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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICA DE PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

BULLYING COMO VIOLÊNCIA ESCOLAR: conhecer e

dialogar para propor ações eficientes.

PROFESSOR PDE: - Celito Francisco Zanon Rossato

ORIENTADOR: PROF. MST. - Marcos Augusto Moraes Arcoverde

NRE DE TOLEDO – JULHO DE 2012

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BULLYING COMO VIOLÊNCIA ESCOLAR: conhecer e

dialogar para propor ações eficientes.

Celito Francisco Zanon Rossato 1

Marcos Augusto Moraes Arcoverde 2

RESUMO

A violência entre os seres humanos sempre existiu e sempre existirá. Neste trabalho

tratou-se da violência escolar e “bullying”. Iniciou-se o presente artigo, refletindo

historicamente os vários momentos de violência vivenciada pela humanidade.

Aborda-se a difícil tarefa de conceituar violência a partir de vários autores

pesquisados sobre violência e os tipos de agressões que o ser humano pratica

contra seus semelhantes. Tratar-se-à da modalidade de violência escolar “bullying”,

que pode ocorrer em qualquer espaço onde há relações interpessoais. A escola é

um destes espaços. É neste e em qualquer outro ambiente que aparecem os

personagens do “bullying” que são: agressor, vítima e expectador. A violência virtual,

como similar do “bullying”, que são praticadas pelas mais modernas ferramentas

tecnológicas de comunicação (fixa ou móvel), como internet, msm, yutube, entre

outros com intenção covarde de humilhar, ridicularizar, maltratar seus alvos,

conhecido como “cyberbullying”. A prática do “bullying/cyberbullying” pode provocar

as mais variadas, profundas e incalculáveis consequências danosas na criança e

adolescente, especialmente neste momento da fase da vida do desenvolvimento

físico, psíquico, emocional durante sua vida de adolescente e até mesmo quando

adulto. Como “bullying/cyberbullying” são tão prejudiciais às crianças e

adolescentes, propõe-se a execução de projeto de estudos aos gestores,

pedagogos, professores e funcionários para discutir ações a fim de melhorar a

1 Professor da rede pública estadual atua no Núcleo Regional de Educação – Toledo/Paraná. Participante do PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional – Área de Gestão Escolar - turma 2010.

2 Docente da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Campus de Foz do Iguaçu, Orientador deste trabalho.

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intervenção com os envolvidos na escola. Os resultados deste trabalho são algumas

sugestões de ações possíveis a serem aplicadas no ambiente escolar onde existe o

problema para minimizar esta modalidade de violência.

PALAVRAS CHAVES: Educação, violência, bullying, paz.

1. INTRODUÇÃO

A sociedade atual tem evoluído tão rapidamente em todos os campos do

conhecimento, comunicação, convívio, ideias, pensamentos diferentes e, com isto,

cria modos divergentes de ver, sentir e perceber a realidade do mundo em que está

inserido. A escola, que faz parte desta sociedade e nela está inserida, apresenta os

mesmos problemas que ela. A questão que abordaremos neste artigo é a violência

ou conflitos praticados no ambiente escolar e que tem apresentado um aumento

significativo nas últimas décadas com requintes de maior crueldade, muitas vezes

com fins trágicos. Mais especificamente é a modalidade de violência escolar tipo

“bullying” que é praticada entre colegas, iguais sem uma motivação evidente, com a

intenção de sentir prazer e impor seu poder sobre a vítima ou alvo, ocasionando

sofrimento, dor, angústia e consequências e sequelas graves pelo resto da vida dos

envolvidos, quando não leva a fins trágicos.

O artigo aborda uma pesquisa bibliográfica relatando sucintamente a história

da humanidade e na bíblia em relação à prática da violência nos convívios sociais da

antiguidade. A compreensão do conceito de violência será abordada segundo os

autores pesquisados, uma vez que eles (os conceitos) apresentam uma constante

evolução e novos paradigmas com o passar dos tempos. A especificidade deste

artigo está no conteúdo específico da violência escolar tipo “bullying” praticado em

qualquer ambiente escolar onde existem relações interpessoais ou intrapessoais

com o objetivo específico de sentir prazer e impor seu poder sobre o alvo ou vítima

que sofre as mais variáveis e infindáveis agressões sem poder se defender.

O sofrimento e o envolvimento das personagens desta modalidade de

violência “bullying” são infindáveis, com consequências profundas, graves,

irreparáveis que podem levar pelo resto de suas vidas ou quando não são

interrompidas por não suportar tão animalidade e intensidade das agressões.

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Diante deste quadro, o que podemos fazer como educadores para amenizar

esta realidade que se apresenta na grande maioria das escolas? A grande

preocupação está no fato da criança estar vivenciando um momento de

transformação e desenvolvimento físico, emocional, sexual, intelectual, psicológico e

ter que enfrentar situações tão vexatórias de incivilidade pelos agressores. Como

será a vida adulta desta criança?

Diante deste quadro e questionamentos, propomos ações de intervenção que

necessita da união de todos no enfrentamento do “bullying” na escola. Faz-se

necessário o conhecimento dessa modalidade de violência para realizar ações

eficientes, isto é, estudar para conhecer e discutir coletivamente ações de acordo

com a realidade para agir com propriedade diante da grandiosidade e gravidade do

problema. Na formação realizada com gestores, pedagogos, professores,

funcionários com o objetivo de prepará-los na sua prática pedagógica com

intervenção eficiente quando ocorrer à violência “bullying” no ambiente escolar. A

formação proporcionou aos cursistas estudos e elaboração de projetos de

intervenção com sugestões de atividades, ações possíveis com a finalidade de

amenizar a violência “bullying” no ambiente escolar e criar um local prazeroso aos

alunos.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:

Desde o início da existência do ser humano, por suas características sociais,

houve acordos e desacordos. As características de desigualdades de pensamentos,

ideias, formas de entendimento, reações diferenciadas entre pessoas, indicaram a

possibilidade de convivência conflituosa.

Os relatos da história da humanidade, desde a sua antiguidade, apresentam a

existência de conflito e violência nas relações sociais entre pessoas, grupos,

regiões, povos que acabaram em destruição e mortes.

A Bíblia relata acontecimentos de conflitos e violência entre e contra as

pessoas da sociedade naquele período da história da humanidade, como no

exemplo do caso de Caim e Abel, entre outros. Também relata a violência divina

sobre o ser humano, como exemplo, indicamos o que diz, Gênesis 6:13 - “Então

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disse Deus a Noé: O fim de toda carne é chegado perante mim; porque a terra está

cheia da violência dos homens; eis que os destruirei juntamente com a terra”.

Os relatos na Bíblia nos livros do Novo Testamento, a violência sofrida por

Jesus Cristo, desde sua prisão, julgamento, as atrocidades praticadas sobre ele, a

condenação, o fato dele carregar a cruz até o local onde foi crucificado vivo e

suspenso até morrer, para servir de exemplo para a sociedade da época são

exemplos de como os atos de violência estão presentes na história da humanidade.

Posteriormente, outros acontecimentos de promoção e práticas de violência

contra pessoas, comunidades, povos tais como a inquisição, o nazismo, guerras,

ditaduras, domínio a força, entre outros, promoveram extermínio de povos,

destruição, torturas, sofrimentos e mortes na história da humanidade com sérias

consequências na sociedade atual na busca de poder sobre seus semelhantes.

Além das violências anteriormente descritas, há uma infinidade de outras

modalidades que são praticadas por indivíduo(s) sobre outro(s), muitas vezes por

motivos banais ou simplesmente para exercer seu poder sobre os outros seres

humano.

Na sociedade contemporânea vem acontecendo transformações radicais e

rápidas, numa velocidade nunca vivenciada em todos os tempos da existência da

humanidade, tais como: computadores, comunicação, internet, televisão, tecnologia,

ciência, conhecimentos (dos mais variados), entre outros. É nestas transformações

rápidas e radicais que existe a possibilidade de acontecer os conflitos e violências

entre pessoas.

