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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ –SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃOCOORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE
MARIA ADRIANA DE CARVALHO
1001 UTILIDADES DA PROPAGANDA
LONDRINA
2012
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MARIA ADRIANA DE CARVALHO
1001 UTILIDADES DA PROPAGANDA
Artigo apresentado ao Departamento da Educação da Universidade Estadual de Londrina, no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED).
Orientadora: Profº Drº Vladimir Moreira
LONDRINA
2012
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1001 UTILIDADES DA PROPAGANDA
Autor : Maria Adriana de Carvalho 1 Orientador: Profº Drº Vladimir Moreira
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RESUMO
O presente artigo é resultado da implementação do projeto ‘’As 1001 utilidades da propaganda’’, em uma turma do 1º ano, do Ensino Médio, onde foi utilizada a propaganda, em sala de aula, como ferramenta de suporte para a análise linguística. Para que esta seja realizada de uma forma mais prazerosa e prática, com o objetivo de levar o aluno ao desenvolvimento de um saber mais elaborado no que se refere aos recursos gramaticais, e com a utilização das diferentes mídias, visou-se contribuir para que o aluno perceba o impacto das mensagens veiculadas de diferentes maneiras. O trabalho com a propaganda procura fazer com que os alunos valorizem as linguagens, tanto a escrita quanto a visual, e percebem a importância da escolha das palavras, do uso adequado dos recursos estilísticos e da compreensão gramatical como um todo, identificando, na prática, a função das classes gramaticais e seu uso na produção textual, por meio da análise linguística, de textos e vídeos que tratam sobre o tema.
Palavras – chave: Propaganda, Recursos Gramaticais, Linguagem.
1 INTRODUÇÃO
Todo ensino comprometido com o exercício da cidadania deve criar
situações para que o aluno possa desenvolver sua competência discursiva. Um dos
aspectos dessa competência é o sujeito ser capaz de utilizar a língua de modo
variado, para produzir diferentes efeitos de sentido e adequar o texto a diferentes
situações de prática oral e escrita. É o que se chama de competência linguística, ou
seja, conhecimento que o falante ou ouvinte, escritor ou leitor possuem sobre a
língua e o utilizam para a construção de expressões que compõem os textos.
1 CARVALHO, Maria Adriana de. Professora de Língua Portuguesa da Rede Estadual de Ensino do
Estado do Paraná, participante do Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED-PR. 2 MOREIRA, Vladimir. Profº Drº da Universidade Estadual de Londrina.
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Além disso, também é relevante a competência estilística, que é a
capacidade de o sujeito entender ou escolher, dentre os recursos expressivos da
língua, os que mais se adaptam às condições de produção, ao destinatário e às
finalidades do texto e ao gênero textual escolhido; assim como reconhecer e utilizar
na prática as classes gramaticais de forma que seu texto fique bem estruturado e
compreendido.
Por isso, o presente projeto optou pelo uso do gênero textual “Propaganda“
por ser um instrumental interessante e criativo para explorar inúmeros conteúdos
relacionados à comunicação e presentes na disciplina de Língua Portuguesa,
possibilitando a interação do aluno com a linguagem publicitária, produzindo modos
diferenciados de construção crítica do pensamento, levando o aluno à função de
receptor, para analisá-los e criticá-los e, em seguida, também produzir textos de
forma criativa, trazendo deste modo, para a escola, o papel de propiciadora de
condições para uma leitura mais ampla.
Levou-se em consideração no presente projeto também o fato de que a
concepção de linguagem defendida nas Diretrizes faz contundente crítica às
concepções de linguagem que não privilegiam “no processo de aquisição e
aprimoramento da língua materna, a história, o sujeito e o contexto, pautando-se,
sobretudo, no repasse de regras e na mera nomenclatura da gramática tradicional”
(PARANÁ, 2006, p. 20) e sim, consideram o processo dinâmico e histórico dos
agentes na interação verbal, tanto na constituição social da linguagem, de Bakhtin e
dos teóricos do círculo de Bakhtin e baseiam-se nos conceitos de enunciado-modo
como a língua é utilizada e reflete as condições específicas de cada esfera:
dialogismo, gêneros discursivos e texto.
É importante verificar, enfim, uma crítica feita por Barreto,em que afirma que
muitos currículos são pautados na mesma linha teórica;
Ao explicitar um conteúdo gramatical não consegue traduzi-lo em termos de uma concepção enunciativa ou dos usos da língua, da competência textual, em situações de comunicação, recaindo assim, no estigma da gramática tradicional, que trabalha com a gramática da frase. (BARRETO, 2000 apud PARANÁ, 2006, p. 19).
