introdução a engenharia de segurança do trabalho€¦ · ocupacional. saúde ocupacional nas...
TRANSCRIPT
1
M I N I ST É R I O DA E DU C AÇ ÃO U N I V E R S I D AD E F E D E R AL D A G R A N D E
D O U R AD O S F A C U L D A D E D E C I Ê N C I A S A G R Á R I A S
Introdução a Engenharia de Segurança do
Trabalho
Prof. Dr. Rodrigo Couto Santos
DOURADOS - MS
2020
2
SUMÁRIO
1. SEGURANÇA DO TRABALHO E SEUS PROFISSIONAIS ................................3
2. LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS ............................................................ 15
3. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO .................................................................. 21
5. ERGONOMIA E DOENÇAS DO TRABALHO ................................................... 28
6. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES ............................. 31
7. MAPAS DE RISCO ........................................................................................... 37
8. OBJETIVOS E RESPONSABILIDADES DA SEGURANÇA DO TRABALHO ... 41
9. TIPOS DE ACIDENTES DE TRABALHO .......................................................... 43
10.BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 45
3
1. SEGURANÇA DO TRABALHO E SEUS PROFISSIONAIS
1.1. O que é Segurança do Trabalho?
Visando minimizar e evitar acidentes ocorridos no ambiente de trabalho, a
Segurança no Trabalho pode ser entendida como uma ciência que estuda meios
de proteger os trabalhadores em seu ambiente profissional, além de promover a
saúde de forma geral, oferecendo melhor qualidade de vida aos funcionários de
uma determinada empresa.
No Brasil, a Segurança no Trabalho é definida por normas e leis e descrita
como Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho (SESMT), regulamentada em uma portaria do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE), Norma Regulamentadora nº 4 (NR-4), além das convenções
internacionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ratificadas pelo
Brasil.
Segundo essa Norma Reguladora, devem contar, obrigatoriamente, com
profissionais de Segurança do Trabalho todas as empresas privadas e públicas, os
órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e
Judiciário, que possuam empregados regidos pela CLT. Além de ser obrigatório, a
Segurança do Trabalho organiza as atividades, previne acidentes e mostra aos
empregados a preocupação da empresa com sua saúde e bem-estar, isso aumenta
a produtividade dos funcionários, auxilia na motivação e, assim, traz diversos
benefícios às empresas.
1.2. O que estuda a Segurança do Trabalho?
Os cursos oficiais de Segurança do Trabalho estudam: Introdução à
Segurança; Higiene e Medicina do Trabalho; Prevenção e Controle de Riscos em
Máquinas, Equipamentos e Instalações; Psicologia na Engenharia de Segurança;
Administração aplicada à Engenharia de Segurança; O Ambiente e as Doenças do
Trabalho; Higiene do Trabalho; Proteção do Meio Ambiente; Legislação e Normas
Técnicas; Perícias; Ergonomia; Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência
de Riscos.
4
1.3. Quem são os profissionais em Segurança do Trabalho?
Toda empresa deve contar com um quadro de funcionários multidisciplinar de
Segurança do Trabalho, formando o SESMT (Serviço Especializado em Engenharia
de Segurança e Medicina do Trabalho). Fazem parte do SESMT: Técnico de
Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do
Trabalho e Enfermeiro do Trabalho.
O dimensionamento, ou seja, a quantidade obrigatória dos profissionais que
devem compor a área de Segurança do Trabalho irá variar de acordo com o número
de funcionários e o grau de risco da principal atividade da empresa. Em alguns
casos, por exemplo, apenas um Técnico de Segurança do Trabalho pode ser
suficiente, em outros o quadro deve ser mais completo, contando com mais de um
profissional de cada especialidade.
1.4. Quais são as funções dos profissionais em Segurança do
Trabalho?
Cada profissional atua de acordo com a sua formação específica, mas, de
modo geral, o engenheiro e o técnico têm como principais funções organizar
programas de prevenção de acidentes, orientar os trabalhadores quanto aos riscos
de suas funções e as formas de prevenção, elaborando planos de prevenção de
riscos, além de realizar inspeção, produzir laudos técnicos, orientar a CIPA e
organizar eventos e palestras de treinamento.
Já o médico e o enfermeiro do trabalho são responsáveis pela parte de saúde
ocupacional. Saúde ocupacional nas empresas é uma área da medicina voltada
para cuidar da saúde dos trabalhadores de empresas, ajudando a promover um
melhor ambiente de trabalho, e uma melhor qualidade de vida aos empregados e é
fiscalizada pelo Ministério do Trabalho, oferecendo consultas para prevenção de
doenças, tratando ferimentos ocorridos durante o período de trabalho, além de
ministrar vacinas e realizar exames de admissão e periódicos nos empregados.
Confira abaixo a transcrição exata das funções de cada um desses
profissionais, segundo o Código Brasileiro de Ocupação (CBO).
5
Engenheiro de Segurança do Trabalho – CBO 0-28.40
• Assessora empresas industriais e de outro gênero em assuntos relativos à
segurança e higiene do trabalho, examinando locais e condições de trabalho,
instalações em geral e material, métodos e processos de fabricação adotados
pelo trabalhador, para determinar as necessidades dessas empresas no campo
da pre- venção de acidentes;
• Inspeciona estabelecimentos fabris, comerciais e de outro gênero, verificando se
existem riscos de incêndios, desmoronamentos ou outros perigos, para fornecer
indicações quanto às precauções a serem tomadas;
• Promove a aplicação de dispositivos especiais de segurança, como óculos de
proteção, cintos de segurança, vestuário especial, máscara e outros,
determinando aspectos técnicos funcionais e demais características, para
prevenir ou dimi- nuir a possibilidade de acidentes;
• Adapta os recursos técnicos e humanos, estudando a adequação da máquina
ao homem e do homem à máquina, para proporcionar maior segurança ao
trabalha- dor;
• Executa campanhas educativas sobre prevenção de acidentes, organizando
palestras e divulgações nos meios de comunicação, distribuindo publicações
e outro material informativo, para conscientizar os trabalhadores e o público, em
geral;
• Estuda as ocupações encontradas num estabelecimento fabril, comercial ou de
outro gênero, analisando suas características, para avaliar a insalubridade ou
periculosidade de tarefas ou operações ligadas à execução do trabalho;
• Realiza estudos sobre acidentes de trabalho e doenças profissionais,
consultando técnicos de diversos campos, bibliografia especializada, visitando
fábricas e outros estabelecimentos, para determinar as causas desses acidentes
e elaborar recomendações de segurança.
RESOLUÇÃO Nº 325, DE 27 NOV 1987
“Dispõe sobre o exercício profissional, o registro e as atividades do
Engenheiro de Segurança do Trabalho, e dá outras providências”.
Art. 1º - O exercício da especialização de Engenheiro de Segurança do
Trabalho é permitido, exclusivamente:
6
I – ao Engenheiro ou Arquiteto, portador de certificado de conclusão de
curso de especialização a nível de pós-graduação, em Engenharia de Segurança
do Trabalho;
II – ao portador de certificado de curso de especialização em Engenharia de
Segurança do Trabalho, realizado em caráter prioritário, pelo Ministério do
Trabalho;
III – ao possuidor de registro de Engenheiro de Segurança do Trabalho,
expedido pelo Ministério do Trabalho, dentro de 180 (cento de oitenta) dias da
extinção do curso referido no item anterior.
Art. 2º - Os Conselhos Regionais concederão o registro dos Engenheiros de
Segurança do Trabalho procedendo à anotação nas carteiras profissionais já
expedidas.
Art. 3º - Para o registro só serão aceitos certificados de cursos de pós-
graduação credenciados pelo Conselho Federal de Educação, ressalvadas as
hipóteses contempladas nos incisos II e III do art. 1º.
