o escritor josÉ · resenha curta para a página literá-ria do judas isgorogota, ... pré-estreia...

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Ano XXV Nº 303 novembro de 2014 Xavier T ornei-me amigo do escritor José Mauro de Vasconcelos desde não sei quando. Era um tipo doentiamente narcisista. Ele era o melhor e acabou. Quando a Editora Melhoramentos fez com ele um con- trato para lançar todos os seus li- vros, na década de sessenta, pas- sou a vender horrores. O livro Meu Pé de Laranja Lima vendia como água. E os outros, desde o de estreia, Banana Brava, foram-lhe ao encalço. Havia propaganda da sua obra, já em mais de dez títulos, até nos ônibus. Pouco antes desse contrato mi- lionário, publicou ele, pela Editora Hucitec, o romance Confissões do Frei Ab bora, do qual não gostei mui- to. Eu já me dava bem com ele. Mas, como não gostei do livro, redigi uma resenha curta para a página literá- ria do Judas Isgorogota, n’ A Gaze- ta, fazendo ligeiríssimas restrições. O Judas, juntou à minha rese- nha uma foto do autor e pôs um títu- lo, que nada tinha a ver com o texto. Procurei o Zé Mauro para me justifi- car. Em qualquer lugar onde eu o encontrasse a minha ladainha era a mesma: - Zé, aquilo foi montagem do jor- nal. O texto lhe elogia. Fiz, e posso até estar errado, pequenas restri- ções. José Mauro não respondia nada, fazia-me de ausente e dava- me as costas. De tanto pedir des- culpas e ele permanecer indiferen- te, fui sentindo que eu estava me hu- milhando demais. Que ele fosse às favas. Um dia, sábado pela manhã, ele entrou na secretaria da União Brasi- leira de Escritores e me pediu, fa- lando como se não me conhecesse, cópia do regulamento do Concurso Intelectual do Ano. Estava interessa- do em ser lançado candidato ao maior concurso literário do País e re- ceber o troféu Juca Pato. Como só estávamos nós dois na sala, vi que era a oportunidade para uma con- versa franca: - Zé Mauro, podemos agora es- clarecer aquilo... Ele nem me deixou terminar: - Você não gostou do livro por- que é burro. O ESCRITOR JOSÉ MAURO DE VASCONCELOS Aquilo me fundiu a cuca e eu soltei os cachorros: - Quem você pensa que é? O seu romance é ruim mesmo. Sua literatura toda devia ir para o lixo. Falei o diabo. Ele se re- tirou calado e eu caí na ca- deira, arrependido do estou- ro. Fazer o quê? O salseiro estava feito. Poucas semanas de- pois, estou eu tomando um cafezinho num bar, à noite, a dois quarteirões do Cine Ipiranga, todo iluminado, um mundo de gente. Pré-estreia do filme, pare- ce-me que Rua Descalça, baseado no livro do Zé Mauro, do mesmo nome. Lembro-me bem que garoa- va um pouco. E senti que alguém me tocava o ombro. Viro-me. Ali estava o Zé, me convidando: - Vamos assistir o filme. Fizemos as pazes. Mas, vez ou outra, tínhamos um pega-rabo, por- que ele, embora o coração enorme, feria as pessoas, naquela voz cal- ma, quase tímida. Conheceu o Érico Veríssimo na minha frente, no auditório da entida- de, quando Érico lá compareceu para falar de O Senhor Embaixador, seu romance recém-lançado. Como José Mauro ia a Porto Alegre para mais uma das suas inúmeras noites de autógrafos, o Érico pediu-lhe para visitá-lo. Pois na volta ele me contou: - Veja você. Telefonei para ele e ele marcou hora, porque tinha de fazer repouso devido ao infarto que sofrera. Quem ele pensa que é? Mar- car hora para mim? Espírito meio aventureiro, foi tudo na vida: garçom, escafandris- ta, boxer, artista plástico, artista de cinema, modelo da Escola Belas Ar- tes, no Rio, compositor, viveu meti- do longos anos nas selvas do Brasil Central, tema que aproveitou em al- guns de seus livros... Todas as quintas-feiras, às 17 horas, procurava-me na UBE para tomarmos chá com torradas no Bar e Restaurante Restauradores, em frente. Às vezes, conforme os pre- sentes, fazia-se uma roda grande. Não parecia, mas era forrado de uma boa bagagem literária e de cul- tura geral. Acompanhava de perto o que se fazia nas letras e aparecia na praça. Conhecia música erudita e popular e era excelente artista plás- tico, com várias exposições indivi- duais. Extremamente simples, nunca o vi de paletó. Quando necessário apresentar-se mais socialmente, usa- va um blusão. Não dava muita bola ao dinheiro que ganhava. Sustenta- va, do próprio bolso, os onze filhos do seu motorista. Emotivo. As lágri- mas vinham-lhe logo aos olhos por qualquer quadro de miséria que vis- se. Da mesma forma, estava sem- pre pronto com o seu estilete para ferir. O diabo todo era o seu narcisismo exacerbado. Alto, tipo ele- gante, enxuto, olhava sempre para a gente com um certo ar de resguar- do ou ironia. Deu-me o original do seu primei- ro trabalho de ficção, um conto, iné- dito, e um belo quadro a óleo (pai- sagem de beira de rio) de sua auto- ria, exibido numa de suas exposi- ções. Presenteou-me com alguns ál- buns duplos de Orlando Silva e Bing Crosby, porque sabia que eu os ad- mirava. E me deu ainda os originais do seu romance Rua Descalça, a primeira versão datilografada. Operado de safenas, sua saú- de debilitou-se, muito embora há anos não mais bebesse ou fumas- se. Queixava-se da oscilação cons- tante da sua pressão arterial. Numa dessas, conversando na sua casa, onde morava sozinho, sentiu-se mal. Demorou-se muito para socorrê-lo. Vítima de um derrame cerebral, qua- se morre. Mas, praticamente morreu em vida, ou seja, transformou-se em vivo morto. Fui vê-lo, juntamente com a sua queridíssima amiga, escritora Mariazinha Congílio. Ele queria um grande bem à Mariazinha. Fui com ele mais de uma vez ao apartamen- to dela ouvir música. Mariazinha ficou ao seu lado desde o acidente vascular. E quan- do fomos visitá-lo, ela lhe levou ro- sas amarelas. - Ele gosta muito de rosas ama- relas, Caio. Lá estava ele na cama, pratica- mente embrulhado em lençóis, o tubo no nariz que lhe auxiliava a respira- ção. Mariazinha procurou se comu- nicar com ele: - José Mauro, se estiver me re- conhecendo feche duas vezes os olhos. Ele obedeceu. Não falava. Emi- tia um sopro de voz, que o auxiliar de cabeceira compreendia pratica- mente encostando o ouvido aos seus lábios. Não mexia um dedo. Retirei-me e esperei lá fora. Aquele quadro me traumatizou pelo resto da vida. Tenho certeza de que José Mauro de Vasconcelos, se ti- vesse condições físicas de acabar com aquilo, teria feito num minuto. O que sofreu aquela criatura, meu Deus, vendo tudo, ouvindo, compre- endendo, e sem condições de fazer um único gesto... Logo ele, que, além de escritor, levou uma vida meio aventurosa, de temperamento complicado. O que deve ter sofrido esse homem nos vários meses que passou naquele estado, sem nenhu- ma melhora? Nascido no Rio em 1920, passou a infância em Natal e depois multiplicou-se em vários per- sonagens. Nem à família, que mora- va no Rio, dava bola. Eu não quis mais vê-lo. Soube da sua morte na Fazenda Pau Caí- do, dos meus ancestrais, no interior do Ceará, em férias. Contava ses- senta e quatro anos e ninguém lhe daria cinquenta. Olho as primeiras páginas do seu último romance - Kuriala, Capi- tão e Carajá. E aqui está o meu nome impresso, que ele incluiu entre ou- tros, num generoso oferecimento. Caio Porfírio Carneiro José Mauro de Vasconcelos divulgação Caio Porfírio Carneiro é escritor, contista, historiador e membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.