Para controlar os conflitos e violências na convivência humana, o ser humano

criou leis, normas e regras, a fim que sejam cumpridas entre as pessoas desta

sociedade, buscando promover a boa convivência entre seus semelhantes.

O estudo dos fundamentos dos conceitos de violência se faz necessário para

melhor entendimento e compreensão das mais variadas formas que ocorrem no

ambiente escolar ou não, em específico a modalidade violência “bullying”.

Mas, o que é violência?

Quanto ao conceito de violência, não há uma unanimidade na sua definição,

pela amplitude e abrangência do seu significado. Porém, de acordo com alguns

pesquisadores, apresentam suas próprias definições.

A palavra violência tem origem do latim, segundo Gregório (2000):

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“vem do latim violentia, que significa violência, caráter violento ou bravio, força. O verbo violare significa tratar com violência, profanar, transgredir. Tais termos devem ser referidos a vis, que quer dizer, força, vigor, potência. Mais profundamente, a palavra vis significa a força em ação, o recurso de um corpo para exercer a sua força e, portanto a potência, o valor, a força vital”.

O exercício da aplicação desta força sobre o outro pode provocar alguma

forma de violência.

As professoras Aranha e Martins (1998, p. 186) relatam:

“todos aqueles que são atingidos pela violência transformam-se em vítimas, pois são prejudicados de alguma forma pelo uso da força ou privados de algum bem, seja ele a vida, a integridade do corpo ou do espírito, a dignidade, a liberdade de movimento ou os bens materiais. Por isso constitui violência matar, ferir, prender, roubar, humilhar, explorar o trabalho alheio”.

O dicionário da Língua Portuguesa Aurélio (1999, p. 2076) conceitua violência

como “qualidade de violento, ato violento, ato de violentar, constrangimento físico ou

moral; uso da força, coação”.

Já o Dicionário Larousse (1992, p. 1158) o define como “qualidade ou caráter

de violento. Ação violenta. Ato ou efeito de violentar. Constrangimento físico ou

moral. Qualquer força material ou moral empregada contra a vontade ou a liberdade

de uma pessoa; coação”.

Neste contexto, podemos relatar também que qualquer pessoa ou grupo que

sofre uma força física ou de poder contra si ou comunidade, nação e que resulte em

possíveis danos de qualquer natureza é considerado violência.

O Relatório Mundial sobre Violência e Saúde, da Organização Mundial da

Saúde (OMS, 2002, p. 5) conceitua violência como:

“uso intencional da força física ou do poder, real ou ameaça, contra si próprio contra outras pessoas, ou contra um grupo ou comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”.

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Segundo Érnica (2009), a comunidade internacional de direitos humanos,

entende violência, como toda e qualquer violação dos direitos civis, que são as

liberdades: individuais (vida, liberdade de ir e vir, de culto, de pensamento, de

propriedade, igualdade perante a lei, não ter o lar violado); políticas (participação na

política, organizar partidos, de votar e ser votado); sociais (educação, saúde,

segurança, habitação, lazer); econômicas (nasceu da luta dos trabalhadores pelo

direito ao trabalho, ter emprego e salário justo); e culturais (manifestação de sua

cultura).

Conforme Chauí (2005, p. 178):

“a violência é percebida como exercício da força física e da coação psíquica para obrigar alguém a fazer alguma coisa contrária a seus interesses e desejos, contrária a seu corpo e à sua consciência, causando-lhe danos profundos e irreparáveis como a morte, a loucura, a auto-agressão ou a agressão aos outros”.

Culturalmente Chauí (2005, p.178): conceitua

“a violências é entendida como violação da integridade física e psíquica, da dignidade humana de alguém. Eis por que o assassinato a tortura, a justiça, a mentira, o estupro, a calúnia, a má-fé, o roubo são considerados violência, imoralidade e crime”. [...] “a profanação das coisas sagradas e a discriminação social e política de pessoas por causa de suas crenças. Da mesma maneira, é violência prender, torturar e matar pessoas por causa de suas convicções políticas ou por causa de suas preferências sexuais”.

Na sociedade moderna, uma das grandes preocupações da atualidade são a

questão da violência e suas mais variadas formas de agredir a pessoa humana na

sua integridade física, moral e patrimonial pública e/ou privada da vida do sujeito.

Neste sentido, também podemos destacar a violência praticada pela classe

dominante sobre a classe dos dominados (trabalhadores) imposta simbolicamente

pela discriminação das mais variadas e exclusão econômica, social, jurídica, entre

outra, considerando-os inferiores entre os membros da sociedade. (Silva, 2010)

Devemos conhecer e compreender a violência não de forma absoluta, pois se

modifica de acordo com a evolução da sociedade, grupos sociais (comunidades,

regiões, estados e nações), períodos da história da humanidade (épocas) e de

pessoa para pessoa. Portanto, não podemos conceituar absolutamente e

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abstrativamente violência, uma vez que existe a constante evolução dos

conhecimentos das relações humanas que vão construindo novas definições, novos

conceitos, novas visões, novos paradigmas no entendimento da definição de

violência.

A violência pode ser praticada em outras instâncias do comportamento

humano, tais como: economia, política, religiosa, cultural e social quando

desrespeitam o direito do outro nas relações sociais e interpessoais no cumprimento

das regras, normas, leis estabelecidas pelos membros da sociedade.

A escola que está inserida nesta sociedade pode perceber e visualizar um

crescente aumento das violências, conflitos e desrespeito às regras, normas, leis,

valores sociais nas relações interpessoais e intrapessoais entre colegas de turma

e/ou da escola.

A violência no ambiente escolar contra ou entre os alunos (crianças e/ou

adolescentes), desvincula a ideia de que a escola é um local de assimilação,

aprendizagem de conhecimentos sistematizados, de formação da cidadania, da

ética/moral, “porto seguro”, para tornar-se um possível local de desrespeito,

violência, insegurança, perda de tempo, aprender e vivenciar conflitos e intrigas

entre colegas causando danos de todas as formas e modalidades das mais

covardes e perversas. Principalmente no momento em que acontecem as rápidas

alterações na fase da vida em que a criança e/ou adolescente está em

desenvolvimento físico, psicológico, sexual e de aprendizagem intelectual, são

muitas vezes, excluídos ou violados seus direitos à educação e a assimilação destes

conhecimentos produzidos pela humanidade, causando possíveis transtornos

psíquicos e/ou físicos na sua formação integral de cidadão, sendo desrespeitada a

Lei nº8069/90, “O Estatuto da Criança e do Adolescente” que os protegem contra

qualquer tipo e forma de violência.

Entre as tantas modalidades de violência que acontece no ambiente escolar,

vamos abordar a violência escolar, mais especificamente o “bullying" no ambiente

escolar.

“Bullying” é uma modalidade de violência que ocorre em qualquer ambiente

(escolar, trabalho, moradia, entre outra), praticada entre iguais, que atualmente está

chamando a atenção de pais, profissionais da saúde e da educação, pelos sérios

danos possíveis provocados na criança e/ou no adolescente que sofre ou pratica as

agressões.

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O “bullying”, no âmbito escolar, é uma modalidade de violência escolar que

está evoluindo e assumindo cada vez mais requintes de maior agressividade e

crueldade nas relações interpessoais entre crianças e/ou adolescentes.

As práticas de violência, tais como: gozação, apelidos pejorativos, empurrar,

agredir, perseguir, zoar, humilhar, ameaçar, excluir, isolar, intimidar, discriminar,

ofender, assediar, amedrontar, tiranizar, aterrorizar, dominar, chutar, bater, ferir,

forçar a dar dinheiro, roubar e quebrar pertences entre outros, estão se tornado mais

frequentes no ambiente escolar, e muitas vezes são entendidas, pelos pais, gestores

e professores, como brincadeiras de criança e específicas da idade. Tais ações,

consideradas como brincadeiras, fazem das vítimas objeto de gozação e violência

de toda e qualquer ordem, natureza e forma impondo sobre ele sua vontade, sua

força, seu poder para intimidar ou perseguir seus alvos sentindo alegria do mal

causado nele. Assim nesse contexto o problema é subestimado.

