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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS
EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
HELENA DE FÁTIMA ASTOLFO DA SILVA
“O CARTEIRO CHEGOU”: UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA 5ª SÉRIE
MARINGÁ – PARANÁ
2010
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“O CARTEIRO CHEGOU”: UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA 5ª
SÉRIE
Autora: Helena de Fátima Astolfo da Silva1 Orientadora: Claudia Valéria Dona Hila2
Resumo
A leitura é de suma importância no processo de ensino e aprendizagem. Mas, ler não é um ato que dependa apenas do aluno, na verdade a leitura, especialmente a crítica, pressupõe um ensino intencionalmente organizado, com conteúdos previamente planejados pelo professor. Conteúdos esses não apenas linguísticos, mas também procedimentais que auxiliam não apenas a disciplina de Língua Portuguesa, mas todas as demais. Com o objetivo de contribuir para o processo de letramento crítico, este projeto desenvolve uma sequência didática com gêneros epistolares. De forma mais específica, neste artigo apresentamos alguns resultados do projeto de intervenção pedagógica que foi realizado com alunos de 6ª. ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual de Iporã, no ano de 2011 , enfocando o gênero textual epistolar . O objetivo foi desenvolver habilidades e capacidades direcionadas para o trabalho com as práticas de leitura e escrita que visassem à capacidade de letramento crítico, necessários para enfrentar os desafios da vida em sociedade. O referencial teórico apoia-se na Análise Dialógica do Discurso (BAKHTIN, 1992).
Palavras- chave Leitura; Gêneros Textuais; Sequência Didática; Letramento
1 Introdução
A leitura é de suma importância no processo de ensino e aprendizagem. Mas, ler
não é um ato que dependa apenas do aluno, na verdade a leitura, especialmente a crítica,
pressupõe um ensino intencionalmente organizado. Para tanto, o professor conta com
conteúdos não apenas linguísticos, mas também procedimentais, que auxiliam não
apenas a disciplina de Língua Portuguesa, mas todas as demais.
1 Graduada em Letras pela FAFIU (Faculdade de Ciências e Letras de Umuarama) Professora PDE 2010.
Pós-graduada em Língua Portuguesa. Professora do Colégio Estadual de Iporã [email protected]
2 Professora Doutora em Estudos da Linguagem, do Departamento de Letras, UEM. [email protected]
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Obviamente podemos ler por diferentes motivos: para nos informar, para nos
divertir, para localizar uma informação e para nos tornarmos leitores críticos. Essa última
finalidade não depende apenas de nós, mas de uma mediação do professor para esse
fim.
Ressaltamos que o processo de formação de um leitor crítico pressupõe que, na
escola, o aluno passe por distintas fases: a decodificação, a compreensão literal, a
compreensão inferencial e a interpretação (MENEGASSI,2010), de forma que,
gradativamente, esse aluno melhore sua competência crítica diante dos mais variados
tipos de textos.
Sabendo que o educando da escola pública, em geral, tem pouco contato com a
leitura em seu ambiente familiar e apresenta na escola dificuldades de aprendizagem
temos, como educadores, de envolvê-los no mundo da leitura, porque para que ele
efetivamente participe da sociedade precisa desenvolver habilidades leitoras. Escolhemos
como objeto de nosso trabalho os gêneros textuais, não apenas porque são referências
obrigatórias nos documentos oficiais, mas porque nos comunicamos por eles e é por eles
que participamos das mais diferentes práticas sociais.
O estudo dos gêneros textuais faz-se necessário já nas primeiras séries do Ensino
Fundamental, pois desde cedo os gêneros fazem parte de nossa vida de forma
significativa. Somos submetidos em nosso cotidiano à diversas formas de comunicação,
como por exemplo; quando lemos um jornal, recebemos um convite pra uma festa ou até
mesmo quando um adulto lê uma história para uma criança. Tudo isso contribui para o
processo de letramento crítico desses alunos de 5ªsérie por meio do desenvolvimento de
uma sequência didática com gêneros epistolares.
Partindo desse pressuposto ,o objetivo deste artigo é apresentar os resultados da
implementação de um projeto de leitura e de escrita com gêneros epistolares, a partir do
livro “O Carteiro Chegou”, de Janet e Alan Ahlberg, para educando de 5ª série do Ensino
Fundamental.
