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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE-UNICENTRO

MARY TEREZINHA COSTA

INFLUÊNCIAS DA AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM:

REFLEXOS DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO

DA AUTONOMIA DO SUJEITO

IRATI-PR

2012

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MARY TEREZINHA COSTA

INFLUÊNCIAS DA AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM:

REFLEXOS DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO

DA AUTONOMIA DO SUJEITO

Caderno Pedagógico, apresentado à Secretaria de Estado da Educação do Paraná e à pró-reitoria de extensão da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO, como requisito para obtenção de certificação no Programa de Desenvolvimento Educacional.

Orientador: Prof. Ms Miriam Adalgisa Bedim Godoy.

IRATI-PR

2012

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO............................................................................................................5

INTRODUÇÃO..................................................................................................................6

UNIDADE I......................................................................................................................10

DETALHAMENTO DAS AÇÕES A SEREM REALIZADAS NO ENCONTRO DO

GRUPO DE ESTUDOS - UNIDADE I - INFLUÊNCIA DA AFETIVIDADE NO

PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM.................................................................17

UNIDADE II.....................................................................................................................21

REFLEXOS DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS........................................................21

DETALHAMENTO DAS AÇÕES A SEREM REALIZADAS NO ENCONTRO DO

GRUPO DE ESTUDOS - UNIDADE II - REFLEXOS DAS RELAÇÕES

INTERPESSOAIS............................................................................................................26

UNIDADE III....................................................................................................................28

CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA DO SUJEITO.........................................................28

DETALHAMENTO DAS AÇÕES A SEREM REALIZADAS NO ENCONTRO DO

GRUPO DE ESTUDOS - UNIDADE III - AUTONOMIA DO SUJEITO..........................32

ESTRATÉGIAS DE AÇÃO para intervenção na escola.............................................36

REFERÊNCIAS..............................................................................................................37

APÊNDICE.....................................................................................................................39

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RESUMO

O presente trabalho trata-se dos Cadernos Pedagógicos que fundamentam o projeto de Intervenção que será realizado no Colégio Estadual Alberto de Carvalho, no município de Prudentópolis, Paraná, o qual, partindo do questionamento: Como as relações interpessoais entre os professores, funcionários e alunos do Colégio, afetam o processo de ensino-aprendizagem e a construção da autonomia do sujeito?, tem como objetivo propor estratégias para a melhoria dos relacionamentos interpessoais no Colégio Estadual Alberto de Carvalho, no município de Prudentópolis, Paraná. Justifica-se a importância de propor estratégias para a melhoria dos relacionamentos interpessoais no Colégio Estadual Alberto de Carvalho, no município de Prudentópolis, Paraná, pois somente assim professores e funcionários poderão auxiliar no processo educativo e na realização de um trabalho efetivo no que diz respeito à questão do vínculo afetivo na aprendizagem e o desenvolvimento da autonomia do sujeito. Assim, o presente caderno está dividido em três unidades, abordando-se na Unidade I as “Influências da afetividade no processo de ensino-aprendizagem”, na Unidade II os “Reflexos das Relações Interpessoais” e na Unidade III a “Construção da Autonomia do Sujeito”, assim como os detalhamentos das atividades a serem desenvolvidas no grupo de estudos, antecedendo a intervenção na escola.

Palavras-chaves: Relações Interpessoais; Afetividade; Autonomia do Sujeito; Aprendizagem.

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APRESENTAÇÃO

O PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional), como Política

Educacional de Formação Continuada dos professores da rede pública Estadual do

Paraná, tem como um de seus objetivos a produção de materiais didáticos ( Produção

Didático-Pedagógica), entre eles, o Caderno Pedagógico, com a perspectiva de

contribuir para a superação dos problemas relacionados ao processo ensino-

aprendizagem.

Este Caderno Pedagógico foi elaborado com a finalidade de subsidiar as

reflexões do coletivo escolar acerca das Influências da Afetividade no processo de

ensino-aprendizagem e os Reflexos das Relações Interpessoais no processo de

construção da Autonomia do Sujeito. OBS: é isso mesmo?

Dirige-se aos alunos da 9ª série do Ensino Fundamental (público objeto da

intervenção referentes ao Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola) e a todos os

profissionais da educação que veem, nessa parceria, uma possibilidade de contribuir

para uma educação mais efetiva e de fortalecer-se enquanto instituições formadoras.

A Implementação desta Produção Pedagógica acontecerá no Colégio Estadual

Alberto de Carvalho-Ensino Fundamental, Médio e Profissional, situado na área urbana

do município de Prudentópolis-Pr.

Para tanto, este caderno está estruturado em três unidades, cujos temas serão

trabalhados durante a Intervenção Pedagógica na Escola, e no Grupo de Estudos,

abordando-se na Unidade I as “Influências da afetividade no processo de ensino-

aprendizagem”, na Unidade II os “Reflexos das Relações Interpessoais” e na Unidade

III a “Construção da Autonomia do Sujeito”.

Tomando-se por base esses temas, tanto professores, pedagogos, funcionários

e gestores poderão rever seus papéis frente ao processo ensino-aprendizagem,

buscando reflexões que possibilitem a construção da autonomia dos sujeitos na escola

através da melhoria das relações interpessoais, tendo a afetividade como importante

contributo para o futuro de seus alunos.

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INTRODUÇÃO

A construção da cidadania pressupõe a instrumentalização das pessoas para a

participação motivada e competente na vida política e pública da sociedade. Ao mesmo

tempo, essa formação deve visar o desenvolvimento de competências para lidar com a

diversidade e o conflito de ideias, com as influências da cultura e com os sentimentos e

emoções presentes nas relações do sujeito consigo mesmo e com o mundo à sua volta.

Todo ser humano aprende. A aprendizagem tem influência em nossas vidas a

todo momento, “é a base de todo o ato humano e de toda realização humana.” (KELLY,

1965, p.213 )

Na medida em que age, observa e relacionam os objetos do mundo físico, a

criança vai se apropriando de conhecimentos. É incorporando dados, trocando

informações, enfim, interagindo com o mundo que a criança se desenvolve.

A promoção da aprendizagem constitui parte do processo de formação do

cidadão, mas não deve ser confundida com a totalidade do processo. A escola, além de

ser o lugar da escolarização, deve ser o da formação humana e o da formação do

sujeito autônomo. Ela também não está imune aos problemas que atingem a

sociedade. Os conflitos existentes são reflexos do mundo externo e representam um

dos maiores desafios pedagógicos da atualidade. A conseqüência dessas relações

conflituosas é o enfraquecimento das relações interpessoais recaindo sobre a qualidade

das aulas e o desempenho dos estudantes.

Para que a escola e o professor cumpram seu papel de facilitadores no

processo de construção de conhecimento dos alunos, fomentando o desenvolvimento

da autonomia do sujeito, é fundamental que o relacionamento entre professor-

professor, professor-administração, professor-direção sejam fortalecidos através de

vínculos afetivos em prol da construção da autonomia do sujeito, seja dos alunos, em

sala de aula, visto que se trabalhando em equipe, compartilhar conhecimentos e

experiências entre seus membros estimula a criatividade e a capacidade de adaptação

das pessoas diante das mudanças, possibilitando que os alunos possam adquirir

flexibilidade para enfrentar os ambientes competitivos que hoje compõem o cenário

mundial.

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Não poucas vezes, os alunos que frequentam o Colégio Estadual Alberto de

Carvalho, no município de Prudentópolis, Paraná enfrentam problemas cotidianos da

falta de afetividade, convivência com famílias desestruturadas, desigualdades sociais,

violência, desemprego, situações que afetam seu processo de aprendizagem.

Estes vão para as salas de aulas apresentam dificuldades de aprendizagem,

problemas de conduta, e, ainda precisam enfrentar professores que não poucas vezes

são meros transmissores de conteúdos, e, que, por excesso de alunos, acúmulo de

tarefas e pela falta de relações interpessoais entre os professores e demais

funcionários, acabam por desamparar esses sujeitos que se tornam cada vez mais

dependentes e com dificuldades na aprendizagem.

Justifica-se assim a importância de propor estratégias para a melhoria dos

relacionamentos interpessoais no Colégio Estadual Alberto de Carvalho, no município

de Prudentópolis, Paraná, pois somente assim professores e funcionários poderão

auxiliar no processo educativo e na realização de um trabalho efetivo no que diz

respeito à questão do vínculo afetivo na aprendizagem e o desenvolvimento da

autonomia do sujeito.