Art. 4º - As atividades dos Engenheiros e Arquitetos na especialidade de
Engenharia de Segurança do Trabalho são as seguintes:
1- Supervisionar, coordenar e orientar tecnicamente os serviços de
Engenharia de Segurança Trabalho;
2- Estudar as condições de segurança dos locais de trabalho e das instalações
e equipamentos, com vistas especialmente aos problemas de controle de risco,
controle de poluição, higiene do trabalho, ergonomia, proteção contra incêndio e
saneamento;
3- Planejar e desenvolver a implantação de técnicas relativas a gerenciamento
e controle de riscos;
4- Vistoriar, avaliar, realizar perícias, arbitrar, emitir parecer, laudos técnicos
e indicar medidas de controle sobre grau de exposição e agentes agressivos de
riscos físicos, químicos e biológicos, tais como: poluentes atmosféricos, ruídos,
calor radiação em geral e pressões anormais, caracterizando as atividades,
7
operações e locais insalubres e perigosos;
5- Analisar riscos, acidentes e falhas, investigando causas, propondo medidas
preventivas e corretivas e orientando trabalhos estatísticos, inclusive com respeito
a custos;
6- Propor políticas, programas, normas e regulamentos de Segurança do
Trabalho, zelando pela sua observância;
7- Elaborar projetos de sistemas de segurança e assessorar a elaboração de
projetos de obras, instalações e equipamentos, opinando do ponto de vista da
Engenharia de Segurança;
8- Estudar instalações, máquinas e equipamentos, identificando seus pontos
de risco e projetando dispositivos de Segurança;
9- Projetar sistemas de proteção contra incêndio, coordenar atividades de
combate a incêndio e de salvamento e elaborar planos para emergência e
catástrofes;
10- Inspecionar locais de trabalho no que se relaciona com a Segurança do
Trabalho, delimitando áreas de periculosidade;
11- Especificar, controlar e fiscalizar sistemas de proteção coletiva e
equipamentos de segurança, inclusive os de proteção individual e os de proteção
contra incêndio, assegurando-se de sua qualidade e eficiência;
12- Opinar e participar da especificação para aquisição de substâncias e
equipamentos cuja manipulação, armazenamento, transporte ou funcionamento
possam apresentar riscos, acompanhando o controle do recebimento e da
expedição;
13- Elaborar planos destinados a criar e desenvolver a prevenção de
acidentes, promovendo a instalação de comissões e assessorando-lhes o
funcionamento;
14- Orientar o treinamento específico de segurança do trabalho e assessorar
a elaboração de programas de treinamento geral, no que diz respeito à Segurança
do Trabalho;
15- Acompanhar a execução de obras e serviços decorrentes da adoção de
medidas de segurança, quando a complexidade dos trabalhos a executar assim o
exigir;
16- Colaborar na fixação de requisitos de aptidão para o exercício de funções,
8
apontando os riscos decorrentes desses exercícios;
17- Propor medidas preventivas no campo de Segurança do Trabalho, em
face do conhecimento da natureza e gravidade das lesões provenientes do
Acidente de Trabalho, incluídas as doenças do trabalho;
18- Informar aos trabalhadores e à comunidade, diretamente ou por meio de
seus representantes, as condições que possam trazer danos à sua integridade e
as medidas que eliminam ou atenuam estes riscos e que deverão ser tomadas.
Art. 5º - A presente Resolução entrará em vigor na data de sua publicação.
Art. 6º - Revogam-se as disposições em contrário.
Técnico de Segurança do Trabalho – CBO 0-39.45
• Inspeciona locais, instalações e equipamentos da empresa, observando as
condições de trabalho, para determinar fatores e riscos de acidentes; estabelece
normas e dispositivos de segurança, sugerindo eventuais modificações nos
equipamentos e instalações e verificando sua observância, para prevenir
acidentes;
• Inspeciona os postos de combate a incêndios, examinando as mangueiras,
hidrantes, extintores e equipamentos de proteção contra incêndios, para
certificar-se de suas perfeitas condições de funcionamento;
• Comunica os resultados de suas inspeções, elaborando relatórios, para propor
a reparação ou renovação do equipamento de extinção de incêndios e outras
medi- das de segurança;
• Investiga acidentes ocorridos, examinando as condições da ocorrência, para
identificar suas causas e propor as providências cabíveis;
• Mantém contatos com os serviços médico e social da empresa ou de outra
instituição, utilizando os meios de comunicação oficiais, para facilitar o atendi-
mento necessário aos acidentados;
• Registra irregularidades ocorridas, anotando-as em formulários próprios e
elaborando estatísticas de acidentes, para obter subsídios destinados à melhoria
das medidas de segurança;
• Instrui os funcionários da empresa sobre normas de segurança, combate a
9
incêndios e demais medidas de prevenção de acidentes, ministrando palestras
e treinamento, para que possam agir acertadamente em casos de emergência;
• Coordena a publicação de matéria sobre segurança no trabalho, preparando
instruções e orientando a confecção de cartazes e avisos, para divulgar e
desenvolver hábitos de prevenção de acidentes;
• Participa de reuniões sobre segurança no trabalho, fornecendo dados relativos
ao assunto, apresentando sugestões e analisando a viabilidade de medidas de
segurança propostas, para aperfeiçoar o sistema existente.
Médico do Trabalho – CBO – 0-61.22
• Executa exames periódicos de todos os empregados ou em especial daqueles
expostos a maior risco de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais,
fazendo o exame clínico e/ou interpretando os resultados de exames
complementares, para controlar as condições de saúde dos mesmos a assegurar
a continuidade operacional e a produtividade;
• Executa exames médicos especiais em trabalhadores do sexo feminino,
menores, idosos ou portadores de subnormalidades, fazendo anamnese, exame
clínico e/ou interpretando os resultados de exames complementares, para
detectar prováveis danos à saúde em decorrência do trabalho que executam e
instruir a administração da empresa para possíveis mudanças de atividades;
• Faz tratamento de urgência em casos de acidentes de trabalho ou alterações
agudas da saúde, orientando e/ou executando a terapêutica adequada, para
prevenir consequências mais graves ao trabalhador;
• Avalia, juntamente com outros profissionais, condições de insegurança, visitando
periodicamente os locais de trabalho, para sugerir à direção da empresa medidas
destinadas a remover ou atenuar os riscos existentes;
• Participa, juntamente com outros profissionais, da elaboração e execução de
programas de proteção à saúde dos trabalhadores, analisando em conjunto os
riscos, as condições de trabalho, os fatores de insalubridade, de fadiga e outros,
para obter a redução de absenteísmo e a renovação da mão-de-obra;
• Participa do planejamento e execução dos programas de treinamento das
equipes de atendimento de emergências, avaliando as necessidades e
ministrando aulas, para capacitar o pessoal incumbido de prestar primeiros
10
socorros em casos de acidentes graves e catástrofes;
• Participa de inquéritos sanitários, levantamentos de doenças profissionais,
lesões traumáticas e estudos epidemiológicos, elaborando e/ou preenchendo
formulários próprios e estudando os dados estatísticos, para estabelecer
medidas destinadas a reduzir a morbidade e mortalidade decorrentes de
acidentes do trabalho, doenças profissionais e doenças de natureza não-
ocupacional;
• Participa de atividades de prevenção de acidentes, comparecendo a reuniões e
assessorando em estudos e programas, para reduzir as ocorrências de
acidentes do trabalho;
• Participa dos programas de vacinação, orientando a seleção da população
trabalhadora e o tipo de vacina a ser aplicada, para prevenir moléstias transmis-
síveis;
• Participa de estudos das atividades realizadas pela empresa, analisando as
exigências psicossomáticas de cada atividade, para elaboração das análises
pro- fissiográficas;
• Procede aos exames médicos destinados à seleção ou orientação de candidatos
a emprego em ocupações definidas, baseando-se nas exigências
psicossomáticas das mesmas, para possibilitar o aproveitamento dos mais
aptos;
• Participa da inspeção das instalações destinadas ao bem-estar dos
trabalhadores, visitando, juntamente com o nutricionista, em geral (0-68.10), e o
enfermeiro de higiene do trabalho (0-71.40) e/ou outros profissionais indicados,
o restaurante, a cozinha, a creche e as instalações sanitárias, para observar as
condições de higiene e orientar a correção das possíveis falhas existentes. Pode
participar do planejamento, instalação e funcionamento dos serviços médicos da
empresa. Pode elaborar laudos periciais sobre acidentes do trabalho, doenças
profissionais e condições de insalubridade. Pode participar de reuniões de
órgãos comunitários governamentais ou privados, interessados na saúde e bem-
estar dos trabalhadores. Pode participar de congressos médicos ou de
prevenção de acidentes e divulgar pesquisas sobre saúde ocupacional.
