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Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO SEDE PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 5ª REGIÃO Av. Sete de Setembro, 308 – Corredor da Vitória Salvador–BA – CEP 40.080-001 Fone: (71) 3324-3453 – Fax: (71) 3336-7088 Link para DENÚNCIAS na página do MPT/BA: www.prt5.mpt.gov.br A denúncia é uma forma de participar e não se omitir, colaborando na defesa dos direitos difusos, coletivos e individuais indisponíveis dos trabalhadores. É permitida a reprodução do conteúdo deste impresso, desde que mencionada a fonte: Ministério Público do Trabalho – MPT Outubro de 2011 Coordenação Editorial: Olenka Machado. Projeto Gráfico: Ogro Comunicação e Design Editoração: Marcelo Oliveira Ilustrações: Jaime Azevedo Impressão: Gráfica Santa Bárbara Supervisão técnica: Flávio de Oliveira Nunes - Auditor fiscal do MTE/SRTE Bahia Em cumprimento ao Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta Nº 28/2009, conduzido pela procuradora Maria Lúcia de Sá Vieira.

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Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

SEDEPROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 5ª REGIÃO

Av. Sete de Setembro, 308 – Corredor da VitóriaSalvador–BA – CEP 40.080-001

Fone: (71) 3324-3453 – Fax: (71) 3336-7088

Link para DENÚNCIAS na página do MPT/BA:www.prt5.mpt.gov.br

A denúncia é uma forma de participar e não se omitir, colaborando na defesa dos direitos difusos, coletivos e individuais indisponíveis dos trabalhadores.

É permitida a reprodução do conteúdo deste impresso, desde que mencionada a fonte: Ministério Público do Trabalho – MPT

Outubro de 2011

Coordenação Editorial: Olenka Machado.Projeto Gráfico: Ogro Comunicação e Design

Editoração: Marcelo OliveiraIlustrações: Jaime Azevedo

Impressão: Gráfica Santa Bárbara

Supervisão técnica: Flávio de Oliveira Nunes - Auditor fiscal do MTE/SRTE Bahia

Em cumprimento ao Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta Nº 28/2009, conduzido pela procuradora Maria Lúcia de Sá Vieira.

Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil 2 27

n SEDES – SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL Praça da Sé s/n – Salvador-BA Fone: (71) 3176-8000 Fax: (71) 3243-6150 [email protected]

n OAB – ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL-BA Praça Teixeira de Freitas, 16 – Piedade – Salvador-BA - CEP: 40070-000 Fone: 71 3329-8900 Fax: 71 3329-8926 [email protected]

n CESAT – CENTRO ESTADUAL DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR Av. Araújo Pinho – Canela – Salvador-BA Fone: 71 3336-0012 www.saude.ba.gov.br/cesat

FONTES DE REFERÊNCIA

n Esta cartilha teve a supervisão técnica do auditor fiscal do Trabalho Flávio de Oliveira Nunes, chefe do Setor de Segurança e Saúde do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego na Bahia (Segur-SRTE/BA);

n O conteúdo foi construído com base na cartilha Segurança do Trabalho na Construção Civil, edi-tada pelo MPT-RS, em Caxias do Sul, criada pelo técnico em Segurança do Trabalho Paulo Vega;

n Cartilha Segurança e Saúde do Trabalhador – editada pelo MPT/BA, em fevereiro de 2010.

Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil

Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil 26 3

“O trabalho mutila, provoca enfermidadese em alguns casos mata.

Não por fatalidade, mas por negligência.Não por ausência de normas,

mas pela sua violação. Não por pobreza,mas por falta de prevenção.” (OIT)

A cartilha Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Cons-

trução Civil pretende contribuir, de forma simples e direta, para reverter

o quadro de elevado índice de acidentes de trabalho no Brasil e especifica-

mente no Estado da Bahia. Tragédias como a ocorrida no dia 9 de agosto de

2011, quando nove trabalhadores morreram após a queda do elevador em

obra de prédio empresarial em Salvador. Foi o pior acidente registrado na

história da construção civil na Bahia. Somam 53 acidentes de trabalho no

setor em Salvador, somente em 2011. Como causa principal, a inobservân-

cia contumaz das normas relativas ao meio ambiente do trabalho por parte

dos empregadores.

n DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NA BAHIA Rua Frederico Simões, 98 – Edf. Advanced Trade Salas 1001 a 1306 e 1311 a 1314 – Caminho das Árvores – Salvador-BA - CEP: 41.820-774 Fone: (71) 3341-1547 Fax: (71) 3341-2490 [email protected]

n DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA Rua Pedro Lessa, 123 – Canela – Salvador-BA - CEP: 40110-050 Fone: (71) 3117-6999 www.dpe.ba.gov.br

n FUNDACENTRO - FUNDAÇÃO JORGE DUPRAT FIGUEIREDO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO Av. Tancredo Neves s/n – Rua Alceu Amoroso Lima, 142 Caminho das Árvores – Salvador-BA - CEP: 41820-770 Fone: 71 3341-1412 Fax: 71 3341-1446

n POLÍCIA FEDERAL SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA BAHIA Av. Oscar Pontes, 339 – Salvador-BA - CEP: 40460-130 Fone: (71) 3319-6000 Fax: (71) 3321-3927

n SETRE – SECRETARIA DO TRABALHO, EMPREGO, RENDA E ESPORTE Av. Dois, 200 – CAB – Salvador-BA - CEP: 41745-003 [email protected]

n SJDH – SECRETARIA DA JUSTICA E DIREITOS HUMANOS 4ª Avenida, 100 – 1° andar – CAB – Salvador-BA - CEP: 41750-300 Fone: (71) 3115-4134 Fax: (71) 3115-4172

Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil 4 25

INSTITUIÇÕES QUE TAMBÉM ATUAM NA ÁREA DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR

n MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA BAHIA Av. Sete de Setembro, 698 – Mercês – Salvador-BA - CEP: 40060-001 Fone: (71) 3329-8400 Fax: (71) 3329-0848 www.mte.gov.br/delegacias/ba

n FORUMAT – Fórum de Proteção ao Meio Ambiente do Estado da Bahia Sede no Prédio da Procuradoria Regional da 5ª Região Av. Sete de Setembro, 308 – Corredor da Vitória – Salvador-BA

n JUSTIÇA DO TRABALHO Informações: (71) 3284-6540/6541 Ouvidoria: (71) 3284-6880/6881 www.trt5.jus.br

n MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL Av. Joana Angélica, 1312 – Nazaré – Salvador-BA - CEP: 40050-001 Fone: (71) 3103-6400

n MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DA BAHIA (PR/BA) Rua Ivonne Silveira, 243, Loteamento Centro Executivo - Salvador-BA - Doron - CEP 41.194-015 Fone (71) 3617-2200 www.prba.mpf.gov.br

n JUSTIÇA FEDERAL NO ESTADO DA BAHIA Edifício-Sede Fórum Teixeira de Freitas Av. Ulysses Guimarães, 2631 – Sussuarana – Salvador-BA - CEP: 41213-970 Fone: (71) 3617-2600 www.tj.ba.gov.br

SUMÁRIOn INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................................................................................... 5

Construção Civil ..........................................................................................................................................................................................................................6n LEGISLAÇÃO .................................................................................................................................................................................................................................. 7n SEGURANÇA DO TRABALHO .......................................................................................................................................................................................... 7 n CONDIÇÕES DE TRABALHO ............................................................................................................................................................................................. 7 n RISCOS AMBIENTAIS ............................................................................................................................................................................................................... 7

Riscos que levam ao adoecimento e seu controle ................................................................................................................................. 8 Físicos Químicos Ergonômicos Mecânicos Biológicos

n ACIDENTE DE TRABALHO ................................................................................................................................................................................................... 9n ATO INSEGURO E CONDIÇÃO INSEGURA ........................................................................................................................................................ 9n COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO – CAT ................................................................................................................... 10n PREVIDÊNCIA ................................................................................................................................................................................................................................ 10

Auxílio doença Auxílio Acidente Perícia Médica Aposentadoria por Invalidez ......................................................................................................................................................................................... 11 Incapacidade temporária Incapacidade permanente parcial ou total Óbito

n PROGRAMAS E COMISSÕES EM SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ............................................................ 11 SESMT CIPA ......................................................................................................................................................................................................................................................... 12 PPRA ....................................................................................................................................................................................................................................................... 13 PCMSO ................................................................................................................................................................................................................................................. 14

n TREINAMENTOS ........................................................................................................................................................................................................................ 14 Treinamento admissional Treinamento periódico ........................................................................................................................................................................................................ 15

n ÁREAS DE VIVÊNCIA ............................................................................................................................................................................................................ 15n EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL .............................................................................................................................................. 15n EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA .................................................................................................................................................... 18n EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE ...................................................................................................................................................................... 20n SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA ............................................................................................................................................................................... 20n COMBATE A INCÊNDIO ...................................................................................................................................................................................................... 21n ACESSOS TEMPORÁRIOS n FERRAMENTAS MANUAIS n INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ............................................................................................................................................................................................. 22n MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO - MPT ........................................................................................................................................... 23n INSTITUIÇÕES QUE TAMBÉM ATUAM NA ÁREA DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR ... 25n MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO - MTE .................................................................................................................................. 25

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO – MPT/BASEDE:PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 5ª REGIÃO Av. Sete de Setembro, 308 – Corredor da VitóriaSalvador–BA – CEP 40.080-001Fone: (71) 3324-3400

PROCURADORIAS DO TRABALHO NOS MUNICÍPIOSn MPT em Itabuna

Rua Duque de Caxias, 665, Centro. CEP 45600-210 Fone: 73 3211 1123 / 2729.

n MPT em Barreiras Rua 19 de Maio, 141, Centro. CEP 47809-999 Fone: 77 3611 5047.

n MPT em Juazeiro Rua Napoleão Laureano, 422, Santo Antonio. CEP 48900-000 Fone: 74 3611 4933.

n MPT em Vitória da Conquista Rua Dom Climério de Andrade, 108, Recreio. CEP 45020-390 Fone: 77 3424 0854.

n MPT em Eunápolis Rua Florianópolis, 295, bairro Centauro CEP 45820-000 Fone 73 3262 0357.

n MPT em Santo Antonio de Jesus Praça Egídio Moreira Sampaio, 113, CEP 44572-070 Fone: 75 3631 2560.

n MPT em Feira de Santana Rua Francisco Martins da Silva, 204, Ponto Central CEP 44052-140 Fone: 75 3625 7683 / 7682 / 7883.

INTRODUÇÃO

O meio ambiente do trabalho é o local onde as pessoas desempenham suas atividades de trabalho e deve ser salubre, sem agentes que causem danos à saúde física ou psíquica dos trabalhadores.

O direito ao meio ambiente do trabalho saudável decorre do direito do trabalhador à saúde e à segurança e está garantido na Constituição Federal, art. 7º, XXII, art. 200, VII e art. 225. A CLT, por sua vez, determina que o cumprimento destas normas e, por conseqüência, a manutenção da saúde do trabalhador, é dever do empregador. Cabe a ele, ainda, utilizar seu poder de comando no sentido de instruir os empregados quanto às precauções a tomar para evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais (CLT, art. 157, I e II).

É de conhecimento público o elevado índice de acidentes de trabalho no Brasil e especifica-mente no Estado da Bahia decorrente, dentre outros fatores, pela inobservância contumaz das normas atinentes ao meio ambiente do trabalho por parte dos empregadores (art. 7º, inciso XXII da CF/88; art. 157 da CLT; Portaria nº 3.214/78 do MTE).