2 Fundamentação Teórica
Na ordem social atual, ser leitor e produtor textual competente é muito mais do que
codificar ou decodificar uma mensagem; trata-se de ser capaz de produzir e atribuir
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sentido, agindo socialmente através da linguagem. Essa ideia vem apoiada pelos
documentos oficiais que norteiam o ensino de língua portuguesa nas escolas.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), na área de Língua Portuguesa, no
final do século passado, por exemplo, apresentaram à escola a concepção sócio
interacionista de linguagem, baseada, principalmente na Teoria da Enunciação de Bakhtin,
a qual valoriza o trabalho coletivo, a historicidade da língua e concebe a linguagem como
“uma açao orientada para finalidade específica (...) que se realiza nas práticas sociais
existentes, nos diferentes grupos sociais, nos distintos momentos da história” (BRASIL,
1998, p. 20).
Nessa perspectiva:
A verdadeira substância da língua é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas nem pela enunciação monológica isolada, nem pelo ato psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social da interação verbal, realizada através da enunciação ou das enunciações. A interação verbal constitui assim a realidade fundamental da língua (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1993, p.123).
Com base nessa concepção de linguagem, se faz necessário que o ensino de
língua portuguesa seja ressignificado nas escolas. Segundo as Diretrizes Curriculares da
Educação Básica de Língua Portuguesa (PARANÁ, p.47,48):
Considerando o percurso histórico da disciplina de Língua Portuguesa na Educação Básica brasileira, e confrontando esse percurso com situação de analfabetismo funcional, de dificuldade de leitura compreensiva e produção de textos apresentadas pelos alunos é segundo os resultados de avaliações em larga escala e, mesmo, de pesquisas acadêmicas é as DCE de Língua Portuguesa (2008), requerem, neste momento histórico, novos posicionamentos em relação às práticas de ensino; seja pela discussão crítica dessas práticas ou envolvimento direto dos professores na construção de alternativas.
Conforme citado nas Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa ( Doravante
DCEs (p.49):
Uma concepção de linguagem que não se fecha “na sua condição de sistema de formas(...), mas abre-se para a sua condição de atividade e acontecimento social, portanto estratificada pelos valores ideológicos”(RODRIGUES, 2005, P.156).
Dessa forma, a linguagem é vista como fenômeno social, pois nasce da
necessidade de interação (política, social e econômica), entre os homens. Tendo como
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base teórica as reflexões do Currículo de Bakhtin para fundamentar este projeto a
respeito da linguagem, defendemos que: é por meio da linguagem que o homem se
reconhece como humano, pois pode se comunicar com os outros homens e trocar
experiências. A linguagem verbal é, dentre as formas de expressão e comunicação, a
mais utilizada pelo homem. Pode-se afirmar, mesmo, que todas as linguagens humanas
são repassadas pela palavra.
Para dar conta dessas dificuldades apresentadas pelos alunos, nas Diretrizes
Curriculares Nacionais do Paraná (2008), as práticas de linguagem entendida como a
leitura, a produção textual e a análise linguística, são vistas como pontos centrais do
trabalho pedagógico. Para alcançar tal objetivo, é importante ressignificar metodológica e
teoricamente o trabalho com a língua portuguesa. Se o trabalho com a língua deve
considerar as práticas linguísticas que o aluno traz ao ingressar na escola, é preciso que,
a partir disso, seja trabalhada a inclusão dos saberes necessários ao uso da norma
padrão e acesso aos conhecimentos para os multiletramentos, a fim de constituírem
ferramentas básicas no aprimoramento das aptidões linguísticas dos estudantes.
É tarefa da escola, portanto, possibilitar que seus alunos participem de diferentes
práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a finalidade de inserí-
los nas diversas esferas de interação. Se a escola desconsiderar esse papel, o sujeito
ficará a margem dos novos letramentos, não conseguindo se construir no âmbito de uma
sociedade letrada. Portanto, para dar conta dessa tarefa, devemos, como professores,
trabalhar com diversidade textual, com diferentes suportes e diferentes esferas sociais,
possibilitando que o texto seja lugar dos questionamentos e leituras múltiplas.