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Page 1: O ESCRITOR JOSÉ · resenha curta para a página literá-ria do Judas Isgorogota, ... Pré-estreia do filme, ... do próprio bolso, os onze filhos do seu motorista

Ano XXV Nº 303 novembro de 2014

Xavier

Tornei-me amigo do escritorJosé Mauro de Vasconcelos

desde não sei quando. Era um tipodoentiamente narcisista. Ele era omelhor e acabou. Quando a EditoraMelhoramentos fez com ele um con-trato para lançar todos os seus li-vros, na década de sessenta, pas-sou a vender horrores. O livro MeuPé de Laranja Lima vendia comoágua. E os outros, desde o deestreia, Banana Brava, foram-lhe aoencalço. Havia propaganda da suaobra, já em mais de dez títulos, aténos ônibus.

Pouco antes desse contrato mi-lionário, publicou ele, pela EditoraHucitec, o romance Confissões doFrei Abóbora, do qual não gostei mui-to. Eu já me dava bem com ele. Mas,como não gostei do livro, redigi umaresenha curta para a página literá-ria do Judas Isgorogota, n’ A Gaze-ta, fazendo ligeiríssimas restrições.

O Judas, juntou à minha rese-nha uma foto do autor e pôs um títu-lo, que nada tinha a ver com o texto.Procurei o Zé Mauro para me justifi-car. Em qualquer lugar onde eu oencontrasse a minha ladainha era amesma:

- Zé, aquilo foi montagem do jor-nal. O texto lhe elogia. Fiz, e possoaté estar errado, pequenas restri-ções.

José Mauro não respondianada, fazia-me de ausente e dava-me as costas. De tanto pedir des-culpas e ele permanecer indiferen-te, fui sentindo que eu estava me hu-milhando demais. Que ele fosse àsfavas.

Um dia, sábado pela manhã, eleentrou na secretaria da União Brasi-leira de Escritores e me pediu, fa-lando como se não me conhecesse,cópia do regulamento do ConcursoIntelectual do Ano. Estava interessa-do em ser lançado candidato aomaior concurso literário do País e re-ceber o troféu Juca Pato. Como sóestávamos nós dois na sala, vi queera a oportunidade para uma con-versa franca:

- Zé Mauro, podemos agora es-clarecer aquilo...

Ele nem me deixou terminar:- Você não gostou do livro por-

que é burro.

O ESCRITOR JOSÉ MAURO DE VASCONCELOSAquilo me fundiu a cuca

e eu soltei os cachorros:- Quem você pensa que

é? O seu romance é ruimmesmo. Sua literatura todadevia ir para o lixo.

Falei o diabo. Ele se re-tirou calado e eu caí na ca-deira, arrependido do estou-ro. Fazer o quê? O salseiroestava feito.

Poucas semanas de-pois, estou eu tomando umcafezinho num bar, à noite, adois quarteirões do CineIpiranga, todo iluminado, um mundode gente. Pré-estreia do filme, pare-ce-me que Rua Descalça, baseadono livro do Zé Mauro, do mesmonome. Lembro-me bem que garoa-va um pouco. E senti que alguém metocava o ombro. Viro-me. Ali estavao Zé, me convidando:

- Vamos assistir o filme.Fizemos as pazes. Mas, vez ou

outra, tínhamos um pega-rabo, por-que ele, embora o coração enorme,feria as pessoas, naquela voz cal-ma, quase tímida.

Conheceu o Érico Veríssimo naminha frente, no auditório da entida-de, quando Érico lá compareceupara falar de O Senhor Embaixador,seu romance recém-lançado. ComoJosé Mauro ia a Porto Alegre paramais uma das suas inúmeras noitesde autógrafos, o Érico pediu-lhepara visitá-lo.

Pois na volta ele me contou:- Veja você. Telefonei para ele

e ele marcou hora, porque tinha defazer repouso devido ao infarto quesofrera. Quem ele pensa que é? Mar-car hora para mim?

Espírito meio aventureiro, foitudo na vida: garçom, escafandris-ta, boxer, artista plástico, artista decinema, modelo da Escola Belas Ar-tes, no Rio, compositor, viveu meti-do longos anos nas selvas do BrasilCentral, tema que aproveitou em al-guns de seus livros...

Todas as quintas-feiras, às 17horas, procurava-me na UBE paratomarmos chá com torradas no Bare Restaurante Restauradores, emfrente. Às vezes, conforme os pre-sentes, fazia-se uma roda grande.

Não parecia, mas era forrado deuma boa bagagem literária e de cul-tura geral. Acompanhava de perto o

que se fazia nas letras e apareciana praça. Conhecia música eruditae popular e era excelente artista plás-tico, com várias exposições indivi-duais.

Extremamente simples, nunca ovi de paletó. Quando necessárioapresentar-se mais socialmente, usa-va um blusão. Não dava muita bolaao dinheiro que ganhava. Sustenta-va, do próprio bolso, os onze filhosdo seu motorista. Emotivo. As lágri-mas vinham-lhe logo aos olhos porqualquer quadro de miséria que vis-se. Da mesma forma, estava sem-pre pronto com o seu estilete paraferir. O diabo todo era o seunarcisismo exacerbado. Alto, tipo ele-gante, enxuto, olhava sempre paraa gente com um certo ar de resguar-do ou ironia.

Deu-me o original do seu primei-ro trabalho de ficção, um conto, iné-dito, e um belo quadro a óleo (pai-sagem de beira de rio) de sua auto-ria, exibido numa de suas exposi-ções.

Presenteou-me com alguns ál-buns duplos de Orlando Silva e BingCrosby, porque sabia que eu os ad-mirava. E me deu ainda os originaisdo seu romance Rua Descalça, aprimeira versão datilografada.

Operado de safenas, sua saú-de debilitou-se, muito embora háanos não mais bebesse ou fumas-se.