As Convenções 155 e 161 da OIT, ratificadas pelo Brasil, tratam da saúde e do ambiente do trabalho, respectivamente, constituindo-se, pois, em normas integradas ao ordenamento jurídico trabalhista. Foram elaboradas à luz do paradigma segundo o qual devem ser criadas formas co-letivas de redução/eliminação de riscos para os trabalhadores, para além da proteção individual consubstanciada nos EPI’s, ressaltando medidas de caráter preventivo.

Cabe às empresas cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho, bem como instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho (CLT, art. 157, incisos I e II).

Além disso, os empregadores deverão informar os trabalhadores de maneira apropriada e suficiente sobre os riscos ambientais que possam originar-se nos locais de trabalho e sobre os meios disponíveis para prevenir ou limitar tais riscos e para proteger-se dos mesmos (Norma Regulamentar nº 9 do Ministério do Trabalho, subitem 9.5.2).

Assim, o empregador deve assegurar um local de trabalho saudável, com obediência às normas de saúde e segurança. Também deve adotar medidas de proteção coletiva de trabalho, além de fornecer e fiscalizar o uso dos equipamentos de proteção individual e dar treinamento aos trabalhadores.

Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil 6 23

Construção Civil

Setor de números expressivos, a construção civil é só otimismo quando exalta o desempenho na geração de empregos (o mais dinâmico, com 17.547 postos com carteira assinada na Bahia/1º semestre 2010), com aumento da remuneração (8,8% em Salvador, janeiro a junho PED/Dieese) e de emprésti-mos à habitação (recorde de R$ 166 bilhões em agosto). No final de 2010, existiam cerca de 120 mil canteiros com obras em anda-mento no país. Dados anima-dores não fosse a contramão identificada em inspeções do Ministério Público do Traba-lho – MPT e Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. Lamentavelmente, a im-plementação dos itens de segurança para os trabalhadores não anda no mesmo ritmo acele-rado das obras.

Risco grave de queda e choques, por ausência de prote-ções coletivas, esco-ramento e instalações elétricas improvisadas, elevadores e escadas inseguros, falta de equipa-mento de segurança nas gru-as, de sinalização, além de jornada ex-cessiva estão entre as principais irregularidades flagradas em inspeções.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO - MPT

O Ministério Público do Trabalho (MPT) é um dos ramos do Ministério Público da União, que também compreende o Ministério Público Federal, o Ministério Público Militar e o Minis-tério Público do Distrito Federal e Territórios. É uma instituição independente, permanente e essencial à função jurisdicional do Estado. Suas atribuições estão previstas nos arts. 127 e 129 da Constituição Federal de 1988, bem como nos artigos 83 e 84 da Lei Complementar nº 75/1993.

A atuação do MPT dá-se, prioritariamente, de duas formas: como órgão agente e como órgão interveniente.

Como órgão agente, o Ministério Público do Trabalho tem como atribuição investigar irregularidades nas relações de trabalho, no intuito de promover a defesa dos direitos e in-teresses coletivos dos trabalhadores. Assim, quando noticiada uma lesão coletiva a direitos e interesses dos trabalhadores, caberá ao MPT instaurar procedimento investigatório com o objetivo de colher provas necessárias ao esclarecimento dos fatos. Comprovada a ilicitude da conduta do investigado, o MPT buscará sua adequação ao que prevê a lei, através da interposição de ação judicial ou assinatura de Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC).

Como órgão interveniente, o Ministério Público do Trabalho tem como atribuição a defesa da lei, intervindo em processos judiciais em que haja interesse público a proteger, emitin-do parecer, participando de sessões de julgamento, interpondo recurso e manifestando-se sempre que entender necessário. Também pode atuar como árbitro ou mediador em solução de conflitos de natureza coletiva, que envolvam trabalhadores e empregadores ou entidades sindicais que os representam e, ainda, nos casos de greve, principalmente quando envolver atividade considerada essencial à população.

Visando à concretização dos direitos trabalhistas fundamentais, o Ministério Público do Trabalho atua também de forma preventiva, orientando a sociedade por meio de audiências públicas, palestras, seminários e outro eventos semelhantes. Além disso, o MPT participa de alguns fóruns, comitês e comissões da sociedade civil organizada que possuam os mesmos objetivos da instituição.

As unidades do Ministério Público do Trabalho são a Procuradoria Geral do Trabalho, com sede em Brasília/DF, as Procuradorias Regionais do Trabalho, com sede nas capitais dos Es-tados, e as Procuradorias do Trabalho, com sede nos Municípios do interior.

Na Bahia, além da sede em Salvador - Procuradoria Regional do Trabalho da 5ª Região -, o MPT tem sete subsedes, as Procuradorias do Trabalho nos Municípios de Itabuna, Barreiras, Juazeiro, Vitória da Conquista, Eunápolis, Santo Antônio de Jesus e Feira de Santana.

Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil 22 7

Serra circular manualA operação da serra circular requer profissional especializado e capacitado, instalação adequada, dispositivos de proteção, regulagem e manutenção periódica, pois é uma das máquinas que mais causa acidentes do tipo mutilações. Serra circular de mesaA serra circular de mesa deve ser dotada de mesa estável, com fechamento de suas faces, cons-truída com material resistente, e com dimensionamento suficiente para a execução das tarefas;

As medidas de segurança estabelecidas pela NR 18 para esse equipamento são:

n Ter carcaça do motor aterrada eletricamente;

n O disco deve ser mantido afiado e travado, devendo ser substituído quando apresentar trincas, dentes quebrados ou empenamentos;

n As transmissões de força mecânica devem estar protegidas obrigatoriamente por anteparos fixos e resistentes, não podendo ser removidos, em hipótese alguma, durante a execução dos trabalhos;

n Ser provida de coifa protetora do disco e cutelo divisor, com identificação do fabricante e ainda coletor de serragem.

n Nas operações de corte de madeira, devem ser utilizados dispositivos empurradores e guia de alinhamento.

n As lâmpadas de iluminação da carpintaria devem estar protegidas contra impactos provenientes de projeção de partículas.

n A carpintaria deve ter o piso resistente, nivelado e antiderrapante, com cobertura capaz de proteger os trabalhadores contra quedas de materiais e intempéries.

