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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO

Título

Ensinar e Aprender: Poesia em Foco

Autor

Valdeir Pereira dos Santos

Disciplina da área

Língua Portuguesa

NRE

Wenceslau Braz

Escola de implementa-ção

Colégio Estadual Professor Erasmo Braga – Ensino Fundamental e Médio

IES

Universidade Estadual de Ponta Grossa

Professor orientador

Prof. Dr. Ubirajara Araujo Moreira

Relação disciplinar

Língua Portuguesa e Arte

Resumo

Caderno Pedagógico de Língua Portuguesa: propõe um trabalho interdisciplinar, envolvendo Literatura e Arte. Apresenta a Poesia como fonte de resgate para a leitura e a interpretação. Pretende-se aproximar pais e filhos das atividades leitoras e assim, com a influência dos pais, minimizar o alto índice de alunos desmotiva-dos para a leitura e escrita. Pretende-se também pos-sibilitar a esses jovens e a seus pais o conhecimento de textos poéticos, levando-os a se interessarem em ouvir, ler e produzir poemas, bem como praticar ações leitoras com outros tipos de textos.

Palavras-chave

Declamação. Oficina de Poesia. Hábitos de leitura.

Formato

Caderno Pedagógico

Público alvo Alunos do 1º ano do Ensino Médio e pais de alunos do CEPEB

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS – DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

VALDEIR PEREIRA DOS SANTOS

ENSINAR E APRENDER: POESIA EM FOCO

Produção Didático-Pedagógica apresen-tada como requisito ao Programa de De-senvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado da Educação do Pa-raná, sob a orientação do Professor Dr. Ubirajara Araujo Moreira, da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG.

SENGÉS – PR

2012

APRESENTAÇÃO

No intuito de contribuir com a construção de um leitor de largos horizontes e

cidadão atento e crítico, é importante que as aulas de Português contemplem uma

adequada diversidade de gêneros textuais. E nessa perspectiva entra a Poesia, ca-

paz de oferecer ao aluno as mais diferenciadas leituras e experiências de mundo.

Somos conscientes de que os variados tipos de leitura, com suas distintas peculiari-

dades, podem favorecer a descoberta e a criação dos sentidos, mas temos que a

linguagem literária é aquela que de forma abrangente representa com maior ênfase

uma visão da existência em sua múltipla diversidade.

A Poesia constitui uma forma particular do pensamento e de apreensão da

realidade. Ela é a linguagem do sentimento e da espiritualidade e figura como uma

das mais complexas formas da arte. É a linguagem que possibilita ao ser humano

transportar seus sentimentos e emoções, interagir com o mundo e relacionar-se com

o próximo de uma forma muito peculiar.

Nesta perspectiva, assim pondera Marisa Lajolo (in: ZILBERMAN e SILVA

2005, p. 93):

A preparação começa pelo reconhecimento de que, se o texto literá-rio não existe em si por só ser plenamente em outro, ele participa da natureza dos fenômenos da linguagem, cuja significação só emerge em situações de interlocução. Interlocução que, no caso do texto lite-rário, só se dá mediante um determinado tipo de leitura: por exemplo, aquela leitura que permite reconhecer – para além do título – a con-dição de poema do “Poema tirado de uma notícia de jornal”, de Ma-nuel Bandeira.

Desta forma, a Literatura deve ter uma contribuição peculiar a oferecer no

contexto da leitura escolar. Não como inspiração de roteiros ou atividades de leitura

de materiais didáticos e, sim, com atividades significativas que privilegiam a trans-

formação da realidade pelo aprimoramento do senso crítico e da interação.

Acreditamos que o contato com a Poesia possa produzir nesse aluno o desejo

de alimentar suas emoções, visto que a Poesia sempre esteve presente em nossa

vida, e de muitas maneiras diferentes, com marcas que muitas vezes refletem os

nossos vários estados de espírito ao longo da nossa existência. Assim, o incentivo e

o estímulo à leitura, primeiramente poética, além de promover o conhecimento, pode

favorecer a valorização do emocional humano, tão necessário de ser valorizado nos

dias atuais, em que a banalização da violência ou da corrupção, por exemplo, vai

amortizando nos corações os sentimentos da compaixão e da solidariedade, da ho-

nestidade e de justiça...

A realização da leitura de poemas em sala de aula e em casa, e a conversa

em grupo sobre esses textos, bem como momentos de declamação, de realização

de um sarau, de produção de seus próprios poemas, e até mesmo sua eventual pu-

blicação – tudo isso são estratégias e atividades que podem provocar nesses alunos

um amadurecimento emocional e estético, assim como favorecer neles o desejo de

novas leituras e novas produções, ajudando-os a se tornarem leitores e produtores

criativos, lúdicos, críticos, reflexivos, participantes.

Assim, através da Poesia, esta produção didática pedagógica pretende mini-

mizar as necessidades de leitura dos alunos do Colégio Estadual Professor Erasmo

Braga. Pretende ainda despertar no educando e seus familiares o senso crítico atra-

vés da leitura de poemas e levá-los a um pensamento reflexivo diante dos diversos

tipos de problemas sociais. Para tanto, foram propostos temas como as desigualda-

des e exclusão sociais, o amor, a solidão, violência urbana, o regionalismo.

Este material objetiva-se como uma possível prática transformadora do indiví-

duo e do meio onde ele vive, e certamente poderá contribuir com a melhoria do en-

sino nas escolas públicas paranaense.

Roda de conversa (Uma Introdução ao Gênero Poesia)

A Poesia sempre fez parte do cotidiano da vida humana. Acredita-se mesmo

que as primeiras manifestações literárias se deram sob a forma de Poesia, e a ori-

gem da Literatura estaria na Poesia. Aqui cabem algumas perguntas: Qual o concei-

to sobre o que vem a ser Poesia? Poesia e poema são a mesma coisa?

A Revista Nova Escola, edição 248, por exemplo, traz uma proposta de es-

clarecimento sobre isto:

No sentido etimológico, poesia vem do grego poiesis, que pode ser traduzido como a atividade de produção artística ou a de criar ou fa-zer. Com base nisso, a poesia pode não estar só no poema, mas também em paisagens e objetos. Trata-se, enfim, de uma definição mais ampla, que abarca outras formas de expressão, além da escri-ta.

Já o poema também é uma obra de poesia, mas que usa palavras como matéria-prima. Na prática, porém, convencionou-se dizer que tanto o poema quanto a poesia são textos feitos em versos, que são as linhas que constituem uma obra desse gênero. (Revista Nova Es-cola, 2011).

Assim, podemos entender a Poesia não apenas como a escrita em versos,

mas como tudo aquilo que provoca emoção e sensibilidade. Há Poesia em uma pin-

tura, em uma música, na dança, em um gesto, em uma narrativa e em tantas outras

formas inventivas. E entende-se poema como sendo Poesia que se organiza com

palavras. O poema é organizado em versos, apresentando características peculiares

do discurso poético. É a obra literária com existência concreta.

