secretaria de estado da educa - … · abordagens pedagógicas, ... uma cópia do texto educação...
TRANSCRIPT
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO -SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SEED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
PROGRAMA DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Titulo: Educação Física Escolar: a percepção dos alunos do primeiro ano do Ensino
Médio de uma escola pública.
Autor: Tânia Basso Barboza
Disciplina da área: Educação Física
NRE: Ponta Grossa
Escola de implementação: Colégio Estadual Dr Claudino dos santos
IES: UEPG
Professor orientador: Milton Anfilo
Público alvo: alunos do 1º ano Ensino Médio
RESUMO: Este trabalho será implementado no Colégio Dr Claudino dos Santos,
com a finalidade de identificar como a Educação Física vem sendo percebida pelos
alunos que chegam ao Ensino Médio. O mesmo está divido em 3 fases: a primeira
delas refere-se a um questionário que vai fornecer dados de como os alunos veem
compreendendo a disciplina. A 2ª parte consta de aulas com diferentes temas e
abordagens pedagógicas, com o intuito de proporcionar uma visão mais ampla e
elaborada da Educação Física e finalizando será aplicado um novo questionário, a
fim de identificar se houve alguma mudança na forma de eles perceberem,
compreenderem a Educação Física.
Palavras- chave: percepção, opinião , cultura corporal, Educação Física
APRESENTAÇÃO
Esta Unidade Didática busca contribuir com a legitimação da Educação Física
enquanto componente curricular obrigatório da base nacional comum da educação
básica, previsto na LDB/96.
Acreditando que, para o avanço e a valorização da educação física, faz-se
necessário o uso de metodologias diferenciadas que propiciem alternativas de
trabalhos com todos os conteúdos estruturantes. São eles, os jogos e brincadeiras,
lutas, ginástica, esportes e dança. Esses conteúdos identificam e firmam a
Educação Física enquanto componente curricular e área do conhecimento.
Diante das inúmeras manifestações da cultura corporal e suas diversas
possibilidades de trabalho na escola, acredita-se que não se deve escolher este ou
aquele conteúdo, privando o aluno do acesso ao conhecimento das demais
informações sobre a cultura corporal.
Mas, observa-se que, de modo geral o esporte tem lugar privilegiado na
escola. Não cabe aqui, negar a hegemonia deste Conteúdo Estruturante, mas, cabe
ao professor incluir no seu plano de trabalho a riqueza das outras formas das
manifestações corporais, contribuindo assim, com o desenvolvimento integral do
estudante.
Esta Unidade Didática busca apontar algumas possibilidades de trabalho
com os alunos do primeiro ano do Ensino médio na disciplina de Educação Física, à
partir da análise de como eles percebem a disciplina.
Assim, propomos atividades com todos os Conteúdos Estruturantes da
Educação Física que são: a dança, esporte, lutas, ginástica, jogos e brincadeiras
oportunizando ao aluno, novas vivências, onde este, poderá se apropriar, criar e
recriar tais conteúdos.
Tal proposta poderá oferecer aos professores, alguns recursos e
metodologias diversificadas, onde, poderão ser usados nos diferentes espaços
escolares. Pois, se sabe das dificuldades que o professor tem com relação a esses
espaços e materiais de um modo geral. Portanto, estas são atividades que poderão
facilmente ser adaptadas às condições e realidades de cada escola.
Desta forma busca-se um novo olhar para a Educação Física e seus
conteúdos, estudados na cultura corporal, valorizando-a nas suas inúmeras
possibilidades de manifestação dessa cultura, ampliando o seu enfoque educativo,
tornando a disciplina mais significativa aos alunos, contribuindo para sua
legitimação como componente curricular.
ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
O presente estudo será precedido por um questionário, que tem a finalidade
de analisar como o aluno do primeiro ano do Ensino Médio compreende a disciplina
de Educação Física.
A seguir serão feitas algumas atividades com questões que explicarão os
objetivos e as finalidades da Educação Física no Ensino Médio de acordo com as
Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná.
Os alunos vivenciarão pelo menos uma atividade de cada um dos conteúdos
estruturantes da disciplina de Educação Física.
Cada uma das atividades será acompanhada das devidas orientações para
uma melhor compreensão da sua forma de utilização.
MATERIAL DIDÁTICO
Atividade 1.
- Apresentar para os alunos o projeto Educação Física Escolar: a percepção dos
alunos de primeiro ano do Ensino Médio de uma escola pública.
- Entregar para cada um deles uma cópia do questionário( anexo 3) e pedir que
respondam as questões.
Atividade: 2
Pedir aos alunos que escrevam em uma folha de papel, a palavra que vier em sua
cabeça quando falamos em aula de Educação Física.
Em seguida, todos falarão à palavra que escreveram e o professor deverá
anotar no quadro todas elas.
Analisar junto com eles as palavras que estão no quadro. Por exemplo:
Bola Saúde Diversão Jogo Exercício
Bola Saúde
Bola
O professor deverá fazer as seguintes perguntas:
• Será que a educação física é jogar bola?
• Será que a educação física é cuidar da saúde?
• Será que educação física é um exercício?
E assim, comentar todas as palavras que foram elencadas pela turma. Deixar
que reflitam e participem dando as suas opiniões .
Atividade 3
Cada aluno deverá receber uma cópia do texto Educação Física Escolar: uma
proposta de diretrizes pedagógicas que está em anexo 1.
O professor então, juntamente com os educandos, fará uma leitura com as
explicações e comentários necessários para um melhor entendimento do assunto.
Atividade 4:
Após a leitura deverão ser formados grupos de três ou quatro alunos e pedir que
respondam as seguintes questões:
1. O que você entendeu sobre cultura corporal?
2. Você concorda com a visão do autor sobre as finalidades, as tarefas da
Educação Física?
3. Vocês acabam de sair do Ensino Fundamental para o Médio. Leiam o trecho
que o autor se refere a esta nova fase de escolaridade e dê sua opinião.
