Órgão de divulgação do senado federal · proposição (mp 338/06) abre crédito extraordinário...

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Órgão de divulgação do Senado Federal Ano XIII – Nº 2.588 – Brasília, quarta-feira, 9 de maio de 2007 Mudança na LDB estimula formação de professores Francisco Dornelles (entre Osmar Dias e Delcidio Amaral) é autor da proposta Projeto simplifica processo fiscal e beneficia contribuinte Contribuintes que tiverem processos fiscais acolhidos em primeira instância e confirmados em segunda podem ser beneficiados por projeto aprovado on- tem, terminativamente, pela Comissão de Assuntos Econômicos. De autoria do senador Francisco Dornelles, a proposta exclui a possibilidade de recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais na hipótese de decisão de segunda instância ter negado provi- mento a recurso de ofício. Página 7 Comissão de Educação aprova mais recursos para graduação e pós-graduação de profissionais da educação básica e atendimento médico e odontológico nas escolas A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) pode mudar para levar aos alunos da rede pública atendimento médico e odontológico de caráter preventivo e atribuir aos municípios o poder de avaliar seus estabelecimen- tos de ensino. A alteração, aprovada ontem pela Co- missão de Educação, em caráter terminativo, esti- mula o aperfeiçoamento de professores e aumenta os investimentos das universi- dades federais em cursos de graduação e pós-graduação para profissionais de educa- ção básica. Página 8 Renan discursa no I Fórum Nacional de TVs Públicas: pela transparência na informação Só o cidadão bem informado tem condição de fiscalizar, diz Renan O presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou ontem que a falta de acesso à informação alimenta o ambiente de corrupção. Ao participar da abertura do I Fórum Nacional de TVs Públicas, ele defende uma completa transparência na comunicação. Página 5 Prefeitos reivindicam modificações na medida provisória do Fundeb Transferência de recursos para custeio de transporte escolar e alteração nos cha- mados “pesos orçamentá- rios”, de forma a permitir repasses diferenciados para creches, pré-escola e ensino fundamental – essas são as principais reivindicações dos prefeitos. Página 6 Senadores e deputados participam da reunião da Confederação Nacional dos Municípios País não terá feriado na canonização A próxima sexta-feira, dia da canonização de Frei Galvão, não será fe- riado. Projeto aprovado em decisão terminativa pela Comissão de Edu- cação do Senado previa que se instituísse feriado na data apenas este ano. Entretanto, a proposta não foi acolhida pela Câ- mara dos Deputados. Célio Azevedo J. Freitas Célio Azevedo

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Órgão de d ivulgação do Senado Federa l Ano XIII – Nº 2.588 – Brasília, quarta-feira, 9 de maio de 2007

Mudança na LDB estimula formação de professores

Francisco Dornelles (entre Osmar Dias e

Delcidio Amaral) é autor da proposta

Projeto simplifica processo fiscal e beneficia contribuinte

Contribuintes que tiverem processos fiscais acolhidos em primeira instância e confirmados em segunda podem ser beneficiados por projeto aprovado on-tem, terminativamente, pela Comissão de Assuntos Econômicos. De autoria

do senador Francisco Dornelles, a proposta exclui a possibilidade de recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais na hipótese de decisão de segunda instância ter negado provi-mento a recurso de ofício. Página 7

Comissão de Educação aprova mais recursos para graduação e pós-graduação de profissionais da educação básica e atendimento médico e

odontológico nas escolas

ALei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) pode mudar

para levar aos alunos da rede pública atendimento médico e odontológico de caráter preventivo e atribuir aos municípios o poder de avaliar seus estabelecimen-tos de ensino. A alteração,

aprovada ontem pela Co-missão de Educação, em caráter terminativo, esti-mula o aperfeiçoamento de professores e aumenta os investimentos das universi-dades federais em cursos de graduação e pós-graduação para profissionais de educa-ção básica. Página 8

Renan discursa no I Fórum Nacional de TVs Públicas: pela transparência na informação

Só o cidadão bem informado tem condição de fiscalizar, diz Renan

O presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou ontem que a falta de acesso à informação alimenta o ambiente de corrupção. Ao

participar da abertura do I Fórum Nacional de TVs Públicas, ele defende uma completa transparência na comunicação. Página 5

Prefeitos reivindicam modificações na medida provisória do Fundeb

Transferência de recursos para custeio de transporte escolar e alteração nos cha-mados “pesos orçamentá-rios”, de forma a permitir

repasses diferenciados para creches, pré-escola e ensino fundamental – essas são as principais reivindicações dos prefeitos. Página 6

Senadores e deputados participam da reunião da Confederação Nacional dos Municípios

País não terá feriado na

canonização A próxima sexta-feira,

dia da canonização de Frei Galvão, não será fe-riado. Projeto aprovado em decisão terminativa pela Comissão de Edu-cação do Senado previa que se instituísse feriado na data apenas este ano. Entretanto, a proposta não foi acolhida pela Câ-mara dos Deputados.

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MESA DO SENADO FEDERAL

Presidente: Renan Calheiros1º Vice-Presidente: Tião Viana2º Vice-Presidente: Alvaro Dias1º Secretário: Efraim Morais2º Secretário: Gerson Camata3º Secretário: César Borges4º Secretário: Magno MaltaSuplentes de Secretário: Papaléo Paes, Antônio Carlos Valadares, João Claudino e Flexa Ribeiro

Diretor-Geral do Senado: Agaciel da Silva MaiaSecretária-Geral da Mesa: Claudia Lyra

COMUNICAÇÃO SOCIAL

Diretor da Secretaria Especial de Comunicação Social: Weiller DinizDiretor de Jornalismo da Secretaria Especial de Comuni-cação Social: Helival RiosDiretor do Jornal do Senado: Eduardo Leão (61) 3311-3333Editores: Djalba Lima, Edson de Almeida, Iara Altafin, Janaína Araújo, José do Carmo Andrade e Juliana SteckDiagramação: Henrique Eduardo Lima de Araújo e Iracema F. da SilvaRevisão: Eny Junia Carvalho, Lindolfo do Amaral Almeida e Miquéas D. de MoraisTratamento de imagem: Edmilson Figueiredo e Humberto Sousa LimaArte: Cirilo Quartim e Bruno BazílioArquivo fotográfico: Elida Costa (61) 3311-3332Circulação e atendimento ao leitor: Shirley Velloso Alves (61) 3311-3333

AGÊNCIA SENADO

Diretora: Valéria Ribeiro (61) 3311-3327Chefia de reportagem: Denise Costa, Davi Emerich e Moi-sés de Oliveira (61) 3311-1670Edição: Rafael Faria e Rita Nardelli (61) 3311-1151O noticiário do Jornal do Senado é elaborado pela equipe de jornalistas da Secretaria Agência Senado e poderá ser repro-duzido mediante citação da fonte. Impresso pela Secretaria Especial de Editoração e PublicaçõesSite: www.senado.gov.br - E-mail: [email protected].: 0800 61-2211 - Fax: (61) 3311-3137Praça dos Três Poderes, Ed. Anexo I do Senado Federal, 20º andar - Brasília - DF. CEP 70165-920

PRESIDÊNCIA DA SESSÃO

A sessão de ontem do Senado Federal foi presidida pelos senadores Tião Viana, Efraim Morais, Gerson Camata, César Borges e Papaléo Paes

Brasília, quarta-feira, 9 de maio de 2007

Formado por senadores e deputados, colegiado mobiliza esforços visando solucionar problemas causados pelas mudanças climáticas sobre os ecossistemas brasileiros

A Comissão Mista Es-pecial sobre Mudanças Climáticas aprovou ontem requerimento em que o senador Delcidio Amaral (PT-MS) solicita a realiza-ção de audiência pública em Campo Grande (MS) para discutir as conseqüên-cias do aquecimento global sobre o Pantanal. A data do debate ainda será defi-nida pela comissão, que é presidida pelo deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO) e tem como vice-presidente o senador Fernan-do Collor de Mello (PTB-AL). O relator do colegiado é o senador Renato Casagrande (PSB-ES).