O material elaborado pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cul-

tura e Ação Comunitária (CENPEC), traz a fala de poetas de várias partes do mundo

procurando definir Poesia. Eis alguns desses conceitos (CENPEC, 2001, p. 10):

Acontece que a poesia, tocando a dor da existência e a alegria de e-xistir, é sempre impactante, inventiva, reveladora da nossa maneira mais profunda de ser. Ela retira das coisas banais o extraordinário da experiência humana e o transporta o leitor para um sonho coletivo, fazendo do imaginário um sonho verdadeiramente real. Por isso tudo, Poetas de todo o mundo têm tentado definir a poesia com palavras de sentidos os mais diversos, mas todas elas buscando acentuar a expressão que salva ou o próprio sentido da criação. Para esses po-etas poesia é: “uma alegria eterna” (John Keats, inglês, 1785 – 1821) “estrela que leva a Deus” (Victor Hugo, francês, 1802-1885) “uma viagem do desconhecido” (Vladimir Maiakovski, russo, 1893-1930) “o que o meu inconsciente me grita” (Mario de Andrade, brasileiro, paulista, 1893-1945)

“música que se faz com ideias” (Fernando Pessoa, português, 1888-1935) “a liberdade da minha linguagem” (Paulo Leminski, brasileiro, paranaense, 1945-1989) “a expressão da imaginação” (Percy B. Shelley, inglês, 1792-1822) “a descoberta das coisas que eu nunca vi” (Oswald de Andrade, brasileiro, paulista, 1890-1954)

Neste primeiro encontro o professor conversa um pouco sobre Poesia, de-

clama um poema aos alunos, lê outros, sonda para ver o que o aluno conhece sobre

o gênero e suas afinidades. Para isso apresenta aos alunos alguns poemas e solici-

ta que respondam a um questionário sobre o assunto.

Finalidade do módulo

Descobrir o que o aluno já conhece sobre Poesia e poema. Ampliar o seu re-

pertório de poemas conhecidos, suas afinidades e seus hábitos de leitura. Refletir

sobre as diferentes maneiras como um mesmo tema pode ser abordado em lingua-

gem poética, dependendo do estado de espírito do autor e de suas intenções. Res-

gatar o gosto e o prazer em falar de Poesia, em ler e declamar poemas.

Tempo estimado: 4 horas aulas

Atividade 1

Aplicação de um questionário aos alunos: investigar sobre o que sabem a

respeito de Poesia e poema.

1- Para você, o que é Poesia?

2- Você acha que existe diferença entre Poesia e poema?

3- Você se lembra de algum poema que já leu?

4- De que nomes de poetas você se lembra agora?

5- Desses poetas que você lembrou, você sabe algum poema de um deles? Qual?

6- Alguma vez você já decorou um poema para declamar em sala de aula?

7- Se já declamou, ainda se lembra dele?

8- Você sabe o que é um soneto?

Módulo 1

9- Você sabe o que é literatura de cordel?

Atividade 2

Mural

De acordo com as respostas ao questionário e a conversa que tiveram com o

professor, registrar o conhecimento, resumi-lo e expô-lo em um mural. Nesse mo-

mento pode ser um poema completo, como também trechos de poemas de que você

se lembre. Caso você saiba algo sobre algum escritor, vale a pena registrar também.

Se quiser, pode colorir ou fazer colagens em seu registro, certamente ficará mais

interessante.

Atividade 3

Quebra de expectativa e ansiedade.

Apresentação de dois poemas sobre o mesmo assunto. Diferentes em suas

estruturas e mais diferentes ainda na abordagem do tema. O professor fará a leitura

ou a declamação desses dois poemas aos alunos.

Poemas:

1) Samba em Prelúdio – autor: Vinícius de Moraes

2) Versos íntimos – autor: Augusto dos Anjos

Samba em Prelúdio (Vinícius de Moraes)

Eu sem você não tenho porque porque sem você não sei nem chorar Sou chama sem luz jardim sem luar luar sem amor amor sem se dar [...]

Letra e vídeo disponível em: http://letras.mus.br/vinicius-de-moraes/49283/ Acesso em: 17 out. 2012.

Após a leitura ou declamação feita pelo professor, ouve-se a mesma canção

que será apresentada na TV pendrive.

Versos íntimos (Augusto dos Anjos)

Vês! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão - esta pantera - Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, Mora, entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija!

(ANJOS, 1978, p. 125)

Ouve-se a declamação do soneto Versos íntimos na TV pendrive, com ví-

deo disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=D7x3GDO2Lto Acesso em 17 out. 2012.

Atividade 4

Debate e reflexão

Dispor a turma sala em círculo e realizar uma conversa sobre as impressões

causadas pelos dois poemas.

Atividade 5

Hora de Pesquisa

A tarefa agora é entrevistar pessoas da comunidade: professores, funcioná-

rios da escola, pais, vizinhos, um amigo... Cada aluno conversará com uma ou duas

pessoas sobre poemas. Perguntará se conhecem algum poema, se gostam de poe-

mas, se sabem o nome de algum poeta, se sabem de cor algum poema ou um pe-

queno trecho dele, em caso afirmativo, o aluno deve anotar e trazer para o próximo

encontro para afixá-los no mural.

Orientações Metodológicas aos Professores

Professor, as atividades deste Módulo 1 se dividem basicamente

em dois momentos distintos: questionário de sondagem e apresentação

dos poemas citados. As questões propostas tanto no questionário de son-

dagem quanto na entrevista com a comunidade não devem ser definitivas,

são flexíveis de acordo com o nível da turma e os objetivos pretendidos.

Valorize os conhecimentos prévios dos alunos para a elaboração do mural,

que deve ser dinâmico.

Em relação aos poemas, preferencialmente, devem ser declamados

pelo professor ou realizados após uma leitura bem ensaiada. Para isso,

prepare o emocional dos alunos sobre o amor presente nas mais diferen-

tes composições poéticas. Os vídeos podem ser outros, mas eles auxiliam

bastante a compreensão por parte dos alunos. O objetivo principal do mó-

dulo é despertar o prazer e a alegria no aluno em conversar sobre Poesia.

Neste segundo módulo o professor realiza a leitura de um poema conhecido

como sendo da literatura de cordel. O poema trata sobre a realidade de muitas cri-

anças em nosso país, e que na maioria das vezes passa despercebida pelas autori-

dades e sociedade em geral. Logo após a leitura do poema Menino de rua conver-

sa-se um pouco sobre esse assunto para reflexão a respeito de algumas questões

que muitas vezes são ignoradas ou tratadas como normais pela sociedade e gover-

nantes.

Também fazer um breve estudo sobre o autor desse poema, um dos nossos

maiores poetas populares: o Patativa do Assaré. Os versos desse poeta percorre-

ram o Nordeste em folhetos de cordel e seus poemas, publicados em livros, estão

por todo o país e pelo mundo afora. O aluno verá quem é, onde nasceu, e algumas

curiosidades a respeito desse poeta. Depois, ele também fará uma pesquisa sobre a

literatura de cordel.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:

Patativa_do_Assar%C3%A9.jpg

Módulo 2

Finalidade do módulo

Levar o aluno a perceber, num poema de cordel, o tipo de verso, a estrutura

das estrofes e a disposição das rimas, a sonoridade, o ritmo, as repetições, a ento-

nação adequada ao assunto e ao ritmo. Levá-lo a enxergar neste gênero de poema

a realidade e a preocupação com os problemas sociais que afetam a sociedade e

que pela Poesia o poeta denuncia.

Tempo estimado: 5 horas aulas

Menino de rua (Patativa do Assaré)

Menino de rua, garoto indigente,

Infanto carente,

Não sabe onde vai

Menino de Rua, assim maltrapilho

De quem tu és filho

Onde anda o teu pai?

