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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

PROFESSOR PDE: VERA MARIA PFEFFER SCHELBAUER

PROF. ORIENTADOR: DRª. JOSCELY MARIA BASSETTO GALERA

Material Didático: Caderno de perguntas e Respostas Sanções Disciplinares na Escola X Legislação

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Introdução Vive-se num momento histórico dentro da escola,

onde se percebe que tudo que foi vislumbrado durante décadas, manifestado na importância das boas relações entre professor-aluno, deram a direção errada das práticas pedagógicas.

Percebe-se que o medo do professor, que há décadas povoava a mente dos alunos foi substituído por uma relação mais afetiva, onde o aluno tem o professor mais aberto, mais solidário e próximo ao aluno.

Em contrapartida abriu-se também uma brecha onde se instalou o desrespeito e a desvalorização do professor, que perdeu seu lugar na hierarquia escolar.

Na ânsia de abortar o professor autoritário de outrora, anda-se na contramão e observam-se professores incapazes de controlar até mesmo as classes de alunos mais novos, em classes de Educação Infantil.

Onde foi que a educação perdeu-se? A escola reflete hoje a violência da família e da

sociedade, e é, portanto um mero resultado da indisciplina generalizada que se encontra na humanidade, onde os educadores se sentem impotentes e não conseguem exercer sua função, como demonstram as pesquisas que apontam o fracasso da educação no Brasil.

São tantos os problemas que a escola enfrenta, como crise de valores, hedonismo onde os jovens e crianças buscam o prazer individual e imediato; desestruturação da família, baixos salários, drogas, gravidez de adolescentes, ameaças de processos judiciais, falta de recursos, etc, tornando hoje o Professor um refém, que diante desse quadro caótico tornou-se uma figura frágil, que “tenta” fazer seu trabalho se esgueirando entre as dificuldades e “levando

do jeito que dá”, colhendo os fracassos dia a dia, e ficando cada vez mais desacreditado Justificativa

O Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, prevê em sua proposta, a construção de material didático pelos seus participantes, de forma colaborativa com os grupos de professores da rede, sobre questões que visem a melhoria da qualidade de ensino.

Desta forma, ao levantarmos quais as principais necessidades da prática pedagógica dos pedagogos, percebeu-se a necessidade de explicitar documentos orientadores, na busca de estratégias que minimizem o problema da indisciplina escolar.

Buscando orientar com justiça e eqüidade social, bem como dando tratamento pedagógico, administrativo, às questões disciplinares, elaborou-se este caderno constituído de 20 perguntas e respostas, com base nas leis.

Após proceder ao levantamento das principais dúvidas e questionamentos sobre o tema, durante o desenvolvimento dos GTRs Grupo de Trabalho em Rede tutoriado pelo professor PDE, procurou-se, colaborar na orientação às redes de ensino e na indução das discussões necessárias à efetiva concepção de um Regimento Escolar que atenda tanto à legislação quanto a necessidade de propor sanções mais justas e eficientes aos educandos.

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Objetivos •Pretende-se com este caderno auxiliar os

educadores na elaboração do Regimento Escolar de forma a garantir a aplicação das sanções disciplinares na escola, com o cumprimento da lei, com a devida justificativa e argumentação legal, explicitada no seu teor e com finalidade de subsidiar a discussão sobre a indisciplina na escola e a legislação.

•A elaboração dos conceitos deverá ter por objetivo, a compreensão da legislação vigente, (ECA, Código civil), sua aplicação com bom senso, e a definição do que seja indisciplina, relações de poder na escola, autoridade e autoritarismo.

•Também pretende-se buscar experiências positivas através de relatos de experiências para serem divulgadas aos demais professores da Rede Estadual, visando assim à melhoria de estratégias na relação professor-aluno. É importante também, a apresentação de argumentos com relação à necessidade de que os alunos entendam que suas ações resultam em conseqüências, e não é sempre que a impunidade será o resultado esperado.

• Consolidar uma estrutura educacional que garanta a inclusão social e permita a participação coletiva eficiente e a avaliação das ações pedagógicas e administrativas da escola.

• Ampliar a capacidade de compreender e interpretar a legislação educacional;

O Regimento Escolar deve ser construído a partir de uma ampla discussão com toda a comunidade escolar, em especial junto aos pais dos alunos, para que além de respeitar as normas acima referidas, eles, tendo conhecimento delas, ajudem os educadores a assegurá-las, visando ao pleno desenvolvimento dos educandos, e preparando-os para o exercício da cidadania.

O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê em seu artigo 53, parágrafo único. ”É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.”

A forma de lidar com os alunos, no momento em que eles desrespeitam as normas disciplinares deve estar incluída no Regimento Escolar, pois dará suporte para as ações dos educadores, além de atender ao art.6º do Estatuto da Criança e do Adolescente em seus princípios fundamentais, bem como o disposto no art.5º, inciso XXXIV da Constituição Federal, que estabelece o princípio da legalidade como garantia de todo cidadão contra abusos potenciais cometidos pelo Estado para o qual Murilo José Digiácomo, faz a seguinte indicação:

QUAL É A LEGISLAÇÃO QUE AMPARA A CONSTRUÇÃO DO

REGIMENTO ESCOLAR EM RELAÇÃO ÀS

SANÇÕES DISCIPLINARES?