A comissão também aprovou quatro requerimentos, sendo dois

solicitando o envio de parlamen-tares em missões oficiais: uma ao Peru, para o Congresso Interna-cional sobre Mudanças Climáti-cas, e outra a Genebra e Moscou, para conhecer projetos da Green Cross International. O convite foi formulado pela entidade, que é comandada pelo ex-presidente

da União Soviética Mikhail Gorbatchev.

O terceiro requerimento propõe a tradução para o idioma português da terceira parte do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática. O do-cumento sugere a redução do uso de combustíveis fósseis e o emprego de fon-tes renováveis de energia, como forma de diminuir as

emissões que contribuem para o aquecimento global.

O quarto requerimento solicita ao presidente do Senado, Renan Calheiros, a publicação, em por-tuguês, de 7 mil cópias de cada uma das três partes do relatório do painel.

Comissão debaterá impacto do aquecimento sobre o Pantanal

Ao lado de Eduardo Gomes (D), Delcidio defende proposta

Duas medidas provisórias e 11 projetos de lei de conversão trancam a pauta de votações do Plenário, que realiza sessão hoje, às 14h. A primeira proposição (MP 338/06) abre crédito extraordinário ao Orçamento da União, no valor de R$ 7,457 bilhões, em favor de empresas estatais. A outra (MP 356/07) libera recursos ao Ministério do Esporte, no valor de R$ 100 milhões.

Plenário

A Comissão de Ciência e Tecno-logia (CCT) se reúne às 8h45 para analisar projeto de lei que obriga a divulgação do valor calórico dos alimentos e bebidas anunciados

em propagandas. Também estão em pauta dez projetos de decreto legislativo autorizando o funciona-mento de emissoras de rádio e TV em diversos estados.

Ofício do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que indica o ministro César Asfor Rocha para exercer a função de ministro-corre-gedor no Conselho Nacional de Jus-tiça será analisado hoje, às 10h, pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Às 14h30, a

Comissão Mista de Orçamento (CMO) realiza reunião. Entre os itens em pauta está o requerimento do deputado Paulo Rubem Santiago (PT-PE) que solicita ao Tribunal de Contas da União a relação de todos os processos sobre irregularidades referentes à Infraero.

A agenda completa, incluindo o número de cada proposição, está disponível na internet, no endereço www.senado.gov.br/agencia/agenda.aspx

Comissão de Justiça analisa indicações

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, falará hoje à Subco-missão Permanente de Promoção, Acompanhamento e Defesa da

Saúde, da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), às 11h, sobre os projetos que pretende implementar no setor.

Divulgação do valor calórico dos alimentos

Perspectivas de mercado para o etanol serão discutidas hoje, em reu-nião da Subcomissão Permanente dos Biocombustíveis, da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), às 9h. Estão convidados

para o debate o diretor de Abasteci-mento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Tecnoló-gicos do Ministério das Relações Exteriores, Roberto Azevedo.

Mercado para biocombustíveis em debate

Ministro da Saúde fala sobre projetos do setor

Será realizado hoje, a partir das 18h30, o segundo painel do Ciclo de Debates sobre Temas Estratégicos para o Desenvolvimento, promovido pela liderança do Bloco de Apoio ao Governo. Representantes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) falarão sobre desigualdades de renda.

A Subcomissão Temporária de Resíduos Sólidos, criada no âm-bito da Comissão de Meio Am-biente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), aprovou ontem requerimento de Cícero Lucena (PSDB-PB) para debater, em audiência, os problemas ambientais e sociais decorrentes dos lixões e, após a discussão, apresentar propostas para solucionar tais questões.

Lucena, que preside a subco-missão, propôs que o debate seja realizado em duas audiências pú-blicas, a fim de tornar os trabalhos

mais produtivos. A questão ficou para ser resolvida em reunião administrativa do colegiado.

No encontro, Wellington Sal-gado (PMDB-MG) destacou programa de tratamento dos lixões implementado por Cícero Lucena quando prefeito de João Pessoa. A iniciativa, que criou cooperativas de catadores de lixo e de reciclagem de materiais recolhidos, avaliou Wellington, teve grande alcance social.

Na opinião de Augusto Botelho (PT-RR), todos os municípios precisariam tomar providências

dessa natureza. O senador propôs visitas a lixões de algumas cida-des, visando à busca de soluções. Ele destacou a situação do lixão existente em Brasília, que, argu-mentou, representa um problema social.

Senadores e especialistas buscam saídas para problemas dos lixões

Cícero Lucena propõe a realização de duas audiências públicas sobre o assunto

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Técnicos do Ipea discutem desigualdade de renda

3 Brasília, quarta-feira, 9 de maio de 2007

Camata parabeniza Lula pela “postura mais firme” com a Bolívia

Para o senador Gerson Camata (PMDB-ES), o pre-sidente Luiz Inácio Lula da Silva “marcou um ponto” ao adotar uma “postura mais fir-me” em defesa do patrimônio brasileiro na Bolívia.

Camata elogiou ontem a decisão de interromper os investimentos da Petrobras

naquele país. Além disso, o governo pode recorrer a tribunais internacionais caso não haja acordo para a venda das refinarias da empresa. A Petrobras decidiu vendê-las após o decreto de Evo Mora-les que deu à estatal boliviana o monopólio da exportação de petróleo reconstituído.

Para Gerson Camata, investir na Bolívia foi uma decisão errada

Cafeteira: novos ônibus de Brasília prejudicam os deficientes físicosAo comentar, ontem, a

notícia de que 310 novos ônibus foram incorporados à frota de transporte coletivo do Distrito Federal, o senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) lamentou o fato de os veículos serem obsoletos, por terem o motor localizado na parte da frente e não na

traseira, como os ônibus de cidades como Curitiba e Por-to Alegre. Além disso, obser-vou, os veículos não atendem à lei e não são adaptados para deficientes físicos.

– Veja a que ponto chega-mos: na capital da República nenhum dos ônibus é adapta-do para deficientes físicos.

Epitácio Cafeteira lamenta o fato de veículos serem obsoletos

Em nome do entendimento com as outras delegações, brasileiros cederam à idéia de rodízio semestral, até dezembro de 2008, na presidência do Parlamento

Projeto de Paim prevê sede de universidade no Rio Grande do Sul

Paim pede criação de universidade

do Mercosul

O senador Paulo Paim (PT-RS) aplaudiu ontem a instalação do Parlamento do Mercosul, na segun-da-feira, e pediu ao Con-gresso que vote projeto de sua autoria que cria uma universidade do bloco e institui sua sede no Rio Grande do Sul. A proposta (PLS 17/07) tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado.