[...]

(ASSARÉ, 2010, p. 277)

Aspectos Estruturais do Poema

Em geral, a primeira coisa que se aprende sobre Poesia é que se usa uma

denominação especial para cada uma das linhas do texto que compõem o poema.

Essas linhas são denominadas de verso; no interior de um poema muitas vezes os

versos são agrupados, cada um desses conjuntos se chama estrofe.

As estrofes costumam ser nomeadas a partir dos números de versos que as

compõem. Assim, uma estrofe com dois versos é um dístico; de três, um terceto;

de quatro, um quarteto; de cinco, um quinteto ou quintilha; de seis, um sexteto ou

sextilha; de sete, sétima ou septilha; de oito, oitava; de nove, nona ou novena; e

a de dez é chamada décima.

Ritmo: pode ser entendido primariamente como sendo a alternância que o-

corre, nos versos, entre as sílabas fortes e as sílabas fracas das palavras ou locu-

ções.

Rima: é a igualdade ou semelhança sonora que ocorre entre os finais de duas

ou mais palavras, a partir da vogal tônica (cosmético – estético; amável – lamentá-

vel; amor – sonhador – opositor...). As rimas aparecem com mais frequência no fi-

nal dos versos. Elas podem ser classificadas de diferentes maneiras. Por exemplo,

podem se dividir em pobres (as palavras pertencem à mesma classe gramatical, do

tipo adjetivo com adjetivo: amável – detestável), ou ricas (as palavras pertencem a

classes gramaticais diferentes, do tipo substantivo e verbo: declive – estive). Fala-se

também em rimas toantes (sonoridade apenas entre as vogais: luta - rua), e soan-

tes (sonoridade total a partir da vogal tônica). Serão rimas externas quando apare-

cem no final dos versos, e rimas internas quando acontecem no interior dos versos.

Quanto à sua disposição na estrofe, mais frequentemente podem aparecer em ver-

sos seguidos: são as rimas paralelas ou geminadas, do tipo AA-BB; ou aparece-

rem alternadamente, do tipo ABAB, as chamadas rimas alternadas ou cruzadas,

bastante usadas, por exemplo, nas trovas populares; ou ainda as rimas opostas, do

tipo ABBA.

Atividade 1

Análise estrutural e interpretativa do poema (Conversando um pouco sobre o po-

ema).

Este poema de Patativa do Assaré, que trata de um tema muito discutido em

nosso país, é composto por 8 estrofes com 6 versos cada estrofe. Observe como as

rimas que nelas ocorrem contribuem para certa musicalidade do poema.

1 – De que trata o poema de Patativa do Assaré?

2 - Releia a primeira estrofe do poema e retire dela as palavras que rimam.

3 - Agora, observe todo o restante do poema e veja como estão estruturadas todas

as rimas em todas as estrofes.

É interessante notar que em todas as estrofes se repete a mesma disposição

das rimas, ou seja, as rimas acontecem entre si nos dois primeiros versos (AA), o

terceiro com o sexto (B......B) e o quarto com o quinto verso (...CC...), respectiva-

mente, ficando o padrão: AABCCB. Observe como a disposição das rimas em cada

estrofe confere musicalidade ao poema.

4 - Na penúltima estrofe o poeta fala sobre o que enxerga nos olhos do menino, a

dor, a tristeza, miséria, pobreza e cruéis privações. A seu ver o que podem ser es-

sas “cruéis privações”?

5 - Na última estrofe o poeta expressa o seu desejo a essa criança abandonada,

qual seria?

Atividade 2

Uso do Dicionário (Estudo de vocabulário e gramática)

1 - Na quarta estrofe o poeta canta “Ao léu do desprezo dormes ao relento”, o que

significam as expressões “ao léu” e “ao relento”? Pesquise no dicionário.

2 - Na sexta estrofe lemos “No caos da incerteza que o seu mundo encerra”. Expli-

que, com suas palavras, o que está sendo dito nesse verso. Se necessário, consulte

o dicionário.

Atividade 3

Análise Social da Temática do Poema (Indo além...).

Você percebeu que Patativa do Assaré descreveu de forma inteligente, bonita

e musical a sua preocupação com este menino que vive nas ruas. Em grupos (du-

plas ou trios), vamos responder as questões que seguem, mas antes vamos assistir

ao vídeo Menino de Rua.

Vídeo disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=GYkU-vOGeYg&feature=related Acesso em 28

out. 2012.

1 - O poeta faz várias perguntas a esse menino que vive abandonado e sozinho nas

ruas, entre elas: onde estão os seus pais? Onde você acha que estão esses pais, o

que fazem e por que eles não cuidam de seus filhos?

2 - Como vivem os menores abandonados e como é o mundo desses meninos e

meninas?

3 - Quem pode fazer alguma coisa pelos menores abandonados?

4 - O poema de Patativa fala sobre uma realidade que é constatada apenas nos

grandes centros ou aqui em nossa cidade há essa realidade? E se existe, é da

mesma forma que nos grandes centros?

5 - Qual é o papel dos governantes, da sociedade e dos pais em relação ao tema?

Atividade 4

Produção 1

De acordo com o que foi discutido e a conclusão do grupo, pede-se aos alu-

nos que redijam agora, de forma individual, dois parágrafos sobre o tema. O primeiro

sobre as possíveis causas do abandono descrito no poema e o segundo sobre as

possíveis soluções para esse problema. Avisar para que aproveitem o que puderem

das respostas que deram nas questões anteriores e que não se esqueçam de dar

um título bem interessante ao texto.

Atividade 5

Produção 2

A tarefa agora é em casa e com a participação da família.

Orientar os alunos para que escrevam um poema sobre o tema que acabou

de ser discutido. Para isto, eles devem ler o poema para a família, refletir e discutir

sobre o assunto, vendo a opinião de todos. Em seguida, soltar a imaginação. Atentar

para o gênero em que irá escrever – poema – e levar em conta alguns dados:

- Quem escreve?

- Para quem?

- Com qual finalidade?

Alertar para que, ao escrever seu texto e achar que precisa refazê-lo, rees-

crevê-lo então quantas vezes acharem necessário. Quando chegarem à forma final,

passar a limpo e trazer para o próximo encontro.

Caso alguém da família queira escrever um poema sobre o tema, trazer tam-

bém o seu texto para afixá-lo no mural.

Após a conversa e as reflexões sobre crianças abandonadas e a responsabi-

lidade de se ter um filho e educá-lo, a partir do poema de Patativa do Assaré, finali-

zar o encontro ouvindo e cantando a música Oração pela família.

Oração Pela Família

Que nenhuma família comece em qualquer de repente

Que nenhuma família termine por falta de amor

Que o casal seja um para o outro de corpo e de mente

E que nada no mundo separe um casal sonhador!

Que nenhuma família se abrigue debaixo da ponte

Que ninguém interfira no lar e na vida dos dois

Que ninguém os obrigue a viver sem nenhum horizonte

Que eles vivam do ontem, do hoje em função de um depois!

[...]