Enfermeiro do Trabalho CBO – 0-71.40
11
• Estuda as condições de segurança e periculosidade da empresa, efetuando
observações nos locais de trabalho e discutindo-as em equipe, para identificar
as necessidades no campo da segurança, higiene e melhoria do trabalho;
• Elabora e executa planos e programas de proteção à saúde dos empregados,
participando de grupos que realizam inquéritos sanitários, estudam as causas de
absenteísmo, fazem levantamentos de doenças profissionais e lesões traumáti-
cas, procedem a estudos epidemiológicos, coletam dados estatísticos de morbi-
dade e mortalidade de trabalhadores, investigando possíveis relações com as
atividades funcionais, para obter a continuidade operacional e aumento da
produtividade;
• Executa e avalia programas de prevenções de acidentes e de doenças
profissionais ou não profissionais, fazendo análise da fadiga, dos fatores de
insalubridade, dos riscos e das condições de trabalho do menor e da mulher,
para propiciar a preservação de integridade física e mental do trabalhador;
• Presta primeiros socorros no local de trabalho, em caso de acidente ou doença,
fazendo curativos ou imobilizações especiais, administrando medicamentos e
tratamentos e providenciando o posterior atendimento médico adequado, para
atenuar consequências e proporcionar apoio e conforto ao paciente;
• Elabora e executa ou supervisiona e avalia as atividades de assistência de
enfermagem aos trabalhadores, proporcionando-lhes atendimento ambulatorial,
no local de trabalho, controlando sinais vitais, aplicando medicamentos
prescritos, curativos, instalações e teses, coletando material para exame
laboratorial, vacinações e outros tratamentos, para reduzir o absenteísmo
profissional; organiza e administra o setor de enfermagem da empresa, provendo
pessoal e material necessários, treinando e supervisionando auxiliares de
enfermagem do trabalho, atendentes e outros, para promover o atendimento
adequado às necessidades de saúde do trabalhador;
• Treina trabalhadores, instruindo-os sobre o uso de roupas e material adequado
ao tipo de trabalho, para reduzir a incidência de acidentes;
• Planeja e executa programas de educação sanitária, divulgando conhecimentos
e estimulando a aquisição de hábitos sadios, para prevenir doenças
profissionais, mantendo cadastros atualizados, a fim de preparar informes para
subsídios processuais nos pedidos de indenização e orientar em problemas de
12
prevenção de doenças profissionais.
Auxiliar de Enfermagem do trabalho
• Desempenha tarefas similares às que realiza o auxiliar de enfermagem, em geral
(5-72.10), porém atua em dependências de fábricas, indústrias ou outros
estabelecimentos que justifiquem sua presença.
1.5. Principais Siglas da Segurança do Trabalho.
De um total de aproximadamente 368 SIGLAS utilizadas sejam nacionais e
internacionais, destacam-se por ter uso mais comum as listadas abaixo:
• AFT – Auditor Fiscal do Trabalho.
• AET – Análise Ergonômica do Trabalho.
• ASO – Atestado de Saúde Ocupacional.
• CID – Classificação Internacional das Doenças.
• ABPA – Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes.
• CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
• CNAE – Classificação Nacional de Atividade Econômica.
• CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente.
• CCT – Convenção Coletiva do Trabalho.
• CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho.
• CLT – Consolidação das Leis do Trabalho.
• CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia.
• CBO – Classificação Brasileira de Ocupações.
• CA – Certificado de Aprovação.
• DDS – Diálogo Diário de Segurança.
• EPI – Equipamento de Proteção Individual.
• FAP – Fator Acidentário Previdenciário.
• GHR – Grupo Homogêneo de Risco.
• MTE – Ministério do Trabalho e Emprego.
• NR – Norma Regulamentadora.
13
• PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário.
• PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.
• PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos.
• LTCAT – Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho.
• LT – Limite de Tolerância.
• LER – Lesão por Esforço Repetitivo.
• DORT – Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.
• PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria
da Construção.
• PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional.
• PT – Permissão de trabalho
• SAT – Seguro de Acidentes de Trabalho.
• SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes.
• SESMT – Serviço Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho.
• TRT – Tribunal Regional do Trabalho.
• TST – Tribunal Superior do Trabalho.
• OIT – Organização Internacional do Trabalho.
• OS – Ordem de Serviço.
As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta
e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos
pela C.L.T., são obrigadas a manter o SESMT, com a finalidade de promover a
saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.
A composição do SESMT vincula-se à gradação do risco da atividade principal
e ao número total de empregados do estabelecimento, constantes dos Quadros I e
II da NR 4 da Portaria GM n.º 3.214 do Ministério do Trabalho.
14
15
2. LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS
No ordenamento jurídico brasileiro, a segurança, higiene e medicina do
trabalho são consideradas matérias de direito constitucional, sendo direito social
indisponível dos trabalhadores, ou melhor, direito público subjetivo dos
trabalhadores, exercerem suas funções em ambiente de trabalho seguro e sadio,
cabendo ao empregador tomar as medidas necessárias no sentido de reduzir os
riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança.
O direito à saúde, ao trabalho, à segurança e à previdência social está previsto
no art. 6º da Constituição da República. Os arts. 196 a 200 da Carta Constitucional
dispõem que a Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantir e promover a
efetividade desse direito, mediante políticas, ações e serviços públicos de saúde,
organizados em um sistema único, que podem ser complementados por outros
serviços de assistência à saúde, prestados por instituições privadas. Tais ações e
serviços são de relevância pública, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos
da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução
ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou
jurídica de direito privado.
Nos termos dos incisos II e VIII do art. 200 da CF/88, compete ao sistema
único de saúde, entre outras coisas, executar as ações de vigilância sanitária e
epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; e colaborar na proteção do
meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. O art. 225 da Magna Carta
assegura o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, essencial à sadia
qualidade de vida. O meio ambiente de trabalho também encontra proteção jurídica
nesse dispositivo constitucional, especificamente no inciso V do §1º, cujo
cumprimento é imposto por lei ao empregador, conforme se verifica das prescrições
dos arts. 154 a 201 da CLT (com redação dada pela Lei 6.514/77) e nas Portarias
3.214/78 e 3.067/88, que tratam das normas regulamentares relativas à segurança
e medicina do trabalho urbano e rural, respectivamente, sendo certo que a
efetividade do direito requer a firme atuação do Poder Público, no sentido de exigir
e fiscalizar o cumprimento da lei.
16
2.1. ALCANCE DAS NORMAS DE MEDICINA E SEGURANÇA DO
TRABALHO
Primeiramente, importa ressaltar que o direito social previsto no inciso XXII do
art. 7° da Magna Carta, a saber, o direito dos trabalhadores urbanos e rurais à
redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança, constitui-se em um dos direitos e garantias fundamentais do indivíduo,
eis que o capítulo II - dos direitos sociais - está contido no Título II - Dos Direitos e
Garantias Fundamentais - da Constituição da República Federativa do Brasil.
No que diz respeito à integração das normas constitucionais que encerram
direitos e garantias fundamentais, deve-se dar especial atenção ao disposto no §2°
do art. 5° da Magna Carta:
§2° - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
As normas internacionais de trabalho são de dois tipos: convenções e
recomendações; são criadas no seio da Organização Internacional do Trabalho,
através de seu parlamento, a Conferência Internacional do Trabalho, constituído
por 4 delegados para cada Estado Membro, sendo 1 representante dos
trabalhadores, 2 do governo e 1 dos empregadores. As convenções distinguem-se
das recomendações, porque as convenções, uma vez ratificadas, constituem fonte
formal de direito, gerando direito subjetivos individuais, principalmente nos países
onde vigora a teoria do monismo jurídico e desde que não se trate de diploma
meramente promocional ou programático.
Já as recomendações e as convenções não ratificadas constituem fonte
material de direito, porquanto servem de inspiração e modelo para a atividade
legislativa nacional, os atos administrativos de natureza regulamentar, os
instrumentos de negociação coletiva, de laudo de arbitragem ou de decisões
normativas dos tribunais do trabalho, dotados do poder normativo, quando
apreciam conflitos coletivos de interesse.
Há ainda regulamentando essas normas legais as Portarias n°3.214/78 e
3.067/88, emitidas com fulcro no art. 155, I, da CLT, que aprovaram as Normas
17
Regulamentadoras das ações e serviços em matéria de saúde, higiene e segurança
no trabalho urbano e rural - são as NRs (1 a 36) e NRRs (1 a 5).
Os tipos de contrato de trabalho permitidos por lei no Brasil são muitos, sendo
que os principais são:
2.1.1. Contrato de trabalho regidos pela CLT
A Consolidação das Leis do Trabalho regula as relações trabalhistas
brasileiras civis desde 1943. A sua criação teve como principal objetivo proteger
legalmente o trabalhador e proporcionar melhores condições de trabalho no Brasil.