Queixava-se da oscilação cons-tante da sua pressão arterial. Numadessas, conversando na sua casa,onde morava sozinho, sentiu-se mal.Demorou-se muito para socorrê-lo.Vítima de um derrame cerebral, qua-se morre. Mas, praticamente morreuem vida, ou seja, transformou-se emvivo morto.

Fui vê-lo, juntamente com a suaqueridíssima amiga, escritoraMariazinha Congílio. Ele queria umgrande bem à Mariazinha. Fui comele mais de uma vez ao apartamen-to dela ouvir música.

Mariazinha ficou ao seu ladodesde o acidente vascular. E quan-do fomos visitá-lo, ela lhe levou ro-sas amarelas.

- Ele gosta muito de rosas ama-relas, Caio.

Lá estava ele na cama, pratica-mente embrulhado em lençóis, o tubono nariz que lhe auxiliava a respira-ção. Mariazinha procurou se comu-nicar com ele:

- José Mauro, se estiver me re-conhecendo feche duas vezes osolhos.

Ele obedeceu. Não falava. Emi-tia um sopro de voz, que o auxiliarde cabeceira compreendia pratica-mente encostando o ouvido aos seuslábios. Não mexia um dedo.

Retirei-me e esperei lá fora.Aquele quadro me traumatizou peloresto da vida. Tenho certeza de queJosé Mauro de Vasconcelos, se ti-vesse condições físicas de acabarcom aquilo, teria feito num minuto.O que sofreu aquela criatura, meuDeus, vendo tudo, ouvindo, compre-endendo, e sem condições de fazerum único gesto... Logo ele, que,além de escritor, levou uma vidameio aventurosa, de temperamentocomplicado. O que deve ter sofridoesse homem nos vários meses quepassou naquele estado, sem nenhu-ma melhora? Nascido no Rio em1920, passou a infância em Natal edepois multiplicou-se em vários per-sonagens. Nem à família, que mora-va no Rio, dava bola.

Eu não quis mais vê-lo. Soubeda sua morte na Fazenda Pau Caí-do, dos meus ancestrais, no interiordo Ceará, em férias. Contava ses-senta e quatro anos e ninguém lhedaria cinquenta.

Olho as primeiras páginas doseu último romance - Kuriala, Capi-tão e Carajá. E aqui está o meu nomeimpresso, que ele incluiu entre ou-tros, num generoso oferecimento.

Caio Porfírio Carneiro

José Mauro de Vasconcelos

divulgação

Caio Porfírio Carneiro é escritor,contista, historiador e membro

do Instituto Histórico eGeográfico de São Paulo.

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Página 2 - novembro de 2014

A edição nº 303 é a centésima vigésima quintaque editamos sem o companheiro de lutas AdrianoNogueira (1928 - 2004). A divulgação das nossasLetras e do autor brasileiro e a democratização daleitura continuam sendo a linha editorial do jornal.

As dificuldades porque passamos nos 25 anosde existência do jornal não foram empecilhos paraque interrompêssemos a circulação oudesistíssemos da caminhada. Nada interrompeunossa circulação. Sempre procuramos manter aqualidade gráf ica e editorial, que pode sercomprovada com o corpo de nossos colaboradores.

O espaço é democrático. Publicamos textos de nomes expressivosda nossa Literatura e de autores com pouca e sem divulgação na mídia,desde que tenham qualidade literária.

Mas vale lembrar que os artigos assinados são de responsabilidadedos seus autores; bem como os textos veiculados em anúncios.

Conclamamos nossos leitores, colaboradores e amigos para seunirem a nós na luta da defesa e expansão das Letras nacionais.

Só poderemos construir um país melhor se todos os brasileirostiverem acesso ao livro e à leitura.

O MURMÚRIO DAS FLORESRaymundo Farias de Oliveira

Manhã des á b a d oprimaveril.

Há um silêncioprofundo inundando esterecanto tatuiense querecebeu na pia batismalo belo nome de “Colinadas Estrelas”... Umsilêncio tão profundo quenos permite ouvir, com obulício do vento, omurmúrio das floresdesabrochando.

Vou caminhandosem pressa, pisando o asfalto desuas ruas largas; vou lendo nasplacas de cada esquina o nome deprofessores e professoras queidentificam essas alamedasencantadoras.

Não conheço homenagem maisfeliz. Tenho certeza absoluta que taismestres e mestras continuam nosensinando na quietude de cada salade aula da imensa escola sideral,com a mesma paciência eperseverança de antigamente,quando mourejavam aqui na terra.

Vou caminhando sem parar,perambulando pelas sombras dosarvoredos, e ouço na frondosa copadas sibipirunas a maviosa sinfoniados coleirinhas e tico-ticos; lá maisdistante, destaca-se o cantomonótono de um anu solitário e aalgazarra dos indiscretos bem-te-vís; de repente, ao ingressar naavenida, uma surpresa chega aomeu ouvido: os galos intrometem-sena sinfonia com a estridência deseus cantos milenares e vãocantando, um aqui, outro ali, outroacolá, num diálogo sem pausa.Sempre se comunicaram assim,mesmo antes do celular.

Minha caminhada vai chegandoao fim. Uma pomba, “pombinha doar”, como diziam meus amigos deinfância, alça voo pertinho de mim.Assustadinha, talvez tenha idochamar os quero-queros que hojese atrasaram ou viajaram, pois ocampo de futebol está vazio.

Agora, as andorinhas velozesrecortam o espaço em vooselegantes e vão pousar na antenaespetada na cumeeira da casa domeu vizinho. Cheguei, finalmente, aminha varanda.

Vou esperar o entardecer.Debruçar-me na janela do mistérioe contemplar o por-do-sol. Aquelesol vermelho, moedaincandescente, escondendo-se,vagarosamente, na fímbria dohorizonte, lá no céu de Tatuí.

Depois, serei um sonhadormirando a cidade a luzir na imensacortina da escuridão e entãodormirei tranquilo, sono de menino,ouvindo, santamente, o inefávelmurmúrio das flores.

Profa. Sonia Adal da Costa

Revisão - Aulas Particulares - Digitação

Tel.: (11) 2796-5716 - [email protected]

Raymundo Farias de Oliveira éescritor, poeta e Procurardor do

Estado aposentado.

divulgação

Praça da Matriz - Tatuí

125 edições sem Adriano

divulgação

Adriano

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Página 3 - novembro de 2014

São dois poetas, ambosinesquecíveis e, noentanto, esquecidos:

João Mesquita Valença e AfrânioLicínio de Miranda. Eu os conhecipelas ruas de Marília em fins dosanos 1950.

Mesquita foi um dedicadofuncionário da biblioteca pública dacidade. A biblioteca, seu hábitatnatural durante anos, preserva oseu nome em prédio da avenidaSampaio Vidal. O poeta foi um dosfundadores do jornal literárioCaiçara, de vida efêmera e, noentanto, barulhento. Publicouapenas um livro, O Estranho, nacoleção Cadernos do Clube dePoesia, série Novíssimos, em1956.