Letra disponível em:

http://letras.mus.br/padre-zezinho/205789/ Acesso em: 20 out. 2012

Vídeo disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=-IRFxJI0Rm8 Acesso em: 20 out. 2012

Atividade 6

Hora de Pesquisa (Aprofundando seu conhecimento)

Esse tipo de poema de Patativa do Assaré é conhecido como literatura de

cordel: pequenos livros artesanais que são expostos em um cordão, como se fosse

um varal de livros e essas histórias são apresentadas oralmente pelo autor ou pelo

vendedor. Assim, cantado ou declamado, o cordel estava e está presente nas feiras

e festas religiosas. Geralmente o poeta aborda temas como o sofrimento do povo,

assuntos políticos, os casos de amor, entre tanto outros.

Agora é interessante realizar uma pesquisa sobre esse tipo de composição,

observando suas principais características e os temas que são constantemente a-

bordados. Para completar nosso estudo realize também uma pesquisa sobre o cor-

delista Antônio Gonçalves da Silva, o nosso Patativa do Assaré.

Para realizar as duas atividades propostas, sugerir aos alunos que utilizem a

Biblioteca da Escola e o Laboratório de Informática.

2º Momento da Poesia de Cordel

http://www.google.com.br/search?hl=en&sugexp=les%3B&pq=medusa&cp=8&gs_id=1k&xhr=t&q=literatura+de+cord

el&bav=on.2,or.r_gc.r_pw.r_qf.&bpcl=38897761&biw=1093&bih=446&wrapid=tljp1353765067843026&um=1&ie=UTF-

8&tbm=isch&source=og&sa=N&tab=wi&ei=EOCwUP7CGcuA0AG0xoGQCg

Conversar com os alunos, comentando que “Agora que conhecemos o nosso

poeta do sertão, o Patativa do Assaré, que tal ouvirmos a leitura de mais um de seus

poemas? Mas um poema é letra de canção! E depois, em casa pergunte aos pais,

avós e familiares se eles já ouviram essa canção (letra e música da autoria do Pata-

tiva do Assaré) e se sabiam quem era o autor.

Vaca Estrela e Boi Fubá

Seu dotô, me dá licença Pra minha histora eu contá. Se hoje eu tou na terra estranha E é bem triste o meu pená, Mas já fui muito feliz Vivendo no meu lugá. Eu tinha cavalo bom, Gostava de campeá E todo dia aboiava Na portêra do currá. Ê ê ê ê Vaca Estrela, Ô ô ô ô Boi Fubá.

[...]

(ASSARÉ. 2010, p. 166)

Ouvir e produzir

Esta canção de Patativa do Assaré foi gravada por grandes intérpretes da

nossa música, como Fagner, Pena Branca e Chavantinho, Luiz Gonzaga, entre ou-

tros. No you tube existem vários artistas cantando esta canção de Patativa do Assa-

ré. Vamos apreciar a interpretação de Mayck e Lyan.

Vídeo disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=Xdgot5Cgwpk Acesso em: 20 out. 2012

Atividade 1

Este poema fica muito lindo em uma apresentação musical teatralizada que

pode ser feita por casais ou não. Vamos organizar para o nosso próximo encontro

uma apresentação que deverá ser ensaiada em casa e apresentada aos colegas na

sala ou para os alunos da escola.

Atividade 2

Análise Estrutural e Interpretativa do Poema (Conversando um pouco sobre o

poema).

1 - De que trata esse poema de Patativa do Assaré?

2 - É importante observar o aspecto sonoro do texto, que confere ao poema uma

musicalidade, favorecida principalmente pela rima “á” que se repete em todas as

estrofes. Retire da primeira estrofe as palavras que rimam em “á”.

3 - Analise com os colegas e o professor as outras rimas que acontecem no desen-

rolar do poema.

4 - O poeta usa um refrão em seu poema, que se repete no final de cada estrofe. O

que o poeta revela com a insistência desse refrão?

5 - Na primeira estrofe o poeta faz uso de uma figura de linguagem em:

E é bem triste o meu pená, Mas já fui muito feliz Vivendo no meu lugá.

Que figura de linguagem temos aí?

6 - No trecho:

Mas uma seca medonha Me tangeu de lá pra cá.

Onde é lá, e onde é cá, de acordo com o poema?

Atividade 3

Uso do Dicionário (estudo de vocabulário e gramática)

1 – Sabemos que Patativa do Assaré é um poeta que explora a fala e o linguajar re-

gionalista. Aponte no texto palavras que comprovem tal afirmação.

Atividade 4

Análise Social do Poema (Indo além)

Este poema de Patativa do Assaré retrata uma condição social do povo nor-

destino que sofre constantemente com a seca que assola aquela região do país,

percebemos então que esta situação já vem de muitos anos e que ainda hoje não

teve uma solução.

1 - Há solução para ajudar as pessoas que sofrem com esta situação? O que pode-

ria ser feito?

2 - Por que é realizado tão pouco?

3 - Em grupo vamos realizar uma pesquisa sobre o assunto e também conversar

com alguns professores e com os pais e até outras pessoas que tem conhecimento

a respeito do assunto, sobre as possíveis soluções para ajudar a amenizar o sofri-

mento e evitar o êxodo dos nordestinos devido à seca.

4 - Pesquise junto a sua família ou em sua rua se tem origens nordestinas e quais

foram os motivos da saída do nordeste.

Orientações Metodológicas aos Professores

Primeiramente deve ser feita uma leitura em voz alta do poema pelo

professor para que todos possam ouvir e perceber a sonoridade, o ritmo e

a musicalidade da poesia. Em seguida são realizadas outras leituras, ob-

servando sempre a entonação e o ritmo dado à leitura. E logo após será

feita uma análise do poema.

Professor, os alunos gostam muito da literatura de cordel pelo ritmo,

rima e musicalidade. Então ensaie bem a leitura antes de apresentá-la aos

alunos. Em seguida proponha que façam uma leitura compartilhada. Outra

opção seria musicalizá-la. Somente depois responda as questões sugeri-

das no projeto. Como os poemas trabalhados abordam os temas sociais é

muito importante realizar uma discussão levando-os a reflexão do tema.

É importante promover uma integração com a família visando apro-

ximar pais e filhos das atividades leitoras.

Neste módulo o foco é um poema de Carlos Drummond de Andrade, um dos

nossos maiores poetas. Este poema narra uma realidade que não pode ser ignora-

da, a violência contra os trabalhadores que desde a madrugada lutam pelo pão de

cada dia e ao mesmo tempo a insegurança que paira sobre os cidadãos de bem que

se sentem ameaçados dentro da própria casa. Fato intimamente ligado às experiên-

cias humanas do cotidiano da maior parte do povo brasileiro.

Finalidade do módulo

Provocar o prazer e o interesse do aluno na leitura poética, por meio de Poe-

mas narrativos com temas atuais de fácil entendimento e que provoquem discussões

e formação de opinião a respeito do assunto abordado. Estudo da linguagem figura-

da (figuras de linguagem).

Tempo estimado: 4 horas aulas

MORTE DO LEITEIRO

A Cyro Novaes

Há pouco leite no país, É preciso entregá-lo cedo. Há muita sede no país, É preciso entregá-lo cedo. Há no país uma legenda, Que ladrão se mata com tiro. [...]

(ANDRADE, 2008, p. 178)

Módulo 3

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/mylinks/viewcat.php?cid=14&min=150&orderby=titleA&show=10

Já realizamos a leitura e conversamos sobre o poema, que tal ouvirmos a de-

clamação desse poema na voz do próprio autor.

