secretaria municipal de assistência e desenvolvimento social · • as organizações sociais sem...

64

Upload: hamien

Post on 13-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Conhecimento da Assistência Social – CECOAS / ESPASO / CGP / SMADS

São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. Cartilha de orientações para Organizações Sociais sem fim lucrativos : profissionalização para a auto-sustentabilidade / Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social ; Fórum para o Desenvolvimento do Terceiro Setor. São Paulo : Instituto SOLLUS, fevereiro 2008. 62 p. ; 21 cm. Bibliografia. 1. Assistência social - São Paulo (SP) - Convênios 2. Assistência social - São Paulo (SP) - Organizações sociais 3. Organizações sociais - São Paulo (SP) - Qualificação 4. Terceiro Setor I. Fórum para o Desenvolvimento do Terceiro Setor. II. Título.

Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

Fórum para o Desenvolvimento do Terceiro Setor

CArTILhA DE OrIEnTAçõES PArA OrGAnIzAçõES SOCIAIS

SEM FIM LUCrATIvOS

Profissionalização para a auto-sustentabilidade

São Paulo

2008

Gilberto Kassab

Prefeito da Cidade de São Paulo

Floriano Pesaro

Secretário Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

Paula Giuliano Galeano

Secretária Adjunta

Paulo André Aguado

Chefe de Gabinete

APOIO / PARCERIAS

InSTITUTO SOLLUS

Marcus Sinji DoiPresidente do Conselho de Administração

Igor Dias da SilvaCEO

ABERTURA

A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social - SMADS - em parceria com o Fórum para o Desenvolvimento do Terceiro Setor publica este documento com a intenção de que o mesmo venha a ser um instrumento norteador e esclarecedor para as Organizações sociais sem fins lucrativos, com texto de fácil leitura e linguagem acessível e objetiva. nosso desejo é proporcionar ao leitor, principalmente ao dirigente de uma Organização social sem fins lucrativos o entendimento necessário a cerca dos caminhos que possam conduzi-los a um padrão de funcionamento com forte estruturação profissional para alcançar a tão almejada sustentabilidade. Queremos dar subsídios e ferramentas necessárias para o desenvolvimento do terceiro setor. hoje com a expansão dos serviços, projetos sociais e atividades ofertadas pelas Organizações sociais sem fins lucrativos que compõe o Terceiro Setor, expressão de um novo padrão de compromisso e responsabilidade social. Podemos assegurar que o terceiro setor veio para ficar, não havendo retorno quanto ao seu papel no cenário social, econômico e político, razão pela qual, uma das qualidades centrais do gestor público prende-se à capacidade de atrair, selecionar e fomentar o desenvolvimento de parceiros realmente capazes de atender com eficácia as demandas sociais às quais se propõem nos limites de um projeto, bem como de realizar a contento os serviços que oferece ao segmento específico que dirige a um segmento específico da sociedade. A redefinição da “responsabilidade social”, pela própria Sociedade Civil, base do atual Terceiro Setor, fortalecido em sua função e força econômica, política e sócio-cultural, supõe e exige um esforço do Poder Público e dos órgãos paritários de representação da sociedade civil, no sentido de contribuir com os processos que favoreçam a capacitação e a qualificação de dirigentes do Terceiro Setor. nesse sentido orientamo-nos para muni-los de meios,

instrumentais e informações que viabilizem - nos marcos da legislação e normas vigentes - o acesso às certificações necessárias ao estabelecimento de convênios e demais formas de parceria-público-privado. Por fim, desejamos demarcar que a produção desta Cartilha se constitui em uma expressão de parceria entre a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – SMADS, o Instituto SOLLUS e o Fórum para o Desenvolvimento do Terceiro Setor, numa iniciativa comum voltada para o robustecimento de um processo pelos quais as Organizações sociais sem fins lucrativos interagem com as ações governamentais em observância ao princípio constitucional da construção de uma sociedade livre, justa e solidária onde o exercício da cidadania é demonstrado nas ações conjuntas entre 1º Setor (Estado), 2º Setor (Empresas com fins lucrativos) e 3º Setor (Organizações não Governamentais – OnG’s e demais entidades cuja finalidade é prestar serviços sociais sem fins lucrativos).

Secretário Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

FÓRUM DO TERCEIRO SETOR

O Fórum para o Desenvolvimento do Terceiro Setor, contem entre seus objetivos centrais a articulação das boas experiências voltadas para a ampliação da capacidade de trabalho das entidades e organizações sociais que o compõe. É nesta perspectiva, que edita a presente Cartilha, em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo – SMADS, esta, responsável maior por uma das mais bem sucedidas gestões da Assistência Social, ao longo da história desta Cidade. Trata-se de uma publicação dirigida para beneficiar a apreensão da informação e o desenvolvimento da formação por parte dos dirigentes e dos agentes que atuam neste estratégico espectro da responsabilidade social, da cidadania política e da atividade econômica de São Paulo e do País: o Terceiro Setor. Perseguimos o fortalecimento das entidades e organizações sociais, caminho que passa, necessariamente pela adoção de uma administração profissional e sustentável. Já se foi o tempo em que só a boa vontade era capaz de produzir bons resultados sociais. Um dos grandes desafios impostos às entidades e organizações sem fins lucrativos na atualidade, é gerir as atividades que exercem, em função da responsabilidade e do interesse social, adotando padrões crescentemente superiores de eficácia, eficiência e efetividade. Isto pode ser traduzido em apenas uma frase: Profissionalização para atingir a sustentabilidade. Trata-se de um dos principais desafios que Terceiro Setor deverá continuar enfrentando, construindo as condições que permitam às organizações e entidades sociais que o compõem seguirem com grau elevado para soluções, contribuindo para a redução dos graves problemas sociais que ainda marcam a sociedade brasileira, e sua particular complexidade num centro urbano das proporções da Cidade de São Paulo.

Significativas são as contribuições que o Terceiro Setor vem oferecendo em prol do desenvolvimento social do País, com efeitos positivos também na esfera do crescimento da atividade econômica. Simultaneamente, o fenômeno geográfico, político e econômico da “globalização”, e os fatores tecnológicos que em grande medida o determinam, implicam na intensificação da “competição” em todas as esferas da atividade humana, funcionando como uma imposição mesmo às atividades dirigidas para a prestação dos serviços sociais. A demanda por estes serviços ampliou-se, quase que ao mesmo tempo no qual, por diferentes fatores, também cresceram os obstáculos para o investimento social pelas distintas esferas do poder público brasileiro. Todavia, numa espécie de compensação, talvez expressa na estruturação da sociedade, expandiu-se a disponibilidade e o interesse pela pratica da “responsabilidade social” por parte da Sociedade Civil, com ênfase para as ações da iniciativa privada, chegando aos “cidadãos” dispostos ao “voluntariado”. Assim, os recursos para a ação do Terceiro Setor existem em potencial e investidos, por parte de Governos, empresa privada, organizações multilaterais e fundações, estando, porém, o acesso aos mesmos, condicionados à capacidade das entidades e organizações sociais de demonstrar e, sobretudo, provar a necessária competência no trabalho que realiza. Daí decorre a necessidade de adoção de padrões superiores de profissionalização, o que supõe lançar mão do planejamento estratégico, da gestão financeira, de uma política de comunicação e marketing e de avaliação de resultados, mais próximos dos padrões das melhores técnicas da administração de empresas.

Argemiro de França LopesPresidente do Conselho de Administração

Nilo Sérgio Marchi

Secretário do Conselho de Administração

ÍNDICE

Introdução.....................................................................................12

Conceitos Sobre o Terceiro Setor

Aspectos Civis

Entendendo as Terminologias

Captação de recursos para Entidades do Terceiro Setor.............17

Técnicas para Captação de recursos - Dicas Básicas....................19

recursos para Constituição de uma Organização Social.................27

requisitos e Conceitos para Elaboração de Projetos......................31

Exemplo de Projeto

Exemplo de Planilha de Custos

Exemplo de Plano de Trabalho do Projeto

relatório de Atividades da Entidade Social

Primeiros Passos para Criação de uma Organização Social............47

Documentação que Deverá ser Apresentada ao Cartório................50

Documentos para habilitação, Certidões e outros

Aspectos Trabalhistas - Serviço voluntário.....................................59

Aspectos Tributários

Conclusões...................................................................................61

referência Bibliográfica.................................................................62

12 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

INTRODUÇÃO

Conceitos sobre o Terceiro Setor• A expressão Terceiro Setor tem origem no termo inglês Third Sector.• O Terceiro Setor abre um caminho institucional mais moderno, condizente com as necessidades atuais da sociedade, já que rompe com as velhas amarras regulatórias. As organizações sociais sem fins lucrativos, definem a existência de uma esfera que é pública, não pela sua origem, mas pela sua finalidade: é pública, embora não estatal. • Podemos dizer que, no Brasil, a denominação Terceiro Setor é utilizada para identificar as atividades da sociedade civil que não se enquadram na categoria das atividades estatais. Primeiro Setor, representado por órgãos da Administração Pública, segundo Setor, representado pelas empresas com finalidade lucrativa; atividades de mercado. • Em linhas gerais, o Terceiro Setor é o espaço ocupado especialmente pelo conjunto de entidades privadas sem fins lucrativos que realizam atividades complementares às públicas, visando contribuir com a sociedade na solução de problemas sociais e em prol do bem comum.