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Deve o regimento escolar estabelecer, previamente, quais as condutas que importam na prática de atos de indisciplina, bem como as sanções disciplinares a elas cominadas, sendo ainda necessária a indicação da instância escolar (direção da escola ou conselho escolar, por exemplo) que ficará encarregada de apreciação do caso e aplicação da medida disciplinar respectiva (em respeito à regra contida no art.5º, inciso LIII também da Constituição Federal. (DIGIÁCOMO, 2002) Sempre que houver dúvidas com relação à

legislação, o Conselho Tutelar deverá ser contatado para orientar a escolas, ou até mesmo a promotoria Pública que de maneira conjunta pode ajudar no suprimento de ações de intervenção para aplicação de medidas de proteção previstas nos arts. 101 e 129 do mesmo do ECA, destinadas ao jovem e à sua família

.Murilo José Digiácomo ainda completa: Também é recomendável que o processo de discussão, elaboração e/ou adequação do regimento escolar seja estendido aos alunos, que devem ser ouvidos acerca das dinâmicas que se pretende implementar na escola bem como tomar efetivo conhecimento de suas normas internas, pois se o objetivo da instituição de ensino é a formação e o preparo da pessoa para o exercício da cidadania, é de rigor que se lhes garanta o direito de, democraticamente, manifestar sua opinião sobre temas que irão afetá-los diretamente em sua vida acadêmica. (DIGIÁCOMO, 2002)

Obs. Os artigos da legislação básica estão relacionados abaixo e seu conteúdo transcrito na íntegra ao final deste caderno. LEIS FEDERAIS - Constituição Federal/88, em especial os artigos 5º, 205 a 214 e 226 a 230; Art. 5º Constituição Federal/88, Art. 205. Art. 206 Art. 208 Art. 226. Art. 228. Art. 229. Lei Federal nº 10.287/2001- Inclui inciso no artigo 12 da Lei Federal nº9394/96; “Art. 12”. Lei nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente , em especial os artigos 5º,6º, 15,16,17,18, e 53 Lei nº 7.716/89 – Alterada pelas Leis:Lei nº 8.081/90, e Lei nº 9.459/97 Lei nº 9.394/96 – LDBEN – Diretrizes e Bases da Educação Nacional (utilizar sempre a versão atualizada); Alterada pelas Leis: Lei nº 10.287/01 – acrescenta inciso VIII ao art. 12, à LDBN PARECERES FEDERAIS Pareceres nº 06/98 e nº 31/02 – CNE/CEB LEIS ESTADUAIS Constituição Estadual do Paraná – Da Educação; Lei nº 14.361/04 – altera a redação da Lei nº 7.962/84, referente à obrigatoriedade do uso de uniforme escolar; Lei nº 14.743/05 – proíbe fumar nos recintos e edificações que especifica. DELIBERAÇÕES ESTADUAIS Deliberação nº 16/99 - CEE – Normas para elaboração do Regimento Escolar;

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A escola deve promover discussões entre toda a comunidade escolar, de forma a refletir sobre relações de poder, que possam interferir no relacionamento de todos. O “medo” não garante respeito e nem aprendizagem, sendo esse último o objetivo da escola. Os pais devem participar da vida escolar de forma a contribuir com a instituição, bem como garantir o respeito de seus filhos para com os funcionários e professores da escola.

Além disso, os professores e funcionários devem receber em sua formação, instruções básicas de bons relacionamentos humanos, buscando sempre, harmonizar o ambiente escolar.

Tendo em vista que o desres-peito ao

funcionário público no exercício de sua função é algo passivo de pena e previsto em lei, é importante registrar que o Estatuto da Criança e do Adolescente, ao contrário do senso comum, procurou apenas reforçar a idéia de que crianças e adolescentes também são sujeitos de direitos como todo cidadão, no mais puro espírito do contido no art.5º, inciso I da Constituição Federal, que estabelece a igualdade de homens e mulheres, independentemente de sua idade, em direitos e obrigações. Sendo crianças e adolescentes sujeitos dos mesmos direitos que os adultos, a exemplo destes possuem também deveres, podendo-se dizer que o primeiro deles corresponde justamente ao dever de respeitar os direitos de seu próximo (seja ele criança, adolescente ou adulto), que são exatamente iguais aos seus. Em outras palavras, Murilo José Digiácomo afirma:

O Estatuto da Criança e do Adolescente não confere qualquer "imunidade" a crianças e adolescentes, que de modo algum estão autorizados, a livremente, violar direitos de outros cidadãos, até porque se existisse tal regra na legislação ordinária, seria ela inválida (ou mesmo considerada inexistente), por afronta à Constituição Federal, que como vimos estabelece a igualdade de todos em direitos e deveres. (DIGIÁCOMO, 2002) Por isso, no momento de se decidir o que fazer

quando um ato de Agressão física ou verbal parte de um aluno, seja ele criança, adolescente ou adulto devem ser analisada a Constituição Federal, Estatuto da Criança e do

QUANDO O ALUNO NÃO TEM MEDO DE “NADA” E DE “NINGUÉM”; O QUE

FAZER?