- Cada grupo deverá apresentar as suas respostas.
ATIVIDADES SOBRE OS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
CONTEÚDO ESTRUTURANTE- DANÇA
Dançar é uma das formas mais antigas de expressão do homem. Com o
passar dos tempos, a dança recebeu influências da tradição e cultura de cada povo.
São muitas as formas de dança na atualidade como, por exemplo: dança
moderna, dança contemporânea, danças folclóricas, dança popular, balé entre
outras.
O Brasil possui uma rica e diversificada forma de manifestação dessa cultura
corporal, no entanto, de acordo com o Livro Didático de Educação Física (2005,
p.203), a dança é um elemento importante na nossa cultura, mas apesar disso,
pouco integra o cotidiano escolar.
Para as Diretrizes Curriculares (2008, p.70), são muitas as possibilidades de
tratar a dança na escola. Citaremos apenas algumas delas:
*Superação do limites e das diferenças corporais;
*Aprofundamento da conscientização crítica e reflexiva sobre seus significados;
*Compreensão do contexto em que estamos inseridos;
*Uso exacerbado da técnica;
* Problematização da erotização do corpo, etc.
É importante que os professores reconheçam a dança como elemento de
grande significado para a disciplina da Educação Física escolar, por sua contribuição
no desenvolvimento da criatividade, da sensibilidade, expressão corporal, da
cooperação, entre outros.
Atividade1
Dança Circular.
Os alunos deverão realizar uma pesquisa feita em casa, sobre dança circular
(história, objetivos, tipos).
O professor utilizando a TV pendrive, apresentará o vídeo sobre dança circular.
Matéria sobre Dança Circular publicada no Programa Alternativa Saúde. Disponível
em: <site WWW.diaadiaeducacao.pr.gov.br .>. Acesso em: 03/09/2012.
Como sugestão, os alunos podem assistir os vídeos: Dança Circular Irlandesa -
Irish Mandala ou dança circular " Shetland Wedding Dance" dança de origem
escocesa dançada em casamentos. Estes vídeos estão disponíveis no youtube.
Neste caso, escolheremos a dança circular Irish Mandala. Após assistirem o
vídeo, para uma melhor compreensão dos passos, os alunos com a ajuda do
professor deverão vivenciar a mesma na prática.
Após a aula, fazer os seguintes comentários:
-Sentiram alguma dificuldade?
- Um dos objetivos da dança circular é a integração do grupo. Isso ocorreu entre
vocês?
- Por que não dançamos na escola?
Deixar que falem.
CONTEUDO ESTRUTURANTE - ESPORTE
As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná apontam os esportes como
uma atividade teórica - prática e um fenômeno social que, podem ser abordados e
utilizados também como aprendizado para o lazer, aprimoramento da saúde e como
integração social.
É necessário que se faça uma reflexão crítica sobre o esporte para que o
mesmo não seja usado apenas como reforço do individualismo e da competitividade.
A cobrança exagerada na técnica, no desempenho máximo e na competição,
faz do esporte escolar um forte potencial de exclusão para alguns alunos, pois,
valoriza apenas os mais fortes, os mais ágeis, que se sobressaem sobre os
primeiros que acabam desmotivados por não possuírem tais habilidades exigidas
para a prática da modalidade.
A Educação Física escolar deve promover o esporte da escola e não, o
esporte na escola. Isto é, permitir ao aluno diferentes experiências e possibilidades
para a prática esportiva, bem como desenvolver uma atitude crítica das inúmeras
modalidades esportivas e do fenômeno esportivo presente na sociedade de hoje.
Os aprendizados das regras, técnicas e táticas esportivas poderão estar
presentes, mas, não se deve limitar o aprendizado nas mesmas.
As técnicas e táticas compõem os elementos que constituem e identificam o
legado cultural das diferentes práticas corporais, por isso, não se trata de
negar a importância do aprendizado das diferentes técnicas e elementos
táticos. Trata-se, sim, de conceber que o conhecimento sobre estas práticas
vai muito além dos elementos técnicos e táticos. Do contrário, corre-se o
risco de reduzir ainda mais as possibilidades de superar as velhas
concepções sobre o corpo, baseadas em objetivos focados no
desenvolvimento de habilidades motoras e no treinamento físico, por meio
das conhecidas progressões pedagógicas. (DCEs, 2008, p,59).
O aluno deverá ser capaz de usar, modificar, criar suas próprias regras para
benefício próprio e do coletivo.
Atividade1:
Esporte Espetáculo:
Ler o capítulo 3 do Livro Didático de Educação Física, “Eu faço Esporte ou
sou usado pelo Esporte”?
Promover um debate entre grupos de 4 alunos, em seguida cada grupo
expoêm suas idéias para o grande grupo.
Cada aluno deve registrar numa folha de papel sua opinião sobre o tema, no
mínimo de 10 linhas.
Atividade 2:
Futsal cooperativo.
De acordo com o livro Didático de Educação Física “O esporte escolar deve
estar caracterizado como Esporte Educação e não como Esporte na Escola.” Deve
despertar no aluno prazer e interesse de forma educativa.
Vamos jogar o futebol de forma cooperativa.
Descrição da atividade;
Alunos em duplas (cinco ou seis duplas) em cada time de mãos dadas,
vivenciar o jogo de futsal.
Os goleiros também devem ser duplas e estar de mãos dadas.
Regras:
Regras simplificadas do futsal;
A dupla que soltar as mãos comete falta.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE –LUTAS
As lutas sempre estiveram presentes na história da humanidade. Seu
surgimento esteve sempre vinculado a fatores econômicos, políticos e culturais,
além de alguns povos a considerarem como sabedoria de vida.
Ao longo dos anos as funções das lutas passaram por muitas transformações,
como afirmam as DCES ( pg.69 ), “ as lutas se distanciaram, em grande parte, da
sua finalidade inicial ligada às técnicas de ataque e defesa, com o intuito de
autoproteção e combate militares, no entanto, ainda hoje se caracterizam como uma
relevante manifestação da cultura corporal”.
