segundo estagio 4. parentesco: 4.1. linhas e graus de parentesco; 4.2. filiação; a) reconhecimento...

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SEGUNDO ESTAGIO 4. Parentesco: 4.1. Linhas e graus de parentesco; 4.2. Filiação; a) Reconhecimento de filhos; b) Adoção; c) Poder familiar; d) Guarda; e) A síndrome da alienação parental. 5. Regime de bens entre os cônjuges 5.1. Conceito e natureza jurídica; 5.2. Princípios básicos; 5.3. Administração dos bens; 5.4. Pacto antenupcial; 5.5. Regime de bens em espécie. 6. Usufruto e administração dos bens dos menores; 7. Alimentos: 7.1. Conceito e natureza jurídico 7.2. Espécies; Tipos, Fontes; 7.3. Meios de assegurar o pagamento;

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Page 1: SEGUNDO ESTAGIO 4. Parentesco: 4.1. Linhas e graus de parentesco; 4.2. Filiação; a) Reconhecimento de filhos; b) Adoção; c) Poder familiar; d) Guarda;

SEGUNDO ESTAGIO

4. Parentesco:4.1. Linhas e graus de parentesco;4.2. Filiação;a) Reconhecimento de filhos;b) Adoção;c) Poder familiar;d) Guarda;e) A síndrome da alienação parental.5. Regime de bens entre os cônjuges5.1. Conceito e natureza jurídica;5.2. Princípios básicos;5.3. Administração dos bens;5.4. Pacto antenupcial;5.5. Regime de bens em espécie.6. Usufruto e administração dos bens dos menores;7. Alimentos:7.1. Conceito e natureza jurídico7.2. Espécies; Tipos, Fontes;7.3. Meios de assegurar o pagamento;

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RELAÇÕES DE PARENTESCO

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Fundamentos Legais: Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas

para com as outras na relação de ascendentes e descendentes. Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto

grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.

Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem.

Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.

Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.

§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro.

§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.

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MODALIDADES: PARENTESCO CONSANGUINEO: parentesco que

existe entre pessoas que descendem biologicamente umas das outras ou de um ancestral comum. O laço de sangue é preponderante.

PARENTESCO CIVIL: parentesco que decorre da lei, sem vínculo consanguineo, como a adoção, a paternidade sócio-afetiva e a filiação havida na “inseminação artificial heteróloga”.

PARENTESCO POR AFINIDADE: é o vínculo que se estabelece entre um cônjuge e os parentes do outro (sogro, genro, enteado, cunhado, etc). Está limitado aos ascendentes, descendentes e irmãos do cônjuge ou companheiro (art. 1.595, 1)

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OS CÔNJUGES ou COMPANHEIROS tornam-se parentes entre si ????

O vínculo entre marido e esposa, ou entre companheiro e companheira é familiar, não parental.

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Linha Reta descendente:

filhos

Netos

Bisnetos

Trinetos

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LINHA RETA DESCENDENTE

1o grau – filho2o grau – neto3o grau – bisneto4o grau – trineto5o grau – tetraneto6o grau – Pentaneto7o grau – Hexaneto8o grau – Heptaneto

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Linha Reta ascendente:

Avós

Paternos

MãePai

Avós

Maternos

Bisavós Paternos Bisavós Maternos

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LINHA RETA ASCENDENTE

1o grau – pai e mãe2o grau – avós3o grau – bisavós4o grau – trisavôs5o grau – tetravós6o grau – Pentavós7o grau – Hexavós8o grau – Heptavós

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LINHA COLATERAL:

Parentes que não descendem um do outro, mas provêm de um tronco comum.

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AFINIDADE:

Linha Reta Ascendente1o grau: padrasto/madrastasogro/sogra

2o grau: avós por afinidade (sucessivamente sem limitação de graus)

Linha Reta Descendente1o grau: enteadogenro/nora

2o grau: neto por afinidade(sucessivamente sem limitação de graus)

  

Linha colateral

2o grau: cunhado–         (não há afinidade além do 2o grau) 

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LINHA ASCENDENTE (3a) Bisavós (2a) Avós (4a) Tio avô

(1a) Pais (3a) Tio

LINHA COLATERAL VOCÊ (1a) Filhos (2a) Irmão (4a) Primo (2a) Netos (3a) Sobrinho (3a) Bisnetos (4a) Sobrinho-neto

LINHA DESCENDENTE

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Linha Colateral:

Filho

Marido da filha

Cunhado

Filha

Sogro Sogra

Nora Genro

Mulher do FilhoFilho dos sogros correspondente

ao irmão

Linha Reta Ascendente – genro em relação aos pais da mulher

Linha Reta Descendente – nora em relação aos pais da mulher

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ADOÇÃO

Art. 1.618 – CCLei 12.010/09 (Lei de Adoção -

art. 42 - ECA.

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ADOÇÃO À BRASILEIRA

Apelação Cível n. 2007.047643-7, de Itajaí Relator: Mazoni Ferreira Órgão Julgador: Segunda Câmara de Direito Civil Data: 16/06/2009 Ementa:

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE ADOÇÃO - MENOR ENTREGUE POR SUA GENITORA À GUARDA DE TERCEIROS - CARACTERIZAÇÃO DO ABANDONO - MÃE BIOLÓGICA QUE NÃO REÚNE CONDIÇÕES DE OFERECER BOA FORMAÇÃO MORAL, PSÍQUICA E SOCIAL AO PUPILO - ESTUDO SOCIAL E PSICOLÓGICO FAVORÁVEIS À ADOÇÃO - LAÇOS FAMILIARES E VÍNCULOS AFETIVOS CONSOLIDADOS COM OS PRETENSOS ADOTANTES - SUPREMACIA DOS INTERESSES E BEM-ESTAR DO INFANTE - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO DESPROVIDO. Mostra-se viável a concessão do pedido de ADOÇÃO, quando evidenciado que a criança encontra-se plenamente adaptada à nova família, que se mostrou capaz de assegurar a proteção, assistência e educação que lhe é devida. Tal situação se concretiza principalmente quando a mãe biológica não possui as mínimas condições de oferecer ao infante uma vida digna e um saudável desenvolvimento, ao contrário dos adotantes, que reúnem condições de proprocionar ao adotando boa qualidade de vida, bem como o apoio que necessita.

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FILA ÚNICA X FILIAÇÃO SÓCIOAFETIVA

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE GUARDA E RESPONSABILIDADE C/C PEDIDO LIMINAR DE GUARDA PROVISÓRIA. AUTORES NÃO CADASTRADOS NA LISTA DE ADOÇÃO DA COMARCA. FORMALISMO LEGAL NÃO SUPERIOR AOS INTERESSES DA CRIANÇA. DETERMINAÇÃO DA GUARDA AOS APELANTES. RECURSO PROVIDO. "Não se deve afastar uma criança dos braços de quem a acolhe desde o nascimento, cujo requerimento de ADOÇÃO já foi efetuado, a pretexto de inobservância cadastral de pretendentes à ADOÇÃO, a não ser que se comprove de plano a inabilitação moral para o ato. Revelando o estudo social a boa índole da família adotante e o carinho e amor conferidos ao menor, é de indeferir-se pedido de busca e apreensão deste, requerido pelo Ministério Público, porquanto silogismos críticos, impostos à simples leitura de texto legal, não podem prevalecer sobre o bem-estar da criança...". - (Apelação Cível n. 2009.019582-5, de Imbituba. Relator: Carlos Prudêncio. Órgão Julgador: Primeira Câmara de Direito Civil. Data: 22/02/2010).