QUAIS AS ATITUDES CORRETAS FRENTE AOS CASOS DE INDISCIPLINA COM AGRESSÕES FÍSICAS

OU VERBAIS ENTRE ALUNOS OU ENTRE ALUNOS

E PROFESSORES OU FUNCIONÁRIOS E ALUNOS?

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Adolescente, Lei de Diretrizes e Bases da Educação e, é claro, do Regimento Escolar do Estabelecimento de Ensino, para se garantir que a legislação não será desrespeitada.

Ao considerarmos caso de ameaça, agressão física ou verbal, tanto de alunos, funcionários ou professores, esgotados os recursos da escola, pode-se registrar um boletim de ocorrência na delegacia, caso o aluno já tenha 12 anos completos. Sendo o aluno menor de 12 anos, deve-se levar ao conhecimento do Programa de proteção mais próximo ou ao Conselho Tutelar, que fará as orientações necessárias. No caso de agressão partindo de professores e funcionários, poderá ocorrer ainda um processo administrativo, pela própria Secretaria de Estado de Educação. Nesse caso o Conselho Escolar deverá informar a Ouvidoria Estadual.

A Constituição Federal, estabelece a igualdade de homens e mulheres, independentemente de sua idade, em direitos e obrigações, e o direito ao respeito está assegurado também na Constituição.

Considera-se que uma criança ou adolescente deva respeitar também esse princípio. O que o estatuto da Criança e Adolescente tenta assegurar é que os direitos sejam respeitados, considerando “a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.”, (Art. 6º LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.).

Além disso, o Estatuto da Criança e do Adolescente dedica boa parte de seu texto reservado às medidas de proteção à criança (até 12 anos incompletos) e sócio-educativas aos adolescentes (mais de 12 anos) ou atos infracionais cometidos por e adolescentes. A transcrição dos artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente referentes a estas medidas encontram-se ao final deste caderno.

O registro em ata deve ser feito sempre que houver algum atendimento a alunos, pais ou professores, pela equipe pedagógica do estabelecimento, para que nos caso de reincidência, seja consultada, e tomadas as medidas cabíveis

Um dos pontos chaves de toda a discussão a respeito de indisciplina na escola, diz respeito à definição das

O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PREVÊ

ALGUM TIPO DE SANÇÃO À CRIANÇA OU ADOLESCENTE QUANDO ESTE DESRESPEITA UM PROFESSOR OU ADULTO?

QUAIS OS CASOS DE INDISCIPLINA QUE DEVEM SER REGISTRADOS? SE OS ALUNOS NEGAREM-SE A ASSINAR A ATA, COMO DEVEMOS PROCEDER?

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condutas que caracterizam “atos de indisciplina” e as sanções disciplinares a elas atribuídas. Um professor pode reconhecer como indisciplina o fato de um aluno contestá-lo em suas observações, a outros pode parecer coisa bem mais grave.

É importante, usar a todo o momento o bom senso, e procurar garantir discussões com mais pessoas para que qualquer decisão não seja tomada de forma unilateral.Às vezes um professor, tomado pela cólera acaba “fazendo tempestade num copo de água”, ou por se sentir intimidado, não quer levar à justiça situações mais graves.

Pode-se prever no Regimento Escolar, ou ainda no Regime da Escola situações para exemplificar atos de indisciplina e suas devidas sanções, mas sempre corre-se o risco de fazer com que as relações humanas na escola tornem-se impessoais e a escola mais burocrática,

No caso de recusa de aluno em fazer atividade ou avaliação/recuperação, o professor deve fazer uma observação no livro de Registro de Classe, e pedir para o aluno assinar juntamente com duas testemunhas;caso o aluno se recuse a assinar deve-se colocar também essa observação e pedir para duas testemunhas assinarem. Se houver reincidência (determinar quantas serão no Regimento Escolar), deve-se encaminhar para a Equipe Pedagógica.

Casos de indisciplina que possam ser solucionados pelo próprio professor,devem ser evitados de serem levados à Equipe Pedagógica sob o risco do professor perder sua autoridade.Somente casos relevantes, devem ser encaminhados à Equipe e sempre registrados em ata, e chamados os pais conforme o caso.

O Estatuto da criança e do Adolescente deixa bem claro quando trata do direito ao respeito que a criança e o adolescente tem nos seus artigos 17 e 18 :

Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

Deve-se portanto, procurar orientar os pais no sentido de que expor qualquer criança à situações vexatórias ou submeter-lhe à violência é crime, e que os pais poderão responder judicialmente por essa atitude. Além disso, deve-se informar o Conselho Tutelar, sob o risco de se não o fizer, ter que responder judicialmente por isso.

O QUE FAZER QUANDO VOCÊ

CHAMA OS PAIS POR MOTIVO DE

INDISCIPLINA DO FILHO E O PAI BATE NA CRIANÇA NA SUA

FRENTE?

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O Conselho Escolar deve ser convocado para resolver questões administrativas e indisciplinares de professores ou funcionários e nos casos indisciplina extrema de alunos, onde esgotadas os recursos do professor na sala de aula, e da equipe pedagógica, leva-se o caso a este Conselho.