O grande problema que nos deparamos em sala de aula e que é, na verdade, o
baixo letramento de nossos alunos. Quando alguém sabe ler, mas não consegue
compreender sequer textos curtos, esta pessoa pode ser alfabetizada, mas seu nível de
letramento é baixo. Segundo Pietri (2007), o letramento é o grande responsável para o
sucesso ou não da relação do aluno com o texto na escola. E esse nível pode aumentar
na medida em que a pessoa vai tendo contato com diferentes materiais de leitura. Dessa
maneira:
Alfabetizado é o indivíduo que sabe ler e escrever, já o indivíduo letrado, o indivíduo que vive em estado de letramento, não é só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica socialmente a leitura e a escrita, responde as demandas sociais da leitura e da escrita.
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(SOARES, Magda, 2009, p.40) De maneira geral, durante o período da industrialização, a alfabetização ocorreu
separando os indivíduos dos usos sociais da escrita, numa prática descontextualizada das
práticas sociais cotidianas.
À medida que novas condições sociais passam a exigir o uso da leitura e da
escrita, novas necessidades se configuram: ler e escrever não podem ser apenas
habilidades de decodificação e decodificações, é preciso usá-las efetivamente na vida
diária. Ora, levar o aluno a participar efetiva e plenamente das práticas sociais diárias
exige o uso da leitura e da escrita nos diferentes gêneros (KLEIMAN, 1995). Segundo a
autora, a alfabetização é a área que trata da aquisição da leitura e da escrita, mas com os
estudos sobre o seu impacto social é que surgiu o termo letramento.
É na escola, a agência de letramento por excelência de nossa sociedade, que
devem ser criados espaços para experimentar formas de participação nas práticas sociais
letradas e, portanto, a autora acredita também na pertinência de assumir o letramento, ou
melhor, os múltiplos letramentos da vida social, como objetivos estruturante do trabalho
escolar em todos os ciclos.Com isso, os estudos do letramento nos mostram, que é muito
importante para reflexão curricular, que os eventos de letramento exigem a mobilização
de diversos recursos e conhecimentos.
Kleiman (1995) define letramento como o conjunto de práticas sociais que usam a
escrita enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos e
para objetivos específicos. Já Soares (apud LEITE, 2001, p. 27), em estudo mais recente,
definiu letramento como resultado da ação de ensinar ou aprender a ler e a escrever, ou
seja, o estado ou a condição que adquire um grupo social ou indivíduo como
consequência de ter se apropriado da escrita. Para Soares (op.cit.), essas práticas têm
efeito sobre os indivíduos e os diferenciam daqueles que não têm acesso às referidas
práticas. Segundo a autora “o que muda no indivíduo que apresenta um bom nível de
letramento é o seu lugar social, ou seja, muda a sua forma de inserção cultural na medida
em que passa a usufruir de uma outra condição social e cultural”(1998. p.14).
Ainda seguindo Soares (1998, p.15), há que se identificar no conceito de
letramento as dimensões social e individual. A dimensão individual relaciona-se com as
habilidades individuais, presentes na leitura e na escrita, envolvendo, desde o domínio do
código até a construção do significado de um texto. Já na dimensão social, letramento é
um Fenômeno cultural referente a um conjunto de atividades sociais que demandam o
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uso da escrita. Para a autora, esta dimensão social ainda pode ser compreendida por
duas perspectivas: a perspectiva revolucionária ou radical, que vê o letramento como um
conjunto de práticas socialmente construídas (de leitura e escrita) e que visa transformar
as práticas sociais injustas, determinadas social e culturalmente. A perspectiva
progressista ou liberal define o letramento como habilidades necessárias para que o
indivíduo funcione adequadamente em um contexto social.
Assumir o letramento como objetivo do ensino, no contexto dos ciclos escolares,
implica adotar uma concepção social da escrita, em contraste com uma concepção de
cunho tradicional que considera a aprendizagem de leitura e produção textual como a
aprendizagem de competências e habilidade de leitura é de suma importância no
processo ensino-aprendizagem. Mas ler não é um ato que dependa apenas do aluno , na
verdade a leitura especialmente a crítica pressupõe um ensino intencionalmente
organizados. Conteúdos esses não apenas linguísticos mas também procedimentais que
auxiliam não apenas as disciplinas de Língua Portuguesa mas todas as demais.
Com o objetivo de contribuir para o processo de letramento crítico, este projeto
desenvolve uma sequência didática com gêneros epistolares e atividades individuais. E o
letramento como prática deve tomar como objeto de ensino a língua como viva, dinâmica,
os usos que dela se fazem, o seu caráter dialógico. Na prática de sala de aula, o
letramento vem materializado pelo trabalho com os mais variados gêneros discursivos.
