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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ CAMPUS DE CAMPO MOURÃO

PDE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

MUSEU COMO PATRIMÔNIO HISTÓRICO: POSSIBILIDADES PARA O NSINO

DE HISTÓRIA LOCAL

CAMPO MOURÃO 2010/2011

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Autora: Professora Tânia de Fátima Moura Staniszewski

Orientador: Professor Fábio André Hahn

Área: História no Ensino Médio

NRE: Campo Mourão-PR

Escola: Colégio Estadual Dr. Osvaldo Cruz Ensino Fundamental e Médio

Disciplina: História

Público objeto da intervenção: Alunos do 2º Ano do Ensino Médio

Formato da produção: Unidade Didática

Disciplina de relação interdisciplinar 1: Geografia

Disciplina de relação interdisciplinar 2: Sociologia

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 4

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5

PRIMEIRO CAPÍTULO ............................................................................................... 6

1 O PATRIMÔNIO HISTÓRICO E O MUSEU COMO FONTES PARA O ESTUDO

DA HISTÓRIA ............................................................................................................. 6

1.1 O PATRIMÔNIO HISTÓRICO ............................................................................... 7

1.2 MUSEU ................................................................................................................. 9

ATIVIDADES ............................................................................................................. 10

1.3 DOCUMENTOS HISTÓRICOS ........................................................................... 15

AVALIAÇÃO .............................................................................................................. 16

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 17

SEGUNDO CAPÍTULO ............................................................................................. 18

2 COMO APRENDER HISTÓRIA POR MEIO DOS MUSEUS ................................. 18

SUGESTÃO DE LEITURA ........................................................................................ 21

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 21

TERCEIRO CAPÍTULO ............................................................................................ 22

3 O LUGAR DO MUSEU.......................................................................................... 22

3.1 O MUSEU MUNICIPAL “DEOLINDO MENDES PEREIRA” ................................ 23

3.2 PROCESSOS DE OCUPAÇÃO EM CAMPO MOURÃO ..................................... 24

ATIVIDADES ............................................................................................................. 27

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 28

QUARTO CAPÍTULO ............................................................................................... 29

4 APRENDENDO COM O MUSEU “DEOLINDO MENDES PEREIRA”: UMA

PROPOSTA DE ESTUDO ........................................................................................ 29

4.1 VISITA AO MUSEU “DEOLINDO MENDES PEREIRA” ...................................... 30

AVALIAÇÃO .............................................................................................................. 31

4.2 MUSEU NA ESCOLA ......................................................................................... 31

AVALIAÇÃO .............................................................................................................. 32

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35

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APRESENTAÇÃO

A produção didático-pedagógica aqui apresentada faz parte das sugestões do

Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – Turma 2010, Unidade Didática,

abordando o tema: “Museu como Patrimônio Histórico: possibilidades para o Ensino

de História”. Tal produção configura-se como um instrumento para a prática da

proposta de Intervenção na Escola, a segunda etapa do PDE.

Para organizar e desenvolver o tema, recorrer- se- á a pesquisas e produções

de estudiosos da área de História, obtendo subsídios para aprofundamento dos

conteúdos. Espera-se com esta produção dar contribuição aos professores da

disciplina e facilitar a aprendizagem dos alunos do Ensino Médio.

Apesar das mudanças e dos avanços tecnológicos com a facilidade do

acesso à informação globalizada, a educação permaneceu estática em muitos

aspectos e não houve nas últimas décadas nenhuma grande mudança de

paradigma nas escolas. Houve a introdução da informática, mas na didática e na

metodologia do trabalho na sala de aula os avanços ainda foram tímidos. A proposta

com esse material é colaborar no aprendizado da História, mais especificamente por

meio do museu como patrimônio no ensino de História local, o que possibilita uma

reflexão sobre as metodologias no ensino de História.

Tânia de Fátima Moura Staniszewski

Professora PDE – Área de História

Turma 2010

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INTRODUÇÃO

O desafio proposto ao professor de História na atualidade é levar o aluno a

vencer o desinteresse e a apatia pelas aulas, portanto, algumas mudanças são

imprescindíveis, como, por exemplo: romper a tendência ou vício de usar

exclusivamente o tradicional livro didático e partir para uma história crítica dos atos e

fatos históricos por meio da história do cotidiano, com novos conteúdos, vinculados

à vivência do aluno. Nesse caso, complementado por atividades como visitas ao

patrimônio histórico da cidade, entre eles ao museu, tornando esta atividade uma

forma interativa de ensino, permitindo ao aluno encontrar-se como sujeito e cidadão

da sua cidade e da história.

Como já exposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) –

Lei nº 9394/96, no seu artigo 26, que a parte diversificada dos currículos do ensino

fundamental e médio, deve observar as características regionais e locais da

sociedade e da cultura, o que abre espaço para a construção de uma proposta de

ensino de História local, voltada para a divulgação do acervo cultural dos Municípios

e Estados.

Portanto, o objetivo desta proposta é o trabalho com a história local e, em

especial, com o tema: museu como patrimônio histórico em sala de aula. Ao ensinar

História deve-se perseguir metas e objetivos conscientemente no interior de um

contexto de atuação educacional, permeada pelos desafios cotidianos. Nesse

sentido, atividades práticas como, por exemplo, uma visita a um museu aproxima

muitas vezes mais o aluno da história do que em várias aulas teóricas em sala de

aula.

Portanto, o material didático será composto por quatro capítulos distribuídos

entre atividades teóricas sobre o patrimônio histórico, os museus e a história local e

com atividades práticas constituídas a partir de uma visita ao Museu Municipal

“Deolindo Mendes Pereira” de Campo Mourão- PR e a realização de atividades de

pesquisa na comunidade sobre o tema Museu como Patrimônio Histórico.

Exposto isso, a necessidade da busca por novas estratégias para o

desenvolvimento do ensino, passa, nesse caso, pelas atividades com o museu como

uma forma de ensino de História. Enfim, vamos ao tema.