No volume 2, dos Parâmetros Curriculares Nacionais, destinado a
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (BRASIL, 1999, p. 14) afirma que: “a
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linguagem humana, tal como o homem, destaca-se pelo seu caráter criativo,
contraditório, pluridimensional, múltiplo e singular, a um só tempo”. Nesta
perspectiva, vê-se no estudo das propagandas com enfoque na análise linguística,
como nas reestruturações sofridas em 1998, em que o antigo 2º Grau passou a
chamar-se Ensino Médio, que as mesmas modificações ocorrem em relação aos
conteúdos e de certa forma também nas nomenclaturas. Essa mudança tem que
acontecer de forma efetiva, principalmente no que se refere às estratégias e
metodologias utilizadas para trabalhar a análise lingüística, pois na forma como tem
sido apresentada não despertam nem o interesse, nem a compreensão do que é
ensinado. Sendo assim, porque não utilizar como aliado os textos publicitários, que
cada vez mais apresentam-se interessantes e extremamente ricos em sua
construção, para assim “atrair” o aluno para a elaboração de textos mais criativos e
bem elaborados.
Nesse panorama que o presente projeto foi implementado com o intuito de
contribuir para que o aluno perceba o impacto das mensagens veiculadas em
diferentes mídias, principalmente no que se refere ao gênero propaganda, oferecer
mecanismos para a construção de textos consistentes, além de mostrar a
importância da escolha das palavras, do uso adequado dos recursos estilísticos e da
compreensão gramatical como um todo.
3. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS 3.1 Recursos Gramaticais
Segundo o artigo que trata sobre as concepções, avanços e retrocessos nas
Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa, de Thays Teixeira de
Oliveira, “o antigo currículo tinha por intenção o enfrentamento ao normativismo e o
estruturalismo e no conteúdo de literatura, buscasse a proposição de textos
significativos e com menos ênfase na conotação moralista” (PARANÁ, 2006, p. 19).
Barreto afirma que a fragilidade da proposta aparece quando, na relação dos
conteúdos, ainda seriados, não se explicita, por exemplo, a relação entre os campos
de conhecimento envolvidos na produção escrita de textos, tais como a estruturação
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sintática, a ortografia, os recursos gráfico-visuais, as circunstâncias de produção, a
presença do interlocutor (PARANÁ, 2006, p. 19). Por fim, no referente à linguística
textual, afirma, ainda, que o currículo de 1990, os apresenta como conteúdos da
gramática tradicional, sendo estes fundamentais na estruturação do texto escrito,
recursos coesivos, conectividade sequencial e estruturação temática (PARANÁ,
2006, p. 19).
Em uma análise ao currículo de 1990, pode-se verificar as críticas feitas com
relação ao conteúdo gramatical, e verificar que a perspectiva que assumem não nos
permitiria apresentar os conteúdos fragmentados, tal como estão nas propostas
tradicionais. Deixa-se bem claro que, na nossa visão de linguagem, optamos por um
ensino não mais voltado à teoria gramatical ou ao reconhecimento de algumas
formas de língua padrão, mas ao domínio efetivo do falar, ler e escrever. Tais
atividades, que se constituem no próprio conteúdo da língua, não poderiam ser
fragmentados em bimestres ou mesmo em séries (PARANÁ, 1992, p. 50).
Ainda sobre a gramática, encontramos apenas que, caso no final do 1º grau,
tendo a classe trabalhando efetivamente com a leitura e a escrita, nada impede o
professor de sistematizar alguns conteúdos de gramática tradicional. A perspectiva
da aquisição desse conhecimento teórico deverá estar voltada necessariamente ao
domínio das atividades verbais - fala, leitura e escrita (PARANÁ, 1992, p. 50). Já no
documento das Diretrizes Curriculares, apresentam-se momentos em que o uso da
gramática torna-se imprescindível desde que se atente às “diferentes formas de
entender as estruturas de uma língua e, consequentemente, as gramáticas que
procuram sistematizá-la.” (PARANÁ, 2006, p. 36).
Assim, nota-se que em ambos os documentos, a crítica à gramática
tradicional se faz pertinente, embora sem eliminar sua utilização, desde que não
sejam fragmentadas, trabalhadas pela gramática da frase, como citada em crítica
anterior. Já nos conteúdos do domínio da escrita, tem por objetivo geral:
“Desenvolver a noção de adequação na produção de textos, reconhecendo a
presença do interlocutor e as circunstâncias da produção” (PARANÁ, 1992, p. 51).
Deste modo, ao fazer a crítica à linguística textual, apresentada como conteúdos da
gramática tradicional, não faz proposições que avancem na crítica.