Embora algumas mudanças tenham sido feitas ao decreto-lei original desde
então, especialmente pela reforma trabalhista de 2017, os princípios básicos da
CLT permanecem os mesmos. Ser contratado nesse regime significa ter uma
carteira assinada e uma série de benefícios, como Descanso semanal remunerado;
férias remuneradas; 13º salário; Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);
Seguridade Social (INSS); Seguro-desemprego; Afastamento por motivo de saúde
ou acidente no trabalho, entre outros.
A CLT atualmente prevê contratos de trabalho por prazo determinado,
indeterminado ou intermitente. Veja as possibilidades em cada um dos casos, a
seguir.
2.1.2. Relações de trabalho não regidas pela CLT
O número de freelancers tem crescido no Brasil nos últimos anos. Esse
profissional, que trabalha sem vínculo empregatício, costuma se cadastrar como
autônomo ou atuar como pessoa jurídica (MEI). Neste tipo de relação contratual a
exposição a riscos no ambiente de trabalho e fatores de segurança são
previamente determinados e devem ser regidos em contrato.
Além da prestação de serviço de autônomos e pessoas jurídicas, há outras
relações de trabalho que também não são regidas pela CLT, mas não deixam de
ser legais como Servidores públicos, que são regidos pelo Regime Jurídico dos
Servidores Públicos, Lei 8.112/90, diferentemente dos empregados públicos, que
são contratados em regime celetista (CLT), terceirizados que atuam em instituições
públicas.
Existem também os Membros de cooperativas. Nos termos do art. 3° da Lei
18
5.764/71, as sociedades cooperativas são constituídas por pessoas que
reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de
uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro. As
cooperativas são constituídas para prestar serviços aos associados, de forma a
proporcionar-lhes melhores condições de trabalho e renda, para promoção de sua
ascensão social e econômica. A Convenção 161, que trata dos serviços de saúde
do trabalho, determina a instituição dos serviços de saúde no trabalho para todos
os trabalhadores e os cooperantes das cooperativas de produção, em todos os
ramos da atividade econômica e em todas as empresas.
Já os Revendedores/representantes comerciais são profissionais que
representam uma ou mais empresas comercialmente, mas não desfruta de vínculos
empregatícios.
Os Estagiários, com contratação que segue a lei nº 11.788/2008, em que
dependendo da atividade precisam fazer seguro antes de atuar.
Trabalhador avulso é aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de
natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a
intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou do órgão gestor de mão-de-
obra, nos termos da Lei 8.630/93. São considerados trabalhadores avulsos: o
trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e
conserto de carga, vigilância de embarcação e bloco; o trabalhador em alvarenga
(embarcação para carga e descarga de navios); o trabalhador de estiva de
mercadorias de qualquer natureza; o amarrador de embarcação; o ensacador de
café, cacau, sal e similares; o carregador de bagagem em porto; o prático de barra
em porto; o guindasteiro; o classificador, o movimentador e o empacotador de
mercadorias em portos; e outros assim classificados pelo Ministério do Trabalho e
Emprego.
No que diz respeito à saúde e segurança no trabalho portuário, o art. 3º da Lei
6.514/77 e art. 19 da Lei 8.630/93, dispõe sobre normas de saúde, higiene e
segurança desta categoria.
O caput do art. 7° da Magna Carta estabeleceu igual tratamento jurídico entre
o trabalhador urbano e o rural. No caso do trabalho rural, muitas vezes sem registro
pela CLT, devem ser interpretadas as normas que tratam da proteção à saúde do
trabalhador e dos benefícios previdenciários decorrentes de doenças do trabalho
19
ou acidente do trabalho. As condições do trabalho rural são amparadas pela Lei
5.889/73.
2.2. NORMAS REGULAMENTADORAS (NRs)
As Normas Regulamentadoras – NR tratam-se do conjunto de requisitos e
procedimentos relativos à segurança e medicina do trabalho, de observância
obrigatória às empresas privadas, públicas e órgãos do governo que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
As NR são de observância obrigatória para as empresas privadas,
públicas e pelos órgãos públicos de administração direta e indireta, bem
como pelos órgãos dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam
empregados redigidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
São Normas Regulamentadoras:
NR-01 – Disposições Gerais;
NR-02 – Inspeção Prévia;
NR-03 – Embargo ou Interdição;
NR-04 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho – SESMT;
NR-05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA;
NR-06 – Equipamentos de Proteção Individual – EPI;
NR-07 – Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO;
NR-08 – Edificações;
NR-09 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA;
NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade;
NR-11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais;
NR-12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos;
NR-13 – Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações;
NR-14 – Fornos;
NR-15 – Atividades e Operações Insalubres;
NR-16 – Atividades e Operações Perigosas;
20
NR-17 – Ergonomia;
NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção;
NR-19 – Explosivos;
NR-20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis;
NR-21 – Trabalho a Céu Aberto;
NR-22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração;
NR-23 – Proteção Contra Incêndios;
NR-24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho;
NR-25 – Resíduos Industriais;
NR-26 – Sinalização de Segurança;
NR-27 – (Revogada pela Portaria GM n.º 262, 29/05/2008) – Registro
Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB;
NR-28 – Fiscalização e Penalidades;
NR-29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário;
NR-30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário;
NR-31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura,
Exploração Florestal e Aquicultura;
NR-32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde;
NR-33 – Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados;
NR-34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e
Reparação Naval;
NR-35 – Trabalho em Altura;
NR-36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processa-
mento de Carnes e Derivados.
São Normas Regulamentadoras Rurais:
NRR1 - Disposições Gerais;
NRR2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural –
SEPATR;
NRR3 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural –
CIPATR;
NRR4 - Equipamento de Proteção Individual – EPI;
NRR5 - Produtos Químicos;
21
3. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
3.1. O Equipamento de Proteção Individual – EPI
EPI significa Equipamento de Proteção Individual e é definido pela Norma
Regulamentadora nº 06 (NR-06) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) como
sendo:
“todo dispositivo ou produto, de uso
individual utilizado pelo trabalhador, destinado à
proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho”
Esses são responsáveis pela proteção e integridade do indivíduo com o intuito
também de minimizar os riscos ambientais do ambiente de trabalho e promover a
saúde, bem estar e evitar os acidentes e doenças ocupacionais.
Os exemplos de EPI’s mais comuns são:
• Proteção auditiva: abafadores de ruídos ou protetores auriculares;
• Proteção respiratória: máscaras e filtro;
• Proteção visual e facial: óculos e viseiras;
• Proteção da cabeça: capacetes;
• Proteção de mãos e braços: luvas e mangotes;
• Proteção de pernas e pés: sapatos, botas e botinas;
• Proteção contra quedas: cintos de segurança e cinturões.
O Equipamento de Proteção Individual deve ser entregue para o empregado
sem nenhum ônus conforme sua atividade, devendo ser o correto, em perfeitas
22
condições de uso e principalmente com a Certificação de Aprovação (CA) que no
Brasil é de cunho obrigatório por parte de todos os EPI’s.
3.1.1. Responsabilidades do empregador conforme a NR-06:
• Cabe ao empregador quanto ao EPI:
• Adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
• Exigir seu uso;
• Fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente
em matéria de segurança e saúde no trabalho;
• Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação.
• Isso quer dizer que o funcionário deve receber orientações e treinamento a
res- peito de cada Equipamento de Proteção Individual recebido, para que seu
uso seja eficiente e alcance o resultado esperado.
• Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
• Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
• Comunicar ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) qualquer
irregularidade observada;
• Registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros,
fichas ou sistema eletrônico.
Para o empregador é importante, tão como essencial registrar o fornecimento
dos equipamentos de proteção individual, pois caso aconteça um acidente de
trabalho, ele poderá demonstrar que está de acordo com o cumprimento com a lei.
É importante destacar, que conforme a NR-06, dispõe que:
“A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de
conservação e funcionamento, nas se- guintes circunstâncias:
Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam
completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou
de doenças profissionais e do tra- balho; enquanto as medidas de
proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e, para atender a
situações de emergência.“
23
Outro fator a se considerar, é o descarte correto de cada Equipamento de
Proteção Individual por parte da empresa, pois também se aplica as leis ambientais,
onde o descarte correto faz parte da análise do ciclo de vida do produto, promoção
da saúde do trabalhador e também da preservação do meio ambiente, como por
exemplo, uma máscara com filtro que foi utilizada para absorção de algum material
particulado químico que tem sua característica tóxica.