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Estando bem o menor sob a guarda de seus padrinhos, transferi-lo para a guarda materna seria comprometer o bem-estar da criança, visto que a mudança poderia ser benéfica ou não. Assim, não se mostra aconselhável a modificação de guarda, que implica em radical alteração na vida pessoal do menor, mormente se ele vive em companhia de padrinhos, em ambiente familiar favorável ao seu desenvolvimento físico e psicológico. (TJMG. AC 000.299.233-7/00. Relator Pedro Henriques. DJ 15.08.2003).

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• Conceitospátrio poder (CC/16) = poder familiar

(CC/02) = autoridade parental (+ adequado): conjunto de direitos e deveres atribuídos igualmente ao pai e à mãe quanto à pessoa e aos bens dos filhos menores. É personalíssimo, impostergável, irrenunciável, indelegável, intransmissível, imprescritível.

#guarda = custódia = zelo = cuidado =

wargen (do alemão) = guarda, espera; warden (do inglês) = guarda; wargen (do francês) = proteção, observância, vigilância ou administração; = ter em sua companhia, proteger.

Guarda Compartilhada

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Guarda Compartilhada – Lei 11.698/2008

poder familiar não implica na guarda;

nem guarda implica em poder familiar.

poder familiar

Exemplo: a avó materna pode ser titular da guarda

do neto em que pese a mesma não lhe conferir o

poder familiar, sempre pertencente aos pais.

guarda(pequena porção do

poder familiar)

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•Espécies de guardaguarda monoparental ou unilateral

ou exclusiva ou única (sole custody): tradicional; conferida exclusivamente a um do par parental ou mesmo a uma 3ª pessoa; não implica em alteração na autoridade parental.

alternada ou por revezamento: atribuída simultaneamente a ambos os pais, com alternância de período de residência do filho com cada um deles.

Guarda Compartilhada

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•Espécies de guardacompartilhada ou conjunta: - origem inglesa joint custody; - exercício em comum pelos pais de um certo

número de prerrogativas relativas aos filhos menores;

- não é a guarda, mas os outros atributos da autoridade parental que são exercidos em comum;

- permite que filhos de pais separados sejam assistidos por ambos;

- equivale à concessão de autoridade legal a ambos os pais decidir questões relevantes quanto ao bem estar de seus filhos.

Guarda Compartilhada

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Do poder familiar. Arts. 1.630 a 1.638, CC.

Usufruto e administração dos bens dos filhos. Arts. 1.689 a 1.693, CC.

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Constituição Federal/1988:

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na

velhice, carência ou enfermidade.

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DO PODER FAMILIAR

ARTS. 1.630 A 1.638, CC.

Conjunto de direitos e deveres dos pais em relação aos filhos menores (não emancipados), exercido com base no princípio da igualdade entre os pais. Necessidade natural.

Constitui um munus público (direito-função e poder-dever), é irrenunciável, inalienável, imprescritível, incompatível com a tutela e revela uma relação de autoridade (art. 1.634, VIII, CC).

Antigo “pátrio poder”

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Competência de ambos os pais em igualdade de condições: Art. 1.631 e 1.690, § único, CC.Exceção: art. 1.631, parte final, CC.Exercício comum: Art. 1.631, CCExercício na separação dos genitores: deslocamento do

exercício do poder familiar

 Separação e divórcio: Arts. 1.632 e 1.636, CC (ver

também aula 14, art. 1.579, CC).Filho não reconhecido: Art. 1.633, CC (ver também aula

19, art. 1.612, CC).

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Enunciado 450 (CJF) - Art. 932, I. Considerando que a responsabilidade dos pais pelos atos danosos praticados pelos filhos menores é objetiva, e não por culpa presumida, ambos os genitores, no exercício do poder familiar, são, em regra, solidariamente responsáveis por tais atos, ainda que estejam separados, ressalvado o direito de regresso em caso de culpa exclusiva de um dos genitores.

Conteúdo do poder familiar:Na esfera pessoal: Art. 1.634 e incisos, CC.

Ver arts. 244, 245, 246 e 247, CP.

Na esfera patrimonial: Arts. 1.689 a 1.693, CC.

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CAPÍTULO IIIDOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR

Abandono material

Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País.

Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada.

Entrega de filho menor a pessoa inidônea

Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral ou materialmente em perigo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

§ 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pratica delito para obter lucro, ou se o menor é enviado para o exterior.

§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora excluído o perigo moral ou material, auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito de obter lucro.

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Abandono intelectual

Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder ou confiado à sua guarda ou vigilância:

I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida;

II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza;

III - resida ou trabalhe em casa de prostituição;

IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

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ALIENAÇÃO ALIENAÇÃO PARENTAL PARENTAL

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A SÍNDROME

Síndrome da Alienação Parental (SAP) foi proposto e utilizado pela primeira vez em 1985 por Richard Gardner – psiquiatra.

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A SÍNDROME - CRÍTICAS

Gardner sempre foi muito criticado por utilizar o termo síndrome, pois para diversos profissionais de diferentes áreas, a classificação carece de base científica.

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A SÍNDROME – O QUE É?

•Consiste numa campanha de desmoralização de um dos genitores (ou até mesmo de ambos -casos mais raros) sem justificativa real. A criança ou adolescente é utilizado (a) como instrumento de agressividade direcionada contra o outro genitor;

•Existem níveis de alienação, estes são classificados em: leve, moderado e grave.

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•São diversos os instrumentos quais o alienador se utiliza para “dominar” os sentimentos e a vida da criança ou adolescente.•Implantação de falsas memórias: esta é uma das estratégias mais utilizadas pelo alienador, que por meio de repetição e posicionando-se como vítima cria uma falsa realidade e falsas lembranças ao filho (a), sempre colocando o outro genitor como “monstro”;

SAP- COMO É FEITA?

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•Pavor: é um ponto fundamental neste tipo de relação dominadora, que pode ser passado através de discursos de duplo sentido, atitudes e palavras dominadoras e medo do estado psicológico do genitor alienador;

•Dever de lealdade: é a base da alienação e que motiva os filhos a contribuírem com o alienador, eles são forçados a escolher entre um e outro em caráter exclusivo;

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SAP- COMO É FEITA?

•Repetição: mensagens repetidas para o filho até que sejam consideradas verdadeiras;

•Atenção Seletiva: dirige a atenção do filho apenas para as qualidades negativas do outro genitor;

•Abstração Contextual: induz o outro genitor a erro e o alienador foca a atenção da criança sobre o erro;

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SAP- SINTOMAS - GARDNER

•Campanha denegritória: contra o outro genitor;•Racionalizações: fracas, absurdas ou frívolas;•Falta de ambivalência;•Fenômeno do pensador independente;•Apoio automático: do genitor alienador no conflito parental;•Ausência de culpa: sobre a crueldade contra o outro genitor;•Presença de encenações “preparadas”;•Propagação da animosidade: aos amigos/família extensa sobre o outro genitor;

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SAP- COMO VERIFICAR E O QUE FAZER:

•Devem ser encontrados todos os sinais na criança para poder falar em SAP;

•Deve-se analisar a gravidade do caso, antes de tomar as medidas necessárias, como recorrer ao judiciário, ou a tratamentos médicos;

•É necessário o uso da mesma denominação a todos os casos constatados;

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SAP- NOMENCLATURAS ALTERNATIVAS

•Pelo instrumento da implantação de “falsas memórias”, o Dr. Marco Antônio Garcia de Pinho, advogado, trás uma nomenclatura alternativa para a SAP: “ Teoria da Implantação de Falsas Memórias”;

• A SAP também pode ser conhecida como “Relação de Dominação”, onde se destaca pela gravidade do domínio que o alienante possui sobre o alienado

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SAP X ALIENÇÃO PARENTAL

•A alienação parental que trata a Lei 12.318/2010, conforme será melhor analisada logo adiante, prevê as condutas que são consideradas de alienação, bem como os agentes que podem praticá-las;

•No entanto, mister se faz salientar que a Síndrome será de fato constatada apenas em alguns casos, alguns moderados, e na maioria das vezes, apenas nos casos graves, onde a alienação é evidente;

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SAP X ALIENÇÃO PARENTAL

•Nos casos considerados leves, recorrer ao judiciário pode muitas vezes ser precipitado, vez que muitas vezes a alienação ocorre, mas não existe um prejudicial irreversível, o que poder-se-ia considerar uma “relação de domínio”;

•A relação de domínio, embora menos grave não deixa de ser uma forma de alienação, é muito comum nos casos de separação do casal;

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A LEI 12.318/2010A LEI 12.318/2010*A Lei 12.318/2010, introduziu o instituto da alienação parental no ordenamento jurídico brasileiro;

*O Legislador que a criou adotou definiu bem o conceito de Alienação Parental, sobretudo porque não o fez de maneira exaustiva, valendo-se de noções meramente exemplificativas. Artigo 2º Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.