Vídeo disponível em:

http://letras.mus.br/carlos-drummond-de-andrade/460649/ Acesso em: 27 out. 2012.

Atividade 1

Análise Estrutural e Interpretativa do Poema (Conversando um pouco sobre o

poema).

1 – De que trata esse poema de Drummond?

2 - Releia esta passagem do texto:

Quem quiser que chame médico, polícia não bota a mão neste filho de meu pai.

O que ela expressa?

3 - Na primeira estrofe do poema o autor cita uma frase comum na oralidade popu-

lar, o que acaba provocando certa expectativa no leitor. Aponte-a.

4 - De acordo com a resposta anterior veja a diferença de sentido nos dois versos:

na primeira estrofe, “Que ladrão se mata com tiro” e na sexta estrofe, “Ladrão? Se

pega com tiro.” Comente os dois versos.

5 - Na segunda estrofe, o poeta faz uso de uma figura de linguagem chamada antí-

tese. Que verso é esse e qual é a antítese?

6 - O poema faz a narrativa de um crime onde é possível identificar os elementos

narrativos:

a) como era a vítima;

b) onde aconteceu o assassinato;

c) o que motivou o crime;

d) como era o assassino;

7 - O texto explora a temática do medo e da violência nos centros urbanos. Explique

a expressão "luta brava da cidade".

8 - Drummond trabalha com metáforas para se referir à noite e ao dia. O que repre-

senta a noite e o dia no poema?

9 - Nesse poema narrativo há a presença de um narrador onisciente. Aponte no

poema palavras ou expressões que comprovem tal situação.

10 - Por que será que o nome do leiteiro não é mencionado no poema?

Atividade 2

Uso do Dicionário (Estudo de vocabulário e gramática)

Leia o trecho:

Duas cores se procuram, Suavemente se tocam, Amorosamente se enlaçam, Formando um terceiro tom A que chamamos aurora.

1 - O poeta termina dizendo que se formou um terceiro tom, que é a aurora. Pesqui-

se essa palavra no dicionário e explique o significado de acordo com o poema.

2 - Há, no poema, outras palavras que podem ampliar nosso vocabulário; pesquisem

algumas como: ignaro, sutil, quizilento, redimido, espesso, etc.

Atividade 3

Intertextualidade / Inferências

1 - Vamos realizar a leitura do poema de Mário de Andrade, A serra do Rola Moça,

para perceber a semelhança na linguagem e no tipo de construção poética compa-

rando-o ao poema Morte do leiteiro, de Drummond.

A serra do Rola-Moça

(fragmento do poema Noturno de Belo Horizonte)

A serra do Rola-Moça Não tinha esse nome não... Eles eram do outro lado, Vieram na vila casar. E atravessaram a serra, O noivo com a noiva dele Cada qual no seu cavalo. Antes que chegasse a noite Se lembraram de voltar. Disseram adeus pra todos E puseram-se de novo Pelos atalhos da serra Cada qual no seu cavalo. Os dois estavam felizes, Na altura tudo era paz. Pelos caminhos estreitos Ele na frente ela atrás. E riam. Como eles riam! Riam até sem razão. A serra do Rola-Moça Não tinha esse nome não. As tribos rubras da tarde Rapidamente fugiam E apressadas se escondiam Lá embaixo nos socavões, Temendo a noite que vinha. Porém os dois continuavam Cada qual no seu cavalo, E riam. Como eles riam! E os risos também casavam Com as risadas dos cascalhos

Que pulando levianinhos Da vereda se soltavam Buscando o despenhadeiro. Ah, Fortuna inviolável! O casco pisara em falso. Dão noiva e cavalo um salto Precipitados no abismo. Nem o baque se escutou. Faz um silêncio de morte, Na altura tudo era paz... Chicoteando o seu cavalo, No vão do despenhadeiro O noivo se despenhou. E a serra do Rola-Moça Rola-Moça se chamou.

(ANDRADE, 1974, p. 132-133)

2 - É possível realizar uma bela intertextualidade com a crônica de Rubem Braga: O

Padeiro. Ao realizar a leitura atente também para como as próprias pessoas vêem

suas profissões.

O padeiro

Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer ca-

fé e abro a porta do apartamento - mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo

instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a "greve

do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões,

que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café

da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.

[...]

(In: ANDRADE, 1989, p. 63-64. Também disponível em:

http://www.aridesa.com.br/servicos/click_professor/aline_duarte/notas_de_aula/pade

iro.pdf - Acesso em 20 out. 2012).

Atividade 4

Hora de Pesquisa (Aprofundando seu conhecimento)

1 - Neste momento é interessante realizarmos uma pesquisa sobre a vida de Carlos

Drummond de Andrade e conhecermos um pouco mais sobre esse grande poeta de

nossa Literatura.

Para realizar a atividade proposta, utilize a biblioteca da escola e o laboratório

de informática.

Orientações Metodológicas aos professores

Professor é sempre importante você realizar a primeira leitura do

poema aos alunos para que eles possam perceber a sonoridade e o ritmo.

Em seguida peça a eles que ensaiem a leitura cada um em seu ritmo e

tempo, deixe que dois ou três alunos leiam em voz alta. Agora passe o

vídeo com a declamação original do próprio poeta. Pergunte a opinião so-

bre a declamação do autor do poema.

Promova as atividades de interpretação e compreensão. As ativida-

des de vocabulário são sempre de grande valor e devem ter atenção por

parte do professor na mediação das mesmas.

O estudo da biografia do poeta deve ser uma pesquisa realizada pe-

lo próprio aluno via internet, livros ou outros meios, isso faz com que o alu-

no absorva melhor.

Levantamento dos livros de Poesia que fazem parte do acervo da biblioteca

da escola. Leitura e declamação de poemas.

Finalidade do módulo

Levar os alunos a ter contato e conhecer os livros de Poesia que existem na

biblioteca da escola. Conhecer os autores de poemas e perceber que eles escre-

vem outros gêneros e não somente Poesia. Trocas de experiências sobre os auto-

res, suas produções e seus estilos.

Tempo estimado: 4 horas aula

Atividade 1

1 – Separar os livros de poemas

2 – Realizar o levantamento da quantidade de livros de Poesia existentes na biblio-

teca da escola.

3 – Reunidos em grupos de 4 alunos realizar a leitura de poemas de vários autores e

escolher o(s) autor(es) com que mais se identificam.

4 – Escolher um poema e apresentá-lo ao grupo. No momento da leitura, o professor

orientará quanto à postura, entonação e ritmo.

Módulo 4

Atividade 2

Mural

Ainda em grupos ilustrar o poema escolhido na Atividade 1 de acordo com a

mensagem transmitida pelo poeta e posteriormente montar um painel no pátio da

escola.

Orientações Metodológicas aos Professores

Professor, este momento é importante para que o aluno possa ter

contato com os livros de Poesia presentes na biblioteca da escola e os dife-

rentes autores.

É interessante que você separe antes desse momento vários livros

de outros gêneros (contos, crônicas, romances e outros), de autores que

tenham livros de Poesia, para que os alunos percebam que o escritor que

faz poema, produz, também, outros tipos de textos.

No momento de manuseá-los privilegie a interação entre os alunos.

Contrariamente, no momento da leitura que eles dialoguem apenas com os

poemas. Nesse momento o grupo seleciona o poema para leitura comparti-

lhada, escrita e ilustração para montagem do mural.