3.1.2. Responsabilidades do empregado conforme a NR-06:
Conforme a NR-06 e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é obrigação
do trabalhador usar o Equipamento de Proteção Individual. Cabe ao empregado
quanto ao EPI:
• usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
• responsabilizar-se pela guarda e conservação;
• comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;
e,
• cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
É aceitável que o trabalhador não se adapte ao EPI que precisa ser usado,
porém é de responsabilidade do SESMT, fomentar um Equipamento de Proteção
Individual adequado e que seja compatível com o trabalhador, pois o mesmo não
pode proceder com suas atividades sem o uso de tal protetor.
Desta forma, compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança
e em Medicina do Trabalho - SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes - CIPA nas empresas desobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao
empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade.
O Equipamento de Proteção Individual – EPI é um recurso a ser utilizado em
última instância, porém não de menor relevância, pois tais dispositivos são
estudados, analisados e testados com o intuito de ser mais eficiente e apropriado
possível no que tange os riscos ambientais e bem estar dos trabalhadores.
O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado,
só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de
Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.
24
As grandes indústrias buscam a cada ano, fabricar EPI’s com maior eficiência,
menor custo e mais proteção ao trabalhador, resultados passíveis de serem vistos
a cada ano nas feiras de segurança que acontecem por todo o país, colaborando
com o SESMT, diretores de empresas e em especial, os funcionários.
Como observado, os Equipamentos de Proteção Individual além de essenciais
à proteção do trabalhador, visando a manutenção de sua saúde física e proteção
contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do
trabalho, podem também proporcionar a redução de custos ao empregador.
É o caso de empresas que desenvolvem atividades insalubres e que o nível
de ruído, por exemplo, está acima dos limites de tolerância previstos na NR-15.
Neste caso, a empresa deveria pagar o adicional de insalubridade de acordo com
o grau de enquadramento, podendo ser de 10%, 20% ou 40%.
Com a utilização do EPI a empresa poderá eliminar ou neutralizar o nível do
ruído já que, com a utilização adequada do equipamento, o dano que o ruído
poderia causar à audição do empregado será eliminado.
A eliminação do ruído ou a neutralização em nível abaixo do limite de
tolerância isenta a empresa do pagamento do adicional, além de evitar quaisquer
possibilidades futuras de pagamento de indenização de danos morais ou materiais
em função da falta de utilização do EPI.
Entretanto, é importante ressaltar que não basta o fornecimento do EPI ao
empregado por parte do empregador, pois é obrigação deste fiscalizar o empregado
de modo a garantir que o equipamento esteja sendo utilizado.
São muitos os casos de empregados que, com desculpas de que não se
acostumam ou que o EPI o incomoda no exercício da função, deixam de utilizá-lo
e consequentemente, passam a sofrer as consequências de um ambiente de
trabalho insalubre.
Nestes casos o empregador deve utilizar-se de seu poder diretivo e obrigar o
empregado a utilizar o equipamento, sob pena de advertência e suspensão num
primeiro momento e, havendo reincidências, sofrer punições mais severas como a
demissão por justa causa.
Para a Justiça do Trabalho o fato de comprovar que o empregado recebeu o
equipamento (por meio de ficha de entrega de EPI, por exemplo, não exime o
empregador do pagamento de uma eventual indenização, pois a norma estabelece
25
que o empregador deva garantir o seu uso, o que se faz através de fiscalização e
de medidas coercitivas, se for o caso.
3.2. Equipamento de Proteção Coletiva– EPC
O Equipamento de Proteção Coletiva – EPC trata-se de todo dispositivo ou
sistema de âmbito coletivo, destinado à preservação da integridade física e da
saúde dos trabalhadores, assim como a de terceiros.
Os Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC tem como objetivo
proporcionar a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, em geral.
O EPI (Equipamento de Proteção individual) também tem como objetivo a proteção
do trabalhador, porém de uso individual.
São exemplos de EPC:
• Sinalização de segurança;
• Avisos;
• Proteção de partes móveis de máquinas e equipamentos;
• Corrimão de escadas;
• Cavaletes e fitas de isolamento, etc.
Entre as vantagens do EPC, estão:
• Redução de acidentes de trabalho
• Melhor comodidade por ser equipamento coletivo Melhoria nas condições do
trabalho
• Baixo custo em longo prazo
• Melhor eficácia e eficiência nas atividades
26
3.3. Uso conjunto de EPI e EPC
O Equipamento de Proteção Individual trata- se de todo dispositivo ou produto,
de uso INDIVIDUAL. Já o Equipamento de Proteção Coletiva todo dispositivo,
sistema ou produto de uso COLETIVO.
Além disso, é importante destacar que o chamado Equipamento de Proteção
Conjugado ou Equipamento Conjugado de Proteção Individual trata-se, de
acordo com a NR-6 de um EPI composto por vários dispositivos conjuntos, que o
fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer
simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho.
De acordo, ao subitem 9.3.5.4 da norma regulamentadora nº 09 (Programas
de Prevenção de Riscos Ambientais), quando comprovado pelo empregador ou
instituição a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva ou
quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo,
planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou emergencial,
deverão ser adotadas outras medidas, obedecendo se à seguinte hierarquia:
1 - Medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;
2 - Utilização de equipamento de proteção individual – EPI.
3.4. Ferramentas da segurança do trabalho
Dependendo do ramo de atividade da organização poderá haver a
necessidade de outras ferramentas, que inclusive poderão substituir algumas das
listadas abaixo.
• PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais)
O Programa de Prevenção de Ricos Ambientais é utilizado para identificar os
riscos ambientais e implementar medidas preventivas e corretivas adequadas. Será
visto adiante em detalhes.
27
É a mais poderosa ferramenta de gestão de segurança do trabalho. Use os
cronogramas para definir datas e responsabilidades para realizações das ações de
prevenção de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho.
4. PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional)
O Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional é um programa de
saúde relacionado ao monitoramento das condições de saúde do trabalhador,
através de exames médicos, frente aos riscos existentes no ambiente de trabalho.
Será visto adiante em detalhes.
• CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes)
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes é uma equipe formado por
representantes do empregador e dos empregados que atuam na prevenção de
acidentes de trabalho. Será visto adiante em detalhes no item A.4.
• DDS (Diálogo Diário de Segurança)
Diálogo Diário de Segurança são palestras curtas e diárias sobre assuntos
relacionados a segurança do trabalho, com objetivo de conscientizar os
colaboradores sobre a importância do seu comprometimento com as medidas de
segurança.
• Palestras de Integração
Palestras de Integração são palestras ministradas aos colaboradores,
prestadores de serviço, recém-contratados e visitantes, a fim de familiarizá-lo com
o ambiente da organização e os procedimentos de segurança.
• Ordem de Serviço (OS)
A Ordem de Serviço é um documento que visa informar o funcionário dos
riscos da sua função e das medidas preventivas que deverão ser adotadas por ele.
28
5. ERGONOMIA E DOENÇAS DO TRABALHO
5.1. A Ergonomia
A ergonomia é a ciência que ajusta o trabalhador às condições laborais, numa
tentativa de fazer com que o empregado permaneça confortável, seguro e produtivo
no exercício da função. Como consequência, a ergonomia também previne a
ocorrência de acidentes e doenças do trabalho. Segundo especialistas, os
procedimentos ergonômicos, quando aplicados de maneira correta, contribuem
para a diminuição do cansaço e tornam eficientes os procedimentos que visam
evitar lesões físicas ao indivíduo.
Para o empregador, a utilização correta das técnicas garante colaboradores e
um meio ambiente favoráveis para a execução das tarefas, numa redução de
gastos com afastamentos e reposições da mão de obra por problemas de saúde ou
acidentes do trabalho.
Existem diversos benefícios em se investir na ergonomia, podendo ser
listados:
Redução do número de afastamentos e ausências: Como já exposto, a
ergonomia reduz o número de afastamentos por problemas de saúde e acidentes
de trabalho, uma vez que é responsável pela saúde e bem estar dos funcionários.
Diminuição de desperdício: A garantia de saúde e bem estar durante o
trabalho, proporcionado pelas técnicas ergonômicas favorecem na diminuição do
desperdício de matéria prima e demais materiais utilizados na empresa.
Melhoria na qualidade de vida: Investir em ergonomia é investir na qualidade
de vida das pessoas, uma vez que, através de exercícios e métodos, há a
diminuição no número de acidentes de trabalho e ausências por afastamentos.
