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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ ANA CAROLINA SILVIO CAMPOS SAÚDE AUDITIVA DE MÚSICOS: ESTUDO DE CASOS CURITIBA 2014

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

ANA CAROLINA SILVIO CAMPOS

SAÚDE AUDITIVA DE MÚSICOS: ESTUDO DE CASOS

CURITIBA

2014

ANA CAROLINA SILVIO CAMPOS

SAÚDE AUDITIVA DE MÚSICOS: ESTUDO DE CASOS

Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Fonoaudiologia pela Universidade Tuiuti do Paraná.

Orientador: Profª. Drª. Débora Lüders

CURITIBA

2014

2

TERMO DE APROVAÇÃO

ANA CAROLINA SILVIO CAMPOS

SAÚDE AUDITIVA DE MÚSICOS: ESTUDO DE CASOS

Esta monografia foi apreciada e aprovada em banca examinadora para obtenção do título de Bacharel no Curso de Fonoaudiologia da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 18 de novembro de 2014.

______________________________________________________

Bacharelado em Fonoaudiologia Universidade Tuiuti do Paraná.

Orientador: Profa. Dra. Débora Lüders Universidade Tuiuti do Paraná

Profa. Dra. Claudia Giglio de Oliveira Gonçalves Universidade Tuiuti do Paraná

Profa. Dra. Juliana De Conto Universidade Estadual do Centro Oeste – PR

3

RESUMO

Profissionais da música estão expostos a elevados níveis de pressão sonora em

suas práticas musicais e tal exposição pode causar danos à saúde geral e,

principalmente, à saúde auditiva. Portanto, a obtenção de informações a respeito de

medidas preventivas relacionadas à audição deve ser adotada por estes

profissionais, como o uso do protetor auditivo individual. O objetivo do trabalho foi

analisar o perfil auditivo e cuidados com a audição de três músicos de estilos

musicais distintos. Foram aplicados questionários a respeito dos conhecimentos

relacionados à saúde auditiva e geral. Foi realizada audiometria tonal limiar

convencional e em altas frequências e avaliação das emissões otoacústicas

transientes e produto de distorção, sendo que os resultados foram comparados a

exames audiológicos realizados anteriormente, e testes com protetores auditivos

individuais modelo Hi-Fi EAR Plugs da 3M. A análise dos resultados possibilitou

verificar que, apesar de não apresentarem perda auditiva na comparação com

exames anteriores, os limiares auditivos apresentaram piora, algumas significativas,

sugerindo em um dos três músicos desencadeamento de perda auditiva nas

frequências de 3.000 e 4.000 Hz. Se o uso do protetor auditivo não for realizado de

maneira efetiva, tais limiares poderão sofrer piora com o passar do tempo por conta

de tal exposição. De acordo com os resultados encontrados na audiometria tonal

limiar, foi possível verificar que mesmo estando dentro dos padrões da normalidade,

houve o desencadeamento de perda auditiva induzida por ruído em frequências

isoladas e foram percebidas pela avaliação das emissões otoacústicas que há

indícios de alterações cocleares. O uso de protetor auditivo possibilitou aos músicos

diferentes percepções a cerca de sua efetividade na prática musical, proporcionando

que estes tenham novos parâmetros para proteger a audição adequadamente.

Palavras-chave: Música. Perda auditiva. Equipamentos de proteção.

4

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU

INTERMITENTE.........................................................................................................12

5

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - CARACTERIZAÇÃO DOS MÚSICOS QUANTO À PRÁTICA

MUSICAL....................................................................................................................29

TABELA 2 - CARACTERIZAÇÃO DOS MÚSICOS QUANTO AO ZUMBIDO

REFERIDO POR ESTES...........................................................................................30

TABELA 3 - CARACTERIZAÇÃO DOS MÚSICOS QUANTO À INTOLERÂNCIA À

ELEVADOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA..........................................................31

TABELA 4 - CARACTERIZAÇÃO DOS MÚSICOS QUANTO À UTILIZAÇÃO DE

PROTETORES AUDITIVOS INDIVIDUAIS................................................................31

TABELA 5 – HÁBITOS AUDITIVOS RELATADOS PELOS MÚSICOS.........................32

TABELA 6 – LIMIARES AUDITIVOS TONAIS CONVENCIONAIS E EM ALTAS

FREQUÊNCIAS..........................................................................................................34

TABELA 7-AMPLITUDE E RELAÇÃO SINAL/ RUÍDO DAS EMISSÕES

OTOACÚSTICAS PRODUTO DE DISTORÇÃO POR ORELHA E POR

FREQUÊNCIA EM CADA UM DOS MÚSICOS.........................................................36

TABELA 8 - CLASSIFICAÇÃO DOS PARÂMETROS DE CONFORTO DO

PROTETOR AUDITIVO HI-FI EAR PLUGS SEGUNDO OS

MÚSICOS...................................................................................................................38

6

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................... 07 2 OBJETIVO.......................................................................................... 09 2.1. OBJETIVO GERAL............................................................................. 10

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................... 10

3. REVISÃO DE LITERATURA.............................................................. 10

3.1. O RUÍDO E SEU IMPACTO NA AUDIÇÃO........................................ 10

3.2. EFEITOS AUDITIVOS E EXTRA-AUDITIVOS DA EXPOSIÇÃO À

ELEVADOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA................................... 12

3.3 A MÚSICA INTENSA COMO FATOR DE RISCO PARA A AUDIÇÃO.16

3.4. PERDA AUDITIVA EM MÚSICOS...................................................... 18

3.5. PROTEÇÃO AUDITIVA INDIVIDUAL PARA MÚSICOS..................... 19

3.6. AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA EM MÚSICOS...................................... 21

3.6.1. Audiometria tonal limiar....................................................................... 21

3.6.2. Emissões otoacústicas evocadas....................................................... 22

4. MÉTODO............................................................................................. 24

4.1. TIPO DE PESQUISA.......................................................................... 24

4.2. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO.............................................. 24

4.3. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS.................................................... 25

5. RESULTADOS.................................................................................... 29

6. DISCUSSÃO....................................................................................... 40

7. CONCLUSÃO..................................................................................... 42

8. CONSIDERÇÕES FINAIS.................................................................. 43

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 44

APÊNDICE............................................................................................................... 50

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO........... 51

APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO PROTETOR AUDITIVO INDIVIDUAL................. 53

ANEXOS.................................................................................................................. 54

ANEXO A - CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA.... 55

ANEXO B – QUESTIONÁRIO PARA MÚSICOS..................................................... 56

ANEXO C - QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO PROTETOR AUDITIVO

INDIVIDUAL Hi-Fi EAR Plugs ................................................................................. 64

7

1. INTRODUÇÃO

A música tem papel fundamental na vida das pessoas, pois marca fases e fatos

importantes e por meio dela temos a possibilidade de nos expressarmos (ROSET-

LLOBET et al, 2000). Já profissionais da música que dispõem de horas de estudo,

diário e semanal, têm a música também como seu objeto de trabalho, além de

ocupar posição de grande importância em suas vidas. Diante da importância

atribuída à música, como campo de trabalho, diversas pesquisas vêm sendo

realizadas envolvendo esses profissionais.

Segundo Russo (1999) e Reis (2008), a música, embora seja um som

agradável aos ouvidos, pode acarretar prejuízos para a saúde auditiva quando

tocada em forte intensidade. Em se tratando de músicos, a exposição a elevados

níveis de pressão sonora é maior, tanto em tempo e em alguns casos em

intensidade, o que pode acarretar prejuízos permanentes à audição (NAMUUR et al,

1999).

Estudos têm apontado para a ocorrência de elevados níveis de pressão

sonora em diferentes grupos musicais, como trios elétricos, bandas de rock e

orquestras sinfônicas. Fernandes et al (2004) avaliaram o nível de pressão sonora

em uma orquestra de Bauru e constataram que, durante a afinação dos instrumentos

a intensidade variou de 87 a 94 dB(A) e quando todos os instrumentos foram

tocados juntos, essa variação subiu para 89 a 100 dB(A).

Além da perda auditiva, dentre as queixas mais frequentes dos músicos estão

o zumbido e intolerância para sons intensos, seguidos de sensação de plenitude

auricular e tontura (ANDRIJAUKAS, 2001). Tais sintomas devem ser observados e o

músico precisa ser orientado, pois estes são indícios de alterações auditivas.

Quando exposto a elevados níveis de pressão sonora, o sistema auditivo pode

ser lesado, acarretando uma perda auditiva, que pode levar o músico a perder

informações minuciosas, comprometendo a percepção auditiva para afinação dos

instrumentos e diferenciação de timbres, por exemplo.

Uma das formas de evitar que a perda auditiva se instale é fazer uso de

protetores auditivos, que reduzem os níveis de pressão sonora enquanto o músico

realiza seus estudos, ensaios e apresentações. Atualmente, há protetores auditivos

específicos para músicos, os quais permitem equilíbrio da atenuação de todas as

frequências, diminuindo o som uniformemente.

8

Segundo Chesky (2011), os músicos não estão preparados para reconhecer

situações de risco às quais são expostos frequentemente, pois lhes faltam

conhecimento a cerca da saúde auditiva.

Mediante este cenário, torna-se fundamental o trabalho fonoaudiológico com os

músicos, possibilitando a estes profissionais a oportunidade de obter informações

necessárias para um desempenho profissional com menos riscos.