Na época presidido pelo poetaDomingos Carvalho da Silva, oclube, de cuja diretoria faziam partePéricles Eugênio da Silva Ramos,Cyro Pimentel, Oliveira Ribeiro Netoe Antonio Soares Amora, dentreoutras figuras literárias, entendeuque editar O Estranho era prestarum serviço à poesia brasileira maisjovem e uma homenagem a todosos poetas das cidades do interiorpaulista. E identificava a melhorcaracterística do poeta: a técnicacom que ele praticava odecassilábico oferecendo umconteúdo muito pessoal, “numalinha subjetivista já representada, nacoleção, por Cyro Pimentel e RuthSylvia de Miranda Salles”.

Mesquita era mestre do ritmo.Às vezes, nos encontros em queele, nas ruas ou bares, era instigadoa declamar seus versos, sentíamos

Dois poetas retirados do baú da memóriaNildo Carlos Oliveira

que o tema desaparecia, até seanulava, diante da música com quecaptava a beleza em trânsito,conseguindo mantê-la submissa,num verso, numa quadra, numasurpresa: Mostrei ao homemperdido em tempo e espaço/ Meuplasma de nascentes e alvoradas/E a rosa segredou cantos noabismo/ na orquestração demundos prometidos.

O que ele queria dizer? Ondeo núcleo da mensagem, numa umaépoca em que se seguia para adescoberta do cinema novo, paraa pluralidade do debate políticoinflamado, numa democraciamarcada pelo nascimento deBrasília? Depois, a catarse, ogolpe. Mas não importava ohermetismo. Acompanhávamos,sem fôlego, versos como esses:Serei a lenda antiga com meusangue/ Acalentando a morte emmadrugadas.

Desnecessário buscarexplicações complementares, paraversos assim trabalhados. Elesabia como deixar a música e abeleza de mãos dadas, mesmoquando provocava: Com as mãos,com os olhos, com a alma/ Revivoa vida em lúcidas ruínas/. Revivo...é triste reviver nos atos, o quesonhamos como as aves soltas.

Para quem, um dia,homenageou a infância – a infânciade todos – com os versos A rua é océu da infância em arco-íris/ Ondeo fauno de pétalas graceja – jamaisdeveria apenas ter o nome no frontalda biblioteca em que trabalhou. Nomínimo, precisaria ser reeditado.Um dia, antes de falecer, meescreveu: “Nasci para viverobscuramente”. Com essa poesia,ele não deveria permanecerobscuro. Uma vez ressaltou, emsua agonia: Oculto como estou, teescuto a voz/ Ó esperança brancade meus dias. Como se observa,a voz da poesia dele está maispróxima dos nossos sentidos doque ele poderia ter imaginado.

O outro poeta, Afrânio Licíniode Miranda, era de umasensibilidade de flor, em relação àscoisas simples. Era um dentistaque circulava de Vera Cruz a Maríliaou de Marília para Garça e VeraCruz. Na casa em que ele residia eprestava consultas, podíamos ouvir,na antessala, numa antiga vitrola,alguma peça de Brahms ou deBach. E, conforme o cliente, nãodeixava de conceder algum versoou alguma observação sobre prosae poesia. Lembro-me do livro desua autoria, O espelho de Izanagui,elaborado com motivos japoneses:Minha pequena é delicada como um

vaso de Nagoya. / E que bom seria,mãe, se tua filhinha fosse o espelhode prata em que os peixes parecemlabaredas inquietas. / Os pinheirosde Maiko dançam hoje na chuva,transfigurados pelo furacão./ Adeus,Luz da Manhã/ Ouve o meusayonara...

Esse pequeno e delicado livrode poemas de Afrânio saiu editado,no começo daqueles anos 1950,com um proêmio do escritor JoséGeraldo Vieira, em que ele registra:“A convivência do autor comaspectos humanos e vivênciastransplantados aqui para o nossotrópico, não só proporcionou à suasensibilidade e índole umacompreensão direta destaaculturação, como o habilitou ainterpretar, em fórmulas poéticas demuita plasticidade e encanto,ambientes, criaturas e sentimentospostos em clima lírico e bucólico deefeito muito sensível”.

Mesquita e Afrânio – duashistórias no tempo e na história dacidade.

Nildo Carlos Oliveira é escritor,jornalista, ensaísta e contista.

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Página 4 - novembro de 2014

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[email protected]

Mais uma vez volto da China, com a sensação de

estar acordando de um belo sonho.Foram tantas as sensações quesenti neste curto período de tempo,que só agora estou refletindo sobretudo o que vi e realizei.

Três foram as emoções maisnítidas: a primeira em Pequim, aovisitar a Universidade de Tsinghua,quando caminhando longamentepelo campus, chegamos a um edi-fício projetado à maneira ocidentalonde está a Biblioteca. Acompa-nhando o circuito das bicicletas,onde centenas delas estão estaci-onadas, pode-se ter uma ideia doque nos aguarda lá dentro. Com aajuda de um jornalista que se gra-duara nesta Universidade, pude en-trar e conhecer uma das mais in-críveis bibliotecas universitárias deque se tem notícia. Uma emoção verdezenas de alunos absortos estu-dando e tão concentrados que nemperceberam a minha presença enem sentiram as muitas fotos quetirei. Nesta época de tantas trans-gressões, na qual o estudo está emsegundo plano, ver tantos jovensprocurando o conhecimento, meemocionou até as lágrimas (semqualquer exagero).

Em Pequim, três jornalistas deBrasília e eu, visitamos o Centro deEstudos Tibetanos, os imensos es-túdios da Televisão de Beijing - BTV,e a Associação de Jornalistas daChina, onde fomos recepcionadoscom um banquete, como manda aetiqueta chinesa.

Tivemos também a oportunida-de de conhecer o Instituto da Amé-rica-Latina da Academia de Ciênci-as Sociais. Lá uma surpresa nosaguardava: o diretor do Centro deEstudos Brasileiros era nada me-nos que o Embaixador ChenDuqing, que morou muitos anos noBrasil e nos recebeu falando um lin-do português com sotaque carioca.Na verdade ele se tornou um chi-nês carioca que conhece bem oBrasil e já sabia tudo sobre nós.Começou me cumprimentandocomo a Imortal da Academia Cario-ca de Letras. É claro que ganhou omeu coração, isto na longínquaChina.

UM PAÍS MÁGICO - CHINASonia Sales Vimos um espetáculo do Tea-

tro de Sombras com suas delicio-sas histórias de heróis antigos emais tarde visitamos o Grupo deJornais de Pequim, um dos maisimportantes da Ásia, que ocupa doisimponentes edifícios e é dirigido poruma jornalista. Percebi que as mu-lheres estão em cargos de direção.São vários jornais com enorme ti-ragem diária e correspondentes empaíses como: USA, Canadá, Fran-ça etc.

E de emoção em emoção, vo-amos mais três horas até a provín-cia de Sichuam. Chegamos à capi-tal Chengdu, uma metrópole comoPequim, Nova York ou São Paulo,onde, mais surpresas nos aguarda-vam. Chengdu é uma cidade aosudoeste da China e já existia noséculo V, a.C.