O “bullying” é uma atitude agressiva, consciente, intencional, repetitiva e hostil

sem uma motivação evidente, adotada no ambiente escolar ou não, por uma criança

e/ou adolescente (ou grupo) contra outro (ou grupo), com intenção de sentir prazer

em agredir e exercer seu poder sobre a vítima causando angústia, dor e sofrimento

num desequilíbrio de poder. (Fante, 2005)

Também pode ser relacionada com as brincadeiras em que de um lado brinca,

ri, sente prazer do outro um sofre sem poder se defender e impossibilitado de fazer

cessar as ações de sofrimento. Quando o agressor “bully” pratica violências ou

agressões, geralmente usa da força e/ou poder para intimidar ou perseguir um(s)

colega(s) da turma ou da escola com objetivo apenas de sentir prazer em ver o outro

sofrer sem ter condições de se defender. Tais atitudes no ambiente escolar estão

sendo considerado um problema de saúde pública, podendo causar graves

conseqüências psíquicas, como relata a professora pesquisadora Silva (2010, p. 25)

“a prática do 'bullying' agrava o problema preexistente, assim como pode abrir

quadros graves de transtornos psíquicos e/ou comportamentais que, muitas vezes,

trazem prejuízos irreversíveis”.

É uma modalidade de violência que, por não ter uma palavra na língua

portuguesa com significado para representar a amplitude de sua ação na vítima e

em todos os envolvidos, usa-se a expressão inglesa “bullying”. A tradução do termo

inglês para a língua portuguesa não tem uma palavra com o significado e a

abrangência que expressa na língua inglesa. Na língua portuguesa já foram

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identificadas mais de sessenta e sete (67) palavras que pode se relacionar e

significar o comportamento “bullying”.

O Professor Don Olweus, da Universidade da Noruega, na década de 80, ao

pesquisar as tendências suicidas entre crianças e adolescentes, percebeu que a

maioria deles havia sofrido algum tipo de violência, tais como: ameaças, humilhação,

agressão (física e/ou psicológica) que chamou de “bullying”.

Siefert, (2009), relata que:

“há uma enumeração interminável de práticas ditas como vexatórias e agressivas destacadas nesta violência: insultos, intimidações, apelidos cruéis e constrangedores, gozações que causam mágoas profundas, acusações injustas, práticas grupais que hostilizam, ridicularizam e importuna a vida de outros alunos, gerando além de danos físicos, psíquicos, morais e materiais, a exclusão do aluno do meio escolar”.

Na prática das convivências de crianças e adolescentes de modo agressivo e

cruel em suas relações pode ter a intenção de zoar, sentir prazer pelo sofrimento

dos mais frágeis, indefesos, diferentes para impor seu status e poder.

Segundo Fante (2005 p. 29) “bullying” é “um comportamento cruel intrínseco

nas relações interpessoais, em que os mais fortes convertem os mais frágeis em

objetos de diversão e prazer, através de ‘brincadeiras’ que disfarçam o propósito de

maltratar e intimidar”.

Para Pereira (2002, p. 18), o “bullying” não é brincadeira de criança ou da

idade, pois nesta modalidade de violência existe uma:

“intencionalidade de fazer mal e a persistência de uma prática a que a vítima é sujeita o que diferencia o “bullying” de outras situações ou comportamentos agressivos, sendo três os fatores fundamentais que normalmente o identificam: 1) O mal causado a outrem não resulta de uma provocação, pelo menos por ações que possam ser identificadas como provocações. 2) As intimidações e a vitimização de outros têm caráter regular, não acontecendo apenas ocasionalmente. 3) Geralmente os agressores são mais fortes (fisicamente), recorrem ao uso de arma branca, ou tem um perfil violento e ameaçador. As vítimas frequentemente não estão em posição de se defenderem ou de procurar auxílio”.

Os conflitos ou violências fazem parte da construção ou constituição da

existência da sociedade. A escola, por fazer parte desta sociedade, está inserida

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nela, trazendo para seu ambiente as relações de conflitos e violências vivenciadas

no meio de sua convivência, são fatores externos determinando os comportamentos

agressivos ou não da criança e adolescente no ambiente escolar e nos diferentes

ambientes por onde eles circulam no dia a dia.

Conforme relata Abramoway e Rua (2003, p. 24), a escola deve levar em

conta os fatores externos como a:

“questão de gênero (masculinidade/feminilidade); relações raciais (racismo/xenofobia); situações familiares (características sociais das famílias); influência dos meios de comunicação (rádio, TV, revistas, jornais, etc.); espaço social das escolas (o bairro, a sociedade)”.

Existem também os fatores internos da escola como promotora de

comportamento agressivo entre crianças e/ou adolescentes, que são identificados

no ambiente escolar através das relações interpessoais, da comunidade escolar

(gestores, professores, funcionários) entre outros.

Neste sentido a professora e pesquisadora Fante (2005, p.168) destaca os

fatores internos produtores de violência escolar, que “podemos classificá-los em três

categorias: o clima escolar, as relações interpessoais e as características de cada

membro da comunidade escolar”.

As pesquisadoras Abramoway e Rua (2003, p. 25) identificam outros fatores

internos que determinam o comportamento agressivo na escola, tais como:

“a idade e a série ou nível de escolaridade dos estudantes; as regras e a disciplina dos projetos pedagógicos das escolas, assim como o impacto do sistema de punições; o comportamento dos professores em relação aos alunos e à prática educacional em geral”.

Em qualquer ambiente onde existem pessoas, em especial crianças ou

adolescentes, acontece “brincadeira” ou violência de todas as forma e espécies que

é próprio do desenvolvimento e da convivência nesta faixa etária. Estas

“brincadeiras” podem ser visualizadas e/ou identificadas como: as que são

momentâneas tanto para quem pratica como para quem sofre, sem interferir no

ambiente escolar e/ou na sala de aula e/ou aprendizagem e que passado o

momento volta à calma, são esquecidas e desaparece.

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O que deve chamar a atenção dos gestores, pedagogos, professores,

funcionários e pais são as agressões que persistem sem uma motivação evidente e

repetida, já que não é mais uma brincadeira de criança ou da idade, é uma violência

que precisa ser combatida com seriedade, estudada para agir com conhecimento de

causa e com segurança na efetiva solução deste problema evitando o

desenvolvimento de consequências irreparáveis, cruéis e muitas vezes trágicas.

Portanto, não podemos generalizar e chamar de “bullying” qualquer divergência ou

brincadeiras entre iguais.

Em geral, a vítima apresenta características distintas dos demais colegas, tais

como: são obesos ou esqueléticos, usam óculos por terem problema de visão,

apresenta facilidade ou dificuldade na aprendizagem, modo de se vestir ou de

pensar, entre tantos outros motivos. As consequências do “bullying” podem alcançar

proporções graves na vida das crianças e dos adolescentes, interferindo no

desenvolvimento intelectual, físico, psicológico, emocional, espiritual, sexual, nas

relações interpessoais ou intrapessoais e no crescimento individual e social tanto do

agressor como da vítima que estão em estágio de formação.

O “bullying” pode se relacionar nas mais variadas modalidades de violências,

em qualquer local onde há relações entre seres humanos, nos mais variados tipos,

locais de agressões e abusos praticados entre iguais.

3. TIPOS DE VIOLÊNCIA:

3.1. Física ou material

É a violência praticada através do uso da força física com intenção evidente

de agredir ou ferir a vítima sem uma motivação evidente e efetiva, exigir obediência

ou satisfação de sua vontade e impor seu poder para sentir prazer em ver a vítima

sofrer, não importando os possíveis danos incalculáveis e consequências isto pode

causar.

Neste sentido, a pesquisadora e educadora Fante (2005, p. 178) destacam a

violência física como:

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“[...] desde uma simples palmada no bumbum até as agressões com armas brancas e de fogo ou instrumentos (pau, barra de ferro, taco de bilhar, chinelos, cintos) e a imposição de queimaduras, socos, pontapés, beliscões, puxões de cabelos e de orelhas são manifestações de violência”.