Neste módulo, será realizado um estudo sobre Luís Vaz de Camões (1524?-

1580), o grande escritor português, considerado como um dos maiores poetas da

língua portuguesa de todos os tempos. Autor do poema épico Os Lusíadas (poema

que contém 8.816 versos!), Camões escreveu sonetos e outros gêneros poéticos de

caráter lírico-amoroso e lírico-reflexivo, além de poemas de temática popular, as

chamadas redondilhas.

Finalidade do módulo

Identificar a composição de um soneto, saber a diferença entre uma obra líri-

ca e épica. Conhecer a biografia de Camões. Adquirir noções básicas sobre versifi-

cação e métrica.

Tempo estimado 4 horas aula

Soneto

Sete anos de pastor Jacó servia Labão, pai de Raquel, serrana bela; Mas não servia ao pai, servia a ela, Que a ela só por prêmio pretendia. Os dias na esperança de um só dia Passava, contentando-se com vê-la; Porém o pai, usando de cautela, Em lugar de Raquel lhe dava Lia. Vendo o triste pastor que com enganos Assim lhe era negada a sua pastora, Como se a não tivera merecida;

Módulo 5

Luís de Camões http://litterascriptalitteratura.blogspot.com.br/2012

/01/o-maneirismo-na-lirica-de-camoes-iv.html -

acessado em 06/11/12

Começa de servir outros sete anos, Dizendo: − Mais servira, senão fora Para tão longo amor tão curta a vida.

Poema disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br/a2ribeiro01c.html, e também

em http://faroldasletras.no.sapo.pt/sonetos_luis_camoes.htm Acesso em: 17 set.

2012.

Este belíssimo poema de Camões retrata uma passagem bíblica onde é nar-

rada a história de Jacó que se apaixona por sua prima Raquel, filha do finório Labão,

que é também pai de Lia, sua filha mais velha. Para concretizar o casamento com

Raquel, Jacó pagou como dote trabalhando como pastor de ovelhas, durante sete

anos, para Labão, porém quando chegou a data do casamento Labão lhe deu Lia

que era a filha mais velha (a tradição da época exigia que a filha mais velha casasse

primeiro). Assim Jacó, de acordo com o relato bíblico, mesmo em seguida podendo

se casar com Raquel (a poligamia era aceita pela tradição), teve de trabalhar mais

sete anos para pagar o segundo dote. No seu soneto, Camões altera a história bíbli-

ca, dando a entender que só após mais sete anos de trabalho é que Jacó poderá se

casar com sua amada Raquel, mostrando como o amor de Jacó era um amor supe-

rior, capaz de transcender a vida terrena.

.

Soneto

Este poema de Camões sobre a história de Amor de Jacó e Raquel é classifi-

cado como soneto, um tipo de composição fixa que apresenta sempre 14 versos em

sua estrutura. Estes, distribuídos em quatro estrofes: sendo dois quartetos iniciais e

dois tercetos finais. Em sua modalidade clássica, o soneto possui versos decassíla-

bos (10 sílabas poéticas), sendo que os quartetos rimam entre si e os tercetos tam-

bém rimam entre si. E a distribuição mais tradicional das rimas nos quartetos é AB-

BA, como acontece neste soneto de Camões; podendo também ocorrer nos dois

quartetos a rima ABAB. Já os tercetos apresentam maior variedade na disposição de

suas rimas.

Este tipo de composição fixa, marcado pelo número dos versos, pelo número

e tipo de estrofes, pelo esquema de rimas e que possui certo padrão rítmico (se-

quência de sílabas fortes e fracas), provocou o seguinte comentário:

O soneto tem desafiado os poetas desde que surgiu, por volta do sé-culo XIII. Como fazer 14 versos conterem uma totalidade dos senti-dos? Como abrir e fechar um tema em apenas 14 versos? O desafio é tal que muitas vezes se chamou o soneto de “a gaiola dourada dos 14 versos”. (FARACO, 2005).

Disposição das rimas

Rimas opostas, com Intercaladas ou interpoladas: os versos dos dois extremos

da estrofe rimam entre si, e entre elas se intercalam rimas diferentes, como, por e-

xemplo, num quarteto o esquema ABBA.

Rimas alternadas ou cruzadas: as rimas se revezam nos versos de uma mesma

estrofe, como no esquema: ABAB, ou ABCABC.

Emparelhadas ou paralelas: dois (ou mais) versos seguidos rimam entre si, no es-

quema AABBCC; ou então AAA-BBB-CCC.

Monorrima: a mesma e única rima que se repete em todos os versos de uma estro-

fe e até mesmo de um poema inteiro.

Misturadas: as rimas não se enquadram em nenhum dos esquemas apresentados.

Versos brancos: são os versos onde não ocorrem rimas.

Metrificação

Dá-se o nome de metrificação ao estudo dos versos a partir da organização

das sílabas métricas ou sílabas poéticas de cada linha (verso) do poema.

Para que se saber qual é a métrica de um verso, ou seja, sua medida em nú-

mero de sílabas poéticas, faz-se a escansão, ou seja, a contagem das sílabas mé-

tricas ou poética de cada verso do poema, de acordo com algumas regras próprias.

A contagem de sílabas poéticas é bastante semelhante à contagem de sílabas gra-

maticais, diferindo em alguns poucos aspectos. As duas principais são: 1) na escan-

são não se contam as sílabas fracas que ocorrem após a sílaba tônica da última pa-

lavra do verso; 2) quando uma palavra termina com uma vogal fraca e a palavra se-

guinte começa com vogal fraca, essas duas vogais se unem formando juntas uma

mesma e única sílaba, e essa fusão se chama sinalefa.

Atividade 1

Análise Estrutural e Interpretativa do Poema

1 - Qual é o tema ou assunto do soneto de Camões?

2 - Vimos que um soneto pode possuir variações na disposição de suas rimas. Co-

mo está feita a distribuição das rimas no soneto de Camões?

Neste momento vale destacar que a subjetividade lírica é estruturada com i-

deias, com sentimentos, emoções, profundos estados de espírito. E isso faz da lin-

guagem poética algo muito particular e que para entendê-la é preciso se familiarizar

com ela. E o que torna isso possível são frequentes e cuidadosas leituras. É interes-

sante saber que quem fala no poema não é propriamente o autor, mas se trata de

uma voz ficcional, e quem a emite é o chamado eu lírico ou o sujeito lírico.

3 – Assim, que sentimentos o eu lírico deixa transparecer no momento que fala no

poema?

4 - É possível identificar no soneto o gênero do eu lírico?

5 - Este soneto de Camões possui versos decassílabos, vamos fazer a escansão da

primeira estrofe?

6 - Que sentimentos o poeta deixa transparecer nos dois últimos versos da 2ª estro-

fe?

7 - No último verso do soneto encontramos uma figura de linguagem, qual? E como

você reformularia este verso com suas palavras?

Atividade 2

Uso do Dicionário (Estudo de vocabulário e gramática)

1 - O soneto traz uma linguagem bem simples e de fácil entendimento, mas mesmo

assim, no 2º verso da 1ª estrofe temos: serrana bela, o que significa? (se necessá-

rio, use o dicionário).

Atividade 3

Intertextualidade / Inferências

Este poema de Camões retrata em 14 versos uma passagem bíblica que po-

de ser encontrada no livro de Gênesis (capítulo 29).