No dia seguinte, depois demais 4 horas de ônibus entre mon-tanhas, no Distrito de Li, fomos co-nhecer uma aldeia tibetana e a al-deia de qiang ( uma das minoriasétnicas da China) do Estado autô-nomo do Tibete e Qiang Aba. É difí-cil descrever, tudo é tão irreal quedá a impressão de que somos pro-tagonistas de um filme. Um dos lu-gares mais belos e antigos do mun-do! No sopé da montanha pode-sever um dos pontos por onde passa-va a Rota da Seda.

O povo é amoroso e nos tra-tou com carinho extremo. Fiqueiimediatamente amiga de uma jo-vem tibetana que me disseram cha-mar-se Amuchu, dona de um res-taurante, cuja decoração nas pare-des pintadas tinha um ar de festa eonde nos obsequiaram com umbanquete. Conversamos durantemais de uma hora, ela falando emchinês e eu em inglês: é claro quenenhuma sabia o que a outra fala-va, mas nos entendíamos muitobem. Com as poucas palavras eminglês que conhecia, me mostrou noseu celular (sim, por que conser-vam a estrutura antiga, mas têmtodos os confortos modernos) re-tratos de sua família, do marido efilha, fotos do seu casamento e atéde seus pais. Como já estava esfri-ando me ofereceu limonada quente(uma delícia). Encontrar uma pes-soa tão carinhosa e amável do ou-tro lado do mundo foi a segundagrande emoção desta viagem.

Passamos o dia inteiro visitan-do as aldeias que primitivamenteeram grandes fortes destinados aabrigar o exército de soldados dadefesa do império. Uma beleza dearquitetura, com edifícios totalmen-te construídos de pedras. Dormi-mos bem perto, no distrito deWenchuan, uma outra cidade.

De volta a Chengdu, visitamosa Base de Criação e Proteção doPanda Gigante, os quais agora nãopassam de 1.500 em todo o mundosendo que 80% estão na China.Trata-se de um parque imenso ondeos pandas ficam no seu ambientenatural cercados de cuidados, paraevitar a sua extinção. Eles são mui-to engraçados e não se assustamcom o público, em geral criançasque se entusiasmam ao vê-los, atéparecem sorrir para a garotada.

Conhecemos a sede dos Jor-nais de Sichuam, com vários perió-dicos e revistas que também tem àfrente, como diretora, uma jornalis-ta. Viva as mulheres!

A terceira grande emoção foiconhecer a Universidade Sudoestede Nacionalidades ou SouthwestUniversity for Nationalities, que man-tem em seu currículo cursos de lín-guas mortas, como o sânscrito e olatim. Lá, formaram um completoMuseu da História do Tibet, com ar-tefatos e pinturas. Em Chengdu fi-zeram descobertas arqueológicasde 1200 anos a.C. Mas o mais im-portante foi conhecer a BibliotecaTibetana, com centenas de docu-mentos e manuscritos históricosperfeitamente preservados, e deuma organização quaseinacreditável. Quando entramos fo-mos obsequiados com um xalebranco para nos desejar sorte e fe-licidade. Tudo tem um sentido sim-bólico no Tibet e tal qual MichelleObama primeira dama dos USA,que esteve lá poucos dias antes,senti-me perfeitamente feliz e reali-zada.

Sonia Sales é escritora, ensaísta,historiadora e membro do Instituto

Histórico e Geográfico de SãoPaulo e do PEN Clube do Brasil.

Biblioteca dos Tibetanos

divulgação

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Página 5 - novembro de 2014

Poemas: II Antologia - 2008 - CANTO DO POETA

Trovas: II Antologia - 2008 - ESPIRAL DE TROVAS

Haicais: II Antologia - 2008 - HAICAIS AO SOL

Débora Novaes de Castro

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Poemas: GOTAS DE SOL - SONHO AZUL - MOMENTOS- CATAVENTO - SINFONIA DO INFINITO –

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Antologias:

Haicais: SOPRAR DAS AREIAS - ALJÒFARES - SEMENTES -CHÃO DE PITANGAS -100 HAICAIS BRASILEIROS

Poemas Devocionais: UM VASO NOVO...Trovas: DAS ÁGUAS DO MEU TELHADO

Na apresentação do novolivro de poesias deCelso de Alencar, “O

coração dos outros” (Ed.Pantemporâneo, SP, 2014), o poe-ta, crítico e ensaísta Floriano Martinsdestaca, entre outras qualidades, otom de parábola com que o autor(d)escreve a partir de seu olharpercuciente sobre a realidade queo cerca, percebendo quena abordagem estética ”flanam oselementos mais simples que nosconvidam a descobrir um mundooculto um pouco além de suas for-mas visíveis.”

Sem dúvida, essa peculiarida-de acompanha toda a trajetória po-ética de Celso de Alencar, cearenseque viveu no Acre e no Pará e en-raizou-se definitivamente em SãoPaulo em 1972, onde vem desen-volvendo uma carreira literáriamarcada por uma escritura de den-sa inflexão crítica e por uma partici-pação pessoal em engajada no ce-nário literário e cultural paulista.

Como em suas obras anterio-res – Arco vermelho, Os reis deAbaeté, Salve Salve, O pastor, Oprimeiro inferno e outrospoemas, Sete, Testemunhos e Poemasperversos – em ”O coração dosoutros”, Celso transita por uma re-tórica provocadora e instigante, emque seu mergulho penetra(pro)fundamente nas profundezas do oceano existencial, para extrairnas zonas obscuras do ser,o sagrado e o profano, mapear asangústias e inquietações que regemo estar-no-mundo.

Nesse percurso reflexivo desua pungente poesia, em que o po-

UMA POÉTICA DA OBSERVAÇÃORonaldo Cagiano eta apresenta-se extremamente

imagético e sensorial, o onírico e oreal se mesclam para fazer aexegese da nossa própria condição.Seu discurso – eu diria, prosoemasem pulsão erótico-política – pene-tra o insondável da alma humana eos escaninhos mais sórdidos davida tangenciável, para recolher nascircunstâncias do quotidiano a armahabilidosa do verbo-bisturi. Com ele,promove uma incisão sem rodeiosno que nos incomoda, assusta eavilta. Nesse diapasão, podemosdestacar um de seus poemas maisemocionantes e realistas, mais to-cantes e de um incorruptível censode denúncia – “As cento e onze pi-cas”, do Livro “Poemas perversos” – por meio do qual o autor afronta eenfrenta um dos maiores crimesperpetrados pelo esquema policialestatal, o massacre do Carandiru eque seus versos traduzem com fiele plástica dramaticidade o choqueda sociedade diante da dor, da mi-séria e da vergonha que essa cha-cina representa na história políticade nosso país.

Nesse O coração dos outros,sua poesia não abandonou essacoerente postura contestatória e aproposta de embrenhar-se em nos-sa pequenez material e espiritual e a fugacidade dos valores humanos,ainda que adotando uma linguagemmenos  ou incisiva e mais comedi-da, em que a pulsão lírica se mani-festa mais fortemente.Esse conjunto poético espelha seu atávico  descontentamento com omundo-cão, a mesma palavra-por-rada com que implode o statusquo e faz uma expressiva e neces-sária catequese da inconformação,que busca a condenação de tudo oque insólito, vexatório e absurdo navida que ai está.

