e as indústrias

    extrativas. A saúde só perde para setores como a indústria detransformação, agricultura e transporte (SOARES, 2006).A NR-32 é bastante extensa e em algumas questões, mi-

    nuciosa. Antes da NR-32 não havia normatização nem padro-nização que dessem resposta a inúmeros casos de riscos deacidentes em estabelecimentos de saúde. Com o objetivo dereduzir os acidentes de trabalho, a norma determina que todotrabalhador dos serviços de saúde seja informado dos riscosa que está submetido e tenha direito, gratuitamente, a imuni-

    zação contra doenças transmissíveis. A NR-32 foi estruturadapara estabelecer diretrizes diretamente relacionadas aos ris-cos inerentes ao profissional de saúde, no cumprimento desuas atividades (SOARES, 2006).

    De acordo com a NR-32, risco biológico é a probabilida-de de exposição ocupacional a microrganismos, culturas decélulas, parasitas, toxinas e príons5. Todo o local onde existaa possibilidade de exposição a agente biológico deve ter lava-

    5 Príons. Agente infeccioso não vivo, formado por uma molécula proteica auto-replicávele, supostamente, sem ácido nucléico, e que se presume que seja forma modificada daproteína pr-P (FERREIRA, 1999).

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    tório exclusivo para higiene dasmãos, com água corrente, sabo-nete liquido, toalha descartável e

    lixeira com sistema de aberturasem contato manual.

    Figura 7: Cabine de segurança biológica.Fonte: Disponível em: . Acesso em: 21maio 2009.

    Dentre as recomendaçõesda NR-32, quanto a riscos quími-cos, consta que devem ser man-tidas as embalagens originais dosprodutos químicos utilizados emserviços de saúde. Os recipientes

    contendo produto químico manipulado ou fracionado devemser identificados, de forma legível, com etiqueta com o nomedo produto, composição química, concentração, data de enva-se e validade, além do nome do responsável pela manipulaçãoou fracionamento. É vedado o procedimento de reutilização

    de embalagens de produtos químicos. Os equipamentos paraadministração de gases e vapores anestésicos devem passarpor manutenção preventiva.

    Em relação às radiações ionizantes, a NR-32 determinaque mesmo cumpridas às exigências desta NR, isto não de-sobriga o empregador de observar as disposições estabeleci-das pelas normas especificas da Comissão Nacional de EnergiaNuclear (CNEN) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária(ANVISA). Determina ainda, que é obrigatório manter no local

    de trabalho e a disposição, o Plano de Proteção Radiológica(PPR), aprovado pela CNEN, e para os serviços de radiodiag-nóstico aprovado pela Vigilância Sanitária (MTE, 2005).

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    Atividades

    1. Marque a resposta correta.

    a) ( ) Equipamento de Proteção Individual é tododispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelotrabalhador. E tem a função à proteção de riscos suscetí-veis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.b) ( ) Equipamento de Proteção Coletiva é todo dis-positivo ou produto, de uso individual utilizado pelo tra-balhador. E tem a função à proteção de riscos suscetíveisde ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.c) ( ) Equipamento de Proteção Individual são al-guns dispositivo ou produto, de uso coletivo utilizado pelotrabalhador. E tem a função à proteção de riscos suscetí-veis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.d) ( ) Todas as respostas estão corretas.

    2. A CIPA tem como objetivo:

    a) ( ) A Comissão Interna de Prevenção de Aciden-tes (CIPA), tem como objetivo a prevenção de acidentes edoenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar com-patível permanentemente o trabalho com a preservaçãoda vida e a promoção da saúde do trabalhador.b) ( ) A Comissão Interna de Prevenção de Aciden-tes (CIPA), tem como objetivo a assistência nos aciden-tes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar

    compatível permanentemente o trabalho com a preserva-ção da vida e a promoção da saúde do trabalhador.c) ( ) A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes(CIPA), tem como objetivo a prevenção de acidentes dotrabalho, de modo a tornar compatível permanentementeo trabalho com a preservação da vida e a promoção dasaúde do trabalhador.d) ( ) Nenhuma alternativa está correta.

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    Referências

    BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 17. Dispo-nível em: . Acesso em: 29 abr. 2009.

    —————. NR 09. Disponível em: .Acesso em: 29 abr. 2009.

    —————. Normas Regulamentadoras. Disponível em:

    . Acesso em: 28 abr. 2009.

    LIVESeg – Aproximando Prevencionistas. Disponível em:.Acesso em: 19 maio 2009.

    MANUAL de Rotinas Trabalhistas. Disponível em: . Acesso em: 19 abr. 2009.

    MANUAL do CIPA. Disponível em: . Acesso em: 20 maio 2009.

    NORMA Regulamentadora. Disponível em: .Acesso em: 19 maio 2009.

    NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacio-nal. Disponível em: . Acesso em:30 abr. 2009.

    SERVIÇOS especializados em engenharia de segurança eem medicina do trabalho. Disponível em:

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    do%20em%20Engenharia%20e%20Medicina%20do%20Trabalho.pdf>. Acesso em: 19 maio 2009.