Outra informação que foi possível perceber é que, embora as críticas
tenham sido feitas, são muitas as semelhanças encontradas nos dois documentos:
como o caso das variedades linguísticas, as quais o professor deve trabalhar com a
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oralidade de forma gradativa, de modo a permitir aos alunos o conhecimento e uso
da variedade linguística padrão e entender a necessidade desse uso em
determinados contextos sociais.
Como afirma Soares (2001), é função da escola e do professor trabalhar
com o bidialetalismo, preparando o aluno para o emprego da língua padrão, e
sabendo que, em situações informais, ele poderá usar o dialeto que lhe é peculiar
(PARANÁ, 2006, p. 25). E, sendo as variedades linguísticas o espelho da
diversidade humana, de experiências e grupos sociais, não caberia a conceituação
de tipo certo e errado. São três os pontos que devem ser claros, seja 1º) a cada
variedade linguística corresponde uma gramática; 2º) todas as gramáticas da língua
são igualmente corretas do ponto de vista linguístico; 3º) todo o falante de língua
materna constrói uma gramática na sua cabeça e, para dominar a linguagem oral ou
escrita, não precisa necessariamente estudar a gramática normativa (PARANÁ,
1992, p. 46).
Infelizmente, ao que foi constatado, os professores que construíram estas
Diretrizes Curriculares não foram diretamente ao antigo currículo para observar se
as críticas feitas pela autora, eram coerentes. Também, não procuraram as
semelhanças de suas concepções. Assim, muitos encaminhamentos metodológicos
aproximam-se dos do documento anterior, uma vez que ambos possuem influência
da natureza sociológica de linguagem, de Bakhtin.
O fato de a mensagem querer persuadir o receptor a realizar uma ação pré-
determinada, implica uma linguagem autoritária. Carvalho (1996, p. 45) esclarece
bem essa intencionalidade: “O elemento verbal no texto publicitário constitui um
imperativo revestido de roupagens que camuflam as intenções do texto”. Quando
bem arquitetada, essa camuflagem acaba por constituir a escolha do vocabulário e
do ambiente de cena, e praticamente detém uma análise mais profunda do receptor,
que fica preso ao encantamento do texto. Fiorin e Savioli, (1995, p. 242) afirmam:
“Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação de que ele
pode dizer coisas que parece não estar dizendo e leitor perspicaz é aquele que
consegue ler nas entrelinhas”.
É preciso ressaltar que a escola deve preocupar-se em criar condições para
o aluno tornar-se um indivíduo capaz de perceber certos aspectos que o cercam
quase que diariamente. Muitas vezes, sob uma aparência de descontração, os
anúncios são capazes de incutir no consumidor determinadas necessidades sem
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deixar alternativas, ou se adquire tal produto ou se está sujeito a sentir-se inferior a
outros que o fazem. A educação para os meios de comunicação, mais precisamente
na área da publicidade, contribuirá então para a formação de um leitor e por
conseguinte, um escritor, capaz de posicionar-se criticamente diante das mensagens
transmitidas, reconhecendo que elas não são neutras, já que marcadas por uma
série de interesses.
O discurso publicitário acaba por ser um instrumento de controle social,
fazendo-o através de uma linguagem que muitas vezes de sedução, em que são
utilizados aspectos muito curiosos como é o caso dos recursos gráficos (grafias
inusitadas para ativar a memória), fonéticos (onomatopéias, aliterações), léxico-
semânticos (novos termos, polissemia, denotação ou conotação) e morfossintáticos
(flexões diferentes, ou sintaxes audaciosas). É importante ressaltar que os textos
publicitários “violentam” a riqueza linguística, de maneira bastante inteligente e
criativa.
A publicidade se constrói por meio da palavra, da qual depende, e diz-se
pertencente ao mundo dos sonhos, por isso não se apresenta a sociedade tal como
ela é, permitindo, muitas vezes, mais de um sentido, mais de uma leitura, mas de
uma interpretação; não qualquer leitura, mas leituras que estejam de acordo com
significados possíveis. Como o texto da propaganda impressa visa a aconselhar o
interlocutor a uma ação futura, por serem muitos os elementos persuasivos
frequentes na elaboração do texto publicitário, a rede semântica na publicidade é
construída por meio de associações de palavras, que tem o intuito de entreter o
leitor e facilitar a memorização da mensagem.
O próprio vocabulário escolhido para designar as coisas é um instrumento
de persuasão e Kotler (1992, p. 689) ainda acrescenta: “O impacto da mensagem
depende não somente do que é dito, mas também de como é dito: a escolha dos
títulos, das palavras e assim por diante pode causar uma diferença dramática no
impacto do texto”. Aqui cabe uma ressalva quanto à diferença entre a Publicidade e
Propaganda, sendo que a propaganda é o ato de divulgar ideias, conceitos e valores
sem fins lucrativos e a publicidade é fazer isso com objetivo de lucro por parte do
anunciante. Em nosso cotidiano, essa diferença é tão sutil, que acabam se
interligando, pois o que realmente constitui-se essencial em ambas é que a
mensagem seja repassada de forma clara e objetiva.