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FORMAS DE ALIENAÇÃO FORMAS DE ALIENAÇÃO O parágrafo único do artigo 2º traz um rol exemplificativo de condutas que caracterizariam a alienação parental.

I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade.

II - dificultar o exercício da autoridade parental:

III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor:

IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar:

VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente:

VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós.

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Definição Legal: vítima, alienado, alienadorDefinição Legal: vítima, alienado, alienador

Nos termos do artigo 3º da referida Lei, a prática de ato de alienação fere direito fundamental da criança e/ou do adolescente, assim da interpretação do texto legal, tem-se:

VÍTIMA: A criança ou adolescente.ALIENADOR: Genitor, tutor ou qualquer pessoa que na condição de representante legal da criança, pratique atos que caracterizem a alienação parental.ALIENADO: aquele que é afetado pela alienação parental.

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Nos termos do artigo 4º da Lei, os atos de alienação parental, haja vista a gravidade que encerram, não precisam de demonstração apriorística da sua inequívoca ocorrência. A Lei se contenta com indícios dela.

Assim, se houver indícios de atos de alienação parental, o órgão Judiciário, provocado pelo genitor ofendido, pelo Ministério Público ou, mesmo de ofício, poderá determinar provisoriamente as medidas processuais prevista nesta Lei.

Do Processo JudicialDo Processo Judicial

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Do Processo JudicialDo Processo Judicial

O artigo 5º a lei dispõe, se houver indícios de atos de alienação parental, o órgão Judiciário, provocado pelo ofendido, pelo Ministério Público ou, mesmo de ofício, poderá determinar provisoriamente as medidas processuais prevista nesta Lei.

A decretação das sanções pode se dar mediante ação autônoma ou mesmo incidentalmente em processos que já discutam a relação dos filhos.

O Juízo poderá determinar perícia psicológica ou biopsicossocial.

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Do Processo JudicialDo Processo Judicial

A perícia será realizada por profissional ou equipe multidisciplinar habilitados (art. 5º., § 2º).

O laudo pericial terá base em ampla avaliação psicológica ou biopsicossocial, conforme o caso, compreendendo, inclusive, entrevista pessoal com as partes, exame de documentos dos autos, histórico do relacionamento do casal e da separação, cronologia de incidentes, avaliação da personalidade dos envolvidos (art. 5º., §3º.)

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O juiz e poderá impor ao alienador as seguintes sanções:I – Advertir o alienador;II - Ampliar o regime de convivência em favor do alienado;III - Estipular multa;IV - Determinar acompanhamento psicológico;V - Determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão;VI - Determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente;VII - Declarar a suspensão da autoridade parental.

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Artigos Vetados e suas razõesArtigos Vetados e suas razõesQuando o projeto de Lei passou pelo crivo do Presidente da República, este vetou dois de seus artigos. Vejamos os motivos e o

que eles previam:

Art. 9º As partes, por iniciativa própria ou sugestão do juiz, do Ministério Público ou do Conselho Tutelar, poderão utilizar-se do procedimento da mediação para a solução do litígio, antes ou no curso do processo judicial.

VETO:VETO: O direito da convivência familiar pela criança ou pelo O direito da convivência familiar pela criança ou pelo adolescente, é indisponível, não cabendo sua apreciação por adolescente, é indisponível, não cabendo sua apreciação por mecanismos extrajudiciais.mecanismos extrajudiciais.

 

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Art. 10.  O art. 236 da Seção II do Capítulo I do Título VII da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único: Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem apresenta relato falso ao agente indicado no caput ou à autoridade policial cujo teor possa ensejar restrição à convivência de criança ou adolescente com genitor.’ (NR)” 

VETO: O Estatuto da Criança e do Adolescente, já contempla medidas suficientes para inibir a alienação parental, não se justificando, deste modo, a inclusão de medida de natureza criminal, cujos efeitos poderão ser prejudiciais a própria criança ou adolescente.

Artigos Vetados e suas razõesArtigos Vetados e suas razões

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Algumas opiniões à respeito da Algumas opiniões à respeito da alienação parentalalienação parental

* Para a juíza Brigitte de Souza May, a maioria dos casais não consegue "isolar" a criança após a separação. Acaba fazendo comentários. O ideal é que o casal consiga resolver seus problemas sem envolver a criança, de forma adulta.

* O juiz Antônio Peleja Júnior, diz que, dos processos que acompanha, em "pouquíssimos casos os pais têm maturidade de respeitar os direitos da criança". "A alienação sempre existe em menor ou maior grau. A separação deixa mágoas e pai ou mãe passa a tratar a criança como exclusividade sua. Essa nova lei é importante porque descreve quais medidas o juiz deve adotar e traz mais segurança para tratar casos como esse.

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Alguns dadosAlguns dados

•O Instituto Datafolha indica que 20 milhões de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos são filhos de pais separados. Desses, 10 milhões são filhos de pais com separação litigiosa. Esses 10 milhões sem sombra de dúvida sofrem com a alienação parental porque litígio é fogo cruzado e a criança acaba sendo usada;

• Em mais de 95% dos casos a guarda é da mãe;

•Na 6ª Vara de Família de São Paulo/Capital, estão em andamento 2.600 processos, a maioria de divórcio. Onde há a discussão sobre a alienação parental.

•De cada 10 denúncias de pedofilia envolvendo pais separados que chegaram à CPI da Pedofilia, seis ou sete são crimes de alienação parental.

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Alguns dadosAlguns dadosQuanto aos danos causados nas crianças vítimas:

•75% dos filhos de pais separados se sente culpado pela separação;

•72% de adolescentes que cometem crimes graves e homicídios vivem em lares de pais separados;

•70% dos delinquentes adolescentes e pré-adolescentes problemáticos cresceram distantes de um genitor;

•Depressão, melancolia e angústia: Em diferentes graus, mas ocorre em 100% dos casos;

•Crianças sem a presença do pai têm 2 vezes mais probabilidades de baixo rendimento escolar e desenvolverem quadros de rebeldia a partir da 3ª infância;

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Casos reais...Casos reais...

Caso JoannaOs pais da criança disputavam sua guarda há mais de três anos.No curso do processo, foram realizados estudos psicológicos, os quais apontaram alienação parental. A Juíza que conduzia o caso, determinou "necessidade de restabelecer com urgência o convívio da criança com o pai por curto período, sem a interferência da mãe". A menina passou 50 dias na casa do pai, sem qualquer contato com a mãe, conforme determinava a decisão judicial. Joanna, sofreu maus tratos, deu entrada em três hospitais, em menos de 15 dias. Entrou em coma, e a mãe não foi avisada. Morreu 30 dias depois de ser internada. A menina tinha sinais por todo corpo de maus-tratos, compreendidos em hematomas, queimaduras, e arranhões.

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Casos reais...Casos reais...

Uma enfermeira do Rio também foi vítima de alienação parental.