    Anexo IV – Mapa deRiscos

    1. O Mapa de Riscos tem como objetivos:

    a) reunir as informações necessárias para estabelecer odiagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalha-

    dor na empresa;b) possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divul-gação de informações entre os trabalhadores, bem comoestimular sua participação nas atividades de prevenção.

    2. Etapas de elaboração

    a) conhecer o processo de trabalho no local analisado:– os trabalhadores: número sexo, idade, treinamento pro-

    fissional e de segurança e saúde;– os instrumentos e materiais de trabalho;– as atividades exercidas;– o ambiente.b) identificar os riscos existentes no local analisado, con-forme a classificação da Tabela;c) identificar as medidas preventivas existentes e sua efi-cácia:– medidas de proteção coletiva;

    – medidas de organização do trabalho;– medidas de proteção individual;– medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios, ves-tiários, armários, bebedouro, refeitório.d) identificar os indicadores de saúde:– queixas mais frequentes e comuns entre os trabalhado-res expostos aos mesmos riscos;– acidentes de trabalho ocorridos;– doenças profissionais diagnosticadas;– causas mais frequentes de ausência ao trabalho:

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    e) conhecer os levantamentos ambientais já realizados nolocal;f) elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout da empresa,

    indicando através de círculo:– o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor pa-dronizada na Tabela I;– o número de trabalhadores expostos ao risco, o qualdeve ser anotado dentro do círculo;– a especificação do agente (por exemplo: químico – sílica,hexano, ácido clorídrico; ou ergonômico – repetitividade,ritmo excessivo), que deve ser anotada também dentro docírculo;– a intensidade do risco, de acordo com a percepção dostrabalhadores, que deve ser representada por tamanhosdiferentes de círculos.

    3. Após discutido e aprovado pela CIPA, o Mapa de Ris-cos, completo ou setorial, deverá ser afixado em cada localanalisado, de forma claramente visível e de fácil acessopara os trabalhadores.

    4. No caso das empresas da indústria da construção, oMapa de Riscos do estabelecimento deverá ser realizadopor etapa de execução dos serviços, devendo ser revistosempre que um fato novo e superveniente modificar a si-tuação de riscos estabelecida.

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     O c  u p a c i   on

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    Cap. III

    Acidente de TrabalhoA origem do Direito do Trabalho remonta à época da Re-

    volução Industrial, ocorrida no século XVIII. Esse marco histó-rico provocou uma significativa degradação do meio ambientenatural e laboral, que redundou no incremento de doençasocupacionais e acidentes de trabalho (ALMEIDA, 2007).

    Acidente conforme o Dicionário da Língua Portuguesa é

    um acontecimento casual, imprevisto, ou então acontecimen-to infeliz que resulta em ferimento, dano, estrago, prejuízo,etc. Nesse sentido, é importante observar que um acidentenão é obra do acaso e pode trazer consequências indesejáveis.Em outras palavras acidentes pode ser previstos. Se pude-rem ser previstos podem ser evitados. Os acidentes em geralsão os resultados de uma combinação de vários fatores, entreeles, falhas humanas e falhas materiais.

    Segundo Falcão e Rousselet (1999), o acidente do tra-

    balho, na sua grande parte poderia ser evitado, se houvesse

    Legislação e Segurançado Trabalhador 

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    ço, mesmo que seja com fins de estudo, desde que financiadapela empresa.

    Para que o acidente, ou a doença, seja considerado como

    acidente do trabalho é imprescindível que seja caracterizadotecnicamente pela Perícia Médica do INSS, que fará o reconhe-cimento técnico do nexo causal entre o acidente e a lesão; adoença e o trabalho; e a causa mortis e o acidente. Na con-clusão da Perícia Médica, o médico-perito pode decidir peloencaminhamento do segurado para retornar ao trabalho ouemitir um parecer sobre o afastamento (BRASIL, MPS, 2009).

    Comunicação deAcidente do TrabalhoA Lei nº 8.213 de 1991 determina em seu artigo 22 que

    todo o acidente do trabalho ou doença profissional deverá sercomunicado pela empresa ao Instituto Nacional de Seguro So-cial INSS), sob pena de multa em caso de omissão (BRASIL,MPS, 2009a).

    Destaca-se a importância da CAT, principalmente o com-pleto e exato preenchimento do formulário, tendo em vistaas informações nele contidas, não apenas do ponto de vistaprevidenciário, estatístico e epidemiológico, mas também tra-balhista e social (BRASIL, MPS, 2009a).

    Deverão ser comunicadas ao INSS, mediante formulário “Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT”, as seguintesocorrências:

    OCORRÊNCIAS TIPOS DE CAT

    a) Acidente do trabalho, típicoou de trajeto, ou doença profis-sional ou do trabalho.

    CAT inicial.

    b) Reinício de tratamento e/ouafastamento por agravamentode lesão de acidente do traba-lho, ou doença profissional oudo trabalho, já comunicado an-

    teriormente ao INSS.

    CAT reabertura.