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Será utilizada a expressão “gênero propaganda” para todo texto que tenha
por objetivo convencer alguém de algo. É esse gênero propaganda que neste
projeto será o objeto de estudo para nortear as atividades e objetivos propostos. Ao
utilizar elementos linguísticos na propaganda, o autor envolve o leitor com outros
recursos além dos não-verbal, são os recursos auxiliares. Considera-se recursos
auxiliares, aqueles recursos que, ainda que componentes da sequência imagem +
mensagem + slogan / marca, emprestam à mensagem curta do discurso de
publicidade, em outdoor, uma maior densidade através da ambiguidade intencional.
Os exemplos que trouxemos das ruas trabalham com os seguintes recursos
auxiliares: a imagem (esclarecedora de um discurso ambíguo como veremos no out-
door da SINAF), o uso da polissemia e homonímia (como no caso dos produtos
SEDA e do Jornal Extra), o contexto sequencial (caso dos celulares Ericson) e o
local escolhido como veículo da informação.
Repare que nem sempre o recurso utilizado se detém ao campo linguístico.
A imagem, o contexto sequencial e o local de exposição embora não sejam
elementos do universo linguístico são recursos auxiliares que transformarão a
mensagem final, conforme veremos nos exemplos. Embora Carvalho (2000, p. 94)
afirme que um dos princípios básicos da linguagem de propaganda seja “promover a
legibilidade ou processamento fácil”, os recursos auxiliares utilizados nas
mensagens de publicidade selecionadas requerem do receptor um conhecimento
social e cultural que torna difícil o processamento da mensagem.
O outdoor da Assistência Funeral SINAF “Como arrumar uma coroa” utiliza
da ambiguidade cedida pelo uso polissêmico do verbo arrumar e do substantivo
coroa. Tanto o verbo como o substantivo, neste caso, são frequentemente utilizados
no seu sentido conotativo (arrumar = conseguir, coroa = senhora idosa) e é a
provocação que o texto faz ao colocar a imagem de um senhor idoso e jovial (um
coroa esperto) ao lado da mensagem escrita.
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Fonte: Moraes, 2011 ( SINAF)
Porém, com o auxílio da imagem (este senhor idoso) atrelada ao nome do
produto (Assistência Funeral) se desfaz a ambiguidade. O verbo arrumar e o
substantivo coroa passam a ter seu sentido original, denotativo (conseguir e enfeite
de flores, utilizados em funerais). É preciso que o destinatário tenha um
conhecimento linguístico e cultural para perceber a brincadeira irônica feita na
mensagem publicitária como um recurso suavizador do assunto (morte) delicado
para nós ocidentais. A ambiguidade suaviza e dissimula a mensagem, mas os dados
precisam estar armazenados na memória do público alvo para que ele reconheça o
jogo da mensagem.
O caso dos produtos para cabelos da Seda é também um caso de utilização
de homonímia e polissemia que provoca ambiguidade. Porém, neste caso exige-se
do receptor um conhecimento de vida peculiar a mulheres que têm seus cabelos
alterados quimicamente. A palavra química e recuperação lembra-nos também que
o público alvo é, principalmente feminino adolescente. A mensagem: “Se você foi
reprovada em química, aqui está à recuperação” afastada da imagem (da mulher
mulata de cabelos alisados artificialmente) e do produto (SEDA) lembra-nos o
significado literal (reprovação escolar, disciplina escolar, recuperação escolar).
A ambiguidade começa a ser desfeita ao observarmos a imagem da mulher
mulata com cabelos alisados artificialmente. É preciso saber que, em discurso de
salão de cabeleireiro utiliza-se a expressão “este cabelo tem química” para cabelos
alisados e coloridos artificialmente.
Fonte: Moraes, 2011 ( SEDA)
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É preciso também saber que os cabelos, após serem tratados com produtos
químicos, precisam ser recuperados. Este conhecimento é peculiar principalmente
às mulheres cujos cabelos são secos, ondulados ou crespos (e, obviamente, aos
profissionais da área). Estas são, justamente, o público alvo da mensagem. Sem o
conhecimento deste contexto a mensagem perde o seu objetivo. Os recursos
auxiliares (como o conhecimento do contexto) contribuem para o adensamento da
mensagem publicitária, transformando uma disciplina escolar em produtos químicos
e a recuperação escolar em recuperação da textura capilar.
A chamada, da Revista Veja também faz este jogo de duplo sentido
esclarecido pelo contexto. Neste caso o conhecimento de contexto são,
especificamente as matérias de capa da revista semanal.