Para Bakhtin (1992), os gêneros do discurso, são tipos relativamente estáveis de
enunciados constituídos historicamente e que mantém uma relação direta com a
dimensão social. Quanto aos gêneros:
Trata-se de formas relativamente estáçeis tomadas pelos enunciados em situações habituais, entidades culturais intermediárias que permitem estabilizar os elementos formais e rituais das práticas de linguagem. [...] Assim, os gêneros, enquanto formas historicamente cristalizadas nas práticas sociais, fazem a mediação entre a prática social ela própria e a atividade de linguagem dos indivíduos. (ROJO, 2002, p. 6)
Para Rojo, os locutores sempre reconhecem um evento comunicativo, uma prática
de linguagem, como instância de um gênero. Segundo a autora, este funciona como um
modelo comum, como uma representação integrante que determina um horizonte de
expectativas para os membros de uma comunidade confrontados com as mesmas
práticas de linguagem. Como tipos estáveis, podem ser referências fundamentais para a
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construção das práticas de linguagem.
Bakhtin (apud ROJO, 2000), apresenta três dimensões constitutivas para os
gêneros do discurso: 1. os temas - são os conteúdos, as ideias, que se tornam possíveis
de dizer através do gênero; 2. a forma composicional - são as estruturas semelhantes que
definem determinado gênero; 3. o estilo - são traços da posição enunciativa do locutor e
também da forma composicional do gênero.
Essas dimensões constitutivas dos gêneros são determinadas pela situação da
produção dos enunciados e, portanto, gêneros e textos a eles pertencentes não podem
ser compreendidos, produzidos ou conhecidos sem referência aos elementos da sua
situação de produção.
Os gêneros do discurso são construções sociais e históricas; são maleáveis,
dinâmicos, transformam-se e se adaptam às necessidades e atividades sociais e
culturais. Cada gênero tem seu campo predominante da existência, onde é insubstituível,
não suprimindo aqueles já existentes. Cada novo gênero aumenta a influência com os
gêneros de determinada esfera e o seu desaparecimento se dá pela ausência das
condições sociocomunicativas que o engendraram (RODRIGUES, 2005).
Além disso, os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente
vinculados à vida cultural e social. Fruto de trabalho coletivo, eles contribuem para
ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia. São entidades
sociodiscursivas e formas de ação social incontornáveis em qualquer situação
comunicativa. Surgem emparelhados a necessidade e atividades socioculturais, bem
como na relação com inovações tecnológicas, o que é facilmente perceptível ao se
considerar a quantidade de gêneros textuais hoje existentes em relação a sociedade
anteriores.
O trabalho com gêneros, defendido por Bakthin e, mais recentemente por Dolz,
Schenewly, Marcuschi (DOLZ & SCHNEUWLY, 1998; 2004) abre perspectivas mais
eficazes para o trabalho com a linguagem, pois tem como objeto de ensino as ações de
linguagem e as especificidades que envolvem cada uma e o domínio de como a
linguagem funciona em diferentes situações de comunicação, fazendo-se necessário uma
nova prática teórico-metodológica na formação e na ação do professor.
Então, ao se falar de gênero como objeto de ensino e, segundo Rojo (2002), não
meramente os textos ou tipos de texto, fala-se de constituir um sujeito capaz de atividades
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de linguagem que envolve tanto capacidades linguísticas ou linguístico-discursivas, como
capacidades propriamente discursivas, relacionadas à apreciação valorativa da situação
comunicativa. Segundo a autora, é outro modo de se produzir e de se compreender e ler
textos em sala de aula.
No trabalho com a prática da leitura e da escrita, a noção de gênero bakhtiniana
pressupõe o entendimento do contexto de produção no qual os gêneros se originam e se
fixam.