O Colégio Estadual Alberto de Carvalho – Ensino Fundamental, Médio e

Profissional, em conjunto com a comunidade escolar e de acordo com a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação No. 9394/96 tem como princípios e fins a educação

como dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais

de solidariedade humana, tendo por finalidade o pleno desenvolvimento do educando,

seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

De acordo com a Lei Nº 8.069/1990, Estatuto da Criança e do Adolescente, o

ensino será ministrado oportunizando ao educando a igualdade de condições para o

acesso e permanência na escola, o direito de ser respeitado por seus educadores, o

direito de questionar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares

superiores, direito de organização e participação no Grêmio Estudantil e a gratuidade

do ensino, garantindo também, conforme a legislação vigente, a liberdade de aprender,

ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; o pluralismo de

idéias e de concepções pedagógicas; o respeito à liberdade e apreço a tolerância; a

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valorização do profissional da educação escolar; a gestão democrática do ensino; a

garantia do padrão de qualidade; a valorização da experiência extracurricular.

Os aspectos didático e pedagógico do processo de ensino e aprendizagem, são

favorecidos aos educandos com a elaboração crítica de conteúdos reais, por meio de

técnicas e métodos de ensino que valorizem as relações democráticas, abordando o

processo educativo como a produção histórica da existência humana. O respeito é a

base para a socialização cultural. Fundamentado no respeito ao saber e à cultura do

estudante, o educador cultiva as diferenças, criando oportunidades para expandir os

conhecimentos, ampliar a convivência e a sensibilidade na formação do estudante. A

cultura, o saber e o patrimônio cultural da comunidade são partes integrantes e

indispensáveis do currículo de uma escola que contribui para a formação humana dos

alunos.

Cada pessoa é diferente. É na diferença que está a originalidade e o sentido de

ser gente. Para educar, os meios, os procedimentos e as oportunidades de aprender

contribuem para que os alunos decidam, possam tornar-se livres e responsáveis,

autônomos e emancipados.

A escola é a instituição especializada e indispensável para impulsionar essa

produção humana. Todo aluno, como sujeito da história precisa distanciar-se de seu

contexto, observando e relacionando-se com os outros para intervir autonomamente na

sua mudança através da apropriação do saber produzido e acumulado pela

humanidade, bem como o desenvolvimento da capacidade pessoal de agir

compartilhadamente, de socializar-se, de pensar e agir, isto é, a práxis voltada para a

sua necessidade.

A escola apresenta-se, como uma das mais importantes instituições sociais por

fazer a mediação entre o indivíduo e a sociedade. É necessário que acolha toda a

diversidade de relações presentes na realidade na qual está inserida. Sendo um local

de convivência entre os seres humanos, não está imune dos problemas que atinge a

sociedade.

Entretanto, tem-se observado que o processo de aprendizagem está sendo

prejudicado por questões de influências negativas no que diz respeito às relações

interpessoais.

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Visando analisar como o pedagogo, professores e funcionários podem auxiliar

no processo educativo e na realização de um trabalho efetivo no que diz respeito à

questão do vínculo afetivo na aprendizagem, a questão que norteará o presente estudo

é: Como as relações interpessoais entre os professores, funcionários e alunos do

Colégio, afetam o processo de ensino-aprendizagem e a construção da autonomia do

sujeito?

O presente trabalho trata-se dos Cadernos Pedagógicos que fundamentam o

projeto de Intervenção que será realizado no Colégio Estadual Alberto de Carvalho, no

município de Prudentópolis, Paraná.

Assim, o presente caderno está dividido em três unidades, abordando-se na

Unidade I as “Influências da afetividade no processo de ensino-aprendizagem”, na

Unidade II os “Reflexos das Relações Interpessoais” e na Unidade III a “Construção da

Autonomia do Sujeito”, assim como os detalhamentos da atividades a serem

desenvolvidas no grupo de estudos, antecedendo a intervenção na escola.

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UNIDADE I

INFLUÊNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Entre as considerações de Wallon (1979) a respeito das emoções, inclui-se a

visão de que a educação da emoção deve fazer parte dos propósitos da ação

pedagógica e que o professor deve refletir e avaliar sobre suas dificuldades atuando no

plano das condutas voluntárias e racionais para ter condições de enxergar com maior

objetividade e agir mais adequadamente nas situações escolares.

Piaget (1982) acredita que existe uma inteligência prévia à aquisição da

linguagem, mas a lógica teria origem na ação. Pois, supõe que somente o

funcionamento da inteligência seja hereditário e que as estruturas se formam a partir de

ações organizadas sucessivamente sobre o objeto. Assim, segundo Piaget o

conhecimento se desenvolve através de um processo contínuo de construção e

reconstrução, sendo que um novo conhecimento é sempre superior ao conhecimento

anterior, ou seja, quando o conhecimento passa de um estágio para outro posterior, é

sempre mais completo. Conforme a criança vai ampliando e relacionando suas

observações, vai passando de um estágio para outro.

Da teoria de Piaget (1971) surgiu a possibilidade de trabalhar a partir do erro da

criança, considerando este como parte do processo de construção do conhecimento.

Portanto, nesta teoria, o ensino deve ter como base o ensaio e o erro, a solução de

problemas, a investigação e a pesquisa.

Na concepção construtivista, o processo ensino-aprendizagem escolar consiste

em oferecer aos alunos acesso a elementos da cultura, essenciais para seu

desenvolvimento não apenas no âmbito cognitivo, mas num sentido globalizado que

inclui: desenvolvimento motor, equilíbrio pessoal, inserção social, capacidade de

relacionamento interpessoal e afetividade.

Na teoria de Piaget (1971), o desenvolvimento intelectual é considerado como

tendo dois componentes: um cognitivo e um afetivo. Afeto inclui sentimentos,

interesses, desejos, tendências, valores e emoções. O afeto se desenvolve no mesmo

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sentido que a cognição ou inteligência, tornando difícil encontrar um comportamento

apenas da afetividade, sem nenhum elemento cognitivo e vice-versa.

Para Piaget (1971, p. 271):

A vida afetiva, como a vida intelectual é uma adaptação contínua e as duas adaptações são, não somente paralelas, mas interdependentes, pois os sentimentos exprimem os interesses e os valores das ações, das quais a inteligência constitui a estrutura.

Na teoria de Piaget (1982), os conceitos de assimilação e acomodação, para se

chegar à adaptação são essenciais para o desenvolvimento intelectual da criança.

A assimilação consiste na tentativa do indivíduo em solucionar uma

determinada situação a partir da estrutura cognitiva já existente. O processo de

assimilação representa uma tentativa de integração de aspectos, experiências aos

esquemas previamente estruturados. Ao entrar em contato com o objeto do

conhecimento, o indivíduo busca retirar dele as informações que lhe interessam,

deixando outras que não lhe são tão importantes, visando atingir um equilíbrio.

A acomodação consiste na capacidade de modificação da estrutura mental

antiga para dar conta de dominar um novo objeto do conhecimento. A acomodação

representa o elemento complementar das interações sujeito-objeto. Toda experiência é

assimilada a uma estrutura de ideias já existentes. Os processos de assimilação e

acomodação são complementares e acham-se presentes durante toda a vida do

indivíduo.

Piaget (1982) concebeu o desenvolvimento do raciocínio moral, ou seja, o

surgimento dos primeiros sentimentos morais como uma consequência do

desenvolvimento cognitivo e afetivo.

“Para começar, as normas não são generalizadas, mas são válidas apenas sob

condições particulares. Por exemplo, a criança considera errado mentir a seus pais e a

outros adultos, mas não a seus companheiros” (PIAGET, 1982, p. 55).

O afeto se desenvolve no mesmo sentido que a cognição ou inteligência. Para

Wallon (1998), afetividade, além de ser uma das dimensões da pessoa, é uma das

fases mais antigas do desenvolvimento humano, pois quando este, tão logo deixou de

ser puramente orgânico passou a ser afetivo e, da afetividade lentamente passou para

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a racionalidade. A afetividade e a inteligência estão imbricadas, havendo um

predomínio da primeira e, mesmo havendo logo uma diferenciação entre as duas,

haverá uma permanente reciprocidade entre elas, pois, como afirma Dantas (1992,

p.90), “ao longo do trajeto elas alternam preponderâncias, e a afetividade reflui para

dar espaço à intensa atividade cognitiva assim que a maturação põem em ação o

equipamento sensório-motor necessário á exploração da realidade”.

Piaget (1982) declara que o indivíduo não é um ser social ao nascer, mas torna-

se social progressivamente, no decorrer dos anos e no contato com o outro. Assim,

podemos dizer que a base para a relação social é a reciprocidade de atitudes e valores

entre as crianças e os outros.

Piaget (1971) entende que o desenvolvimento social age sobre o

desenvolvimento cognitivo e afetivo. Como o desenvolvimento afetivo não é separado

do desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento social está relacionado ao

desenvolvimento cognitivo e afetivo. O conhecimento social é constituído pela criança à

medida que ela interage com os adultos e com outras crianças.