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Os quadros de distribuição elétrica devem ficar em locais visíveis e devidamente sinalizados e aterrados. Ser de materiais que protejam os componentes elétricos contra umidade, poeira, batidas e agentes corrosivos.

Máquinas ou equipamentos elétricos móveis só podem ser ligados por intermédio de conjunto de plugue e tomada.

As emendas e derivações dos condutores devem ser executadas de modo que assegurem a resistência mecânica e contato elétrico adequado.

LEGISLAÇÃO

Lei 6.514 de 22/12/1977 – Altera o Capítulo V da CLT

Portaria 3.214 de 08/06/1978, aprova as Normas Regulamentadoras Conheça as NR diretamente relacionadas com canteiros de obras:

NR-1 Disposições geraisNR-3 Embargo e interdiçãoNR-4 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPANR-6: Equipamento de Proteção IndividualNR-7: Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional - PCMSONR-9: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRANR-18: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção,é exigível desde 1995.

O QUE É

SEGURANÇA DO TRABALHOSegurança do trabalho é um conjunto de medidas – técnicas e de gestão - que tem por finali-

dade preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores.

CONDIÇÕES DE TRABALHODefine-se como condição de trabalho, a estrutura necessária para que seja possível desen-

volver atividades laborais. Fazem parte desta estrutura as instalações prediais, as máquinas, os equipamentos, as ferramentas e as pessoas.

RISCOS AMBIENTAISA Norma Regulamentadora 09 (NR 09) define riscos ambientais como sendo os agentes

físicos, químicos e biológicos, existentes no ambiente de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.

Além dos riscos físicos, químicos e biológicos, definidos na NR 09, há ainda os riscos ergonô-micos – definidos na NR 17 – e os riscos de acidentes.

Medidas de controle de riscos ambientaisApós a antecipação, o reconhecimento e as avaliações qualitativa e quantitativa, como defi-

nido na NR 09, é dever do empregador adotar medidas de controle que possam eliminar ou minimizar as causas e efeitos destes riscos.

Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil 8 21

Riscos que levam ao adoecimento – CONTROLE!

COMBATE A INCÊNDIO

Devem existir equipamentos de combate ao incêndio e equipes especialmente treinadas para o primeiro combate ao fogo, devendo utilizar o extintor adequado a classe do fogo.

ACESSOS TEMPORÁRIOS Escadas de uso coletivo

As escadas de uso coletivo normalmente são utilizadas, quando mais de 20 operários estiverem realizando um trabalho de longa duração, cujo desnível (igual ou superior a 40 cm) a ser vencido necessite de emprego de um acesso temporário. O seu dimensionamento deve levar em consideração o fluxo de trabalhadores que a utiliza, respeitando uma largura mínima de 80 cm.

Essas escadas devem ser providas de sistema guarda-corpo e rodapé e a cada 2,90 m de altura devem possuir um patamar intermediário.

Rampas e passarelasEm canteiros de obras, em muitas situações, há necessidade de se transpor valas

ou vãos cujas margens estão em desnível. As rampas provisórias devem ser fixadas no piso inferior e superior, não ultrapassando 30° de inclinação em relação ao piso; Devem ser providas de sistema guarda-corpo e rodapé e não deve haver ressalto entre o piso da rampa e o piso do terreno.

FERRAMENTAS MANUAISÉ uma denominação genérica para instrumentos ou utensílios usados em trabalhos que am-pliam e diversificam a eficácia das mãos, proporcionando maior força, rapidez e precisão na atividade realizada.

FÍSICOSRuídoVibraçãoCalorFrioVentilaçãoUmidadeLuminosidadePressãoRadiaçõesCONTROLE: Usar de forma correta e adequada os EPI’s indicados conforme a função.

QUÍMICOSSubstâncias tóxicas sob a forma de gases, poeiras, fumos, névoa, neblina ou vaporesCONTROLE: Usar de forma correta e adequada o EPI indicado conforme a função.

ERGONÔMICOSOrganização do espaço físicoEsforço excessivoPosturas inadequadasMovimentos repetitivosJornadas de trabalho extensasTrabalho noturno e em turnosRitmo aceleradoRelações de trabalhoCONTROLE: Executar as atividades conforme treinamento e instruções.

BIOLÓGICOSBactériasFungosParasitasVírusCONTROLE: Manter limpo e organizado o canteiro de obra, especial atenção para o almoxarifado e área de vivência.

MECÂNICOSQueda de nívelLesões perfurantesTraumatismosContusõesQueda de materiaisProjeção de partículasChoque elétricoCONTROLE: Sinalização e EPC’s corretamente instalados, bem como o uso dos EPI’s indicados conforme a função.

Classe A

É o fogo em materiaissólidos que deixamresíduos, como: madeira,papel, tecido e borracha.UTILIZAR: Água pressurizada

Classe C

É o fogo e minstalações, máquinasou equipamentoselétricos energizados.UTILIZAR: Gás carbônico

Classe B

É quando o fogoacontece em líquidosinflamáveis como:gasolina, óleo, tintas e solventes.UTILIZAR: Pó químico

Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil

Trabalhos em telhados

Todo o serviço realizado sobre o telhado exige um planejamento prévio, devendo necessaria-mente ser verificado: o tipo de telha, seu estado e resistência; materiais e equipamentos neces-sários à realização dos trabalhos.

É proibido o trabalho em telhado c/ chuva ou vento, bem como concentrar cargas num mesmo ponto. Nos trabalhos em telhados é obrigatória a instalação de cabo-guia para fixação do cinto de segurança para permitir a movimentação segura dos trabalhadores.

EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE

Elevador de passageiros e de carga

Toda obra com 12 (doze) pavimentos ou mais - ou altura equivalente - deve possuir elevador de transporte de passageiro/trabalhador. Esse elevador pode ser apenas para transporte de pas-sageiros, como também pode ser misto, ou seja, transporte de passageiros e cargas. Caso seja misto, é proibido o transporte simultâneo de passageiros e cargas. O transporte do passageiro sempre terá prioridade sobre o transporte de carga. A Norma determina que o elevador pode ser utilizado pelo passageiro/trabalhador em qualquer momento da sua jornada de trabalho.