BRONCKART(1999) elenca seis fatores que correspondem às condições
enunciativas que constituem toda produção de linguagem:
(a) Esfera de comunicação: o cenário ou formação social (instituição: escola, empresa,
mídia, família etc., com suas regras e rotinas interacionais em que o texto circula;
(b) Identidade social dos interlocutores: o lugar social de onde falam os parceiros da
interação (professor? Pai? Patrão? Empregado? aluno?). A avaliação que o locutor faz de
si mesmo e dos outros quanto às suas capacidades de ação com e pela linguagem e
quanto às suas intenções na interação. Os traços ou marcas que os interlocutores deixam
das imagens que têm de si mesmo e dos outros nesse contexto particular;
(c) Finalidade: o intuito discursivo da interação, ou seja, a sua intenção nessa interação;
(d) Concepção de referente: o conteúdo temático, o referente de que se fala e como é
julgado/avaliado de interação;
(e) Suporte material: as circunstâncias físicas em que o ato de interação se desenrola
(outdoor, livro didático, jornal impresso/jornal on-line, oral ou escrito).;
(f) A relação interdiscursiva: o modo como se dá o diálogo entre as vozes que circulam na
sociedade: qual é a “voz” (da dona de casa, do político, do religioso) que fala em certas
passagens do discurso (da esfera religiosa, da propaganda ou da política) as vozes que
emergem se confrontam, polemizam entre si ou se confirmam.
O reconhecimento desses elementos, obviamente, deve ser adaptado, ao nível das
crianças e às finalidades das atividades que integrarão as oficinas de leitura. Esses
elementos constituem uma base de orientação para as atividades de leitura e escrita em
sala de aula. Metodologicamente, as sequências didáticas (DOLZ, NOVERRAZ,
SCHEUWLY (2004) tem sido utilizadas como formas de se trabalhar a apropriação dos
gêneros discursivos.
O trabalho com sequência didática pressupõe a elaboração de um conjunto de
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atividades pedagógicas ligadas entre si, planejadas para ensinar um conteúdo etapa pré-
etapa. A organização das atividades em sequência tem o objetivo de oportunizar aos
alunos o acesso a práticas de linguagens tipificadas, ou seja, de ajudá-los a dominar os
diversos gêneros textuais que permeiam nossa vida em sociedade, preparando-os para
saberem usar a língua nas mais variadas situações sociais, oferecendo-lhes instrumentos
eficazes para melhorar suas capacidades de ler e escrever (Dolz, Noverraz &
Schneuwly,2004).
A aplicação desta metodologia permite explorar as características do modelo
didático, um conjunto de ideias e formas de atuação que se relacionam com o
conhecimento escolar, o que se constitui numa preciosa fonte de informações para o
professor acompanhar e orientar os alunos a ler, escrever e explorar diversos exemplares
do gênero estudado. Dessa forma, os alunos dominarão pouco a pouco as características
e serão capazes de formular conhecimentos e produzir o gênero estudado.
O objetivo de uma SD é levar os alunos a se apropriarem (e também a
reconstruírem) uma prática de linguagem sócio historicamente construída. Além disso, em
sua forma de trabalho com o gênero tal como foi concebida. A SD deve oportunizar o
desenvolvimento dos três tipos de capacidades linguísticas mobilizadas no momento da
produção de um texto(DOLZ,PASQUIER & BRONCKART, 1993):
(a) capacidades de ação, ou seja, o reconhecimento do gênero e de sua relação
com o contexto de produção (representações do mundo físico, do estatuto social dos
participantes, o lugar social onde se passa a interação) e a mobilização de conteúdos
prototípicos do gênero;
(b) capacidades discursivas, ou seja, o reconhecimento do plano textual de cada
gênero, os tipos de discurso e as sequências presentes;
(c) capacidades linguístico-discursivas, isto é, o reconhecimento e a utilização das
unidades linguístico-discursivas pertencentes e inerentes a cada gênero para a
construção do significado global. Estas últimas envolvem o gerenciamento das operações
de textualização, isto é, do estabelecimento da coesão verbal (tempos verbais) e nominal
(referências anafóricas); o gerenciamento das diferentes vozes presentes no texto e a
expressão de modalizações as construções dos períodos e os itens lexicais.
É importante ressaltar que a SD deve estar articulada a um projeto de
comunicação claramente definido que atenda às necessidades da escola e da turma.
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3 Metodologia
Este projeto de Intervenção Pedagógica foi apresentado à Direção e Equipe
Pedagógica e destinado aos educandos de 5ª série do Colégio Estadual de Iporã - Ensino
Fundamental, Médio e Profissionalizante. Os educandos fizeram parte diretamente do
Projeto. O instrumento metodológico escolhido foi a sequência didática que foi trabalhada
em diversas oficinas ou momentos distintos. Dessa maneira, trabalhou-se:
Oficina 1
Dando inicio a primeira oficina foi realizado um comentário a respeito dos contos
infantis tradicionais como: Cachinhos Dourados e os três ursos; Branca de Neve e os
Sete Anões; João e o Pé de Feijão; Cinderela e Chapeuzinho Vermelho.