As lutas fazem parte dos Conteúdos Estruturantes da disciplina da Educação
Física que foram construídos historicamente pela humanidade. Portanto, devem ser
tratadas na escola como os demais conteúdos da cultura corporal como forma de
ampliar os conhecimentos dos alunos sobre essa cultura.
A técnica é importante para a prática das lutas, o aluno deve ter este
conhecimento, mas, não pode ficar resumida somente a elas. As DCEs colocam
que esse conteúdo, também pode proporcionar valores e princípios essenciais para
a formação do ser humano.
As lutas, assim como os demais conteúdos, devem ser abordadas de
maneira reflexiva, direcionada a propósitos mais abrangentes do que
somente desenvolver capacidades e potencialidades físicas. Dessa forma,
os alunos precisam perceber e vivenciar essa manifestação corporal de
maneira crítica e consciente, procurando, sempre que possível, estabelecer
relações com a sociedade em que vive. A partir desse conhecimento
proporcionado na escola, o aluno pode, numa atitude autônoma, decidir
pela sua prática ou não fora do ambiente escolar.( DCEs, 2008,pg.69 ).
Atividade1:
Os alunos na sala de informática acompanhados pelo professor, deverão pesquisar:
- Conceito de lutas e artes marciais.
- O que diferencia as artes marciais do esporte de combate?
- o que diferencia as lutas das brigas de rua?
- filosofia das artes marciais.
Promover um debate sobre os temas pesquisados.
Atividade2
- Ler o artigo MMA estimula violência? Texto em anexo 2
- Dividir a turma em grupos de 5 alunos.
Simular um juri, onde metade dos grupos defenderá o MMA, e a outra metade será
contra.
- A mediação, assim como questionamentos a respeito do debate, deve ser feita pelo
professor.
Atividade 3:
- Os alunos na sala de informática acompanhados pelo professor, deverão
pesquisar:
- Conceito de lutas e artes marciais.
- Diferença entre desporto e artes marciais.
- o que diferencia as lutas das brigas de rua?
- filosofia das artes marciais.
Promover um debate sobre os temas pesquisados.
Atividade 4:
1. Luta do saci: alunos em dupla, em pé, de mãos dadas, somente com um pé no
chão. Tentam desequilibrar o colega fazendo o mesmo tocar com o pé que não
está apoiado no chão. Vence quem conseguir mais vezes com que o colega
toque o chão. Trocar de duplas a cada 3 minutos - Realizar com 3 duplas, total
aproximado de 10 minutos
2. Luta do sapo - Alunos agachados de cócoras, um vai tentar desequilibrar o outro,
quem sentar ou tocar as mãos no chão perde ponto. Trocar duplas a cada 2
minutos.
3- Luta do jacaré - alunos frente a frente em posição de flexão de braço, um tenta
derrubar o outro, tirando o apoio de um dos braços do colega, provocando a queda.
Ganha quem desequilibrar mais vezes.
4- Cada aluno com uma bexiga amarrada no tornozelo, um aluno tenta estourar a
bexiga do outro com os pés.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE - JOGOS E BRINCADEIRAS
Os jogos fazem parte da história da humanidade, como os Jogos Olímpicos na
antiguidade. Ao longo dos anos os jogos sofreram muitas transformações .
Na atualidade sabe-se da sua importância como um instrumento de ensino
aprendizagem.
Jogos podem ser considerados como uma importante alternativa
educacional por proporcionarem o desenvolvimento das áreas afetiva,
cognitiva, social, linguística, motora e moral, e por contribuírem para
fomentar a criatividade, autonomia, responsabilidade, criticidade e
cooperação dos envolvidos (CAMPOS; BORTOLOTO; FELÍCIO, 2003).
Para as DCEs ( 2008), os jogos e as brincadeiras compõem um conjunto de
possibilidades que interpretam e ampliam a percepção da realidade e possibilitam
aos alunos ao respeitarem seus combinados, o aprendizado de se moverem entre a
liberdade e os limites, estabelecidos por si próprios e pelo grupo.
O jogo além de seu aspecto lúdico, também serve de conteúdo para que se
discuta as possibilidades de flexibilização das regras e da organização coletiva.
Este conteúdo estruturante pode ser abordado de acordo com a realidade
cultural e regional do grupo, valorizando as manifestações corporais próprias desse
ambiente cultural.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais:
Os trabalhos com os jogos e as brincadeiras são de relevância para o
desenvolvimento do ser humano, pois atuam como maneiras de
representação do real através de situações imaginárias, cabendo, por um
lado, aos pais e, por outro, à escola fomentar e criar as condições
apropriadas para as brincadeiras e jogos. Não obstante, para que sejam
relevantes, é preciso considerá-los como tal.
Portanto, o professor nas aulas de Educação Física deve utilizar destas
atividades como uma ferramenta que, através do lúdico, leva o aluno a uma
aprendizagem de forma significativa.
Atividade 1 :
Pesquisar a diferença entre jogos e Esportes
Atividade2:
Escravos de jó.
Os alunos deverão formar uma roda. O professor explica e realiza o jogo
tradicional de escravos de Jó, com pedrinhas ou outro material disponível até que
todos tenham conseguido executar a atividade.
Apresentar algumas variações, como por exemplo, o jogo cooperativo amigos
de Jó.
Letra da música:
Amigos de jó, jogavam caxangá;
Tira, bota, deixa ficar;
Festeiros com festeiros fazem zig zig zá.
Descrição:
Os alunos formam uma roda e desenham com giz no chão um circulo em sua
volta ou ficam dentro de bambolês.
Cada aluno fica dentro do circulo ou bambolê, acompanhando e cantando a
música. A cada letra maiúscula da música, os alunos se deslocam para o circulo ou
bambolê à sua frente.
AMIgos de JÓ joGAVAm caXANgá - serão 4 mudanças de circulo .