Valorização profissional: Os benefícios acarretados pela ergonomia
proporcionam o sentimento de valorização profissional por parte dos colaboradores.
Quando as pessoas recebem suporte para exercerem suas funções, existe o
sentimento de reconhecimento que influencia em sua permanência na empresa.
Produtividade: Com a redução no número de ausências, as entregas dos
clientes são feitas dentro do prazo estipulado. O cliente satisfeito resulta em mais
pedidos e oportunidades de produção para a empresa.
Os gestos são adotados entre uma postura e outra para a realização de
29
tarefas. Mas é preciso analisar PORQUE os gestos são adotados pelo trabalhador,
levando-o à adoção desta ou daquela postura. Vários são os fatores que influem e,
até mesmo obrigam o trabalhador à adoção de posturas inadequadas, levando seu
organismo à agressões e lesões diversas.
Dependendo do tipo de tarefa, esta é mais voltada à atividade mental ou à
atividade física. Cada atividade implicará na adoção de posturas que correspondem
à natureza. Exemplos:
A- Um operador de painel que trabalha numa sala de controle, sentado,
observando dezenas de mostradores, controlando variáveis de um processo
industrial. A atividade é de natureza mental.
B- Um estivador que trabalha junto a uma correia transportadora de sacos de
café, no cais do porto. Seu trabalho implica em permanente movimentação e
esforço físico.
Também influem na ergonomia a quantidade de grandezas de Fatores
Físicos existentes no ambiente e no posto de trabalho no qual está o trabalhador.
Ruído, iluminação, temperatura, umidade, são alguns fatores que implicam na
adoção de posturas.
Muito comuns, os Fatores Dimensionais de um posto de trabalho influenciam
diretamente na adoção de posturas e gestos dos trabalhadores. Referem-se ao
tamanho e à localização de alavancas, botões, pedais, teclados, volantes, entre
outros dispositivos de comando de máquinas e equipamentos. Também as
presenças de estruturas, degraus, passagens, influenciam na postura adotada.
Os Fatores Temporais são de grande importância, na medida em os
trabalhadores são obrigados a adotar posturas inadequadas e que as agressões
ao organismo são ainda mais acentuadas, quanto maior for o tempo em que o corpo
permanece em desequilíbrio. Se as atividades são desenvolvidas sob pressão de
tempo, a situação se agrava em função da tensão nervosa à qual o trabalhador se
expõe.
5.2. A L.E.R ou L.T.C e D.O.R.T.
A Lesão por Esforços Repetitivos (LER) ou Lesão por Traumas Cumulativos
(LTC) são lesões que se manifestam em músculos, tendões e nervos localizados,
geralmente, nos membros superiores, podendo também acometer a região cervical
30
e a cintura escapular. São derivadas do uso biomecânico incorreto de tais
segmentos corporais, podendo atingir um quadro clínico grave.
A aplicação da ERGONOMIA na organização do trabalho e também
diretamente na configuração dimensional dos postos de trabalho é um poderoso
agente de prevenção às LER’s e LTC’s. Quando se aplicam conceitos ergonômicos
na empresa, desde o estudo de pausas para repouso, até às condições posturais
do trabalhador em seu posto, estamos ADEQUANDO O TRABALHO AO
TRABALHADOR, que é o princípio fundamental da ERGONOMIA.
Mais modernamente a LER passou a englobar sintomas e consequencias
mais aprofundadas no corpo humano, sendo por isso associada pelos especialistas
em medicina do trabalho à terminologia Distúrbios Osteomusculares Relacionados
ao Trabalho - DORT, definida como síndrome clínica caracterizada por dor crônica,
com ou sem alterações objetivas (no pescoço, cintura escapular e/ou membros
superiores) decorrentes do trabalho.
As DORT não têm uma única causa. Envolvem fatores de risco diretos e
indiretos que são interdependentes. Entre os grupos de risco, podem ser citados:
- o grau de adequação do posto de trabalho à zona de atenção e à visão –
posturas ou métodos de trabalho → lesões osteomusculares;
- frio, vibrações e pressões locais mecânicas sobre tecidos moles do corpo ou
trajetos nervosos (cantos de um objeto ou ferramentas);
- posturas inadequadas (limites de amplitude articular; força da gravidade
sobre as articulações e músculos; lesões mecânicas);
- carga osteomuscular oriunda de: força, repetitividade, duração da carga, tipo
de preensão, postura do punho e método de trabalho;
- carga estática: membro mantido em posição contrária à gravidade;
- invariabilidade da tarefa: implica monotonia fisiológica e psicológica;
- exigências cognitivas: aumento de tensão muscular ou uma reação mais
generalizada ao estresse;
- fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho: a carreira, a
carga e ritmo de trabalho e ao ambiente social e técnico do trabalho.
Os quadros clínicos podem ter causa compressiva, inflamatória ou
desconhecida necessitando de tratamento adequado.
31
6. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, conhecida pela sigla CIPA,
é uma comissão interna de segurança composta por representantes do empregador
e dos empregados.
A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes
do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
A composição da CIPA será de acordo com o dimensionamento previsto no
Quadro I da NR 5, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para
setores econômicos específicos.
Continua...
*GRUPOS = Agrupamento de setores econômicos pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE
C-1 e C-1a – MINERAIS (Quadro II); E dentro desses tem o subgrupo descrito no Quadro III, por exemplo C1: 05.00-3 (Extração de carvão mineral) e C1a: 19.21-7 (Fabricação de produtos do refino de petróleo).
32
6.1. Como surgiu a CIPA
A CIPA teve início na 2° metade do século 18, a partir da Revolução Industrial
na Inglaterra, com o efeito da vinda das máquinas nas empresas, do aumento do
número de lesões devido acidentes e doenças ocupacionais, mas também da
importância de que nas empresas houvesse um grupo responsável por identificar
e corrigir riscos de acidentes no ambiente de trabalho.
No dia 10 de Novembro de 1944, ainda no governo Getúlio Vargas, surgiu a
CIPA no Brasil através do decreto de lei n°7.036. Em 1953, a Portaria Nº 155, que
regulamentou as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes de fato.
6.2. Finalidade da CIPA
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes é um grupo votado pelos
funcionários e indicados pelo empregador que serve para investigar e reconhecer
os riscos que podem gerar acidentes e doenças do trabalho e criar mecanismos
para proporcionar condição de trabalho segura para todos os seus colaboradores.
A CIPA também serve para executar medidas necessárias para que suas ações de
prevenção sejam cumpridas, como por exemplo, realizar verificações periódicas
nos postos de trabalho para garantir que todos cumpram normas de segurança e
prevenção. As funções da CIPA são regulamentadas pelo Ministério do Trabalho e
Emprego – MTE através da Norma Regulamentadora NR 05.
6.3. O objetivo da CIPA
Conforme a norma regulamentadora NR-05 do Ministério do Trabalho e
Emprego – MTE, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) têm como
objetivo formar uma parceria entre funcionários e empresa para que de uma forma
dinâmica e funcional haja um diálogo para a conscientização da prevenção de
acidentes e promoção da saúde. Simplificando, o principal objetivo da CIPA é
preservar a integridade física dos funcionários através de ações que minimizem
situações de riscos de acidentes e doenças no trabalho.
6.4. A obrigatoriedade da CIPA
Segundo a legislação vigente tendo como base a NR-5 do Ministério do
Trabalho e Emprego – MTE, todas as empresas com mais de 20 funcionários são
33
obrigadas a ter a CIPA independente do grau de risco que a empresa ofereça ao
trabalhador. Para empresas que possuem menos de 20 funcionários em seu
quadro, estas devem nomear um responsável que cumprirá as ações devidas da
CIPA. Este cumprimento também atende a Consolidação das Leis do Trabalho –
CLT.
6.5. Obrigações da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Além de criar e monitorar ações efetivas para proporcionar condições seguras
de trabalho, uma das principais atribuições da CIPA é organizar a Semana Interna
de Prevenção de Acidentes no Trabalho (SIPAT), realizar treinamentos com
objetivo de orientar e conscientizar os funcionários em relação à prevenção de
acidentes e doenças no trabalho, bem como divulgar todas as informações
possíveis sobre segurança no trabalho. Enfim, a CIPA ou responsável em caso de
menos de 20 funcionários deve conhecer a fundo os mecanismos funcionais da
empresa para poder ensinar os demais funcionários regras de conduta para que
não se exponham a situações de risco de acidentes no trabalho, bem como mostrar
também os direitos do trabalhador visando sua segurança física e psicológica na
empresa.