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01

O PATRIMÔNIO

HISTÓRICO E O MUSEU

COMO FONTES PARA O

ESTUDO DA HISTÓRIA

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1.1 O PATRIMÔMIO HISTÓRICO

Patrimônio Histórico pode ser definido como um bem material, natural ou

imóvel que possui significado e importância artística, cultural, documental ou estética

para a sociedade. Estes patrimônios foram construídos ou produzidos pelas

sociedades passadas, por isso representam uma importante fonte de pesquisa e

preservação cultural.

A palavra patrimônio é de origem latina, derivada de pater- (pai). Patrimônio é

um conjunto de bens pertencentes ao pater, no sentido de herança, legado, ou seja,

aquilo que o pai deixa para os filhos.

E quando falamos sobre Patrimônio, logo pensamos em monumentos e casas

antigas. Porém, a idéia de Patrimônio é bem mais ampla e inclui vários outros

aspectos. Todas as modificações feitas por uma sociedade na paisagem para

melhorar suas condições de vida, bem como todas as formas de manifestação

socialmente compartilhadas, fazem parte do patrimônio, pois todo objeto ou ação

que se refere a identidade de uma sociedade constitui seu patrimônio.

Portanto, ao falar a respeito de patrimônio histórico quer dizer não apenas o

patrimônio arquitetônico, mas também o documental e arquivístico, bibliográfico,

hemerográfico, iconográfico, oral, visual, museológico, enfim, o conjunto de bens

que atentam para a história de uma dada sociedade em seu tempo e espaço.

Maria de Lourdes Parreira Horta (2010) ressalta a importância de descobrir a

rede de significados, relações, processos de criação, fabricação, trocas,

comercialização e usos diferenciados dão sentido às evidências culturais e informam

sobre o modo de vida das pessoas no passado e no presente, em um ciclo

constante de continuidade, transformação e reutilização. Tudo isso é tarefa

específica da Educação Patrimonial.

Por exemplo, um simples botão feito de qualquer material: plástico, osso ou

madeira já oferece motivos de exploração de significados contando uma história.

Pode-se pensar na vida das pessoas antes da invenção do botão. Fazendo um

estudo sobre isso, se descobre fatos interessantes, como por exemplo: até a Idade

Média, na Europa, as roupas eram amarradas com laços e cadarços e com a

descoberta do botão, já fechavam as roupas com eles e passaram a ter maior

proteção contra o frio e vento nas atividades do dia a dia. Diminuíram as doenças

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contraídas pela exposição aos fatores atmosféricos, aumentando a expectativa de

vida dos indivíduos.

Com isso posto, Horta (2010) destaca que a Educação Patrimonial propõe

exercício de exploração do “horizonte do passado” de cada objeto e fenômeno

observado, buscando a partir do presente descobrir essa trajetória no tempo.

O Decreto-Lei n° 25, de 30 de novembro de 1937, já se preocupou com a

organização e proteção do patrimônio histórico e artístico nacional o que demonstra

a relevância desse tema para o país (Cf. BRASIL- DECRETO-LEI Nº 25, DE 30 DE

NOVEMBRO DE 1937).

A importância de proteger essas manifestações culturais, que não são

palpáveis, é preservar para as gerações futuras a identidade da comunidade em um

dado momento histórico. Essa proteção se faz registrando, em livros próprios, da

maneira da comunidade se expressar, seja pelas celebrações, por seus modos de

fazer, seus conhecimentos ou suas manifestações artísticas.

Conforme destaca Ribeiro (2005, p.111), patrimônio remete ao passado,

porém, ele não pode ser avaliado apenas à luz do que representou. É preciso

reconhecer novos usos e perspectivas de interação com a sociedade que o define a

partir de elementos que compõem sua identidade cultural.

Dessa forma, devemos deixar bem claro que patrimônio não é

necessariamente tudo aquilo que determinada sociedade considera significativo no

presente, mas também o que foi importante no contexto do passado.

Consequentemente, não é apenas o belo, o grandioso, o heroico, mas também é o

corriqueiro, o cotidiano e o simples. Assim, o uso do conceito de patrimônio requer

cuidado, pois pode estar legitimando estruturas sociais conservadoras e

subestimando outros fatores.

Para Maria Célia Paoli (1992), a noção de “patrimônio histórico” deveria

evocar dimensões múltiplas da cultura como imagens de um passado vivo:

acontecimentos e coisas que merecem ser preservadas porque são coletivamente

significativas em sua diversidade.

Segundo a autora, não é, no entanto, o que parece acontecer: quando se fala

em patrimônio histórico, pensa-se quase sempre em uma imagem congelada do

passado. Um passado paralisado em museus cheios de objetos que ali estão para

atestar que há uma herança coletiva, cuja função social parece suspeita. Os

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documentos e o material historiográfico parecem interessar somente aos

pesquisadores exóticos.

1.2 MUSEU

O museu pode ser conceituado como toda instituição pública ou privada em

que são reunidas, classificadas e expostas coleções de obras, objetos e documentos

de interesse histórico, técnico, científico ou artístico.

Kerriou destaca que para os historiadores a origem da palavra museu vem do

grego museion, que era o lugar onde se recolhiam os conhecimentos da

humanidade, ao qual tinham acesso os grupos dirigentes e os letrados da época.

O museu vela pela conservação do acervo e oferece ao público, que dele

usufrui, objeto de estudo e contemplação. No século XIX, o museu alcançou seu

completo desenvolvimento como entidade dinâmica que busca os recursos mais

variados para chegar a uma dinamização.

O museu está a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, sendo

aberto ao público, para que adquira, conserve, pesquise, comunique e exiba

evidências materiais do homem de sua historia e de seu ambiente, para fins de

pesquisa, educação e lazer (Cf. ESTATUTOS DO COMITÊ BRASILEIRO DO ICOM,

art. 6º).