A violência física ou material pode acontecer quando existe uma relação de

imposição de poder do agressor sobre a vítima com ações de modo violento, tais

como: tapas, golpes (mãos e pés), estalos, murros (socos), maus tratos, agressão

com objetos variados, uso de líquidos ou objetos quentes causando queimaduras,

entre outras.

É uma modalidade de violência que quando praticada deixa marcas visíveis e

de fácil identificação no corpo da vítima e como nos seus objetos materiais.

3.2. Psicológica ou morais

É uma modalidade de violência que quando praticada não deixa marcas

visíveis no corpo da vítima, mas deixa marcas profundas e por toda a vida no

emocional, no psicológico, podendo causar um problema de saúde, necessitando de

intervenção médica e tratamento.

A violência psicológica caracteriza-se pelas agressões praticadas como:

humilhação, rejeição, menosprezo, depreciação, desrespeito, discriminação,

castigos exagerados, impedir de falar, negar os direitos, provocar raiva ou choro,

ameaçar de morte, esconder informações, torná-lo submisso ao agressor, entre

outros.

A educadora e pesquisadora Fante (2005, p. 178) identifica como:

“a violência psicologia é um tipo de violência mais difícil de ser reconhecida. Acreditamos que essa dificuldade de reconhecimento ocorre porque, muitas vezes, essa forma de violência se confunde com 'estratégias psicopedagógicas' adotadas por alguns pais”.

Por ser uma modalidade de violência que não é materializada e visível, mas

gera sofrimento, angústia e dor pela intenção do agressor em sentir prazer do

sofrimento do outro (vítima) não importando sobre os possíveis e imensuráveis

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danos provocados no seu psíquico e emocional pelo resto da vida mesmo quando

adulto podendo tornar-se uma pessoa com problemas de relacionamento e

convivência social.

Portanto, para propor qualquer ação, para que seja eficiente no

enfrentamento e combate às brutalidades e/ou violências praticadas contra as

vítimas é necessário promover o envolvimento de toda a comunidade escolar

(gestores, pedagogos(as), professores, funcionários, pais e as instâncias) para

estudar, conhecer esta modalidade de violência tão cruel, criminosa, covarde, para

propor ações eficientes com o objetivo de minimizar o problema do “bullying” no

ambiente onde acontece.

3.3. Verbal

É a violência praticada nas relações interpessoais no meio social, identificada

como alfinetada, característica praticada mais entre as mulheres, porém em menor

intensidade entre os homens. A prática da modalidade de violência verbal se

desencadeia na convivência social com discussões acirradas e é utilizada para

incomodar, deprecia e importunar a vida de seus semelhantes através de ações

como: insultos, ofensas verbais, depreciação, entre outros. As agressões verbais

podem provocar consequências tão grave ou mais que a violência física, que

dependendo do caso pode levar a fins trágicos como vingança, homicídio, entre

outros ou deixar marcas profundas e irreversíveis no emocional ou psíquico da

pessoa.

3.4. Virtual ou “cyberbullying”

É uma modalidade de violência covarde e perversa praticada utilizando a rede

mundial de computadores, moderna ferramenta tecnológica de informação e

comunicação, à internet, através de: e-mails, orkuts, torpedos, blogs, fotoblogs,

msns, redes sociais o celular (fotos, mensagens) com a intenção de humilhar,

maltratar, constranger, insultar, espalhar rumores, boatos cruéis sobre os colegas,

seus familiares, até mesmo os professores.

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Beatriz Santomauro (2010, p. 67) relata a violência virtual descrevendo que:

“na internet e no celular, mensagens com imagens e comentários depreciativos se alastram rapidamente e torna o 'bullying' ainda mais perverso. Como o espaço virtual é ilimitado, o poder de agressão se amplia e a vítima se sente acuada mesmo fora da escola. E o que é pior muitas vezes, ela não sabe de quem se defender”.

Neste contexto infelizmente, o “cyberbullying” ou violência virtual é a

modalidade de violência que mais cresce na sociedade moderna. Assim, a agressão

praticada através dos meios de comunicação, a vítima pode sofrer consequência

maior que a física, isto é, danos incalculáveis, terríveis, cruéis e imensos no plano

psicológico, emocional e social, podendo levá-lo a problemas de saúde grave pelo

resto de sua vida e até mesmo ao suicídio.

O “cyberbullying” é a violência praticada virtualmente, sendo uma variação do

“bullying”, que utiliza a rede mundial de computadores e de comunicação, através da

internet ou celulares.

Na prática os “cyberbulles” utilizam-se das modernas ferramentas tecnologias

de informação e comunicação, móveis ou fixas, (e-mails, twitter, youtube, blogs,

torpedos, skype, MSN, fotoblogs, orkut, comunidades, celulares, entre outros) com o

objetivo de maltratar, ridicularizar, humilhar, insultar, constranger, espalhar rumores e

boatos cruéis sobre os colegas, seus familiares, até mesmo sobre os profissionais

da educação perante a sociedade virtual. A prática da violência virtual ou

“cyberbullying” está se propagando rapidamente entre as crianças e/ou adolescentes

que tem facilidade em manusear esta tecnologia.

A responsabilidade quando a criança e/ou adolescente pratica o

“cyberbullying” ou “bulllying”, é dos pais ou responsáveis que devem orientar seus

filhos dos possíveis danos e prejuízos que esta prática provoca no colega.

A advogada e pedagoga Sleiman,(2011) no artigo “Internet com educação –

riscos jurídicos” descrevem as responsabilidades de quem pratica “cyberbullying”.

“a legislação é clara: tanto o Código Civil como o Estatuto da Criança e do Adolescente são explícitos na questão da responsabilidade. Portanto, os pais têm sim o dever de 'vigiar', monitorar o que seus filhos fazem na internet: primeiro para zelar pela segurança de seus filhos e segundo para poder orientá-los para que não cometam infrações”.

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Portanto, a prática do “cyberbullying” é crime e passível de indenização e de

punição judicial na forma da lei.

Silva (2010, p.126) relata como é praticada a violência virtual:

“os praticantes de 'cyberbullying' ou 'bullying virtual' utilizam, na sua prática, os mais atuais e modernos instrumentos da internet e de outros avanços tecnológico na rede da informação e da comunicação (fixa ou móvel), com o covarde intuito de constranger, humilhar e maltratar suas vítimas”.

O “cyberbullying” é praticado mais especificamente por adolescentes, jovens

e até por adultos que se esconde pelo possível anonimato e pela identidade falsa,

covardemente praticam crimes contra seus semelhantes com a ideia de impunidade.

Atualmente não existe anonimato absoluto na internet. Já existem

profissionais especializados capazes de rastrear e identificar os possíveis autores de

“cyberbullying”. Por se tratar de violência contra a pessoa, é crime e como tal, pode

responder por uma ação judicial e indenizar a vítima.twitter, youtube, blogs,

torpedos, skype, MSN, fotoblogs, orkut, comunidades, celulares,

Quando é a criança ou adolescente que pratica esta modalidade de violência,

os pais ou responsáveis responderão judicialmente o crime praticado pelo filho.

4. “BULLYING”

O “bullying” é um tipo de violência física ou psicológica que ocorre entre

iguais, de forma agressiva, intencional e repetitiva sem uma causa evidente,

praticado por um ou mais pessoas contra outro(s), que pode resultar em trauma, dor

e angústia, dentro de uma relação desigual de poder, tornando possível a

intimidação da vítima.