Uma vez que na obra precisa ser instalado o elevador de transporte de passageiro, este deve ser instalado a partir do momento em que a 7ª laje foi concretada e o percurso em que o elevador de passageiro deve atender deve alcançar toda extensão vertical da obra.

As torres do elevador de material e do elevador de passageiros devem ser equipadas

com dispositivos de segurança, tais como:- Cancela: no acesso ao elevador, em cada pavimento, deve existir uma cancela que impeça

que o trabalhador tenha acesso ao interior da torre, sem que o elevador esteja no pavimento; - Bloqueio: deve existir um dispositivo de segurança que impeça a abertura da cancela quan-

do o elevador não estiver no nível do pavimento; - Interruptor de corrente: deve existir um dispositivo de segurança que impeça a movimen-

tação do elevador, quando uma ou mais cancelas estiver aberta.

Todos os equipamentos de movimentação e transporte de materiais e pessoas só devem ser operados por trabalhador qualificado, o qual terá sua função anotada em Carteira de Trabalho.

SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

Visam identificar os locais que compõem o canteiro de obras, acessos, circulação de equipa-mentos e máquinas, locais de armazenamento e alertar quanto à obrigatoriedade de EPI’s, riscos de queda, áreas isoladas, manuseio de máquinas e equipamentos.

Organização e limpeza - Importante!

Organização e Limpeza são medidas importantes de segurança do trabalho para evitar aciden-tes. O entulho e quaisquer sobras de materiais devem ser regularmente coletados e removidos, sendo proibida a queima de lixo ou qualquer outro material no interior do canteiro de obras, como determina a NR 18.

O canteiro de obras deve apresentar-se organizado, limpo e desimpedido, principalmente nas vias de circulação, passagens e escadarias.

O entulho e quaisquer sobras de materiais devem ser regularmente coletados e removidos, sendo proibida a queima de lixo ou qualquer outro material no interior do canteiro de obras. A regra básica é que lugar limpo não é aquele que mais se limpa, e sim, aquele que menos se suja.

ACIDENTE DE TRABALHO

O que é?Um evento negativo e indesejado do qual resulta uma lesão pessoal ou dano material. Essa

lesão pode ser imediata (lesão traumática) ou mediata (doença profissional).O legislador brasileiro equiparou o acidente de trabalho à doença ocupacional, com a finalida-

de de proteger o trabalhador.Os acidentes de trabalho podem ser definidos como acidente de trabalho típico (decorren-

te da atividade profissional) e acidente de trajeto (que ocorre entre a residência do trabalhador e o local de trabalho, e vice-versa).

Assim, não só os acidentes ocorridos no horário de trabalho são considerados acidentes de trabalho. Também são acidentes de trabalho aqueles em que o empregado está a serviço do em-pregador, ainda que fora da empresa e também na ida e volta da casa para o trabalho.

As doenças ocupacionais ocorrem devido à exposição do trabalhador a diversos riscos à saú-de no trabalho. É desencadeada pelo exercício de determinada função.

ATO INSEGURO E CONDIÇÃO INSEGURA

Ato InseguroEstá relacionado a fatores biológicos, físicos, organizacionais e psicológicos. Ex.: Não usar, ou

utilizar de forma indevida, inadequada, equipamento de segurança.A Portaria 84, de 04/03/2009, do MTE, revogou todos os incisos do item 1.7 “b” da NR 01 e,

entre eles, o que dizia que o empregador deveria dar ciência aos empregados para prevenir atos inseguros. Dessa forma, não há que se falar mais em ato inseguro, mas em condição insegura.

20 9

Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil

Condição InseguraCaracteriza-se por situações de risco, presente no local de trabalho. Ocorrem normalmente, por falta de planejamento, prevenção ou omissão de requisitos essenciais relacionados a medidas de higiene, e segurança, ambas relacionadas ao ambiente.

São definições previstas na Lei 8213/1991:

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO – CATA Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente de trabalho ou doença profis-

sional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, por meio da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). Essa comunicação deverá ocorrer até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência do acidente do trabalho, sob pena de multa em caso de omissão.

Na falta de emissão de CAT pela empresa, poderão fazê-lo o próprio acidentado, seus de-pendentes, a entidade sindical competente, o médico assistente ou qualquer autoridade pública.

A CAT é de suma importância, na medida em que apenas após essa comunicação que o tra-balhador (segurado) poderá receber o benefício acidentário previdenciário.

Ressalte-se que o trabalhador que sofre acidente de trabalho e precisa ficar mais de 15 dias afastado pela Previdência Social (INSS) tem direito à estabilidade de um ano após a alta médica.

PREVIDÊNCIA

Auxílio doençaTodos os trabalhadores que contribuem para a Previdência Social têm direito aos benefícios

de acidente de trabalho. Esse benefício é oferecido pela Previdência Social para o segurado aci-dentado que ficar afastado de suas atividades por mais de 15 dias. Nos 15 primeiros dias de afastamento, quem paga o salário do trabalhador acidentado é o empregador.

Auxílio AcidenteÉ um direito concedido ao trabalhador que sofre acidente de trabalho, que após o encerra-

mento do auxílio doença por alta médica, apresente sequelas que reduzam a sua capacidade de trabalho para as funções que habitualmente exercia. O auxílio acidente é pago mensalmente até que o trabalhador se aposente. Recebem os que estão impossibilitados de exercer sua função trabalhista por período superior a 15 dias. Os primeiros 15 dias de afastamento são remunerados pela empresa, e a partir daí é pago pelo Ministério da Previdência.