9

2. OBJETIVO

2.1. OBJETIVO GERAL

Analisar o perfil auditivo e cuidados com a audição em três músicos de estilos

musicais distintos.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Analisar o perfil auditivo por meio da comparação entre as duas

avaliações audiológicas realizadas em períodos distintos.

2. Caracterizar os músicos quanto à prática musical.

3. Verificar os cuidados que os músicos têm em relação à saúde auditiva.

4. Analisar o conforto com o uso de protetores auditivos por meio de

questionário padronizado.

10

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. O RUÍDO E SEU IMPACTO NA AUDIÇÃO

O termo ruído pode ser definido como qualquer som indesejável,

desagradável e que perturba, tanto de forma física como psicológica aquele que o

ouve. O ruído varia na sua composição quanto à frequência, intensidade e duração.

Como conceito, é o som ou a mistura de sons que são capazes de causar dano à

saúde de quem o percebe, ou seja, ruído é um som ou um conjunto de sons

desagradáveis ao ouvido dos indivíduos, que pode ocasionar danos permanentes à

audição (AURÉLIO, 2014).

Elevados níveis de pressão sonora são considerados nocivos a audição, pois

podem causar danos permanentes (NATALETTI, et al, 2007; EMMERICH, et al,

2008).

De acordo com Soncini (2006), dentre os danos que elevados níveis de

pressão sonora causam à saúde auditiva está a perda auditiva, a qual pode

prejudicar a compreensão da fala, principalmente quando há ruído competitivo. Além

disso, pode ocorrer dificuldade para ouvir sons como o toque do telefone, os

pássaros, entre outros.

Os sintomas apresentados por indivíduos expostos à música em elevados

níveis de intensidade são zumbido, sensação de plenitude auricular, dor de cabeça e

tontura. De acordo com Mitre (2003, apud Lüders, 2014) juntamente com esses

sintomas, há manifestações não auditivas como irritabilidade e fadiga, podendo

estes serem os primeiros sinais de lesões auditivas.

A realização de exames complementares e levantamento do histórico clínico

do sujeito levarão o profissional até a descoberta de alterações auditivas. É

necessário que esse profissional saiba reconhecer e identificar os sintomas e sinais

clínicos da Perda Auditiva Induzida por Ruído, sendo estes, perda auditiva do tipo

neurossensorial, a qual, uma vez instalada, é de caráter irreversível e ocorre

geralmente similar bilateralmente, com comprometimento nas frequências de 3.000,

4.000 ou 6.000 Hz, não ultrapassando 40dB NA nas frequência baixas e 75dB NA

nas frequências altas. A instalação da PAIR se dá após cinco anos de exposição a

elevados níveis de pressão sonora, atingindo seu nível máximo nos primeiros dez a

quinze anos de exposição (GONÇALVES, 2009).

11

A PAIR está dentre as principais doenças relacionadas ao trabalho

(NIOSH, 1982 apud GONÇALVES, 2009).

A Norma Regulamentadora N°7 (NR7) do Ministério do Trabalho no Brasil trata

de Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e estabelece a

obrigatoriedade de elaboração e implementação deste programa por parte de todos

os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, com

o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus

trabalhadores.

A Norma Regulamentadora N°15 (NR15) do Ministério do Trabalho no Brasil

trata das atividades e operações insalubres. De acordo com essa norma, a

intensidade máxima diária de exposição a elevados níveis de pressão sonora em 8

horas diárias de trabalho não deve ultrapassar 85dB (A). A cada 5dB de aumento, a

partir dessa intensidade, o tempo de exposição deve cair pela metade, conforme

apresentado no quadro 1.

12

Quadro 1 - LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU

INTERMITENTE

NÍVEL DE RUÍDO dB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL

85

86

87

88

89

90

91

92

93

94

95

96

98

100

102

104

105

106

108

110

112

114

115

8 horas

7 horas

6 horas

5 horas

4 horas e 30 minutos

4 horas

3 horas e 30 minutos

3 horas

2 horas e 40 minutos

2 horas e 15 minutos

2 horas

1 hora e 45 minutos

1 hora e 15 minutos

1 hora

45 minutos

35 minutos

30 minutos

25 minutos

20 minutos

15 minutos

10 minutos

8 minutos

7 minutos

3.2. EFEITOS AUDITIVOS E EXTRA-AUDITIVOS DA EXPOSIÇÃO À

ELEVADOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA

Níveis elevados de pressão sonora podem causar alterações auditivas e

extra-auditivas, prejudicando assim, a qualidade de vida, o trabalho e a saúde dos

13

músicos que são expostos sem proteção auditiva adequada. Podem causar danos

sobre o sistema auditivo e nas demais funções do corpo.

3.3.1. Efeitos auditivos

Segundo Gonçalves (2009), os danos que elevados níveis de pressão sonora

podem causar na audição são:

Trauma acústico, o qual ocorre decorrente de uma lesão causada por evento

único, como por exemplo, uma explosão.

Mudança temporária do limiar auditivo (MTLA), que ocorre quando há

exposição a níveis de pressão sonora intensos em pequeno intervalo de

tempo. Após repouso acústico, a audição retorna os limiares normais.

Perda auditiva induzida por ruído (PAIR), a qual caracteriza-se por lesão

permanente após exposição repetida e prolongada a elevados níveis de

pressão sonora.

Os sintomas decorrentes da exposição à música em fortes intensidades

podem ser zumbido, sensação de plenitude auricular (ouvido tapado), cefaléia e

tontura, além da perda auditiva (GONÇALVES et. al., 2013, GONÇALVES et. al.,

2009, AMORIM et. al., 2008; SANTONI, 2010; MENDES et. al., 2007; NAMUUR et.

al., 1999; RUSSO et. al., 1995).

Zumbido

Também conhecido por tinnitus, o zumbido é definido por ruídos nos ouvidos

quando não há fonte externa de sons. Esses ruídos podem ser altos ou baixos e

podem ter som de campainha, sopro, rugido, zunido, assobio, sussurro ou chiado.

Diversos são os fatores desencadeantes do zumbido, podendo ser um deles o

ruído. Infecções no ouvido, corpos estranhos ou cera, a ingestão de álcool, cafeína,

antibióticos, aspirina, entre outros, também podem causar ruídos na audição.

O zumbido pode ocorrer juntamente com a perda de audição. Ele apresenta

grande prevalência (15% na população em geral e 33% nos idosos) e pode provocar

interferências no sono, concentração, equilíbrio corporal e vida social do indivíduo

(SANCHES, 2003).

14

Recrutamento

Este sintoma tem características parecidas com a hiperacusia, porém seus

mecanismos são diferentes. Em relação ao recrutamento é possível verificar que há

uma lesão das células ciliadas do órgão de Corti, o que as torna menos sensíveis e

menos específicas, não reagindo a sons menos intensos. Com o aumento da

intensidade sonora, células próximas às lesionadas começam a reagir. Como

consequência, o ouvido lesado passa por um aumento progressivo do nível sonoro

“do quase nada” para o “alto demais”. À medida que os limiares auditivos pioram a

intolerância aos sons mais intensos aumenta (NIGAM & SAMUEL, 1994).

Hiperacusia

A hiperacusia pode ser causada ou acompanhar diversas condições

patológicas periféricas ou centrais. Embora as causas da hiperacusia ainda não

estejam determinadas com exatidão, sabe-se que a exposição prolongada ao ruído

intenso é um fator desencadeante importante.

A hiperacusia causa impedimento ou dificuldades para a utilização plena das

habilidades auditivas, prejudicando não só o trabalho, mas também a qualidade da

vida do sujeito. Caracteriza-se pelo constante incômodo a sons de intensidade fraca

ou moderada, independente da situação ou ambiente. Há uma amplificação anormal

da atividade neural evocada por um som na via auditiva, que sofre uma ativação

secundária do sistema límbico. Existem parâmetros tais como a anamnese

detalhada e a realização do teste do limiar de desconforto

(LoudnessDiscomfortLevel – LDL), para a identificação deste problema (GANIME, et

al., 2010).

3.3.2. Efeitos extra-auditivos

Axelsson e Lindgren (1977, apud Santoni, 2010) e Cohen (1973, apud

Ganime, 2010) estão entre os estudiosos dos efeitos auditivos e extra-auditivos

que o ruído pode produzir no ser humano. Em alguns de seus estudos, foi

possível verificar a preocupação com a saúde de profissionais da música, bem

15

como os efeitos ao qual estão expostos.Com relação aos efeitos extra-auditivos

pode-se verificar que acometem diversas funções do corpo, como:

Sistema Circulatório

As alterações ocorrem nos vasos sanguíneos, acontecendo redução do

diâmetro (vasoconstrição) e sobre o coração, que pode bater mais rapidamente

(taquicardia) e mais forte, o que parece ser consequência de um estímulo glandular

(aumento de catecolaminas). Como reação à vasoconstrição, aparecem alterações

na pressão arterial que representam uma ação compensatória do coração.

Indivíduos expostos a situações de ruído intenso e prolongados apresentam maior

prevalência de hipertensão arterial sistêmica, bem como da frequência cardíaca e

doenças cardiovasculares, além de maiores variações pressóricas.