Aspectos Civis• Fundamentação Legal: Código Civil (Lei 10.406/02) - arts. 44 e 52 (normas Gerais) - arts. 53 e 61 (Associações); arts. 62 e 69 (Fundações) e; arts. 2.031. 2.033 e 2.034 (Adaptação ao Código Civil). • As organizações sociais sem fins lucrativos do Terceiro Setor são regidas pelo Código Civil (Lei 10.406/02, com as introduções trazidas pelas Leis 10.825/03 e 11. l27/05) e juridicamente constituídas sob a forma de associações ou fundações.• Apesar de serem comumente utilizadas as expressões “entidade sociais” “OnG” (Organização não Governamental), “Instituição”,

13Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

“Instituto”, “Associações” dentre outras, essas denominações servem apenas para designar uma associação ou fundação, as quais possuem importantes diferenças jurídicas entre si.

Entendendo as terminologias Assistência Social - Prestação de serviço gratuito de natureza variada aos membros da comunidade visando atender necessidades daqueles que não dispõem de recursos suficientes; segundo a Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS, a assistência social tem por objetivos: a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; o amparo às crianças e adolescentes carentes; a promoção da integração ao mercado de trabalho; a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária.• Associação - Formação social que congrega pessoas interessadas em agir coletivamente a favor de um fim compartilhado; em termos jurídicos, é definida como pessoa jurídica criada por grupo de indivíduos que partilham idéias e unem esforços com um objetivo sem nenhuma finalidade lucrativa. Perante a receita Federal existe a classificação de ASSOCIAçÃO (entidades, institutos, organizações sociais, etc) e FUnDAçÃO.• Caridade - Significa benevolência, complacência, compaixão; para os cristãos, é uma das virtudes teologais (fé, esperança e caridade); o termo é combatido por parte dos ativistas do Terceiro Setor por representar antigas práticas clientelistas e de reprodução da pobreza, tais como a esmola.• Cidadania - Conceito que envolve a relação entre direitos e deveres dos indivíduos diante do Estado; também abrange a garantia do exercício dos direitos sociais e que o indivíduo não seja visto como objeto pelo mercado.• Filantropia - Na raiz, o termo significa “amor à humanidade”, “humanitarismo”; tradicionalmente está relacionado às atividades de pessoas abastadas que praticam ações sociais sem fins lucrativos

14 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

ou doam recursos para entidades beneficentes; atualmente, tem se restringido a doações de particulares para causas sociais e para o investimento social das empresas privadas.• Fundação - Pessoa jurídica composta pela organização de um patrimônio, destacado pelo seu instituidor para uma finalidade específica; não tem proprietário, nem titular, nem sócios; o patrimônio é gerido por curadores.• Instituto - Define estabelecimentos dedicados a estudo, pesquisa ou produção científica, que, embora componha a razão social de entidades, não corresponde a uma espécie particular de pessoa jurídica, podendo ser utilizada por entidade pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, constituída sob a forma de fundação ou associação.• Movimentos Sociais - É o segmento mais “politizado” do Terceiro Setor; na luta pelo atendimento de demandas específicas, acabam criando entidades de base - associações civis - que defendem uma determinada causa ou um determinado fim, assumindo caráter reivindicatório ou contestatório junto à sociedade e ao Estado. São exemplos associações de bairro, grupos feministas e grupos de defesa dos direitos dos homossexuais, entre outros.• Organização Não-Governamental (ONG) - Genericamente define qualquer organização sem fins lucrativo não estatal; a denominação passou a ser usada nos anos 80 para designar as entidades que, nascidas dos vários movimentos sociais da década anterior, atuavam com tendências ideológicas diversas, como o marxismo e o cristianismo, e passaram a contar com estreita cooperação de entidades não-governamentais internacionais.• Organizações Sociais - Figura jurídica criada pela Lei 9637/98, define organizações criadas a partir da transferência de atividades exercidas pelo Estado para a esfera pública não-estatal (publicização) e que obtêm autorização legislativa para celebrar contrato de gestão com o Poder Executivo; são dirigidas por conselho curador com participação minoritária de membros do governo.

15Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

• Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP - Forma jurídica definida pela Lei 9790/99; são organizações sem fins lucrativos que se destacam pelo interesse público de suas atividades e objetivos; somente são qualificadas como OSCIPs as organizações que têm por objetivo social, pelo menos uma das finalidades previstas no artigo 3º da Lei 9790/99 e que prestem serviços gratuitos; podem celebrar Termos de Parceria com o setor público.• Contrato: É o instrumento que retrata o acordo de vontades entre as partes e que estipula obrigações e direitos recíprocos. no contrato há interesses diversos e opostos.Quando é firmado entre uma entidade privada e o Poder Público para a consecução de fins públicos é denominado “contrato administrativo”, devendo ser precedido de licitação. ressalta-se que a Lei de Licitações (8.666/93) prevê hipóteses de dispensa de licitação que beneficiam as entidades em determinadas situações, assim como hipóteses de inexigibilidade de licitação, quando a competição é inviável.• Convênio: É o instrumento de cooperação celebrado entre dois órgãos públicos ou entre um órgão público e uma entidade privada o qual são previstos obrigações e direitos recíprocos, visando à realização de objetivos de interesse comum dos partícipes (interesses convergentes).• Parceria - Uma relação de mão-dupla: os parceiros partilham seus recursos de modo a trocar benefícios mútuos e chegar a objetivos comuns; tem como objetivo integrar a organização com a comunidade, conseguir recursos e dar visibilidade à sua organização.Termo de Parceria: É o instrumento firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como OSCIP, no qual são registrados os direitos e as obrigações das partes, visando o fomento e a execução das atividades de interesse público descrito na Lei 9.790/99 - Lei das OSCIPs.• Contrato de Gestão: É um acordo operacional (não um contrato, pois não há interesses diversos e opostos) pelo qual o Estado cede à entidade qualificada como Organização Social recursos orçamentários,

16 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

bens públicos e servidores para que ela possa cumprir os objetivos sociais tidos por convenientes e oportunos à coletividade.

17Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR

Definição de Associação para fins não econômicos Uma questão relevante, sob o aspecto da captação de recursos, é a definição de associação, presente no artigo 53 do Código Civil (Lei nº 10.406/02): “Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos”. Pois ao utilizarmos o termo “para fins não econômicos”, fica claro que o legislador definiu a associação como o tipo de pessoa jurídica que não tem a atividade econômica como sua finalidade principal. Por outro lado, deve-se destacar que as associações podem realizar atividades de mobilização de recursos e até mesmo a venda de produtos e serviços, como meio para sua sustentação financeira, desde que planejadas e executadas dentro da adequação jurídica exigida pela legislação.

Formas de Captação de Recursos Pessoas físicas e jurídicas são fontes de recursos usualmente acessadas pelas organizações do terceiro Setor. A forma mais utilizada para a arrecadação de recursos de pessoas físicas e jurídicas é a DOAçÃO, que pode ser beneficiada ou não por incentivos fiscais. Outra forma de transferência de recursos que fomenta atividades das organizações do Terceiro Setor é o PATrOCÍnIO vinculado a incentivos fiscais.

Fonte de recursos Outro ponto relevante do Código Civil de 2002, é que, sob pena de nulidade, o estatuto das associações deverá conter “as fontes de recursos para sua manutenção”. (art.54, Iv, Código Civil). Desta forma, caso o estatuto não seja tecnicamente bem formulado, prevendo as fontes de recursos e atividades utilizadas como meio para a sustentação financeira da organização, as ações de captação

18 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

de recursos não previstas serão realizadas em desconformidade às determinações da lei civil. Além disso, atividades para mobilização de recursos, promovidas sem o respeito à legislação tributária, poderão gerar problemas fiscais que ameaçam e afetam a credibilidade da entidade social e do Terceiro Setor como um todo.requisitos a serem observados nas atividades de captação de recursosa - não partilhar os resultados decorrentes das atividades de captação de recursos entre diretores, conselheiros, associados e demais colaboradores.b - Definir rigorosamente no estatuto da entidade social, em local específico e separado das finalidades da entidade, quais serão as fontes utilizadas como meio para a realização de projetos, programas e sustentação operacional da organização.c - Destinar integralmente os resultados das atividades de captação de recursos à consecução do objetivo social da entidade.Propostas de captação de recursos em grau de importância e eficácia• Solicitação pessoal: “Cara a cara”; • Carta pessoal em papel personalizado, mais telefonema para dar acompanhamento; • Telefonema pessoal seguido de carta; • Carta pessoal (sem seguimento); • Internet; • Solicitação por telefone; • Mala Direta; • Tele marketing; • Evento beneficente;• Mídia, publicidade;

19Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

TÉCNICAS PARA CAPTAÇÃO DE RECURSOS

Quando se pergunta ao dirigente de uma entidade social; qual é o principal desafio ou problema a ser enfrentado no dia-a-dia por sua organização social? É comum ouvirmos a seguinte “resposta:” “Falta de recursos financeiros e de toda ordem para garantir nossos projetos, precisamos de tudo...”