A professora Silva (2010, p.23) relata os mais variados tipos de violência

praticada pelos agressores “bullys” no ambiente escolar ou não:

“verbal (insultar, ofender, xingar, fazer gozações, colocar apelidos

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pejorativos, fazer piadas ofensivas, 'zoar'), físico e material (bater, chutar, espancar, empurrar, ferir, beliscar, roubar, furtar ou destruir os pertences da vítima, atirar objetos contra as vítimas), psicológico e moral (irritar, humilhar e ridicularizar, excluir, isolar, ignorar, desprezar ou fazer pouco caso, discriminar, aterrorizar e ameaçar, chantagear e intimidar, tiranizar, dominar, perseguir, difamar, passar bilhetes e desenhos entre os colegas de caráter ofensivo, fazer intrigas, fofocas ou mexericos 'mais comum entre as meninas'), sexual (abusar, violentar, assediar, insinuar) e virtual (os avanços tecnológicos também influenciam esse fenômeno típico das interações humanas). Com isso novas formas de 'bullying' surgiram através da utilização de aparelhos e equipamentos de comunicação 'celular e internet' , que são capazes de difundir, de maneira avassaladora, calúnias maledicências. Essa forma de 'bullying' é conhecida como 'cyberbullying'”.

As técnicas e modalidades de violência praticadas pelo(s) agressor(es) são as

mais variadas possíveis para obter sucesso entre seus colegas. De acordo com os

autores pesquisados Silva (2010), Pereira (2002), Fante (2005), Abramoway e Rua

(2002) e Nunes (2007), muitas são as técnicas praticadas pelos agressores:

depreciar o alvo/vítima sem motivo algum, apenas para sentir prazer; acusar ou

insultar constantemente o alvo/vítima de traste, lixo, de não servir pra nada; fazer

comentários ou espalhar boatos negativos sobre o alvo/vítima; agressões físicas

repetidas contra o alvo/vítima (corporal ou propriedade); interferir na propriedade

pessoal do alvo/vítima, materiais escolares, roupas, entre outras as danificando;

depreciar e ridicularizar a família do alvo/vítima (especialmente a mãe); depreciar o

local da moradia do alvo/vítima; ridicularizar o nível de renda familiar; proferir

gozações ridículas sobre algum traço físico diferente do grupo; por possuir alguma

incapacidade; o nível de renda familiar; de alguma aparência pessoal diferente da

estipulada pelo grupo; gozações sobre alguns traços físicos do alvo/vítima; por

possuir alguma incapacidade; fazer chantagem contra o alvo/vítima; por inveja de o

colega ser mais inteligente obter notas melhores; verbalizar expressões

ameaçadoras contra o alvo/vítima; expor no ambiente escolar desenho depreciativo;

ridicularizar os que possuem orientação sexual diferente; por ter uma determinada

confissão religiosa; por ser de nacionalidade ou etnia diferente; intimidar o(s)

colega(s) que desejam se socializar com o alvo/vítima; isolar o alvo/vítima do grupo

ou turma impedindo sua socialização com os colegas; impor ordens, ameaçando-a

caso não a cumpra, mesmo contra a sua vontade; colocar o alvo/vítima em situação

de constrangimento ou uma ação disciplinar contra a mesma, por algo que não

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cometeu ou que foi exagerado pelo “bully”; uso das tecnologias para depreciar, ferir

o alvo/vítima, através da criação de páginas falsas em sites de relacionamento,

publicando fotos e textos modificados entre outros; usar de sarcasmo para se passar

de amigo, com objetivo de assegurar o controle e a posição em relação ao

alvo/vítima; criticar a maneira de como o alvo/vítima se veste ou outro aspectos

socialmente significativos e/ou de inferioridade que o “bully” tenha tomado ciência.

5. PERSONAGENS DO “BULLYING”

Em qualquer ambiente de convivência do ser humano existem as brincadeiras

que fazem parte das relações entre pessoas. O diferencial está na maneira como

estas relações interpessoais ou intrapessoais são realizadas. No ambiente escolar

ou não estas relações podem seguir um caminho de crueldade, agressividade,

violência que traz danos irreparáveis aos que sofrem estas violências.

No ambiente escolar a violência “bullying” apresenta três grupos distintos

entre os envolvidos, que são: os agressores, as vítimas e os expectadores.

5.1. Os agressores

São as crianças e/ou adolescentes que praticam o “bullying” no ambiente

escolar. Muitas vezes, apresentando pouca empatia, e geralmente sua interação

familiar é precária e desestruturada. (Silva 2010).

No ambiente escolar, o agressor “bully” (também chamado em português de

rufias, esfola-cara, brigões, acossadores, cabriões, valentões e verdugos) começa

com as brincadeiras de mau gosto, que pela continuidade, sem ser identificado e

podado, rapidamente evolui para as gozações, risos provocativos, agressões físicas

e psicológicas com provocações cada vez mais acentuadas.

No ambiente doméstico, o relacionamento do agressor “bully” com os pais,

irmãos e colegas habitualmente apresentam atitudes hostis, desafiadoras e

agressivas. Não respeita a hierarquia familiar, pais, irmãos mais velhos, tios, avós e

pessoas de idade superior. Quando envolvido em alguma confusão são hábeis em

manipular as pessoas para se safar dela. (Fante 2005)

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Segundo Silva (2010, p. 43) relata que os agressores:

“possuem em sua personalidade traços de desrespeito e maldade e, na maioria das vezes, essas características estão associadas a um perigoso poder de liderança que, em geral, é obtido ou legitimado através da força física ou de intenso assédio psicológico”.

Os agressores são crianças e/ou adolescentes que possuem caráter violento,

perverso, provocativo sentindo prazer em intimidar a vítima. Sua personalidade

apresenta traços de crueldade, maldade e desrespeito ás regras estabelecida,

envaidecendo-se de suas ações de transgressão, tendo a necessidade de subjugar,

dominar a vítima pela agressão, ameaça, entre outras, sendo considerado pelos

colegas como durão, malvado, valentão, entre outros.

Em geral vive e convive num ambiente familiar de conflito, pouca afetividade,

família desestruturada, autoritária, maus tratos físicos ou até permissividade, onde

não existe uma supervisão efetiva e imposição de limites pelos pais ou responsáveis

(Silva, 2010, p. 43-4).

A educadora Fante (2005, p. 73) caracteriza os agressores como sujeitos que:

“sente uma necessidade imperiosa de dominar e subjugar os outros, de se impor mediante o poder e a ameaça e de conseguir aquilo a que se propõe. Pode vangloriar-se de sua superioridade real ou imaginária sobre os outros alunos. É mau-caráter, impulsivo, irrita-se facilmente e tem baixa resistência às frustrações. Custa a adaptar-se às normas; não aceita ser contrariado, não tolera os atrasos e pode tentar beneficiar-se de artimanhas na hora das avaliações. É considerado malvado, duro e mostra pouca simpatia para suas vítimas”.

Os agressores em geral têm dificuldade de se colocar no lugar do outro, todos

e tudo devem atender seus desejos sem contestação dos colegas. Para impor seu

poder e evitar a impunidade se apresenta de forma mascarada, como se fosse uma

brincadeira entre colegas. Eles demonstram perante os colegas um

descompromisso com a escola, com o dever das atividades de aprendizagem e de

ser reconhecido como o desafiador da “autoridade do professor”.

O aluno agressor pode ter influência de fatores individuais que o levam a

adotar comportamento agressivo, tal como relata Neto (2005): “hiperatividade,

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impulsividade, distúrbios comportamentais, dificuldades de atenção, baixa

inteligência e desempenho escolar deficiente”.

Os pesquisadores sobre o “bullying” afirmam que os agressores têm grande

possibilidade de apresentar comportamento violento e/ou anti-social e vir adotar

atividades criminosas ou de delinquência quando adulto.

5.2. A vítima

São as crianças e /ou adolescentes que sofrem a violência “bullying”. Há

também os que sofrem e praticam o “bullying” no ambiente escolar ou não. As

vítimas, em geral, apresentam características físicas mais frágeis, não dispõe de

recursos ou habilidades para reagir e se impor contra os atos danosos praticados

pelos agressores contra si.