Sistema Respiratório

Joachim (1983, apud Medeiros, 1999), relata que o ruído pode causar

modificações dos movimentos rítmicos normais e essenciais dos músculos

relacionados à respiração.Essas modificações nos movimentos rítmicos pode

interferir na função da respiração alterando o desempenho do músico,

principalmente o que faz uso de sua voz, como os cantores.

Sistema Gastrointestinal

Ocorre redução da secreção gástrica e da salivação, o que causa certa

diminuição da velocidade de digestão. A exposição mais prolongada pode levar às

alterações da função intestinal e cardiovascular e, à lesões teciduais dos rins e do

fígado.

Neurológico

Há maior incidência de irregularidades circulatórias e neurológicas entre os

trabalhadores que trabalham em locais ruidosos, quando comparados com outros

grupos que trabalham em locais menos ruidosos.

16

Psíquico

Sujeitos expostos a elevados níveis de pressão sonora apresentam queixas de

irritabilidade, fadiga e mal-estar. Podem ocorrer também conflitos sociais entre os

trabalhadores expostos ao ruído. Estudos mais detalhados sobre o assunto ainda

precisam ser realizados para que evidências reais de alterações psíquicas causadas

pelo ruído sejam confirmadas.

Comunicação

Sabe-se que a comunicação é uma das principais ferramentas para se ter êxito

na realização do trabalho em variados locais, e a sua eficácia está intimamente

ligada ao sucesso na execução do trabalho. Dentre as variadas formas de

comunicação encontramos a oral, a qual tem sido afetada com a exposição

excessiva ao ruído.

Níveis de pressão sonora intensos provocam o mascaramento da voz. O ruído

nas frequências de 500, 1.000 e 2.000 Hz são os que mais interferem na

comunicação. Este tipo de interferência atrapalha a execução ou o entendimento de

ordens verbais, a emissão de aviso de alerta ou perigo. Paralelamente, o ruído pode

diminuir a eficiência das comunicações pela conversação, telefone, rádio, etc.

3.3. A MÚSICA EM INTENSIDADE ELEVADA COMO FATOR DE RISCO

PARA A AUDIÇÃO

Segundo Huttunen et al (2011), muitos estudos relacionados à exposição

ocupacional à música estão sendo realizados, porém, ainda não se tem clareza

sobre o início do comprometimento auditivo em relação aos anos de exposição à

música e da influência do fator idade sobre os limiares auditivos dos músicos. A

exposição à música em níveis elevados, como em bandas e orquestras sinfônicas,

acarreta alterações auditivas tanto quanto aquelas encontradas em trabalhadores

expostos ao ruído intenso de indústrias. Porém, é possível observar que os efeitos

da música são mais perceptíveis após um tempo de exposição maior que vinte e um

anos, diferentemente da PAIR, que se dá após cinco anos de exposição.

17

De acordo com pesquisa realizada por Isleb et al (2010), na Austrália,

Finlândia, Itália e Suíça, há preocupação relacionada aos limites de exposição

sonora ocupacional em atividades musicais, tanto para os profissionais da música

como para o público. Apesar de não se perceberem diferenças nas recomendações

para a exposição à música e ao ruído intenso, há sinalizações de que os

profissionais da música podem perder a audição e, portanto devem tomar medidas

para prevenção da perda auditiva. Na Suécia existem recomendações específicas,

como, a intensidade Leq (A) para 8 horas diárias de exposição não deve ultrapassar

115dB (A) e picos de mais de 140dB (C). Para o público, a intensidade Leq (A)

máxima é de 115dB (A). Os valores máximos foram assim definidos partindo do

pressuposto de que a música não é tão prejudicial para a audição quanto o ruído

industrial. Segundo os autores citados, no Brasil há pouco conhecimento relacionado

à perda auditiva em músicos profissionais em geral.

Verifica-se em um estudo realizado por Emmerich et al (2008) em orquestras,

que, seja durante apresentações ou ensaios, os picos de pressão sonora podem

chegar até 110dB, podendo variar de 77 a 93 dB.

Em estudo realizado por Mendes et al (2007), em uma banda instrumental e

vocal foram observados níveis de intensidade sonora na sala de ensaio com médias

de 96,4 a 106,9 dB(A), sendo que os maiores valores referiram-se ao naipe de

trompetes, nas proximidades deste naipe e na execução dos trompetes durante a

música.

Segundo Mendes et al (2009), a maior intensidade do nível de pressão sonora

próximo a cada um dos integrantes de uma banda de pop-rock foi visualizada

próximo ao baterista, 109dB (A), em comparação com os demais músicos (vocal,

guitarra, contra-baixo e teclado), cujo valor foi de 107dB (A).

Em uma escola de samba os níveis de pressão sonora durante os ensaios são

elevados, com média de 111,42dB (A), o qual pode lesar a audição dos sujeitos que

ficam expostos. Quando verificada a Norma Regulamentadora 15 (NR 15) do

Ministério do Trabalho e Emprego, o tempo máximo de exposição para esta

intensidade é de aproximadamente 12 minutos e no ensaio de uma escola de samba

este pode chegar a cinco horas. Embora o número de ensaios seja variável, de duas

a quatro vezes por semana, torna-se quase diário quando próximo ao carnaval.

(MONTEIRO e SAMELLI, 2010).

18

3.4. PERDA AUDITIVA EM MÚSICOS

Estudos realizados por Axelsson et al, (1977);Russo et al, (1995); Samelli et

al, (2000); Kähäri et al, (2003); Einhorn, (2006); Mendes et al, (2007), revelam que a

perda auditiva em músicos pode variar de 5% a 52%, dependendo da intensidade do

som, instrumento e/ou do estilo musical e tempo de exposição.

A audição dos músicos é um bem precioso para a boa execução musical, pois

por meio dela o músico têm o feedback de seu trabalho e pode aprimorar suas

habilidades diante das necessidades que apresenta.

Quando ocorre a perda de audição, são as células ciliadas externas que são

mais acometidas e estas produzem alterações biomecânicas na cóclea. Uma dessas

alterações pode ser a redução da amplificação coclear, resultando na perda de

sensibilidade para sons mais fracos a moderados (40-60 dB), o que

consequentemente, faz com que o músico toque e/ou cante mais alto, o que gera

maior esforço físico e maior perda de audição. A motilidade dessas células ciliadas

pode também reduzir a seletividade da frequência e resolução espectral da cóclea,

resultando em diplacusia (percepção anormal de pitch) e pode levar ao

recrutamento, que se caracteriza pela percepção anormal de loudness (O’NEIL e

GUTHRIE, 2001 apud LÜDERS, 2012).

Hoffman et al, (2006) ao estudarem a audição de 315 percussionistas,

relataram 39% de perda auditiva nesta população contra 9% no grupo controle. Os

fatores identificados como aumento do risco para perda auditiva incluíram o uso de

sistemas de amplificação, estilo de música rock / pop e maior tempo de atuação.

Uma pesquisa realizada por Phillips et al, (2010) levantou a prevalência de

perda auditiva induzida por ruído em 329 estudantes de música, com idades

variando entre 18 e 25 anos. A prevalência de perda auditiva foi de 45%, com 78%

dos entalhes ocorrendo em 6.000 Hz. A proporção de entalhe bilateral em alguma

frequência foi de 11,5%, ocorrendo geralmente em 6.000 Hz. A maior incidência

ocorreu nos estudantes que praticavam mais de duas horas por dia, não havendo

associação significativa em relação ao instrumento tocado ou a outras exposições

ao ruído. O estudo sugere que pode haver uma susceptibilidade para a perda

auditiva entre os estudantes de música, mas que esta não é uniforme. E também

19

que os estudantes com perdas auditivas bilaterais tendem a ter os maiores entalhes

e que podem representar um grupo com inerente predisposição para a perda

auditiva induzida por ruído.

3.5. PROTEÇÃO AUDITIVA INDIVIDUAL PARA MÚSICOS

A utilização de protetores auditivos é uma medida de proteção individual, pois

bloqueia parcialmente a propagação do som em elevados níveis de pressão sonora

diretamente na entrada do ouvido. Os protetores auditivos individuais são

dispositivos introduzidos no meato acústico externo para impedir a propagação de

sons em forte intensidade até a orelha interna, evitando lesões auditivas, podendo

ser utilizados por praticamente todos os usuários (ABELENDA, 2006).

Existem alguns fatores relacionados ao conforto que potencializam ou não o

uso dos protetores, sendo estes, atenuação, pressão no canal auditivo, textura,

colocação e comunicação verbal (FRANKS e BERGER apud ABELENDA, 1998).

Atenuação: os protetores auditivos precisam promover boa atenuação sem

que o trabalhador perca sua percepção sonora, encontrando dessa forma, um

equilíbrio entre a proteção da audição e bloqueios da percepção sonora.

Pressão no canal auditivo: a pressão exercida no meato acústico externo

pelos protetores pode conduzir ao aparecimento de dor e, consequentemente, a não

utilização deste.

Textura: a textura das partes do protetor que ficam em contato com o canal

auditivo devem ser macias e flexíveis e não causar irritações e/ou alergias, evitando

o desconforto.

Colocação: a facilidade com que o usuário coloca os protetores auditivos

também influencia a frequência de seu uso.

Comunicação Verbal: o uso de proteção auditiva pode interferir na

comunicação oral de maneira negativa.