6.6. A participação dos funcionários na CIPA
Quando se fala sobre prevenção de acidentes, todos podem e devem
colaborar. Sozinha, a CIPA não consegue trabalhar de forma eficiente e atuante.
Os funcionários podem ajudar a formar uma CIPA que funcione na prática de forma
mais efetiva. Como pontos importantes de inclusão de todos funcionários para que
a CIPA seja uma verdadeira Equipe de prevenção ao acidente são citados a
participação de todos da eleição de bons representantes, participação na indicação
de situações de risco que visualizarem no dia a dia de trabalho, respeito as
recomendações passadas pela comissão, utilização correta de EPI’s e EPC’s
fornecidos pela empresa e diálogo aberto para sugestões de melhorias de
condições de trabalho principalmente no caso de mudanças nas rotinas ou inclusão
de novas tecnologias.
34
6.7. Os benefícios da CIPA para uma empresa.
Sabendo que o funcionário é o principal patrimônio que uma empresa pode
ter, proporcionar melhorias de condições de trabalho é a maior forma de respeito
que uma empresa pode ter com seus colaboradores. Quando a empresa tem uma
CIPA atuante que se preocupa realmente em criar ações preventivas e mais do que
isso, fiscalizar o cumprimento destas ações, se percebe que o número de acidentes
e doenças diminuem consideravelmente, além de criar uma imagem que a empresa
respeita seus funcionários. Em muitos casos, ter uma cultura de segurança na
empresa proporciona maior reconhecimento e motivação dos funcionários além de
ser um grande diferencial na hora da empresa ser avaliada em futuras parcerias
comerciais.
6.8. Roteiro para realização do processo eleitoral da CIPA
Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes
dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término
do mandato em curso.
A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do processo
eleitoral ao sindicato da categoria profissional.
O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus membros,
no prazo mínimo de 55 (cinquenta e cinco) dias antes do término do mandato em
curso, a Comissão Eleitoral - CE, que será a responsável pela organização e
acompanhamento do processo eleitoral.
Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral será
constituída pela empresa.
O processo eleitoral observará as seguintes condições:
• Publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, no
prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do mandato em
curso;
• Inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será
de quinze dias;
• Liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento,
independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de
comprovan- te;
35
• Garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;
• Realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término do
mandato da CIPA, quando houver;
• Realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de
turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados.
• Voto secreto;
• Apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de
representante do empregador e dos empregados, em número a ser definido
pela comissão eleitoral;
• Faculdade de eleição por meios eletrônicos;
• Guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por um
período mínimo de cinco anos.
Havendo participação inferior a cinquenta por cento dos empregados na
votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar
outra votação que ocorrerá no prazo máximo de dez dias.
As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na
unidade descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos
membros da CIPA.
Compete a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego,
confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou
proceder a anulação quando for o caso.
Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de cinco
dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores.
Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará
assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a
complementação do processo eleitoral.
Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos mais
votados.
Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no
estabeleci- mento.
Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e
apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em
36
caso de vacância de suplentes.
Roteiro da Eleição da CIPA
Jurisprudências
MEMBRO DA CIPA. GARANTIA PROVISÓRIA DE EMPREGO. SUPLENTE. O
item 5.45 da NR-5 do MTE determina que "Os candidatos votados e não eleitos
serão relacionados na ata de eleição e apuração, em ordem decrescente de votos,
possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância de suplentes." Participar
da CIPA ou se candidatar garante a estabilidade no emprego por tempo previsto
em Lei não sendo possível dispensa sem justa causa. E em contra partida compor
candidatura para fraudar desvios de conduta ou permanência no emprego, se
comprovado pelo empregador caracteriza justa causa na dispensa do colaborador.
São exemplos processuais (art. 333,I CPC c/c art. 818 CLT).(TRT da 3.ª
Região; PJe: 0011685-63.2014.5.03.0144 (RO); Disponibilização: 05/02/2016,
DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 256; Órgão Julgador: Terceira Turma; Relator: Milton
V.Thibau de Almeida).
Súmulas nºs 126 e 339, II, do TST (TST - AIRR: 6861520125240022, Relator:
Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento: 05/08/2015, 7ª Turma, Data
de Publicação: DEJT 07/08/2015).
Suspensão do processo eleitoral (TRT da 3.ª Região; Processo: 0100700-
91.2009.5.03.0023 RO; Data de Publicação: 25/08/2010; Disponibilização:
24/08/2010, DEJT, Página 121; Órgão Julgador: Nona Turma; Relator: Antonio
Fernando Guimaraes; Revisor: Maria Lucia Cardoso Magalhaes).
37
7. MAPAS DE RISCO
Evitar a ocorrência de acidentes e garantir a segurança de toda a equipe
durante a realização do trabalho diário é o objetivo de qualquer gerente dentro de
uma empresa. Para isso, é necessária a elaboração do mapa de risco, uma
representação gráfica baseada no layout da instituição, com os riscos presentes no
local.
Através de círculos de diferentes tamanhos e cores, o mapa de risco tem o
objetivo de informar e conscientizar os funcionários numa fácil visualização das
ameaças presentes, sendo uma ferramenta essencial para a Segurança e Saúde
do Trabalho.
No gráfico, cada risco é representado por uma cor e classificados por: físicos
(representados pela cor verde), químicos (vermelho), biológicos (marrom),
ergonômicos (amarelo) e de acidentes (pelo azul).
Além das cores, os círculos podem ser pequenos, médios ou grandes,
dependendo do risco identificado. Quanto maior o círculo, maior é a ameaça
existente no local de trabalho. Dessa forma, além de qualificar o risco, é possível
quantificá-lo de forma simples e objetiva.
7.1. Como fazer um Mapa De Risco
Cada empresa precisa de um Mapa de Risco adequado para seu segmento,
mas alguns itens são comuns a todas, podendo ser citados:
1. Reunir informações suficientes para o estabelecimento de um diagnóstico da
situação de segurança e saúde no trabalho do estabelecimento;
2. Possibilitar a troca e divulgação de informações entre os trabalhadores e
estimular sua participação nas atividades de prevenção;
3. Conhecer o processo de trabalho no local analisado;
4. Os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamentos profissionais e de
segurança e saúde, jornada de trabalho, os instrumentos e materiais de trabalho,
as atividades exercidas e o ambiente;
5. Identificar os riscos existentes no local analisado;
6. Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia, entre elas: medidas
de proteção coletiva, de organização do trabalho, de proteção individual e de
38
higiene e conforto;
7. Descobrir as queixas mais comuns entre os funcionários expostos aos mesmos
riscos, doenças profissionais já diagnosticadas e causas mais frequentes de
ausência no trabalho;
8. Ter conhecimento dos levantamentos ambientais já realizados no local;
9. O número de trabalhadores expostos ao risco;
10. Especificar os agentes, por exemplo: químicos, ergonômicos, biológicos ou de
acidentes.
O Mapa de Risco é elaborado pela Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA) com a orientação do Serviço Especializado em Engenharia e
Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) da empresa. Ambos, tomam
conhecimento dos trabalhos anteriores, levantam a planta do estabelecimento e
obtém dados estatísticos para definir as prioridades.
Após aprovação da CIPA, o Mapa de Risco deve ser exposto claramente em
todos os setores analisados, de maneira que os funcionários possam facilmente
ver. Para garantir a sua efetividade, o gestor pode requerer a ajuda de profissionais
especializados em medicina e segurança do trabalho, através da contratação de
uma empresa terceirizada para elaboração do Mapa.
Quando pronto, ele serve de indicador do nível dos riscos e pode ser único
para toda a empresa ou individualizado por setor. Ele também serve de estímulo
para a busca de soluções e utilização de novos métodos de prevenção de
acidentes.
7.1.1. Grupos de risco abordados no mapa de risco
Para facilitar a visualização do mapa, os riscos são divididos em cinco grupos,
representados por diferentes cores:
• Grupo 1 – riscos físicos
Vibração, Radiação ionizante e não ionizante, frio, calor, pressões anormais
e umidade.
• Grupo 2 – riscos químicos
39
Poeiras, fumos, neblinas, gases, vapores, substancias compostas ou produtos
químicos em geral.
• Grupo 3 – riscos biológicos
Vírus, bactérias, fungos, parasitas e bacilos.
• Grupo 4 – riscos ergonômicos
Esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, controle
rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno noturno,
jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade e outras situações
provocadoras de estresses psíquico e físico.