Paim admite que, se os países-membros do Merco-sul chegarem a um acordo, ela poderá ser uma criação conjunta. Para o senador, a universidade será funda-mental para o processo de integração entre as popula-ções da região.

Ele comentou também o resultado de pesquisa da Fundação Perseu Abramo, divulgado ontem, revelan-do que 71% dos idosos do país sustentam suas famí-lias. O senador pediu apoio do Congresso para aprovar sua proposta de emenda à Constituição (PEC 13/06) que concede o mesmo per-centual de reajuste para o salário mínimo e para os aposentados que ganham mais que o mínimo.

Aprovada carta em defesa da democracia

Por iniciativa da delega-ção brasileira, o Parlamen-to do Mercosul aprovou ontem a Carta de Monte-vidéu, na qual se destaca a intenção de avançar no aprofundamento da “di-mensão política” do bloco. O texto ressalta a abertura de espaços para todas as correntes políticas, o que contribui para a construção de uma “cultura de cidada-nia vinculada ao fortaleci-mento da democracia”.

“O Parlamento do Mer-cosul assegurará um es-paço comum destinado a refletir o pluralismo e as diversidades da região, contribuindo para a de-mocracia, a representati-vidade, a transparência e a legitimidade do processo de integração”, estabelece o documento aprovado por unanimidade.

Os signatários desejam ainda projetar para o mun-do a identidade do Merco-sul, baseada na promoção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais e no repúdio a toda discri-minação, especialmente a relativa a gênero, cor, etnia e religião. E defendem o desenvolvimento sustentá-vel da região, buscando a “correção das assimetrias dentro e entre os países”. O senador Cristovam Buar-que (PDT-DF) considerou demasiadamente diplomá-tica a expressão “correção de assimetrias”. Ele quer a inclusão de termos como desigualdade, pobreza e ex-clusão social, “uma lingua-gem mais parlamentar”. A sugestão pode ser incluída na versão final do texto.

O mandato do pre-sidente do Parlamento do Mercosul, senador paraguaio Alfonso González Núñez, se encerrará no dia 25 de junho. A decisão foi tomada na tarde de ontem, por consenso, depois de uma disputa política ocorrida duran-te a primeira sessão do parlamento, a respeito da duração dos manda-tos do presidente e de toda a Mesa diretora.

Ficou acertado que o mandato da Mesa – composta por Núñez e quatro vice-presidentes, in-dicados pelos demais países do bloco – se estenderá até o final de 2008. Até lá, os vice-presidentes indicados por Argentina, Brasil e Uruguai se reveza-rão no poder por períodos semestrais. O rodízio não inclui a Venezuela, ainda considerada um membro em processo de adesão.

O parlamento decidiu ainda cons-

tituir duas comissões para analisar o projeto de regimento interno e a pauta política para os próximos meses. A pedido da delegação brasileira, as sessões ocorrerão às 10h das segun-das-feiras, para que os parlamentares possam estar em Brasília a tempo de participar, às terças, das sessões deli-berativas da Câmara e do Senado.

Quanto ao mandato da Mesa, pre-valeceu o consenso.

– Tínhamos a pro-posta de mandato de um ano para o presi-dente, mas concorda-mos que se estabeleça o rodízio até dezem-bro de 2008, quando termina o mandato da atual Mesa – disse o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), vice-presi-dente pelo Brasil.

Núñez foi eleito na segunda-feira, mas ficou pendente a de-finição do tamanho de seu mandato. Os

brasileiros apoiavam a duração de um ano e a escolha do atual vice-presidente uruguaio do parlamento, deputado Roberto Conde. Depois de uma reunião para discutir o assunto, os parlamentares anunciaram o con-senso. O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) defendeu o entendimento.

– Arriamos a bandeira, mas não nos rendemos – resumiu Conde, que deverá ser o próximo presidente.

Presidente do Parlamento do Mercosul terá mandato até junho

Na primeira sessão, clima de consenso entre as delegações dos países-membros

A dimensão histórica da realização das primeiras sessões do Parlamento do Mercosul foi ressaltada por sena-dores brasileiros durante a reunião de ontem, realizada em Montevidéu. Na opinião desses parlamentares, este é o momento adequado para garantir uma maior aproximação política entre os países que compõem o bloco.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse não entender o motivo pelo qual a imprensa estaria vendo “com antipatia” o nascimento do novo par-lamento. Ele revelou sua surpresa, por exemplo, ao constatar que a notícia a respeito da realização da primeira sessão, em Montevidéu, havia rece-bido apenas uma pequena menção na

primeira página do principal jornal uruguaio, El País.

Depois de lembrar o período de grande afastamento entre os países da América do Sul, quando havia ditaduras militares por quase todo o subcontinente, Simon defendeu como modelo a integração da Europa. O senador perguntou por que, até hoje, não prevalece entre os sul-americanos o mesmo espírito de entendimento a seu ver existente na Europa.

– Isso vai se constituir aqui no Par-lamento do Mercosul – antecipou.

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) considerou um “marco históri-co” a realização da primeira sessão do novo parlamento. Muitas vezes,

observou, os parlamentares se per-guntam que tratamento será dado ao fato pela imprensa.

– O mais importante é consolidar o Parlamento do Mercosul como grande caixa de ressonância da sociedade – sustentou Inácio Arruda.

Já a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) viu a presença de poucas mulheres no novo parlamento, assim como nos parlamentos nacionais de cada integrante do Mercosul. Para ela, a integração tem que ocorrer também nas questões relativas a gênero.

– A participação feminina é impor-tantíssima, na busca de garantia de mesmos direitos e oportunidades para as mulheres – afirmou Marisa.

Senadores ressaltam dimensão histórica do parlamento

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4 Brasília, quarta-feira, 9 de maio de 2007

Decisão contra cláusula de desempenho é criticada por Maciel

Ao defender a reforma política, o senador Marco Maciel (DEM-PE) criticou ontem a decisão do Supremo Tribunal Federal de barrar a cláusula de desempenho – que limita a atuação de partidos pequenos no Congresso –, julgando-a incompatível com o princípio da igualdade.

Segundo Maciel, o Brasil deve crescer a “taxas mais consistentes com sua evo-lução demográfica”, e isso depende da reforma.

– Mas toda tentativa de modernizar o sistema político não ultrapassa as barreiras que lhe impõe o Judiciário – protestou.

Reforma política é fundamental para o país crescer, afirma Maciel

Para Papaléo, canonização de Frei Galvão marcará visita do Papa

O senador Papaléo Paes (PSDB-AP) destacou ontem que a visita do papa Bento XVI ao Brasil, a partir de hoje, será sempre lembrada pela canonização, durante missa em São Paulo, do primeiro santo brasileiro: Antônio de Sant’Ana Galvão, o Frei Galvão.

Papaléo citou os compro-missos do Papa no país, como a reunião com o presidente Lula e o Encontro com a Juventude, além da visita a Aparecida (SP).

– A presença do Papa ficará indelevelmente marcada nos corações dos fiéis brasileiros – enfatizou o senador.

Papaléo Paes cita compromissos de Bento XVI, que chega hoje

Suplicy comenta tumulto e condena redução da maioridade Em discurso contra a

redução da maioridade penal e a favor da renda mínima de cidadania, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) criticou ontem a ação da Polícia Mi-litar em tumulto registrado durante show do grupo de rap Racionais MC’s, domingo em São Paulo, ao qual esteve

presente. Ao menos seis pessoas ficaram feridas e 11 foram presas. Suplicy discutirá com o comando da PM medidas para evitar novos confrontos.