Atualmente, existem protetores desenvolvidos especificamente para músicos,

os quais atenuam os níveis de pressão sonora de maneira uniforme.

20

Ainda há dificuldades na aceitação do uso do protetor auditivo por parte dos

músicos, porém, estudos mostram que estes profissionais estão se preocupando

cada vez mais com sua saúde auditiva (LAITINEN, 2005).

De acordo com Chesky et al, (2011), há uma falta de estudos sobre os

protetores auditivos para músicos. Se fossem descobertos os principais motivos para

o baixo índice de proteção auditiva, seria mais fácil para planejar programas de

preservação auditiva eficazes e orientá-los com mais apropriação.

Em um estudo realizado por Laitinen (2005) com músicos de orquestra

clássica, os protetores auditivos são mais utilizados por músicos que apresentam

sintomas auditivos do que por aqueles sem sintomas. Segundo o autor, os motivos

mais referidos para a não utilização dos protetores auditivos são de que eles

prejudicam o acompanhamento da performance do próprio músico.

Os protetores auditivos específicos para músicos têm como principal

característica a atenuação uniforme, ou seja, não atenua as frequências altas em

relação às médias e baixas, o que ocorre nos protetores comuns. Esses protetores

são designados como de alta fidelidade (Hi-Fi – hidhest-fidelity) porque a música

mantém sua qualidade original, porém em menor intensidade sonora. Segundo Teie

(1998), Chasin et al, (2003) e Niquette (2006), a redução pode ser de 9dB, 15dB ou

25dB nos modelos personalizados de acordo com o filtro utilizado. O modelo pré-

moldado oferece atenuação de até 20dB.

Existem vários tipos de protetores auditivos individuais destinados a diversas

utilizações e utilizadores, como os protetores auditivos moldáveis pelo utilizador que

são feitos de materiais compressíveis e que adotam a forma do canal auditivo do

utilizador; protetores auditivos pré moldados que são confeccionados de silicone e

adaptam-se a maioria dos utilizadores; protetor auditivo individual que é

confeccionado a partir do molde do conduto auditivo do usuário o que o torna

bastante confortável; protetor auditivo de inserção semi-aural com banda rígida, os

quais não são introduzidos no canal auditivo e são ligados por uma banda rígida e

posicionados na entrada do meato acústico externo (ABELENDA, 2006).

Estudo realizado por Laitinen (2005) revelou que músicos que faziam uso do

protetor auditivo assiduamente apresentaram algum tipo de queixa auditiva, sendo

20% da população de 196 músicos. Os mesmos relataram que deram início ao uso

depois de perceberem sintomas auditivos. Dentre os protetores mais utilizados

estão, respectivamente, os protetores de inserção personalizados (47%) e os pré-

21

moldados (25%). O autor concluiu que a presença de queixas relacionadas à

audição pode interferir negativamente na utilização de protetores auditivos

individuais.

O protetor auditivo HiFi, EAR Plugs é classificado como plug pré-moldado de

tamanho único, com três falanges e fabricado em silicone. Segundo informações do

fabricante, esse protetor reduz os níveis de pressão sonora de maneira linear sob o

ponto de vista das frequências e a percepção da voz e da música não é distorcida.

Seu nível de redução de ruído (NRR – NoiseReduction Rating) é de 12dB

(EtymoticResearch).

Santoni et al, (2008), em um estudo realizado com músicos, afirmaram que

73,9% dos sujeitos deram nota maior do que 7,0 para refletir sua satisfação no uso

do protetor auditivo HiFi ER-20, o que indica uma tendência favorável à aceitação

desse dispositivo.

3.6. AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA EM MÚSICOS

Para a realização da avaliação audiológica são necessários conhecimentos a

cerca dos exames a serem realizados e qual é a contribuição de cada um deles para

a detecção precoce de alterações auditivas em músicos.

3.6.1. Audiometria tonal limiar

A audiometria tonal limiar convencional visa estabelecer o limiar mínimo de

audibilidade de um indivíduo. Utiliza estímulos de diferentes intensidades nas

frequências de 250 a 8.000Hz. O limiar tonal é obtido quando o sujeito responde à

menor intensidade sonora que ouviu (GONÇALVES, 2009).

Para análise de audiogramas de trabalhadores expostos ao ruído, a NR7, por

meio da Portaria Nº 19, de 9 de abril de 1998, no item 4.2.1., estabelece o seguinte:

São considerados sugestivos de desencadeamento de perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados, os casos em que os limiares auditivos em todas as frequências testadas no exame audiométrico de referência e no sequencial permanecem menores ou iguais a 25 dB (NA), mas a comparação do audiograma sequencial com o de referência mostra uma piora dos limiares auditivos, do tipo sensorioneural, decorrente da exposição ocupacional sistemática a níveis de pressão sonora elevados. Tem como características principais a irreversibilidade e a progressão gradual com o tempo de exposição ao risco. A sua história

22

natural mostra, inicialmente, o acometimento dos limiares auditivos em uma ou mais frequências da faixa de 3.000 a 6.000 Hz. As frequências mais altas e mais baixas poderão levar mais tempo para serem afetadas. Uma vez cessada a exposição, não haverá progressão da redução auditiva...e preenche um dos critérios abaixo: a. a diferença entre as médias aritméticas dos limiares auditivos no grupo de frequências de 3.000, 4.000 e 6.000 Hz iguala ou ultrapassa 10 dB(NA); b. a piora em pelo menos uma das frequências de 3.000, 4.000 ou 6.000 Hz iguala ou ultrapassa 15 dB (NA).

A audiometria tonal limiar de altas frequências (AT-AF) não possui

pradonização dos resultados supondo a normalidade, portanto, é um exame

complementar à audiometria convencional possibilitando detectar alterações

auditivas precocemente, evidenciando comprometimentos na base do ducto coclear

não visíveis na audiometria convencional e distinguindo as perdas auditivas

ocasionadas por exposição a elevados níveis de pressão sonora de outras causadas

por outros fatores (LOPES, 2011). Utilizam-se estímulos de diferentes intensidades

nas frequências de 9.000, 10.000, 11.200, 12.500, 14.000 e 16.000 Hz

(ZEIGELBOIM, et al, 2001; Lopes, et al, 2009, EMMERICH, et al, 2008; SANTOS, et

al, 2007).

3.6.2. Emissões otoacústicas evocadas

As emissões otoacústicas (EOA) foram descobertas em 1978 por Kemp, na

Inglaterra. Kemp observou que as emissões otoacústicas eram sons gerados na

cóclea de indivíduos com audição normal, sendo estes desencadeados

espontaneamente ou quando estimulados acusticamente, que se propagavam pela

orelha média até o meato acústico externo. Esse exame permite a identificação das

disfunções cocleares antes que ocorra o agravamento da lesão. As emissões

otoacústicas são visíveis em todos os indivíduos com audição normal e em

indivíduos que apresentam perda auditiva essas emissões otoacústicas diminuem

de acordo com o grau da perda, desaparecendo em limiares auditivos acima de 30

dBNA (KEMP, 1978).

23

Segundo Lopes Filho (1997), há três tipos de emissões otoacústicas:

1. EOA espontâneas (energias acústicas liberadas pela cóclea sem que

esta seja estimulada). Presentes em 50 a 70% da população com audição normal,

não sendo utilizadas, portanto, na prática clínica.

2. EOA evocadas transientes ou transitórias: são registradas a partir

estímulos acústicos breves (click) nas frequências de 500 a 6.000 Hz ou entre 500 a

4.000 Hz. Analisam a cóclea como um todo, ou seja, a resposta registrada das

células ciliadas compreende desde a espira basal até a espira apical da cóclea.

3. EOA evocadas por produto de distorção: são registradas a partir da

estimulação da cóclea por dois tons puros que são apresentados simultaneamente.

Ao ampliar os estímulos simultaneamente, a cóclea produz um som diferente

desses, chamado de produto distorcido e, está presente na maioria dos indivíduos

com audição normal.

24

4. MÉTODO

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COMEP) da

Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (UNICENTRO), protocolo número

190/2011 (ANEXO I).

Todos os sujeitos participantes receberam informações a respeito dos objetivos

e justificativas do presente estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (APÊNDICE I).

4.1. TIPO DE PESQUISA

O presente trabalho é um estudo de casos, os quais foram analisados e

comparados de forma descritiva com análise dos efeitos que elevados níveis de

pressão sonora podem causar na saúde auditiva por meio de aplicação de

questionários e avaliação audiológica.

O Método do Estudo de Caso é um método qualitativo das Ciências Sociais, o

qual tem por objetivo apresentar uma estratégia de pesquisa e considerar aspectos

relevantes para o desenho e a condução de um trabalho de pesquisa. Por vezes é

posto como sendo mais adequado para pesquisas exploratórias e particularmente

útil para a geração de hipóteses. De acordo com YIN (1989), a preferência pelo uso

do Estudo de Caso deve ser dada quando do estudo de eventos contemporâneos,

em situações onde os comportamentos relevantes não podem ser manipulados, mas

onde é possível se fazer observações diretas e entrevistas sistemáticas. Este

método é útil, segundo Bonoma (1985, p. 207 apud Yin, 1989), "... quando um

fenômeno é amplo e complexo, onde o corpo de conhecimentos existente é

insuficiente para permitir a proposição de questões causais e quando um fenômeno

não pode ser estudado fora do contexto no qual ele naturalmente ocorre".