• Grupo 5 – riscos de acidentes
Arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção,
iluminação inadequada, probabilidade de incêndios ou explosões, animais
peçonhentos, armazenamento inadequado e outras situações que possam acabar
em acidentes.
Exemplo de mapa de risco de uma Unidade Armazenadora:
Fonte: GOUVEIA et al. (2013)
http://www.revistaespacios.com/a13v34n10/13341008.html
40
7.2. Redução dos acidentes de trabalho
Assim como qualquer método de prevenção, o Mapa de Risco tem o objetivo
final de reduzir o número de acidentes de trabalho e danos à saúde do trabalhador
dentro da empresa.
Com a identificação dos riscos, integração e conscientização dos funcionários,
o mapa se torna uma importante ferramenta de benefícios para a equipe e para a
imagem da instituição.
Assegurar um ambiente de trabalho seguro e saudável garante funcionários
empenhados e participativos, numa certeza de tranquilidade e produtividade para
a companhia.
7.3. A validade de um mapa de risco
O mapa deve ser refeito sempre que houver qualquer alteração no ambiente
ou processo de produção, uma vez que podem acarretar novos riscos para o local
e para a equipe. Portanto ele não possui uma validade, deve ser sempre renovado
de acordo com mudanças.
7.4. Empresas devem realizar o mapa de risco
Toda empresa que apresentar risco em suas atividades devem realizar o
mapa de risco, independente do número de funcionários, tamanho ou segmento da
empresa.
7.5. Multa na falta do mapa de risco
O Mapa de Risco está coberto pela lei 6.514 na NR 5 alínea 16, em que a
empresa estará passível de punição pela falta do mesmo. Segundo a NR 5 Letra
A, qualquer item da NR descumprido é passível de multa. Por exemplo, uma
empresa com 500 colaboradores, a multa pode chegar a 3.500 reais, valor
atualizado no ano de 2019.
41
8. OBJETIVOS E RESPONSABILIDADES DA SEGURANÇA DO
TRABALHO
8.1. Objetivos
A atividade de segurança do trabalho em uma organização possue vários
objetivos dentre os quais destaca-se:
• Evitar doenças relacionadas a atividade profissional;
• Evitar acidentes do trabalho;
• Minimizar as condições inseguras de trabalho;
• Preparar o trabalhador para a prevenção dos acidentes ocupacionais;
• Estabelecer melhores condições físicas e psíquicas no trabalho.
• Melhores condições de eficiência e de produção.
8.2. Responsabilidades
8.2.1. Responsabilidades do empregador:
a. Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança
e medicina do trabalho;
b. Elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência
aos empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos;
c. Informar aos trabalhadores:
c.1. Os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;
c.2. Os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela
empresa;
c.3. Os resultados dos exames médicos e de exames complementares de
diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos;
c.4. Os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de
trabalho.
d. Permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos
preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;
42
e. Determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou
doença relacionada ao trabalho.
8.2.2. Responsabilidades do empregado:
a) Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde do
trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador;
b) Usar o EPI fornecido pelo empregador;
c) Submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras –
NR;
d) Colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras – NR;
43
9. TIPOS DE ACIDENTES DE TRABALHO
Acidente do trabalho é toda ocorrência não programada, não desejada, que
pode resultar em danos físicos e/ou funcionais para o trabalhador e danos materiais
e econômicos à empresa e ao meio ambiente.
Existem diversos tipos de acidente de trabalho, conforme segue abaixo:
• Com lesão: deixa marcas nas vítimas provocadas pelos ferimentos;
• Sem lesão: não promove nenhum tipo de lesão na vítima;
• Incapacidade permanente total: a vítima fica totalmente inválida para o
trabalho;
• Incapacidade permanente parcial: a vítima tem uma perda parcial da
capacidade para o trabalho. Ex.: A perda de um dedo ou de uma vista;
• Acidente com morte: falecimento em função do acidente de trabalho;
• Acidente típico: aquele decorrente da característica da atividade
profissional desempenhada pelo acidentado;
• De trajeto: ocorrem durante o deslocamento da vítima de casa para o
trabalho ou vice-versa;
• Acidente fora do local e da hora do trabalho: na execução de ordem
ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; na prestação espontânea
de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
• Com perda de materiais: todo acidente que envolve uma perda material
não envolve pessoas. Ex.: Queda de uma esmerilhadeira de um andaime sobre o
piso de concreto.
9.1. Causas e Consequências
Diversos fatores podem provocar acidentes de trabalho como falta de
manutenção do maquinário, não utilização de equipamentos de segurança e até
mesmo falta de organização. No entanto, as causas desses tipos de acidentes
podem ser classificadas em três grupos principais: ato abaixo do padrão, condição
abaixo do padrão e fator pessoal de insegurança.
44
• Ato inseguro (ato abaixo do padrão): são aqueles que dependem das
ações dos homens como fontes causadoras de acidentes. Ex: deixar de usar
equipamento de proteção individual, entrar em áreas não permitidas e operar
máquinas sem estar habilitado.
• Condição insegura (condição abaixo do padrão): são as condições
físicas no ambiente de trabalho que podem gerar acidentes. Ex: piso escorregadio,
ferramentas em mau estado de conservação e iluminação e ventilação
inadequadas.
• Fator pessoal de insegurança: As pessoas cometem atos inseguros ou
criam condições inseguras ou colaboram para que elas continuem existindo, pelo
seu modo de agir. Ex: desconhecimento dos riscos de acidentes, treinamento
inadequado, excesso de confiança, etc.
A ocorrência dos acidentes de trabalho, independente do tipo que ele seja,
pode gerar consequências para a empresa, o trabalhador e a sociedade. Para o
trabalhador, por exemplo, pode causar sofrimento físico, desamparo à família e
incapacidade para o trabalho. Já a empresa pode sofrer com a perda de
faturamento, gasto com serviços médicos e perda de tempo e produtos. Quanto à
sociedade, podem existir impactos como: aumento de impostos e do custo de vida
e perda de elementos produtivos.
45
10.BIBLIOGRAFIA
BERNARDO, D. C. R.; NASCIMENTO, J. P. B.; DA SILVEIRA, P. R.;
SOARES, K. G. R. O estudo da ergonomia e seus benefícios no ambiente de trabalho: uma pesquisa bibliográfica. Saberes Interdisciplinares, v.6, n.11, p. 97-112, 2017. Disponível em <http://186.194.210.79:8090/revistas/index.php/SaberesInterdisciplinares/article/view/136/142> Acesso em 07 jul 2020.
BRISTOT, V. M. Introdução à engenharia de segurança do trabalho. Editora
UNESC. 2019. 259p. Disponível em <http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/6948/1/Introdu%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A0%20engenharia%20de%20seguran%C3%A7a%20do%20trabalho.pdf> Acesso em 10 mai 2020.
CHERES, J. E.; MARTINS, I. C. S. Comissão Interna de Prevenção de
Acidente e os diferentes entendimentos com relação à aplicação dos direitos. Revista Eletrônica de Ciências Jurídicas, v.1, n.4, p. 1-30, 2017. Disponível em <http://186.194.210.79:8090/revistas/index.php/SaberesInterdisciplinares/article/view/136/142> Acesso em 10 jul 2020.
CHIBINSKI, M. Introdução a segurança do trabalho. 2016. 128p. Disponível
em <http://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/735/3a_Disciplina_-_Introducao_a_Seguranca_do_Trabalho.pdf?sequence=1> Acesso em 22 abr 2020.
FERREIRA, B. L. A.; VIEIRA NETO, F. G.; FRANCO, H. M. S. L.; SOUZA, I.
O. P.; MOTA, J. D. T.; POLIDO, J. A.; DE JESUS SILVA, M. Segurança no trabalho uma visão geral. Caderno de Graduação-Ciências Exatas e Tecnológicas-UNIT-SERGIPE, v.1, p. 95-101, 2012. Disponível em <https://periodicos.set.edu.br/index.php/cadernoexatas/article/view/209/129> Acesso em 23 abr 2020.
Guia Trabalhista. NORMAS REGULAMENTADORAS - SEGURANÇA E
SAÚDE DO TRABALHO. Disponível em <http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nrs.htm> Acesso em 08 jul 2020.
MET. Normas Regulamentadoras. Disponível em
<https://sit.trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-e-saude-no-trabalho/legislacao-sst/normas-regulamentadoras?view=default> Acesso em 07 jul 2020.