Ele voltou a elogiar as letras do grupo, para ele um retrato do que ocorre na periferia pobre de São Paulo.

Suplicy assistia ao Racionais MC's quando confronto começou

Valadares registra ato público contra violência em Sergipe

O ato público realizado em Monte Alegre (SE), em protesto pelo assassinato de duas meninas, de 11 e 17 anos, foi registrado em Plenário ontem por Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), que esteve presente no protesto. Ele pediu a inserção nos Anais do Senado de um documento

elaborado pelo movimento antiviolência na cidade.

As meninas foram mortas após terem sido mantidas reféns por um foragido da polícia. O senador classificou o crime como hediondo e lembrou que o Senado vem aprovando leis para endurecer as penas.

Para Valadares, foragido praticou crime hediondo contra meninas

Na opinião de Lúcia Vâ-nia (PSDB-GO), “com o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), o pre-sidente Lula não pode mais prometer e não cumprir”. Ela alertou para a responsa-bilidade do governo caso os jovens de 2022 não tenham o futuro garantido que espe-ram as crianças de hoje.

A senadora assinalou que, desde que foi lançado, o PDE tem sido bem aceito e todos estão de acordo que o foco deve estar no ensino básico, com o estabeleci-mento de metas e cobrança de resultados.

– Há um velho ditado que diz “antes tarde do que nunca”, mas, no caso da Educação em nosso país, talvez fosse melhor dizer “contra fatos não há argumentos”, porque, na verdade, o primeiro governo Lula não teve a humildade de reconhecer que o ensino básico já era prioridade no governo an-terior – assinalou.

Para Lúcia Vânia o go-verno Lula deveria ter dado prosseguimento a vários programas e projetos ini-ciados no governo Fer-nando Henrique Cardoso, como Dinheiro Direto na Escola, Cantinho da Lei-tura, Aceleração da Apren-

dizagem e Energia Solar para Escolas. Ela alertou o governo para a necessi-dade de aprender a conter a euforia.

– A educação é trabalho árduo, de médio e longo prazos, e os resultados são compromissos com o país. Quando a política pública toma a forma de espetáculo, as decisões são tomadas não no sentido de modificar a realidade, mas no sentido de modificar a imagem que a sociedade tem do problema. O obje-tivo não é satisfazer as reais necessidades dos cidadãos, mas manipular a corrente chamada opinião pública.

Segundo Lúcia Vânia, “se o governo não ultrapassar a fase das boas intenções, como até agora fez com o Programa de Aceleração do Crescimento, o PDE será apenas mais uma proposta engavetada”.

Para Lúcia Vânia, “Lula não pode mais prometer e não cumprir”

João Pedro: PDE e PAC colocam o Brasil em um novo patamar

João Pedro quer debate sobre

educação João Pedro (PT-AM)

sugeriu que o Congresso aproveite a discussão dos projetos que integram o Pla-no de Desenvolvimento da Educação (PDE) e faça um debate profundo sobre os problemas do ensino. Para ele, o PDE resgata a dívida da sociedade com a educa-ção e, junto com o Programa de Aceleração do Cresci-mento, é um dos grandes projetos do governo.

– O presidente Lula será lembrado por esses dois programas, que serão ca-pazes de lançar o Brasil em um novo patamar de desenvolvimento com qua-lidade de vida, com total democratização na área educacional – afirmou.

O senador destacou ainda a expansão da rede federal de educação profissional e tecnológica, reativada pelo governo Lula em 2005.

Ideli: PAC já está mudando os indicadores econômicos

Líder do PT comemora resultado de pesquisa em que empresários indicam intenção de aumentar investimentos em bens de capital

A líder do PT, Ideli Salvatti (SC), festejou “a mudança de clima e dos indicadores econômicos”, que, a seu ver, é resultado do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

– Embora o PAC ainda não tenha completado qua-tro meses, as pesquisas com empresários já apontam que eles pretendem aumentar investimentos, principal-mente em bens de capital [máquinas] – disse.

A senadora citou pesquisa da Fundação Getúlio Vargas que indica o aumento da confiança dos empresários para investir, atribuindo essa mudança à queda na taxa de juros, ao aumento da renda e da massa salarial do país e ao crescimento da oferta de

crédito. Ela sustentou que o resultado da pesquisa mos-tra a viabilidade da aposta do governo Lula no Estado como “indutor de desenvol-vimento e crescimento”.

– Mas, no noticiário, algo me chamou a atenção. Em algumas matérias, houve comentários do tipo: “até

a melhoria da expectativa de crescimento e inves-timento foi apresentada como resultado do PAC”. Se estamos tendo crédito, uma expectativa melhor e mais renda, isso se deve a quê? A algum passe de má-gica? Ou apenas aquilo que é ruim se debita ao governo e, quando tem coisa boa, é como se o governo não existisse? – lamentou.

A líder do PT informou que o presidente Lula esteve ontem em Santa Catarina, onde inaugurou o Centro Administrativo e de Distri-buição dos Correios. “Ele só não inaugurou a última turbina da usina de Campos Novos porque o mau tempo impediu vôos com seguran-ça na região.”

Ideli atribui aumento da confiança empresarial a programa do governo

Heráclito diz que Lula não soube manter sigiloA afirmação feita ontem

pelo presidente Lula de que o Banco do Brasil vai com-prar o Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) foi criticada por Heráclito For-

tes (DEM-PI). O senador classificou de “perigosa” a notícia, pelas conseqüências que provocou no mercado, fazendo crescer a procura pelas ações do Besc e o seu

preço disparar. Segundo Heráclito, em operações desse tipo o sigilo é impres-cindível para que pessoas não sejam prejudicadas ou beneficiadas.

Lúcia Vânia cobra cumprimento de plano para a educação

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5 Brasília, quarta-feira, 9 de maio de 2007

Pesar pela morte de

piauienses O senador Heráclito

Fortes (DEM-PI) propôs ontem requerimentos de pesar pelo falecimento do jornalista Tantonho, assassinado na cidade de Picos (PI); do ex-go-vernador do Piauí Djal-ma Martins Veloso; e do professor, historiador e pároco da Igreja Ma-triz de Nossa Senhora do Amparo, Monsenhor Chaves, de Teresina.

Heráclito Fortes la-mentou a morte de Tan-tonho e apelou para que “haja uma apuração séria do assassinato do jorna-lista”.

Marconi: presidente é o maior mistificador da história brasileira

Marconi Perillo critica comparação

feita por LulaAo comentar matéria pu-

blicada no jornal O Estado de S. Paulo, o senador Mar-coni Perillo (PSDB-GO) criticou ontem o presidente Lula por ter comparado as acusações contra membros de seu governo envolvidos em casos de corrupção com os processos de “difama-ção” movidos pelo regime militar contra o arcebispo emérito de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, e o ar-cebispo de Olinda e Recife, dom Hélder Câmara.

Marconi Perillo conside-rou “indecoroso e indecen-te” o fato de Lula associar o “banditismo de Estado praticado por alguns de seus companheiros” à per-seguição sofrida pelos dois bispos. Ele lembrou que os religiosos não foram perseguidos por suas con-vicções religiosas, mas sim porque compuseram a linha de frente de resistência à tortura.