4.2. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO

Trata-se de um estudo de caso, com três músicos, dois do gênero masculino

e um do gênero feminino que realizaram duas avaliações audiológicas na Clínica de

Fonoaudiologia da Universidade Tuiuti do Paraná em momentos distintos. Os

instrumentos principais dos indivíduos estão descritos a seguir, sendo que o músico

25

M1 de 34 anos toca tuba, o músico M2 do sexo feminino, de 25 anos e toca

percussão e o músico M3, de 28 anos, toca guitarra.

Com relação aos outros instrumentos tocados pelos músicos, o músico M1 toca

tuba e saxofone; o músico M2 toca violão e percussão, além de cantar e o músico

M3 toca teclado, violão e guitarra. Os três músicos relataram que fazem parte de

banda e/ou conjunto.

4.3. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS

Inicialmente, a pesquisadora entrou em contato por telefone e/ou redes

sociais com os três músicos, e após explicar o objetivo da pesquisa, agendou uma

segunda avaliação audiológica na clínica de Fonoaudiologia da Universidade Tuiuti

do Paraná.

4.3.1. Etapas

4.3.1.1. Aplicação de questionário aos músicos

No dia da avaliação audiológica, os músicos responderam a um questionário

que continha questões sobre sua prática musical (A1 a A8), sobre a saúde auditiva e

saúde geral (B1 a B13), sobre o conhecimento a cerca dos riscos e medidas

preventivas relacionados à audição (C1 a C11) e sobre os hábitos auditivos (D1 a

D5) (ANEXO B). O questionário foi elaborado por Lüders (2012).

4.3.1.2. Avaliação audiológica

1. Audiometria tonal limiar convencional

Foi realizada inspeção do meato acústico por meio de um otoscópio da marca

Kole, com o objetivo de verificar possíveis alterações que pudessem comprometer a

realização dos exames audiológicos. Nenhum dos três músicos apresentou

alterações na otoscopia.

Para a realização da audiometria tonal limiar foi utilizado o audiômetro da

marca Madsen, modelo ITERAII, com fones TDH39P, calibrado atendendo às

26

normas de aferição de audiômetro de acordo com o INMETRO. Os exames foram

realizados em cabina acústica e foram pesquisados os limiares de via aérea para as

frequências de 250 Hz a 8.000 Hz. Não foram pesquisados limiares de via óssea,

pois nenhum dos participantes apresentou limiares de via aérea superiores a 25 dB

para as frequências de 500 Hz a 4.000 Hz. O padrão de normalidade adotado foi de

25 dB (NA) para todas as frequência examinadas e a comparação dos exames foi

realizada segundo a Portaria Nº 19, de 9 de abril de 1998, a qual relata que são

considerados sugestivos de desencadeamento de perda auditiva induzida por níveis

de pressão sonora elevados, os casos em que os limiares auditivos em todas as

frequências testadas nos exames de referência e no sequencial permanecem

menores ou iguais a 25dB (NA), porém a comparação mostra uma piora dos limiares

auditivos, sendo que a diferença entre as médias aritméticas dos limiares auditivos

no grupo de frequências de 3.000, 4.000 e 6.000 Hz iguala ou ultrapassa 10dB (NA)

e ocorre piora em pelo menos uma das frequências de 3.000, 4.000 ou 6.000 Hz que

iguala ou ultrapassa 15dB (NA).

2. Audiometria tonal limiar de altas frequências (AT-AF)

Para a realização da audiometria tonal limiar de altas frequências foi utilizado

o audiômetro da marca Madsen, modelo ITERAII, com fones HDA 200. Foram

pesquisados nesse exame, os limiares auditivos dos músicos em 9.000 Hz, 10.000

Hz, 11.200 Hz, 12.500 Hz, 14.000 Hz e 16.000 Hz. Como não há padrões de

normalidade estabelecidos na literatura, os resultados encontrados foram

comparados ao exame anterior para verificar se houve piora dos limiares.

3. Emissões otoacústicas evocadas (EOA)

O equipamento utilizado para realizar o teste de emissões otoacústicas é da

marca Madsen, modelo Capela (GN Otometrics) ligado a um computador com

plataforma de software NOAH.

Para a observação da função coclear na avaliação das emissões otoacústicas

transientes (EOAT), utilizou-se clicks de banda larga não-linear e intensidade de 80

dBNPS. Nas frequências entre 1.000 Hz e 5.000Hz foram consideradas as respostas

cocleares de no mínimo 50 % por bandas de frequência e relação sinal/ruído de no

27

mínimo 3 dB acima do ruído nas bandas de frequências de 1.000 a 4.000 Hz,

segundo indicação do manual do equipamento.

A observação das emissões otoacústicas por produto de distorção (EOAPD)

se deu por meio do DistortionProduct-gram (Dp-grama), sendo apresentados dois

tons puros simultâneos f1 e f2 (f1<f2) expressos pela razão f2/f1 em 1,22, com tons

primários apresentados em intensidades diferentes (L1>L2), onde L1=65 dBNPS e

L2= 55 dBNPS. Para a análise das respostas foram consideradas as frequências

entre 1.000 e 8.000 Hz, em f2. As emissões otoacústicas foram consideradas

presentes quando estavam dentro dos parâmetros do equipamento, com relação

sinal/ruído maior ou igual a 6dB NPS por frequência (GORGA, 1996).

De acordo com Gorga (1996), as respostas obtidas nessa avaliação podem

pertencer a uma das três categorias: audição normal, deficiência auditiva, ou status

incerto da condição auditiva (área de incerteza). A emissão otoacústica é

considerada presente quando estiver de 3 a 6dB acima do ruído e a área de

incerteza se dá quando as amplitudes encontradas são, na frequência de 750 Hz de

-3 dB à -14 dB; 1.000Hz de 4 dB a -13 dB; 2.000 Hz de 5 dB a -16 dB; 3.000Hz de 3

dB a -17 dB; 4.000 Hz de 2 dB a -21dB; 6.000 Hz de 3 dB a -23 dB e 8.000 Hz de -3

dB a -22 dB. Respostas encontradas abaixo dos valores mínimos descritos são

consideradas sugestivas de deficiência auditiva.

As emissões otoacústicas foram consideradas presentes quando estavam

dentro dos parâmetros do equipamento, com relação sinal/ruído maior ou igual a

6dB NPS por frequência.

4.3.1.3. Aplicação do questionário de conforto com uso de protetor auditivo

Para avaliação do conforto com o uso do protetor auditivo Hi-Fi EAR Plugs foi

aplicado um questionário adaptado por Lüders (2012) para atender as

especificidades da prática musical. O questionário é composto de questões sobre a

prática musical dos músicos, história auditiva e saúde geral destes, conhecimento

sobre riscos, sobre medidas preventivas que estes adotam e hábitos auditivos.

Foram analisados a cerca dos conhecimentos e riscos aos quais os músicos estão

expostos. A análise dos resultados se deu pela contagem da pontuação que cada

músico referiu ao protetor auditivo utilizado, sendo que, os parâmetro que foram

satisfatórios eram referidos por 1, e insatisfatórios por 5.

28

Para a utilização de protetores auditivos individuais é necessário que estes

sejam confortáveis, pois dessa maneira, o músico poderá executar suas habilidades

musicais com precisão e sem incômodos, portanto, além do questionário foram

realizadas quatro perguntas para verificar as impressões que os músicos puderam

obter a partir da utilização do protetor auditivo individual Hi-Fi EAR Plugs, sendo

estas questões descritas abaixo.

Impressões obtidas após utilização do protetor auditivo individual

1. Com relação à a qualidade sonora, qual a sua percepção com o uso do

protetor auditivo?

2. Durante o uso, algum dos parâmetros de conforto (atenuação, pressão

no canal auditivo, textura, incômodo no manuseio do instrumento ao tocar,

colocação, comunicação verbal) potencializou a não utilização do protetor auditivo

3. Em sua opinião, a utilização dos protetores auditivos é inviável em

alguma situação? Por quê?

4. Relacionado ao protetor auricular, o que você acha que precisa

“melhorar”, ou seja, alguma coisa que ele "não faz" e deveria fazer.

29

5. RESULTADOS

Para apresentação dos resultados, os três músicos foram denominados como

M1, M2 e M3.

5.1. PRÁTICA MUSICAL

A caracterização dos músicos está descrita na Tabela 1, na qual estão

retratados os resultados quanto ao tempo que toca e/ou canta em banda ou conjunto

e o tempo dedicado ao estudo musical individual e em grupo.

Tabela 1 – CARACTERIZAÇÃO DOS MÚSICOS QUANTO À PRÁTICA MUSICAL

Anos que é

músico

Tempo que faz

parte de

conjunto/banda

Horas de

ensaio

individual por

dia

Horas de

ensaio em

grupo por

semana

Apresentações

com que

frequência /

quanto tempo

M1 20 20 1 hora 4 horas 1 vez por

semana – 4

horas

M2 19 4 2 horas 5 horas 2 vezes por

semana – 3

horas

M3 13 5 3 horas

3 horas 1 vez por

semana- 3

horas

Com relação aos resultados obtidos é possível verificar que os integrantes do

presente estudo são músicos há vários anos, e apesar de todos fazerem parte de

banda ou conjunto, apenas um deles faz parte de banda desde que começou com a

prática instrumental.