Tira, sai do bambolê, bota, entra no bambolê, deixa ficar pausa dentro do
bambolê;
FESTeiros com festEIRSos- andando pelos bambolês,( serão 2 mudanças
bambolês para frente)
fazem zig zig zá - um pé no seu bambolê e outro no da frente, fazendo zig
zig zá.
Quando os alunos após algumas rodadas já estiverem em sincronia, propor
que formem duplas diminuindo os círculos e continua com a mesma orientação
anterior.
Ao término da atividade, sentar com os alunos e perguntar se tiveram
dificuldades, se já conheciam a brincadeira. Propor a eles que em grupos criem
novas formas de realizar a atividade.
ELEMENTO ARTICULADOR - CULTURA CORPORAL E SAÚDE
ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE
Atividade 1:
Frequência cardíaca,IMC, RCQ ( relação cintura/quadril )
São muitos os cuidados que devemos ter com a saúde. Mas, principalmente
temos que pensar na prevenção de doenças para termos uma melhor qualidade de
vida.
Uma das formas de prevenção de doenças é a prática regular de exercício
físico. Os meios de comunicação, mais especificamente a televisão, informam as
pessoas sobre os benefícios do exercício físico regular. Os mais comuns são, por
exemplo:
Previne a osteoporose;
Auxilia na redução de peso;
Controla os níveis de colesterol e diabetes;
Combate a hipertensão arterial, ansiedade estresse, depressão, entre outros.
Porém, deve ficar claro que para termos saúde não basta apenas à prática de
atividade física, pois saúde envolve, além da responsabilidade pessoal com os
exercícios, uma alimentação adequada, políticas públicas e medidas sociais que
atendam as necessidades da população.
É o que nos confirmam as DCEs( 2008, pg.57). “Os cuidados com a saúde não
podem ser atribuídos tão-somente a uma responsabilidade do sujeito, mas sim,
compreendidos no contexto das relações sociais, por meio de práticas e análises críticas
dos discursos a ela relativos”.
Mundialmente se aceita que uma das formas da prevenção de problemas do
sistema cardiovascular e respiratório é melhorar a resistência cardiorrespiratória
através dos exercícios aeróbicos, como a caminhada, andar de bicicleta, natação, e
a corrida.
Para receber os benefícios de um programa saudável, é necessário conhecer
alguns princípios básicos de medidas e cuidados para alcançar os objetivos com
segurança.
A fórmula FIT orienta a prática de qualquer atividade física---Frequência,
Intensidade, Tempo.
De acordo com Guiselini, (1996, pg. 50) a fórmula FIT, é assim entendida:
Frequência- recomenda-se que para conseguir bons resultados nos
exercícios aeróbicos, se deve praticar de 3 a 5 vezes por semana.
Intensidade- 50 a 60% da freqüência cardíaca máxima de treinamento para
pessoas poucos treinadas. De 70 a 80% para pessoas que já se exercitam. Atletas
treinam com intensidades mais elevadas.
Tempo - Recomenda-se entre 20 a 60 minutos dependendo dos objetivos.
Para pessoas sem pretensões atléticas recomenda-se 30 minutos diário.
Atividade 2:
Orientar os alunos para o cálculo do imc. Explicar o seu objetivo.
Realizar a medida da cintura/quadril. ( mulheres ideal menor de 80cm, homens
menor de 94 cm)
Calcular a frequência cardíaca máxima e de treinamento.
*Cálculo da frequência cardíaca de treinamento
(fórmula de Karvonem)
FC Max = 220 – idade
FC de reserva = FC max – RC de repouso
FC de treinamento = (FC de reserva x a % desejada) + FC de repouso.
Os alunos deverão monitorar sua frequência cardíaca de repouso,F C máxima
e sua frequência cardíaca de treinamento. Levar os alunos para que realizem uma
caminhada de aproximadamente 30 minutos, se possível realizar este passeio fora
da escola.
Durante a caminhada medir a frequência cardíaca a cada 8 minutos. Orientar
os alunos a manter a frequência dentro dos resultados da zona de treinamento
individual previsto anteriormente.
No retorno do passeio fazer um alongamento e discutir os resultados
alcançados.
Atividade 3:
O professor deverá definir e exemplificar:
* Aptidão fisica e saúde.
* Exercícios aeróbicos e anaeróbicos.
*Os componentes relacionados à saúde e com habilidades atléticas.
Atividade 4
Os alunos deverão identificar os componentes relacionados à saúde e as
habilidades atléticas.
Descrição da atividade:
*** * *
*
* * *
Equipe x Equipe y
(*cartões com habilidades atléticas e relacionados á saúde)
- Cada equipe deverá atravessar o campo inimigo e pegar os cartões das
habilidades solicitadas pelo professor.
- As duas equipes no centro da quadra uma de costas para a outra, ao sinal correr o
mais rápido possível e trazer os cartões solicitados.
- Solicitar que cada equipe demonstre 3 atividades com componentes relacionadas
à saúde e 3 com algum componente relacionado à habilidade esportiva.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE – GINÁSTICA
A história da ginástica é tão antiga quanto à história da humanidade. As
muitas mudanças por que passou a ginástica , ao longo dos tempos,
colaboraram para o enriquecimento da cultura corporal deste conteúdo.
O Coletivo de Autores (2009, p.76), entende a ginástica:
Como uma forma particular de exercitação onde, com ou sem uso
aparelhos, se abre a possibilidade de atividades que provocam valiosas
experiências corporais, enriquecedoras da cultura corporal da crianças, em
particular , e do homem, em geral.
Para as Diretrizes Curriculares (2008), a ginástica tem como objeto de ensino
as diferentes formas de representação deste conteúdo.
Nas aulas de Educação Física, o professor deve oportunizar a todos o
acesso a esse conteúdo através de movimentos e coreografias criados
espontâneamente pelos alunos, sem contudo, negar a técnica que faz parte da
história da ginástica.