Uma das peculiaridades daartesania celsoalencariana é aqui-lo que lhe confere a condição detexto de observatório: o autor sedetém no quotidiano, na realidadefísica e geográfica, nos pequenosacontecimentos do dia a dia, nasrelações domésticas, nos encon-tros e desencantos humanos, navida que pulsa lá fora. É a partir des-se espectro que traça, com imen-sa riqueza metafórica e semântcauma espécie de crônica do que viue sentiu, do que enxergou além dasaparências, extraindo, do aluviãodos episódios o verdadeiro sentidode humanidade que só um poetaantenado com as angústias de seutempo é capaz de decodificar.

Seus poemas são carregados de inegável universalidade, porquetratam do que é essencial, do quesó um observador atento é capazde (re)colher,nada lhe escapando,seja do tempo presente, da vida pre-sentes, dos homens presentes;seja do mundo real ou da atmosfe-ra dos sonhos, como também bemlembrou Claudio Willer no posfácio.

E por abarcarem esse seu sen-timento drummondiano do mundo éque essa safra poética – heterogê-nea na compilação da matéria e dascircunstâncias; homogênea na lin-guagem e no alto teor de divergên-cia com os tempos que vivemos –confere-lhe um sentido atemporal,porque fala de dramas e dilemasque estão presentes na história dahumanidade desde sempre. É a vozdas ruas, e do coração; é a voz dahistória e da política; é a voz dasre(l)ações que enferentamos – tudoisso revebera potencialmente nospoemas de Celso de Alencar; ecada palavra é um ricochete naconsciência do leitor.

Na esteira dessa aguda per-cepção do caos contemporâneo, opoeta se anuncia como antena daraça, para escandir o mundo,trasncendê-lo e recriá-lo pela ex-pressão dialética que comunica ainconformidade: “Porque eu sou odestino das coisas e de tudo aqui-lo/ que é loucura, desespero e trans-figuração”, Essa confissão é aná-loga ao que nos diz o poeta MuriloMendes: “Vou onde a poesia mechama”. E  nessa caminhada  Cel-so vai, a(s)cendendo seu verbo lú-cido, sua palavra-lâmina, seu poe-ma-luz; seugue, lúdico, impudico eprovocador, porque, como diziaPaul Auster, “um escritor só podeser bom se tiver a honestidade deir ao fundo, ao céu, ao inferno, doao que doer”.

Celso de Alencar pertence aessa família poética que não cedenem ao comodismo de um tempode coisificação e etiqueta, nem aosmodismos que impregnam a artedo politicamente correto, algo rarona poesia brasileira contemporâ-nea, tão povoada de obviedades, tãoinútil e sua fetichização pelo mer-cado.

Ronaldo Cagiano é escritormineiro de Cataguases,reside em São Paulo.

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Página 6 - novembro de 2014

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A sessão solene de entrega dosPrêmios da União Brasileira de Escrito-res do Rio de Janeiro - UBE-RJ - foi re-alizada no dia 24 de outubro, no audi-tório da Academia Brasileira de Letras,no Rio de Janeiro.

Sonia Sales foi agraciada com oPrêmio Especial da União Brasileira deEscritores do Rio de Janeiro e recebeuo troféu Rosa de Píndaro, criado pelaartista Dorée Camargo.

O poeta José Arthur Rios foi laure-ado com o Troféu Rio 2014.

Foram entregues as láureas aosclassificados nas 25 categorias do Prê-mio da Diretoria da UBERJ e do Con-curso Internacional de Literatura 2014.

Prêmio da Diretoria da UBERJPrêmio Machado de Assis: Marcus

Lucchesi, O bibliotecário do imperador;Prêmio Franz Liszt, Lina Paulina pelatradução e versão do húngaro e inglês;Prêmio Revelação do Romance, PalomaSilva Ribeiro de Albuquerque; PrêmioRoquete Pinto, Helena Parente Cunha,Impregnação na floresta; Prêmio RochaPombo, Sonia Sales como historiado-ra; Prêmio revelação da poesia, DanielaDamaris; Prêmio Cecília Meireles, Ho-menagem póstuma pelo conjunto daobra; Lélia Coelho Frota; Prêmio RubemBraga, José Castello, Jornalismo; Prê-mio Carlos Drummond de Andrade; Te-resa Cristina Meireles de Oliveira, poe-sia e atividade artística; Prêmio ManuelBandeira, Alice Spíndola pelo Conjuntoda Obra; Prêmio Nauro Machado,Marcus Vinicius Quiroga, Girassóis; Prê-mio Coelho Neto, Edir Meirelles pelo

PRÊMIOS UBE- RJ 2014

JOÃO BARCELLOS, que acabou de lançar na Febratex (Blumenau-SC)o livro ALQUIMIA, MODA & COMUNICAÇÃO VISUAL, apresentou na tarde dodia 16 de agosto, em Alphaville (Barueri-SP), a palestra SUSTENTABILIDADENA IMPRESSÃO GRÁFICA, ESTAMPARIA & MODA a convite do Grupo de De-bates NOÉTICA e do grupo empresarial TECNOLOGIA, HOJE. A mesma pa-lestra foi apresentada a um grupo de empresários e professores de Osasco(SP) no dia 21, e de jovens empreendedores, em Embu das Artes, no dia 25,do mesmo mês.

O conhecido pesquisador de história e editor de conteúdos técnico-educativos faz nesta palestra uma abordagem filosófica e científica alertandopara dois desperdícios: o cerebral e o material. A falta de capacitação profissi-onal gera desperdícios vários e o analfabetismo funcional destrói a capacidadeindividual e corporativa de projetar o desenvolvimento sustentável.

JOÃO BARCELLOS ensaísta, jornalista e conferencista na área editorialfoi editor-fundador a revista En Vivo y Art (Espanha), jornal O Serigráfico (Bra-sil), jornal Treze Listras (Brasil), revista Impressão & Cores (Brasil), Cult Journal(USA), Educação & Arte (Portugal), além de ser o responsável pelas coletâne-as lítero-filosóficas Debates Paralelos e Palavras Essenciais (Brasil e Portu-gal, c/ 10 volumes cada), editadas pela brasileira Edicon, e co-fundador doGrupo de Debates Noética.

César de Melo Batista, MençãoHonrosa, Quando os PássarosGritam, Marise Fátima Andreatta.

Categoria Literatura Infantil eJuvenil - PRÊMIO GANYMEDESJOSÉ, 1º Lugar, A Aventura daEconomia, Ana Paula MarianoPregardier

2º Lugar, Um Anjo no Jardim,Eni Allgayer, 3ºLugar, Dom, FloraFigueiredo, Menções Honrosas:Paçoca de Avô, Dinorá CoutoCançado; Jorge da Capadócia,Therezinha Dias de Mello; Cair ounão Cair? Haicais e Animais, JeanMarcel e Simone Alves Pedersen;A Bicicleta Amarela, Jean Marcele Simone Alves Pedersen.