Alguns alunos sabiam e contaram oralmente a história outros diziam não lembrar.
Este foi um momento muito favorável para desenvolver a oralidade dos alunos. Logo após
foi exibido filmes dos contos infantis.
Oficina 2
Na segunda Oficina, proposta de Leitura compartilhada do livro “O Carteiro
Chegou” de Janet e Alan Ahlberg, demonstrando de forma lúdica o papel do carteiro (O
professor destacou o papel do carteiro na sociedade). Nesse momento refletimos sobre
importância profissão do carteiro) . Reconheceram os tipos de gêneros epistolares
encontrado no Livro citado, visando a apropriação dos gêneros cartas, panfleto e cartão
postal. E a leitura de um texto que falava sobre o dia do carteiro. Enfim trabalharam
atividades de compreensão e interpretação referente ao texto.
Oficina 3
Nessa Oficina era de conhecer e diferenciar os tipos de cartas. (Carta de pedido de
desculpas, cartas comerciais com diferentes propósitos (carta de comunicação de
publicação de livro e carta de comunicado de despejo). Realizamos atividades de
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compreensão e interpretação de textos, em especial, visando apropriação dos gêneros
carta. Discutimos por meio da leitura dos gêneros os elementos principais do contexto de
produção praticando o reconhecimento do objetivo das cartas e de seus destinatários por
meio de um quadro comparativo entre eles. E escrever um registro diferenciado das três
cartas trabalhadas.
Oficina 4
Nessa Oficina, foi realizada a leitura crítica da Reportagem Recados do passado
que retrata como as pessoas trocavam mensagens em diferentes épocas.Hoje elas são
brinquedos, mas há 2500 anos os chineses usavam as pipas para mandar recados.
Durante as guerras, eles combinavam códigos por meio de cores, desenhos e
movimentos no ar. Então, empinavam pipas para avisar aos exércitos a posição dos
inimigos, pedir ajuda e enviar todo tipo de aviso recreio (nº 420,27/03/08).
Oficina 5
Nessa Oficina, foi analisada a carta, sua intencionalidade e estrutura. Leitura do
panfleto encontrado no livro “O Carteiro Chegou” destinado à bruxa malvada, e
reconheceram seus elementos de contexto de produção. Em seguida conheceram o
gênero cartão postal e cartão de aniversário, trabalharam o contexto de produção.
Oficina 6
Nessa oficina realizaram um debate oral sobre algumas possibilidades de gêneros
e de situações para a carta e produzir uma nova carta (em grupos) a ser levada pelo
carteiro para uma personagem conhecida de contos infantis, a fim de continuar o
processo de intertextualidade inter-gêneros. Depois a cartas foram expostas na sala de
aula.
Como seria impossível em um artigo apresentarmos os resultados de todas as
oficinas, delimitamos nossa análise na oficina 2 que teve como objetivo fazer uma leitura
reflexiva do livro “O Carteiro Chegou” de Janet & Allan Alhberg, bem como apresentar os
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gêneros epistolares.com isso, houve a pretensão de que os educandos expandissem
seus conhecimentos e aperfeiçoassem suas ações, estimulando sua autonomia,
curiosidade e espírito crítico, criativo e comunicativo.
4 Resultados e Discussões
Conforme dito anteriormente abordaremos o desenvolvimento da oficina 2 porque
o educando da escola pública, em geral, tem pouco contato com a leitura em seu
ambiente familiar e apresenta na escola dificuldades de aprendizagem decorrente dessa
carência, temos, como educadores, de envolvê-los no mundo da leitura, para que ele
efetivamente participe da sociedade precisa desenvolver habilidades leitoras. Exatamente
por isso essa Produção didática se justifica, no sentido de contribuir com o letramento
crítico do aluno. Escolhemos como objeto de nosso trabalho os gêneros textuais, não
apenas porque são referências obrigatórias nos documentos oficiais, mas porque nos
comunicamos por eles e é por eles que participamos das diferentes praticas sociais.