Quando a filha tinha 11 anos, se separou do marido, que era advogado.

Ele acabou obtendo a guarda provisória da criança.

Em pouco tempo a criança não a chamava mais de mãe, não queria mais vê-la.

O Pai trocou de cidade e no apartamento em que a filha mora hoje, tem uma foto minha para o porteiro não deixar a mãe entrar.

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Regime de Bens dos cônjuges

De acordo com o Código Civil existem quatro regimes de bens tipificados: Arts. 1.639 a 1.652, CC.da comunhão parcial de bens,da comunhão universal de bens,da participação final de aquestos,da separação de bens.

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Regime de Bens dos cônjuges

A enumeração dos regimes de bens do Código Civil não é taxativa, mas meramente exemplificativa.

Podem os contratantes escolher um dos quarto regimes tipificados ou criar um regime novo, desde que não contrariem disposição absoluta de lei (arts. 1.639 e 1.655 do CC).

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GENERALIDADES ACERCA DOS REGIMES DE BENS

Regras comuns a todos os regimes Arts. 1.639/1.652, CC

Conceito de regime de bens: conjunto de normas aplicáveis às relações e interesses econômicos resultantes do casamento – Maria Helena Diniz.

Roberto Senise Lisboa define no “conjunto de normas jurídicas aplicáveis no casamento, que fixam quais serão comunicadas para ambos os cônjuges (comunicação de aquestos).”

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS REGIMES DE BENS

Variedade do regime de bens: Quatro tipos de regimes previstos pelo CC

Liberdade dos pactos antenupciais*: Livre escolha do regime de bens: Art. 1.639, CC; Ver as exceções ao princípio (regime obrigatório): Art.

1.641, CC.

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Pacto antenupcial é um contrato solene, realizado antes do casamento (no momento da habilitação), por meio do qual as partes (contraentes) dispõem sobre o regime de bens que deverá vigorar durante o casamento. Art. 1.639, § 1º, CC. Deve ser por escritura pública. Em regra, é facultativo, porém necessário se o regime não for

o legal ou o obrigatório.

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Mutabilidade justificada do regime adotado:Possibilidade de mudança do regime durante o

casamento.Requisitos: vontade de ambos os nubentes, processo

judicial, vontade justificada, proteção de direitos de terceiros. Art. 1639, § 2º, CC.

Enunciado 113 (CJF) – “Art. 1.639: É admissível a alteração do regime de bens entre os cônjuges, quando então o pedido, devidamente motivado e assinado por ambos os cônjuges, será objeto de autorização judicial, com ressalva dos direitos de terceiros, inclusive dos entes públicos, após perquirição de inexistência de dívida de qualquer natureza, exigida ampla publicidade.”

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Enunciado 260 (CJF) – “Arts. 1.639, § 2º, e 2.039: A alteração do regime de bens prevista no § 2º do art. 1.639 do código civil também é permitida nos casamentos realizados na vigência da legislação anterior.”

Ver art. 977, CC/2002Efeitos perante terceiros: ex nunc

Imediata vigência do regime de bens: Art.1639, § 1º, CC. Período de “vigência do regime de bens”.

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DO REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL

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Patrimônio do marido Patrimônio da esposa

Patrimônio comum

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Comunhão Parcial de Bens

No regime da comunhão parcial os bens que cada cônjuge possuía antes de se casar não se comunicam e, via de regra, os bens adquiridos na constância da sociedade conjugal a título oneroso, comunicam-se.

Art. 1.658 a 1.666 - CC

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Comunhão Parcial de BensAssim, de acordo com os arts. 1.658 a 1.666 do CC, excluem-se da comunhão parcial:

•Os bens que cada cônjuge possuir ao casar e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação, ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar.•Os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares.

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Comunhão Parcial de Bens

As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal.Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão.Os proveitos do trabalho pessoal de cada cônjuge.As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.

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Comunhão Parcial de BensPor outro lado, integram a comunhão parcial:

Os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges.Os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior.Os bens adquiridos por doação, herança ou legados, em favor de ambos os cônjuges.

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Comunhão Parcial de Bens

As benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge.Os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada

cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.

Os bens móveis presumem-se adquiridos na constância do casamento, salvo prova em contrário.

A administração dos bens comuns competem a ambos os cônjuges.

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Comunhão Universal de BensNo regime de comunhão universal de bens, em princípio, comunicam-se todos os bens presentes e futuros dos cônjuges, constituindo uma só massa patrimonial (art. 1.667 do CC). Porém, há bens que não se comunicam:

Os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e só sub-rogados em seu lugar.Os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva.

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Comunhão Universal de BensArt. 1.667 a 1.671 - CC

As dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seu aprestos, ou reverterem em proveito comum.

As doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade.

Os bens referidos nos incisos V e VII do art. 1.659 do CC. (bens de uso pessoal e as pensões)

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Participação Final de Aquestos: Art. 1.672 a 1.686 - CC

Aquestos são os bens adquiridos pelos cônjuges na constância do casamento que, para efeito de regime de bens, devem ter sido adquiridos a título oneroso.

Esse regime é uma mistura da separação de bens e da comunhão parcial, pois na constância do casamento vivem no regime de separação de bens e quando da dissolução da sociedade conjugal os bens serão apurados com regras relativas do regime da comunhão parcial de bens.

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Participação Final de Aquestos:

Na dissolução da sociedade pelo divórcio o montante dos aquestos será verificado na data em que cessou a convivência conjugal.

Quando a dissolução ocorrer por morte, apura-se na data em que esta se deu.

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Participação Final de Aquestos

• Já quando da apuração dos aquestos, excluem-se os seguintes patrimônios próprios:

Os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar sub-rogaram.

Os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade.

As dívidas referentes aos bens particulares.

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Participação Final de Aquestos

Não sendo possível e nem conveniente a divisão de todos os bens em natureza, calcular-se-á o valor de alguns ou de todos para reposição em dinheiro ao cônjuge não proprietário.

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Separação de Bens art. 1.687 a 1.688 - CC

Verifica-se que no regime de separação de bens, em princípio, os bens não se comunicam.

São dois tipos de regime de separação de bens: o legal, também conhecido como regime obrigatório ou cogente, e o convencional.

Ainda, poderá ocorrer a separação total de bens, o qual poderá ocorrer mediante convenção das partes, quando da elaboração do pacto antenupcial, ou por determinação legal.

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Separação de Bens

A) Separação legal de bens - Também denominado de separação obrigatória de bens, na qual as pessoas não possuem liberdade na escolha do regime de bens, por força da lei que obriga a seguimento de outro regime.

Os bens adquiridos antes ou na constância do casamento não se comunicam entre os cônjuges, pois cada um tem seu patrimônio próprio, bem como a administração do mesmo em que é livre para alienar ou gravar com ônus real seus bens, sejam eles móveis ou imóveis. A separação obrigatória é verificada nos casos previstos no art. 1.641 do CC.

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Separação de Bens

B) Separação convencional de bens - Este regime é adotado diante de vontade das partes, exteriorizado pelo pacto antenupcial.

Tanto os bens adquiridos antes ou na constância do casamento permanecem na administração do cônjuge proprietário, que pode livremente os alienar ou gravá-los em ônus real.

Os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial.

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Cada consorte conserva seus bens e suas dívidas presentes e futuros.

Espécies:

Separação de bens

78

LegalArt. 1.641, CC

Convencional* Pacto

Em tese absoluta, porém conforme

Súmula 377/STF é relativa

Absoluta

Relativa

“No regime de separação legal de

bens, comunicam-se os adquiridos na

constância do casamento.”

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ALTERAÇÃO DO REGIME DE BENS

Art. 1.639 – CC §2º É admissível alteração do

regime de bens, mediante autorização judicial

em pedido motivado de ambos os cônjuges,

apurada a procedência das razões invocadas e

ressalvados os direitos de terceiros.