Se o caso for de extrema gravidade onde se admite a transferência consensual, a Equipe Pedagógica deve informar os pais ou responsáveis e contar sempre com o acompanhamento do Conselho Tutelar para garantir os Direitos da Criança e do Adolescente.Nesse caso, a direção e Equipe pedagógica expõe as razões e o Conselho auxilia na tomada de decisão

O Conselho Tutelar deve ser chamado depois de esgotados os recursos da escola para resolver os problemas disciplinares extremos, sempre que seja necessário garantir os Direitos da Criança, no caso de evasão escolar, depois de esgotados os recursos da Escola, maus tratos pela família, e no caso de encaminhamento para promotoria.

A polícia, só deve ser chamada no caso de violência, praticada por maiores de 12 anos completos, e de preferência a Patrulha Escolar, composta por policiais

treinados para lidar com casos específicos que normalmente acontecem nas escolas. Deve-se sempre usar o bom senso, evitando-se de chamar o Conselho ou a polícia em casos mais simples, onde pode-se fazer a conciliação entre os próprios alunos, utilizando as sanções registradas no Regimento Escolar. A Deliberação nº 16/99 - CEE – Normas para elaboração do Regimento Escolar, indica como sugestão os seguintes itens a serem registradas no Regimento escolar, como sanções aplicáveis aos alunos que transgredirem de alguma forma as disposições contidas no Regimento Escolar ficarão sujeito às seguintes ações: I. orientação disciplinar com ações pedagógicas dos professores, equipe pedagógica e direção; II. registro dos fatos ocorridos envolvendo o aluno, com assinatura; III. comunicado por escrito, com ciência e assinatura dos pais ou responsáveis, quando criança ou adolescente; IV. encaminhamento a projetos de ações educativas; V. convocação dos pais ou responsáveis, quando criança ou adolescente, com registro e assinatura, e/ou termo de compromisso; VI. esgotadas as possibilidades no âmbito do estabelecimento de ensino, inclusive do Conselho Escolar, será encaminhado ao Conselho Tutelar, quando criança ou adolescente, para a tomada de providências cabíveis. Art. ... Todas as ações disciplinares previstas no Regimento Escolar serão devidamente registradas em Ata e apresentadas aos responsáveis e demais órgãos competentes para ciência das ações tomadas.

QUE SITUAÇÕES DE INDISCIPLINA DEVEMOS LEVAR AO CONSELHO

ESCOLAR, AO CONSELHO TUTELAR E ATÉ MESMO À AUTORIDADE POLICIAL?

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O furto caracteriza uma situação complexa, em função de que, Revista pessoal, na escola só pode acontecer com autorização dos pais, pois jamais pode-se expor a criança ou adolescentes à situações vexatórias.

O ideal é registrar no Regimento escolar a proibição de trazer objetos estranhos à aula, ou dinheiro (pois não se pode comprovar a posse). O Regimento escolar poderá prever a revista, para isso, já no início do ano consultar os pais, sobre essa possibilidade, e se eles permitirem, eles devem assinar. A revista poderá ser feita por um policial (masculino para os meninos e feminino para as meninas).

Caso seja um pequeno furto, de algo que não venha a comprometer grande valor, a escola deve usar de bom senso e tentar resolver sem o envolvimento de outras instâncias, Mas se isso não for possível, deve-se chamar a Patrulha Escolar que já tem treinamento especial para essas situações.

O uso do Uniforme escolar deve ser

regulamentado pela Lei nº 14.361/04 (veja sua transcrição no final deste caderno), e no Regimento Escolar devem estar estabelecidas as regras relativas à sua adoção, garantindo-se a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola.

Portanto, o aluno não poderá ser impedido de entrar na escola por estar sem uniforme, mas poderá ter as sanções previstas no Regimento, como por exemplo,ser advertido, quando isso ocorrer sem justificativa plausível, ou informados os pais em caso de reincidência.

No caso dos

pais ou responsáveis não estarem atendendo o chamado da escola, deve-se entrar em contato com Conselho Tutelar e Ministério Público, para que eles sejam responsabilizados. É importante registrar todas as tentativas de comunicação feita com os pais para que no caso de interferência da promotoria, o caso seja analisado tomando em conta o número de vezes que o pai foi chamado, a forma, se por telefone, por escrito ou outro

COMO AGIR EM SITUAÇÕES DE FURTO ENTRE OS

ALUNOS SEM EXPÔ-LOS?

LEGALMENTE, EXISTE UMA FORMA DE

RESPONSABILIZAR OS PAIS PELA FALTA DE

ACOMPANHAMENTO E DESCASO PELO

PROCESSO EDUCACIONAL DE SEUS FILHOS?

O ALUNO PODERÁ FICAR FORA DA ESCOLA POR NÃO ESTAR

DE UNIFORME?

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meio (rádio por exemplo, sem especificar o motivo), o espaço de tempo entre as comunicações. etc.

Caso seja apurada a omissão dos pais, eles poderão sofrer as sanções previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente em seu Art. 129: “São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar; VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado; VII - advertência; VIII - perda da guarda; IX - destituição da tutela; X - suspensão ou destituição do pátrio poder.