Os alunos por meio da ginástica devem ter condições de descobrir e
reconhecer os limites e possibilidades do seu próprio corpo.
Ainda, segundo as Dces, (2008, pg.67), os alunos devem saber analisar e
questionar os padrões estéticos, bem como o exagero do culto ao corpo e aos
exercícios físicos, e aos modismos presentes nas práticas corporais atuais.
Enfim, a ginástica da mesma forma que os demais conteúdos da Educação
Física, devem ser pensados de acordo com a realidade de cada escola, para que
todos tenham acesso a esse conhecimento.
Atividade 1:
O professor deverá definir ginástica , suas variadas formas e objetivos.
Os Campos de Atuação da Ginástica
1. Ginásticas de Condicionamento Físico: englobam todas as modalidades que tem
por objetivo a aquisição ou a manutenção da condição física do indivíduo normal
e/ou do atleta.
2. Ginásticas de Competição: reúnem todas as modalidades competitivas.
3. Ginásticas Fisioterápicas: responsáveis pela utilização do exercício físico na
prevenção ou tratamento de doenças.
4. Ginásticas de Conscientização Corporal: reúnem as Novas propostas de
abordagem do corpo, também conhecidas por Técnicas alternativas ou Ginásticas
Suaves (Souza, 1992), e que foram introduzidas no Brasil a partir da década de 70,
tendo como pioneira a Anti-Ginástica. A grande maioria destes trabalhos tiveram
origem na busca da solução de problemas físicos e posturais.
5. Ginásticas de Demonstração: é representante deste grupo a Ginástica Geral, cuja
principal característica é a não-competitividade, tendo como função principal a
interação social isto é, a formação integral do indivíduo nos seus aspectos: motor,
cognitivo, afetivo e social.
Atividade 2:
Fazer uma leitura em conjunto, do texto abaixo retirado do Livro Didático de
Educação Física, (2005, p.114).
Espelho, espelho meu... existe alguém mais bela do que eu?...”
Vivemos numa sociedade em que tudo o que está ao nosso redor interfere, de
certa forma, nossos pensamentos e nossas ações. O círculo de amigos, a religião,
as relações sociais, as relações no trabalho, a influência da mídia são alguns dos
fatores que nos tornam o que somos.
Somos sobrecarregados de informações que nos influenciam, e isso se reflete
no modo como nos relacionamos no mundo.
Neste sentido, as diferentes indústrias desenvolvem pesquisas e novas
tecnologias tentando alcançar um número cada vez maior de consumidores.
“Engenharia genética, cirurgia a laser, transplantes, silicones, alimentos
transgênicos esteróides anabolizantes compõem um instrumental contemporâneo
diversificado, que vai redimensionando o corpo numa velocidade espantosa, ao
mesmo tempo em que o torna radicalmente contingente”. (VIRILIO 1996, apud
FRAGA in SOARES, 2004, p. 63)
Assim, pela padronização do consumo, que determina vontades e vaidades,
nós acabamos perdendo uma das características fundamentais do ser humano que
é a singularidade.
As gordurinhas localizadas, as estrias, as celulites, as rugas compõem o rol
de aspectos indesejados que não são bem vistos ao nos referirmos à questão da
aparência. O mercado de consumo, atento a esses aspectos, desenvolve
mecanismos e produtos para satisfazerem as necessidades criadas por essa mesma
lógica de consumo, principalmente para aquelas pessoas que nunca estão
satisfeitas com a própria aparência.
Todas essas supostas imperfeições são alvo de enormes investimentos da
indústria de cosméticos e das academias, que criam variados artefatos, cada vez
mais sofisticados, com o objetivo de adaptar os corpos às exigências da sociedade.
Será que atingir este “ideal” de corpo ditado pela mídia é fácil?
O caminho a ser percorrido por aqueles que almejam o modelo ideal de corpo
não é simples. Ao contrário, exige muita vigilância e sacrifícios numa “árdua rotina
de exercícios” e outros meios artificiais de luta contra a balança e contra o espelho.
Que motivos nos levam a mudar a própria aparência? Até que ponto essa
vontade de mudar é movida por vaidade própria?
Provavelmente, as respostas a estas questões seriam diferentes para homens
e mulheres. Segundo estudo realizado por Vaz (2004), em academias de ginástica
em Florianópolis, as mulheres descrevem as formas corporais ideais da seguinte
maneira: preocupam-se principalmente com o fortalecimento dos membros inferiores
e com o abdome.
Já as respostas a estas questões por parte dos homens referem-se à
constituição (corporal) física bem delineada, ou seja, aqueles homens fortes, do tipo
“saradão”, barriga “tanquinho” ou, em outros termos, homens musculosos com um
volume (tônus) muscular aumentado principalmente nos membros superiores.
Esta imagem “ideal” de corpo, desejada por algumas pessoas, está baseada
exclusivamente na aparência e, para reforçar essa idéia, há várias personalidades
famosas na mídia que têm a sua imagem intensa e constantemente veiculada como
modelo de “corpo perfeito”.
Ainda conforme o mesmo estudo de Vaz (2004), alcançar tais “contornos
corporais ideais”, sem intervenções artificiais como bisturis, utilizando apenas a
prática de atividade física, não é assim tão fácil. Isso significa que não é com a
prática de uma atividade física realizada uma vez ou outra que será possível
chegarmos às formas corporais descritas anteriormente.
Pois bem, é preciso muita “malhação” e sacrifícios, o que faz com que
algumas pessoas travem “batalhas” incessantes e incansáveis com a balança, com
o espelho, com dietas e os exercícios físicos, sem contar as dolorosas incisões
cirúrgicas, para aqueles com possibilidades financeiras que buscam resultados mais
rápidos.
Os sacrifícios são considerados válidos para se obter um corpo “sarado” e
estão associados a uma “malhação” bem sucedida. Tal malha-ção é, muitas vezes,
confundida com a sensação de dor. Quantas vezes ouvimos as pessoas dizendo
que fizeram ginástica e não sentiram “dor”, então a prática dessa atividade não deve
ter tido efeito.