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Cônjuge como Herdeiro

Desta forma, na hipótese do casamento ter sido realizado no Regime da Comunhão Parcial de Bens e

havendo descendentes, basta haver um só bem particular para que o cônjuge supérstite concorra na

totalidade dos bens do falecido, inclusive nos aquestos, vez que se trata da "herança" do falecido.

E, por "herança", entende-se a "totalidade" dos bens da pessoa falecida.

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Cônjuge como Herdeiro

Assim, diante do novo Código Civil, o cônjuge supérstite teve uma maior proteção patrimonial no que diz respeito à sua participação nos bens particulares do de cujus.

Principalmente no que diz respeito ao Regime da Comunhão Parcial de Bens, onde a proteção patrimonial do cônjuge supérstite foi ampliada, fazendo com que o viúvo efetivamente participe dos bens particulares do cônjuge falecido, juntamente com os descendentes, quando concorrer com eles.

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Considerações sobre o art. 1.641, CC:INCISOS I E III: ENUNCIADO 262 (CJF) – “Arts. 1.641

e 1.639: A obrigatoriedade da separação de bens nas hipóteses previstas nos incs. I e III do art. 1.641 do Código Civil não impede a alteração do regime, desde que superada a causa que o impôs.”

INCISO II: ENUNCIADO 261 (CJF) – “Art. 1.641: A obrigatoriedade do regime da separação de bens não se aplica a pessoa maior de sessenta anos, quando o casamento for precedido de união estável iniciada antes dessa idade.”

Súm. 377/STF: “No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento.”

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Atos autorizados sem outorga conjugal: Arts.1.642 e 1.643, CC; no PEF art. 39 e 40.Art. 1.642, CC:

Inciso I: ver art. 978, CC.Inciso II: PAULO LÔBO => “incluem-se nos atos de

administração alugar, conservar, ampliar, reformar, ter empregados para deles cuidar e respectivos gastos.”

Inciso III: exceção ao art. 1.647, II, CCInciso IV: atos jurídicos imperfeitosInciso V: utilidade ?Inciso VI: o que não é proibido é permitido

Art. 1.643, CC: dívidas domésticas

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Solidariedade nas dívidas domésticas:Art. 1.644, CC

Legitimados: Cônjuge prejudicado: Art.1.645, CCTerceiro prejudicado: Art. 1.646, CC

.

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Atos que necessitam da autorização do outro cônjuge:Apenas para regimes de comunhão (universal, parcial ou

aquestos)Outorga conjugal (uxória ou marital): Art. 1.647, CC

Inciso I: Fábio Ulhoa Coelho => “A vedação não alcança somente os bens comuns, mas também os que não integram a comunhão. Preocupa-se a lei, na verdade, com a solvência da família.”

Inciso II: Litígio judicialInciso III: Garantias fidejussórias. Fiança é contrato. Aval é

ato cambiário.ENUNCIADO 114 (CJF) – “Art. 1.647: O aval não pode ser

anulado por falta de vênia conjugal, de modo que o inc. III do art. 1.647 apenas caracteriza a inoponibilidade do título ao cônjuge que não assentiu.”

85

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Inciso IV: Doação de bens comunsDuas exceções:

1ª: doação remuneratória2ª: doação para o filho

Art. 3º da Lei nº 8.245/91 (Lei da Locação de Imóveis)

“Art. 3º O contrato de locação pode ser ajustado por qualquer prazo, dependendo de vênia conjugal, se igual ou superior a dez anos.

Parágrafo único. Ausente a vênia conjugal, o cônjuge não estará obrigado a observar o prazo excedente.”

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É NECESSÁRIA A OUTORGA “CONJUGAL” NA UNIÃO ESTÁVEL ??

PAULO LÔBO: “Ainda que o CC apenas aluda aos cônjuges, entende-se incidente aos companheiros da união estável, até porque a estes se aplica o regime da comunhão parcial de bens, salvo contrato escrito (Art. 1.725).”

FRANCISCO CAHALI já cuidou do tema pertinente à dispensa de autorização da outorga do convivente para a venda de imóvel.

“...inexiste qualquer restrição ao proprietário para a alienação ou imposição de ônus real imobiliário, dispensada a anuência e concordância do seu companheiro, independentemente de tratar-se de bem exclusivo do titular, ou com participação do outro em decorrência da presunção legal ou contratual."

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Suprimento judicial da outorga conjugal: Art.1.648, CC

Penalidade caso haja descumprimento: ato anulávelArt.1.649, CC

Legitimidade: Art.1.650, CC

Administração dos bens: Obrigações: Art.1.651, CC Responsabilidade : Art.1.652, CCVer especialmente as situações do art. 1.570, CC.

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Percebe-se que o legislador pátrio, quando da regulamentação dos regimes de bens, pretendeu estimular a autonomia da vontade das partes.

Por ser matéria de caráter patrimonial (e, por isso mesmo, disponível), agiu bem o legislador ao deixar às partes a estipulação daquilo que mais lhes agrada (desde que respeitados os princípios de ordem pública e algumas determinações legais).

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É cediço que em muitas oportunidades o Direito de Família invade a vida íntima dos cônjuges, levando a público tudo o que, em tese, deveria, para boa fama dos cônjuges, ficar guardado na esfera familiar.

Em face disso, não obstante o retrocesso legislativo em alguns pontos específicos no tratamento do regime de bens, a atitude legislativa no sentido de uma menor intervenção no âmbito familiar é louvável, permitindo que os casamentos sejam resolvidos financeiramente pelos próprios cônjuges com a mínima intervenção do Poder Judiciário.

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USUFRUTO E ADMINISTRAÇÃO DOS BENS DOS FILHOS

Arts. 1.689 a 1.692, CC

Art. 1.689, CC: usufruto é direito real conferido a alguém de retirar, temporariamente, de coisa alheia os frutos e utilidades que ela produz, sem alterar-lhe a substância.

Administração: conservação e incremento do patrimônio dos filhos.

Os pais, em regra, não prestam contas e também não são remunerados.

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Art. 1.690, CC: responsabilidade dos pais.Divergência dos pais: 1.690, § único, CCColisão de interesses entre os pais e os filhos: nomeação de

curador especial, art. 1.692, CC. (Não confundir com a curatela dos arts. 1.767 e segs. do CC – aula 25).

Art. 1.691, CC: alienação de bens dos filhos menores, somente motivada e mediante autorização judicial.Sem autorização judicial a alienação é nula, ver § único,

1.690, CC (legitimidade)

Art. 1.693, CC: Bens excluídos do usufruto e administração.

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Suspensão do poder familiar: art. 1.637, CC.É temporal e pode ser parcial.Motivos: abuso de poder, falta aos deveres

paternos/maternos e dilapidação dos bens dos filhos. Suspende-se ainda por condenação criminal irrecorrível que fixe pena superior a 2 anos de prisão.

Destituição (perda) do poder familiar: art. 1.638, CCEm regra é permanente, mais grave que a suspensão.Poderá ser restabelecido se provar regeneração do(s)

pai(s).Motivos: art. 1.638 e incisos, CC.

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Procedimento da perda ou suspensão do poder familiar: Vara da infância e da juventude.Lei nº 8.069/1990.Ver art. 888, V, CPC.Averbação no registro de nascimento (ver lei nº. 6.015/1973).

Extinção do poder familiar: art. 1.635, CC.É definitiva.É automática nos incisos I, II e III.

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DOS ALIMENTOS

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NOÇÕES PROPEDÊUTICAS

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TIPOS

NATURAIS: o indispensável para subsistência – comida, moradia, vestuário e cura.