Sempre deve constar no Regimento da Escola, como dever dos pais ou responsáveis, o acompanhamento da vida escolar dos filhos, registrando-se também os procedimentos tomados no caso dos pais não o cumprirem.

A escola deve orientar os pais do aluno agredido a apresentar queixa ao Conselho Tutelar (menor de 12 anos) ou na delegacia (maior de 12 anos) para registrar um boletim de ocorrência.

O professor deve ser sempre orientado para que conheça seus direitos e deveres, constantes no Regimento Escolar, tanto para os seus quanto para os dos alunos.

Uma proposta Pedagógica clara da escola pode auxiliar e muito o professor nesse caso. Ele tem que ter consciência de seu papel, como educador, flexibilidade para

QUAL O PROCEDIMENTO QUANDO UM PAI

INVADE A ESCOLA E BATE NO ESTUDANTE QUE BATEU EM SEU

FILHO?

O QUE PODEMOS FAZER PRA AUXILIAR O

PROFESSOR PARA QUE ESTE NÃO

VENHA A PERDER A AUTORIDADE EM SALA DE AULA?

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atender as necessidades dos adolescentes e rigor na exigência do cumprimento de normas preferentemente estabelecidas em conjunto com os alunos. Isto é, não ser intransigente, procurando entender os alunos em suas necessidades, mas ainda assim não abrindo mão dos princípios fundamentais da escola: entre eles, o respeito.

Discutindo as normas de convivência com os alunos, o professor terá maior respaldo no momento da cobrança e poderá agir com todo o rigor, pois tudo estará previamente combinado.Não podendo esquecer de que ele também estará sujeito as regras, e deve ter a plena consciência de que nesse sentido também será cobrado.

A primeira

providência deverá ser descobrir a causa dos atrasos. Caso for detectado que o aluno more muito longe e não exista transporte escolar para que ele chegue no horário, deve-se chamar os pais para analisar a possibilidade de uma transferência para uma escola mais próxima da casa desse aluno.Caso isso não seja possível, o aluno entrará na sala de aula seguindo as normas constantes no Regimento Escolar.Para o Ministério Público não importa se ele

chegou atrasado, porque tem o direito de estar na Escola, então as regras devem estar bem claras no Regimento: qual o horário limite de tolerância para a 1ª aula, quantas vezes será tolerado o atrasos para a primeira aula, que tipo de justificativas serão aceitas por escrito (com a assinatura dos pais) em que caso serão chamados os pais, etc.

Se a causa dos atrasos forem por motivos banais, do tipo: “eu não consigo acordar cedo”, procurar mudar o aluno de turno. Caso isso não seja possível, procurar conversar com os pais para se chegar a uma solução, sendo o aluno sujeito às sanções disciplinares constantes no Regimento escolar.

Se isso tudo não resolver contatar o Conselho Tutelar para que ele forneça orientações mais precisas.

As regras contidas no Regimento Escolar não devem, de maneira nenhuma, ser impostas. A discussão dessas regras devem ser feitas com toda a comunidade escolar, e todo o Regimento deve estar de acordo com a legislação citada já na pergunta número 1, bem como, aprovado pelo NRE.

QUE ATITUDE DEVE TOMAR A ESCOLA COM ALUNOS QUE

CHEGAM SEMPRE ATRASADOS?

COMO GARANTIR QUE AS REGRAS INTERNAS DA ESCOLA SEJAM

VÁLIDAS E ASSEGURADAS PELA

LEGISLAÇÃO?

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Todas as sanções referentes ao uso de aparelhos eletrônicos antes de compor o Regimento Escolar, devem ser amplamente discutidas com os alunos e pais para que a proibição (se for o caso) seja entendida e como uma estratégia disciplinar e não como punição.

Caso seja optado pela liberação do uso, as regras devem ser claras de quando e como os aparelhos podem ser usados, sendo necessário a divulgação dessas regras também os pais, para que eles ajudem a disciplinar o uso.

A orientação da SEED, caso seja optado pela proibição do uso na escola é que o aparelho deverá ser recolhido e entregue nas mão dos pais ou responsáveis se aluno menor; caso seja maior, poderá ser entregue a ele mesmo no final da aula, ou no prazo estabelecido pelo Regimento.

Prejuízos ao Patrimônio Público quem pune é o Ministério Público.

Os alunos poderão ter sanções administrativas como advertência e suspensão assistida na escola, desde que tudo esteja registrado no Regimento Escolar, e com o conhecimento dos pais.

O ideal é no início do ano, fazer uma reunião com os pais sobre este assunto e constar no regimento da escola, o resultado dessa reflexão coletiva, onde todos participam. Se no Regimento constar que os pais desses alunos deverão compensar o prejuízo financeiro através de pagamento, isso poderá ser feito. Porém, se os pais não tiverem condições de fazer o ressarcimento, e o dano for muito grande, deve-se consultar a legislação e no caso de dúvida, consultar o Conselho Tutelar.