6 DICAS BÁSICAS Com base em analises de especialistas nestas questões de captação de recursos, para que uma organização social sem fins lucrativos tenha sucesso nesta trajetória é de suma importância que sua atuação seja com muita técnica e habilidade. Sendo assim, vamos seguir as dicas;

1ª Dica Uma instituição social deve fazer o seu orçamento anual, mesmos que seus recursos sejam bem escassos, deve planejar suas ações com base em um orçamento programado.Em nosso mundo atual, com a crescente competição por recursos, a Profissionalização, que distingue uma entidade social das outras, exige que tenha um orçamento, bem construído e continuamente revisado. A verdade é que se não tiver um orçamento, ficará a mercê de fatores externos na gestão da entidade. E o orçamento retratando o seu planejamento, é uma exposição da situação financeira da instituição, representa um plano de aplicação de recursos e gastos, é um instrumento de controle. A Entidade Social se destaca pela transparência e, é importante ferramenta para a Captação de recursos.Sugestões para melhor gestão do exercício orçamentário:• A pessoa responsável pela autorização de um gasto específico deve ser responsável por orçar este item;• Mantenha uma memória onde se registrem os critérios usados na

20 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

construção do orçamento. Desta forma, sempre entenderá melhor as variações;• Efetue análises e revisões mensais;• Lembre-se que os recursos não pertencem a sua entidade social. São dos doadores e se destinam aos beneficiários de sua causa. Mais um poderoso motivo para que sua entidade social produza e reporte resultados orçamentários de forma séria e responsável.

2ª Dica Buscar recursos através eventos públicos e comunitáriosPodemos dizer que esta é uma estratégia antiga e que pode ser realizada de inúmeras e distintas maneiras, mas podemos afirmar que sempre funciona, desde que bem organizada e muito bem pensada e estruturada. Deve-se usar a criatividade, não ter limites nas invenções de eventos possíveis a serem realizados; jantares, leilões, sessões de cinema, eventos esportivos, peças de teatro, chás da tarde, rifas de objetos doados etc. Metas para a gestão que quando bem feitas, ajudam no sucesso do evento:• Comunicar a Missão da Instituição explicando à comunidade a razão de ser da OnG; • Motivar e educar líderes, voluntários e profissionais da instituição; • Recrutar voluntários que poderão apoiar a instituição e eventualmente trabalhar nela; • Expandir a rede de contatos da ONG com a comunidade; • Promover o benefício que a ONG traz para a comunidade; • Obter apoio para a ONG por parte dos líderes da comunidade; • Obter recursos financeiros em função dos seis itens anteriores; • Anote e guarde todos os detalhes do que foi feito. Planilhas, números, pessoas que atuaram, o registro em seu Banco de Dados dos que compareceram. O que deu certo e o que deu errado. Isto facilitará enormemente um segundo evento do mesmo tipo no futuro.

21Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

3ª Dica Ter um ótimo planejamento estratégico é sempre prever entre suas principais ações a realização de uma Campanha Anual no intuito de garantir o funcionamento da entidade social. Base da Campanha Anual deve ser sempre é a causa da instituição e, saiba que indivíduos podem se tornar sua principal fonte de recursos. Indivíduos também dão às instituições uma boa base de segurança, pois pulverizam os recursos entre muitas pessoas. “Estas Campanhas são organizadas com o intuito de angariar fundos necessários para o funcionamento das instituições pelo período de um ano... não é necessário que a instituição tenha um perfil específico - esse tipo de campanha pode ser organizado por uma universidade, um hospital, um museu, um colégio, uma escola, um abrigo de idosos, moradores de um bairro, - sempre e quando a campanha seja para a manutenção e funcionamento da instituição e não tenha fins lucrativos”.

4ª Dica Elabore com muita habilidade seu documento de apoio. hoje em dia potenciais doadores são assediados por inúmeras solicitações de organizações sociais. Como decidir a quem apoiar? Primeiramente ele verá o segmento que normalmente a instituição beneficia, seja educação, saúde, assistência social as crianças, idosos, mulheres meio ambiente, etc. Irá verificar também, se já apoiou no passado a algum dos solicitantes e quais foram os resultados. Agora sempre pesará e muito na avaliação dos doadores: o PrOFISSIOnALISMO com o qual se apresenta o solicitante. Então, vem a questão, como se apresentar de forma profissional? resposta: Elabore seu documento de apoio! Lembre-se que a redação do documento de apoio deve conter emoção. Lembremos que muitas vezes a filantropia começa com uma resposta emotiva a uma necessidade social, isto é uma “Causa” a ser defendida. “Primeiro devemos tocar o coração, depois

22 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

a carteira de dinheiro.” A elaboração de um Documento de Apoio precisa responder a três requisitos:A - Quais os motivos pelos qual sua solicitação é importante?B - O que você logrará se sua captação for exitosa?C - Qual será o beneficio para sua causa? Dentre os diversos componentes que podem colaborar na construção do Documento de Apoio, recomendamos que no mínimo contenham os seguintes itens:• Missão: Por que a organização existe. A causa que abraça.• História: Há quanto tempo à organização existe, seus principais logros. Motivos para que o apoiador confie na entidade.• Prioridades atuais: Número de pessoas assistidas, principais projetos em execução. O que será feito.• Os principais dirigentes: Lembre-se que este é um dos importantes motivos que levam doadores a apoiar uma instituição.• Equipe: Número de funcionários e voluntários por função. Permite apresentar a dimensão da entidade.• O desafio: O que a entidade quer, precisa. O motivo especifico desta Campanha. Apontar também os resultados que advirão por conseqüência da captação desses recursos.• O orçamento: A meta de Captação.• O acompanhamento que terá o projeto: a freqüência com a qual os doadores serão informados de seu progresso.

5ª Dica Estimular a participação de voluntários nos projetos, ações e atividades da entidade social. É comum no Terceiro Setor ligarmos recursos a dinheiro, porém só o dinheiro não faz com que nossas entidades progridam e cresçam. Para tal precisamos de “algo” a mais, pois este “algo” pode nos conseguir os recursos necessários e trabalhar os detalhes para concretizar nossos projetos. Estamos falando do voluntário. Do ser

23Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

humano que fará o recurso trabalhar por nossa causa! É comum às entidades terem pouco dinheiro e pouca gente para implementar o planejado. você precisa do voluntário, e o voluntário pode se beneficiar muito em servir a entidade social. Ao adicionar voluntários à sua organização social, você talvez esteja enriquecendo muito suas vidas, pois há o desejo das pessoas em serem úteis, em querer apoiar causas que julguem importantes, à vontade de ajudar, de obter reconhecimento de que contribuem para melhorar as condições de outros seres humanos. O próprio aumento na expectativa de vida em nosso país disponibiliza mais tempo para o voluntariado. O voluntariado e muito valioso e deve ser tratado com a importância e respeito que certamente merecem. Para trabalhar corretamente com voluntários consulte a lei 9.608 de 18/2/1998. Use o Termo de Adesão nela contido.

6ª Dica vamos seguir “a risca” O princípio do processo de Captação de recursos:• Estabelecer objetivos econômicos razoáveis para a campanha de arrecadação. A experiência do passado mais a avaliação do possível podem dar uma idéia para esta definição;• Crer firmemente na instituição a que se pertence é determinante. Se não for assim, dificilmente poderemos pedir isso a nossos potenciais doadores;• Compreender a forma de pensar e sentir do potencial doador. Costumamos dedicar muito tempo explicando quem somos e o que fazemos e tempo insuficiente ao que o doador pensa e quais são suas expectativas, etc;• Estabelecer uma relação de longo prazo. À medida que você vai conhecendo seu potencial doador é sua responsabilidade fornecer informações que o permita compreender como sua doação presente ou futura pode satisfazer seus próprios desejos, expectativas ou

24 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

necessidades;• Estar preparado e bem disposto a responder a todo tipo de perguntas e questionamentos sobre sua instituição ou programas que desenvolve;• Manter uma atitude profissional. Isto não só reflete quem você é como também sua instituição;• Conhecer profundamente sua instituição. Se você ignora aspectos fundamentais de sua instituição, não está preparado ainda para fazer uma solicitação ou deve ir acompanhado de alguém que tenha preparo necessário;• Dizer a verdade. Se fizer isso, nunca precisará fazer esforço para se recordar do que disse anteriormente;• Ser sincero. Quando você é sincero, as pessoas percebem;• Vender as conseqüências da doação. O impacto e as conseqüências do ato de doar são importantes;• Avaliar minuciosamente seu potencial doador antes de solicitar uma doação. De que adianta dedicar tempo com quem não tem interesse ou não dispõe de recursos para doar?• Nunca desqualificar uma outra instituição. Você pode ter a tentação de fazer comentários negativos sobre outras organizações. você não precisa disso. Se precisar, ainda não está suficientemente preparado;• Ser pontual. Sabemos que é costume não cumprir com os horários. Talvez essa atividade lhe dê a oportunidade de mudar algumas “tradições”. respeitar o horário é uma mensagem. Se for se atrasar, avise;• Compartilhar com o doador experiências reais. “Na semana passada, uma família nos procurou....”;• Solicitar a doação. Isso parece óbvio, mas não é. Muitas doações esperadas não chegam porque na verdade nunca foram solicitadas. não basta contar a história, é necessário pedir o recurso;• Se fizer uma promessa, cumpra. Neste ponto, temos que fazer um comentário adicional. A recente experiência de promessas não

25Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

cumpridas em nosso país depõe significativamente contra a confiança que os doadores depositam em nossas instituições. Devemos ser responsáveis e saber reconhecer o que podemos ou não cumprir e sermos claros a esse respeito;• Depois de solicitar a doação, fechar a boca. É duro fazer isso? Tome essa recomendação quase como uma prescrição médica. A experiência nos mostra que costumamos ficar ansiosos quando fazemos uma solicitação e não paramos de falar. Se o doador decide que não vai doar, antes de “entregar os pontos”, pergunte-se: o que você aprendeu dessa experiência, o que poderia ter feito que não fez, etc.;• Reconhecer seus erros. Evite apontar culpas;• Manter contato com o potencial doador. Ele pode não ser um doador hoje, mas talvez amanhã ou daqui a algum tempo. A ação realizada forma parte do capital de experiência que você e sua instituição devem acumular como um recurso valioso;• Aprender a aceitar NÃO como reposta. Muitas pessoas recebem o “não” como uma questão pessoal e isso não é assim;• Erros que não devemos cometer- Falar muito e escutar pouco;- não fazer perguntas;- não conhecer suficientemente o doador potencial;- não solicitar a doação;- não pedir uma soma específica;- Não ser flexível e não ter opções;- Falar ao invés de manter silêncio logo após a solicitação do recurso.

27Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

RECURSOS PARA CONSTITUIÇÃO DE UMA ORGANIZAÇÃO SOCIAL

Infra-estrutura Os recursos funcionam como infra-estrutura para que a instituição social atue na sociedade e alcance aquilo a que se propõe. Eles têm uma qualidade especial, nem sempre confortável: ajudam o gestor a manter os pés no chão, a ser objetivo, a pensar no que é concreto e possível, e não só no ideal; pode-se dizer que uma das características da entidade social é que os recursos tendem a ser sempre menores do que as necessidades.

recursos materiais no campo dos recursos que devem compor uma organização social sem fins lucrativos estão incluídos equipamentos, móveis, veículos, computadores, recursos financeiros, aplicações, doações, insumos, materiais didáticos e tudo aquilo que vai ser utilizado, consumido e repassado para a sociedade na prestação de serviços da entidade social.

recursos humanos Finalmente, para prestar serviços e contribuir para o desenvolvimento da sociedade, além de recursos materiais e financeiros, é preciso ter principalmente “GEnTE”. Ou seja: pessoas, talentos e capacidades. Que possam aplicar na entidade social à criatividade, o potencial, a experiência, o conhecimento, a maturidade da organização, ir formando assim o espírito de equipe. O gestor de uma organização social sem fins lucrativos precisa estar preparado para lidar com as pessoas, tendo além de muito “jogo de cintura” e paciência, sensibilidade, interesse e atenção. Um gestor é ao mesmo tempo, educador, líder, professor, facilitador, amigo e também um caça-talentos, alguém que recruta e mobiliza pessoas para a equipe. O grande desafio é exercer, com naturalidade, o papel certo e na hora certa.

28 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

Formação de equipes O desenvolvimento e o sucesso de uma organização social sem fins lucrativos estão diretamente relacionados e estreitamente ligados com o desenvolvimento das pessoas voluntárias ou não que dela fazem parte. O aprendizado da organização social, assim como o seu crescimento, a sua evolução e transformação ocorrem sempre a partir de suas equipes constituídas e comprometidas. Saber lidar com esses processos implica, não resta dúvida, saber lidar com pessoas. Que não se tenham ilusões: quanto mais conscientes forem as pessoas, mais capacitadas, mais autônomas, mais complexa de administrar elas serão. Indivíduos mais conscientes são mais críticos, exigentes, e desafiam o tempo todo o gestor no seu aprimoramento e aprendizado de convívio e liderança, pessoas conscientes e criticas conseguem apontar erros percebe muito mais detalhes e emitem suas opiniões com muita facilidade. Porém podem ser muito mais confiáveis, no sentido mais amplo do termo, pois se deve sempre buscar nestas pessoas o compromisso com a “causa”, razão da existência da organização social.

Público alvo Uma organização social tem que estar preparada para saber lidar com diferentes atores sociais, quando de sua constituição, será importante ter o foco de sua atenção prevista, isto é saber quem é seu público alvo, saber suas necessidades e carências e como proceder um atendimento eficaz e com qualidade.

Coordenar serviços Uma entidade social existe para tratar de problemas da sociedade, porque existem necessidades a serem atendidas, problemas, carências, injustiças, desequilíbrio, conflitos etc. O gestor precisa estar preparado para coordenar suas ações, avaliando o que e como são feitos quais as melhores maneiras de fazer, quando, como e em que tempo fazer e qual o resultado desejado.

29Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

Capacidade A relação entre recursos e pessoas define à capacidade da entidade social. recursos e pessoas são considerados campos de apoio. Uma entidade social não existe apenas como atribuição precípua de captar dinheiro apenas. Ela existe, de fato, para atender as demandas e carências sociais, prestando serviços úteis e necessários. (agindo sempre para o bem comum). Só que para prestar estes serviços, precisa tanto de pessoas quanto de recursos-talento e conhecimento, material e infra-estrutura. Boas intenções não são suficientes. Para entender sua capacidade, a instituição deve saber avaliar muito bem “o tamanho das próprias pernas”. Sendo bastante realistas, seus gestores precisam se perguntar regularmente: “O que somos capazes realmente de fazer?”, “Qual capacidade tem e qual que não tem?”, “Como podemos desenvolver e ampliar nossas capacidades?”.

Planejamento- Explorar e Mapear o universo da comunidade.- Levantar possíveis Parceiros dentro do Município, Estado e União.- Levantar prováveis parceiros apresentando o seu Planejamento.- Prováveis parceiros na comunidade: comerciantes; industriais; profissionais liberais; prestadores de serviços; voluntários. Colaborações que ajudam na hora da construção de um planejamento:• Confeccionar material (Folder - Portfólio) para apresentar a entidade social aos possíveis parceiros.• Elaborar Resumo das atividades que a entidade social executa e àquelas planejadas.• Pesquisar qual o público que os programas sociais da entidade social deve atingir.• Verificar resultados alcançados.• Projeto que necessita de parceria para a sua viabilização.

31Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

REQUISITOS E CONCEITOS PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

Projetos devem conter:JUSTIFICATIvA: (o que se pretende com o Projeto, qual a oportunidade de sucesso e quais são os riscos)COnCEITO: (definições do projeto)OBJETIvOS: (o que se pretende com a realização e execução)PÚBLICO ALvO: (a quem vai atingir, qual a faixa etária dos envolvidos, qual a quantidade desta população, qual o nível econômico, onde se encontram, qual a situação social, etc.)QUAnTIDADE DE PArTICIPAnTES: (quantas pessoas precisam para desenvolver o projeto entre voluntários e contratados e aonde buscá-los)DATA, hOrÁrIOS E LOCAL DE rEALIzAçÃO: (a partir de qual data se realizará, local de execução, horários, nome de responsável, telefones e e-mails para informações)TEMPO DE DUrAçÃO: (qual o tempo de duração do projeto: citar tempo inicial e final-data, mês, ano).CUSTOS - DESPESAS: (quais as despesas que se necessitará para a implantação do projeto e depois para a sua manutenção: recursos humanos e físicos que se vai utilizar), com preços pesquisados em pelo menos três locais que apresentem qualidade e bons preços no município.nota: Ficar atento para a variação de preços do mercado, pois quando da apresentação do Projeto para submeter a aprovação de autoridade competente, o custo pode ter-se alterado.

32 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

EXEMPLO DE PrOJETO

nome: “Arte em Movimento”.ArTE EM MOvIMEnTO: Música, dança e pintura, como uma forma de expressão dos sentimentos e manifestação artística.JUSTIFICATIvA: Tendo em conta que a população do bairro.................de ____ habitantes, na sua maioria pertencentes a classe social que enfrenta sérios problemas de integração social, desde locais para trabalho e para moradia, bem como um fraco nível cultural, além dos indicadores de risco de violência, pretende-se com o Projeto priorizar o atendimento das crianças das faixas etárias de 06 a 15 anos, em situação de vulnerabilidade e risco social,com desenvolvimento de trabalhos sócio-educativos que contribuam para garantir um espaço de sociabilidade e convivência em grupo.COnCEITO: Através da Arte privilegiamos o contato com os sentimentos, a interação com a realidade interna e externa, a escolha, a liberdade e o experimento. A dança traz o reconhecimento do próprio corpo e de suas possibilidades, o exercício da musicalidade em ritmos variados e inovadores, estimula a criatividade. A pintura traduz e evidencia a forma destes sentimentos tendo a arte em movimento uma proposta dinâmica que identifica a sensibilidade humana.OBJETIvOS: • Incentivar através da música dança e pintura o reconhecimento de novas modalidades, possibilitando e estimulando a sensibilidade da criança e do adolescente ao desenvolvimento de seus talentos artísticos, visando a construção da cidadania; • Desenvolver a percepção com a realidade social, sensibilizando através da atividade artística; • Estimular a criatividade das crianças e adolescentes, através da dança e da pintura, teatro em sintonia com a música com forma de expressão e transformação, para que se tornem adultos inovadores e integrados na maneira de pensar, sentir e agir na sociedade; • Realizar a dança, pintura e teatro em uma abordagem terapêutica, educativa, artística e social;

33Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

• Realizar as pinturas a partir dos sentimentos que emergem da musicalidade partindo do individual e ampliando para o coletivo, criando painéis de manifestação destes sentimentos; • Realizar apresentações de teatro e exposição dos painéis nas escolas públicas estaduais e municipais, para maior integração entre as crianças e adolescentes, suas famílias e comunidade. PÚBLICO ALvO: Crianças e Adolescentes de 06 (seis) a 15 (quinze) anos do bairro e entorno.QUAnTIDADE DE PArTICIPAnTES: Quatro turmas com 25 (vinte e cinco) pessoas cada.DATA, hOrÁrIO E LOCAL DA rEALIzAçÃO:

Data: a partir de ___ de ___________de 2008Local: Sede da Entidade Social: ”___________”Endereço: ____________________________________CEP-_____________________ bairro:______________Telefone para contato: _______________________responsável pelo Projeto: ___________________Monitores/ Professores do Projeto: ___________________________________________________________

TEMPO DE DUrAçÃO:De 12 meses a partir do mês de _______de 2008,com termino em ___/___/_____CUSTOS (DESPESAS):recursos humanos: quantidade de professores(as) para pintura, dança, teatro, esportes.Quanto vai custar de salários cada um e qual vai ser o valor de encargos sociais (InSS –FGTS – Ir - PIS, etc.) que deverá se recolher para cada um.Material Pedagógico: o que vai se precisar para desenvolver as atividades de pinturas, danças, prática de esportes e qual o custo unitário e total destes materiais. (telas, tintas, pincéis, cds, tecidos e confecção, sapatilhas, collant, bolas, redes, uniformes esportivos, etc.)