As relações entre o sujeito e o meio consistem em uma interação radical, de tal modo que a consciência não começa pelo conhecimento dos objetos nem pelo da atividade do sujeito, mas por um estado indiferenciado; e é desse estado que derivam dois movimentos complementares, um de incorporação das coisas ao sujeito, o outro de acomodação das próprias coisas (PIAGET, 1971, p. 384).

Para Piaget (2001, p. 18), o termo afetividade também designa os “[...]

sentimentos propriamente ditos e, em particular, as emoções”.

A afetividade está sempre presente nas experiências empíricas vividas pelos

seres humanos, no relacionamento com o ‘outro social’, por toda a sua vida, desde seu

nascimento.

Sabe-se que a aprendizagem é um processo que, uma vez iniciado com o

nascimento, só finda com a morte. Isso significa que em qualquer etapa, em qualquer

situação, ou em qualquer momento, o indivíduo está aprendendo, sendo que, à medida

que aprende varia seu comportamento, seu desempenho, sua ótica, seus enfoques.

Quando se fala em aprendizagem, como uma mudança relativamente aparente,

significa que o aprendido deve estar incorporado ao indivíduo não só em situação

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temporária, mas por um tempo razoável. À medida que novas aprendizagens surgem,

vão sendo incorporadas às já existentes, propiciando o surgimento de novos enfoques,

ideias e atitudes.

Segundo Piaget (1982), na medida em que os aspectos cognitivos se

desenvolvem, há um desenvolvimento paralelo da afetividade. Os mecanismos de

construção são os mesmos. As crianças assimilam as experiências aos esquemas

afetivos do mesmo modo que assimilam as experiências às estruturas cognitivas.

“O aspecto afetivo tem uma profunda influência sobre o desenvolvimento

intelectual. Ele pode acelerar ou diminuir o ritmo de desenvolvimento. Ele pode

determinar sobre que conteúdos a atividade intelectual se concentrará”

(WADSWORTH, 1997, p. 23).

O interesse e o desejo é o que determinará a seleção que faremos das

atividades intelectuais. Ao escolher um livro sobre determinado assunto, a assimilação

do conteúdo desse livro ocorrerá em função do meu interesse sobre esse tema. Na

visão piagetiana esta escolha não é provocada pelas atividades cognitivas, mas pela

afetividade.

Quando se fala em aprendizagem, como uma mudança relativamente aparente,

significa que o aprendido deve estar incorporado ao individuo não só em situação

temporária, mas por um tempo razoável. À medida que novas aprendizagens surgem,

vão sendo incorporadas às já existentes, propiciando o surgimento de novos enfoques,

ideias e atitudes.

Wadsworth, (1997, p. 23) nos coloca que “o aspecto afetivo tem uma profunda

influência sobre o desenvolvimento intelectual. Ele pode acelerar ou diminuir o ritmo de

desenvolvimento’’.

O processo ensino-aprendizagem escolar consiste em oferecer aos alunos

acesso a elementos que contribuem para o seu crescimento não apenas no âmbito

cognitivo, mas num sentido globalizado que inclui o desenvolvimento motor, equilíbrio

pessoal, inserção social, capacidade de relacionamento interpessoal e afetividade.

Piaget (1971, p. 271) afirma que

A vida afetiva, como a vida intelectual é uma adaptação contínua e as duas adaptações são, não somente paralelas, mas interdependentes, pois os

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sentimentos exprimem interesses e os valores das ações, das quais a inteligência constitui a estrutura.

Assim podemos perceber que o bom relacionamento entre professores e alunos,

baseados no princípio da afetividade traz, sem dúvida, uma melhor assimilação dos

conteúdos. O que não pode ser confundido é a afetividade com a permissividade,

“passar a mão na cabeça”. A afetividade deve estar entranhada com a responsabilidade

em despertar no aluno, o desejo pela busca da aquisição do conhecimento, aguçar a

curiosidade, estar à frente, enquanto professor, mediando o processo de aprendizagem

e não “despejando”/depositando conteúdo. Este envolvimento poderá ser a mola

propulsora para a construção de indivíduos emocionalmente saudáveis capazes de agir

com responsabilidade.

Segundo Souza e Costa (2004, p. 5)

Para Wallon, a afetividade, que corresponde à primeira manifestação do psiquismo, propulsiona o desenvolvimento cognitivo ao instaurar vínculos imediatos com o meio social, abstraindo deste, o seu universo simbólico, culturalmente elaborado e historicamente acumulado pela humanidade. Por conseguinte, os instrumentos mediante os quais se desenvolverá o aprimoramento intelectual são, irremediavelmente, garantidos por estes vínculos, estabelecidos pela consciência afetiva.

É preciso considerar os fatos de que o professor, quando se torna comprometido

com o aluno e com uma educação de qualidade, fazendo do aluno o centro do processo

ensino e aprendizagem, cumprindo seu papel de orientador e facilitador do processo,

legitima assim a teoria da facilitação da aprendizagem, através da interação dos

sujeitos, ultrapassando, a mera condição de ensinar. Na realidade, a prática docente

tem uma parcela não só significativa na relação professor-aluno, mas quase que

definitiva no processo. A falta de estímulos e diálogo favorece a dormência da

criatividade, dando espaço para a redução do saber.

Para isto é importante que o professor entenda e compreenda o aluno de

maneira integral, nos seus aspectos afetivos e cognitivos durante todo seu

desenvolvimento. É necessário que ele conheça seus alunos, que interaja com eles

despertando uma vontade de descobrir o inusitado, adquirindo autonomia para exercer

sua real função, o professor precisa combinar autoridade, respeito e afetividade, ao

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mesmo tempo em que estabelece normas. Sobre isso Libâneo (1994, p. 250) coloca

que “o professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas também

ouve os alunos”.

Sabe-se também que com um professor dinâmico e querido por seus alunos, o

ensino torna-se mais atrativo e desafiador e o saber será construído em conjunto de

maneira real e significativa.

Direta ou indiretamente a afetividade exerce profunda influencia sobre o

pensamento e sobre a conduta do indivíduo. A energia da afetividade é capaz de

impulsionar o indivíduo dirigindo os seus relacionamentos externos e suas vivências.

Podemos conceber então, afetividade, como conhecimento construído através da

vivência como nos coloca Dantas (1992, p. 61) que “na linguagem comum costuma-se

substituir emoção com afetividade, tratando os termos como sinônimos. Todavia, não o

são. A afetividade é um conceito mais abrangente no qual se inserem varias

manifestações”.

O afeto influencia na velocidade que se constrói o conhecimento, pois, quando

uma pessoa sente-se segura, aprende com maior facilidade. Dessa forma o papel do

professor é fundamental nesta questão da relação com o aluno. É ele que vai

desencadear a segurança necessária para a construção do processo de aprendizagem.

Logicamente que ao professor não lhe cabe uma dedicação extremosa e maternal, mas

considerar que alguns momentos de afetividade poderão ser a chave para despertar a

segurança pessoal paralelo à segurança para a aquisição e assimilação do

conhecimento.

Nesse sentido, de nada adianta propor no planejamento a intenção de estimular

o aluno para o ato da aprendizagem se, na realização do seu trabalho o professor não

tiver a sensibilidade de perceber as necessidades do aluno alheias à aquisição do

conhecimento. O professor além de seu papel dinâmico na disciplina que leciona

precisa ser amigo dos alunos e estar predisposto a contribuir com seu crescimento

pessoal. Freire (1998, p. 161) nos alerta que “a prática educativa é: afetividade, alegria,

capacidade científica, domínio técnico a serviço da mudança ou, lamentavelmente, da

permanência do hoje”.

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Compreendemos, então, que depende da forma em que o professor apresenta-

se e expõe suas aulas, despertará nos alunos, o gosto ou a repulsa pela disciplina. Ele

precisa ser dinâmico, pesquisador, surpreendente para dar vida a seus alunos, já que,

quase sempre o mundo fora da escola é bem mais atraente que o quadro de giz.

São precisamente as reações emocionais que devem constituir a base do processo educativo. Antes de comunicar esse ou aquele sentido, o mestre deve suscitar a respectiva emoção do aluno e preocupar-se com que essa emoção esteja ligada ao novo conhecimento. [...] os gregos diziam que a filosofia nasce da surpresa. Em termos psicológicos isso é verdadeiro se aplicado a qualquer conhecimento no sentido de que todo conhecimento deve ser antecedido de uma sensação de sede. O momento da emoção e do interesse deve necessariamente servir de ponto de partida a qualquer trabalho educativo. (VYGOTSKY, 1996, p.145).

A escola que cria um clima acolhedor proporciona a participação de todos os

envolvidos no processo educativo. Toda a equipe deve estar envolvida no mesmo

objetivo de formação humana à começar pelo próprio relacionamento entre os

componentes desta equipe, suas tomadas de decisões devem ser em conjunto, o

trabalho deve acontecer em parcerias para que se possam obter os melhores

resultados.