Fonte: Moraes, 2011 (REVISTA VEJA)
Observe no caso de “Descobrimos uns zeros à esquerda no governo: os
007” a correlação entre a expressão “zero a esquerda”, publicamente utilizada para
determinar aqueles que não servem para nada (utilização do discurso da
matemática, que afirma que o zero a esquerda não tem valor) e o 007, personagem
da ficção, espião mundialmente famoso.
Para ser compreendida corretamente esta mensagem precisa ser
contextualizada à matéria de capa “Na mira dos espiões do governo” informando
que o governador Itamar Franco, o procurador Luiz Francisco e os funcionários do
Ministério da Saúde estão sendo vigiados pelos agentes da Agência Brasileira de
Inteligência. Sem este contexto a mensagem não é compreendida e ainda nos faz
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pensar que a revista descobriu alguns funcionários inúteis no governo (o que não
seria surpresa). Contrária a esta chamada, vemos que a “Política é mesmo uma
experiência enriquecedora” que joga com o duplo sentido da palavra enriquecedora
(ficar rico financeiramente ou ser gratificado moral ou intelectualmente).
Fonte: Moraes, 2011 (REVISTA VEJA)
No caso anterior, o que parecia ser a mensagem real não o era. Neste caso,
aquilo que parece realmente é. O artigo fala da experiência de um político que
enriqueceu através de favoritismos políticos. Mas, também neste caso, é o
conhecimento do contexto político e do artigo da revista que possibilitará desfazer a
ambiguidade. Há outro recurso que tem sido utilizado na publicidade em out-door e
que chamaremos aqui de contexto sequencial.
Utilizaremos aqui, como exemplo, a publicidade dos celulares Ericson. Estes
outdoors foram colocados em épocas diferentes um após o outro e nos mesmos
pontos da cidade. O primeiro trazia somente a informação “Resolução da Internet
Móvel. Faz parte do dia a dia.” Compondo o contexto observamos a imagem de uma
criança diante de uma escada e próximo a bolas de encher.
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Fonte: Moraes, 2011( Celulares Ericsson)
Podemos entender que diariamente encontramos obstáculos em nossos
caminhos (como a escada) ou que encontramos coisas que desejamos (como as
bolas de encher). Semanas depois, nos mesmos lugares onde observávamos o
primeiro outdoor, encontramos outro com a mesma imagem, mas com mensagem
diferente. Agora líamos: “QUERO: Ericson. Informação e diversão móveis. O que
você quer. Onde você quiser”, repetindo abaixo e com letras menores a mensagem
do outdoor anterior.
Fonte: Moraes, 2011 ( Celulares Ericsson)
É preciso ler a sequência, como uma história em quadrinhos para
compreender a mensagem como um todo. Embora tenhamos desejos, obrigações e
dificuldades para superar no nosso dia a dia a Ericson oferece-nos um mundo
perfeito, onde podemos ter o que precisamos e o que queremos e onde nós
quisermos. Observe como o outdoor valorizou a necessidade de leitura do contexto
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completo para a complementação da mensagem. Embora já tenhamos apresentado
outros contextos, onde a multiplicidade de sentidos tenha sido utilizada, queríamos
apresentar este outdoor do jornal Extra, tipicamente destinado a classes menos
favorecidas.
Argumentamos que, se nos outros outdoors requisitava-se do leitor um
conhecimento específico anterior para a compreensão da mensagem, neste, embora
isto também aconteça, a ambiguidade se dá na utilização em sentido figurado do
verbo falar e o seu sentido denotativo (ambos de domínio coletivo).
Temos ainda outra peculiaridade com relação a este outdoor: a ambiguidade
não deve ser desfeita, pois seu objetivo é manter ambos sentidos. (“Quem lê o Extra
fala bem (dele) e fala bem porque ganha um superdicionário).
Fonte: Moraes, 2011 (Jornal Extra)
Este nosso exemplo não é um outdoor e é por isso que ele foi escolhido,
visto que é justamente o local onde ele foi veiculado o elemento auxiliar para a
transformação desta mensagem.
Nesta unidade, estaremos analisando a publicidade utilizada pela
Assistência Funeral SINAF, observada na linha de ônibus 953 (não somente, mas
também), onde vemos que é a coesão entre o contexto físico em que se fixa a
publicidade e a própria mensagem escrita que credita coerência ao texto.