As atividades que se realizam em um museu são muitas. Se pensar no

percurso de um objeto desde o momento em que ele é adquirido pela instituição até

sua divulgação por meio das exposições, percebe-se que essa escolha inclui alguns

objetos e excluem outros. Os museus através de seus agentes dinamizam toda a

sua estrutura organizacional e funcional para alcançar seus objetivos num processo

intenso, contínuo, que lhe confere unidade (Cf. CRUZ, 1993).

E o papel educativo do museu não é a celebração de personagens ou a

classificação enciclopédica da natureza, e sim a reflexão crítica, onde os objetos

devem ser contemplados, ou analisados, não mais dentro da neutralidade científica,

mas devem ser interpretados dentro da realidade contemporânea.

Conhecendo o passado de modo crítico significa, antes de tudo, viver o tempo

presente como mudanças, como algo que era, que está sendo e que pode ser

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diferente. Mostrando relações historicamente fundamentadas entre objetos atuais e

de outros tempos, o museu ganha substância educativa, pois há relações entre o

que passou, o que está passando e o que pode passar. Assim, qualquer objeto deve

ser tratado como indício de traços culturais que serão interpretados no contexto da

exposição do museu ou na sala de aula. O museu deve ser tratado como fonte de

reflexão, desde uma foto, uma vestimenta, até um livro.

ATIVIDADES

Bloco de imagens 01

Observando as figuras abaixo e refletindo:

Fig.01 Museu Imperial

Fonte:http://www.google.com.br/imgres?q=museu+imperia&hl=pt-

BR&tbm=isch&tbnid=Ile_VaNHe_hEvM:&imgrefurl=http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:PetropolisMuseuImperial1-

CCBYSA.jpg&docid=35BLk7SGu1ea0M&w=739&h=479&ei=tppFToL1D4n00gHXsJDyBw&zoom=1&iact=hc&vpx

=481&vpy=143&dur=1285&hovh=181&hovw=279&tx=130&ty=98&page=1&tbnh=139&tbnw=185&start=0&ndsp=

18&ved=1t:429,r:2,s:0&biw=1366&bih=622

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Fig.02 Museu Oscar Niemeyer Fonte: http://www.museuoscarniemeyer.org.br/fotos/peq/foto38.jpg

Fig.03 Museu de Campo Mourão Fonte: http://www.campomourao.pr.gov.br/fundacam/images/museu1.jpg

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Bloco de imagens 02

Fig.04: Objetos pertencentes aos pioneiros de Campo Mourão Fonte: arquivo pessoal (jun. 2011)

Fig. 05: Pioneiros no bosque em 1940 Fonte: arquivo pessoal (jun. 2011)

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Fig.06: Moedor de grãos Francisco Ferreira Albuquerque 1940 Fonte: arquivo pessoal (jun. 2011)

Atividades: Exercícios para reflexão:

Em sua opinião, é necessária a criação de um Museu nas cidades?

Destaque o que você mais identificou e chamou a sua atenção nas imagens dos

Museus.

Do que tratam as imagens e objetos do museu?

Os objetos dos museus remetem ao passado ou ao presente?

Que objetos podemos encontrar em um museu?

Os objetos de um museu representam uma história construída?

Os objetos podem ser considerados fontes oficiais?

Explique com suas palavras o que é um museu.

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Após expressar sua interpretação dos elementos contidos nas imagens, em

grupo, observe o que seus colegas constataram e registraram analisando as

diferenças.

Vídeos: Saiba Mais:

Fonte:http://picasawe

b.google.com/multime

iospr/IlustracoesMulti

meios#

Assista aos vídeos “História dos Museus” e “O Ministério Público

e a defesa do Patrimônio histórico Cultural”, a fim de pormos em

discussão um movimento de preservação do patrimônio cultural

que figura como uma alternativa de incentivo à criação e

ampliação de nossos espaços de memória.

Fonte:http://picasawe

b.google.com/multime

iospr/IlustracoesMulti

meios#

Pesquisar através da Internet sobre os museus: Museu “Imperial’

de Petrópolis, Museu “Oscar Niemeyer” Curitiba e Vista do

Museu Municipal “Deolindo Mendes Pereira” de Campo Mourão.

Avaliação:

Avaliar o aluno pela participação e pelas respostas.

CONVERSANDO SOBRE O ASSUNTO

1. O que é Museu?

2. Qual a diferença entre os museu de arte e museu histórico?

3. O que deve ser preservado, o que deve ser esquecido ou o que deve

ser lembrado num museu?

4. O que vocês entendem por patrimônio histórico?

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1.3 DOCUMENTOS HISTÓRICOS

No ensino de História, a palavra documento apresenta pelo menos duas

interpretações. Pode ser identificado como material usado para fins didáticos, como

livro didático, mapa histórico e filme com objetivos educacionais.

Na segunda interpretação, documento quer dizer fonte, isto é, fragmentos ou

indícios de situações já vividas, passíveis de ser exploradas pelo historiador.

Para o historiador Jacques Le Goff:

[...] todo documento é um monumento, no sentido de que todo documento pode ser verdadeiro ou falso, ou seja, todo documento é um produto da sociedade que o fabricou. Desta forma, é importante levar em consideração as condições de produção do documento (Le Goff, 2003, p. 38).

Existem documentos que são denominados fontes primárias e outros, fontes

secundárias. As fontes primárias são testemunhas do passado que se caracterizam

por ser de primeira mão ou contemporâneas dos fatos históricos a que se referem e

podem ser classificadas da seguinte forma:Fontes materiais: utensílios, mobiliários,

roupas, ornamentos ( pessoais e coletivos ), armas, símbolos, instrumentos de

trabalho, construções entre outros.

Fontes visuais: pinturas, caricaturas, fotografias, filmes, vídeos e programas

de televisão, entre outros.

Fontes orais: entrevistas, gravações, lendas contadas, programas de rádio e

fita cassete, por exemplo.

As fontes secundárias são registros que contêm informações sobre conteúdos

históricos resultantes de uma ou mais elaborações realizadas por diferentes

pessoas.