Art. 1.702 (CC). Na separação judicial litigiosa, sendo um dos cônjuges inocente e desprovido de recursos, prestar-lhe-á o outro a pensão alimentícia que o juiz fixar, obedecidos os critérios estabelecidos no art. 1.694.

Art. 1694 (CC). [...] 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.

Art. 1.704 (CC). Se um dos cônjuges separados judicialmente vier a necessitar de alimentos, será o outro obrigado a prestá-los mediante pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido declarado culpado na ação de separação judicial.

Parágrafo único. Se o cônjuge declarado culpado vier a necessitar de alimentos, e não tiver parentes em condições de prestá-los, nem aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será obrigado a assegurá-los, fixando o juiz o valor indispensável à sobrevivência.

CIVIS OU CONGRIOS: além dos naturais, as despesas de cunho moral, tais como educação, lazer, entre outras.

Art. 1.694 (CC). Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.

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FONTES

Legítimos ou legais: decorre de lei por força do parentesto consanguineo ou civil – parentes, cônjuges e companheiros

Convencionais: razão de contrato – convenção entre as partes

Testamentários: por disposição de última vontade

Ressarcitórios ou indenizatórios: decorrentes de ato ilícito

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FINALIDADE

Definitivo: fixados por sentença transitada em julgadaRevisão: mediante ação própria

Não Definitivo: fixados por tutela antecipada ou liminar.Revisão: a qualquer tempo até a sentença definitiva.

Provisionais: medidas cautelares – não há prova pré-constituída de credor.

Provisórios: inaudita altera parte – decorrente da lei 5478/68 – há prova pré-constituída decorrente de parentesco, casamento ou união estável.

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ALGUMAS TESES DE CONCESSÃO DE ALIMENTOS

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ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS

Alimentos provisóriosMantença do status quo ante da

separaçãoRegra - não há bens a partilharMANTENÇA do equilíbrio econômico

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JURISPRUDÊNCIA

ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS. MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO. Alimentos compensatórios são pagos por um cônjuge ao outro, por ocasião da ruptura do vínculo conjugal. Servem para amenizar o desequilíbrio econômico, no padrão de vida de um dos cônjuges por acasião do fim do casamento (TJDF. AI 20090020030046. Rel.:: Jair Soares).

[...] tendo natureza compensatória, a eventual inadimplência dessa modalidade de obrigação alimentar não sujeita o devedor à prisão civil (TJDF. Habeas Corpus 2009002013078-8. Rel.: Jair Soares).

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ALIMENTOS GRAVÍDICOS

NATUREZA HÍBRIDA LEGITIMIDADE PERÍCIA TERMO INICIAL POSSIBILIDADE DE INGRESSO APÓS O PARTO SUPOSIÇÃO DE PATERNIDADE REPARAÇÃO CIVIL CONTRA A MÃE EXECUÇÃO / REVISÃO / CONVERSÃO QUANTUM:

SUS – SISTEMA ÚNICO DE SAÚDENECESSIDADE X DISPONIBILIDADE X

OPORTUNIDADE

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LEI 11.804 DE 5 DE NOVEMBRO DE 2008 Art. 1o  Esta Lei disciplina o direito de alimentos da mulher

gestante e a forma como será exercido.         Art. 2o  Os alimentos de que trata esta Lei

compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes. 

        Parágrafo único.  Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos. 

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           Art. 6o  Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré. 

        Parágrafo único.  Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão. 

        Art. 7o  O réu será citado para apresentar resposta em 5 (cinco) dias. 

        Art. 11.  Aplicam-se supletivamente nos processos regulados por esta Lei as disposições das Leis nos 5.478, de 25 de julho de 1968, e 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 

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VETADOS

Art. 3º Aplica-se, para a aferição do foro competente para o processamento e julgamento das ações de que trata esta Lei, o art. 94 do Código de Processo Civil.

Art. 4º Na petição inicial, necessariamente instruída com laudo médico que ateste a gravidez e sua viabilidade, a parte autora indicará as circunstâncias em que a concepção ocorreu e as provas que dispõe para provar o alegado, apontando, ainda, o suposto pai, sua qualificação e quanto ganha aproximadamente ou os recursos de que dispõe, e exporá suas necessidades.

Art. 5º Recebida a petição inicial, o juiz designará audiência de justificação onde ouvirá a parte autora e apreciará as provas da paternidade em cognição sumária, podendo tomar depoimento da parte ré, de testemunhas e requisitar documentos.

Art. 8º Havendo oposição à paternidade, a procedência do pedido do autor dependerá da realização de exame pericial pertinente.

Art. 9º Os alimentos serão devidos desde a data da citação do réu. Art. 10. Em caso de resultado negativo do exame pericial de paternidade, o autor

responderá, objetivamente, pelos danos materiais e morais causados ao réu. Parágrafo único. A indenização será liquidada nos próprios autos.

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ALIMENTOS GRAVÍDICOS e INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE Alimentos gravídicos. Autora comprovou relacionamento com o réu no período da

concepção. Prova oral é suficiente para a pretensão da pensão alimentícia provisória especial. Desnecessidade de comprovação da paternidade. Devido processo legal observado. Sucumbência levou em consideração as peculiaridades da demanda (TJSP. AC 6667034000. Rel.: Nathan Zelinschi de Arruda. DJ 11/01/2010).

Havendo indícios da paternidade, não negando o agravante contatos sexuais à época da concepção, impositiva a manutenção dos alimentos à mãe no montante de meio salário mínimo para suprir suas necessidades e também as do infante que acaba de nascer (TJRS. AI 70018406652, Rel. Des. Maria Berenice Dias, D.J. 16.04.2007) INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE E ALIMENTOS PROVISÓRIOS - Decisão que

indeferiu a fixação de alimentos provisórios ante a ausência de prova pré-constituída da relação de parentesco - Admissibilidade - Pretensão da agravante na aplicação analógica da Lei 11804/2008 - Ausência, ao menos por ora, de indícios suficientes da paternidade, o que impede a fixação de alimentos provisórios - Decisão mantida - Recurso improvido (TJSP – AI 6326544200. Rel.: Des. Santi Ribeiro. DJ 06/11/09)

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ALGUMAS TESES DE DEFESA A QUEM PAGA ALIMENTOS

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AVÓS E TIOS

AVÓS: DIREITO CIVIL. AÇÃO DE ALIMENTOS. RESPONSABILIDADE

DOS AVÓS. OBRIGAÇÃO SUCESSIVA E COMPLEMENTAR. 1. A responsabilidade dos avós de prestar alimentos é subsidiária e complementar à responsabilidade dos pais, só sendo exigível em caso de impossibilidade de cumprimento da prestação - ou de cumprimento insuficiente - pelos genitores (STJ – REsp 831497. Rel.: Min. João Otávio Noronha. DJ 11/02/2010)

CIVIL. AÇÃO DE ALIMENTOS. AVÓS. RESPONSABILIDADE. [...] Assim, é inviável a ação de alimentos ajuizada diretamente contra os avós paternos, sem comprovação de que o devedor originário esteja impossibilitado de cumprir com o seu dever (STJ – HC 38314. Rel.: Min. Antonio Pádua Ribeiro).

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TIOS: PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS. TIOS E SOBRINHOS.

DESOBRIGAÇÃO. DOUTRINA. ORDEM CONCEDIDA. I - A obrigação alimentar decorre da lei, que indica os parentes obrigados de forma taxativa e não enunciativa, sendo devidos os alimentos, reciprocamente, pelos pais, filhos, ascendentes, descendentes e colaterais até o segundo grau, não abrangendo, conseqüentemente, tios e sobrinhos (STJ – HC 12079. Rel.: Min. Salvio de Figueiredo Teixeira. DJ 12/09/00).Tias que voluntariamente pagam alimentos: Na

hipótese em julgamento, o que se verifica ao longo do relato que envolve as partes, é a voluntariedade das tias de prestar alimentos aos sobrinhos, para suprir omissão de quem deveria prestá-los, na acepção de um dever moral, porquanto não previsto em lei. Trata-se, pois, de um ato de caridade, de mera liberalidade, sem direito de ação para sua exigibilidade. O único efeito que daí decorre, em relação aos sobrinhos, é o de que prestados os alimentos, ainda que no cumprimento de uma obrigação natural nascida de laços de solidariedade, não são eles repetíveis, isto é, não terão as tias qualquer direito de serem ressarcidas das parcelas já pagas (STJ – REsp – 1032846. Rel.: Min. Nancy Andrighi. DJ 16/06/09).