Ainda relatando sobre a prática musical destes, foi possível verificar que em

relação à exposição sonora, o músico M1 realiza ensaios individuais por dia de

menor duração e o músico M3 maior duração, porém, este realiza ensaios de 3

30

horas em grupo por semana, enquanto o outro, 4 horas. De acordo com a percepção

dos músicos, dois deles consideram seus instrumentos de forte intensidade,

enquanto o outro sujeito considera de média intensidade.

5.2. HISTÓRIA AUDITIVA E SAÚDE GERAL DOS MÚSICOS

Com relação à saúde auditiva, apenas um dos músicos referiu dificuldades

para escutar, porém, não soube relatar se há um ouvido melhor que o outro. No

entanto, todos os três músicos estudados referiram que apresentam zumbido e

intolerância a sons em intensidade sonora elevada em uma ou mais das situações

apresentadas como descrito na Tabela 2.

Tabela 2 – CARACTERIZAÇÃO DOS MÚSICOS QUANTO AO ZUMBIDO

REFERIDO POR ESTES

M1 M2 M3

Ao sair de discotecas X X

Após ir ao cinema X

Após estudos individuais X

Após estudos em grupo X

Após apresentações X X

Ao ouvir ruído de máquinas/veículos X X

Após fazer uso de fone de ouvido X

Outras situações não citadas X X

É importante ressaltar que o músico M3 relatou que apresenta zumbido

constante, e em shows e concertos, quando está assistindo, afirmou que costuma

fazer uso de protetor auditivo, uma vez que este atenua os sons e o músico sente-se

mais confortável.

31

Tabela 3 – CARACTERIZAÇÃO DOS MÚSICOS QUANTO À INTOLERÂNCIA À

ELEVADOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA

M1 M2 M3

Discotecas X X X

Cinemas X

Shows X X

Apresentações de orquestras X

Ruído de máquinas/veículos X X

Fazendo uso de fone de ouvido X

5.3. CONHECIMENTO A CERCA DOS RISCOS E MEDIDAS PREVENTIVAS PARA

A AUDIÇÃO

Tabela 4 – CARACTERIZAÇÃO DOS MÚSICOS QUANTO À UTILIZAÇÃO DE

PROTETORES AUDITIVOS INDIVIDUAIS

M1 M2 M3

Faz uso de protetor auditivo

Raramente Nunca Geralmente

Quais ocasiões o utiliza Nunca Nunca Ensaios/

Apresentações

Tipo de protetor que utiliza

Inserção Nunca Concha e

inserção

Recebeu orientação sobre protetor

Orientação

superficial

Orientação

superficial

Orientação

adequada

Qual a fonte da orientação

Profissionais da

área da saúde

Professores e

profissionais

da área da

saúde

Profissionais da

área da saúde e

meios de

comunicação

Quando questionados sobre a exposição à música em elevados níveis de

pressão sonora, todos os sujeitos referiram que esta prática pode trazer danos à

audição. A resposta com relação ao ruído, também em forte intensidade, foi a

mesma, que este causa danos à saúde auditiva.

32

Com relação à quais danos os músicos acreditam que a música e/ou ruído em

elevados níveis de pressão sonora causam, foram referidos a perda auditiva,

zumbido, dores de cabeça, baixa concentração, estresse, taquicardia e depressão.

Sobre como evitar a perda auditiva por exposição ao som intenso, todos os

músicos referiram o uso de protetor auditivo individual. Porém, quando questionados

quanto ao uso de protetor auditivo apenas um deles relatou que faz o uso efetivo,

um relatou que usa raramente e o outro sujeito nunca utiliza.

5.4. HÁBITOS AUDITIVOS

Os hábitos auditivos dos músicos estudados foram descritos na Tabela 5.

Tabela 5 – HÁBITOS AUDITIVOS RELATADOS PELOS MÚSICOS

M1 M2 M3

Faz uso de fones de

ouvidos

Várias vezes na

semana

Diariamente Eventualmente

Ouve música em casa em

volume elevado

Eventualmente Eventualmente Eventualmente

Ouve música no carro em

volume elevado

Eventualmente Eventualmente Eventualmente

Faz uso de

máquinas/ferramentas

ruidosas

Nunca Nunca Eventualmente

Considera sua casa um

ambiente ruidoso

Eventualmente Eventualmente Eventualmente

De acordo com os dados obtidos com relação aos hábitos auditivos dos

músicos, pôde-se verificar que estes têm alguns hábitos que podem prejudicar a

audição, pois suas atividades cotidianas envolvem sons em elevada intensidade,

33

como o uso de fones de ouvidos, como relatado pelo músico M2, que usa

diariamente e o músico M1, que faz uso várias vezes durante a semana.

5.5. AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA DOS MÚSICOS

5.5.1. Audiometria tonal limiar convencional e em altas frequências

Como os três músicos deste estudo já haviam realizado audiometria

anteriormente os resultados das suas avaliações descritos na Tabela 6 foram

comparados para verificar se houve alterações significativas com o tempo.

De acordo com a análise dos limiares auditivos, segundo a Portaria 19 da

Norma Regulamentadora Nº 7, foi possível verificar que, na comparação dos

audiogramas da primeira e segunda avaliação do músico M1, não houve piora em

ambas as orelhas, exceto em 8.000 Hz na orelha esquerda, na qual é possível

perceber piora dos limiares, sendo de 15dB NPS.

Na análise dos exames de referência e sequencial do músico M2 não houve

piora em ambas as orelhas.

Com relação aos exames de referência e sequencial do músico M3 observou-

se que nas frequências de 3.000 e 4.000 Hz na orelha direita apresentou resultados

sugestivos de desencadeamento de perda auditiva quando analisadas estas

frequências isoladamente. Ainda relatando sobre a orelha direita, na análise entre as

médias aritméticas dos limiares auditivos do grupo de frequências de 3.000, 4.000 e

6.000 Hz observou-se que a diferença iguala ou ultrapassa 10 dB (NA). De acordo

com a análise dos limiares auditivos dos exames de referência e sequencial do

músico M3 não houve piora na orelha esquerda.

Como não há padrões de normalidade estabelecidos na literatura para

audiometria tonal em altas frequências, os resultados encontrados foram

comparados ao exame anterior para verificar se houve piora dos limiares, e diante

disso, pôde-se observar o músico M1 teve piorade 35dB (A) na frequência de 16.000

Hz na orelha direita e ausência de limiares em 16.000 Hz na orelha esquerda. Os

músicos M2 e M3 não apresentaram piora nos limiares auditivos de ambas as

orelhas testadas.

34

Tabela 6 – LIMIARES AUDITIVOS TONAIS CONVENCIONAIS E ALTAS

FREQUÊNCIAS

Frequência

(Hz)

1º aval.

19/04/2012

2º aval.

04/09/2014

1º aval.

12/04/2014

2º aval.

04/09/2014

1º aval.

20/03/2014

2º aval.

07/08/2014

250 10 5 5 5 10 15

500 5 5 5 5 10 5

1000 5 5 10 10 5 0

2000 5 5 0 5 5 5

3000 10 5 0 0 -5* 10*

4000 15 10 10 5 0* 20*

OD 6000 15 25 10 15 10 20

8000 10 25 5 5 -5* 20*

9000 20 25 5 15 5 0

10000 25 25 5 5 5 0

11200 30 30 10 20 10 5

12500 15 15 15 20 5 10

14000 5 5 10 10 0 5

16000 5* 40* 5 10 5 10

250 10 5 5 5 15 25

500 10 5 5 5 10 20

1000 10 10 10 10 5 0

2000 5 10 5 5 -5 -5

3000 5 10 0 5 0 0

4000 15 10 5 5 15 0

OE 6000 20 20 15 15 10 0

8000 10* 25* 5 15 10 -5

9000 20 15 5 10 15 10

10000 25 15 5 10 10 15

11200 30 20 15 20 10 10

12500 20 10 15 5 5 5

14000 0 10 15 5 0 -5

16000 20* 50 AUS* 15 10 5 -5

M1 M2 M3Orelha

OD: Orelha direita

OE: Orelha esquerda

(*) Limiares sugestivos de desencadeamento de perda auditiva.

35

5.5.2. Emissões Otoacústicas

1. Emissões otoacústicas transientes (EOAT)

Como resultado, houve presença de resposta em todos os exames dos músicos

estudados na primeira e na segunda avaliação.

2. Emissões otoacústicas produto de distorção (EOAPD)

A Tabela 7 compara os resultados da primeira e segunda avaliação das

emissões otoacústicas quanto à amplitude e relação sinal/ruído.

36

Tabela 7 - AMPLITUDE E RELAÇÃO SINAL/ RUÍDO DAS EMISSÕES

OTOACÚSTICAS PRODUTO DE DISTORÇÃO POR ORELHA E POR

FREQUÊNCIA EM CADA UM DOS MÚSICOS

(*) Amplitudes na área de incerteza.