Jamais o diretor ou pedagogo poderá pedir ao aluno para fazer trabalhos de reparos na escola, sem que os pais tenham conhecimento do que está acontecendo, a não ser que seja um trabalho voluntário como um Mutirão por exemplo.

COMO DEVEMOS AGIR QUANDO OS ALUNOS TRAZEM PARA A ESCOLA APARELHOS

ELETRÔNICOS COMO CELULARES, MP3,

MP4, ETC?

QUAL É A SANÇÃO QUE PODE SER

APLICADA EM CASO DE ALUNOS QUE DEPREDAM O PATRIMÔNIO PÚBLICO?

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Caso o dano causado seja menor e, entrando em acordo com os pais eles concordarem com o ressarcimento do prejuízo, evitando questões judiciais, a Direção, ou ainda o Conselho Escolar devem optar pelo bom senso, preservando sempre a identidade do aluno, sem fazer a exposição vexatória do aluno ou de seus pais.

Alunos que atrapalham a aula, muitas vezes estão revelando outros problemas muito comuns : A falta de motivação para o estudo pelo próprio aluno, ou a falta de motivação da própria aula – a chamada “aula Chata” que ninguém agüenta – nesses casos, é importante que o pedagogo procure investigar as causas, e se detectado ser o 1º caso, tente com aconselhamento mostrar ao aluno a importância do estudo para sua vida, ou o encaminhamento se o caso for muito grave para programas existentes de apoio à criança e o adolescente oferecidas pelo poder público

Caso o problema seja a metodologia adotada pelo professor, esse professor deve ser orientado no sentido de dinamizar suas aulas, para buscar uma maior atenção dos

alunos.Se nada disso resolver, pode-se tentar uma mudança de turma ou até de turno, sempre com a ciência e autorização dos pais.

Não pode haver medida disciplinar de expulsão. ou a transferência compulsória do aluno, que segundo Murillo José Digiácomo (2002)

Representa um "atestado de incompetência" da escola enquanto instituição que se propõe a educar (e não apenas a ensinar) e a formar o cidadão, tal qual dela se espera.O regime disciplinar dos estabelecimentos de ensino deve ser sempre explicitado no respectivo Regimento Escolar que, observados os limites da lei, de acordo com o Parecer C.E.E. nº 101/2000. (DIGIÁCOMO,2002) A lei assegura a todo cidadão, e em especial a

crianças e adolescentes, o direito de "acesso e PERMANÊNCIA na escola", conforme previsão expressa do art.53, inciso I da Lei nº 8.069/90, art.3º, inciso I da Lei nº 9.394/96 e, em especial, do art.206, inciso I da

COMO PROCEDER COM ALUNOS QUE

ATRAPALHAM A AULA O TEMPO TODO E, MESMO TENDO

CHAMADO OS PAIS NÃO SE RESOLVEU A

SITUAÇÃO?

DE ACORDO COM O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO

ADOLESCENTE UM ESTUDANTE PODE SER EXPULSO? PODE HAVER

TRANSFERÊNCIA DO ALUNO, POR MAU COMPORTAMENTO?

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Constituição Federal [5], nem poderão contemplar qualquer das hipóteses do art.5º, inciso XLVII da Constituição Federal, onde consta a relação de penas cuja imposição é vedada mesmo para adultos condenados pela prática de crimes.

Bem como, não poderão acarretar vexame ou constrangimento ao aluno, situações que além de violarem direitos constitucionais de qualquer cidadão inscritos no art.5º, incisos III, V e X da Constituição Federal (dentre outros), em tendo por vítima criança ou adolescente, tornará quem desrespeite a lei responsável pela prática do crime previsto no art.232 da Lei nº 8.069/90.

Os chamados “sermões” não são proibidos, porém, muitas vezes são improdutivos.Uma discussão aberta sobre o ocorrido, ou ainda um filme escolhido com critério, tem um maior efeito nos jovens. Considerando que eles estão vivendo a onipotência juvenil, é difícil acreditar que eles mudarão seus comportamentos a partir de um “sermão”, principalmente se o interlocutor for uma pessoa que represente o poder

sem um elo de identificação com os alunos, por exemplo: se o sermão for dado por um professor tradicional de quem eles não gostem.

O trabalho com atitudes e valores deve ser algo sempre presente dentro da escola: seja nas próprias atitudes de relacionamento entre professores, alunos e funcionários, ou trabalhado nas disciplinas como conteúdos transdisciplinares.

Não se admite a aplicação das sanções de suspensão pura e simples da freqüência à escola., pois isso fere o direito de acesso à escola pública. Quando acontecer uma eventual exclusão de classe, ela deve contemplar, obrigatoriamente, a realização de atividades paralelas, nas próprias dependências da escola ou em outro local, desde que sob a supervisão de educadores, de modo que o aluno não perca os conteúdos ministrados - ou mesmo provas aplicadas - no decorrer da duração da medida,

UM ALUNO NÃO PODE SER

RETIRADO DA SALA OU

IMPEDIDO DE ASSISTIR UMA AULA? O QUE

FAZER COM ELES, CASO FIQUEM FORA DA SALA?

É CORRETO DAR 'SERMÕES' AOS

INDISCIPLINADOS SOBRE ATITUDES E

VALORES?