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    mentos difíceis. Para ter direito aos benefícios, o trabalhadordeve estar em dia com as contribuições. A seguir será descritoos benefícios acidentários.

    Benefício Acidentário

    Os benefícios acidentários relacionam-se à ocorrência deacidentes do trabalho, típicos ou de trajeto, e a doenças cau-sadas ou relacionadas ao exercício de atividades laborais. Istose encontra em conformidade com a Constituição Federal de1988, que garante aos trabalhadores o seguro de acidentesdo trabalho, a cargo do empregador (Inciso XXVIII do Art. Nº.70), para os que têm vinculação empregatícia, consolidando odomínio da esfera pública sobre esta atuação, já prevista naLei No. 5.316 de 1967 (SANTANA, 2005).

    Auxilio Acidente: benefício pago ao trabalhador que sofreum acidente e fica com sequelas que reduzem sua capaci-dade de trabalho. É concedido para segurados que recebiamauxílio-doença. Têm direito ao auxílio-acidente o trabalhadorempregado, o trabalhador avulso e o segurador especial. O

    empregado doméstico, o contribuinte individual e o facultativonão recebem o benefício. Para concessão do auxílio-acidentenão é exigido tempo mínimo de contribuição, mas o trabalha-dor deve ter qualidade de segurado e comprovar a impossibi-lidade de continuar desempenhando suas atividades, por meiode exame da perícia médica da Previdência Social. O benefíciodeixa de ser pago quando o funcionário se aposenta (BRASIL,MPS, 2005).

    Auxílio Doença Acidentário

    Esse benefício é concedido ao segurado impedido de tra-balhar por doença ou acidente por mais de 15 dias consecu-tivos. No caso dos trabalhadores com carteira assinada, osprimeiros 15 dias são pagos pelo empregador, e a PrevidênciaSocial paga a partir do 16º dia de afastamento do trabalho.No caso do contribuinte individual (empresário, profissionaisliberais, trabalhadores por conta própria, entre outros), a Pre-

    vidência paga todo o período da doença ou do acidente (desdeque o trabalhador tenha requerido o benefício).

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    Para concessão de auxílio-doença é necessária a compro-vação da incapacidade em exame realizado pela perícia médi-ca da Previdência Social. O trabalhador que recebe auxílio-do-

    ença é obrigado a realizar exame médico periódico e participardo programa de reabilitação profissional prescrito e custeadopela Previdência Social, sob pena de ter o benefício suspenso(BRASIL, MPS, 2009b).

    O auxílio-doença deixa de ser pago quando o seguradorecupera a capacidade e retorna ao trabalho ou quando o be-nefício se transforma em aposentadoria por invalidez.Para terdireito ao benefício, o trabalhador tem de contribuir para aPrevidência Social por, no mínimo, 12 meses.

    Auxílio-Doença

    Terá direito ao benefício sem a necessidade de cumprir oprazo mínimo de contribuição, desde que tenha qualidade desegurado, o trabalhador acometido de tuberculose ativa, han-seníase, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, para-lisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de

    Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave,doença de Paget (osteíte deformante) em estágio avançado,síndrome da deficiência imunológica adquirida (Aids) ou con-taminado por radiação (comprovada em laudo médico) (BRA-SIL, MPS, 2009b).

    Aposentadoria EspecialBenefício concedido ao segurado que tenha trabalha-

    do em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física.Para ter direito à aposentadoria especial, o trabalhador deverá

    comprovar, além do tempo de trabalho, efetiva exposição aosagentes físicos, biológicos ou associação de agentes prejudi-ciais pelo período exigido para a concessão do benefício (15,20 ou 25 anos) (BRASIL, MPS, 2009b).

    Aposentadoria por Invalidez

    Benefício concedido aos trabalhadores que, por doençaou acidente, forem considerados pela perícia médica da Pre-

    vidência Social incapacitados para exercer suas atividades ou

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    No Brasil, podemos fixar por volta de 1930 a nossa revo-lução industrial e, embora tivéssemos já a experiência de ou-tros países, em menor escala, é bem verdade, atravessamos

    os mesmos percalços.Saúde Ocupacional é o ramo das atenções de saúde que

    visam ao trabalhador. Tem por objetivo a preservação da saú-de do homem que trabalha, melhorando suas condições deambiente laborativo e atenuando as consequências do traba-lho que lhe são prejudiciais (SEGRE e ZAHER, 2002).

    Para Segre e Zaher (2002), a Saúde Ocupacional é umaatividade em que o médico detêm apenas uma parte das res-ponsabilidades, as outras partes competem ao engenheiro, aopsicólogo, ao enfermeiro, ao técnico de segurança do trabalho,ao administrador. Destaca oa autores que a Saúde Ocupacionalabrange não somente a atenção com as doenças provenientesdo trabalho, bem como, a preservação da saúde do trabalha-dor como um todo, incluindo os aspectos extraprofissionais.

    As áreas de atuação em Saúde Ocupacional são: na fábri-ca, na empresa comercial, no sindicato, no centro de saúde,na instituição hospital