34 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

EXEMPLO DE PLANILHA DE CUSTOS

35Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

PLAnO DE TrABALhO DO PrOJETO: Indicativos da realização e avaliação do Projeto. (como acontecerá, aonde acontecerá e qual foi o resultado).Plano de Trabalho Indicar como serão os grupos, oficinas, estilos, identificação musical etc. Quais serão os incentivos, aonde acontecerão as apresentações e tudo o que for desenvolvido para desenvolver e avaliar o projeto.

EXEMPLO DE PLANO DE TRABALHO DO PROJETO

Serão realizados módulos em três dias da semana distribuídos da seguinte forma:• 4 horas de oficina de musicalidade, dança e teatro as ____ feiras, sendo um grupo das 08h às 12h e outro das 13h às 15h. • 4 horas de oficina de musicalidade e pintura as ____ feiras, sendo um grupo das 08 às 10h e outro das 13h às 15h. nas oficinas de musicalidade, dança e pintura será desenvolvida os seguintes eixos temáticos:• Identificação do estilo musical; o exercício da cidadania;• Estímulo de novas musicalidades, ouvindo os sentimentos;• Musicalidade versus dança, o corpo fala;• Pintando os sentimentos a partir da musicalidade, a arte em movimento. Cada eixo temático será desenvolvido em módulos de oito aulas, de 2 horas (totalizando 16 horas por eixo), sendo dois destes módulos para trabalho coletivo de montagem de coreografia e do painel coletivo. Entre as atividades pedagógicas, haverá passeios à teatros e à museus de arte, com o objetivo de oferecer às crianças e adolescentes o acesso à arte e cultura. Apresentação e exposição do Projeto em escolas públicas do bairro e do entorno. Fichas de avaliação distribuídas ao público assistente para avaliação do resultado.

36 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

Elaboração de boletins convidando Famílias e Comunidade para assistir as apresentações e ver as exposições de trabalhos realizados. Disponibilizar home Page da Entidade Social para divulgar os projetos. RELATÓRIO DE ATIVIDADES DA ENTIDADE SOCIALDeve conter os seguintes itens:• Nome da Organização, endereço, telefone. • Estatuto Social registrado. • Relação da Diretoria e mandato. (anexar Ata da última eleição). • CNPJ, Certificações, Certidões, etc. • Atividades planejadas para serem desenvolvidas. • Atividades que estão sendo executadas. • Projetos planejados e quais estão sendo executados.

Títulos e Qualificações das Organizações do Terceiro Setor As organizações sem fins lucrativos juridicamente constituídas podem pleitear alguns títulos e qualificações junto ao Poder Público, cumpridos alguns requisitos exigidos em lei. Essas certificações conferem alguns benefícios fiscais às organizações e aos doadores.Existem três títulos e qualificações que podem ser requeridos pelas organizações sem fins lucrativos no âmbito federal. São eles: • Título de Utilidade Pública Federal; • CEBAS - Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social; e • OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Cada um exige o cumprimento de requisitos e possibilitam o gozo de benefícios e incentivos fiscais.

Título de Utilidade Pública Federal O Título de Utilidade Pública Federal é o mais antigo: foi criado em 1935, pela Lei nº. 91. A solicitação deve ser feita ao

37Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

Ministério da Justiça, na divisão de Outorgas e Títulos. Caso o pedido seja deferido, será publicado decreto no Diário Oficial da União. Além do federal, o Título de Utilidade Pública também é concedido nos âmbitos estadual e municipal, podendo uma organização sem fins lucrativos pleiteá-lo nas três esferas.

Quem pode requerer As sociedades civis, as associações e as fundações, que não remunerem seus dirigentes sejam constituídas no país e que tenham o fim exclusivo de servir desinteressadamente à coletividade podem requerer o Título de Utilidade Pública Federal.

requisitos Para obter o Título de Utilidade Pública Federal a organização deve comprovar:• Ter personalidade jurídica; • Ser constituída no país; • Estar em efetivo e contínuo funcionamento por pelo menos 3 anos; • Não remunerar seus dirigentes; • Não distribuir lucros, bonificações ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou associados, sob nenhuma forma; • Promover a educação ou exercer atividades de pesquisa científica, de cultura, artística ou filantrópicas; • Comprovar idoneidade dos diretores; • Publicar anualmente a demonstração de receitas e despesas do período anterior.

vantagens O Título de Utilidade Pública Federal confere as seguintes vantagens à organização: • Possibilidade de receber doações de pessoas jurídicas, dedutíveis até o limite de 2% do lucro operacional;

38 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

• Possibilidade de receber bens apreendidos, abandonados ou disponíveis, administrados pela Secretaria da receita Federal; • Acesso a subvenções e auxílios da União Federal e suas autarquias; • Autorização para realizar sorteios; • Possibilidade de receber receitas das Loterias Federais; • Juntamente com o CEBAS - Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social e outros documentos, possibilita a isenção da cota patronal ao InSS e de outras contribuições sociais (CPMF, CSL, PIS, Cofins).

CEBAS - Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social O CEBAS - Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social é o antigo CEFF - Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos. Ele é concedido pelo CnAS – Conselho nacional de Assistência Social.

Quem pode requerer Podem requerer o CEBAS as entidades que atuem nas seguintes áreas: • Promoção da proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; • Amparo a crianças e adolescentes carentes; • Promoção de ações de prevenção, habilitação e reabilitação de pessoas portadoras de deficiências; • Promoção gratuita da assistência educacional ou de saúde; • Promoção da integração ao mercado de trabalho; • Promoção do desenvolvimento da cultura; • Promoção do atendimento e do assessoramento aos benefícios da Lei Orgânica da Assistência Social e a defesa dos seus direitos.

39Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

requisitos A organização deve demonstrar, nos três anos imediatamente anteriores ao pedido:• Estar legalmente constituída no país e em efetivo funcionamento; • Estar previamente inscrita no Conselho Municipal de Assistência Social do município de sua sede, se houver, ou no Conselho Estadual de Assistência Social; • Estar previamente registrada no CNAS - Conselho Nacional de Assistência Social; • Aplicar suas rendas, recursos e eventual resultado no território nacional e na manutenção de seus objetivos; • Aplicar as subvenções e doações recebidas nas finalidades a que estejam vinculadas; • Aplicar anualmente, em gratuidade, pelo menos 20% da sua receita, cujo montante nunca será inferior à isenção de contribuições sociais usufruídas; • Não remunerar dirigentes; • Não distribuir resultados, bonificações, dividendos, participações ou parcela do patrimônio, sob nenhuma forma; • Possuir o Título de Utilidade Pública Federal.

vantagens O CEBAS possibilita a isenção da cota patronal ao InSS e de outras contribuições sociais (CPMF, CSL, PIS, Cofins).

OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

A OSCIP é a mais nova qualificação que pode ser obtida pelas organizações sem fins lucrativos. Ela foi criada em 1999, pela Lei nº. 9.790, a partir das rodadas de interlocução do Conselho da Comunidade Solidária com a participação de entidades da sociedade civil que viam a necessidade de uma reforma no marco legal do

40 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

Terceiro Setor, que não possuía leis adequadas a suas demandas. Partiu-se do princípio de que era preciso fortalecer as entidades da sociedade civil que prestavam serviços de utilidade pública, criando meios mais favoráveis, eficazes e transparentes de relacionamento entre elas e o Poder Público. A OSCIP também é uma qualificação concedida pelo Ministério da Justiça.

Quem pode requerer Podem requerer a qualificação de OSCIP, as entidades que atuam com: • Promoção da assistência social; • Promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; • Promoção gratuita da educação; • Promoção gratuita da saúde; • Promoção da segurança alimentar e nutricional; • Promoção do voluntariado; • Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; • Promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; • Experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; • Promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; • Promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; • Estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo.

41Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

requisitos• Observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e de eficiência; • Adoção de práticas e gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação no respectivo processo decisório; • Constituição de Conselho Fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade; • Previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o patrimônio será transferido a entidade também qualificada como OSCIP; • Previsão de que, na hipótese da entidade perder a qualificação de OSCIP, o acervo patrimonial disponível adquirido com recursos públicos será transferido a outra entidade qualificada como OSCIP; • Institui-se ou não remuneração aos dirigentes; • Normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determinarão no mínimo, a observância dos princípios de contabilidade, a publicidade das demonstrações financeiras, a realização de auditoria e a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública.

vantagens A qualificação de OSCIP confere as seguintes vantagens à organização: • Possibilidade de remunerar dirigentes; • Possibilidade de firmar Termo de Parceria com o Poder Público; • Procedimento de obtenção da qualificação centralizado e simpli-ficado, com critérios objetivos; • Possibilidade de receber doações de pessoas jurídicas, dedutíveis até o limite de 2% do lucro operacional; • Possibilidade de receber bens apreendidos, abandonados ou

42 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

disponíveis, administrados pela Secretaria da receita Federal.