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Concluindo: É importante lembrar sempre que qualquer julgamento seja a qualquer cidadão não pode ser realizado sem o direito a ampla defesa, quanto mais a uma criança ou adolescente.

Todo aluno acusado de infração disciplinar, independente de sua idade, deve ser formalmente informado por escrito com referência à norma do Regimento que foi violada como também, deve ser a ele oportunizado que se defenda, com a ciência de seus pais ou responsável, para representá-lo, com todos os procedimentos legais, respeitados descritos no Estatuto da Criança e do Adolescente e/ou na Constituição Federal.

Ao serem respeitados todos os direitos do cidadão, podemos perceber que existe uma grande lição de cidadania a ser aprendida pelo aluno. As formalidades que podem parecer exageradas fazem o aluno perceber o grau de complexidade das relações humanas, e daí a grande necessidade de se ter regras, e as sanções aplicadas não terão somente caráter punitivo, mas sim disciplinar. Haverá uma maior assimilação da sanção, não dando margem à queixas de “perseguição” e injustiça, evitando assim reincidências ou transgressões ainda mais graves.

Acredita-se ter respondido algumas dúvidas e questionamentos mais freqüentes sobre as sanções disciplinares na escola e legislação, porém sabe-se que outros surgirão.

Nesse sentido, a proposta deste caderno, é que ele esteja permanentemente em construção.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm DIGIÁCOMO, Murillo José. O ato de indisciplina: como proceder. Ministério Público do Estado do Paraná, CEAF, 2002 Sistema de Informação par a Infância e Adolescência- Manual Do Usuário. Curitiba Fevereiro de 2006. Governo do Paraná Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social Instituto de Ação Social do Paraná Companhia de Informática do Paraná/Celepar Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Deliberações http://www.pr.gov.br/cee Para saber mais, consulte: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br http://www.ibge.gov.br. http://www.pr.gov.br/cee http://www.mec.gov.br/seb

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ANEXOS Considerando a elaboração de Regimento Escolar relacionamos abaixo a Legislação básica para a construção do mesmo, em relação às questões disciplinares na escola, destacados, somente os incisos de interesse deste caderno. LEIS FEDERAIS - Constituição Federal/88, em especial os artigos 5º, 205 a 214 e 226 a 230; Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; ...

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; ... XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;... XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

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XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; ... XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; ... XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; ... LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; Constituição Federal/88, Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Constituição Federal/88, Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V - valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei, plano de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado regime jurídico único para todas as instituições mantidas pela União; V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade. Constituição Federal/88, Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; II - progressiva universalização do ensino médio gratuito III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV – educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;

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VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. § 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. § 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola. Constituição Federal/88, Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. ... § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. ... § 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações. Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de

negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. § 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança e do adolescente, admitida a participação de entidades não governamentais e obedecendo aos seguintes preceitos: I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-infantil; II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para os portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos. § 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência. § 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos: I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII; II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; III - garantia de acesso do trabalhador adolescente à escola; IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica; V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em

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desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade; VI - estímulo do poder público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado; VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança e ao adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins. § 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente. § 5º A adoção será assistida pelo poder público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros. § 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. § 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se-á em consideração o disposto no art. 204. Constituição Federal/88, Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. Constituição Federal/88, Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. Lei Federal nº 10.287/2001- Inclui inciso no artigo 12 da Lei Federal nº9394/96;

"Art. 12 VIII - notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinqüenta por cento do percentual permitido em lei."(NR) Lei nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente , em especial os artigos 5º,6º, 15,16,17,18, e 53 Art. 5º - Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais . Art. 6º - Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais e a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento . “ Art. 15 - A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em Processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis . Art. 16 - O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários ressalvadas as restrições legais; II - opinião e expressão; III - crença e culto religioso; IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; VI - participar da vida política, na forma da lei; VII - buscar refúgio, auxilio e orientação .

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Art. 17 - O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da insanidade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais . Art. 18 - É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterroiizante, vexatório ou constrangedor . Art. 53 - A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso a escola pública e gratuita próxima de sua residência . ... Título II -Das Medidas de Proteção Título III - Da Prática de Ato Infracional Capítulo IV Das Medidas Sócio-Educativas

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: I - advertência; II - obrigação de reparar o dano; III - prestação de serviços à comunidade; IV - liberdade assistida; V - inserção em regime de semi-liberdade; VI - internação em estabelecimento educacional; VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. Título IV Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;

IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar; VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado; VII - advertência; VIII - perda da guarda; IX - destituição da tutela; X - suspensão ou destituição do pátrio poder. Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24 Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.