Essas fontes nos chegam por pessoas que realizam reconstruções do

passado, cujas referências são diferentes testemunhos ou relatos. Exemplos a ser

citados são as explicações do professor de história em sala de aula, os livros

didáticos, os mapas históricos, os gráficos etc.

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Vamos assistir aos vídeos!

Saiba Mais:

Fonte:

http://picasaweb.google.com/

multimeiospr/IlustracoesMulti

meios#

Assistir aos vídeos: “O que é Museu”, “Patrimônio

Histórico e ambiental, a fim de provocar o

conhecimento cultural” Valorizando o patrimônio

histórico e suas manifestações culturais.

Avaliação

Marque uma das alternativas

( ) 100% Ótima participação

( ) 80% Muito bom

( ) 60% Regular

( ) 50 ou menos Baixo interesse.

VAMOS REFLETIR

Fonte:http://picasaweb.google.com/multimeiospr/Ilustracoes

Multimeios#

O que são fontes históricas?

Na sua concepção, o museu é uma fonte histórica? Justifique.

Que fontes você utilizaria para contar a história da sua

vida?

Dê exemplos de documentos como fonte primária e

secundária.

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REFERÊNCIAS DA CRUZ, M. R. Museu Reflexões. Curitiba: Secretaria de Estado da Cultura, 1993. ESTATUTOS DO COMITÊ BRASILEIRO DO ICOM, art. 6º). HORTA, M. de L. P. O objeto cultural: Uma descoberta. In: Monumentos e centros históricos. Disponível em: (http://keronan.spaces.live.com/blog/cns). Acesso em 12/02/2010. KERRIOU, M. A. de. Museu, Patrimônio e Cultura: Sobre a Experiência Mexicana. In: O direito à memória. Patrimônio histórico e cidadania. São Paulo: DPH/SMC, 1992. In: LE GOFF, Jacques. História e Memória. 5ª. Campinas, SP: UNICAMP, 2003. PAOLI, Maria Célia. Memória, História e Cidadania: o Direito ao Passado. In: O direito à memória: Patrimônio histórico e Cidadania. São Paulo: DPH/SMC, 1992. RIBEIRO, Wagner Costa. Patrimônio da Humanidade, Cultura e Lugar. Diálogo, DHI/PPH/UEM. V.9, nº.1, p. 111-124, 2005. SCHIMIDT, M. A.; CAINELLI, M. Ensinar História. 2ª. São Paulo: Scipione, 2010.

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02

COMO APRENDER

HISTÓRIA POR MEIO

DOS MUSEUS

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Para favorecer o aprendizado do aluno, usaremos neste capítulo a proposta

de Cesar Augusto Jungblut (2008, p 44-46 ). O autor citado alerta que o local do

MUSEU é o PRIMEIRO espaço onde o ser humano atua e por isso o ensino da

história local deve dar oportunidade para OBSERVAR, refletir e discutir entre seus

iguais, aluno com aluno, e depois este com o professor, resignificando seus valores,

dando o destaque para que o aprendiz manifeste seu interesse dentro do MUSEU.

Observando a postura e o interesse deste, o professor poderá auxiliar-lo instigando

a curiosidade, favorecendo o despertar da imaginação. Isso faz com que o aluno se

sinta sujeito de sua história.

Segundo Leandro Baller (2007, p. 10), “a valorização dos referenciais locais,

em oposição à globalização, cobre de importância a sustentação de identidades que

possibilitem às pessoas a referência ao seu lugar e ao seu grupo de pertencimento”.

E pensando o museu sob o aspecto da história local, nesse caso mais

especificamente o Museu Municipal “Deolindo Mendes Pereira”, de Campo Mourão,

que guarda, protege e constrói uma parcela da memória local, edificando discursos

que são facilmente consumidos pelos estudantes de diferentes níveis de formação.

Entretanto, ressaltamos que é necessária a pesquisa, interpretação do contexto e

dos objetos para conhecer aspectos dessa história, isso tornará o museu um local

de encontro à cultura e reflexão sobre a história local.

É tendência nos museus contemporâneos utilizar-se cada vez mais desse

espaço para a apresentação de temas históricos, dos recursos tecnológicos

integrando a tecnologia com as fontes táteis, visuais e orais. Tornando-se espaços

cada vez mais democráticos, consegue-se assim atingir diferentes tipos de público.

A interrelação dos museus com a história oral e com a mídia eletrônica tem

oferecido instrumentos que possibilitaram aumentar o seu público, alcançando assim

audiências globais, tornando-os cada vez mais acessíveis e com públicos bem mais

diversificados.

Além disso, os museus não devem fazer rompimentos radicais, em vez disso,

a tendência tem sido de reconceitualização dos espaços dos museus para serem

mais interativos e abertos, porque, entre outras razões, devem reconhecer a

continuidade de práticas e meios de comunicação passados.

O uso da história oral em museus contribui para o enriquecimento e

estimulação das habilidades mentais e emocionais, psicológicas e sociais do

indivíduo, proporcionando um maior questionamento e análise da síntese histórica

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apresentada. A oralidade histórica dos museus pode facilitar o diálogo com o

passado.

Contudo, o que pode- se concluir é que dentro destes espaços cada vez mais democráticos e de suas utilizações, como novas fontes táteis, visuais e orais, tem-se alcançado o verdadeiro objetivo destes espaços e dos conteúdos da interdisciplinaridade da geografia, sociologia e principalmente da história e das ciências afins, ou seja, uma maior compreensão e interação dos indivíduos que o visitam o acervo histórico ali apresentado.Segundo Ramos:Não basta visitar a exposição. É preciso colocar a exposição como parte de um programa educativo mais amplo, que inclui a questão das visitas monitoradas e a relação do museu, com a sala de aula e outros espaços. Desse modo, é responsabilidade do museu histórico manter estratégias de orientação para professores (RAMOS, 2004, p.24).