A interligação entre o termo lotação que é comum ao contexto de transporte
urbano (referindo-se a capacidade de lotação do ônibus) e o espaço ideológico vazio
representado por um deitado precisa ser feita pelo leitor. Ele precisa completar o
espaço vazio reconhecendo que o local onde a lotação máxima permitida é um
deitado é em um esquife. Obviamente ele recebe o auxílio do nome próprio do
emissor da mensagem, que se identifica como Assistência Funerária e da imagem
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de um homem idoso (como se a morte só fosse prerrogativa dos idosos). Ao
contrário do que afirma Carvalho (2000, p. 106): O léxico a ser escolhido para a
mensagem deverá desencadear esses mecanismos e evitar rejeição. Entre os
ocidentais, a morte não é bem aceita, o que acarreta dificuldades de abordagem
quando se trata de mensagem de seguro de vida, a publicidade do SINAF trata com
naturalidade e, se me permitem, certo desrespeito o tema delicado (para nós,
ocidentais, volto a dizer) da morte. A mensagem publicitária dissimula a mensagem
real tratando a morte como parte natural da vida, fazendo com que o destinatário
possa aceitar naturalmente a ironia. Em uma segunda leitura, que chamaremos de
leitura aprofundada, a mensagem do SINAF quer sinalizar ao receptor que ele pode
ter uma morte tranquila embora tenha passado a vida aprisionado em ônibus cheios.
Lembrando João Cabral de Mello Neto “estarás mais ancho do que estavas no
mundo”.
Fonte: Moraes, 2011 ( SINAF)
O que se vê dentro de sala de aula é tentar-se anular diversidades
linguísticas que expressam diferenças e conflitos existentes entre grupos etários e
étnicos e, sobremaneira, entre classes sociais. Podemos entender que a gramática
tem sido o objeto do ensino de português no Brasil e não a língua como deveria ser.
Em consequência, estão sendo transmitidos aos alunos do Ensino Fundamental e
em especial do Ensino Médio conceitos linguísticos falhos. Refletindo sobre esse
ensino posto em prática pelas escolas públicas e particulares, verifica-se uma
prática lastimável que é encher a cabeça do estudante com algo inútil, confuso,
incompleto - o conhecimento teórico não contribui significativamente para o domínio
da língua.
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Considerando a inutilidade desse conhecimento imposto pelo aluno como
verdadeiro crime, Geraldi (1987, p. 21) afirma que “O ensino da língua foi desviado
para o ensino da teoria gramatical.”
Ora, se a função da escola é o ensino da língua padrão, não é com teoria
gramatical que ela concretizará seu objetivo. Esses contrastes levam o estudante ao
desinteresse pelo estudo da língua, pois quando pensa haver entendido o conteúdo
trabalhado em sala de aula, amargura-se ao se deparar com determinadas
construções, pois não consegue entender o enunciado, daí resultam as frustrações,
reprovações, recriminações que começam pela própria escola e o preconceito
linguístico de que não sabe português.
Analisando esses fenômenos linguísticos, podemos ressaltar dois equívocos
fatais: o primeiro, consiste em separar rigidamente a língua escrita da falada; o
segundo na forma de encarar a mudança das línguas que eles acreditavam ser uma
corrupção, “decadência”, também concebida por muita gente até hoje. Em função
desses equívocos, formou-se o “erro clássico” no estudo da linguagem que, apesar
de dois milênios de reinado, só foi enxergado no final do século XIX e no início do
século XX, com o surgimento da linguística. Logo, enquanto não houver uma
proposta pedagógica capaz de eliminar esses equívocos ocorridos no ensino da
língua e uma mudança substancial das motivações ideológicas que sustentam esse
ensino mutilado, castrador, a Gramática Tradicional permanecerá como alvo crítico
preferido, embora se reconheça ser ela o principal ponto de referência para o ensino
Fundamental e o Médio.
Tudo isso resulta na submissão da língua à gramática. Como? Com o passar
dos séculos, a GT mudou de roupagem, mas o conteúdo continuou o mesmo, isto é,
passou a ser denominada de Gramática Normativa .Assim, a GT transformou-se
numa ferramenta ideológica e as gramáticas escritas para descrever e fixar como
regras e padrões as manifestações linguísticas usadas espontaneamente pelos
escritores considerados dignos de admiração, modelos a serem imitados.
Segundo Bagno (2000, p. 87):
Com a instrumentalização da Gramática Normativa em mecanismo ideológico de poder e de controle de uma camada social sobre as demais, formou-se essa “falsa consciência” coletiva de que os usuários de uma língua necessitam da Gramática Normativa como se ela fosse uma espécie de fonte mística da qual emana a língua “pura”.Foi assim que a língua subordinou-se à gramática.
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Finalmente, devemos ou não utilizar a gramática no ensino da Língua
Portuguesa? Não há dúvida que sim, embora saibamos perfeitamente que ela em si,
não ensina ninguém a falar, contudo ajuda na medida em que saibamos separar o
útil. Bagno é de opinião que:
A gramática deve conter uma boa quantidade de atividades de pesquisa, que possibilitem ao aluno a produção de seu próprio conhecimento linguístico, como uma arma eficaz contra a reprodução irrefletida e a crítica da doutrina gramatical normativa.” (BAGNO, 2000, p. 87).