1 - Vamos realizar a leitura do trecho bíblico para perceber como o poeta, em sua

sensibilidade, faz a mesma narrativa de uma maneira bela, lírica, exaltando o amor.

2 - Leia o Soneto de Fidelidade de Vinícius de Moraes e faça uma análise compara-

tiva na abordagem do amor entre os dois sonetos. Vamos ouvir também na voz do

próprio Vinícius o seu poema.

Soneto de Fidelidade (Vinicius de Moraes)

De tudo ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento.

Letra disponível em:

http://www.releituras.com/viniciusm_fidelidade.asp acesso em 27/10/2012

Vídeo disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=eHgU4ERc7Nc acesso em 27/10/2012

Atividade 4

Hora de Pesquisa (Aprofundando seu conhecimento)

1 - Faça uma pesquisa sobre a vida de Camões.

2 - Jacó teve mais de uma esposa (poligamia). Em que regiões do mundo essa prá-

tica ainda é permitida? Vamos pesquisar e conversar um pouco sobre o assunto.

Para realizar as duas atividades propostas, utilize a biblioteca da escola e o

laboratório de informática.

Orientações Metodológicas aos Professores

Professor, penso que para entender a estrutura de um soneto, o

aluno deve ter em mãos esta composição escrita para que possa visuali-

zar aquilo que você está explicando. O soneto também deve estar na

lousa (ou num cartaz, ou projeção), o que certamente facilitará o enten-

dimento tanto da estrutura como da versificação e das rimas.

A biografia deve ser pesquisada pelo aluno, mas o professor deve

instigá-lo, dando algumas informações sobre o autor.

Para a intertextualidade deve ser solicitado com antecedência ao

aluno que traga a Bíblia Sagrada, ou então o professor prepare cópias do

capítulo citado. Professor: ao trabalhar o texto bíblico podem surgir diver-

gências quanto a posicionamentos religiosos. Se acontecer, converse

com os alunos sobre a importância de respeitar a opinião do outro e man-

ter o foco do trabalho no capítulo em estudo.

Este módulo é destinado ao estudo de um poema de Manuel Bandeira (1886

– 1968), nascido em Recife, filho de engenheiro, viveu 82 anos mesmo com uma

saúde debilitada. Aqui é o momento de o aluno conhecer um poema em prosa, onde

Manuel Bandeira trabalha artisticamente a palavra como se fosse uma notícia de

jornal.

Finalidade do módulo

Conhecer um poema em prosa, identificando os elementos de uma narrativa

que estão presentes no poema. Perceber a linguagem do Modernismo. Conhecer

outros poemas de Manuel Bandeira. Saber o estilo desse poeta. Promover uma re-

flexão sobre os valores do casamento hoje em dia. E conhecer o que é um conto,

realizando a intertextualidade com o conto de Dalton Trevisan.

Tempo estimado 4 horas aula

Tragédia Brasileira

Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade.

Conheceu Maria Elvira na Lapa – prostituída, com sífilis,

dermite nos dedos uma aliança empenhada e os dentes em

petição de miséria.

[...]

(Manuel Bandeira – Estrela da Vida Inteira, p. 160)

Módulo 6

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/mylinks/viewcat.php?cid=14&min=230&orderby=titleA&show=10

Atividade 1

Análise Estrutural e Interpretativa do Poema (Conversando um pouco sobre o

poema).

Note que esta poesia traz traços marcantes do Modernismo como a lingua-

gem simples, bem fácil de ser compreendida sem métrica, sem rimas e sem a exal-

tação do amor, diferente do Parnasianismo, que era o movimento literário anterior,

que privilegiava a linguagem estruturada, com rimas e métrica, movimento que tinha

uma maior preocupação com os valores estéticos do que com os valores sociais. Ao

analisarmos este poema em prosa percebemos que Manuel Bandeira o aproxima do

texto em prosa em vários aspectos. Vamos à análise:

1 – Esse texto de Manuel Bandeira pertence, originariamente, ao livro de poemas

Estrela da manhã. Você chamaria este texto de poema? Justifique.

2 - Qual é o assunto relatado?

3 – No poema há personagens de diferentes classes sociais. Quem são? Identifique-

os com palavras do próprio texto?

4 - Em Tragédia Brasileira podemos identificar também os elementos que com-

põem o texto narrativo

A – o que aconteceu:

B – com quem:

C – quando:

D – onde:

E – como:

F - por quê:

5 – O conflito da história pode ser resumido em apenas um verso do poema. Qual?

6 – Bandeira faz a disposição do texto em uma imitação tipicamente jornalística. Re-

tire do poema expressões a que o poeta recorreu e que são próprias do discurso

policial.

7 - Todas as tentativas frustradas de salvar Maria Elvira aparecem também no poe-

ma como o nome de um dos bairros onde moraram. Veja que o poeta usa da arte

para nomear justamente este bairro. Que bairro é esse?

8 – Observe como o poema não pode ser comparado com um simples texto narrati-

vo, propositalmente o poeta usa da linguagem trabalhada para mostrar determina-

dos acontecimentos no poema. Perceba onde Misael perde os sentidos e comete o

crime? Justifique o porquê de ser curiosamente nesta rua?

9 – Observe que Manuel Bandeira fez uso da 3ª pessoa, realmente como se usa na

linguagem jornalística, porém se Bandeira tivesse usado a 1ª pessoa ele daria ao

poema uma análise mais lírica, carregada de sentimentos, de emoção. Reescreva

os seguintes trechos do poema em 1ª pessoa e fazendo as adequações necessá-

rias:

A – Conheceu Maria Elvira na Lapa – prostituída, com sífilis, dermite nos dedos uma

aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.

Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou

médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria.

Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado.

Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não

fez nada disso: mudou de casa.

Viveram três anos assim.

Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa.

B - Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de inteligên-

cia, matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, ves-

tida de organdi azul.

Atividade 2

Uso do Dicionário (Estudo de vocabulário e gramática)

1 – Use o dicionário e pesquise estas palavras: privado, decúbito, organdi (musseli-

na), escândalo, sífilis, dermite e outras que julgar necessárias.

Atividade 3

Intertextualidade / Inferências

1 – Manuel Bandeira tem outros poemas, cuja estrutura, se assemelha muito a Tra-

gédia Brasileira. Vamos realizar a leitura desses poemas.

A - Poema do beco (BANDEIRA, 2002).

B - Teresa (BANDEIRA, 1993).

C - Irene do céu (BANDEIRA, 2002).

2 – A melhor intertextualidade com esse poema de Manuel Bandeira é um conto de

Dalton Trevisan: O Senhor Meu Marido (TREVISAN, 1979, p. 9-12), que relata a

mesma situação vivida pelo personagem do poema, só que nos bairros de Curitiba.

3 – Mas Manuel Bandeira não mantém somente esta estrutura em seus poemas,

apresentamos agora a vocês alguns poemas deste autor que certamente encantará

a cada um pela musicalidade, sonoridade e ritmo. Vamos conhecê-los e se você se

interessar poderá memorizar um deles para declamar em nosso Sarau de Poesia

que acontecerá no final deste projeto.

A – Cantiga (BANDEIRA, 2002).

B – Vou-me embora pra Pasárgada (idem).

C – A estrela (idem).