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Lei nº 7.716/89 – Alterada pelas Leis:Lei nº 8.081/90, e Lei nº 9.459/97 estabelece e define crimes de preconceitos de cor, raça, etnia ou procedência nacional e religião; Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional." Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau. “ Pena: reclusão de três a cinco anos. ”Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses. “ "Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa. § 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fim de divulgação do nazismo. § 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza: Pena reclusão de dois a cinco anos e multa: § 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial sob pena de desobediência: I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo;

II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas ou televisivas. § 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreendido." Lei nº 9.394/96 – LDBEN – Diretrizes e Bases da Educação Nacional (utilizar sempre a versão atualizada); Alterada pelas Leis: Lei nº 10.287/01 – acrescenta inciso VIII ao art. 12, referente às faltas dos alunos,acima de cinqüenta por cento do percentual permitido em lei; “VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinqüenta por cento do percentual permitido em lei." PARECERES FEDERAIS Pareceres nº 06/98 e nº 31/02 – CNE/CEB – trata das circunstâncias de alunos impossibilitados de freqüentar as aulas com direito ao regime de atendimento domiciliar instituído pela Lei Federal nº 1.044/69;

Dispõe sobre tratamento excepcional para os alunos portadores das afecções que indica.

Art. 1º. São considerados merecedores de tratamento excepcional os alunos de qualquer nível de ensino, portadores de afecções congênitas ou adquiridas, infecções, traumatismo ou outras condições mórbidas, determinando distúrbios agudos ou agudizados, caracterizados por:

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a) incapacidade física relativa, incompatível com freqüência aos trabalhos escolares; desde que se verifique a conservação das condições intelectuais e emocionais necessárias para o prosseguimento da atividade escolar em novos moldes;

b) ocorrência isolada ou esporádica;

c) duração que não ultrapasse o máximo ainda admissível, em cada caso, para a continuidade do processo pedagógico de aprendizagem, atendendo a que tais características se verificam, entre outros, em casos de síndromes hemorrágicos (tais como a hemofilia), asma, cardite, pericardites, afecções osteoarticulares submetidas a correções ortopédicas, nefropatias agudas ou subagudas, afecções reumáticas, etc.

Art. 2º Atribuir a esses estudantes, como compensação da ausência às aulas, exercícios domiciliares com acompanhamento da escola, sempre que compatíveis com o seu estado de saúde e as possibilidades do estabelecimento.

Art. 3º Dependerá o regime de exceção neste decreto-lei estabelecido, de laudo médico elaborado por autoridade oficial do sistema educacional.

Art. 4º Será da competência do Diretor do estabelecimento a autorização, à autoridade superior imediata, do regime de exceção.

LEIS ESTADUAIS Constituição Estadual do Paraná – Da Educação;

Lei nº 14.361/04 – altera a redação da Lei nº 7.962/84, referente à obrigatoriedade do uso de uniforme escolar; "Art. 3º. É de competência dos Conselhos Escolares e das Associações de Pais e Mestres de cada Escola Pública Estadual a decisão quanto à obrigatoriedade do uso do uniforme escolar e o estabelecimento das regras relativas a sua adoção, garantindo-se a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola. Parágrafo único. Os Conselhos Escolares e as Associações de Pais Mestres de cada Escola Pública Estadual que decidirem pela obrigatoriedade uso de uniforme escolar constituirão um fundo financeiro para aquisição de uniformes destinados àqueles alunos que manifestarem falta de condições para aquisição do uniforme adotado." Lei nº 14.743/05 – proíbe fumar nos recintos e edificações que especifica. Art. 1º. Fica proibido fumar nos recintos e edificações abaixo relacionados: I – hospitais, maternidades, clínicas, consultórios médicos, consultórios odontológicos e laboratórios; II – cinemas, teatros, auditórios, museus, bibliotecas, salas de aula públicas e particulares, salas de conferências e de convenções; III – elevadores de prédios públicos, residenciais, comerciais e industriais; IV – veículos de transporte coletivo intermunicipal e ambulâncias. Parágrafo único. Entende-se por recinto coletivo o local fechado, destinado a permanente utilização por várias pessoas. São

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excluídos deste conceito, os locais abertos ou ar livre, ainda que cercados ou de qualquer forma delimitados em seus contornos. Art. 2º. Nos estabelecimentos acima mencionados poderá ser permitido fumar em área destinada a este fim, adequadamente isolada e com arejamento suficiente. Parágrafo único. Entende-se por área adequadamente isolada aquela que no recinto coletivo for destinada aos fumantes, separada da destinada aos não-fumantes, por qualquer meio ou recurso eficiente que não permita a transição da fumaça. Art. 3º. Em todos os estabelecimentos deverão ser colocados cartazes ou avisos com os dizeres "PROIBIDO FUMAR", com menção à presente lei, bem como a utilização do sinal internacional de proibição de fumar nos locais públicos onde for comum a presença de estrangeiros e analfabetos. Parágrafo único. Em recinto com área superior a 50 m2 (cinqüenta metros quadrados) os cartazes ou avisos a que se refere este artigo deverão repetir-se na proporção de 01 (um) para cada 50 m2 (cinqüenta metros quadrados), ou fração excedente. Art. 4º. A efetivação da proibição e a colocação dos cartazes ou aviso mencionados no artigo 3º desta lei deverão ser feitas no prazo de 90 (noventa) dias da sua vigência. Art. 5º. Fica proibida a comercialização de fumo ou tabaco em órgãos públicos e estabelecimentos de ensino da rede pública e privada. DELIBERAÇÕES ESTADUAIS Deliberação nº 16/99 - CEE – Normas para elaboração do Regimento Escolar;