Logicamente que todo esse trabalho nem sempre terá o resultado esperado, virá

acompanhado pela decepção e até mesmo pelo sentimento de incompetência no ato

pedagógico. É um processo árduo, porém necessário. São sementes lançadas.

Sendo assim, ser professor vai muito além do ensinar científico. Exige uma gama

de postura para estar à frente daqueles que chegam com grandes expectativas. Ser

professor é contribuir para a construção e promoção humana impulsionando esta

aprendizagem para ser adquirida de forma efetiva no ato transformador das

experiências e vivências na sociedade.

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DETALHAMENTO DAS AÇÕES A SEREM REALIZADAS NO ENCONTRO DO GRUPO DE ESTUDOS - UNIDADE I - INFLUÊNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Nesta unidade, sugere-se a realização das seguintes atividades:

1- Apresentação do Projeto De Intervenção Pedagógica . (Slides PowerPoint)

2- Questionário com o objetivo de analisar a visão das participantes sobre o tema

3- Dinâmica: Trabalhando as Relações Interpessoais e Influências da Afetividade

4- Filme: Como Estrelas na Terra

5- Análise do filme e socialização das ideias

Dinâmica do Crachá

Objetivo: Falar sobre o sentimento de respeito nas relações escolares.

Desenvolvimento:

O crachá é uma forma de trabalhar o respeito ao próximo, neles os

participantes colocam suas características principais como: nome, apelido (se tiver),seu

ideal, etc. deverá ser usado durante os dias dos encontros. Sendo que todos os

membros do grupo devem ficar atentos para os gestos ou gostos dos integrantes.

Comentário: O que é o respeito? Partimos da idéia de que é um sentimento e,

experiênciado nas relações interpessoais e intrapessoais. O respeito mútuo, ou

recíproco que se estabelece garante a harmonia das relações interpessoais na escola.

De acordo com PIAGET (1954), a energética das relações entre as pessoas

são os sentimentos interpessoais, e sua vinculação com a escala de valores do sujeito

levará à construção de “Sentimentos Morais”.

Dessa maneira, o respeito sendo um sentimento também de natureza

interpessoal, quando estiver relacionado à regulação intra e interpessoal estabelecida

sobre conteúdos de natureza moral, constituir-se-á em um sentimento moral.

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Dinâmica: Banner das Cores.

Objetivo: Verificar como os educadores veem o vínculo afetivo e as relações

interpessoais entre eles.

Desenvolvimento: Deve conter os nomes de todos os integrantes do grupo, e

pequenos círculos nas cores: vermelho, verde e amarelo, onde cada membro deverá

mostrar como está se sentindo, de acordo com a cor da bolinha escolhida.

Representação das cores;

Vermelho: “irritação, nervosismo, ansiedade”,

Verde: “alegria, felicidade, calmaria”,

Amarelo: “tristeza, chateação e preocupação”.

Ao iniciar as atividades, cada integrante deverá colar ao lado do seu nome a cor

que representa o seu estado de espírito naquele momento. Se no desenrolar das

atividades o sentimento mudar, a pessoa deverá colar outra bolinha, de acordo com o

novo sentimento, pois dessa forma todos saberão como se encontra.

O Guia, ao perceber que alguém está triste, deverá questionar o grupo do que

pode ser feito para alegrar aquela pessoa, fazendo com que todos reflitam sobre os

sentimentos alheios, e quanto podemos ser solidários às pessoas, quando estas

precisam de nós.

OBS: Nos crachás, serão colados adesivos de caretinhas de acordo com a cor

escolhida.

Lembrando que, os professores também circulam pelos corredores e pátios da

escola, por este motivo demonstram seus sentimentos através da caretinha no seu

crachá.

Conclusão: Todas essas atividades exercitam a capacidade de valorizar o que o outro

trás consigo, que cada pessoa é diferente da outra, que os nossos sentimentos podem

mudar dependendo do que vivenciamos etc, amenizando os conflitos e melhorando as

relações interpessoais entre os elementos de um mesmo grupo.

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ENTREGA ESPECIAL: Tic-Tac- com mensagem personalizada

“Não se pode falar de Educação sem AMOR”.

Paulo Freire

COMENTÁRIO: O vínculo afetivo é o ponto central através do qual gira a vida de uma

pessoa, não só enquanto criança, mas também durante toda a vida do ser humano.

Mais na linha dos sinais perceptíveis, Dolle (1993 ,p.120 ) reforça que a afetividade está

implicada com as significações: A afetividade, nas relações interindividuais se alimenta,

unicamente do sentido e que é este quem a estrutura, desequilibra, equilibra e

reequilibra. O Gesto, até mesmo discreto, o brilho no olhar, etc., são tão expressivos,

quanto as palavras.

Dito de outro modo, a afetividade em ato fala àquele que a recebe porque ela

tem um sentido e informa sobre o estado daquele que a leva a falar, sobre: suas

intenções, seus julgamentos, sua disposição de espírito com relação ao destinatário,

etc.

Para o autor, a afetividade como estado não age por si só, mas pelas

manifestações e reveladas em múltiplas e diversas condutas ( sorrisos, choros,

carícias, gestos, olhares ternos, sombrios, tristes, etc.). Enfatiza que não é possível

separar a afetividade de suas manifestações, tanto como não há possibilidade de

separar estrutura e funcionamento de psicologia.

O vínculo afetivo é o ponto central através do qual gira a vida de uma pessoa,

não só enquanto criança, mas também durante toda a vida do ser humano. É deste

vínculo que é retirado o prazer da vida e toda a sua força e prazer a outras pessoas,

auxiliando, assim, os que enfrentam dificuldades nas diversas áreas do conhecimento e

impedindo que outras pessoas venham a enfrentá-las.

Para Freire (1986, p.45) O querer bem não significa a obrigação a querer bem a

todos os alunos de maneira igual. Significa, na verdade, que a afetividade não é

assustadora, que não é preciso ter receio de expressá-la. Significa essa abertura ao

querer bem o modo de autenticamente selar o compromisso com os educandos, numa

prática específica do ser humano, separando como falsa a separação radical entre a

seriedade docente e afetividade.

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OBS: Queria mudar um pouco as considerações, mas não consegui, se puder colocar

com outras palavras...

Análise do filme: “Como Estrelas na Terra”,

Dirigido pelo ator e produtor Aamir Khan, que impressiona pela qualidade, criticidade e

sensibilidade do filme.

Roteiro do Filme: Episódios/ cenas- Apreciação descritiva e dissertativa.

Leitura e reflexão

Apresentação e socialização das ideias

O participante nº 1 comentará a cena do filme, o outro também nº 01, complementará

(Dissertará ) de acordo com o relato extraído do Artigo: Criando Condições à

Liberdade.

Comentar a cena do Filme, fazer colocações de acordo com a realidade escolar,

relacionando-as com o Título do Projeto.

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UNIDADE IIREFLEXOS DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

O ambiente escolar deve procurar trabalhar em harmonia entre seus

componentes porque, de certa forma, todos os envolvidos no contexto tem papel

fundamental para que o verdadeiro objetivo a que se propõe a educação possa ser

concretizado. Temos o compromisso de desenvolver o aluno na sua construção da

aprendizagem curricular, bem como enquanto seres humanos. É uma tarefa, muitas

vezes, complicada quando envolve o quesito convivência. As relações interpessoais

ficam comprometidas pelas diferenças e divergências, mas que podem, perfeitamente,

serem amenizadas por meio do diálogo e do esforço comum da equipe de trabalho para

a busca de soluções. Cada contexto escolar tem suas características próprias e por

esse motivo os possíveis problemas surgidos precisam ser resolvidos não apenas por

uma “cabeça”, mas por intermédio da contribuição de todos. Percebemos que a

velocidade crescente do mundo tem afetado os seres humanos tornando-os cada vez

mais individualistas gerando sérios problemas no que diz respeito às relações

humanas. É preciso resgatar certos valores como o respeito, a compreensão e a

solidariedade para podermos nos relacionar bem em qualquer ambiente social.

Diante de tantas mudanças que nos deixam perplexos sem dúvida alguma,

podemos deixar de pensar na perspectiva de uma escola capaz de contribuir para o

aprimoramento humano. Se enquanto escola não mostrarmos capacidade de colaborar

na amenização da atual decadência humana que nos cerca, podemos nos contar

falidos como profissionais. Sabemos que a aprendizagem também é construída pelo

exemplo nas experiências. Então como queremos “moldar” alguém se entre os

profissionais não conseguimos a colaboração e a união de que precisamos para a

realização de um trabalho de punho transformador. Segundo Prette, Almir e Zilda

(2001, p. 30) “... os déficits em habilidades sociais estão geralmente associados a

dificuldades e conflitos na relação com outras pessoas, a pior qualidade de vida e a

diversos tipos de transtornos psicológicos”.