Perícia MédicaPerícia médica é o exame realizado pelos médicos do INSS a fim de assegurar que o segurado

se encontra incapacitado para o trabalho. Os médicos também avaliam quanto tempo o traba-lhador necessita para se restabelecer, ou se vai ficar incapacitado para exercer as suas funções, devendo ou não se aposentar por invalidez.

Guarda-corpo e RodapéNa periferia da edificação onde há risco de queda dos trabalhadores deve ser utilizado o

guarda-corpo de proteção contra queda de trabalhadores e/ou projeção de materiais. Essa medi-da, quando constituída de sistema rígido, em sistema de guarda-corpo e rodapé, deve possuir um travessão a 1,20 metro de altura do piso, um travessão intermediário a 70cm e um rodapé com altura de 20cm. O vão entre os travessões e o rodapé deve ser fechado com tela.

Plataforma de proteçãoToda obra com mais de 04 pavimentos ou altura equivalente deve possuir plataformas de pro-teção. A NR 18 estabelece a necessidade da instalação, para essas obras, das plataformas de proteção PRINCIPAL, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIAS. O esquema abaixo apresenta onde devem ser instaladas as plataformas.

A plataforma principal deve ser instalada na altura da 1ª Laje que esteja, no mínimo, um pé--direito acima do nível do terreno. A secundária deve ser instalada a partir da principal a cada 03 lajes. Quanto à instalação da terciária, deve ser a cada duas lajes – para baixo – a partir da prin-cipal. Entre as plataformas deve ser instalada uma tela de proteção contra projeção de materiais e/ou ferramentas.

TRABALHOS EM ALTURAS

Trabalhos em andaimesOs andaimes devem ter pisos com forração completa, sem a utilização de tábuas improvisadas.Devem ser rigidamente fixados à estrutura da edificação para evitar o deslocamento horizontal

especialmente durante a entrada ou saída do trabalhador.Os andaimes devem possuir guarda-corpos de proteção nas laterais e na parte traseira. Não

utilizar escadas sobre andaimes para atingir locais mais altos.Em todos os trabalhos realizados em andaimes acima de 2,00m de altura devem ser forneci-

dos e utilizados cintos de segurança tipo pára-quedista fixados à estrutura. Não é permitido fixar o cinto no próprio andaime. Utilizar cabo-guia com trava-quedas.

Trabalhos em andaime suspenso ou em balançoOs andaimes devem ser providos de dispositivos para fixação de sistema guarda-corpo e ro-

dapé, sendo proibida a fixação de sistemas de sustentação dos andaimes por meio de sacos com areia, pedras ou qualquer outro meio similar.

Trabalhos com escadasA escada individual deve ter seu uso restrito a acessos provisórios e serviços de pequeno por-

te. Ser construída com montantes resistentes, paralelos, com espaçamento de 55 cm, e distância de 28 cm entre os degraus.

Deverá ter um comprimento que, mesmo inclinada, tenha um prolongamento de 1,00 m acima do ponto de apoio superior.

Somente um operário de cada vez deve utilizar a escada.

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Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil

AVENTAIS - Protegem o tórax, o abdômen e parte dos membros inferiores do traba-lhador. Os aventais podem ser de raspa de couro (para soldagem ou corte a quente) ou PVC (contra produtos químicos e derivados de petróleo). LUVAS - É o equipamento com maior diversidade de especificações. Elas podem ser de:Borracha (serviços elétricos, divididos em cinco classes, de acordo com a voltagem);Algodão (redução de atritos e facilidade em atividades onde seja necessário o tato). Raspa de couro (soldagem ou corte a quente);PVC sem forro (permite maior mobilidade que a versão forrada); CALÇADOS - Podem ser botas ou sapatos. As botas, feitas de PVC e com solado antiderrapante, são usadas em locais úmidos ou inundados.Os sapatos são de uso permanente na obra.

CONJUNTO – Conjunto de segurança formado por calça e jaleco, para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes térmicos e físicos.

CINTO TIPO PÁRA-QUEDISTA - Para trabalhos em altura su-perior a 2 metros e que tenha risco de queda do trabalhador é obrigatório o uso de cinto de segurança tipo pára-quedista, o qual deverá estar ancorado a uma estrutura capaz de resistir ao im-pacto do peso do corpo do usuário.

CINTO TIPO ABDOMINAL - Somente deve ser utilizado em serviços de eletricidade e em situações em que funcione como limitador de movimentação. Feitos de couro ou náilon possuem argolas que se engancham em um cabo preso à estrutura da construção ou poste. TRAVA-QUEDAS - Para uso em cabo guia de aço galvanizado. Com dupla trava de segurança, permite movimentação livre na subida e descida, mantendo a função trava-quedas.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA – EPC

É toda medida ou conjunto de medidas destinado à proteção da integridade física e da saúde de um ou mais trabalhadores. Nos canteiros de obras, em regra, as principais medidas de proteção coletiva utilizadas são:

Aposentadoria por invalidezÉ o benefício que o trabalhador tem direito quando a perícia médica considerar que ele está

incapacitado para exercer suas atividades normais. Se o médico da perícia constatar que o tra-balhador não pode mais trabalhar, ele poderá se aposentar. Se o trabalhador voltar a trabalhar a aposentadoria será cancelada.

Incapacidade temporáriaCompreende o segurado que fica temporariamente incapacitado para o exercício de sua ati-

vidade laborativa.

Incapacidade permanente parcial ou totalOcorre com o segurado que fica permanentemente incapacitado para o exercício laboral.

A incapacidade permanente pode ser de dois tipos: parcial e total.

ÓbitoÉ o falecimento do segurado em função do acidente do trabalho.

PROGRAMAS E COMISSÕES DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHOAs empresas estão obrigadas a manter alguns programas e comissões a fim de promover a

saúde do trabalhador em seu local de trabalho. As Normas Regulamentadoras (NRs), introduzidas pela Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978 do Ministério do Trabalho e Emprego, são as res-ponsáveis por determinar como cada um desses programas deve funcionar.Portanto, as empresas devem observar minuciosamente essas regras na implementação de cada programa.