Faz-se necessário propor visitas temáticas, sem privilegiar certos aspectos,

depois podem ser trabalhadas ideias de construções problemáticas a partir do tema,

desenvolvendo, na sala de aula, indagações específicas sobre as peças em

exposição. Além de oferecer possibilidades para despertar o interesse da turma, os

questionamentos que devem fazer parte do que está sendo ensinado. Procurando

ampliar a própria noção de história, na medida em que se induzem a

questionamentos sobre a complexidade de nossa inserção nos processos históricos

Museu ”Deolindo Mendes Pereira” pode ser um espaço alternativo para o processo

ensino-aprendizagem que, pelo seu caráter lúdico, pode motivar o interesse pela

História e pelo Patrimônio Cultural.

Ulpiano Bezzera de Meneses (2000, p. 97) levanta alguns questionamentos

sobre o papel dos museus. Para ele, o museu para desempenhar consciente e

eficazmente seu papel educacional, precisaria que fosse reconhecido como um

lugar, por excelência, mais de perguntas, do que de respostas. Segundo Meneses,

“(...) se o museu quiser educar, não pode deixar de trazer à tona sempre que

possível a parte não visível do iceberg”.

Desta forma, ao se propor atividades educacionais relacionadas ao museu,

deve-se cuidar para que estas não criem ilusão ou sejam danosas, e não atinjam os

objetivos propostos de ampliar conhecimentos através da significação e

ressignificação dos objetos.

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SUGESTÃO DE LEITURA

Expandindo o conhecimento

Fonte:http://picasaweb.google.com/multimeiospr/IlustracoesMultimeios#5519363780053606482

Leia o texto: SANTOS, Reginaldo Aparecido dos. Narrativas urbanas: cidade, fotografia e memória. Toledo: UNIOESTE, 2010. p.100-126.

A partir da leitura do texto, destaque a importância de trabalhar o patrimônio cultural no ambiente escolar e no contexto atual. O que você aprendeu sobre essa temática histórica que se relaciona com a compreensão do nosso presente?

REFERÊNCIAS BALLER, G. I. Museu - espaço de identidade. Revista Museu, Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: <http://www.revistamuseu.com.br/artigos/art_.asp?id=13615>. Acesso em: 20 jul. 2008. JUNGBLUT, C. A. História regional. Indaial: ASSELVI, 2008. MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. Educação e museus: sedução, riscos e ilusões. Ciências & Letras, Porto Alegre, n.27, jan.-jun. 2000 RAMOS, Francisco Regis Lopes. A Danação do objeto: o Museu no Ensino de História, Chapecó: Ed.Argos, 2004. SANTOS, Reginaldo Aparecido dos. Narrativas urbanas: cidade, fotografia e

memória. Toledo: UNIOESTE, 2010. p.100-126.

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O LUGAR

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03

O LUGAR

DO MUSEU

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3.1 O MUSEU MUNICIPAL “DEOLINDO MENDES PEREIRA”

O museu, em estudo, criado em 19/03/1984 está instalado há muitos anos

junto à Biblioteca Municipal, na avenida Capitão Índio Bandeira. Foi oficializado pela

lei nº. 724 de 22/03/1991 com o nome de Museu Municipal Deolindo Mendes

Pereira. Abriga aspectos da memória e da história da população de Campo Mourão,

tendo diversos registros realizados, entre os quais entrevistas e objetos históricos.

O museu conta hoje com espaço próprio, construído em alvenaria na década

de 1950, sendo, portanto, também um prédio histórico para a cidade.

De acordo com a entrevistada Édina Simionato, atualmente responsável pelo

museu, o prédio onde abriga o Museu Municipal foi construído em 1951 na Gestão

do então governador do Estado do Paraná Moysés Lupion, para abrigar o Posto

Misto de Saúde que serviria para Campo Mourão e Região.

A partir de 12/08/2004, passou a abrigar como sede própria o Museu

Municipal que conta hoje com espaço próprio dividido da seguinte forma: salas

temáticas que relatam aspectos da história de Campo Mourão; uma sala com

exposição temporária; galeria dos ex-prefeitos e também abriga a sede da APIM -

Associação de Pioneiros Mourãoenses, AMIM - Associação de Amigos do Museu e

COMPAC - Conselho Municipal do Patrimônio Cultural.

O local que abriga o museu foi o primeiro prédio de alvenaria construído na

cidade de Campo Mourão, hoje tombado como patrimônio histórico pelo COMPAC -

Conselho Municipal do Patrimônio Cultural.

O senhor Deolindo doou quase 200 objetos históricos para o Museu da Casa

da Cultura, quando este ainda começava, atendendo aos anseios de seu pai Senhor

Miguel Luiz Pereira. Este havia pedido que tudo o que fora usado para “abrir” Campo

Mourão, deveria ser conservado. Miguel Luiz Pereira já imaginava a possibilidade

de que um dia aqueles objetos serviriam para contar aspectos da história do

Município.

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3.2 PROCESSOS DE OCUPAÇÃO EM CAMPO MOURÃO

Mesmo com as incursões ocorrendo na região de Campo Mourão desde o

século XVI, o efetivo povoamento dessa região foi iniciado somente no século XIX,

especificamente em 1880, sendo desencadeado em decorrência da vinda de

expedicionários guarapuavanos para a região com o objetivo de criar gado bovino

para povoar as terras de campo. Sobre o assunto Veiga (1999) expõe:

[...] foi requerida a posse de uma área de 60 mil hectares, conforme registro coletivo, datado de 25 de setembro de 1893, em Guarapuava, constituindo-se no primeiro documento oficial de posse ou terras particulares nos Campos de Mourão. [...].

No entanto, do plano primitivo das expedições guarapuavanas, de 1880/81,

somente Jorge Walter fixou-se em Campo Mourão, nele tentando alargar

empreendimentos. Suas primeiras tentativas fracassaram, tendo retornado, tempos

depois a Guarapuava.

Jorge Walter era um estrangeiro russo que se fixou em Campo Mourão

financiado pelos fazendeiros guarapuavanos. Deixou numerosa família e até hoje

possui descendentes residentes na região.