Por qual título optar? A escolha pelas certificações passa pela análise dos requisitos exigidos em lei para sua concessão e pela análise dos benefícios que cada título ou qualificação confere. De nada adianta uma entidade querer obter um determinado título se não cumpre as exigências legais. Por outro lado, quando ela cumpre os requisitos de mais de uma certificação, precisa verificar qual lhe trará mais benefícios.

Análise dos requisitos legais Quando a entidade analisa os requisitos exigidos para concessão de um título ou qualificação, três situações podem ocorrer: 1. Ela cumpre os requisitos e pode requisitar a certificação; 2. Ela não cumpre os requisitos, mas pode providenciar alterações que tornem a certificação possível; 3. Ela não tem condições de cumprir as exigências legais e não poderá solicitar a certificação.

hipótese 1: a entidade cumpre os requisitos legais

Se a entidade cumpre os requisitos legais para obtenção de um título ou qualificação, deve verificar quais os documentos exigidos e onde deverá protocolar o pedido. Caso ela cumpra os requisitos de várias certificações, deverá analisar qual delas lhe trará mais benefícios.

hipótese 2: a entidade não cumpre os requisitos legais mas pode providenciá-los

Em muitos casos, a entidade não possui todos os requisitos exigidos, mas pode vir a cumpri-los através de alterações no estatuto,

43Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

solicitação de outros registros ou pelo simples lapso de tempo. Todas as certificações - Título de Utilidade Pública Federal, CEBAS e OSCIP - exigem a previsão de alguns dispositivos específicos no estatuto da entidade como pré-requisito para sua concessão. Caso o estatuto da entidade não possua alguns desses dispositivos, poderá ser feita sua alteração mediante reunião da Assembléia Geral, especialmente convocada para esse fim. Tal procedimento tornará possível a solicitação do pedido. Outro requisito que pode ser providenciado pela entidade é o registro prévio em outros órgãos e/ou a posse de outra certificação, como exigido para a obtenção do CEBAS: a entidade que quiser solicitá-lo deve providenciar previamente o Título de Utilidade Pública Federal e a inscrição no Conselho nacional de Assistência Social e no Conselho Municipal de Assistência Social. Além desses requisitos, há a exigência de tempo mínimo de três anos de existência da entidade para concessão do Titulo de Utilidade Pública Federal e do CEBAS. Os três anos são contados a partir do registro do estatuto no Cartório de registro Civil de Pessoas Jurídicas. Se a entidade ainda não possui esse tempo de registro, precisará esperar para solicitar os títulos. Para a qualificação de OSCIP não há exigência de tempo mínimo de existência.

hipótese 3: a entidade não cumpre os requisitos legais

Algumas entidades não terão condições de cumprir os requisitos legais para a concessão de títulos e certificações e, portanto, não poderão solicitá-los. Em geral, isso ocorre em função da atividade e/ou forma jurídica da entidade. É o caso do CEBAS, que é concedido apenas às entidades que atuam na área de assistência social. Entidades que trabalham com meio ambiente ou direitos humanos, por exemplo, nunca poderão pleitear a certificação.

44 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

Já em relação à forma jurídica, temos, por exemplo, a vedação das cooperativas e sindicatos de se qualificarem como OSCIP. Esses tipos de organizações nunca poderão obter a qualificação, pois sua forma de constituição jurídica não o permite e isso não pode ser mudado. no entanto, algumas organizações não cumprem os requisitos de uma certificação, mas cumprem os de outra. no exemplo acima, uma organização ambiental nunca poderá obter o CEBAS, mas pode se qualificar como OSCIP.

Análise dos benefícios Uma entidade pode cumprir os requisitos para obtenção de mais de um título ou qualificação. Em alguns casos, ela poderá (ou até mesmo deverá) obter mais de um, caso do Título de Utilidade Pública Federal e o CEBAS: para a obtenção do último é necessária a prévia obtenção do primeiro. no entanto, algumas vezes, apesar da entidade preencher os requisitos de mais de uma certificação, não poderá pleitear os dois: é o caso do Título de Utilidade Pública Federal e a qualificação de OSCIP. A Lei nº 9.790/99 – Lei da OSCIP exige que a entidade faça a escolha entre um ou outro. nesse caso, ela deve analisar qual dos dois irá lhe conferir mais benefícios. Como mencionado anteriormente, o Título de Utilidade Pública Federal é o mais antigo, tendo sido criado em 1935. Até 1999, era a única opção das entidades sem fins lucrativos não assistenciais. Em 1999, surgiu a qualificação de OSCIP, que trazia algumas novidades como a criação do Termo de Parceria entre as entidades e o Poder Público, em substituição aos convênios e contratos, e a possibilidade de remunerar dirigentes. Pelo Termo de Parceria, o Estado pode repassar recursos para que a entidade execute determinado serviço ou realize atividade de interesse público. A prestação de contas é mais clara do que nos convênios e possui regras bem definidas. Para firmar um Termo

45Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

de Parceria o Poder Público irá publicar um edital convocando as organizações qualificadas como OSCIP a apresentarem seus projetos e será feita a seleção. Analisando as vantagens das duas certificações, vemos que ambas concedem vários benefícios, como a possibilidade de receber doações dedutíveis, bens apreendidos pela receita Federal e bens móveis da União considerados antieconômicos ou irrecuperáveis. nota-se que há uma tendência da legislação de igualar os benefícios das entidades portadoras do Título de Utilidade Pública Federal e de OSCIP. no entanto, a possibilidade de firmar Termos de Parceria com o Poder Público e de remunerar dirigentes não são vantagens previstas no Título de Utilidade Pública Federal, apenas na qualificação de OSCIP. Soma-se a isso a simplicidade e rapidez do procedimento e a previsão de critérios objetivos para a concessão da qualificação de OSCIP. O Decreto nº 3.100/99, que regulamente a Lei nº 9.790, prevê que o pedido deverá ser apreciado em 30 dias e deverá ser deferido sempre que os documentos exigidos forem apresentados e o estatuto estiver de acordo com os dispositivos da lei. A decisão que indeferir o pedido deverá ser justificada e a organização poderá apresentar novo pedido a qualquer momento. não é o que ocorre no processo de obtenção do Título de Utilidade Pública Federal: a decisão que concede o título é discricionária e não segue critérios objetivos. Além disso, não há prazo mínimo para a apreciação do pedido, podendo durar vários meses. Caso o pedido seja negado, a organização deverá esperar dois anos para reapresentá-lo. Outra diferença é a não exigência de prazo mínimo para solicitação da qualificação de OSCIP: ela pode ser requerida a partir do registro do estatuto no Cartório de registro Civil de Pessoas Jurídicas. Para solicitar o Título de Utilidade Pública Federal a entidade deve ter, pelo menos, três anos de existência.

46 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

Em princípio, a qualificação de OSCIP é mais vantajosa para as organizações não assistenciais do que o Título de Utilidade Pública Federal. no entanto, para aquelas que trabalham com assistência social, o Título de Utilidade Pública Federal ainda é a melhor opção, pois permite a obtenção do CEBAS e o gozo da isenção às contribuições sociais. Como exposto, o CEBAS confere uma vantagem muito grande às organizações assistenciais, que é a isenção da quota patronal e de outras contribuições sociais. Desta forma, aquelas entidades que possuem os critérios exigidos para sua obtenção devem considerá-la. vale ressaltar, no entanto, que a obtenção e a manutenção do CEBAS é bastante trabalhosa, exigindo muitos documentos, o registro prévio em outros órgãos e vários dispositivos específicos no estatuto da organização. Além disso, a organização detentora do CEBAS deve tomar muito cuidado com sua contabilidade e finanças: o CnAS examina periodicamente a prestação de contas e pode cancelar o certificado caso haja alguma irregularidade.

47Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

PRIMEIROS PASSOS PARA CRIAÇÃO DE UMA ORGANIZAÇÃO SOCIAL (ORGANIZAÇÃO SOCIAL SEM FINS LUCRATIVOS OU ENTIDADE SOCIAL OU UMA ORGANIZAÇÃO SOCIAL NÃO GOVERNAMENTAL – ONG)

1º PASSO: COnvOCAçÃO As pessoas de uma determinada comunidade, que tenham como objetivo um trabalho de interesse público, estarão aptas a criar uma entidade social. Podem estar preocupadas com a defesa de um bem comum e de importância coletiva, ou estar disposto em investir no desenvolvimento humano e na promoção da pessoa humana. O primeiro passo é se juntar se mobilizar e convocar uma reunião através de telefonemas, cartas, anúncio na rádio local, panfletos e jornais, ou outros meios, para seduzir as pessoas em relação à importância da criação da entidade social que estão pretendendo. O que deverá ser explicitado na reunião são os objetivos desta entidade social, a importância na comunidade, assim como a necessidade, além da definição de uma comissão de preparação das próximas reuniões, com a divisão de tarefas e responsabilidades. Deve ser formada também, uma Comissão de redação do Estatuto Social, que deverá ser pequena e ágil, no sentido de formular e apresentar uma proposta de estatuto (utilizando de um modelo como referência) que será discutido, analisado, modificado (quando necessário for) e finalmente aprovado pela Assembléia Geral, sendo que neste dia, terão que ser providenciadas cópias para todos.