Silva (2010. p. 37-8) descreve as possíveis vítimas:

“normalmente são mais frágeis fisicamente ou apresenta alguma 'marca' que as destaca da maioria dos alunos: são gordinhas ou magras demais, altas ou baixas demais; usam óculos; são 'caixas', deficientes físicos; apresentam sardas ou manchas na pele, orelhas ou nariz um pouco mais destacados; usam roupas fora da moda; são de raça, credo, condição socioeconômica ou orientação sexual diferentes. Enfim, qualquer coisa que fuja ao padrão imposto por um determinado grupo pode deflagrar o processo de escolha da vítima de 'bullying'. Os motivos (sempre injustificáveis) são os mais banais possíveis”.

Geralmente, são crianças e/ou adolescentes que apresentam características

de conduta não-agressiva, insegura, submissa, quietos, de poucos amigos, retraído,

infeliz, com baixa auto-estima, tornando-se um possível alvo ou “bode expiatório” do

“bully”. A vítima, em geral, passa a ter baixo rendimento escolar, se negando ir à

escola, simulando doenças, isolando-se de amigos e da família, trocam de colégio

com frequência e chaga até abandonar a escola. Há casos em que as vítimas que

sofrem desta modalidade de violência atingem altos graus de transtornos psíquicos,

mentais chegando a cometer atos de autodestruição, de vingança, reações

violentas, portar armas e ter até ideias suicidas.

Nas fontes pesquisadas, de modo geral, as vítimas de “bullying”, apresentam

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vários bloqueios como descreve Silva (2010), Pereira (2002), Fante (2005),

Abramoway e Rua (2002) e Nunes (2007), tais como: poucos sociáveis, preferem o

isolamento; não dispõem de recursos ou habilidades para impor um basta ao que

sofrem; não pede ajuda com medo de represália por parte do agressor; tem baixo

rendimento escolar; tem baixa auto- estima; apresenta desculpas para faltar às

aulas; tem resistência em ir para a escola, simulando doenças das mais variadas;

tem sono conturbado e pesadelos; apresenta momento de explosão ou irritação;

desejo de vingança contra os que agridem; pode apresentar sentimento de

autodestruição; porte de armas como tentativa de se proteger; depressão e até

tentativa de suicídio podem ser consequências desta modalidade de violência; entre

outras.

5.3. Os Expectadores

São crianças e/ou adolescentes que não sofrem nem praticam e não se

envolvem com os atos de “bullying” onde estão inseridos, apenas observam e/ou se

afastam. Geralmente tornam-se inseguros, temerosos e não denunciam com medo

de tornar-se a próxima vítima. Por vivenciar longo período a prática do “bullying”,

nada acontecendo com os atores, não acredita na possível solução do problema de

modo eficiente pelos gestores, pedagogos e professores, funcionários podem torna-

se um “bully” ou agressor pela falta de conhecimento de como agir.

A médica psicóloga Silva (2010, p. 45-6) agrupa os expectadores em três

grupos:

“espectadores passivos – em geral, assumem essa postura por medo absoluto de se tornarem a próxima vítima. Recebem ameaças explícitas ou veladas do tipo: 'Fique na sua, caso contrário a gente vai atrás de você. […] espectadores ativos - [....]apesar de não participarem ativamente dos ataques contra as vítimas, manifestam 'apoio moral' aos agressores, com risadas e palavras de incentivo. Não se envolvem diretamente, mas isso não significa, em absoluto, que deixam de se divertir com o que veem. […] espectadores neutros – dentre eles, podemos perceber os alunos que, por uma sociocultural (advindo de lares desestruturados ou de comunidades em que a violência faz parte do cotidiano), não demonstram sensibilidade pelas situações de

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'bullying' que presenciam. “Eles são acometidos por uma ‘anestesia emocional’, em função do próprio contexto social no qual estão inseridos”.

Há entre os expectadores que com o passar do tempo, pela não intervenção

dos adultos, tentam alcançar o poder e a popularidade tornando-se autor da

violência “bullying”. Outros se retraem apresentando prejuízos na aprendizagem,

não se relacionando com o alvo ou a vítima para não tornar-se um deles.

Para os agressores, vítimas e expectadores a continuidade e a regularidade

da violência “bullying” no ambiente escolar, pode causar transtornos psicológicos ou

patológicos influenciando negativamente na capacidade de desenvolvimento

emocional, psicológico, intelectual e progressão acadêmica e até socialmente.

6. CONSEQÜÊNCIAS DO “BULLYING” E/OU “CYBERBULLYING”

As Crianças e/ou adolescentes envolvidos com “bullying/cyberbullying” como

agressores, vítimas e expectadores podem sofrer as mais variadas consequências

físicas e emocionais profundas, incalculáveis, a curto e longo prazo ou pelo resto da

vida.

As vítimas são as que mais sofrem as consequências do

“bullying/cyberbullying”, pela variedade e formas de agressão, tanto no âmbito

sensível (emocional), visível (físico), na saúde física, emocional e mental. A vítima

tem a possibilidade de sofrer grande baixa auto-estimas, sentimentos negativos,

sentem-se infelizes, sozinhas, ansiosas, dificuldade de concentração, falta de

vontade de ir à escola, dores de cabeça, dores de estômago, dores não-

especificadas, deficiência no processo de aprendizagem, baixo rendimento escolar,

mudança de escola, evasão escolar, furto de objetos em casa, surgimento de

material escolar e pessoal danificado, desaparecimento de material escolar, atitude

passiva e/ou agressiva, desejo de vingança, estresse, falta de apetite ou apetite

voraz, ansiedade, fobia, medo do escuro, insônia, pesadelos, urinar na cama,

ataques de pânico sem motivo, vômitos, mudanças de humor súbitas, angústia,

dificuldade de relacionamento interpessoal, distúrbios psicossomáticos, sensação de

aperto no coração, pedido de dinheiro aos pais e familiares, depressão,

automutilação, ideias suicidas, entre outros. (Fante 2005)

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Ao agressor por vivenciar e praticar violências no período escolar, interioriza

tais sentimentos negativos, quando adulto, pode direcionar para uma conduta anti-

social, doentia e violenta, como explicita Silva (2010, p. 82) a mencionar que:

“A internalização dos sentimentos negativos gerados pela rejeição explícita da prática cruel do 'bullying' se manifestará em forma de adoecimentos psíquicos, cujas consequências podem levar a uma vida adulta caótica e sofrível.”

Os expectadores e/ou platéia, testemunhando constantemente as mais

variadas formas de violência sofridas pelas vítimas, sentem-se inseguros,

incomodados e amedrontados, sendo afetados negativamente na vida acadêmica,

familiar e social.

7. PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA COMO PROPOSTA DE

INTERVENÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR

A função da escola é proporcionar ao educando a aprendizagem do saber

sistematizado pela humanidade e do conhecimento para o desenvolvimento

intelectual e emocional da criança e/ou do adolescente para que saiba exercer sua

cidadania no meio onde vive. Neste sentido, Silva (2010) compara a escola com

uma “micro-sociedade”, na qual há um envolvimento nas relações interpessoais e

intrapessoais, como acontece na sociedade, para o bem viver na coletividade e/ou

de conflito. A escola tende a reproduzir o sistema social, basta observar o

organograma da sua construção hierárquica com diretores, pedagogos, professores,

funcionários e alunos. Cada um deve exercer sua função com seriedade,

responsabilidade e solidariedade no exercício de suas funções e atividades para

proporcionar à criança e ao adolescente aprendizagem e assimilação dos

conhecimentos necessários para a sua caminhada na vida adulta e ser útil para a

sociedade onde irá conviver.

Como na sociedade, a escola também apresenta uma heterogeneidade,

diversidade de crianças e adolescentes com características específicas em suas

relações interpessoais e intrapessoais, tais como: os populares, os neutros e os

excluídos.