No conceito de Bagno o professor de português deixaria o comodismo, a ser
dinâmico, deixando de ser apenas um repetidor da doutrina gramatical normativista
que ele mesmo não domina integralmente. À vista das considerações feitas, conclui-
se que a gramática não justifica seu papel de única fonte para o ensino da língua
nas escolas, tanto do ponto de vista teórico quanto prático, bem como o título de
código normativo da linguagem tomada no geral. Os gramáticos levam ao último
estágio do desespero tanto o professor quanto o estudante no estudo gramatical, em
virtude das divergências existentes entre eles.
Assim, no momento em que o aluno entender que as regras da norma culta
são variáveis e que o emprego de uma forma pode ser normal numa modalidade
linguística, principalmente, na utilizada no gênero propaganda, que está presente
em seu cotidiano, seu interesse e compreensão da Língua Portuguesa serão
facilitados e ampliados, deixando assim de ser vista como uma matéria “chata” e
“complicada”. Também é necessário que gramáticos e linguistas formem uma
verdadeira simbiose, para que haja espaço dentro de sala de aula para o ensino de
“gramáticas” e que a elite cultural se conscientize de que houve mudanças
profundas na língua padrão concebida pela GT e que, no Brasil, já não se fala o
português de Portugal, e sim, o português brasileiro. Aí não tenhamos dúvida quanto
à extinção da discriminação rígida que a escola põe em prática.
4 IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
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Não há dúvida nenhuma de que a linguística se relaciona com outros
campos do saber no intuito de interpretar certos dados relativos à língua; também
não há como negar o fato de que outras áreas do conhecimento solicitam ajuda da
Linguística para que numerosos fenômenos relativos à linguagem sejam explicados.
Na medida em que a Linguística é associada a outras áreas vizinhas de
conhecimento, ela tem sido considerada modelo das ciências humanas. Segundo
Mendonça (2006, p. 208):
Pode-se dizer que a AL (análise linguística) é parte das práticas de letramento escolar, consistindo numa reflexão explícita e sistemática sobre a constituição e o funcionamento da linguagem nas dimensões sistêmica (ou gramatical), textual, discursiva e também normativa, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de habilidades de leitura/escuta, de produção de textos orais e escritos e de análise e sistematização dos fenômenos linguísticos.
Com a análise linguística, o professor desenvolve um trabalho com as
dificuldades dos alunos analisando a língua em uso (aplicada no texto, que é uma
produção do aluno) e não com algo estático, em que o aluno acaba tendo a tarefa de
apenas decorar as regras, pois não consegue compreender o porquê das estruturas
da língua, criando a concepção de que toda a língua portuguesa é difícil e chata. O
que se percebe com estas aulas de análise linguística é que o aluno acaba criando
competência em identificar seus próprios erros, resolvendo suas dificuldades com a
língua, e alguns passam a gostar das aulas de língua portuguesa, pois agora ele
detém o conhecimento. E todos sabem que é impossível gostar de algo que não se
compreende.
Pretendemos que através do gênero propaganda, os alunos tenham uma
compreensão mais prazerosa e satisfatória dos elementos linguísticos que integram
a língua portuguesa, tornando-a um instrumento fundamental tanto na escrita quanto
na oralidade dos mesmos no seu cotidiano familiar e profissional; oportunizando
assim maior expressividade e destaque social.
O presente projeto foi aplicado na turma do 1º ano do Ensino Médio do
Colégio Presidente Kennedy, situado no centro de Rolândia. Sugeriu-se os
seguintes aspectos metodológicos: Analisar o filme “A Rede Social” para perceber a
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importância do uso da palavra correta na elaboração de um perfil; Estudar
propagandas diversas veiculadas em mídias diferentes para analisar os vários
recursos auxiliares; Levantar dados a respeito dos recursos auxiliares e trabalhar
esses elementos teoricamente em sala de aula; Avaliar os recursos linguísticos
(gramaticais), apontando suas produções de sentidos; Produção de propagandas, a
partir dos recursos estudados; Criação de um vídeo com alunos, em que a avaliação
se dará na utilização correta dos recursos estudados.
4.1 Análise dos dados
Visando à familiarização com o gênero, foram apresentadas propagandas
que tratassem produtos que os alunos costumam consumir, para que seus
conhecimentos prévios auxiliassem na análise das mesmas e facilitasse a
compreensão com um foco mais amplo e direcionado para a análise linguística. Para
isso, foram escolhidas propagandas famosas, textos com humor e duplo sentido.
O trabalho foi preparado e programado para ser desenvolvido em 10 aulas.