Categoria Poesia - PRÊMIOVICENTE DE CARVALHO: 1º Lu-gar, Entre Desertos, Lina TâmegaPeixoto; 2º Lugar, Sapere Ande,Marcelo Gomes Jorge Feres; 3º

conjunto da obra; Prêmio AntenorNascente, Antonio Martins de Arau-jo, ensaios; Prêmio Frei Leandro,Dorée Camargo, ecologia; PrêmioRaquel de Queiróz, Dalma Nasci-mento, ensaio; Prêmio FerreiraGullar, Arlete Nogueira da Cruz, Oquintal; Prêmio Casimiro de Abreu,Elisa Flores, Meu dedo mínimo; Prê-mio Clarice Lispector, Sílvia Jacinto,poesia e atividade artística; e Prê-mio Raul de Leoni, Messody RamiroBenoliel pelo conjunto da obra.

CONCURSO INTERNACIONALDE LITERATURA 2014

Categoria Conto - PRÊMIOHUMBERTO DE CAMPOS: 1º Lugar,Amores Oblíquos, Evaldo Balbino;2º Lugar, O Etéreo Ser de Carbono,Cristiano Deveras; 3º Lugar, Carna-val (Vol. II), Maria Apparecida S.Coquemala; Menção Honrosa, Con-tos Tardios, Rubens Venâncio.

Categoria Crônica - PRÊMIOALEJANDRO CABASSA: 1º Lugar,

Quarto de Artista, Raquel Ma-ria Carvalho Naveira (RaquelNaveira); 2º Lugar,

Amor & Amargor, Ricardo Ota-vio Rodrigues Costa, 3º Lugar, OsMeus Papéis, Teócrito Abritta; Men-ção Honrosa, As Conversas que Ti-vemos Ontem, Ricardo Mezavila.

Categoria Ensaio - PRÊMIOVIANNA MOOG: 1º Lugar, LabirintoDa Realidade, Cátia Castilho Simon,2º Lugar, A Economia da Salvação,Biaggio Talento; 3º Lugar, MarcoPolo e a Cidade das Nuvens, João

Lugar, Vazadouro, Mirian TerezinhaFonseca de Carvalho;

Menções Honrosas: Entre-Tex-tos, Luiz Otávio Oliani; AdágioEnsolarado, Ana Cristina MendesGomes (Cris Dakinis); Apocalíptico,José Sebastião Ferreira; Cisco noOlho da Memória, Reynaldo RochaBessa (Reynaldo B Essa).

Categoria Romance - PRÊMIOJOSÉ DE ALENCAR: 1º Lugar, OTOURO DO REBANHO,KRISHNAMURTI GÓES DOS ANJOS;2º Lugar,

MEMÓRIA DA PEDRA, MAURÍ-CIO LYRIO; 3º Lugar, ANGOCHE,ALCINO ELYSEU; Menções Honro-sas: O Belo e a Cidade, ManoelilsonCordeiro Rocha; Insuficiências, Cláu-dio Norrland (pseudônimo de IsidioClaudio Coelho Neto); Morte no Con-domínio, Diana Josefina RosaGuenzburger.

João Barcellos

Sonia Sales e Stela Leonardos

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Página 7 - novembro de 2014

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LivrosRainhas da Antiguidade, Dirce Lorimier

Fernandes, Editora LetraSelvagem, São José dosCampos, SP, 160 páginas, R$25,00.

é A autora é doutora em História Social pelaUSP, professora, escritora, crítica literária e mem-bro do júri da Associação Paulista de Críticos deArtes (APCA).

São três mulheres que alcançaram desta-que social e poder num tempo em que a mulherera subalterna, objeto, possessão apenas. Em co-mum, isto: afrontaram Roma, no mais augustodos seus lauréis, que eram os seus generais(César, Marco Antônio, Cipião e Aureliano). Quemaior demonstração de força a história conse-guiria reservar para essas jovens?

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Os Ventos Gemedores, Cyro deMattos, Editora LetraSelvagem, São Josédos Campos, SP, 208 páginas, R$30,00.

O autor é escritor, advogado, jorna-lista, contista, poeta, cronista, novelistae ensaísta. Foi agraciado com o PrêmioNacional de Ficção Afonso Arinos da Aca-demia Brasileira de Letras com o livro OsBrabos. Nos episódios de Os VentosGemedores latejam brutalidades dumhomem sedento e faminto pelos domíni-os da terra, que avilta outros homens in-defesos com seu egoísmo impiedoso. Namensagem que se expressa no texto vi-goroso, revestido de brasilidade ehumanismo, emerge uma fabulação in-terior que confere vida psíquica aos per-sonagens, não apenas como tipos inte-ressantes, agentes populares desempe-nhando seu papel no cenário dos confli-tos sociais.

LetraSelvagem: www.letraselvagem.com.br

O sangue que corre em minhas veias é sírio,fruto de Mari Rose e Simaan.Massabki ilumina minh’alma.Adal, porto seguro, minha fortaleza.Imigrantes árabes de Damasco,Rua 25 de Março foi o começo da união.Primeiro veio a irmã Sonia,nove anos depois a poeta.No bairro Belém plantaram raízes, trabalharam bravamentena loja de armarinhospara sustento e estudo dos filhos.Almoço em família aos domingos,sobre a mesa a toalha da síria bordada a mão,Homs, charutinho de folha de uvae quibe na bandeja com snôobar,pratos mais que sagrados no Natal e na Páscoa.Lembranças da infância marcamo desfile de bonecas no balcão da loja,o rádio sintonizado no programa árabe,Fairuz encantando com sua voz,papai a ler enciclopédia,mamãe a ouvir o cantar dos passarinhos.O único aparelho de TVe o acordo democrático para assistirao noticiário e novela das oito.O primeiro carro, a aventurada viagem para o Rio de Janeiro,o bondinho, o Pão de Açúcar,o Corcovado, o mar...Parada em Aparecida do Nortepara pagamento da promessa da nossa mãe.A escadaria imensa, o padre, a missa,cabeça de cera, velas e orações.Depois seguimos em paz para nosso lar.Esta paz me acompanha e acalenta.Entendi porque a Síria é minha luz, minha paz.

Retrato de FamíliaRosani Abou Adal

Rosani Abou Adal é escritora, poeta, jornalista e vice-presidentedo Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo.

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Maria, Simão, Rosani e Sonia.

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Página 8 - novembro de 2014

Prof. Sonia

Notícias

Indicador Profissional

João Anzanello Carrascozalançou Rascunho de família, pelaEditora DSOP.

Nélida Piñon lançou A camisado marido, contos, pela EditoraRecord.

Antonio Carlos Secchin, Pri-meiro-Secretário da Academia Bra-sileira de Letras, lançou Papéis depoesia, pela Editora Martelo.

Evaldo Cabral de Mello, diplo-mata, historiador e escritor, foi elei-to, no dia 23 de outubro, para ocu-par a Cadeira nº 34 da AcademiaBrasileira de Letras que pertenceua João Ubaldo Ribeiro.