Antes de iniciar a implementação do projeto os alunos receberam uma carta das
mãos do carteiro anunciando a chegada do projeto, todos ficaram muito curiosos e não
viam a hora de começar as atividades.3
3 http://4.bp.blogspot.com/_fzVch-nO3co/S8kKRBBoZ0I/AAAAAAAAAiM/9OXnfFdqVtw/s1600/o-
carteiro-thumb9534568.jpg
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Fonte: http://contracapa1.files.wordpress.com/2008/10/carteiro.jpg?w=200&h=155
Para iniciar o trabalho foi apresentado O livro “O Carteiro Chegou” que contém
diversos contos e traz um carteiro como personagem principal que realiza a sua tarefa
entregando cartas para destinatários que são personagens das histórias dos contos
infantis tradicionais. Assim dentro do suporte envelope são anexados a ele, contexto de
produção de gêneros em sua maioria epistolares, com diferentes propósitos
comunicativos como: Carta de pedido de desculpas; Panfletos de propaganda; Cartão
Postal; Carta de Comunicação de publicação de livros; Carta de comunicado de despejo;
Cartão de aniversário. Todos com objetivos e direcionando a um remetente, destinatário.
O livro, que é todo contado em rimas, vem cheio de cartas de verdade, postais,
livrinhos e convites, com envelopes e tudo.
Como recursos didáticos foram apresentados vídeos dos contos infantis. Neste
trabalho, observamos que o uso do vídeo, interagido com as histórias lidas dos contos
infantis, fez com que os alunos debatessem e discutissem de forma crítica e criativa. Por
meio das atividades pudemos perceber que os alunos alcançaram o objetivo no decorrer
do trabalho.
Em seguida foi proposta atividades de compreensão e interpretação de textos,
visando à apropriação dos gêneros carta, panfleto, cartão postal e cartão de aniversário,
apresentado no livro.
Para Bakhtin(1992), os gêneros do discurso, são tipos relativamente estáveis de
enunciados constituídos historicamente e que mantêm uma relação direta com a
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dimensão social.
Em outra aula realizamos atividades escritas referentes ao livro “O Carteiro
Chegou” visando ampliar o conhecimento do aluno a respeito dos Genêros epistolares.
ATIVIDADE 1
1) Quais os tipos de correspondências você encontrou na leitura do livro “O
Carteiro Chegou”?
2) Você já escreveu algum tipo destas correspondências citadas no Livro “O
Carteiro Chegou”? Qual? Para quem? Sobre o que?
3) Como se manda uma carta? E como ela chega na minha casa?
4) Em sua opinião, é comum ainda hoje recebermos carta familiar ou de namorado
pelo correio?
5) Que tipo de correspondência os carteiros costumam entregar nos dias de hoje?
6) Fotografar algumas caixas das casas onde o carteiro coloca as
correspondências e pesquisar e trazer algumas imagens de caixa de correio diferentes.
Por meio de questionário inicial, os alunos puderam fazer leitura , avaliação e
reflexão. Sobre seu entorno e a partir disso, sendo possível fazer um levantamento das
suas percepções em relação a leitura do livro e com a escrita. Assim, foi possível detectar,
por meio de debates e das respostas, que muitos sabem a importância da leitura no seu
dia a dia.
Segundo Hila, entende-se que o reconhecimento do gênero, para depois a sua
apropriação no âmbito da escrita/oralidade, o mais próximo possível do seu local de
circulação, é o primeiro passo para a produção de aulas de leitura (e também da
escrita),com vistas ao desenvolvimento da leitura crítica do aluno (HILA, 2009)
Desta forma solicitamos aos alunos que fizessem a leitura dos Gêneros epistolares
referente ao livro “O Carteiro Chegou” como: carta, cartão-postal, panfleto e cartão de
aniversário.
CARTA FAMILIAR OU PESSOAL: é um texto utilizado para comunicação com
amigos e familiares. E elaborada por um remetente e enviada a um destinatário.
PANFLETO: é um meio de divulgação de uma ideia ou marca, feito de papel e de
fácil manuseabilidade.
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CARTÃO-POSTAL: é uma simplificação da carta. Trata-se de um pequeno
retângulo de papelão fino, com a intenção de circular pelo Correio sem envelope, tendo
uma das faces destinada ao endereço do destinatário, postagem do selo, mensagem do
remetente e na outra de alguma imagem.