– O presidente é o maior mistificador da história do Brasil – disse o senador.

Ministro diz que prorrogação da

CPMF é necessáriaO ministro do Planeja-

mento, Paulo Bernardo, defendeu a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Finan-ceira (CPMF) e também da Desvinculação de Receitas da União (DRU). Segundo ele, isso é necessário para que o governo federal possa executar o Orçamento da União de 2008. A prorro-gação – até o final de 2011 – está prevista em proposta de emenda à Constituição (PEC 50/07) que tramita na Câmara. Paulo Bernardo fez essas declarações durante audiência realizada pela Co-missão Mista de Orçamen-to (CMO) para discutir o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2008 que chegou ao Congresso no mês passado.

– Contamos com a apro-vação da PEC. Se isso não ocorrer, evidentemente o Congresso vai nos ajudar a fazer adequações – disse o ministro, ressaltando que as receitas advindas da CPMF representam “pouco mais de R$ 30 bilhões por ano”.

A prorrogação também foi defendida por Francisco Dornelles (PP-RJ), relator, no Senado, da Subcomissão Temporária da Reforma Tri-butária, apesar de o senador ter afirmado que “a CPMF é a mais retrógrada, atrasada e regressiva das incidências tributárias que existem no Brasil; atinge os mais po-bres, é uma incidência em cascata e, no momento em que se tem uma inflação bastante reduzida, a alíquota de 0,38% é absurda”.

– Mas não há outro cami-nho, porque sem a receita da CPMF teríamos grandes problemas orçamentários – ressalvou ele, acrescen-tando que, em relação à DRU, “também não há outro caminho”.

Renan discursa durante evento sobre TVs públicas

O presidente do Senado, Re-nan Calheiros, discursou ontem na abertura do I Fórum Nacional de TVs Públicas dizendo não haver possibilidade de se garan-tir a democracia e a prevalência dos interesses da sociedade sem uma completa transparência da informação pública.

Desse fórum – realizado até sexta-feira, em Brasília, pelo Ministério da Cultura e pela Casa Civil – resultará um do-cumento com recomendações para subsidiar a criação da Rede Nacional de TV pública e sua migração para o novo sistema

de TV digital.Na opinião do presidente do

Senado, quem deve determinar o que é ou não assunto de interesse público é o próprio público, e não aquele que detém a informação.

– A falta de acesso à infor-mação alimenta o ambiente de corrupção e cria obstáculos ao desenvolvimento, ao favorecer in-certezas jurídicas que afugentam investidores e inibem a capacida-de empreendedora – afirmou.

Renan também destacou o papel pioneiro da TV Senado na aproximação do Estado com a sociedade.

Interesse da sociedade impõe transparência, afirma Renan

Paulo Bernardo participa de audiência pública na CMO

A realização de duas CPIs concomitantes so-bre o mesmo assunto no Senado Federal e na Câmara dos Deputados foi questionada em Ple-nário, ontem, pelo sena-dor Wellington Salgado (PMDB-MG).

Ele apresentou ques-tão de ordem à Mesa sobre a constituciona-lidade, juridicidade e oportunidade política das CPIs do Apagão Aéreo, mas o pre-sidente em exercício, Tião Viana (PT-AC), considerou que a indagação não poderia ser feita por meio de questão de ordem, já que o Plenário não estava examinando nenhuma matéria relativa

ao assunto. Em mo-mento oportuno e nos termos regimentais, afirmou Tião Viana, a Mesa se pronunciará sobre a questão.

O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), concordou que duas CPIs seriam uma “overdose”, mas ga-rantiu que a iniciativa de Wellington não re-sultou de “nenhuma

combinação do governo para impedir a instalação da CPI”.

Efraim Morais (DEM-PB) lembrou que “manobra regimental” da base do governo na Câmara levou à decisão de instalar a CPI do Apagão Aéreo

ao Supremo Tribunal Federal (STF). Já o Senado, observou, entendeu que é competência do Legislativo e um direito das minorias fiscalizar e investigar as ações do governo.

– O estranho é que a base do go-verno, antes da decisão do Supremo, tenha determinado a instalação da CPI na Câmara e, agora, tente evitar no Senado – ressaltou.

Heráclito Fortes (DEM-PI) pergun-tou se Wellington falava em nome do governo e se o Executivo “voltou atrás na sua decisão e agora quer uma CPI Mista”. O senador garantiu tratar-se de dúvida pessoal, apesar de ter falado em nome da liderança do governo. Caso seu pedido não fosse considerado pela Mesa, disse, iria recorrer à CCJ.

Wellington Salgado questiona existência de duas CPIs do Apagão

No exercício da Presidência, Tião Viana diz que a Mesa emitirá parecer sobre o assunto. Oposição manifesta estranheza e líder do governo garante que iniciativa não foi combinada com Executivo

Wellington Salgado assegura ter dúvida pessoal sobre duas CPIs

Um dos indicados pelo DEM para compor a CPI do Apagão Aéreo como titular, Antonio Carlos Magalhães (BA) garantiu que o cole-giado vai apurar tudo o que for necessário e investigar “quem quer que seja”.

– Ou apuramos tudo ou é melhor que o Con-gresso acabe de vez com o capítulo das CPIs e não permita que se investigue mais nada – afirmou.

Antonio Carlos alertou para a

responsabilidade do Senado – onde há um maior equilíbrio de forças partidárias –, que teria condições de dar melhor encami-nhamento às inves-tigações. A Câmara já instalou sua CPI, mas naquela Casa, lembrou, o governo tem maioria.

O senador também voltou a solicitar ao

presidente Lula que nomeie “pessoas corretas” para os cargos de segundo escalão.

Antonio Carlos: “Ou apuramos tudo, ou é melhor acabar com CPIs”

Antonio Carlos alerta para responsabilidade do Senado

Renan garante prazo decidido pelos líderesEmbora não se queira fazer mais

uma CPI do Apagão Aéreo, “não há o desejo de se empurrar a comissão com a barriga”, disse o presidente do Senado, Renan Calheiros. Ele se refe-ria a denúncias de supostas manobras dos líderes governistas para evitar que a CPI cumpra os prazos para sua instalação.

Renan sustentou que vai aguardar o prazo de 20 dias estabelecido pelas lideranças da Casa para a indicação dos membros da CPI. Somente após o vencimento do prazo regimental estabelecido (14 de maio), frisou o senador, o presidente da Casa pode fazer o uso de sua prerrogativa de indicar os integrantes da comissão.

J. Frei

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6 Brasília, quarta-feira, 9 de maio de 2007

A Confederação Na-cional dos Municípios (CNM), formada por prefeitos e entidades municipalistas de todo o Brasil, reuniu-se ontem para pedir aos senadores que mo-difiquem pontos do Projeto de Lei de Con-versão 7/07, originário da Medida Provisória 339/06, que trata do Fundo de Manutenção da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação (Fundeb).

A CNM requer alterações nos cha-mados “pesos orçamentários”, para que haja repasse diferenciado dos per-centuais de distribuição para creches, pré-escolas e ensino fundamental, e que se cumpra a transferência de recursos para o custeio do transporte escolar. A entidade propõe que a de-finição em lei dos fatores de pondera-ção para as etapas e modalidades da educação básica considere o peso 1,2

para as creches, 1,1 para a pré-escola e ensino médio e 1,0 para o ensino fundamental. Hoje, por exemplo, em relação às creches, o peso é de 0,8.