2º PASSO: ASSEMBLÉIA GErAL A Assembléia Geral de Fundação da entidade, na qual será oficializada a mesma, com a convocação de todos os interessados, deverá ocorrer após definida a missão da entidade social e redigida a primeira proposta de Estatuto.

48 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

Esta Assembléia deve ser precedida de um EDITAL DE COnvOCAçÃO, contendo o dia, hora, local, além dos objetivos desta e da pauta da reunião. no dia da Assembléia, deverá haver um livro ou lista de presença que registrará todos os interessados em participar da assembléia e um Livro de Atas, no qual serão anotadas as assembléias, assinadas pelos presentes. Uma mesa dirigente dos trabalhos com um presidente e um secretário deverá ser eleita pela Assembléia. Após a leitura da pauta pelo presidente, este deverá encaminhar os debates, principalmente o do Estatuto.

3º PASSO: ESTATUTO SOCIAL A comissão deve ler o Estatuto Social proposto e distribuir uma cópia para cada presente. Cada artigo que a Assembléia ache polêmico, ou seja, destacado, deve ser discutido, modificado (se necessário) e aprovado. Abaixo estão alguns itens essenciais que devem estar contidos nos Estatutos Sociais:

a) Denominação da pessoa jurídica (nome e sigla), e endereço completo com CEP, sede e foro e fundo social quando houver (Artigos 46 e 54, I CC, item16, normas CGJ e SF);

b) Finalidades e objetivos da associação ou organização religiosa, vedada a prática de atividades típicas de sociedades com fins econômicos sem cláusula expressa de aplicação integral de resultados operacionais na consecução dos objetivos sociais - vedação da distribuição de resultados (artigos 46, I, 53 e 54, I, CC);

c) requisitos para admissão, demissão e exclusão de associados e se os sócios respondem pelas obrigações da sociedade (art. 54, III, CC);

d) Fixar forma de exercício de defesa e o recurso da decisão de exclusão de associado (art.57, CC);

e) Direitos e deveres dos associados (art. 54, III, CC), direito a voto a qualquer categoria de associados (art.55);

49Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

f) Fonte de recursos para manutenção da associação (art. 54, Iv CC);

g) Constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos (Assembléias, Diretoria, Conselho fiscal, etc, art. 54, v, CC), com mandatos fixados (na ata de eleição e no estatuto, conforme item 11.1 das normas CGJ);

h) Forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas (art. 54, vII, CC);

i) Condições e procedimento para alteração do estatuto da associação

ou organização religiosa (arts. 46, Iv e 54, vI, CC);

j) Condições e procedimento para dissolução da associação ou organização religiosa (artigos 46, vI e 54, vI, CC);

k) Destino do patrimônio em caso de dissolução da associação ou organização religiosa (arts. 46, vI, CC e 61 nCC);

l) Prazo de duração da associação ou organização religiosa (art. 46, I, CC);

m) Se os membros respondem ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais (art.46, v, CC);

n) Como se administra e representa ativa e passiva, judicial e extrajudicialmente (art. 46, III, CC);

o) Competência da assembléia na forma do art. 59 CC (i - destituir administradores; ii - alterar estatuto);

p) Estabelecer forma de convocação da assembléia (assegurada a 1/5 de associados) ou omitir (art.60, CC);

q) vedada referência aos componentes da associação como sócios e da organização religiosa como associados.

r) no caso de organização religiosa, constituída na forma da Lei número 10.825 de 2/12/003, verificar referências no artigo 46 do Código Civil, no item 9 do roteiro.

50 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

4º PASSO: A POSSE DA DIrETOrIA A eleição da diretoria deve seguir o que foi aprovado no Estatuto; e depois de eleita, deve ser conferida a posse dos cargos aos eleitos. Finalmente, foi fundada a Entidade Social, entretanto, ela ainda não possui “status” legal, o que só ocorre após alguns procedimentos burocráticos.

5º PASSO: COMO PrOCEDEr PArA O rEGISTrO LEGAL Devido à grande burocracia e às exigências específicas de cada cartório, é necessária muita paciência, pois sempre faltará algum item. A documentação terá que ser reunida e encaminhada ao Cartório de registro Civil de Pessoas Jurídicas, (em se tratando de fundação, além de pagar as taxas, registrar o Livro de Atas, os Estatutos e publicar um extrato dos mesmos, aprovados no Diário Oficial.DIrIGIr-SE COM OS DOCUMEnTOS à CEDET - CEnTrO DE ESTUDOS E DISTrIBUIçÃO DE TÍTULOS E DOCUMEnTOS.rua Xv de novembro, 51- 1º andar – Sé - São Paulo - tel.: 3248-1018/019nota: nos sites abaixo estão disponíveis modelos de Estatutos, Atas e requerimento, bem como orientações pertinentes.

www.cedete.com.bre-mail: [email protected]

A documentação, que deverá ser apresentada ao cartório, conforme Leis 10.406/02 e 11.127/05 de 28/06/2005, é a seguinte:

a) requerimento de registro, em única via dirigido ao Oficial de registro Civil de Pessoa Jurídica, subscrito pelo representante legal da organização. (item 1 normas da CGJ);

51Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

b) Três cópias datilografadas ou digitadas da Ata de Assembléia de Fundação, com nomes e individualização dos fundadores e Eleição e posse da primeira diretoria eleita, devidamente qualificada, (cargo, nome, estado civil, profissão, números do rG e CPF, e endereço completo), e com mandato fixado. Colher assinaturas de todos os eleitos a ata ou na lista ou livro de presença. A Ata deve ser rubricada em todas as suas páginas pelo representante legal da entidade e sua firma reconhecida na última, bem como assinatura de advogado com indicação do número de inscrição a OAB (art.46, II, CC e itens 11.1 e 11.2 normas da CGJ);

c) Juntar cópia autenticada do rnE, em prazo de validade, dos estrangeiros eleitos para cargos diretivos. O estrangeiro que tenha completado 60 anos de idade até o vencimento do rnE fica dispensado da renovação, devendo juntar o rnE com prazo de validade expirado (Lei 9.505/97);

d) nome Social de maneira uniforme em toda a documentação (artigos 1.155 e 1.156 CC);

e) Lista ou Livro de presenças com nomes, número do rG e assinaturas dos fundadores (item 16, alínea “f”, normas da CGJ);

f) Três cópias do Estatuto Social em papel timbrado, com rubrica do representante legal em todas as páginas, e sua firma reconhecida na última, bem como assinatura de advogado com indicação do número de inscrição a OAB (itens 1.1, 1 e 11.2 normas da CGJ);

g) Todas as páginas da documentação apresentada devem conter rubrica do representante legal da pessoa jurídica;

h) Pagamento de taxas do cartório (se houver);

i) Três cópias da relação Qualificada da Diretoria (nome, cargo, estado civil, nascimento, endereço, profissão, identidade e CPF);

j) Três cópias da relação de sócios fundadores (nome, endereço e rG, assinatura);

52 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

k) Três cópias do Edital de Convocação da Assembléia de Fundação. Importante saber, todos estes documentos fazem com que a entidade social passe a ter personalidade jurídica, mas no caso de realizar operações financeiras, abrir conta bancária ou celebrar contratos, é necessário também, os seguintes registros para funcionamento:

1. na Secretaria da receita Federal (também pelo site: www.receita.fazenda.sp.gov.br), para obtenção do CnPJ (Cadastro nacional de Pessoa Jurídica);

2. na Prefeitura, para inscrição no CCM (Cadastro de Contribuinte Municipal) e para regularização do espaço físico que será utilizado como sede social da entidade (Alvará de Funcionamento)www.prefeitura.sp.gov.br

3. no InSS (Instituto nacional do Seguro Social)www.previdenciasocial.gov.br

4. na Caixa Econômica Federal, em razão do FGTS (Fundo de Garantia por tempo de Serviço)www.caixa.gov.br

DOCUMEnTOS PArA hABILITAçÃO, CErTIFICAçÃO, CErTIDõES, COnCOrrÊnCIA, CAPTAçÃO DE rECUrSOS, ETC.

As certidões têm como finalidade demonstrar a regularidade fiscal, cadastral e jurídica de uma organização social e geralmente é necessária para as seguintes finalidades:• Licitações, editais, concorrências públicas, tomadas de preços, carta convite, pregão eletrônico, convênios.• Financiamentos bancários / BNDES.Cadastros em órgãos públicos e autarquias, SICAF/CrC.• Registro e alterações contratuais em juntas comerciais, Cartório de registro de Títulos e Documentos.

53Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

CERTIFICADOS E CERTIDÕES

54 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

CERTIFICAÇÕES

55Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

INSTRUÇÕES PARA INSCRIÇÃO NO COMAS - Conselho Municipal de Assistência Social

Podem se inscrever no COMAS, Organizações / Entidades que obedeçam ao estabelecido na resolução COMAS nº. 004/2001. Para se inscreverem as Organizações / Entidades deverão apresentar os documentos abaixo descritos, na sede do Conselho.