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CHAMAMENTO AO PROCESSO COMO TÉCNICA DE DEFESA – CASO 01 AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ALIMENTOS CONTRA

AVÓS PATERNOS. CHAMAMENTO AO PROCESSO DOS AVÓS MATERNOS. DESCABIMENTO. A obrigação alimentar é divisível, e não solidária. E o art. 1.698 do CCB fala em possibilidade ¿ e não em obrigatoriedade ¿ dos avós demandados chamarem os não demandados. Não ocorre litisconsórcio passivo obrigatório entre os avós maternos e paternos em demanda de alimentos ajuizada pelo neto. Se o pai, o devedor principal, mesmo sendo réu em ação de execução, ainda assim não paga o que deve, e tendo os avós possibilidades de arcar com o pensionamento postulado pelo neto, é de rigor a fixação de obrigação alimentar avoenga. NEGARAM PROVIMENTO. (Apelação Cível Nº 70023819949, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rui Portanova, Julgado em 14/08/2008)

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Art. 1698 (CC). Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo varias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais se chamadas a integrar a lide. LITISCONSÓRCIO PASSIVO ULTERIOR – PROVOCAÇÃO DO AUTOR SOLIDARIEDADE x PLURALIDADE DE DEVEDORES: não existe uma só

obrigação divisível entre eles (que induziria solidariedade), mas tantas obrigações distintas quantas sejam as pessoas a que possam ser demandados (CAHALI, Yussef. Dos alimentos. RT, p. 46).

Exceção: Estatuto do idoso – art. 12: A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores.

LITISCONSÓRCIO PASSIVO – FACULTATIVA: será trazida como argumento de defesa e certamente será levada em consideração pelo magistrado no momento de fixar o valor devido pelo demandado (DIDIER, Fredie. Regras processuais do novo código civil. Saraiva, p. 125).

Art. 46 (CPC) - Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;

NOVO CHAMAMENTO AO PROCESSO: decorrente do art. 1698 (CC) Art. 77 (CPC) - É admissível o chamamento ao processo: III - de todos

os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou totalmente, a dívida comum.

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CHAMAMENTO AO PROCESSO COMO TÉCNICA DE DEFESA – CASO 02ALIMENTOS - Ação movida contra os

avós paternos - Chamamento à lide dos avós maternos - Admissibilidade - Art. 1.698 do CC - Recurso provido (TJSP. AI 6518184000. Rel.: Des. Santi Ribeiro. DJ 15/12/09).

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REVISIONAL DE ALIMENTOS DECORRENTE DE NOVA FILIAÇÃO Art. 1.709 (CC). O novo casamento do cônjuge devedor não

extingue a obrigação constante da sentença de divórcio. Art. 1.699 (CC). Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na

situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo

Art. 227 (CF) § 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

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RENÚNCIA DOS ALIMENTOS PELO CÔNJUGE OU COMPANHEIRO E SUA CESSAÇÃO Art. 1.707 (CC). Pode o credor não exercer, porém lhe é

vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora

A renúncia aos alimentos decorrentes do matrimônio é válida e eficaz, não sendo permitido que o ex-cônjuge volte a pleitear o encargo, uma vez que a prestação alimentícia assenta-se na obrigação de mútua assistência, encerrada com a separação ou o divórcio (STJ – EDCL no REsp 832902. Rel: Min. João Otávio de Noronha. DJ 06/10/09).

Assim é que o titular do direito subjetivo que se desvia do sentido teleológico (finalidade ou função social) da norma que lhe ampara (excedendo aos limites do razoável) e, após ter produzido em outrem uma determinada expectativa, contradiz seu próprio comportamento, incorre em abuso de direito encartado na máxima nemo potest venire contra factum proprium (STJ – REsp 1143216. Rel.: Min. Luiz Fux. DJ 09/04/10).

Art. 1.708 (CC). Com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor, cessa o dever de prestar alimentos. Parágrafo único. Com relação ao credor cessa, também, o direito a alimentos, se tiver procedimento indigno em relação ao devedor.

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O QUANTUM E A NÃO CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADE COM O ALIMENTANTE

DISPONIBILIDADE NECESSIDADE

PROPORCIONALIDADEArt. 1.694 (CC). Podem os parentes, os cônjuges

ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. § 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.

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FIXAÇÃO BILATERAL

Regra de lei:Art. 1.703 (CC). Para a manutenção dos

filhos, os cônjuges separados judicialmente contribuirão na proporção de seus recursos.

Proporcionabilidade de obrigaçõesEconomia processual em modificação de

guardaExtinção do efeito: “eu cuido, você paga!”

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LIMITE DO TEMPO DE PRISÃO

Em que pese a incongruência nos prazos fixados no Código Instrumental (art. 733, do CPC) e na Lei Ordinária [Alimentos] (art. 19 da Lei 5478/68) para a segregação civil do inadimplente da obrigação alimentícia, doutrina e jurisprudência estabelecem como prazo o da lei específica, por deter preferência sobre as demais normas, à conta do princípio da especialidade (TJSC – HC 2009040516-6. Rel.: Des. Fernando Carioni. DJ 24/09/09)

Art. 733 (CPC) - Na execução de sentença ou de decisão, que fixa os alimentos provisionais, o juiz mandará citar o devedor para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. § 1º - Se o devedor não pagar, nem se escusar, o juiz decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.

Art. 19 (Lei de Alimentos – 5.478/68). O juiz, para instrução da causa ou na execução da sentença ou do acordo, poderá tomar todas as providências necessárias para seu esclarecimento ou para o cumprimento do julgado ou do acordo, inclusive a decretação de prisão do devedor até 60 (sessenta) dias.

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Habeas Corpus n. 2009.026894-6, de Blumenau Relator: Carlos Adilson Silva Juiz Prolator: Nao Informado Órgão Julgador: Primeira Câmara de Direito Civil Data: 18/08/2009 Ementa:

HABEAS CORPUS. PRISÃO CIVIL. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. ILEGALIDADE DO DECRETO PRISIONAL. INCLUSÃO DE VALORES SUBSTANCIAIS RELATIVOS À PENSÃO DA FILHA QUE COMPLETOU A MAIORIDADE E DECLAROU EXPRESSAMENTE A EXONERAÇÃO DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR, E DE OUTRA FILHA QUE PASSOU A VIVER COM O PAI FACE MODIFICAÇÃO DE GUARDA DEFERIDA JUDICIALMENTE. MANIFESTO ERRO MATERIAL NO CÁLCULO, GERATRIZ DE EXCESSO DE EXECUÇÃO. ORDEM CONCEDIDA, CONFIRMANDO EM DEFINITIVO A LIMINAR DEFERIDA.Segundo o magistério de Yussef Said Cahali "[...] ocorrendo erro no cálculo das pensões alimentícias em atraso, de modo a tornar ilíquida a dívida, gerando dúvida quanto à exatidão do respectivo quantum, enquanto não corrigido aquele ou dirimida esta, não se permite a decretação da prisão civil do devedor; desse modo, 'não sendo líquido e certo o débito reclamado a título de pensão alimentícia, parte do qual já havia sido paga, existindo, ainda, a possibilidade de eventual PRESCRIÇÃO de outras parcelas, é de ser revogada a prisão civil decretada contra o paciente." (Dos ALIMENTOS. 5ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006, p. 794).