Fre

quê

ncia

(Hz)

1º a

val

19

/04

/20

12

75

07

,13

,81

1,4

11

,21

1,7

4,8

9,9

14

,44

,16

,21

2,9

9,8

10

00

10

,38

,31

4,9

18

,90

,8*

0,3

*9

,38

9,1

11

,57

,38

,9

20

00

3,0

*1

,0*

14

,91

4,3

-0,1

*-3

,2*

8,5

8-2

,1*

-4,8

*1

0,8

13

,5

OD

30

00

-0,4

*-0

,5*

15

,71

1,5

14

,18

,41

3,4

19

,3-1

,5*

2,8

*1

1,6

13

,5

40

00

11

,81

0,1

17

,92

1,1

19

,11

4,2

31

,42

5,7

2,5

-1,8

*1

4,2

16

,9

60

00

1,9

*3

,21

2,6

12

,41

1,6

10

18

21

,41

,0*

-3,6

*1

3,5

21

,3

80

00

-1*

14

,87

91

1,4

8,5

11

,42

6,8

-1,8

*-0

,5*

7,7

11

,8

75

06

,21

,31

6,5

10

,54

,6-0

,3*

12

,87

,96

,91

,41

3,9

16

,7

10

00

8,6

3,2

14

,41

2,2

-0,5

*-5

,6*

6,7

9,1

14

9,6

25

,13

0,6

20

00

-5,3

*-5

,4*

9,8

6,8

-1,3

*-5

,9*

11

,91

24

,3*

3,8

*9

,91

3,5

OE

30

00

-9,9

*-4

,9*

7,8

6,2

7,9

7,3

11

,41

7,3

-4,8

*-1

,5*

7,8

9,9

40

00

-2,5

*-0

,5*

11

,11

1,2

11

,87

,31

6,1

18

,3-2

,8*

-3,2

*1

4,5

16

,8

60

00

-7,9

*0

,0*

8,6

9,6

17

,11

2,6

32

,12

5,2

1,2

*3

,21

4,1

17

,6

80

00

-0,3

*-7

,4*

7,5

11

,72

6,3

13

,52

4,9

30

,84

7,5

20

,91

8,3

2º a

val

07

/08

/20

14

2º a

val

04

/09

/20

14

1º a

val

12

/04

/20

12

2º a

val

04

/09

/20

14

1º a

val

20

/03

/20

14

2º a

val

07

/08

/20

14

1º a

val

20

/03

/20

14

1º a

val

12

/04

/20

12

Ore

lhaM

1M

2M

3

am

plitud

eS

/Na

mp

litude

S/N

am

plitud

eS

/N

2º a

val

04

/09

/20

14

1º a

val

19

/04

/20

12

2º a

val

04

/09

/20

14

37

Sendo assim, foi possível verificar que nenhum dos três músicos

estudadosapresentou resultado indicativo de deficiência auditiva, porém algumas

amplitudes estão dentro da área de incerteza.

Comparando-se as duas avaliações, observou-se que o músico M1

apresentou piora na comparação da primeira e segunda avaliação, exceto em 6.000

e 8.000 Hz, as quais estavam na área de incerteza na primeira avaliação e na

segunda essas mesmas frequências apresentaram-se como sugestivas de audição

normal na orelha direita e apresentou melhora nas frequências de 3.000, 4.000 e

6.000 Hz, porém estas continuam na área de incerteza. O músico M2 teve

diminuição das amplitudes em todas as frequências em ambas as orelhas e

apresentou na área de incerteza apenas as frequências de 1.000 e 2.000 Hz

bilateralmente quando comparadas as avaliações. A amplitude em 750 Hz que, na

avaliação anterior era sugestiva de audição normal, no segundo exame apresentou-

se na área de incerteza. Com relação à comparação dos exames do músico M3,

observou-se que nas frequências de 2.000, 3.000 e 4.000 Hz da orelha direita

tiveram amplitudes reduzidas, sendo que em 4.000 Hz no primeiro exame esta

apresentava-se como sugestiva de audição normal e no segundo apresentou-se na

área de incerteza. As frequências de 2.000, 3.000, 6.000 e 8.000 Hz apresentaram-

se na área de incerteza nos dois exames na orelha direita. Na orelha esquerda, de

acordo com a comparação dos exames observou-se que houve redução das

amplitudes em 750, 1.000, 2.000 e 3.000 Hz. Na frequência de 6.000 Hz a amplitude

estava na área de incerteza no primeiro exame e no segundo apresentou-se como

sugestivo de audição normal. As frequências de 2.000, 3.000 e 4.000 Hz

apresentaram-se na área de incerteza nos dois exames realizados.

Frente aos resultados encontrados percebe-se a necessidade de

acompanhamento das emissões otoacústicas ao longo do tempo para que não

ocorra agravamento de possíveis lesões auditivas.

5.6. AVALIAÇÃO QUANTO AO USO DO PROTETOR AUDITIVO INDIVIDUAL

Após fazer o uso do protetor auditivo individual Hi-Fi EAR Plugs que foi

disposto para o estudo, todos os músicos responderam a um questionário referindo

a classificação de acordo com o uso no que diz respeito aos parâmetros de conforto.

38

Tabela 8–CLASSIFICAÇÃO DOS PARÂMETROS DE CONFORTO DO PROTETOR

AUDITIVO Hi-Fi EAR PLUGS SEGUNDO OS MÚSICOS

M1 M2 M3

Classif.

Protetor

(*)

Relevância

dos

parâmetros

(**)

Classif.

Protetor

(*)

Relevância

dos

parâmetros

(**)

Classif.

Protetor

(*)

Relevância

dos

parâmetros

(**)

Atenuação

2 5 2 5 2 5

Pressão no

canal auditivo

1 5 2 5 2 4

Textura

1 5 1 4 2 3

Incômodo no

manuseio do

instrumento ao

tocar

3 5 1 5 1 3

Colocação

1 5 1 4 3 4

Comunicação

Verbal

1 5 3 3 1 3

(*)Sendo que 1 esta relacionado à satisfação e 5 à insatisfação.

(**)Sendo que 1 está relacionado à insignificância e 5 à importância.

É importante ressaltar que o músico M3 fez uso do protetor auditivo Hi-Fi EAR

Plugs por menor tempo que os outros dois músicos, fazendo uso deste por cinco

meses e os outros músicos por cerca de um ano. Porém, o músico M3 já fazia uso

de outros tipos de protetores auditivos anteriormente.

Quanto à classificação global do protetor auditivo individual Hi-Fi EAR Plugs

de acordo com a utilização deste pelos músicos, foi possível obter o seguinte

resultado, em uma escala de 1 a 5, onde 1 é desconfortável e 5 confortável, todos os

sujeitos responderam que consideram o protetor utilizado com o número 4, ou seja,

o uso foi satisfatório quando relacionado globalmente.

Um questionário com perguntas descritivas e abertas foi aplicado a todos os

sujeitos do presente estudo (APÊNDICE II), a fim que fosse relatado sobre a

percepção sonora que tiveram fazendo uso do protetor auditivo individual, se alguns

39

dos parâmetros de conforto potencializou a não utilização dos protetores auditivos,

se o seu uso é inviável em alguma situação e o que, na opinião de cada um, poderia

ser realizado para que o protetor utilizado fosse melhor ou o que faltou nesse

protetor.

Com relação ao questionário com perguntas abertas descritivas, os músicos

M2 e M3 relataram suas opiniões de acordo com o uso do protetor e o músico M1

não respondeu a tal questionário.

No que diz respeito à qualidade sonora, segundo os músicos qual a

percepção que eles tiveram com o uso do protetor auditivo, o músico M2 relatou que

a qualidade do som é satisfatória, e é excelente para o uso cotidiano (estudar,

ensaios, shows). O músico M3 relatou que considera o protetor auditivo individual

Hi-Fi EAR Plugs o mais fiel à musicalidade dos instrumentos, pois este não deixa

que a qualidade sonora seja alterada.

A segunda questão realizada diz respeito aos parâmetros de conforto, se

algum destes potencializou a não utilização do protetor auditivo. De acordo com a

resposta do músico M2 a pressão no canal auditivo e comunicação verbal são

fatores que em alguns momentos potencializaram a não utilização. O músico M3

relatou que este protetor auditivo deixa a desejar com relação à atenuação das

frequências graves e a pressão que este causa no conduto auditivo.

Quando questionados se a utilização de protetores auditivos individuais é

inviável em alguma situação, pôde-se verificar que o músico M2 relatou que para

cantar, gravar ou em apresentações não consegue fazer uso do protetor, pois refere

não conseguir ouvir o tipo de som que produz e, dessa forma, fica sem referências.

O músico M3 não relatou situações em sua prática musical.

Os músicos foram questionados se haveria algum parâmetro a ser

aperfeiçoado no protetor auditivo que utilizaram. De acordo com o músico M2 o

protetor utilizado poderia ser mais confortavel, pois dessa forma, poderia ser

utilizado por maior tempo. O músico M3 disse que não há relatos a respeito da

questão posta, apenas sugeriu o protetor auditivo utilizado pelo exercito americano

denominado de 3M, pois este tem quase todos os parâmetros de conforto que um

protetor auditivo precisa segundo sua opinião.

40

6. DISCUSSÃO

Este estudo analisou o perfil auditivo e cuidados com a audição de três

músicos de estilos musicais distintos, que tocam diferentes instrumentos musicais e

analisou a percepção do conforto oferecido pelo uso de protetores auditivos.