Não existe um ser humano cem por cento correto, emocionalmente equilibrado e

o tempo todo de bem com a vida. Todos têm o direito à divergência de idéias, ações e

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atitudes, mas precisamos compreender a necessidade de não sermos radicais e

egocêntricos trabalhando e desenvolvendo a tolerância para podermos nos relacionar

bem com as demais pessoas. Cabe ao grupo entender a importância da articulação de

idéias e comportamentos para a realização de um trabalho saudável. A qualidade do

ambiente faz a diferença para os melhores resultados propostos. A escola tradicional,

sem vida está condenada ao fracasso, já não há mais espaço para profissionais

alienados, mas sim para sujeitos de transformação, capazes de fazer da escola um

espaço de preparação para a vida, onde os que nela vivem sintam-se capazes de

aprender, de recusar-se, interrogar-se sobre si próprio, sobre o tempo em que vivem e

capazes também de abordar críticas no sentido de estarem buscando uma melhor

atuação na sociedade.

As relações humanas se iniciam no ambiente familiar e vão sendo estendidas

para os demais segmentos da sociedade e quando há conflitos no relacionamento

interpessoal, diz-se que há problemas de relações humanas. Sabe-se, por exemplo,

que um professor para ser considerado eficiente precisa dominar os conteúdos de sua

disciplina, mas precisa também ser capaz de compreender e de lidar com pessoas. Ao

lidarmos com elas temos que ser capazes de compreendê-las e ser flexíveis em nossas

ações, conduzindo-nos apropriadamente em determinadas situações, pois não

podemos ter reações uniformes em todos os casos de conflito que nos aparecem.

Para que possamos de fato compreender o outro, a fim de entendê-lo melhor,

temos que ser capazes de ouvir, dando ao outro a oportunidade de expor seus

sentimentos, pensamentos e ações. E a medida que utilizamos o autoconhecimento e

nos interessamos em conhecer o outro, passamos a nos comunicar com mais

eficiência, desenvolvendo habilidades como: ouvir, dialogar, informar, avaliar, elogiar e

disciplinar.

Luck e Carneiro (1985, p. 11) dizem o seguinte:

Deve-se dar especial atenção ao desenvolvimento afetivo dos educandos, visto que o funcionamento total do organismo, em qualquer momento ou circunstancia envolve uma significativa e indissociável parcela de sentimentos e emoções. Reconhece-se ainda que a adequação e eficácia de tal funcionamento dependem sobre a maneira de o indivíduo compreender suas emoções e sentimentos e poder controlá-los de maneira apropriada.

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Assim vale ressaltar que a escola não deve trabalhar somente a pedagogia

científica, mas paralelamente, ministrar uma pedagogia com afeto. “O poder do

professor é maior que o do livro, e a qualidade do diálogo estabelecido entre professor

e aluno é importante para uni-los, criando um laço especial, ou para separá-los, criando

obstáculos intransponíveis” (MARCHAND, 1985, p. 19). Portanto, é a afetividade o

grande estimulador na efetivação do conhecimento. Quando se trabalha valorizando o

outro as relações interpessoais ficam mais bem evidenciadas e evoluem para

resultados eficazes.

Assim, através do diálogo e da cooperação é possível mudar o perfil da

educação. É preciso elaborar um bom planejamento que inclua as ideias e opiniões de

todos os envolvidos neste processo de crescimento e desenvolvimento humano. Um

projeto elaborado por pais, professores, coordenadores e gestor, incluindo em seu

currículo, não como apêndice, mas como componente curricular uma “Pedagogia do

Afeto“, que construa homens e mulheres capazes não apenas de viver, mas, sobretudo,

de entender a vida e participar dela de forma intensa.

As pessoas que conseguem controlar suas emoções são capazes de evitar

problemas sociais de grande proporção, já que as emoções contagiam e afetam

aqueles com os quais interagimos. A sincronia emocional nos leva a ficarmos

sintonizados com as emoções das outras pessoas e compreende-las. Tamanha

habilidade interpessoal é que seleciona naturalmente líderes, mediadores de conflitos,

bons componentes de equipes, enfim, pessoas bem sucedidas socialmente. Para tanto,

há que se ter antes de qualquer coisa a capacidade de harmonização como garantia de

igualdade no grupo. O respeito uns pelos outros só tem a enriquecer o trabalho em

equipe, pois a soma das habilidades levará a constituição de um grupo de altíssimo

nível. Desta forma teremos um grupo talentoso, produtivo e bem sucedido, capaz de

exercer o consenso, a cooperação, a iniciativa e a motivação. Vale ressaltar que a

harmonia do ambiente escolar também depende da articulação de quem está á frente

como gestor do contexto. É necessário que o trabalho de âmbito mais técnico possibilite

uma abertura para que haja a “contribuição” do outro. Vivemos num período marcado

por intensas mudanças de um mundo extremamente exigente na busca por agentes

transformadores. Então para vivermos equilibradamente, neste novo modelo de

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sociedade que está se instalando, precisamos, além da busca permanente do

conhecimento, assimilar e vivenciar as importantes regras de relacionamento humano.

O que se percebe hoje é que cada vez mais os alunos chegam às escolas

totalmente alheios às regras e valores sociais, e muitas vezes, essa falta de

direcionamento acontece porque os pais não estão conseguindo compreender as

mudanças de paradigmas que estamos vivendo.

É importante destacar que, a escola, mesmo sem assumir o papel da família,

pode oferecer oportunidades de informação e experiências capazes de estimularem

mudanças no desenvolvimento do comportamento e da educação, pois a escola pode

apresentar todos os meios de desenvolvimento dos valores humanos para habilitação

do indivíduo para a vivência na sociedade.

Deve-se lembrar que um ambiente cooperativo e amistoso não é livre de atritos,

porque onde existe mais que um ser humano, consequentemente haverá problemas de

relacionamento. “O conflito é algo intrínseco à convivência. Ninguém, nenhum grupo

humano, [...} está a salvo de conflitos. Conviver produz desgastes, os quais podem ser

de natureza e gravidade diversa’. (ANTUNEZ et. al., 2002, p.21)

Segundo Shemes (apud MUNDO JOVEM, 2009, p.13):

A postura tradicional de onipotência por parte do educador, mesmo quando se coloca para ajudar o aluno, é um modelo inadequado para alcançar soluções. Entender os motivos, os porquês que estão por trás de cada fala, do que as pessoas dizem, é a chave na resolução de conflitos. O respeito, a responsabilidade e a cooperação são fundamentais. Na mediação de conflitos dentro da unidade escolar, o professor não pode ser o protagonista, deve considerar que não está sozinho nesse processo, e por essa razão deve trabalhar em equipe.

Portanto, uma transformação no tipo das relações interpessoais estabelecidas

dentro da escola poderá fazer com que a problemática em questão seja encarada sob

uma perspectiva diferente. Entre as tantas inteligências emocionais que uma pessoa

possui, a relação interpessoal é uma de grande destaque, pois é a forma como o

indivíduo lida com o seu meio social, seja na família, na escola ou no trabalho. Como a

escola é um espaço social de grande número de pessoas, é normal que aconteçam os

conflitos. O desprezo em relação às pessoas devem ser trabalhados a fim de tornar os

sujeitos mais tolerantes com o seu próximo.

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Podemos então dizer que a afetividade se constitui num fator significativo na

construção de subjetividades, por isso precisa ser considerada na determinação dos

tipos de relação que se estabelecem na escola e nos tipos de atividades que são

propostas aos alunos na produção do conhecimento.

Segundo Almeida (2003), Wallon (1979) apresenta três pontos básicos para

que a educação sirva de instrumento para a consolidação dessa construção. O primeiro

deles diz respeito à ação da escola que, segundo Wallon, não se limita à instrução, mas

se dirige à pessoa inteira do aluno, devendo servir de instrumento para o

desenvolvimento da criança em suas dimensões cognitiva, afetiva e motora. O segundo

ponto refere-se à ação docente, que deve ser fundamentada no conhecimento acerca

do desenvolvimento psicológico da criança, pois só assim, o professor poderá ser

capaz de compreender as suas reais necessidades e possibilidades. O terceiro e último

ponto diz respeito à importância do meio físico e social para a realização da atividade

da criança e seu desenvolvimento.

Essas ideias sintetizam a valorização do aluno no âmbito de sua dimensão

humana, sendo que associadas aos diversos saberes mobilizados e construídos pelos

professores, no decorrer da ação pedagógica, poderão levá-los a compreender o aluno

de forma diferente e, consequentemente, a desenvolver uma prática em que tanto os

aspectos intelectuais, quanto os aspectos afetivos, estão presentes e se interpenetram

em todas as manifestações do conhecimento.

Na escola a qualidade das relações interpessoais entre professores e alunos é

o que poderá garantir esse desenvolvimento em toda sua plenitude, pois é por meio do

social que o biológico decorre e encontra condições de desenvolvimento. Dessa forma

o meio escolar, juntamente com todas as relações que são consolidadas nesse meio,

serão propiciadores de desenvolvimento de aprendizagens à medida que ajuda na

construção da autonomia do sujeito.