1. Formulário de requerimento de inscrição fornecido pelo COMAS-SP, devidamente preenchido, datado e assinado pelo representante legal da Organização / Entidade, contendo a sua identificação pela apresentação da Cédula de Identidade - rG e Cadastro de Pessoa Física - CPF (Este formulário pode ser retirado na sede do COMAS-SP, bem como a resolução COMAS-SP que dispõe sobre a inscrição de organizações / entidades de assistência social no Conselho);

2. Cópia do Estatuto Social registrado em Cartório de registro Civil de Pessoa Jurídica nos termos da lei, com identificação do mesmo Cartório, com as devidas alterações, quando houver;

3. Cópia da Ata de eleição e posse dos membros da atual diretoria, devidamente averbada no cartório de registro Civil de Pessoa Jurídica;

4. Cópia do documento de inscrição no Cadastro nacional de Pessoa Jurídica - CnPJ, do Ministério da Fazenda, atualizado;

5. relatório de atividades;

6. Balanço patrimonial e financeiro, e demonstrativo de resultado do último exercício;

7. Plano de Trabalho para o exercício em curso com demonstrativo dos serviços prestados, público alvo, ações desenvolvidas, número de atendimentos, metas propostas e locais onde as ações são desenvolvidas em consonância com os princípios da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS - Lei 8.742- 07/12/93 e com as proposições

56 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

do Plano Municipal de Assistência Social;

8. Declaração de funcionamento assinada pelo presidente ou representante legal da organização / entidade; De posse de todos os documentos, a organização / entidade deverá entregá-los na sede do COMAS-SP.Endereço: Pátio do Colégio, nº. 5 - 5º andar, centro, das 09h00 às 12h00 e das 13h30 às 17h00.Obs: Os serviços prestados pelo COMAS-SP são inteiramente gratuitos.

INFORMAÇÕES SOBRE REGISTRO NO CMDCA-SP Documentos obrigatórios para concessão de registro no CMDCA-SP:

1. Ofício em papel timbrado da OnG, (Organização não governamental) dirigido ao Presidente do CMDCA, solicitando registro para funcionamento, inscrição dos programas (em duas vias), assinado pelo representante legal (Presidente da Organização/ Entidade).

2. Estatuto Social da OnG registrado em cartório atualizado, conforme o novo código civil de 2002;

3. Ata de Eleição da atual Diretoria (Cópia autenticada);

4. Atestado de Antecedentes Criminais - (Polícia Civil - Poupa Tempo);

5. Declaração que os Diretores não são remunerados, assinada pelo Presidente e Contador da Organização / Entidade;

6. CnPJ atualizado- site: www.receita.fazenda.sp.gov.br

7. Cadastro de Contribuintes Mobiliários (CCM) Site: www.prefeitura.sp.gov.br

8. Certidão negativa de Débito do InSS (CnD)Site: www.previdenciasocial.gov.br

57Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

9. Certificado de regularidade do FGTS - CrFSite: www.caixa.gov.br

10. Balanço Financeiro dos dois últimos anos;

11. Declaração da OnG quanto ao devido cumprimento da Lei nº 8.069/90 (ECA), para seu registro e inscrição dos programas desenvolvidos, com assinatura do presidente e carimbo do CnPJ em papel timbrado;

12. Plano de Trabalho dos programas a serem inscritos em concordância com a Lei 8.069/90, também especificando; Quadro de recursos humanos contratados com a formação e carga horária de trabalhadores. Dias e horários de funcionamento;

13. Caso for Programa Abrigo: relação nominal de crianças e adolescentes por faixa etária e sexo;

14. Planta Física ou Croquis com as devidas dimensões dos locais com atendimento às crianças e adolescentes;

15. Licença de Funcionamento da PMSP na subprefeitura da região, ou laudo técnico de habitabilidade (engenheiro / ArT);

16. Auto de vistoria do Corpo de Bombeiros ou laudo técnico de segurança (engenheiro de segurança / ArT);

17. Atestado da Secretaria da Saúde - Centro de vigilância Sanitária (se for o caso);

18. Se for renovação de registro: Termo de Convênio estabelecido da OnG com a PMSP ou Estado (folha de rosto);

19. Caso tenha captação de recursos (telemarketing), anexar contrato e extrato de conta corrente da Instituição.

Certificação Junto à SMADS

As Organizações de Assistência Social, desde que preenchidos os requisitos normativos podem ser matriculados na

58 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

SMADS - Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social e as Organizações não específicas de assistência social, mas que prestam pelo menos um serviço de assistência, no município de São Paulo há um ano, podem ser credenciadas. As Organizações interessadas na Certificação na SMADS devem se dirigir à Supervisão de Assistência Social correspondente ao distrito onde a sede da organização está localizada para a formulação do pedido e apresentação da documentação exigida. (Lei de Parcerias 13.153/01).Site: http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/assistência_social

59Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

ASPECTOS TRABALHISTAS

É importante ressaltar que as organizações sociais sem fins lucrativos não gozam de tratamento jurídico diferenciado no âmbito trabalhista. A regra geral a ser observada pelas organizações sociais é a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e toda a legislação que lhe é complementar.

Serviço Voluntário

A Lei nº 9.608/98 regula o serviço voluntário e o caracteriza como a atividade não remunerada prestada por pessoa física a instituição pública de qualquer natureza ou a entidade privada de fins não lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade. Segundo a Lei o serviço voluntário não gera vínculo empregatício nem obrigação de natureza, previdenciária ou afim. O serviço voluntário deve estar previsto em contrato escrito (Termo de Adesão), no qual devem constar a descrição das partes, a natureza do serviço e as condições para o seu exercício. Desde que expressamente autorizado pela organização social, o voluntário poderá ser reembolsado das despesas que tiver no desempenho da atividade para a qual se habilitou, mediante a apresentação dos respectivos comprovantes. Em virtude das inclusões posteriores promovidas pela Lei 10.748/03, prevê o pagamento de um valor mínimo (ver com contador ou advogado) a título de auxílio financeiro durante o período máximo de seis meses a voluntários que tenham entre 16 a 24 anos de idade e que sejam integrantes de família com renda mensal per capita de até meio salário mínimo. Tem preferência os jovens egressos de unidades prisionais ou que estejam cumprindo medidas sócio-educativas e/ou grupos específicos de jovens trabalhadores submetidos a maiores taxas de desemprego.

60 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

ASPECTOS TRIBUTÁRIOS

Imunidade de impostos: Constituição federal - art. 150, vI, “c” e; Imunidade de Contribuições Sociais: Constituição Federal, art. 195, inciso 7º. As Organizações Sociais gozam de benefícios fiscais para exercerem funções tidas como públicas e complementares às do Estado. A legislação prevê dois regimes tributários distintos para as organizações sociais: Imunidade e Isenção. Imunidade é uma proibição imposta aos entes políticos (União, estados, Distrito federal e Municípios), previstas na Constituição Federal, de tributar certas pessoas, atos e fatos em determinadas situações. E para usufruí-la as organizações sociais deve cumprir requisitos legais. Isenção é a desobrigação do pagamento de determinado tributo, observados os requisitos legais. A Isenção se caracteriza como renúncia ou favor legal do estado.

nota: EM AMBOS OS CASOS (IMUnIDADE E ISEnçÃO) AS OrGAnIzAçõES SOCIAIS DEvEM rECOrrEr A PrÉvIA COnSULTA A ADvOGADO E COnTADOr PArA OBTEr OrIEnTAçÃO E APLICAçÃO nO CASO COnCrETO.

61Cartilha de Orientações para Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos

CONCLUSÕES

A presente cartilha de orientações para Organizações Sociais sem fins lucrativos (Associações, Organizações não governamentais, Fundações), apresentou os temas principais que se situam no mundo do Terceiro Setor. não se pretende esgotar tema tão vasto com essa proposta, mas sim informar aos dirigentes e lideranças das Organizações Sociais, os caminhos básicos para a caminhada da profissionalização rumo a sustentabilidade. ressaltamos o importante papel por todas as Entidades de interesse social que interagem complementarmente às ações estatais em observância ao princípio constitucional da construção de uma sociedade livre, justa e solidária onde o exercício da cidadania é demonstrado na participação e ações conjuntas entre o Primeiro Setor (Estado), o Segundo Setor (empresas – comércio - serviços) e o Terceiro Setor (Sociedade Civil Organizada).

Fórum para o Desenvolvimento do Terceiro Setor:Argemiro de França LopesPresidente do Conselho de Administração

Nilo Sérgio MarchiMTB/SP- 50.575Secretário do Fórum

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

PAES, J. E. S. Fundações, associações e entidades de interesse social: aspectos jurídicos, administrativos, contábeis, trabalhistas e tributários. Brasília: Editora Brasília Jurídica, 2004.

SzAzI, Eduardo. Terceiro setor: regulação no Brasil. São Paulo: GIFE; Editora Peirópolis, 2003.

Anotações do Fórum do 3º Setor nos últimos 12 anos de eventos realizados.

Sites

www.eaesp.fgvsp.br - Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio vargas (Centro de Estudos do Terceiro Setor - CETS).

www.oabsp.org.br – Ordem dos Advogados do Brasil, Secção São Paulo (Comissão de Direito do Terceiro Setor).

www.integração.fgvsp.br - Integração revista Eletrônica do Terceiro Setor do Centro de Estudos do Terceiro Setor - CETS - da EAESP/FGv.

www.mapa.org.br - Mapa do 3º Setor do Centro de Estudos do Terceiro Setor (CETS) - da EAESP/ FGv.

www.cultura.gov.br - Ministério da Cultura.

www.mds.gov.br - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Conselho nacional de Assistência Sócia e CEAS).

www.mj.gov.br - Ministério da Justiça (Utilidade Pública federal e OSCIP).

www.receita.fazenda.gov.br - receita Federal.

www.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/assistencia_social - Prefeitura da cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social - SMADS.

62 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social