O povoamento da região de Campo Mourão foi iniciado em 1903. De 1760 até

esta data, apesar das “entradas” e “bandeiras” de viajantes e penetração de

exploradores, o sertão do noroeste paranaense não recebeu nenhum influxo ou

plano colonizador, surgindo apenas, de longe em longe, arraiais, pousos e pequenas

povoações.

Data de 1903 a chegada a Campo Mourão de José Luiz Pereira, Antônio Luiz

Pereira, Luiz Pereira da Cruz, Cesário Manoel dos Santos e Bento Gonçalves

Proença, acompanhados de suas respectivas famílias. Constituíram aqui as

primeiras casas, dedicando-se à agricultura e à pecuária.

Em 1921, Campo Mourão foi elevado à categoria de distrito policial,

pertencendo ao município de Guarapuava. Pouco tempo depois era desmembrado

do município de Guarapuava, passando a pertencer ao município de Pitanga.

A elevação de Campo Mourão à categoria de município deu-se a 10 de

outubro de 1947. A instalação da comarca foi em janeiro de 1948.

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A criação de uma Inspetoria do Departamento de Terras, no ano de 1943, deu

grande impulso ao progresso de Campo Mourão, atraindo novas levas de colonos.

Estes representavam os pequenos agricultores migrados da zona rural da região

Sudeste, principalmente São Paulo que para aqui vieram, desbravando a mata

virgem e expandindo as áreas agrícolas para a introdução da lavoura permanente, o

café.

A economia de Campo Mourão até a década de 1960 se fixava na agricultura,

auxiliada pela pecuária e indústria extrativa vegetal. O censo de 1960 registrava 12

estabelecimentos agrários estando ocupados nessas atividades 86% da população

na zona rural.

A agricultura era tradicional, dependente da mão-de-obra. As propriedades

eram familiares e a absorção do trabalho de mão-de-obra era em grande escala.

A produção visava mais ao mercado interno e à subsistência, sendo as

técnicas utilizadas ainda rudimentares, destacando-se como lavoura permanente o

café, coadjuvada pela produção do milho, trigo, feijão, batata-inglesa, centeio e a

laranja.

A cultura cafeeira foi tão importante para a ocupação humana e econômica e,

por extensão, para o desenvolvimento global da região que os avanços e recuos da

atividade vão obter respostas imediatas em termos de maior ou menor intensidade

na incorporação de novas terras ao processo produtivo, para o avanço da frente

pioneira. O fator limitante do cultivo cafeeiro foram as condições climáticas locais e

do solo decorrente da decomposição do arenito da Formação Caiuá não condizente

para com essa cultura.

Na Microrregião Geográfica de Campo Mourão a frente cafeeira não ocorreu

de forma significativa, em razão da região se encontrar na chamada linha da geada,

isto é do Paralelo 24º. O geógrafo Monbeig enfatiza melhor este fato em relação aos

cafeeiros: “que suas plantações não resistirão às geadas brancas dos vales e que

terão de abandonar as terras roxas e subir para o alto dos espigões” (MONBEIG,

1984, p. 207). Em 1975 em Campo Mourão durante três dias não fez sol e a

temperatura chegou a 3 graus negativos. As geadas destruíram as plantações de

café da região. A partir desse ano, depois da geada, foram cortados milhares de pés

de café dando lugar à cultura da soja e do trigo. O governo deu estímulo ao plantio

destes cereais e os agricultores buscaram áreas novas para plantio. A mecanização,

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o emprego de sementes fiscalizadas e o uso de fertilizantes e defensivos vieram

aumentar a produção da lavoura.

Com a mecanização da lavoura, muita gente ficou sem trabalho. A máquina

estava substituindo muitos braços e essa gente sem trabalho foi buscar melhores

condições de vida na cidade. A intensificação do processo de modernização da

agricultura, a partir do início da década de 1970, gerou significativas mudanças não

apenas na forma de produzir e organizar a produção agrícola, mas em toda a

estrutura social e espacial, bem como econômico da área em estudo. Observa-se

que a mecanização da agricultura tornou a região uma referência de quantidade e

produtividade nas culturas de exportação. Na pecuária, a criação de gado bovino e

suíno alcançava índices elevados, influindo decisivamente na economia municipal.

A indústria participava ativamente no setor madeireiro, de acordo com o I.A.P.

(INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ, 1993), sendo que as reservas vegetais

(pinho, cedro e peroba) eram inestimáveis. Em 1955, a indústria empregava 848

pessoas economicamente ativas. O desenvolvimento comercial era bastante

acentuado, contava com 360 estabelecimentos varejistas e 6 atacadistas

espalhados por todo o interior do município. Na sua sede, achavam-se em

funcionamento 3 agências bancárias. (IAP - INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ

- Relatório Técnico, 1993).

Fig.07 Imagem de Campo Mourão

Fonte: http://www.campomourao.pr.gov.br/ Adaptado por Tânia

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ATIVIDADES:

o

AGORA É COM VOCÊ O que você conhece a respeito do histórico de seu Município? O que você sabe sobre sua cidade? E sobre o Museu Deolindo Mendes Pereira?

1. Procure descobrir: A origem do nome: Museu “Deolindo Mendes Pereira”

Qual a origem de seu Município? Há quantos anos seu município é emancipado? Se ele já pertenceu a outro município, cite qual. Já teve outros nomes? Quais? Qual a origem do nome da sua cidade?Elaborar uma linha do tempo, com os principais fatos da história de seu município. Converse com pessoas antigas do município, procurando descobrir outras histórias relacionadas ao seu povoamento. No final compare essas informações com as obtidas no texto apresentado e compartilhe-as em sala de aula.

CONVERSANDO SOBRE O ASSUNTO

1-Em que ano foi iniciado o povoamento de Campo Mourão?

2- Qual foi o acontecimento histórico que deu impulso ao progresso de

Campo Mourão?