CARTÃO DE ANIVERSÁRIO: é uma maneira de informar as pessoas onde
realizará determinada festa, com local e data do aniversariante. Em seguida a
professora aplicou o conceito de cada gênero Carta, panfleto ‘cartão postal e cartão de
aniversário os alunos desenvolveram uma atividade oral destacando os objetivos e a
finalidade de cada gênero
E seguida fizeram a leitura do texto abaixo para reforçar o gênero e sua função
social.
Dia do Carteiro 25 de Janeiro
Os passos são milhares, mas a missão é uma só: precisão!
Assim é a vida do carteiro, cujo trabalho começa cedo e pouco importa as
condições do clima.
Faça chuva ou faça sol lá vai ele, pelas ruelas, pelos becos, pelas avenidas em
todas as partes, levando consigo aquela sacola pesada e repleta de mensagens de todos
os tipos.
Já foi bem mais famoso nos tempos em que não tínhamos a internet e muito
menos a facilidade e o imediatismo do e-mail.
Mas continua sendo romântico mandar uma carta pelo correio, com aquele papel
bem escolhido, aquelas mal traçadas linhas, aquele envelope com as cores do país e o
selo postal dando o toque especial das cores.
Felicidade de quem recebe e vê a curiosidade não perder tempo em abrir o
envelope e ler o que lá está escrito.
Poucos o fazem hoje, mas os carteiros seguem sua rotina, de norte a sul
embrenhando-se no turbilhão dos dias com esta tarefa sublime.
Cartas, carteiros e selos postais tem tudo em comum e interligam-se neste
contexto fantástico que, mesmo diante da tecnologia os mantém na ativa para a felicidade
de muita gente.
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Em 1663 foi criada no Brasil a função de Correio-Mor, nome dado aos carteiros
daqueles tempos. O patrono dos Correios é o carteiro Paulo Bregaro, que levou em 1822
ao príncipe D. Pedro I as noticia de Portugal que culminaram na Independência do Brasil.
De lá para cá, muita coisa mudou na vida dos carteiros, desde o uniforme até a
inclusão de meios de transporte que garantem mais velocidade e agilidade na entrega.
Vida de carteiro não é moleza! Além do trabalho árduo, enfrentam todos os dias os
cães, decididos em mostrar os dentes e muitas e muitas vezes mostrar que são afiados.4
Após a leitura os alunos responderam as seguintes questões:
1. Que dia comemoramos o dia do carteiro? Como é a vida do carteiro?Como era o
nome do Patrono dos Correios?
2. Complete as frases abaixo conforme o texto acima.
a. Quando não tínhamos........................., e o emediatismo do...................o
carteiro era bem mais famoso, por entregar as cartas.
b. Mas continua sendo........................mandar uma..................pelo..........,com
aquele bem escolhido, aquelas .........traçadas..............., aquele..................com
as cores do .................e o .............................dando o que................das.............
Foi muito importante o reconhecimento dos gêneros epistolares, porque os gêneros
textuais se materializam em situações comunicativas do cotidiano do aluno. Eles puderam
perceber que os gênero textual se dá de forma dialógica e comunicativa.
5 Conclusão
Levar adiante as atividades propostas no projeto “O carteiro Chegou” foi envolver-
se numa proposta de trabalho que visava o desenvolvimento de capacidades linguístico-
discursivas que pudessem fortalecer a competência leitora dos sujeitos envolvido no
projeto O intuito do projeto foi de oferecer a oportunidade, ao aluno, de trabalhar tanto
com a leitura como com a escrita em seu uso cultural mais autêntico sem forçar a criação
4 Dia do carteiro- Portal São Francisco Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/janeiro/25-dia-do-carteiro-5.php >Acesso em 06 de jul 2011)
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de um gênero que apenas circulasse em seu universo escolar. Ele foi estimulado a
apropriar da leitura e escrita como forma de interlocução, como atividade discursiva.
As atividades contribuíram para o processo de letramento crítico por meio do
desenvolvimento de uma sequência Didática com gêneros epistolares. Os alunos
Desenvolverem o hábito e gosto pela leitura através da ressignificação de contos infantis
tradicionais foi possível Produzir textos e se apropriar dos gêneros, cartas, bilhetes e
convites. Com esses conhecimentos os educandos expandir os seus conhecimentos e
aperfeiçoarem suas ações, estimulando sua autonomia, curiosidade e espírito crítico,
criativo e comunicativo, a fim de exercerem o papel de cidadãos na sociedade letrada
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