Estas são questões idealizadas pela grande maioria da população? Ou será
que essas são apenas preocupações de uma parcela da população, que tem
condições financeiras de pagar para ter acesso a tais práticas?
Quantas pessoas se submetem às dietas malucas, exercícios frenéticos ou
até a medicamentos proibidos ou duvidosos para perder alguns “quilinhos”?
E você, já parou para pensar no que gostaria de “melhorar” nessa ou naquela
parte do seu corpo? Até que ponto tais preocupações não seriam fruto da influência
daqueles padrões divulgados pela mídia?
Afinal de contas, o que significa o termo mídia de massa? Giddens (2005,
p.367) esclarece que o significado de mídia de massa é decorrrente do fato desse
tipo de mídia alcançar umaquantidade enorme de pessoas. Assim, jornais, TV,
revistas, internet, rádio são alguns exemplos de mídia de massa que influenciam a
opinião, atitudes e comportamentos da maioria da população.
Tudo isto é criado por esse mesmo mercado com a intenção de vender mais,
ou seja, criando falsas necessidades de consumo em uma parcela grande da
população.
- Após a leitura e comentários sobre o texto pedir aos alunos que escrevam a
sua opinião sobre o tema (mínimo 15 linhas).
Atividade3:
Levar os alunos para uma academia ao ar livre (a maioria das cidades já
tem esse tipo de academia gratuita) , organizando um circuito para a utilização dos
aparelhos com orientação do professor.
*Ao final das atividades fazer alguns alongamentos;
* comentar o que sentiram ao realizar a aula;
*Quais as diferenças entre praticar atividades para saúde e estética.
Após o encerramento das atividades, aplicar o questionário final( anexo 4).
Referências.
BARBOZA, Tiago. MMA estimula violência?, 2012. Disponível em:
<http://http://blogs.diariodepernambuco.com.br/ringuediario/2012/05/artigo-mma-estimula-violencia/>. Acesso em: 05 nov. 2012.
BETTI, M; ZULIANI, L.R. Educação física escolar: uma proposta de diretrizes
pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.1, n.1, p.73-81, 2002.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992.
GUISELINI, Mauro. Qualidade de vida: um programa prático para um corpo
saudável. São Paulo: Gente, 1996.
Matéria sobre Dança Circular publicada no Programa Alternativa Saúde. Disponível
em: <site WWW.diaadiaeducacao.pr.gov.br .>. Acesso em: 03/09/2012.
PARANÁ, Diretrizes Curriculares de Educação Física do Estado do Paraná. SEED,
Curitiba. 2008
PARANÁ, Livro Didático Público. Educação física : Ensino Médio. SEED,Curitiba
2006.
ANEXOS.
Anexo 1:
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA PROPOSTA DE DIRETRIZES
PEDAGÓGICAS
Mauro Betti
Universidade Estadual Paulista, campus de Bauru
Luiz Roberto Zuliani
Universidade de Guarulhos
Assistimos, nos últimos 15 anos, à ascensão da cultura corporal e esportiva
(que denominaremos, de maneira mais ampla, “cultura corporal de movimento”)
como um dos fenômenos mais importantes nos meios de comunicação de massa e
na economia.
O esporte, as ginásticas, a dança, as artes marciais, as práticas de aptidão
física tornam-se, cada vez mais, produtos de consumo (mesmo que apenas como
imagens) e objetos de conhecimento e informação amplamente divulgado ao grande
público. Jornais, revistas, videogames, rádio e televisão difundem idéias sobre a
cultura corporal de movimento. Há muitas produções dirigidas ao público
adolescente. Crianças tomam contato precocemente com práticas corporais e
esportivas do mundo adulto. Informações sobre a relação práticas corporais-saúde
estão acessíveis em revistas femininas, jornais, noticiários e documentários de TV,
nem sempre com o rigor técnico-científico que seria desejável. Não obstante isso, o
estilo de vida gerado pelas novas condições socioeconômicas (urbanização
descontrolada, consumismo, desemprego crescente, informatização e
automatização do trabalho, deterioração dos espaços públicos de lazer, violência,
poluição) leva um grande número de pessoas ao sedentarismo, à alimentação
inadequada, ao estresse, etc. O crescente número de horas diante da televisão,
especialmente por parte das crianças e adolescentes, diminui a atividade motora,
leva ao abandono da cultura de jogos infantis e favorece a substituição da
experiência de praticar esporte pela de assistir esporte.
Nesse novo contexto histórico, a concepção de Educação Física e seus objetivos
na escola devem ser repensados, com a correspondente transformação de sua
prática pedagógica. A Educação Física deve assumir a responsabilidade de formar
um cidadão capaz de posicionar-se criticamente diante das novas formas da cultura
corporal do movimento – o esporte-espetáculo dos meios de comunicação, as
atividades de academia, as práticas alternativas, etc. Por outro lado, é preciso ter
claro que a Escola brasileira, mesmo que quisesse, não poderia equiparar-se em
estrutura e funcionamento às academias e clubes, mesmo porque é outra a sua
função.
A Educação Física enquanto componente curricular da Educação básica deve
assumir então uma outra tarefa: introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de
movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la,
instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e
dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade da
vida. “A integração que possibilitará o usufruto da cultura corporal de movimento há
de ser plena – é afetiva, social, cognitiva e motora. Vale dizer, é a integração de sua
personalidade” (Betti, 1992, 1994a).
Para isso, não basta aprender habilidades motoras e desenvolver
capacidades físicas, aprendizagem esta necessária, mas não suficiente. Se o aluno
aprende os fundamentos técnicos e táticos de um esporte coletivo, precisa também
aprender a organizar-se socialmente para praticá-lo, precisa compreender as regras
como um elemento que torna o jogo possível (portanto é preciso também que
aprenda a interpretar e aplicar as regras por si próprio), aprender a respeitar o
adversário como um companheiro e não um inimigo, pois sem ele não há
competição esportiva.