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DETALHAMENTO DAS AÇÕES A SEREM REALIZADAS NO ENCONTRO DO GRUPO DE ESTUDOS - UNIDADE II - REFLEXOS DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

ATIVIDADES:

Nesta unidade sugere-se a realização das seguintes atividades:

1. Reflexão e análise da Fábula: A União de Flora-Rainha da vegetação e Zéfiro-o

Vento Oeste.

Diz-se que um dia ambos se encontraram:No momento do encontro, a senhora

da vegetação - FLORA recuou amedrontada e, num gesto de brandura, estende as

mãos sobre plantas e flores para protegê-las do ímpeto destruidor de Zéfiro – o vento

Oeste.

Zéfiro tinha como único prazer desacatar a Natureza, danificar as florestas,

devastar as plantações, arruinar as flores com seu sopro devastador e impiedoso.

Nesse dia porém, diante a luminosa beleza de Flora,a divindade do vento –

Zéfiro - refreia seu sopro,enamorando-se ternamente por Flora.

Após esse encontro, ele não mais se empenhou em desrespeitar a Natureza –

a protegida de sua amada.

Embora apaixonada, Flora recusa triste a corte de Zéfiro; teme a sua índole tão

diferente da sua.

Zéfiro para não perder Flora promete aprender com o Equilíbrio da Natureza a

Paciência e a Serenidade do reino vegetal.

Então, na festa de núpcias, entre cores fulgurantes e perfumes dulcíssimos,

une-se Flora a Zéfiro. E desde esse acontecimento, o vento Oeste passa a ser apenas

uma doce brisa que tremula as pétalas das roseiras e a ramagem das campinas”.

[Extraído do capítulo 39 do livro Conviver e Melhorar, Editora Boa Nova, de Francisco

do Espírito Santo/Lourdes Catherine.]

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2. Slides elaborados por Ana Leila Moura, disponibilizado pela Seplan para o

Curso Relações Interpessoais e Trabalho em Equipe.

Disponível na Internet em: http://www.seplan.am.gov.br/arquivos/

download/arqeditor/planejamento/des_org/treinamentos/Sintese%20Relacoes

%20Interpessoais%20e%20Trabalho%20em%20Equipe.pdf.

Nos slides será possível as discussões sobre o termo Relações Interpessoais, a

questão da importância o autoconhecimento, as percepções e controle dos sentimentos

através da inteligência emocional, as competências pessoais, motivação e suas

perspectivas, os quatro pilares das relações interpessoais e as competências sociais.

3.Dinâmicas de Grupo: Relações Interpessoais e Dinâmicas de Grupo no contexto da

Educação, Tolerância e Respeito

Disponível em: http://www.acim.com.br/Revista digital/ revista PDF/ 2007/ julho 2007/

p.6..

4. Leitura e análise dos Textos e Artigos:

MELLO, Natalie Rozini Moreira de; SILVA, Maria Apda F. do Amaral e. A importância das relações interpessoais na escola. Disponível em: < http://www.lo.unisal.br/nova/estagio/revista_estagiando2007/pedagogia/3%20Ped%20B.pdf>. Acesso em: 20 ago 2012.

PEDROZA, Regina Lucia Sucupira. Relações interpessoais: abordagem psicológica. 2006. Disponível em: http://www.portalmec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/04-rel-in-pes-pdf. Acesso em: 20 ago 2012.

MATOS, Cláudio Jorge Vilela. A mediação de conflitos nas relações interpessoais e organizacionais. Disponível em: http://www.docstoc.com/docs/41486336/A-MEDIA%C3%87%C3%83O-DE-CONFLITOS-NAS-RELA%C3%87%C3%95ES-INTERPESSOAIS-E>. Acesso em: 28 ago 2012.

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UNIDADE IIICONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA DO SUJEITO

Diante das recentes exigências da sociedade do século XXI, a escola precisa

realmente buscar desenvolver um trabalho voltado para a execução de um

planejamento concreto e possível de ser colocado em prática.

A sociedade quer indivíduos participativos e colaboradores com intenções e

ações transformadoras e que vivenciem, de forma objetiva, a sua verdadeira condição

de cidadão. Para que realmente isso aconteça, a escola tem um papel muito importante

enquanto contribuição para a formação deste novo cidadão atuante. É responsabilidade

da equipe que trabalha na escola promover um desenvolvimento integral de seus

alunos, instigando a busca pelo conhecimento, bem como, colaborando para a

formação humana.

Libâneo (1994, p. 56) explica que

o ato pedagógico pode ser,então definido como uma atividade sistemática de interação entre seres sociais tanto no nível intrapessoal como no nível de influência do meio, interação esta que se configura numa ação exercida sobre os sujeitos ou grupo de sujeitos visando provocar neles mudanças tão eficazes que os tornem elementos ativos desta própria ação exercida.

A construção da cidadania pressupõe a instrumentalização das pessoas visando

o desenvolvimento de competências para lidar com a diversidade e o conflito de idéias

que estão presentes nas relações do sujeito consigo mesmo e com o mundo ´a sua

volta. Dessa forma, a escola apresenta-se, como uma das mais importantes instituições

sociais por fazer a mediação entre o indivíduo e a sociedade oferecendo oportunidades

de informação e experiências capazes de estimularem mudanças no desenvolvimento

do comportamento dos sujeitos envolvidos neste processo. Podemos considerar um

sujeito autônomo ´aquele que é capaz de adequar-se ás novas exigências sociais, isto

é, capaz de conduzir-se bem interagindo com os demais e compartilhando idéias e

opiniões.

Já não se pode pensar em conceber um ambiente escolar que não busque essa

essência do desenvolvimento humano. Uma escola “fechada” e apática, com atitudes

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uniformes e idéias restritas não promoverá cidadania. Não estará contribuindo para o

crescimento humano, mas para a decadência profissional e humana. Uma pessoa

jamais será um sujeito autônomo se não obtiver a contrapartida de desenvolver-se

mental e emocionalmente.

A construção da autonomia do sujeito é um processo contínuo onde a

convivência e as experiências serão fundamentais para contribuírem positiva ou

negativamente. O professor deve buscar criar um vínculo afetivo com seus alunos

conquistando a confiança desses para que haja um bom relacionamento entre o grupo.

É preciso ser otimista, positivo, equilibrado e condizente com o que se fala e com o que

se faz para poder “exigir” que o aluno compreenda que essa sensatez entre ser e agir

pode contribuir para a sua promoção humana, embora passível de erros que servirão

para que ocorra uma reflexão e a mudança de atitude. É importante ressaltar que o

aspecto cognitivo da escola não pode levar somente em consideração os “dez” nas

disciplinas é necessário ir além e prestar atenção na nota da vida. Em alguns casos

podem ser “dez” na escola e “zero” na vida. As habilidades cognitivas são importantes,

mas não é tudo para se obter sucesso.

Não podemos esquecer que, quando nos referimos á sujeitos autônomos, o

ambiente escolar é responsável em oferecer ao aluno um ambiente saudável em todos

os sentidos, tanto físico como na sua forma de relacionamento. È preciso impressionar

e acolher o aluno da melhor forma democrática possível. A escola precisa estar aberta

para a prática de sua própria cidadania para daí, iniciar o seu processo de construção

dos sujeitos autônomos.

Esta autonomia não pode ser somente pensada em nível de seu exercício na

sociedade. O aluno deverá ser instigado pela busca do seu próprio conhecimento

procurando adquirir meios para ir em busca de complementações nas disciplinas,

opinando e proporcionando a troca de experiências na sala de aula. Tanto a escola

como o conjunto técnico e o professor devem orientar seus educandos para que

compreendam a importância de serem autônomos exercendo com competência a sua

cidadania nos vários segmentos da sociedade. Logicamente que, em muitos casos, a

tarefa parece ser mais resistente, no entanto, a investigação sobre as causas dessa

resistência vai auxiliar no seu processo inicial. A rebeldia, por parte dos alunos, às

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vezes, é sinal de “espírito” desafiador no que se refere ao crescimento pessoal nem

sempre deve ser encarado com repúdio ou desaforo. Sempre terá um motivo para

aquela atitude ou comportamento. Isto é natural se levado em conta os fatores

históricos e sociais no qual o aluno está inserido. O professor tem que ter “olhos de

lince”, seja, ter uma visão ampla e muita flexibilidade para trabalhar com estas

situações. Deve também, num primeiro momento, considerar o fato que o aluno trará

para a sala de aula aquilo que vive no seu ambiente familiar. Aos poucos o

comportamento deve ser trabalhado. Pequenos gestos ou atitudes do professor fará a

diferença, como por exemplo, um sorriso, um cumprimento, um olhar que transmita

simpatia, uma pergunta, um “tapinha nas costas”, farão com que o aluno comece a

perceber que tem, além de um professor, um amigo.