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Conforme Silva (2010, p. 80) descreve as características de quem são:

“os populares – em geral são as crianças e/ou adolescentes que apresentam boa aparência física, habilidades para os esportes e tem corpo atlético, que além de apresentar beleza-padrão, tem a facilidade de impor seus desejos, ideias sobre seus colegas, se não de modo pacífico, impõe por meio da força física e/ou psicológica, tornando um possível agressor.Os neutros – são aqueles que por medo ou estratégia, nas suas relações sociais, tentam se dar bem com os populares, mas não são do grupo íntimo deles. Em geral, evitam relacionar-se com os excluídos para não desagradar os populares e tornar-se um do grupo dos excluídos.Os excluídos – são aqueles que, de algum modo, estão fora dos padrões considerados 'legal', ou pelo menos aceitável entre as crianças e/ou adolescentes. São os diferentes aqueles que pensam, comportam-se, vestem-se de forma não usual ou que possuem algum as características física, étnica, religiosa, entre outras”.

A possibilidade da criança e/ou adolescente com característica popular tornar-

se agressor na modalidade de violência escolar/“bullying” é maior do que os neutros

e os excluídos. O poder que ele exerce sobre os demais colegas da turma facilita

suas ações negativas no ambiente escolar ou não.

Portanto, as pessoas que compõem a sociedade possuem características

diferentes, com ideias, pensamentos e personalidades distintas, propiciando os

desentendimentos, conflitos e violências, que também fazem parte integrante da

construção da sociedade humana. As relações entre pessoas são reguladas por leis,

regras, normas, com o objetivo da manutenção da ordem e regulamentação da

convivência social. É neste sentido que a sociedade vive, convive e desenvolve suas

relações sociais. É neste ambiente e contexto de sociedade que a escola está

inserida, apresentando as mais variadas formas de conflitos e violências no

ambiente escolar ou não entre as crianças e/ou adolescentes.

O trabalho proposto com o projeto “Bullying”: fenômeno cruel e silencioso na

escola’’ foi realizado na modalidade de encontros de formação para a comunidade

escolar (gestores, pedagogos, professores, funcionários) do Colégio Estadual São

José do município de São José das Palmeiras, Paraná, com objetivo geral de:

“identificar, estudar, diferenciar brincadeiras da idade e propor ações aos gestores que possam responder de forma adequada ao problema da violência escolar/“bullying” no espaço escolar, em

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defesa daqueles que sofrem com esta forma cruel, covarde e silenciosa de agressividade de se relacionar entre criança e/ou adolescente”.

Propomos a execução do projeto através dos seguintes objetivos específicos:

“estuda e pesquisar autores que fundamentem o conhecimento e os encaminhamento dos conflitos de violência escolar/“bullying” na escola; identificar os motivos da violência escolar/“bullying” especificamente no Colégio Estadual São José; debater com os gestores, pedagogos, professores e funcionários do estabelecimento de ensino ações possíveis em defesa das crianças e/ou adolescentes como determina a lei nº 8069 do Estatuto da Criança e do Adolescente, para a prevenção da violência escolar/“bullying” no ambiente escolar; elaborar ações planejadas democraticamente pelos gestores escolares, pedagogos, professores, agentes educacionais I e II, como medida de prevenção do “bullying” no ambiente escolar”.

O primeiro encontro iniciou com uma dinâmica em que cada um dos

participantes se apresentasse com o objetivo de se conhecerem perante os demais

colegas de encontro. O professor PDE (2010), no primeiro encontro realizou uma

exposição do conteúdo “conceituando a violência”, dialogando com os participantes,

apresentando a fundamentação teórica dos conhecimentos produzidos por autores

pesquisados sobre os conceitos de violência. Na sequência, foi realizada atividade

em grupo com leitura do texto do capítulo III do livro “Fenômeno ‘Bullying’: como

prevenir a violência nas escolas e educar para a paz”, de Cleo Fante (2005, p.154 a

206), estudando, debatendo e socializando os resultados da discussão com

apresentação de cada grupo e comentando entre os participantes da turma.

No encontro seguinte, o professor PDE (2010) apresentou uma sequência de

slides explanando e dialogando o conteúdo “tipos de violência” classificados entre os

autores pesquisados. Após a explanação dos conteúdos propostos, realizou-se

atividade em grupo discutindo sobre os tipos de violências que ocorrem no ambiente

escolar ou não, registrando os tipos de violências que foi debatido para a

socialização com a turma. A plenária aconteceu com as múltiplas trocas de vivência,

ideias e conceitos que cada grupo debateu e discutiu socializando com os

participantes da turma num diálogo muito produtivo e de esclarecimento.

No terceiro encontro, foi estudado o conteúdo “violência escolar/’bullying’”,

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uma modalidade de violência velada, covarde e cruel contra colegas de turma e/ou

escola, no ambiente escolar ou não. Também o conteúdo da “violência virtual e/ou

‘cyberbullying’”, modalidade moderna mais agressiva, ampla, rápida, praticada

através dos meios de comunicação fixa ou móvel usando as mais variadas formas,

(msm, e-mail, twitter, youtube, blogs, torpedos, skype, fotoblogs, orkut,

comunidades, celulares, entre outros) muito comum no âmbito das relações sociais

entre os adolescentes e jovens. Na sequência, foram apresentados vídeos de fatos

ocorridos em alguns ambientes escolares ou não, com consequências graves e até

trágicos, sendo que os participantes da turma socializaram seus conhecimentos,

experiências dialogando entre os participantes, comentando sua vivência na escola

e fora dela.

No encontro seguinte, o conteúdo trabalhado tratou das “consequências do

‘bullying’ e ‘cyberbullying’” na escola ou não e entre os envolvidos (vítimas,

agressores e testemunhas). Foram utilizados slides apresentando as múltiplas

conseqüências que pode ocorrer com os atores do “bullying”. Na sequência, os

cursistas debateram sobre as possíveis sequelas provocadas por esta modalidade

de violência escolar/“bullying”. Assistimos ao filme “Bullying: violência sem limite”

dirigido por Josecho San Mateo. Após, houve socialização das idéias e conclusões

sobre o filme com debates relacionados com os conteúdos estudados.

Foram organizados grupos de estudo, com o objetivo de que cada um

construa um projeto de intervenção para a escola, com o objetivo de amenizar a

violência escolar/”bullying”. Os professores receberam material de pesquisa e

orientações com o objetivo de estudar para a construção ou elaboração de um

projeto de intervenção no Colégio Estadual São José, Ensino Fundamental e Médio,

para minimizar a violência escolar/”bullying” no ambiente da escola do município de

São José das Palmeiras – PR.

Os grupos realizaram encontros semanais, conforme cronograma pré-

estabelecido, estudando, discutindo, socializando e redigindo seus conhecimentos e

ideias, elaborando projeto de ações, com a finalidade de combater o ”bullying” no

ambiente escolar com mais eficiência e segurança. O trabalho foi surpreendente.

Foram elaborados quatro projetos de enfrentamento desta modalidade de violência

“bullying” podendo ser implantados e executados na escola.

O grupo 1(um) propôs um projeto com o título “Virtudes e atitudes na escola”,

tendo como objetivo geral:

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“compreender melhor as atitudes de comportamentos que não condizem com determinados valores éticos e morais. Diante disso, possibilitar ações que visem à aceitação das diferenças sem que se deixe dominar pelo outro, respeitando a espontaneidade, o individualismo e a expressão de liberdade, consciente de seus direitos e deveres como pessoas que, de certa forma, determinam sua maneira de sentir e pensar. Com atitudes positivas, o sujeito deixa de ser passivo e passa a ser atuante”.

A execução do projeto será através da utilização de textos sobre um tema ou

conteúdo que desenvolva o conhecimento e a consciência da criança e/ou

adolescente para as práticas de relações humanas de respeito, tolerância,

solidariedade e de boa convivência social. Alguns temas propostos foram: amizade,

autoconfiança, autoconhecimento, fábulas, entre outros, com leituras, interpretações,

reflexões, promovendo o diálogo, troca de idéias, com promoção de ações práticas

de convivência no ambiente da sala de aula, na escola, até mesmo no ambiente

familiar e social.

As atividades do projeto foram or ganizadas através de uma caixa intitulada

“Magia das Virtudes” com vários textos pré-selecionados pelos professores e equipe

pedagógica. Ao pegar um dos textos para trabalhar em sala, após o trabalho

realizado, o professor devolve à caixa anotando nome do professor, data e turma

que foi trabalhado para que na próxima semana outro professor utilize o texto para

trabalhar em outra turma evitando a repetição do tema.