Zuenir Ventura foi eleito no dia30 outubro para ocupar a Cadeiranº 32 da Academia Brasileira de Le-tras para suceder o poeta e drama-turgo e romancista Ariano Suassuna.

Leandro Konder, filósofo, ad-vogado, sociólogo, historiador, dou-tor em Filosofia pela UFRJ, e profes-sor, faleceu no dia 12 de novembro,no Rio de Janeiro. O irmão do sau-doso Rodolfo Konder nasceu em 3de janeiro de 1936, em Petrópolis,Rio de Janeiro. Autor de Memóriasde um intelectual comunista, entreoutras obras. Coordenou a coleçãoMarxismo e Literatura da EditoraBoitempo.

Manoel Wenceslau Leite deBarros, escritor e poeta, faleceu nodia 13 de novembro em CampoGrande. Nasceu em 19 de novem-bro em Cuiabá. Foi agraciado com oPrêmio Jabuti, Prêmio Alfonso Gui-marães da Biblioteca Nacional, Prê-mio Nestlé de Poesia com a obra Li-vro sobre nada e com o Prêmio Na-cional de Literatura do Ministério daCultura pelo conjunto da obra.

A Ficha Catalográfica, serviçoprestado pela Câmara Brasileira doLivro, em virtude do recesso de fimde ano, poderá ser solicitada até od i a 1 1 d e d e z e m b r o . www.cbl.org.br

Rosani Abou Adal, escritoraconvidada para apresentar NoitePoética, em comemoração ao Dia daCultura na Síria, que será realizadano dia 26 de novembro, quarta, às20h15, no Centro Cultural Árabe-Sírio, Rua dos Ingleses, 149 - BelaVista - próximo do Teatro RuthEscobar. O Dia da Cultura da Síriaé comemorado em 23 de novembro.

Paulo Bomfim participou dosarau literomusical da Casa Guilher-me de Almeida, no dia 16 de novem-bro. O maestro Eduardo Escalanteapresentou , em primeira audiçãopública, o Hino Bandeira Paulista, apartir do famoso poema Nossa Ban-deira, de Guilherme de Almeida.

Rodrigo Ciríaco lançou TePego Lá Fora,  pela Editora DSOP.A obra abrigam contos e poesias quemostram a cruel realidade do siste-ma de ensino brasileiro nas periferi-as, com temas como preconceito,violência, fome, analfabetismo fun-cional, exploração de menores e ex-clusão.

O Brasil será homenageado noSalão do Livro de Paris, que ocorre-rá entre os dias 20 e 23 de marçode 2015. O Escritório Internacionalde Editoras da França realizará oSeminário Franco-brasileiro nos dias17,18 e 19 de março, em Paris. http://cbl.org.br/upload/Seminario-Fran-co-Brasileiro-Feira-do-Livro-em-Pa-ris-2015.pdf.

Valdemar Alves Júnior foiagraciado com Diploma de MéritoAcadêmico da Academia Brasileirade Estudos e Pesquisas Literárias,pela sua efetiva participação no mo-vimento cultural do país e acendradadedicação à Cultural. A entidade épresidida por Reis de Souza.

Ricardo Bezerra foi agraciadocom o Título de Membro Honorárioda Academia Pernambucana de Le-tras Jurídicas.

Ignácio de Loyola Brandãolançará o romance Os olhos cegosdos cavalos loucos no Festival Lite-rário de Poços de Caldas - Flipoços-, que será realizado de 25 de abrila 3 de maio de 2015, em Poços deCaldas, Minas Gerais.

Lidice Meyer Pinto Ribeirolançou Protestantismo Rural – Ma-gia e Religião convivendo pela fé.

Ana Luisa Escorel foi agracia-da com o Prêmio São Paulo de Lite-ratura, pelo romance Anel de vidro,Editora Ouro sobre Azul. Ela rece-beu a importância de R$ 200 mil.

André Carneiro, escritor, poe-ta, artista plástico, jornalista, cineas-ta, romancista e ficcionista, faleceuaos 92 anos, no dia 4 de novembro,em Curitiba, Paraná. Nasceu no dia9 de maio de 1922, em Atibaia, SãoPaulo. Foi um dos fundadores darevista literária Tentativa, em 1949.O conto Mudo foi adaptado para ofilme Alguém, com direção de JúlioXavier Silveira, Embrafilme, 1970. Ohomem que hipnotizava (Conto) foiadaptado para a TV Globo com o tí-tulo de Mergulho no espelho.

Laurentino Gomes, jornalistae escritor, foi o vencedor do Livro doAno Não Ficção do Prêmio Jabuti2014 com a obra 1889 da EditoraGlobo Livros.

Marina Colasanti foi a vence-dora do Livro do Ano de Ficção doPremio Jabuti, com a obra Breve his-tória de um pequeno amor, EditoraFTD. A obra também foi agraciadacom o Prêmio FNLIJ 2014.

Pedro de Deus, 73 anos, coma obra Gramática Versificada - Gra-mática da Língua Portuguesa emversos, Polys Editora, entrou para oRankBrasil em 2014 com a Primeiragramática da língua portuguesacompleta em versos.

O Prêmio Jabuti, promovidopela Câmara Brasileira do Livro, re-alizou a cerimônia de entrega dostroféus no dia 18 de novembro, noAuditório do Ibirapuera, em São Pau-lo. Dony Dnuccio, editor de econo-mia do Jornal das 22h da Globonews,foi o mestre de cerimônia. Ignácio deLoyola Brandão e a cantora RitaGullo apresentaram o show Solidãono Fundo da Agulha.

Cyro de Matos lançou o ro-mance Os Ventos Gemedores, pelaEditora LetraSelvagem, no dia 12 dedezembro, na Casa das Rosas. Tam-bém foram lançados os livros UmaGarça no Asfalto, crônicas deClauder Arcanjo, e Rainhas da Anti-guidade: Sedução e Majestade, bio-grafia, de Dirce Lorimier Fernandes.

Alaor Barbosa, escritorbrasiliense, obteve sentença vitori-osa em processo contra a filha deGuimarães Rosa, que havia proibi-do a circulação de seu livro de Sin-fonia Minas Gerais: a vida e obra deGuimarães Rosa e o obrigou a reti-rar de circulação nas livrarias, há 3anos. O acórdão é uma peça de altaindagação jurídica, literária e filosó-fica, defesa irrestrita do direito à li-berdade de expressão e à publica-ção das biografias.

Audálio Dantas foi agraciadocom o Prêmio Comunique-se 2014.

 O 1º Prêmio Saraiva de Lite-ratura laureou em primeiro lugar aobra Trocadilho, de JacquelineLopes Salgado Soares, na catego-ria Literatura Infantil – Poesia; As crô-nicas de Fiorella, categoria Literatu-ra Juvenil – Crônica, de VanessaLuiza Martinelli Levandowski; Olhosde cobra, categoria Literatura Adul-ta – Romance, de AndreiaFernandes Soares Leite.

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Leandro Konder

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