Morales (1999, p. 13) afirma que

somos profissionais do ensino, nossa tarefa é em ajudar os alunos no seu aprendizado; buscando seu êxito e não seu fracasso, e a qualidade de nossa relação com os alunos pode ser determinante para conseguir nosso objetivo.

Cidadania vem do latim “civitas”, cidade. Historicamente a definição original de

cidadania estava ligada ao nobre, não ao povo todo Cidadão: “Indivíduo no gozo de

seus direitos civis e políticos”. (LUFT, 2000, p.168).

Para Aristóteles (apud CANIVEZ, 1998, p.176): “Um cidadão no sentido

absoluto não se define por nenhum outro caráter mais adequado senão pela

participação nas funções jurídicas e nas funções públicas em geral”. Podemos então

dizer que em seu sentido tradicional cidadania é um conjunto de direitos e deveres que

usufrui um indivíduo no processo democrático, o que lhe permite participar da vida

pública e política de um país.

Hoje, porém, é necessário ver a cidadania além do sentido de apenas atender

as necessidades políticas e sociais. As transformações sociais, econômicas e culturais

colocam cada vez mais a necessidade do conhecimento ético e da educação do

homem em toda a sua multiplicidade. Para Lodi e Araújo (2007, p.69): “Aprender a ser

cidadão e a ser cidadã é, entre outras coisas, aprender a agir com respeito,

solidariedade, responsabilidade, justiça, não-violência, aprender a usar o diálogo nas

mais diferentes situações e comprometer-se com o que acontece na vida coletiva da

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comunidade e do país”. A formação do cidadão é perpassada pela questão dos valores

a serem aprendidos e desenvolvidos, também na escola.

De acordo com Wallon (1979) a educação é um fato social, que tem como

objeto de estudo o homem concreto. Dessa forma, a prática pedagógica não pode

desvincular-se das dimensões políticas e sociais da educação, integrando também em

suas abordagens o individual e o social.

A teoria psicogenética de Wallon, concebe uma escola com ambiente

estruturado, não restringindo-se apenas a estruturação de conteúdos de ensino, mas

atingindo todas as dimensões que compõem o meio escolar.

Da psicogenética Walloniana não resulta todavia, uma pedagogia meramente conteúdista, limitada a propiciar a passiva incorporação de elementos da cultura pelo sujeito. Resulta ao contrário, uma prática em que a dimensão estética da realidade é valorizada e a expressividade do sujeito ocupa lugar de destaque (...)( GALVÃO, 1995, p.99).

O meio escolar, na concepção de Wallon (1979), é elemento muito importante

para o desenvolvimento da criança, pois na escola ela tem a oportunidade de conviver

com outras crianças de sua idade e com adultos que não sejam do seu meio familiar,

estabelecendo relações sociais que possibilitam o desenvolvimento afetivo, social e

intelectual.

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DETALHAMENTO DAS AÇÕES A SEREM REALIZADAS NO ENCONTRO DO GRUPO DE ESTUDOS - UNIDADE III - AUTONOMIA DO SUJEITO

Partimos da ideia de que todos os envolvidos no espaço escolar são educadores,

entendendo-se que a escola, como um todo, é responsável pelo ensino e pela

educação de todos os cidadãos.

Assim, tem-se como objetivo apresentar construções teóricas sobre: Aspectos do

desenvolvimento psicológico que permitem uma reflexão sobre a importância do papel

na Escola e de todos os envolvidos na construção da Cidadania e na formação da

autonomia do sujeito.

Para tanto, estimularemos os participantes a REFLETIR sobre o papel da Escola na

“Formação do Sujeito”.

Sugere-se para esta unidade as seguintes atividades:

1º - Vídeo: Educar pelo Olhar! Rubem Alves

A seguir, transcreve-se o texto do vídeo:

A educação não pode ser delegada à escola. Aluno é transitório. Filho é para

sempre. O quarto não é lugar para fazer criança cumprir castigo. Não se pode castigar

com internet, som, TV, etc.

Educar significa punir as condutas derivadas de um comportamento errôneo..

É preciso confrontar o que o filho conta com a verdade real. Se falar que

professor o xingou, tem que ir até a escola e ouvir o outro lado, além das testemunhas.

Informação é diferente de conhecimento.. O ato de conhecer vem após o ato

de ser informado de alguma coisa. Não são todos que conhecem. Conhecer camisinha

e não usar significa que não se tem o conhecimento da prevenção que a camisinha

proporciona.

A autoridade deve ser compartilhada entre os pais. Ambos devem mandar. Não

podem sucumbir aos desejos da criança. Criança não quer comer? A mãe não pode

alimentá-la. A criança deve aguardar até a próxima refeição que a família fará. A

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criança não pode alterar as regras da casa. A mãe NÃO PODE interferir nas regras

ditadas pelo pai (e nas punições também) e vice-versa. Se o pai determinar que não

haverá um passeio, a mãe não pode interferir. Tem que respeitar sob pena de criar um

delinquente. Em casa que tem comida, criança não morre de fome . Se ela quiser

comer, saberá a hora. E é o adulto quem tem que dizer QUAL É A HORA de se comer

e o que comer.

A criança deve ser capaz de explicar aos pais a matéria que estudou e na qual

será testada. Não pode simplesmente repetir, decorado. Tem que entender.

É preciso transmitir aos filhos a idéia de que temos de produzir o máximo que

podemos. Isto porque na vida não podemos aceitar a média exigida pelo colégio: não

podemos dar 70% de nós, ou seja, não podemos tirar 7,0.

As drogas e a gravidez indesejada estão em alta porque os adolescentes estão

em busca de prazer. E o prazer é inconseqüente.

A gravidez é um sucesso biológico e um fracasso sob o ponto de vista sexual.

A mãe é incompetente para 'abandonar' o filho. Se soubesse fazê-lo, o filho a

respeitaria. Como sabe que a mãe está sempre ali, não a respeita. Se o pai ficar

nervoso porque o filho aprontou alguma coisa, não deve alterar a voz. Deve dizer que

está nervoso e, por isso, não quer discussão até ficar calmo. A calmaria, deve o pai

dizer, virá em 2, 3, 4 dias. Enquanto isso, o videogame, as saídas, a balada, ficarão

suspensas, até ele se acalmar e aplicar o devido castigo.

Se o filho não aprendeu ganhando, tem que aprender perdendo..

Não pode prometer presente pelo sucesso que é sua obrigação. Tirar nota boa

é obrigação. Não xingar avós é obrigação. Ser polido é obrigação. Passar no vestibular

é obrigação. Se ganhou o carro após o vestibular, ele o perderá se for mal na

faculdade.

Quem educa filho é pai e mãe. Avós não podem interferir na educação do neto,

de maneira alguma. Jamais. Não é cabível palpite. Nunca..

Se a mãe engolir sapos do filho, ele pensará que a sociedade terá que engolir

também.

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Videogames são um perigo: os pais têm que explicar como é a realidade,

mostrar que na vida real não existem 'vidas', e sim uma única vida. Não dá para morrer

e reviver. Não dá para apostar tudo, apertar o botão e zerar a dívida.

Professor tem que ser líder. Inspirar liderança. Não pode apenas bater cartão.

Pais e mães não pode se valer do filho por uma inabilidade que eles tenham.

'Filho, digite isso aqui pra mim porque não sei lidar com o computador'. O erro mais

frequente na educação do filho é colocá-lo no topo da casa. O filho não pode ser a

razão de viver de um casal. O filho é um dos elementos. O casal tem que deixá-lo, no

máximo, no mesmo nível que eles. A sociedade pagará o preço quando alguém é

educado achando-se o centro do universo.

Filhos drogados são aqueles que sempre estiveram no topo da família.

Cair na conversa do filho é criar um marginal. Filho não pode dar palpite em

coisa de adulto. Se ele quiser opinar sobre qual deve ser a geladeira, terá que mostrar

qual é o consumo (kWh) da que ele indicar. Se quiser dizer como deve ser a nova casa,

tem que dizer quanto isso (seus supostos luxos) incrementará o gasto final.

Dinheiro 'a rodo' para o filho é prejudicial. Mesmo que os pais o tenham,

precisam controlar e ensinar a gastar.

"A mãe (ou o pai!) que leva o filho para a escola, não vai buscá-lo na cadeia..."

2º Brainstorming Socialização das Ideias através da discussão do texto.

3º Discussão a partir da citação

Educar-se é transformar-se, assimilando conhecimentos, crenças, valores, condutas, informações, habilidades. É assim que nós transformamos o educando, no processo pedagógico. [...] Ser sujeito é ser senhor de vontade. [...] Ninguém é sujeito se não reflete, não se faz autônomo, cidadão. [...] Dizer “a escola é boa, mas a criança não aprendeu porque não quis” é o mesmo que dizer que “a cirurgia foi um sucesso mas o paciente morreu”. Se não houve aprendizado, não houve ensino (PARO, 2007, p.46- 47, texto A escola pública que queremos).