O projeto propôs atividades para os alunos tais como: criar peças teatrais a

partir dos textos estudados; dramatizar os conteúdos com fantoches; paródias com

letras que sensibilizam para o respeito, a solidariedade, a paz no meio escolar; criar

grupo de alunos como monitores para observar e acompanhar as atitudes de

comportamento dos colegas no âmbito escolar durante o período de aula do ano

letivo, denunciando os casos identificados.

Todos os professores podem sugerir outros textos colocando-os na caixa

“Magia das Virtudes”, renovando os textos com novos temas e conteúdos.

O projeto que o grupo propõe será realizado durante o ano letivo com uma

atividade por semana em dias alternados ou conforme organização da escola.

Na proposta do grupo 2 (dois), o projeto “Educar para e com sensibilidade à

Paz - Escola sem Bullying” teve por objetivo sensibilizar os alunos para a

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solidariedade, o respeito, a tolerância e a valorização do ser humano com suas

diferenças. Nesse sentido, para a realização do enfrentamento com ações eficientes

diante do fenômeno ”bullying”, devemos ter o conhecimento desta modalidade de

violência para saber como realizar as intervenções com sucesso e impedir sua

continuidade. Em virtude do problema do “bullying” e/ou violência escolar ter um

crescente aumento no ambiente escolar em todo o mundo, os educadores e

gestores têm a preocupação de estudar para conhecer, trabalhar maneira de atingir

esta faixa etária onde ocorrem as maiores transformações na formação intelectual,

social, sexual, emocional nas crianças e/ou adolescentes.

Para a execução do projeto na escola, foi proposta a utilização das mais

variadas tecnologias modernas, como a internet e outros, por ser um mecanismo

atual, atraente e de forte influência e aceitação entre as crianças e/ou adolescentes.

Inicialmente seria elaborado um questionário com o objetivo de identificar e

conhecer a existência de alguma situação de ”bullying” no ambiente da escola. Os

envolvidos no projeto (professores e alunos envolvidos) construirão um blog na

página do colégio para divulgação, pesquisas, estudos e exposição dos

conhecimentos já elaborados e adquiridos sobre o tema, com espaço para debate,

opiniões, denúncias e depoimentos.

Com a intenção de promover maior envolvimento dos alunos do colégio,

depois de adquirir os conhecimentos sobre o tema, propõe-se a pintura/grafitagem

dos muros da escola com mensagens a respeito da violência escolar e/ou “bullying”

(implicações e prevenção) em favor da solidariedade, respeito (tolerância), propondo

uma cultura de paz entre colegas na ambiente escolar.

Por fim, acontece à divulgação e a socialização dos resultados do projeto no

blog, por meio de textos, fotos, entrevista e entre outras formas possíveis.

O grupo 3 (três) propôs um projeto de formação continuada para professores,

funcionários e comunidade escolar, incluindo os pais, com o título “Não à Violência

na Escola – Bullying”, com o objetivo de refletir, estudar, sobre a função da escola e

da comunidade escolar na promoção de ações para enfrentar o “bullying de forma

adequada e eficiente no ambiente do Colégio Estadual São José, PR.

O projeto propõe como primeira atividade o estudo da realidade da escola

quanto à existência do “bullying” ou não. A partir dos resultados da pesquisa, propõe

estudos, palestras, conferências com pessoas preparadas sobre o Estatuto da

Criança e do Adolescente, para conhecer e compreender o que esta lei realmente

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trata evitando o entendimento do senso comum para uma ação voltada para o

cumprimento desta e o papel de cada um na educação da criança e/ou adolescente.

Também propõe a realização de encontros com os pais, alunos, professores,

gestores e comunidade escolar para articular e elaborar ações para serem

desenvolvidas na escola com a finalidade de promover a afetividade, a

solidariedade, a tolerância, a valorização da vida, o amor, o respeito e a paz no

ambiente escolar.

Será efetuado trabalho com os alunos estimulando-os a denunciar ou informar

os casos de ”bullying” que acontece em sala de aula ou fora dela.

Quando identificado o “bullying” no ambiente escolar, devem-se chamar as

partes envolvidas, com os respectivos pais e/ou responsáveis, para juntos

encontrarem as melhores e mais eficientes ações com o objetivo de solucionar tais

violências, sem prejuízo na formação da criança e/ou do adolescente.

O grupo 4 propôs um projeto com o tema: “A Minimização da Violência na

Escola Através da Paz”. A implementação do projeto será com o envolvimento dos

professores e alunos estudando para assimilar os conhecimentos sistematizados

sobre a temática “bullying”, para propor ações de convivência mais harmoniosa, de

respeito, tolerância, solidariedade, diálogo, amor, sem a existência de violência na

escola ou “bullying”, para que a escola seja um lugar de aquisição dos

conhecimentos sistematizados e de desenvolvimento intelectual, físico, social e de

fazer amigos.

Na execução do projeto, será organizado por um professor envolvendo um

trabalho em parceria com lideranças e organizações da comunidade, através de

palestras, depoimentos e relatos de problemas vividos e vivenciados. Será realizado

trabalhos entre os alunos na confecção de cartazes, filmes, paródias, documentários

e elaboração de textos relativos ao tema “bullying”, com o objetivo de conscientizar e

criar um ambiente saudável entre as relações dos alunos com alunos, alunos com

gestores, professores, funcionários criando um verdadeiro local de aprender os

conhecimentos produzidos pela humanidade e de fazer amigos.

8. CONCLUSÃO

O presente trabalho apresenta algumas informações necessárias para

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conhecer o “bullying” e que possamos tomar atitudes eficientes com a finalidade de

minimizar as suas conseqüências no ambiente escolar.

A intenção é que possamos evitar atitudes equivocadas diante do problema,

pois às vezes agimos com violência provocando uma nova reação mais violenta,

transformando o ambiente escolar num local inseguro e difícil de conviver

harmonicamente. No ambiente escolar as prática de agressão acontecem em forma

de “brincadeiras” para camuflar as agressões e ameaças contra (vítimas e platéias)

tornam difícil sua identificação.

O não conhecimento e conceituação inadequada do que seja “bullying”,

muitas vezes, leva os gestores e os profissionais da educação a tomarem atitudes

nada eficientes, podendo até reforçar a sua prática no ambiente escolar.

Concluímos e propomos que estudar e conhecer a violência “bullying” se faz

necessário para poder trabalhar com atividades e ações que promova a paz, os

valores sociais, o amor, a amizade, a solidariedade, a boa convivência entre os

alunos criando um ambiente saudável na escola. Por isso propomos e executamos o

projeto “Bullying: Fenômeno Cruel e Silencioso na Escola” no Colégio Estadual São

José, Ensino Fundamental e Médio.

O resultado dos encontros de estudos e o trabalho realizado nos grupos

foram à construção de projetos e propostas com várias ações possíveis de ser

trabalhado na escola pelos gestores, professor, funcionário e aluno com a finalidade

de construir, e promover um ambiente saudável, de solidariedade, respeito, amor,

harmonia entre todos os que compõem esta comunidade escolar.

Para que o projeto produza efeito e sucesso foi necessário o envolvimento e

participação de toda a comunidade escolar (gestores, pedagogos, professores,

funcionários, pais e alunos) caso contrário será apenas uma ação paliativa e em

pouco tempo depois a violência retorna com mais intensidade.

Concluímos que a intervenção deve acontecer por meio de ações que

promovam os valores humanos, tais como a solidariedade, a paz, o diálogo, o

respeito, a boa convivência entre colegas. Assim, a proposta é: para combatermos a

violência e termos um ambiente escolar mais harmonioso não precisamos ser

necessariamente seu opositor, mas sim, termos atitudes que em nada lembre formas

de violência. Ou seja, para se criar uma cultura de “não violência”, não precisamos

agir com violência, mas precisamos ensinar o que não é violência.

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