É tarefa da Educação Física preparar o aluno para ser um praticante lúcido e
ativo, que incorpore o esporte e os demais componentes da cultura corporal em sua
vida, para deles tirar o melhor proveito possível. Tal ato implica também
compreender a organização institucional da cultura corporal em nossa sociedade; é
preciso prepará-lo para ser um consumidor do esporte-espetáculo, para o que deve
possuir uma visão crítica do sistema esportivo profissional. Que contribuição a
Educação Física pode dar para o melhor usufruto do esporte- espetáculo veiculado
pela televisão? Instrumentalizar o aluno para uma apreciação estética e técnica,
fornecer as informações políticas, históricas e sociais para que ele possa analisar
criticamente a violência, o doping, os interesses políticos e econômicos no esporte.
É preciso preparar o cidadão que vai aderir aos programas de ginástica aeróbica,
musculação, natação, etc., em instituições públicas e privadas, para que possa
avaliar a qualidade do que é oferecido e identificar as práticas que melhor promovam
sua saúde e bem-estar. É preciso preparar o leitor/espectador para analisar
criticamente as informações que recebe dos meios de comunicação sobre a cultura
corporal de movimento (Betti, 1992).
Por isso, num processo de longo prazo, a Educação Física deve levar o aluno
a descobrir motivos e sentidos nas práticas corporais, favorecer o desenvolvimento
de atitudes positivas para com elas, levar à aprendizagem de comportamentos
adequados à sua prática, levar ao conhecimento, compreensão e análise de seu
intelecto os dados científicos e filosóficos relacionados à cultura corporal de
movimento, dirigir sua vontade e sua emoção para a prática e a apreciação do corpo
em movimento (Betti, 1992).
A Educação Física também propicia, como os outros componentes
curriculares, um certo tipo de conhecimento aos alunos. Mas não é um
conhecimento que se possa incorporar dissociado de uma vivência concreta. A
Educação Física não pode transformar-se num discurso sobre a cultura corporal de
movimento, sob pena de perder a riqueza de sua especificidade, mas deve
constituir-se como uma ação pedagógica com aquela cultura. Essa ação pedagógica
a que se propõe a Educação Física será sempre uma vivência impregnada da
corporeidade do sentir e do relacionar-se. A dimensão cognitiva far-se-á sempre
sobre esse substrato corporal. O professor de Educação Física deve auxiliar o aluno
a compreender o seu sentir e o seu relacionar-se na esfera da cultura corporal de
movimento. Esta intensidade e modalidade de prática corporal foram adequadas
para mim? Fizeram-me sentir bem? Foram significativas para mim? Foram
prazerosas? Fatiguei-me? Quais são, para mim, os sinais de fadiga? Quais práticas
posso relacionar ao meu bem-estar ou fadiga? Que condições a sociedade em que
vivo oferece para se praticar esta atividade? Quais são os grupos sociais
interessados nesta prática? A Educação Física deve, progressiva e cuidadosamente,
conduzir o aluno a uma reflexão crítica que o leve à autonomia no usufruto da
cultura corporal de movimento (Betti, 1994a,1994b).
O Ensino Médio merece atenção especial. Estudos demonstram uma
progressiva desmotivação em relação à Educação Física já desde o final do Ensino
Fundamental (Caviglioli, 1976; Betti, 1986; Zonta, Betti & Liz, 2000). Os
adolescentes adquirem uma visão mais crítica, e já não atribuem à Educação Física
tanto crédito. A atividade física, central em suas vidas até 12 ou 13 anos, cede
espaço para outros núcleos de interesse (sexualidade, trabalho, vestibular, etc.). No
Ensino Médio, caracterizam-se dois grupos de alunos: os que vão identificar-se com
o esforço metódico e intenso da prática esportiva formal, e os que vão perceber na
Educação Física sentidos vinculados ao lazer e bem-estar. Portanto, a Educação
Física no Ensino Médio deve propiciar o atendimento desses novos interesses, e
não reproduzir simplesmente o modelo anterior, ou seja, repetir, às vezes apenas de
modo um pouco mais aprofundado, os conteúdos do programa de Educação Física
dos últimos quatro anos do Ensino Fundamental. No Ensino Médio, a Educação
Física deve apresentar características próprias e inovadoras, que considerem a nova
fase cognitiva e afetivo social atingida pelos adolescentes. Tal dever não implica em
perder de vista a finalidade de integrar o aluno na cultura corporal de movimento.
Pelo contrário, no Ensino Médio pode-se proporcionar ao aluno o usufruto dessa
cultura, por meio das práticas que ele identifique como significativas para si próprias.
Por outro lado, o desenvolvimento do pensamento lógico e abstrato, a capacidade
de análise e de crítica já presente nessa faixa etária permite uma abordagem mais
complexa de aspectos teóricos (aspectos socioculturais e biológicos), requisito
indispensável para a formação do cidadão capaz de usufruir, de maneira plena e
autônoma, a cultura corporal de movimento. A aquisição de tal conjunto de
conhecimentos deverá ocorrer na vivência de atividades corporais com objetivos
vinculados ao lazer, saúde/bem-estar e competição esportiva.
Anexo 2
ARTIGO: MMA ESTIMULA VIOLÊNCIA?
O desconhecimento sobre a dinâmica do MMA – dentro e fora dos ringues
– continua a atiçar comentários alheios à prática do esporte. Críticas
desprovidas de simples análises, inconsistentes diante de comparação com
outras modalidades esportivas. É um processo comum até a estabilidade
das artes marciais mistas. Mas é preciso identificá-las e trazê-las à luz
para apontar os equívocos.
Em artigo publicado no Observatório da Imprensa, o jornalista Marcus
Tavares se propõe a criticar a exibição das lutas na TV. Associa os
programas a possível crescimento da violência. E evoca um argumento
completamente deslocado da realidade do esporte: “vence o mais forte”.