Em todas as atividades propostas percebeu-se um real interesse, transcorrendo de
maneira positiva, superando as expectativas. Atividades estas, que agora serão
descritas de forma sintetizada: 1) Imagens na TV Pendrive para que percebessem
que nem tudo que se vê é o que parece, sendo assim também na fala, mensagens,
onde estão inseridas conotações mais complexas, pois somos seres repletos de
intenções; 2) Análise de propaganda de uma academia, além de interpretação da
mesma, perceber o foco linguístico; 3) Através do filme "O discurso do rei", permitir a
leitura de várias mensagens, como a de que quem tem domínio da linguagem, boa
argumentação e criatividade, é capaz de desenvolver autoestima e segurança,
possibilitando o sucesso em vários aspectos da vida; 4) Vídeo de propagandas de
uma rede de Supermercados que criou outdoors, utilizando como tem slogans com
títulos de filmes de cinema; 5) Análise dos slogans, embasamento teórico para que
criassem novos slogans; 6) Textos com humor para destacar certos enganos que
podem ocorrer tanto no aspecto oral como escrito da Língua Portuguesa; 7)
Entrevista fictícia baseada na publicação do Jornal "Folha de Londrina" (06/02/2011),
da cronista Célia Musilli, para que percebam a seleção e combinação de palavras
necessárias para construção de frases; 8) Artigo de opinião e Carta ao leitor para
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análise de argumentos em duplas; 9) Escolha de uma propaganda veiculada na
mídia para elaboração de uma carta ao leitor, usando argumentos para
convencimento do leitor; 10) Produção de vídeo em equipes sobre o produto
"palavras da Língua Portuguesa" com texto, imagens e slogans.
A participação da turma foi excelente, apresentaram um nível de
aprendizagem favorável ao assunto, nesta abordagem de forma mais lúdica. Com
relação aos recursos linguísticos (gramaticais), a maioria dos alunos compreendeu o
que foi transmitido, dando continuidade. Para destacar a importância e as 1001
utilidades da propaganda, a turma assistiu ao filme ‘’ Rede Social’’. O filme conta a
história de um jovem que tinha problema para se relacionar com as pessoas e junto
com um amigo criou uma das redes sociais mais acessadas do mundo, o
FACEBOOK. Com relação ao filme, o trabalho desenvolvido foi o mais produtivo,
pois por se tratar de uma realidade que a maioria dos alunos está ambientada, ou
seja, a Internet como meio de socialização, estavam todos empolgados e
expressavam suas opiniões a todo momento, e quando informados que os mesmo
fariam um vídeo sobre tudo o que foi estudado nas aulas, a agitação foi geral.
Os alunos foram divididos em grupos para a elaboração do vídeo, uns
auxiliaram no figurino, outros com as filmagens e os mais extrovertidos interpretaram
algumas das propagandas vistas, e analisadas durante a aula. A participação da
turma foi excelente, apresentaram um nível de aprendizagem favorável ao assunto
abordado de maneira mais lúdica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a implementação do projeto “As 1001 utilidades da propaganda’’,
pode-se dizer que foi unânime a opinião dos alunos sobre o fato de que estudar os
recursos gramaticais por meio da Publicidade e da propaganda é uma excelente
escolha, porque despertou o interesse, uma vez que a abordagem, o filme e a forma
com que foram apresentadas, fez com que até mesmo aqueles alunos mais tímidos,
com dificuldades de socialização e também de aprendizado, participassem e
interagissem de maneira positiva, que superou as expectativas. O projeto atingiu,
portanto, seus objetivos e oportunizou novas sugestões teórico e práticas de
procedimentos metodológicos.
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Embora a implementação tenha ocorrido em um pequeno espaço de tempo,
é necessário afirmar que o trabalho com os recursos gramaticais, utilizando a
propaganda como exemplo, criou a oportunidades para que esses alunos
ampliassem seu vocabulário e seus conhecimentos, até mesmo em outras áreas. As
aulas transcorreram de forma bastante dinâmica. O projeto priorizou as produções
escritas e também visuais, por meio dos vídeos e cartazes com as propagandas que
os próprios alunos inventaram. O processo foi extremamente positivo, uma vez que
o interesse foi despertado logo nas primeiras explicações.
Aqui cabe reforçar que a participação em sala de aula, tanto nas atividades
mais teóricas quanto nas práticas, teve um ótimo aproveitamento, todos se
empenharam e até mesmo o comportamento dos alunos considerados mais
arruaceiros foi de cooperação e entusiasmo, demonstrado que as novas práticas
aliadas às novas mídias, podem, sim, fazer parte de uma produção didática,
tornando o ensinar mais prazeroso tanto para professores como para os alunos.
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