3- De que região do Brasil vieram os primeiros migrados para a introdução

da lavoura permanente de café?

4-Fazer uma síntese de como era a situação de Campo Mourão na década

de 60.

4- Fazer uma síntese como era a situação econômica de Campo Mourão na

década de 60.

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REFERÊNCIAS:

IAP - INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ (Relatório Técnico, 1993)

MONBEIG. Pierre. Pioneiros e fazendeiros de São Paulo. SP: Hucitec, 1984. SIMIONATO, E. C. Campo Mourão 50 Anos no Espiral do Tempo. Campo Mourão: Nerygraf, 1997.

__________. Campo Mourão Sua Gente. Sua História. Campo Mourão: Kromoset Artes Gráficas Ltda, 2008.

VEIGA, Pedro da. Campo Mourão: centro do progresso. Maringá: Bertoni, 1999.

Saiba mais

Principal produção agrícola de Campo Mourão na década de 1970 Fonte:http://poderdasfrutas.com/cafe/fruta-pe-de-cafe/

1-Você conhece um pé de café?

2-Como era colhido e beneficiado?

3-E hoje? Discuta e produza um texto.

4- O que você aprendeu sobre essa temática histórica que se relaciona com a compreensão do nosso presente?

4- Faça entrevista com moradores antigos de sua região. Pesquise como era a vida das pessoas antes da década de 1970, durante o período de implantação e manutenção da agricultura cafeeira (1940 até 1975).

5-Cite um exemplo de pessoa que vendeu sua propriedade rural e mudou para a cidade. Descubra o motivo e verifique se sua situação melhorou e por quê.

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APRENDENDO

CA

PÍT

ULO

04

APRENDENDO COM O

MUSEU “DEOLINDO

MENDES PEREIRA”:

UMA PROPOSTA DE

ESTUDO

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4.1 VISITA AO MUSEU “DEOLINDO MENDES PEREIRA”

Visitar o museu é entrar em contato com o modo de habitar/morar de um

determinada população em um determinado momento histórico. Até a casa onde

funciona o museu, com sua arquitetura, traz em si lembrança de uma época, pois ali

além das inúmeras fotografias que traçam o perfil do que foi o cotidiano da

sociedade e da cidade, ainda se encontram objetos capazes de construir ou

reconstruir as memórias da colonização do Município, como: garrucha, lampiões,

máquinas de costura, rádio a pilha (único meio de informação e contato com o

mundo exterior), lamparinas, utensílios domésticos como panelas e chaleiras de

ferro, moedor e torrador de café, moringa de barro, ferro de passar roupa a brasa,

entre outros.

Entrar em contato com esses objetos pode ser um exercício de rememoração

de histórias contadas e recontadas por pais, tios e avós, buscando no passado, o

que foi vivido e não viveram ou algo de familiar que desperte um sentimento de

empatia.

Nesse sentido, a proposta para os estudos históricos é de favorecer o

desenvolvimento das capacidades de diferenciação e identificação, com a intenção

de expor as permanências de costumes e relações sociais, as mudanças, as

diferenças e as semelhanças das vivências coletivas.

Registro do que viram no museu e de outras situações vivenciadas e do que

mais gostaram.

Propor incluir a montagem de um pequeno museu na escola com objetos e

fotografias antigas trazidas de casa e tiradas do museu e também confecção

de banners e mural.

Avaliação em grupo:

Fazer um círculo com as carteiras dos alunos e o professor não deverá

sentar-se à frente, propõe-se que fique nas laterais do círculo para sinalizar

igualdade e abrir espaço para o diálogo sobre a visita ao museu.

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Avaliação:

a) O que você observou no Museu que lhe chamou atenção?

b) Qual importância do museu para sua cidade?

c) Como o museu guarda os fatos contados através dos anos?

d) Você considera que tudo pode ser verdadeiro ou podem ser meias verdades ou

mentiras? Responda com suas palavras.

4.2 MUSEU NA ESCOLA

Fonte: http://www.cpmosvaldocruz.seed.pr.gov.br/

AGORA É COM VOCÊS

TRAZER OBJETOS DA

COMUNIDADE

Trazer objetos antigos usados pela população de Campo Mourão e que já não

são utilizados mais pois foram trocados pelas novas tecnologias como por exemplo:

ferro de passar roupa com o uso de brasa. Discutir com os colegas as formas de

exposição destes objetos.

A proposta deste exercício acima citado, de análise, de verificação de fatos e

dos objetos que são tratados como indício de traços culturais que serão trazidos e

organizados de forma a serem interpretados no contexto da exposição do Museu da

Escola Osvaldo Cruz. Isso possibilitará outros saberes sobre si mesmo e de sua

cidadania, sendo este transformado em fonte de reflexão, desde uma fotografia ou

um copo descartável que faz parte do nosso cotidiano, abrindo inúmeras

possibilidades de estudos não somente sobre o passado, mas também para

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questionamentos da história dos objetos. Dessa forma, o copo descartável poderá

servir de material para uma infinidade de estudos sobre a sociedade de consumo na

qual estamos inseridos e sobre a qual temos pouca consciência crítica. Portanto,

fazendo relações entre objetos atuais e antigos que eram usados de forma

diferentes ou iguais (copos de uso contínuo) podem deixar as reflexões de um

conhecimento histórico.

Avaliação individual:

VAMOS RESPONDER!

Fig.08: Objetos pertencentes aos pioneiros de Campo Mourão Fonte: arquivo pessoal (jun. 2011)

Segue o questionário: Investigando um objeto cultural, trazido de casa:

- Qual o objeto selecionado?

- De qual material é feito?

- Qual o valor/significado para as pessoas (avós, pais, parentes, vizinhos) que o

usaram, guardaram ou doaram?

- Qual o significado para você?

- O objeto está completo?

- Para que foi feito?

- É adequado para o uso pretendido?

- Quanto vale este objeto?

- É um objeto que poderia estar no museu? Por quê?

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Montagem da exposição com os objetos trazidos da comunidade para serem

apresentados aos demais alunos do Colégio.