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PAGAMENTO INDEVIDO E ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA Art. 884 (CC). Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será

obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.

Art. 885 (CC). A restituição é devida, não só quando não tenha havido causa que justifique o enriquecimento, mas também se esta deixou de existir.

Art. 964 (CC). Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir

Art. 206 (CC). Prescreve: § 3º Em três anos: IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;

AGRAVO DE INSTRUMENTO. ALIMENTOS. REDUCAO. INOCORRENCIA. PAGAMENTO INDEVIDO. ATRASADOS. COMPENSACAO. CASO CONCRETO. POSSIBILIDADE. ALIMENTOS INDEVIDAMENTE PAGOS A GENITORA, PORQUE RELATIVOS AO FILHO QUE SE ENCONTRAVA NA COMPANHIA DO PAI. AFIGURA-SE PLENAMENTE ADEQUADA AO DETALHE A MEDIDA JUDICIAL DETERMINATIVA DA COMPENSACAO, NOLEVANTAMENTO RELATIVO AOS ATRASADOS (TJRS. AI 597243617. Rel.: Breno Moreira Mussi. DJ 05/03/08).

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SISTEMÁTICA DE EXECUÇÃO DO CRÉDITO ALIMENTAR

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MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA A ação de execução de alimentos possui regra

especial de foro, prevista no art. 100, II do Codex Instrumentalis, que se sobrepõe às demais. O domicílio ou a residência do alimentando, considerado o hipossuficiente da relação, é o competente para o ajuizamento das demandas que versam sobre a verba alimentar, não havendo violação ao princípio constitucional da isonomia (TJSC. AI 2003026819-7. DJ 13/04/04).

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TÍTULO EXECUTIVO FOTOCOPIADO

Não basta impugnar-se a fotocópia pela mera ausência de autenticação, como usualmente se faz. É necessário impugnar o conteúdo, o contexto, a inexatidão do documento apresentado, com o que poderá o juiz ordenar a conferência com o original (RT 676/172).

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RITO DO ART. 733 x ART. 732- OBJETIVOS DISTINTOS ART. 733 (CPC) – PRISÃO DO DEVEDOR

Máximo 60 (sessenta) dias ART. 732 (CPC) – EXPROPRIAÇÃO

Valores, bens e créditos futurosPreferencia – dinheiro (natureza alimentar do

débito) CONVERSÃO DO ART. 733 AO 732:

PEDIDO DA PARTEREFERENTE AS PARCELAS ONDE JÁ

OCORRERA PRISÃO DO DEVEDOR

EXECUÇÃO – ART. 732 ou 475-J?

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Agravo de Instrumento n. 2007.023428-6, de Seara Relator: Henry Petry Junior Juiz Prolator: Nao Informado Órgão Julgador: Terceira Câmara de Direito Civil Data: 29/01/2008 Ementa:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. DÍVIDA RECENTE. RITO DO ART. 733 DO CPC. DÉBITO QUE ABARCA AS TRÊS PARCELAS ANTERIORES AO AJUIZAMENTO DA EXECUÇÃO E INCLUI AS VENCIDAS, E NÃO PAGAS, NO CURSO DA DEMANDA. ENUNCIADO N. 309, DA SÚMULA DO STJ. PARCELAS PRETÉRITAS A SEREM BUSCADAS NOS TERMOS DO ART. 475-J DO CPC. PRESCRIÇÃO. MATÉRIA NÃO APRECIADA NA DECISÃO AGRAVADA. POSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO DE OFÍCIO. MENOR INCAPAZ. INOCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 197, II E 198, I, DO CC/02 RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. "O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da EXECUÇÃO e as que se vencerem no curso do processo". (verbete n. 309, da Súmula do STJ). As demais parcelas em aberto, anteriores àquele marco, devem ser perseguidas na forma do art. 475-J, do CPC, diante das alterações trazidas pela Lei n. 11.232/05.2. Não corre a PRESCRIÇÃO contra o credor, MENOR incapaz, em sede de EXECUÇÃO de ALIMENTOS, nos termos dos arts. 197, II e 198, I, do Código Civil.

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PRESCRIÇÃO E LIMITES

Art. 732 (CPC) - expropriação206 (CC). Prescreve:

§ 2º Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem

Art. 733 (CPC) – pena de prisãoSúmula 309 (STJ). O débito alimentar que autoriza a

prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.

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Apelação Cível n. 2008.040626-8, de Descanso Relator: Henry Petry Junior Juiz Prolator: Fernando Speck de Souza Órgão Julgador: Terceira Câmara de Direito Civil Data: 20/10/2008 Ementa:

APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. MENOR INCAPAZ. PRESCRIÇÃO. INOCORRÊNCIA. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 197, II E 198, I, DO CÓDIGO CIVIL. SENTENÇA CASSADA. RECURSO PROVIDO. Na dicção do art. 197, II, do CC: "Não corre PRESCRIÇÃO entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar". Também não corre a PRESCRIÇÃO contra os incapazes de que trata o art. 3º do CC. (CC, art. 198, I). In casu, tratando-se de EXECUÇÃO de prestação alimentar aforada por filha MENOR incapaz em face de seu genitor, não há que se falar em PRESCRIÇÃO.

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TÉCNICAS ALTERNATIVAS DE EFETIVAÇÃO DOS

ALIMENTOS– FIXAÇÃO DE ALIMENTOS –

ou em – EXECUÇÃO DO ART. 732 –

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FIXAÇÃO BILATERAL

Regra de lei:Art. 1.703 (CC). Para a manutenção dos

filhos, os cônjuges separados judicialmente contribuirão na proporção de seus recursos.

Proporcionabilidade de obrigaçõesEconomia processual em modificação de

guardaExtinção do efeito: “eu cuido, você paga!”

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PREVISÃO PARA AUTÔNOMO E PARA EMPREGADO

Facilitação na modificaçãoFIxação em Salário mínimo para

autonomoFIxação em % de salário para empregado

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ANOTAÇÃO NA CTPS

OBJETIVOEvitar morosidade nos descontos decorrentes de mundança de empregos.

FUNDAMENTO JURÍDICO:ALIMENTOS COMO OBRIGAÇÃO DE FAZER: Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não

fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento [...]

§ 5o Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial. QUEM ENTENDE QUE TRATA-SE DE OBRIGAÇÃO DE DAR: Art. 461-A. Na ação que

tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. [...] § 3o Aplica-se à ação prevista neste artigo o disposto nos §§ 1o a 6o do art. 461

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PENHORA ON-LINE

DÍVIDA DO ART. 732BACENJUDORDEM DE PREFERÊNCIA DE

CRÉDITO

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PENHORA DO SALÁRIO

ENCARGO NÃO SUPERIOR A 30% OU 40%

CUMULATIVO AO DESCONTO DOS ALIMENTOS

ALIMENTOS – EXECUÇÃO DE PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA – PRESTAÇÕES VINCENDAS E VENCIDAS – DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO – DECISUM MANTIDO – RECURSO IMPROVIDO. Inexistindo distinção entre prestações alimentares vincendas e vencidas, o desconto em folha de pagamento de umas e outras garante a efetivação do direito do credor, independente de alienação judicial de bens (TJSC – AI 20063021892-0. Rel.: Monteiro Rocha. DJ 23/06/05)

  EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. DESCONTO EM FOLHA. CABIMENTO. [...] CONTUDO, TAL

DESCONTO NÃO PODE SER EM PERCENTUAL QUE COMPROMETA A PROPRIA SUBSISTÊNCIA DO ALIMENTANTE (TJRS – AI 70032232209. Rel.: Des. Rui Portanova. DJ 21/09/09).