Outra reivindicação diz respeito ao custeio, pelos municípios, do transporte de alunos da rede estadual, que não é ressarcido pelos governos estaduais, como determina a Lei 10.709/03. Segundo os prefeitos e seus representantes, o Fundeb não é factível na prática, já que não há, por

exemplo, condições financeiras de matri-cular crianças de zero a três anos, como fixa a proposta.

– Todos queremos o Fundeb, mas não como ele foi apro-vado – disse Paulo Ziulkoski, presidente da CNM.

O senador Renato Casagrande (PSB-ES) afirmou ter apre-sentado destaques, para a votação em

Plenário, no sentido de incluir as reivindicações dos prefeitos no PLV. Ele sugeriu que sejam feitas reuniões com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e com o ministro Walfrido Mares Guia, da Secretaria de Relações Institucionais, para debater o tema.

Ainda na reunião, o senador Marco-ni Perillo (PSDB-GO) pediu a divisão da arrecadação da Contribuição Provi-sória sobre Movimentação Financeira (CPMF) com estados e municípios.

César Borges: compromisso foi feito perante 3 mil prefeitos

César Borges cobra promessa de aumento do FPM

O senador César Borges (DEM-BA) afirmou ontem que o presidente Lula ainda não cumpriu a promessa de permitir a aprovação, na Câmara dos Deputados, da proposta de emenda à Constituição que aumenta de 22,5% para 23,5% os repasses para o Fundo de Participação dos Municí-pios (FPM).

Conforme o senador, o presidente fez esse com-promisso perante 3 mil pre-feitos durante a 10ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, no início de abril. César Borges disse lamentar que a promessa ainda não tenha sido cum-prida e observou que “os municípios estão com o pires na mão”. Segundo ele, tal aumento traria cerca de mais R$ 1,8 bilhão anu-almente para ser dividido entre os municípios, o que resultaria em “um pequeno alívio”.

Em aparte, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) informou que o governo está procurando “formas de resolver a questão”. Os senadores Edison Lobão (DEM-MA), Antônio Car-los Valadares (PSB-SE) e Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA) concordaram com a necessidade do au-mento do FPM.

Garibaldi aponta erro no projeto do Fundeb que prejudica municípios

Garibaldi pede revisão nos

repasses do fundo

Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) sugeriu on-tem que o Senado modi-fique o Projeto de Lei de Conversão 7/07, originá-rio da Medida Provisória 339/06, que trata do Fundo de Manutenção da Educa-ção Básica e de Valorização dos Profissionais de Educa-ção (Fundeb). Segundo o parlamentar, um “erro fa-tal” nos cálculos do projeto prejudica os municípios, já tão penalizados pela falta de recursos.

O senador contou que participou ontem da reu-nião dos senadores com representantes da Confe-deração Nacional dos Mu-nicípios. A entidade requer alterações nos chamados “pesos orçamentários”, para que haja repasse dife-renciado dos percentuais de distribuição para creches, pré-escolas e ensino fun-damental, e que se cumpra a transferência de recursos para o custeio do transporte escolar.

– É preciso que o Senado modifique o projeto, sob pena de o quadro ir se agra-vando e se tornar insolúvel para o país. As prefeituras já atravessam uma situação das mais delicadas. Mui-tos municípios não sabem como pagar as obrigações mais elementares – disse.

Prefeitos e entidades municipalistas comparecem ao Senado para reivindicação

Prefeitos querem alterar pesos orçamentários na MP do Fundeb

Senadores ouvem apelos para que haja repasse diferenciado dos percentuais de distribuição para creches, pré-escolas e ensino fundamental, além de recursos para o transporte escolar

Treze medidas provisórias trancam a pauta de votações do Senado nesta semana. Sete delas fazem parte do Programa de Aceleração do Cres-cimento (PAC). Como a Câmara promoveu alterações em todas, elas tramitam no Senado na forma de projetos de lei de conversão.

As duas primeiras medidas in-cluídas na ordem do dia não fazem parte do PAC. A MP 338/06 trata da abertura de crédito extraordinário no Orçamento da União de 2006, no valor de R$ 7,457 milhões, para estatais, a maior parte destinada à Petrobras. Já o PLV 4/07, proveniente da MP 335/06, modifica dispositivos

legais relacionados a imóveis da União para facilitar a regularização de assentamentos e o acesso a terreno ou moradia para a população de baixa renda. Os beneficiários da medida são famílias com renda global de até cinco salários mínimos.

PACEntre os sete itens que integram

o PAC estão o PLV 10/07 (MP 349/07), que destinou R$ 5 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para aplicação nas áreas energética, rodoviária, ferro-viária, de portos e de saneamento, por meio do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de

Serviço (FI-FGTS); e o PLV 12/07 (MP 340/06), que corrige em 4,5% a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), anualmente, até 2010. O mesmo percentual foi aplicado às isenções e deduções com educação e dependentes.

O PLV 7/07 (MP 339/06) está en-tre os quatro últimos itens da pauta. A matéria regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fun-deb). Outro item é o PLV 6/07 (MP 341/06), que trata de cargos e de remuneração de várias carreiras do serviço público.

Senadores precisam votar 13 MPs para destrancar pauta

Lobão aponta “risco iminente” à produção de vestuário nacional

Edison Lobão (DEM-MA) anunciou ontem que irá re-querer na Comissão de As-suntos Econômicos (CAE) a realização de audiência pública para análise do “risco iminente” a que está subme-tida a produção brasileira de têxteis e de vestuário, em razão da invasão de produtos

chineses e indianos, princi-palmente.

O senador espera que do debate com autoridades, técnicos, especialistas e em-presários da área surjam so-luções “para a urgente defesa de um setor que contribui decisivamente para o desen-volvimento nacional”.

Edison Lobão propõe audiência pública para debater problema

Dornelles alerta para perda de postos de trabalho no setor têxtilFranc i sco Dorne l l e s

(PP-RJ) disse ontem que a indústria têxtil nacional “vem enfrentando sérias dificuldades nos últimos anos”. Para ele, os principais entraves são a concorrência de produtos estrangeiros e a elevada carga tributária.

O senador advertiu que,

caso a importação desleal e os altos impostos não sejam combatidos, o segmento per-derá milhares de postos de trabalho. Estudo da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção aponta que, somente em 2007, haverá redução de 206 mil postos de trabalho.

Estudo prevê menos 206 mil vagas em 2007, informa Dornelles

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7 Brasília, quarta-feira, 9 de maio de 2007

Gilvam faz apelo a Rondeau por liberação de recursos para programa em seu estado

Gilvam protesta pela falta de luz no interior do AmapáO programa Luz para Todos,

de implantação de energia elé-trica no meio rural, não atingiu até agora praticamente nenhum município de baixo Índice de Desenvolvimento Humano no Amapá, de acordo com Gilvam Borges (PMDB-AP).

A intenção de universalizar o programa, criado pelo governo Lula em 2004, foi antecipada para 2008, explicou o senador, que afir-mou que o Luz para Todos é fator de desenvolvimento econômico e social e instrumento de progresso. Por isso, Gilvam fez um apelo ao ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, pela liberação de recursos para a implantação do programa em seu estado.