Fig.09: Objetos pertencentes aos pioneiros de Campo Mourão Fonte: arquivo pessoal (jun. 2011)

Dar explicações sobre os objetos e banners de forma que possam estimular

os demais alunos do Colégio Dr. Osvaldo Cruz a pensar a história de uma

maneira diferente e mais interativa

Fonte:http://www.diaadia.pr.gov.br//tvpendrive/arquivos/File/imagens/2010/pdagogia/alfab_freire.jpg

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Avaliação do projeto:

Marque apenas uma das opções:

a) Você (aluno) gostou da forma como foi aplicado o projeto?

( ) Sim ( ) Não ( ) Mais ou Menos

b) Como você percebeu que o projeto ia ser prazeroso? Ou não gastou de ter

participado do projeto?

( ) No início ( ) No meio ( ) No final ( ) Não gostei

c) Foi bem planejado o projeto?

( ) Sim ( ) Não foi bem planejado ( ) Poderia ser melhor

d) Sua família gostou de ter participado do projeto?

( ) Sim ( ) Não

e) Esta forma de aprender visitando o Museu foi mais fácil?

( ) Sim ( ) Não

f)Com suas palavras escreva o que mais gostou do projeto:

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REEFERÊNCIAS

ALMEIDA, A.M., et alli. Relação Museu/Escola: Realidades e Perspectivas. Anais do 2º Encontro de Ensino de História, 2005. BALLER, G. I. Museu - espaço de identidade. Revista Museu, Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: <http://www.revistamuseu.com.br/artigos/art_.asp?id=13615>. Acesso em: 20 jul. 2008. DA CRUZ, M. R. Museu Reflexões. Curitiba: Secretaria de Estado da Cultura, 1993. HORTA, M. de L. P. O objeto cultural: Uma descoberta. In: Monumentos e centros históricos. Disponível em: (http://keronan.spaces.live.com/blog/cns..). Acesso em 12/02/2010. IAP - INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ (Relatório Técnico1993).

JUNGBLUT, C. A. História regional. Indaial: ASSELVI, 2008. KERRIOU, M. A. de. Museu, Patrimônio e Cultura: Sobre a Experiência Mexicana. In: O direito à memória. Patrimônio histórico e cidadania. São Paulo: DPH/SMC, 1992. In: LE GOFF, Jacques. História e Memória. 5ª. Campinas, SP: UNICAMP, 2003. MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. Educação e museus: sedução, riscos e ilusões. Ciências & Letras, Porto Alegre, n.27, jan.-jun. 2000. MONBEIG. Pierre. Pioneiros e fazendeiros de São Paulo. SP: Hucitec, 1984. PAOLI, Maria Célia. Memória, História e Cidadania: o Direito ao Passado. In: O direito à memória: Patrimônio histórico e Cidadania. São Paulo: DPH/SMC, 1992 RAMOS, Francisco Regis Lopes. A Danação do objeto: o Museu no Ensino de História. Chapecó: Ed. Argos, 2004. RIBEIRO, Wagner Costa. Patrimônio da Humanidade, Cultura e Lugar. Diálogo, DHI/PPH/UEM. V.9, nº.1, p. 111-124, 2005.

SANTOS, Reginaldo Aparecido dos. Narrativas urbanas: cidade, fotografia e memória. Toledo: UNIOESTE, 2010. p.100-126. SCHIMIDT, M. A.; CAINELLI, M. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2004. SIMIONATO, E. C. Campo Mourão 50 Anos no Espiral do Tempo. Campo Mourão: Nerygraf, 1997.

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__________Campo Mourão Sua Gente. Sua História. Campo Mourão: Kromoset Artes Gráficas Ltda, 2008.

__________Campo Mourão Sua Gente. Sua História. Campo Mourão: Kromoset Artes Gráficas Ltda, 1996. VEIGA, Pedro da. Campo Mourão: centro do progresso. Maringá: Bertoni, 1999. OUTRAS FONTES

Vídeos

http://www.youtube.com/watch?v=bxeamxGQKiA http://www.youtube.com/watch?v=SZcMk_ZUuAo http://www.youtube.com/watch?v=eNuiROePALs http://www.youtube.com/watch?v=KXRX_w4lmIo Links Fig.01MuseuImperial http://www.google.com.br/imgres?q=museu+imperia&hl=pt-BR&tbm=isch&tbnid=Ile_VaNHe_hEvM:&imgrefurl=http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:PetropolisMuseuImperial1-CCBYSA.jpg&docid=35BLk7SGu1ea0M&w=739&h=479&ei=tppFToL1D4n00gHXsJDyBw&zoom=1&iact=hc&vpx=481&vpy=143&dur=1285&hovh=181&hovw=279&tx=130&ty=98&page=1&tbnh=139&tbnw=185&start=0&ndsp=18&ved=1t:429,r:2,s:0&biw=1366&bih=622 Fig.02 Museu Oscar Niemeyer Fonte: http://www.museuoscarniemeyer.org.br/fotos/peq/foto38.jpg Fig.03 Museu de Campo Mourão Fonte: http://www.campomourao.pr.gov.br/fundacam/images/museu1.jpg Fig.07 Imagem de Campo Mourão Fonte: http://www.campomourao.pr.gov.br/ Adaptado por Tânia Fonte:http://picasaweb.google.com/multimeiospr/IlustracoesMultimeios# Fonte: http://poderdasfrutas.com/cafe/fruta-pe-de-cafe/ Fonte:http://www.diaadia.pr.gov.br//tvpendrive/arquivos/File/imagens/2010/pdagogia/alfab_freire.jpg

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Fonte:http://picasaweb.google.com/multimeiospr/IlustracoesMultimeios#5519363780053606482 Fonte: http://www.cpmosvaldocruz.seed.pr.gov.br/ Fonte:http://www.diaadia.pr.gov.br//tvpendrive/arquivos/File/imagens/2010/pdagogia/alfab_freire.jpg