PARO, Vitor Henrique . In: Orientações para a organização da semana pedagógica julho/2007, A escola pública que queremos. Curitiba, 2007. p. 43-48.

[...] formar sujeitos que construam sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o contexto social e histórico de que são frutos e que, pelo acesso

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ao conhecimento, sejam capazes de uma inserção cidadã e transformadora na sociedade (DCE, 2009, p.31).

PARANÁ. Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE). Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná, 2009. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=98. Acesso em 02 set. 2012.

4 Leitura dos seguintes Artigo e Texto:

CIARLINI, Norma Vera Leite. Constituição dos Sujeitos, Subjetividade e identidade Disponível em: http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/ artigos_norma_constituicao_do_sujeito.htm.Acesso em: <21set. 2012>.

A trajetória Vygotskyana apresentará contribuições valiosas no que concerne a

compreensão do homem enquanto um processo social e um fenômeno histórico.

Relação Desenvolvimento e Aprendizagem. Disponível em: http://homes.dcc.ufba.br/~frieda/mat061/relao.htm. Acesso em: <21set. 2012>.

Encerraremos as discussões com base na citação de Kamii:

"A essência da autonomia é que as crianças se tornam capazes de tomar decisões por elas mesmas. Autonomia não é a mesma coisa que liberdade completa. Autonomia significa ser capaz de considerar os fatores relevantes para decidir qual deve ser o melhor caminho da ação. Não pode haver moralidade quando alguém considera somente o seu ponto de vista. Se também consideramos o ponto de vista das outras pessoas, veremos que não somos livres para mentir, quebrar promessas ou agir irrefletidamente". (A criança e o número. Campinas: Papirus).

LANCHE

Aplicação do questionário aplicado no primeiro dia do Grupo de Estudos (Apêndice)

6º PALESTRA: Com Psicóloga Dra. Monica Guil.TEMA: “Relações Interpessoais e Afetividade para a Autonomia Do Sujeito, estratégias para a solução de conflitos”.

PRESENTE ESPECIAL: Marmita (bombons) personalizada com a mensagem de RUBEM ALVES.

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ESTRATÉGIAS DE AÇÃO PARA INTERVENÇÃO NA ESCOLA

Para a consecução dos objetivos propostos ao desenvolvimento do presente

estudo, faz-se necessário o estabelecimento de algumas estratégias de ação que darão

maior organicidade às atividades.

•Aplicação do Questionário de Clima Organizacional entre os professores e

funcionários do Colégio Estadual Alberto de Carvalho, para detectar os

conflitos no ambiente escolar.

•Entrevista com professores, funcionários e alunos para definir como estes

entendem a importância do relacionamento interpessoal e da afetividade para

a autonomia do sujeito.

•Formulação do material da produção didático-pedagógica.

•Palestra sobre a temática “Relações Interpessoais e Afetividade para a

autonomia do sujeito: estratégias para a solução de conflitos”.

•Confecção de folheto e cartazes com as estratégias para a melhoria dos

relacionamentos Interpessoais no Colégio, visando a solução de conflitos e a

autonomia do sujeito.

•Registros durante a implementação do projeto de intervenção, bem como as

produções do GTR, serão utilizados na elaboração de um artigo científico

alusivo ao tema pesquisado e estudado.

Destaca-se ainda que serão realizados encontros pedagógicos por meio de

grupo de estudos com os gestores, equipe pedagógica, professores e funcionários. Os

referidos encontros serão realizados de forma presencial em dez sábados de quatro

horas cada, totalizando quarenta horas, mediante inscrição dos participantes e

certificação pela Universidade Estadual do Centro-Oeste-UNICENTRO..

O grupo de estudos estará sendo aplicado com mais duas pesquisas, que tem

como tema “A Psicologia Histórico Cultural” e “O papel do gestor na mediação do

trabalho pedagógico”.

A seguir, detalhamos as atividades a serem realizadas no Grupo de Estudos.

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REFERÊNCIAS

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GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.

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LODI, Lucia Helena; ARAÚJO, Ulisses Ferreira. Ética, cidadania e educação. In: Ética e cidadania: construindo valores na escola e na sociedade. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Básica, 2007.

LUFT, C, P.Minidicionário Luft. São Paulo: Ática, 2000.

MATOS, Cláudio Jorge Vilela. A mediação de conflitos nas relações interpessoais e organizacionais. Disponível em: http://www.docstoc.com/docs/41486336/A-MEDIA%C3%87%C3%83O-DE-CONFLITOS-NAS-RELA%C3%87%C3%95ES-INTERPESSOAIS-E>. Acesso em: 28 ago 2012.

MELLO, Natalie Rozini Moreira de; SILVA, Maria Apda F. do Amaral e. A importância das relações interpessoais na escola. Disponível em: < http://www.lo.unisal.br/nova/estagio/revista_estagiando2007/pedagogia/3%20Ped%20B.pdf>. Acesso em: 20 ago 2012.

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PEDROZA, Regina Lucia Sucupira. Relações interpessoais: abordagem psicológica. 2006. Disponível em: http://www.portalmec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/04-rel-in-pes-pdf. Acesso em: 20 ago 2012.

PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Rio de Janeiro: LCT, 1971.

PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.

PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. Rio de janeiro: Forenze, 2006.

PPP Colégio Alberto de Carvalho.

Relação Desenvolvimento e Aprendizagem. Disponível em: http://homes.dcc.ufba.br/~frieda/mat061/relao.htm. Acesso em: <21set. 2012>.

WADSWORTH,Barry J. Inteligência e Afetividade na criança na teoria de Piaget. São Paulo: Pioneira, 1997.

WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa, Edições 70, 1998.

WALLON, H. Psicologia e Educação da Infância. Editora Estampa. Lisboa, 1979.

WALLON, Henri. As origens do caráter na criança. Tradução: Heloysa Dantas de Souza Pinto. São Paulo:Nova Alexandria, 1995.

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APÊNDICE

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GRUPO DE ESTUDOS – PDE -

INFLUÊNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM: REFLEXOS DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS ENTRE A COMUNIDADE ESCOLAR

NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA DO SUJEITO

QUESTIONÁRIO

1. Você, enquanto professor, o que compreende como afetividade, relação interpessoal e autonomia do sujeito, vinculado ao ambiente escolar?

2. WITTMANN (2004, p. 28) comenta que a visão fundada na perspectiva da emancipação humana tem como base as pessoas como sujeitos construtores de sua história e da história da humanidade. Você concorda que um trabalho baseado com princípios afetivos traz maiores condições para o desenvolvimento humano?

3. A teoria psicogenética de Wallon concebe uma escola com ambiente estruturado atingindo, assim, todas as dimensões que compõe o meio escolar. Partindo dessa teoria, o ambiente escolar que você atua é proporcionado e fomentado as condições necessárias para que aconteça a construção do conhecimento nos teóricos de formação dos agentes transformadores da sociedade?

4. Diante do atual sistema educacional, você consegue ser um profissional garantindo uma boa relação interpessoal com os demais profissionais da escola?

5. Ainda segundo Wittmann (2004, p. 40) a escola é um lugar privilegiada de convivência de sujeitos em construção. Este espaço só pode ser gerido compartilhadamente, contando com o engajamento de todos os envolvidos. Partindo deste comentário quais as sugestões que poderiam melhorar o ambiente escolar?

6. Quando você consegue perceber, na sala de aula, uma situação que envolve carência afetiva, você procura interagir com o aluno tentando ajudá-lo ou passa o “problema” para frente?

7. Diante dos inúmeros problemas da sociedade, oriundos de questões sociais você, enquanto professor e mediador da construção da aprendizagem juntamente com o desenvolvimento integral do aluno, acredita ser possível mudar a postura e as atitudes para uma formação cidadã?

8. Na sua concepção formadora do cidadão como você descreveria o ambiente escolar de acordo com a sua realidade?

9. Você teria algum exemplo concreto, com bons resultados, de um trabalho conjunto baseado na afetividade onde toda a comunidade escolar esteve envolvida? Comente.

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10. Segundo Libâneo (1994, p. 251) comenta que o professor não transmite apenas nformações ou faz perguntas, ele também deve ouvir os alunos. Isto implica no respeito e na valorização do saber dos alunos que é indispensável para que de fato, ocorra a aprendizagem significativa, mediante o encontro de saberes. Você é um profissional transmissor de conhecimento onde somente o conhecimento pelo conhecimento basta para consolidar a aprendizagem ou desenvolve um como construtor na busca de novos saberes incentivando os alunos nesta busca para se tornarem cidadãos autônomos na sociedade?