– Muitos não vivem mais no escuro, nem à luz de candeeiros. Não é o caso dos brasileiros do Amapá. Lá, o programa não acen-deu uma luz sequer – lamentou.

Em aparte, Gerson Camata (PMDB-ES) informou que, em até dois meses, o presidente Lula irá “inaugurar a última lâmpada” das 30 mil residências contempladas pelo programa no Espírito Santo. Já o senador Au-gusto Botelho (PT-RR) lamentou que no seu estado apenas 20% do total previsto tenha sido implan-tado. Mário Couto (PSDB-PA) criticou o governo ao afirmar que “os habitantes do Pará e do Amapá somente terão luz quan-do se transferirem para o Sul e o Sudeste”.

Efraim classifica veículo como referência de credibilidade, constância e competência

Efraim comemora 99 anos do jornal

paraibano O NorteOs 99 anos de existência do

jornal O Norte, da Paraíba, com-pletados ontem, foram celebrados por Efraim Morais (DEM-PB).

O senador antecipou que pro-porá, em 2008, a realização de uma sessão especial para celebrar o centenário desse veículo de comunicação.

– A democracia e a liberdade de imprensa são indissolúveis e não podem existir separadamente. É sempre motivo de celebração entre os que prezam as conquistas do Estado democrático de direito o registro de aniversário de um respeitável órgão de imprensa – disse Efraim.

O senador registrou que O Nor-te foi fundado pelos irmãos Oscar e Orris Eugênio Soares, filhos de comerciantes portugueses que conseguiram fazer fortuna em João Pessoa.

– Quantos jornais e instituições em um país como o nosso, o país do efêmero e do provisório, chegam à marca dos 99 anos? Sem dúvida, poucos. E esses poucos tornam-se, como é o caso do jornal O Norte, referência de credibilidade, constância e com-petência – afirmou.

Efraim observou que a idéia inicial de “colocar nas ruas um diário politicamente indepen-dente” prevalece até hoje. Ele lembrou ainda que, em 1954, o veículo passou a integrar o grupo Diários Associados, fundado por Assis Chateaubriand.

Mão Santa: “Governo tem se apropriado indevidamente de desconto em folha”

Mão Santa acusa governo do Piauí de não repassar empréstimos consignadosDe acordo com Mão Santa

(PMDB-PI), o governo do Piauí tem se apropriado indevidamente dos descontos nos salários de servidores públicos referentes a empréstimos consignados e ou-tras obrigações, que deveriam ser repassados a bancos, financeiras, planos de saúde, seguradoras e associações de classe.

Os servidores e os aposentados

piauienses, segundo o senador, estão ameaçados de processos pelos bancos e seus nomes estão sendo inscritos no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).

Mão Santa leu nota da coluna do jornalista Sebastião Nery, publicada no jornal Diário do Povo do Piauí, afirmando que “o governo do PT recolhe dinheiro dos servidores, em folha, mas

não repassa aos bancos”.– Até certo tempo, o Piauí era

o único estado que não tinha desconto em folha. O governador Hugo Napoleão, depois de uma série de exigências, liberou a possibilidade para bancos e em-presas que tinham solidez. Veio o governo do PT, de Wellington Dias. Os descontos continuaram e o governo do estado recolhe o

dinheiro dos funcionários e ainda cobra taxas das empresas para fazer os descontos em folha. Mas, em vez de repassar, o governo do PT começou a ficar com o dinhei-ro, que não é dele – acusou.

Mão Santa garantiu que, quan-do foi governador do Piauí, o então ministro da Fazenda, Pedro Malan, zelava pela responsabili-dade fiscal.

Em decisão terminativa, comissão acata projeto de Dornelles que elimina possibilidade de recurso quando o contribuinte já teve seus pleitos deferidos em duas instâncias

Proposta que agiliza as ações contra o fisco é aprovada na CAE

Projeto garantin-do que não caberá recurso a uma ter-ceira instância fiscal quando duas instân-cias reconhecerem que o contribuinte não deve determi-nado imposto foi aprovado ontem pela Comissão de As-suntos Econômicos (CAE), em decisão terminativa.

O projeto do sena-dor Francisco Dor-nelles (PP-RJ) exclui a possibili-dade de recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais na hipótese de decisão de segunda instância ter negado provimento a recurso de ofício (PLS 11/07).

De acordo com Dornelles, “a proposta visa ao aperfeiçoamento do processo administrativo fiscal.

Ela desburocratiza e agiliza a vida do contribuinte que tem pendên-cias jurídicas com o fisco”.

– A decisão favorável ao con-tribuinte proferida pela Delegacia de Julgamento da Receita Federal e confirmada pelo Conselho de Contribuintes não deve ser objeto de nova contestação pela Fazenda

Pública. O recurso especial, nesses ca-sos, somente adia uma decisão, pois em dois julgamen-tos administrati-vos verificou-se ser improcedente a exigência fiscal – argumenta o au-tor da proposta.

O relator, Del-cidio Amaral (PT-MS), acredita que o projeto – que recebeu 18 votos

favoráveis – beneficiará milha-res de contribuintes e o próprio fisco federal, “pois, reduzidos os recursos à Câmara Superior de Recursos Fiscais, será possível julgar com maior rapidez os processos que permaneceriam assoberbando esse órgão de jul-gamento administrativo”.

Eliseu Resende (D) preside reunião da Comissão de Assuntos Econômicos

A CAE decidiu remeter à Sub-comissão Temporária de Reforma Tributária o projeto que assegura aos estados o ressarcimento in-tegral e efetivo, pela União, da desoneração do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre produtos primários e industriais semi-elaborados destinados à exportação.

O projeto (PLS complementar 30/06) de Pedro Simon (PMDB-RS) pretende alterar a Lei Com-plementar 87/96 (Lei Kandir). O relator, Gilvam Borges (PMDB-AP), deu parecer pela rejeição.

Para Gilvam, “apesar do mé-rito inconteste do projeto, ele é inconstitucional e fere a Lei de

Responsabilidade Fiscal. Portan-to, há óbices intransponíveis para sua aprovação”.

– A matéria obriga a União a conceder descontos no pagamen-to da dívida dos estados, uma vez que existe um contrato firmado entre aquele ente federado e es-tes últimos fixando as condições do refinanciamento da dívida. O Congresso não pode determinar, unilateralmente, a alteração desse contrato, que constitui um ato jurídico perfeito e, portanto, pro-tegido pela Constituição.

Na reunião de ontem, os se-nadores Osmar Dias (PDT-PR), Marcelo Crivella (PRB-RJ), Del-cidio Amaral (PT-MS), Edison Lobão (DEM-MA) e Francisco

Dornelles (PP-RJ), entre outros, discordaram do parecer de Gil-vam. Eles preferiram remeter o assunto para a subcomissão – segundo sugestão de Cícero Lucena (PSDB-PB) – e disseram que os estados exportadores de matéria-prima estão perdendo receita devido à Lei Kandir.

O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que a Lei Kandir foi criada para funcionar até o final do governo de Fernando Henrique Cardoso, mas sua vali-dade está sendo protelada. Como o governo está fazendo uma nova reforma tributária, Jucá também achou “mais prudente discutir essa questão na subcomissão, no bojo de tal reforma”.

Projeto sobre Lei Kandir é transferido para subcomissão

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8 Brasília, quarta-feira, 9 de maio de 2007

O líder do PDT, senador Os-mar Dias (PR), elogiou ontem, em Plenário, decisão do governo federal de aumentar em 25% os repasses de cotas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para os alunos matriculados no ensino fundamental e médio integrais, assim como no ensino médio profissionalizante.