A associação com violência é equivocada. Ninguém acelera o carro a 300
km/h depois de assistir a uma corrida de Fórmula 1. Ou decide enfiar um
taco de madeira no colega porque, no hóquei, a briga sobre o gelo é
permitida e até encorajada. Vale dizer: os atletas de MMA são preparados
para o combate. Treinam as técnicas e o corpo para suportar o choque. E
as organizações dos eventos adotam cuidados para preservar a
integridade física deles.
Estudos contrariam até mesmo a tese de que o esporte machuca mais.
Futebol americano e o futebol brasileiro causam mais lesões no crânio. O
boxe, ainda, castiga mais a cabeça dos lutadores.
Outro equívoco: o mais forte sempre vence. A filosofia do jiu-jitsu
desenvolvida pela família Gracie se baseia justamente no conceito de dar
ao mais fraco ferramentas para “contornar” a força do oponente. Hélio
Gracie e parentes dedicaram a vida inteira a aperfeiçoar os mecanismos
de defesa pessoal. Vence, na verdade, quem tem mais técnica, quem
treina mais, quem tem uma filosofia de luta. Mas vamos ao artigo do jornalista. Boa leitura!
ARTIGO:
Por dentro do octógono >> violência na TV
É verdade: gosto não se discute. Mas é preciso deixar claro que a
transmissão, cada vez mais crescente, de lutas de MMA (Mixed Martial
Arts, em português, Artes Marciais Mistas) na programação da TV aberta
não pode ser justificada pelo desejo do público. A exibição tem um só
motivo: receita publicitária, que gera lucros e dividendos com comerciais,
cotas de patrocínio e licenciamentos. Não foi por acaso que as emissoras –
Band, Rede TV! e Globo – disputaram, no fim do ano passado, o direito de
transmitir as lutas do Ultimate Fighting Championship (UFC), torneio de
MMA. Só para se ter uma ideia: a primeira edição do UFC disputada no Rio
movimentou R$ 66,8 milhões. Para assistir à luta, da primeira fila, foi
preciso desembolsar R$ 1,6 mil. Mais de 400 objetos de licenciamento
passaram a integrar o rol da marca UFC. Acredite: o Brasil já é o segundo
maior vendedor de produtos originais de MMA, atrás apenas dos Estados
Unidos.
Uma mina de ouro que traz grande polêmica: até que ponto as lutas
incitam a violência e podem influenciar comportamentos agressivos em
crianças e adolescentes? Reconheço que não podemos culpar a mídia por
todas as questões positivas e negativas que acontecem no dia a dia, mas
concordo que as cenas de lutas na TV, associadas ao glamour midiático
das transmissões e sem nenhuma contextualização, ratificam a
banalização da violência. A resolução de conflitos passa pela violência,
esse talvez seja o principal recado que chega às crianças. Quem vence é o
mais forte. É o que tem mais força física. É o campeão.
Com a exposição excessiva na TV e em todas as outras mídias – jornal,
revista, rádio, outdoor –, os lutadores de MMA tornam-se, da noite para o
dia, celebridades. No Brasil, ídolos, principalmente para a garotada, que
veem neles a possibilidade alcançar sucesso. Você já percebeu como
surgiram, no seu bairro, várias academias voltadas para a luta? Lutar dá
prestígio, reconhecimento e poder. Diante do encantamento das
transmissões, quem é que vai dizer o contrário para os jovens? Mais duas
perguntas para refletir: como os pais estão lidando com a moda? As
emissoras de TV, que são concessões públicas, não deveriam ter
responsabilidade no que exibem e como exibem?
Marcus Tavares é professor e jornalista especializado em Educação e
Mídia, publicado no Observatório da Imprensa
Anexo 3
Questionário diagnóstico da vida escolar dos alunos com relação à disciplina de
Educação Física:
1-Qual é a sua percepção sobre a disciplina Educação Física?
(. ) não gosto ( ) indiferente ( ) gosto pouco (. ) gosto muito ( ) adoro
2-Qual é a sua percepção sobre a importância da disciplina Educação Física
escolar?
( ) sem importância ( ) pouco importante ( ) importante ( ) muito importante.
( ) importantíssimo.
3- Das atividades abaixo, assinale aquela que você teve mais contato nas aulas de
Educação Física.
( ) futebol
( ) voleibol
( ) handebol
( ) dança
( ) basquete
( ) ginástica
( ) saúde
( ) jogos e brincadeiras
( ) lutas
4-Você acha que seria importante praticar atividades físicas diferentes das que você
já faz nas aulas de Educação Física ?
( ) sem importância ( ) pouco importante ( ) importante ( ) muito importante
( ) muitíssimo importante.
5- Em seu entendimento, quais os principais objetivos que as aulas de Educação
Física podem proporcionar?
( ) saúde
( ) distração
( ) conhecimento
( ) fazer amizades
( ) nenhum objetivo
Anexo 4
Questionário 2 ( Aplicar após a intervenção)
1-Sua percepção sobre a disciplina de Educação Física mudou depois dos
trabalhos de intervenção ?
( ) não mudou ( ) mudou um pouco ( ) mudou muito ( ) mudou muitíssimo.
2- Qual é a sua percepção sobre a importância da disciplina EducaçãoFísica
escolar agora?
( ) sem importância ( ) pouco importante ( ) importante ( ) muito importante.
( ) importantíssimo.
3- A participação neste projeto influenciará para a adoção de um estilo de vida mais
ativo, como instrumento de prevenção da saúde e melhoria da qualidade de vida?
(. ) não influenciará nada (. ) influenciará pouco (. ) influenciará muito
(. ) influenciará muitíssimo
4- Agora, após a intervenção deste projeto, qual a principal finalidade que as aulas
de Educação Física podem proporcionar?
( ) saúde
( ) distração
( ) conhecimento
( ) fazer amizades
( ) nenhuma finalidade.