Por outro lado, os trabalhadores da empresa também devem participar ativamente, a fim de garantir o sucesso desses programas. Dentre outras ações eles devem: observar as normas de segurança e medicina no trabalho; demonstrar situações de risco; apresentar sugestões e obser-var as recomendações quanto à prevenção de acidentes, utilizando os equipamentos de proteção coletiva (EPC) e individual (EPI) fornecidos pelo empregador; e submetendo-se a exames médicos previstos em Normas Regulamentadoras, quando aplicável.

Enfim, o bom funcionamento destes programas só ocorre quando empresas e empregados trabalham em conjunto, minimizando riscos e promovendo a saúde no ambiente de trabalho.

Seguem os principais programas de prevenção e promoção da saúde do trabalho:

SESMTO Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), pre-

visto na NR-4 do Ministério do Trabalho e Emprego, é formado por uma equipe de profissionais, a serviço das empresas, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do traba-lhador no local de trabalho.

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Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil Segurança e Saúde do Trabalhador na Indústria da Construção Civil

Dependendo da quantidade de empregados e da natureza das atividades da empresa, o servi-ço pode incluir os seguintes profissionais:n Médico do trabalhon Enfermeiro do trabalhon Técnico de enfermagem do trabalhon Engenheiro de segurança do trabalhon Técnico de segurança do trabalho

O SESMT deve manter entrosamento permanente com a CIPA, dela valendo-se como agente mul-tiplicador, e deve estudar suas observações e solicitações, propondo soluções corretivas e preventivas.

Canteiro de obras - Todo canteiro de obras, em regra com grau de risco 3, deve possuir um técnico de segurança do trabalho - com jornada de 08 horas no canteiro de obras - quando alcançar um total de 101 empregados. Quando alcançar um número de empregados entre 251 e 500, deve possuir um SESMT com dois técnicos de segurança do trabalho. De 501 a 1000, deve ser dimensionado com 03 (três) técnicos, um engenheiro de segurança do trabalho e um médico do trabalho. Nesse ultimo caso, o engenheiro e o médico devem cumprir uma jornada diária de trabalho de, no mínimo, 03 (três) horas. O dimensionamento para outras quantidades de empregados consta do Quadro II da NR 04.

CIPAA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) tem como objetivo a prevenção de

acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

De acordo com a NR-5, a CIPA deve ser composta de representantes do empregador e dos empregados. As principais atribuições da CIPA são:n Identificar os riscos do processo do trabalho, elaborando um mapa de riscosn Elaborar um plano de trabalho com ações preventivas de segurança e saúde ocupacionaln Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas preventivasn Verificar os ambientes e condições do trabalhon Avaliar o cumprimento das metas fixadasn Colaborar no desenvolvimento do PPRA e PCMSOn Participar, anualmente, de Campanhas de Prevenção de AIDS, em conjunto com a empresa n Promover, anualmente, a SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho.

Cabe à empresa proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho. Deve ainda o empregador proporcionar treinamento específico de 20 (vinte) horas para os membros da CIPA.

Já os empregados devem participar da eleição de seus representantes; colaborar com a ges-tão da CIPA; indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos; apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho; e observar e aplicar no ambiente de trabalho as reco-mendações quanto a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

Tipos de EPIO equipamento de proteção individual a ser fornecido – GRATUITAMENTE - pelo empregador e a ser utilizado – OBRIGATORIAMENTE – pelo empregado deve ser definido em função do risco a que o empregado estará sujeito durante a realização de determinada atividade. Essa definição dos riscos e do tipo de EPI deve estar descrita no PPRA ou no PCMAT.

De acordo com a NR 06, acerca dos EPIs, são obrigações do empregador:Adquirir e fornecer gratuitamente o EPI adequado ao risco de cada atividade;Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso correto, guarda e conservação;Substituir imediatamente, quando danificados pelo uso ou extraviados;Exigir o uso dos EPI’s; De acordo com a NR 06, acerca dos EPIs, são obrigações do trabalhador:Sempre usar o EPI, somente para a finalidade para o qual se destina;Responsabilizar-se pela guarda e conservação do equipamento;Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado;Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso.

Canteiros de obras - tipos mais comuns de EPI utilizados pelos trabalhadores

CAPACETE - Dispositivo básico de segurança em qualquer obra. O casco é feito de material plástico rígido, de alta resistência à penetração e impacto. Tem desenho para rebater o material em queda para o lado, evitando lesões no pescoço do trabalhador.

É utilizado com suspensão, que permite o ajuste mais exato à cabeça e amortece os impactos.

ÓCULOS - São especificados de acordo com o tipo de risco, desde materiais sólidos perfurantes até poeiras em suspensão, passando por materiais quími-cos, radiação e serviços de solda ou corte a quente com maçarico. Nesse últi-mo caso, devem ser usadas lentes especiais.

MÁSCARAS - Protegem os olhos e o rosto contra fagulhas incandescentes e raios ultravioleta em serviços de soldagem. As lentes variam de acordo com a intensidade da radiação.

PROTETORES AURICULARES - para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora (ruído) superiores aos limites estabelecidos na NR 15. Os protetores auriculares podem ser do tipo concha e do tipo plug.

RESPIRADORES - Asseguram o funcionamento do aparelho respiratório contra gases, poeiras e vapores. Os respiradores podem ser do tipo com manutenção (substitui o filtro) e sem manu-tenção (descartável). Podem também ser semifaciais (abrangem nariz e boca) ou faciais (nariz, boca e olhos). A especificação dos filtros depende do tipo de substância a qual o trabalhador está exposto. Contra poeiras incômodas é usada a máscara descartável.

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de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou emergencial, deverão ser adotadas outras medidas, obedecendo-se à seguinte hierarquia:a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho; b) utilização de equipamento de proteção individual – EPI.

Resumindo: O EPI deve ser utilizado quando o EPC ou outras medidas administrativas forem adotados e não eliminarem o risco à integridade física e à saúde do trabalhador.

