saúde do servidor
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8/16/2019 Saúde Do Servidor
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Saúde do servidor – nrs devem ser aplicadas
Para o Procurador do Trabalho Alessandro Santos de Miranda, Coordenador Nacional de
Defesa do Meio Ambiente do Trabalho (Codemat), o Ministério Público do Trabalho (MPT) tem
atribuição para atuar nos assuntos de saúde e segurança de trabalho de servidores públicos da
União, Estados, Municípios e do Distrito Federal.
Os artigos 6º e 7º da Constituição de 1988 definiram a saúde, segurança e higiene laborais
como garantias fundamentais e direitos sociais indisponíveis de todos os trabalhadores
urbanos e rurais. "A Carta Magna trata de trabalhadores e não de empregados.
Independentemente da natureza jurídica da relação trabalhista, constitui obrigação dos
empregadores adotar medidas necessárias com o fim de reduzir e eliminar os riscos inerentes
ao trabalho pela aplicação das normas de saúde, higiene e segurança", sintetizou Santos de
Miranda.
O procurador avalia que a doutrina e a jurisprudência já se consolidaram quanto à plena
aplicação das Normas Regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho e Emprego aos
celetistas. Os próprios textos das NRs fazem referência ao fato de que suas disposições são de
observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos entes da Administração
direta e indireta, desde que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT).
O direito de grande parte dos servidores públicos das diferentes áreas das esferas federal,
estadual, municipal e distrital à proteção do meio ambiente laboral seguro e saudável
encontra, ainda, resistência por parte de alguns órgãos, inclusive da própria Administração
Pública. Os estatutários seguem sofrendo pela escassez de legislação para a melhoria dosambientes de trabalho.
Alessandro Santos de Miranda citou a Súmula 736 da Suprema Corte que reconhece a
competência da Justiça do Trabalho para julgar ações "que tenham como causa de pedir o
descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos
trabalhadores e, também, a decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) que
estabeleceu acórdão impondo ao Poder Público do Piauí a observância das normas de saúde,
higiene e segurança do trabalho no âmbito do Instituto Médico Legal (IML). No referido caso, a
Procuradoria Regional do Trabalho da 22ª Região ajuizou ação civil pública para "exigir o
cumprimento, pelo Poder Público piauiense, das normas trabalhistas relativas à higiene,
segurança e saúde dos trabalhadores" no IML, órgão da Administração direta.
Ainda segundo o procurador, a Justiça do Trabalho é competente para julgar as causas em que
se exigir o cumprimento, pela Administração Pública direta, autárquica ou fundacional, das
normas laborais relativas à higiene, segurança e saúde, inclusive quando previstas nas normas
regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e as causas em que a relação
jurídica não é estatutária, ou seja, quando não se referem à investidura em cargo de
provimento efetivo ou em comissão.
Outro fundamento defendido pelo Procurador para a aplicação das normas de saúde e
segurança no trabalho aos servidores públicos decorre do fato da Administração Pública,
direta ou indireta, poder admitir trabalhadores em qualquer regime jurídico, seja público-estatutário ou público-celetista. Assim, diante dos Princípios da Igualdade perante a Lei e da
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Isonomia de Tratamentos, a atual e corriqueira coexistência de trabalhadores de diferentes
regimes jurídicos - servidores públicos, celetistas, terceirizados e temporários -, prestando
serviços no mesmo ambiente de trabalho exige que lhes sejam assegurados direitos idênticos
quanto à proteção ao meio ambiente, à saúde e à segurança laborais.
"O MPT tem a prerrogativa e o ´poder-dever´ de fazer prevalecer o direito de todos ostrabalhadores à higiene, à saúde e à segurança laborais em face dos entes públicos
inadimplentes, com vistas a viabilizar o respeito à dignidade e às integridades física e psíquica
dos servidores da Administração Pública direta, autárquica ou fundacional, assim como faz em
relação aos trabalhadores celetistas", finalizou Alessandro Santos de Miranda.