D – Neologismo (idem).

E – O bicho (BANDEIRA, 1993).

F – O menino doente. (idem).

G – Pardalzinho (idem).

H – Canto de Natal (idem).

Atividade 4

Hora de Pesquisa (Aprofundando seu conhecimento)

1 - Faça uma pesquisa sobre a vida de Manuel Bandeira.

Para realizar a atividade proposta, utilize a biblioteca da escola e o laboratório

de informática.

Orientações Metodológicas aos Professores

Professor: antes da leitura do poema realize uma atividade oral com

os alunos, sobre como eles escreveriam a notícia de um crime passional.

Em seguida apresente o poema e já peça uma leitura em voz alta, repita a

leitura mais duas ou três vezes.

Converse com eles sobre os elementos narrativos do texto e mostre

a ausência de rimas no poema. Acompanhe a atividade do dicionário incen-

tivando o seu constante uso.

Os poemas e o conto apresentados na intertextualidade deverão ser

impressos uma cópia para cada aluno. Ao pedir a pesquisa do autor esti-

mule os alunos com algumas curiosidades, como a doença acometida, o

desejo de ser engenheiro arquiteto, etc.

Neste módulo o estudo é de um poema de Ferreira Gullar que foi musicado

por grandes intérpretes brasileiros. Ferreira Gullar (José Ribamar Ferreira) nasceu

no dia 10 de setembro de 1930, na cidade de São Luiz, capital do Maranhão. Na a-

dolescência, apaixonado por uma vizinha, Terezinha, deixa os amigos e passa a se

dedicar à leitura de livros retirados da Biblioteca Municipal e a escrever poemas.

Finalidade do módulo

A satisfação da leitura de um poema leve e solto que agrada a todos pelas ri-

mas suaves e belas e pelo ritmo que contagia o leitor. Propiciar o encantamento pelo

sabor da palavra, pelo jogo harmonioso que nos faz saborear cada palavra do poe-

ma.

Tempo estimado 4 horas aula

Cantiga para não morrer

Quando você for se embora, Moça branca como a neve, Me leve. Se acaso você não possa Me carregar pela mão, Menina branca de neve, Me leve no coração.

[...]

Módulo 7

http://a2-

borboletean-

do.blogspot.com.br/2011/05/cantiga-para-

nao-morrer-e-traduzir-se.html acessado em

6/11/12

http://a2-borboleteando.blogspot.com.br/2011/05/cantiga-para-nao-morrer-e-traduzir-se.html Acesso em: 06 nov. 2012.

Agora que já se deliciaram com a declamação e a leitura do poema, é o mo-

mento ideal para ouvir, ver e curtir Cantiga para não morrer na interpretação de

Jorge e Clodoaldo e Ana Cristina em duas versões musicalizada dessa poesia.

Vídeo disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=iyXrkxgDiDA Acesso em: 27 out. 2012.

Vídeo disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=ZCaJohotk8s&feature=related Acesso em: 27 out.

2012.

Atividade 1

Análise Estrutural e Interpretativa do Poema (Conversando um pouco sobre o

poema).

Observem como Gullar explora com maestria o ritmo em todas as estrofes e

veja também que as estrofes são desiguais, possuindo quantias de versos diferen-

tes. Percebam que todos os versos são iguais, exceto o último verso da primeira es-

trofe, que depois vai se repetir de forma ampliada no final de cada estrofe, como se

fosse um refrão. E essa repetição dá a idéia de “eco”, de musicalidade ao poema. E

fica ainda a maravilhosa sensação que esta leitura provoca em cada um que se deli-

cia do poema, e ainda mais, o que provoca a cada nova leitura realizada.

1 – Do que trata o poema?

2 - Este poema é um diálogo do eu lírico com quem?

3 – Observe que o sujeito lírico deseja ardentemente que a moça branca e de neve

o leve de qualquer maneira. Quais maneiras?

4 – Esse desejo do poeta de que a moça branca e de neve o leve nos oferece a

possibilidade de também ser levado por essa menina. Como você completaria o ver-

so: “menina branca de neve / me leve...

5 - Neste belo poema, Ferreira Gullar usa tanto as rimas externas como as rimas

internas. localizem no poema as rimas internas que ocorrem.

6 – O eu lírico procura caracterizar a sua amada com comparações e em seguida

passa da comparação à metáfora.

A - Aponte na primeira estrofe a comparação feita pelo poeta:

B - Aponte na segunda estrofe a metáfora feita pelo poeta e perceba que, ao usar a

metáfora, ele sugere que a pele da amada é feita dessa matéria:

C – Na terceira estrofe o eu lírico praticamente transforma a mulher em algo não ma-

terial, surreal. Que palavra ou expressão pode revelar esse sentimento?

7 – Ao reler o poema e perceber o jogo de palavras que acontecem durante todo o

poema é possível fazer uma associação com os contos de fadas? Justifique.

Atividade 2

Intertextualidade / Inferências

1 – Ferreira Gullar tem outros poemas bem ritmados que vale a pena você conhecer.

São poemas de fácil assimilação, o que favorece a sua memorização para declama-

ção em nosso Sarau de Poesia. Vamos a eles?

A – Dois e Dois: Quatro (Toda Poesia, 2004).

B – Despedida (idem).

C – Uma Nordestina (idem).

Atividade 3

Hora de Pesquisa (Aprofundando seu conhecimento)

1 - Faça uma pesquisa sobre a vida de Ferreira Gullar.

Para realizar a atividade proposta, utilize a biblioteca da escola e o laboratório

de informática.

Orientações Metodológicas aos Professores

Professor, nesse módulo o ideal é entrar com a declamação deste

poema, que é de fácil memorização. Em seguida passe aos alunos vídeos

do you tube com esse poema sendo musicado. A dica são esses dois ví-

deos que foram usados no projeto. Os alunos decoram com facilidade, en-

tão abra espaço para outras apresentações declamadas ou cantadas e se

tiver aluno que toca violão fica melhor ainda.

Converse com os alunos sobre a sonoridade e musicalidade do po-

ema. Leve cópias dos poemas indicados, para que os alunos decorem e

declamem em outras oportunidades.

Organização e apresentação à comunidade escolar de um Sarau de Poesia.

Finalidade do módulo

Integrar pais, alunos e comunidade numa atividade dinâmica que consiste em

valorizar o aprendizado a partir do gênero Poesia.

Promover a socialização e humanização através da declamação, dramatiza-

ção, músicas e danças, onde pais, alunos e comunidade representarão juntos.

Exposição do livro de poemas produzido pelos participantes do projeto.

Tempo estimado: 3 horas aula

Organização do sarau

1 – Preparação do ambiente expondo to-

dos os trabalhos desenvolvidos durante o

projeto.

2 – Apresentações de músicas, danças,

declamações e dramatizações.

3 – Confraternização.

Módulo 8

Orientações Metodológicas aos Professores

Professor: aproveite todas as apresentações e declamações que a-

conteceram durante o Projeto. Convide pessoas da comunidade que tocam,

dançam e declamam, para participar.

Professor: é importante constar no convite as apresentações pela or-

dem que vão acontecer no sarau. E solicitar aos envolvidos que cheguem ao

local com antecedência. Para preparar o ambiente, peça ajuda dos alunos e

professores, certamente eles colaborarão com você.

REFERÊNCIAS

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SITES

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