Ressalte-se que todo EPI deve possuir um número – nele impresso – que demonstra que – de fato – foi testado e aprovado. Esse número é chamado de Certificado de Aprovação, que é fornecido pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Caso não tenha um CA, ele não deve ser usado como EPI.

Canteiro de obras - As empresas, para a constituição da Comissão Interna de Preven-ção de Acidentes – CIPA – por canteiro de obras, deve observar alguns critérios estabeleci-dos na NR 18.

Empresa com um único canteiro de obras com menos de 70 empregados numa determinada cidade não precisa constituir a CIPA;

Empresa com mais de um canteiro de obras na mesma cidade, com menos de 70 empregados em cada um deles, mas cujo total de empregados dos canteiros alcance 70 empregados ou mais, deve constituir a CIPA centralizada.

Empresa com 70 empregados ou mais num canteiro de obras deve constituir a CIPA do canteiro.O item 18.33.4 da NR 18 estabelece ainda uma nova regra para a constituição da CIPA,

a saber:18.33.4 Ficam desobrigadas de constituir CIPA os canteiros de obra cuja cons-

trução não exceda a 180 (cento e oitenta) dias, devendo, para o atendimento do disposto neste item, ser constituída comissão provisória de prevenção de acidentes, com eleição pa-ritária de 1 (um) membro efetivo e 1 (um) suplente, a cada grupo de 50 (cinqüenta) trabalhadores.

Um canteiro de obras que, por exemplo, possui 500 empregados e prazo de construção de até 180 dias não precisa constituir a CIPA, mas sim a CPPA.

PPRA O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) estabelecido pela NR-9 do Ministério

do Trabalho e Emprego, possui como objetivos a identificação e a quantificação dos riscos ocupa-cionais existentes nos ambientes de trabalho e a propositura de medidas preventivas, visando a preservação da saúde dos trabalhadores.

A NR-9 considera como riscos ambientais, para elaboração e entendimento do PPRA, os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.

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PCMSOO programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), previsto na NR-7 do Minis-

tério do Trabalho e Emprego, é um programa que especifica procedimentos e condutas a serem adotadas pelas empresas em função dos riscos aos quais os empregados se expõem no ambiente de trabalho. Pode-se citar como procedimentos previstos para o PCMSO:

n Avaliação Médica Admissionaln Avaliação Médica Periódican Avaliação Médica por Mudança de Funçãon Avaliação Médica para o Retorno ao Trabalhon Avaliação Médica Demissionaln Fornecimento de Atestados de Saúde Ocupacional (ASO)n Relatórios Estatísticosn Arquivo de Exames

O programa tem por objetivo prevenir, detectar precocemente, monitorar e controlar possíveis danos à saúde do empregado, inclusive de natureza subclínica, além de constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores.

Canteiro de obras – Programas obrigatórios!Todo canteiro de obras deve possuir PPRA ou PCMAT, que são programas de gestão da se-

gurança e saúde do trabalhador no ambiente de trabalho. O canteiro de obras que possuir até 19 (dezenove) trabalhadores deverá obrigatoriamente possuir o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA – e o canteiro de obras que possuir 20 ou mais trabalhadores deverá possuir necessariamente o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho – PCMAT. Ressalte-se que uma vez elaborado o PCMAT para um determinado canteiro de obras, não é necessário elabo-rar o PPRA. No caso dos canteiros de obras que há empreiteiros, independentemente do número de empregados, cada um deles deve elaborar o PPRA.

COMUNICAÇÃO PRÉVIA DE INÍCIO DE OBRASDe acordo com o item 18.2 da NR 18, toda obra deve ter seu inicio comunicado ao Órgão local do Ministério do Trabalho e Emprego. A empresa deve informar, entre outras coisas, o endereço e as características da obra, o número máximo de trabalhadores previsto para a obra, a data prevista para o inicio e a data prevista para a conclusão da obra.

TREINAMENTOS

Treinamento AdmissionalO treinamento admissional terá carga horária mínima de 06 (seis) horas, contendo: - Informações sobre as condições e meio ambiente de trabalho e sobre os riscos inerentes a sua função;- Importância da manutenção da ordem e da limpeza no canteiro de obras;

- Instrução para utilização segura das ferramentas;- Orientação sobre o uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual - EPI;- Informações sobre os Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC, existentes no canteiro de obra.

Treinamento PeriódicoO treinamento periódico será ministrado no início de cada fase da obra e sempre que se julgar necessário. Deve ser ministrado por profissional com formação na área de segurança do trabalho.

ÁREAS DE VIVÊNCIAOs canteiros de obras devem dispor de área de vivência com pé-direito mínimo, em regra, de 2,50m, composta de:

a) instalações sanitárias contendo: lavatório, vaso sanitário e mictório, na proporção de um con-junto para cada 20 trabalhadores e chuveiro na proporção de um para cada 10 trabalhadores. b) vestiário

No vestiário, a empresa deve disponibilizar para todos os trabalhadores do canteiro de obras – que não residem no local – armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado.c) alojamento;d) local de refeições;

O local para refeições deve ter capacidade de garantir o atendimento a todos os trabalhadores no horário das refeições devidamente sentados, e ter mesas com tampos lisos e laváveis e depó-sito para detritos com tampa.e) cozinha, quando houver preparo de refeições;f) lavanderia;g) área de lazer;h) ambulatório, quando se tratar de frentes de trabalho com 50 (cinqüenta) ou mais trabalhadores.Observação: Alojamento, lavanderia e área de lazer são obrigatórios apenas para canteiros de obras onde houver trabalhadores alojados.Água: O fornecimento de água potável, filtrada e fresca aos trabalhadores é OBRIGATÓRIO. Pode ser por bebedouro ou outro dispositivo similar.

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI

DefiniçãoTodo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Necessidade de usoQuando comprovado pelo empregador ou instituição a inviabilidade técnica da adoção de me-didas de proteção coletiva ou quando estas não forem suficientes ou encontrar-se em fase

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