– Mesmo que alguém seja da oposição, que seja da oposição radical, não pode deixar de reco-nhecer a importância dessa medi-da para o futuro do país, que é o de destinar a cada aluno do ensino integral 25% a mais em recurso. A escola integral é o sonho de todos os educadores deste país, que pensam na educação como ferramenta de cidadania para transformar a sociedade brasileira para muito melhor – disse.

Osmar Dias se referiu a várias experiências bem-sucedidas em seu estado de escolas em dois turnos, nas quais as crianças têm oportunidade de freqüentar, no turno suplementar, ginásios de esportes e aulas de música e de arte, o que lhes permite melhor formação.

InterpretaçãoO senador apontou a má com-

preensão da essência do sistema de educação integral como a prin-cipal causa do pequeno número de escolas sob esse regime em funcionamento no país.

– A educação integral, na sua essência, significa que, no turno, as crianças permanecerão na escola estudando normalmente, mas, no contraturno, poderão fre-qüentar outros espaços públicos, praças, clube de serviços, clubes sociais, poderão ir até a zona rural para ter noções de meio ambiente – explicou ele, destacando os efeitos benéficos para os alunos das atividades extraclasse.

Osmar Dias lembrou ainda que o sistema de educação integral foi primeiramente idealizado pelo sociólogo Darcy Ribeiro e implementado pelo então líder de seu partido, Leonel Brizola.

Ensino integral permite uma melhor formação dos jovens, diz Osmar Dias

Osmar Dias elogia aumento de verba

para escola integral

A Comissão de Educação (CE) aprovou ontem, em decisão ter-minativa, mudanças na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), com o objetivo de me-lhorar a qualidade da educação pública oferecida no Brasil, se-gundo o autor do projeto, senador Cristovam Buarque (PDT-DF). O texto recebeu parecer favorável, com emendas, do senador Mão Santa (PMDB-PI).

A primeira alteração da LDB prevista no projeto (PLS 4/06) determina que a assistência à saúde, já garantida no ensino fundamental público, inclua o atendimento médico e odonto-lógico de caráter preventivo e de identificação e correção pre-coce de problemas que possam comprometer o aprendizado do aluno.

Também foi alterado dispositi-vo para assegurar aos municípios o poder de avaliar os estabeleci-mentos de seu sistema de ensi-no. Outro acréscimo permite o exame nacional das condições de oferta da educação infantil.

Ainda conforme a proposta aprovada, o professor poderá ter o direito de, a cada sete anos de trabalho, usufruir de licencia-mento periódico remunerado para aperfeiçoamen-to profissional. A LDB garantia esse direito, mas sem estipular o intervalo de tem-po de exercício pedagógico para a concessão da licença. Na pro-posição original, era estabelecida licença mínima de seis meses, porém, Mão San-ta suprimiu esse prazo com o objetivo de permitir que os docentes possam usufruir de licenças mais longas para, por exemplo, freqüentar curso de mestrado ou de doutorado.

RecursosO projeto contém também mu-

danças sobre a aplicação anual, pelas universidades, de recursos oriundos de impostos constitu-cionais. De acordo com a matéria, pelo menos 20% desses recursos devem ser destinados a cursos de graduação e pós-graduação volta-dos ao aperfeiçoamento de profis-sionais da educação básica, bem como a programas de pesquisa e extensão relacionados à melhoria desse nível de ensino.

Direito autoral deve proteger

dubladoresOs dubladores de filmes

poderão ter seus direitos assegurados na Lei de Direi-tos Autorais. É o que prevê projeto da Câmara aprovado ontem na Comissão de Edu-cação (CE). Com parecer do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), a pro-posição (PLC 35/03) altera a Lei 9.610/98 para incluir os dubladores na categoria de artistas intérpretes ou exe-cutantes, colocar a dublagem entre as obras intelectuais protegidas e conferir direitos de autor ao dublador.

Em sua justificação, o autor da proposta, o então deputado Bispo Wanderval, lembra que a lei já inclui “im-plicitamente” os dubladores entre artistas intérpretes ou executantes, mas a alusão expressa da atividade garan-tirá a titularidade de direitos autorais aos profissionais.

Em seu parecer, Valada-res reconhece o mérito do projeto.

– A inclusão expressa dos dubladores entre os artistas intérpretes ou executantes permitirá aos profissionais se apoiarem na letra da lei para reivindicarem, de forma ine-quívoca, os direitos que lhes são assegurados – observou.

A matéria será ainda vota-da em Plenário.

Universidade de Roraima pode ter

3 campi avançadosOs municípios de Rorainópolis,

Caracaraí e Pacaraima, todos em Roraima, poderão ganhar cam-pi avançados da Universidade Federal de Roraima (UFRR). A proposta consta de projeto do senador Augusto Botelho (PT-RR) aprovado ontem, em caráter terminativo, pela Comissão de Educação (CE). O projeto (PLS 29/07) também permite a criação de cargos, funções e empregos na UFRR.

Instalada em 1989, a universi-dade é, segundo Augusto Botelho, a mais importante instituição de ensino superior de Roraima. Composta por 400 docentes, ela oferece 23 cursos de graduação em diversas áreas, seis núcleos de pesquisa e, ainda, programas de pós-graduação e cursos de extensão.

Na justificação, o senador afirma que as novas unidades acadêmicas permitirão a Rorai-ma desenvolver seu potencial agropecuário, mineral e turístico, com respeito ao ambiente e às populações indígenas. Em pare-cer favorável à matéria, Romero Jucá (PMDB-RR) lembrou que o estado possui poucas instituições federais de educação superior.

A CE também aprovou reque-rimento de Flávio Arns (PT-PR) solicitando informações ao Mi-nistério do Esporte a respeito da regulamentação de lei sobre in-centivo ao setor (Lei 11.438/06).

Ciclo de debates busca alternativas

para ensino no BrasilA Comissão de Educação inicia

amanhã um ciclo de debates para discutir o Plano de Desenvolvi-mento da Educação e o Projeto para a Educação, anunciados pelo

governo federal. Ao final da série de audiências públi-cas, será elabora-do um documento com o resultado dos encontros a ser entregue aos ministros da Edu-cação, da Fazenda, da Ciência e Tec-nologia e da Casa Civil.

Foram agenda-das oito audiências, sendo duas para

cada mês: nos dias 10 e 24 de maio, 5 e 21 de junho, 5 e 17 de julho e duas últimas ainda sem data definida. Para cada uma das seis primeiras reuniões, foram chamados de quatro a seis espe-cialistas em educação de vários segmentos. No sétimo encontro está prevista a participação dos governadores de São Paulo, José Serra; do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral; e de Minas Gerais, Aécio Neves. Já na última audiência, o idealizador do ciclo de debates e presidente da comissão, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), convidou os ministros, aos quais será entregue o documento resul-tante das discussões.

Projeto acolhido na CE prevê atendimento odontológico nas escolas e incentivo à capacitação de docentes da educação básica

Comissão de Educação aprova mudança na LDB

Propostas prevendo direito autoral a dublador e criação de campi na Universidade Federal de Roraima também foram acolhidas pela CE

Cristovam propõe medidas para melhorar qualidade do ensino

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