Como resultados encontrou-se limiares audiométricos do músico M3 iguais ou

maiores que 15dB NA na comparação dos exames nas frequências de 3.000 e 4.000

Hz na orelha direita. Na frequência de 8.000 Hz verificou-se que ocorreu

desencadeamento como observado no limiaraudiométrico do músico M1 na orelha

esquerda e do músico M3 na orelha direita. Em estudo de Phillips et al (2008) com

estudantes de música não se observou perdas auditivas, mas sim rebaixamentos na

audição de 45% dos estudantes (78% deles apresentavam entalhe acústico em

6.000 Hz e 22% em 4.000 Hz).

O músico M1 apresentou piora dos resultados nos limiares auditivos na

audiometria de altas frequências, sendo esta em 16.000 Hz bilateralmente. Levando-

se em conta que foram tomados os devidos cuidados para a realização do exame

(isolamento acústico e colocação adequada do fone), acredita-se que o fator idade

possa interferir, uma vez que este é o músico mais velho do presente estudo, com

34 anos.

Na análise das emissões otoacústicas foi possível verificar que mais da

metade dos resultados encontrados nos exames dos três músicos apresentam-se

dentro da área de incerteza.

Com relação à utilização de protetores auditivos individuais foi possível

verificar que todos os sujeitos deste estudo tiveram resultados favoráveis, deixando

em maior evidência a satisfação com o uso. No presente estudo, em uma escala de

1 a 5, onde 1 é desconfortável e 5 confortável, todos os sujeitos relataram que

consideram o protetor utilizado com o número 4, ou seja, o uso foi satisfatório

quando relacionado globalmente. Em estudo de Santoni (2010) foram relatadas

notas (entre zero e dez) para a satisfação dos protetores auditivos ER-20, seis

músicos (26,1%) indicaram nota menor ou igual a seis, sete (30,4%) deram nota

sete e dez músicos (43,5%) entre deram nota oito e nove. Assim, 73,9% das notas

foram entre sete e nove. Dessa forma, pode-se constatar a tendência positiva de

satisfação no uso do protetor auditivo Hi-Fi EAR Plugs.

41

Todos os sujeitos da amostra apresentaram grande interesse com relação

aos cuidados com a audição, mostrando-se solícitos e dispostos. Pôde-se verificar

que todos têm consciência sobre os efeitos que elevados níveis de pressão sonora

podem causar para a saúde auditiva, embora, apenas um deles adote fielmente a

utilização de medidas preventivas, como o uso do protetor auditivo, os demais

sabem da importância, porém, acreditam que o uso deste pode atrapalhar sua

percepção sonora ou gerar incômodo de alguma maneira.

42

7. CONCLUSÃO

Apesar de todos os músicos terem referido que têm a percepção de que a

música em intensidade elevada pode prejudicar a audição, estes estão expostos a

situações de risco sem a proteção adequada no que diz respeito às suas práticas

musicais.

Com relação à avaliação audiológica, foi possível verificar que mesmo

estando dentro dos padrões da normalidade, houve o desencadeamento de perda

auditiva induzida por ruído em frequências isoladas. Há indícios de alterações

cocleares, as quais foram percebidas pela avaliação das emissões otoacústicas.

O uso de protetor auditivo possibilitou aos músicos diferentes percepções a

cerca de sua efetividade na prática musical, proporcionando que estes tenham

novos parâmetros para proteger a audição adequadamente.

43

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acredita-se que se faz necessário uma legislação que ampare os profissionais

da música, que determine os níveis seguros de exposição à música e que oriente a

respeito da saúde auditiva e uso de medidas protetoras, como o protetor auditivo

individual.

Acredita-se que o presente estudo pôde possibilitar aos indivíduos o uso de

um protetor desenvolvido para músicos e esclarecer dúvidas com relação aos

cuidados com a audição.

Como foi descrito no presente estudo e na literatura, é preciso que ações

educativas relacionadas à exposição à música em elevadas intensidades e ao uso

de protetor auditivo individual sejam realizadas, afim de que os músicos tenham

práticas de trabalho mais seguras e estejam cientes dos riscos que estão expostos.

44

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2011).

50

APÊNDICES

51

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado (a) para participar de uma pesquisa. Após ser

esclarecido (a) sobre as informações necessárias, no caso de aceitar fazer parte do

estudo, assine ao final este documento.

Título do Projeto de Pesquisa: PROTEÇÃO AUDITIVA DE MÚSICOS: ESTUDO DE

CASOS

Pesquisador Responsável: Ana Carolina Silvio Campos

Professor Orientador:Profª. Drª. Débora Lüders

INTRODUÇÃO: A música tem papel fundamental na vida das pessoas, pois

marca fases e fatos importantes. A importância atribuída à música pelos músicos é

maior, pois eles a têm como seu objeto de trabalho. Diante dessa importância,

diversas pesquisas vêm sendo realizadas envolvendo esses profissionais. No

entanto, a música, embora seja um som agradável aos ouvidos, pode acarretar

prejuízos para a saúde auditiva quando tocada em forte intensidade. Quando

exposto a elevados níveis de pressão sonora, o sistema auditivo pode ser lesado,

acarretando uma perda auditiva, levando o músico a perder informações minuciosas

que diferenciariam seu trabalho, comprometendo a percepção auditiva para afinação

dos instrumentos e diferenciação de timbres. Uma das formas de evitar que a perda

auditiva se instale é fazer uso de protetores auditivos, que reduzem os níveis de

pressão sonora enquanto o músico realiza seus estudos, ensaios e apresentações.

OBJETIVO GERAL DA PESQUISA: Analisar o perfil auditivo e cuidados com

a audição em músicos de estilos musicais distintos relacionando com os diferentes

instrumentos musicais estes venham a tocar.

PROCEDIMENTOS: Caso você queira participar desta pesquisa, responderá

a um questionário no início da pesquisa e a dois questionários ao término dela. Você

será submetido à avaliação audiométrica e avaliação das emissões otoacústicas

evocadas. Estas avaliações serão realizadas na Clínica de Fonoaudiologia da

Universidade Tuiuti situada a Rua Sydney Antonio Rangel Santos, 238 – Barigui, em

horário também previamente agendado. Após a realização dos exames, será

entregue à você um protetor auditivo individual, o qual você fará uso por um período

de tempo e depois responderá questionários sobre o uso deste.

52

RISCOS E BENEFÍCIOS: Não haverá nenhum risco para a sua saúde, uma

vez que o material utilizado para as avaliações não é invasivo e estará previamente

esterilizado. Ao participar desta pesquisa, você terá a oportunidade de saber como

está a sua audição e orientações para preservar a sua audição.

CUSTOS: Você não terá custos com as avaliações propostas na pesquisa, e

não terá custo com o protetor auditivo disponibilizado, o qual será concedido a você.

PARTICIPAÇÃO: Sua identidade será mantida em sigilo. Caso você queira

desistir de participar da pesquisa, poderá fazê-lo em qualquer momento em que

desejar.

DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO

Eu, ______________________________________________________,portador(a)

do RG: _________________________, abaixo assinado, concordo em participar

como sujeito da pesquisa acima descrita.

Fui devidamente informado (a) e esclarecido (a) pelo pesquisador, Ana Carolina

Silvio Campos sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os

possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido(a)

que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a

qualquer penalidade.

Curitiba, _____/______/______

Assinatura do Músico

Assinatura do Pesquisador Responsável

53

APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO PROTETOR AUDITIVO INDIVIDUAL

Impressões obtidas após utilização do protetor auditivo individual

1 Com relação à qualidade sonora, qual a sua percepção com o uso do

protetor auditivo?

2 Durante o uso, algum dos parâmetros de conforto (atenuação, pressão no

canal auditivo, textura, incômodo no manuseio do instrumento ao tocar,

colocação, comunicação verbal) potencializou a não utilização do protetor

auditivo?

3 Em sua opinião, a utilização dos protetores auditivos é inviável em alguma

situação? Por quê?

4 Relacionado ao protetor auricular, o que você acha que precisa

"melhorar", ou seja, alguma coisa que ele "não faz" e deveria fazer.

54

ANEXOS

55

ANEXO A - CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

56

ANEXO B – QUESTIONÁRIO PARA MÚSICOS

Universidade Tuiuti do Paraná

Pesquisa: Saúde auditiva de músicos: estudo de caso.

Pesquisadora Responsável: Ana Carolina Silvio Campos

Prezado,

Apresento a seguir, um questionário cuja finalidade é levantar aspectos importantes

de suas atividades para minha pesquisa. As questões se dividem em quatro grupos:

A – Prática Musical; B – História Auditiva e Saúde Geral; C – Conhecimento sobre

Riscos e Medidas Preventivas e D – Hábitos Auditivos. É de fundamental

importância que todas as questões sejam respondidas.

QUESTIONÁRIO Data: _____ /_____ / ________

Nome:__________________________________________________________

Sexo: ( ) Fem ( ) Masc Data de Nascimento: _____ /_____ / _________

Instituição de Ensino:______________________________________________

Habilitação:______________________________________________________

A – PRÁTICA MUSICAL

1. Você toca algum instrumento e/ou canta?

( ) Instrumento. Qual? _____________

( ) Canto

( ) Não toco instrumento nem canto

2. Há quanto tempo você toca e/ou canta? ____________________________

3. Você faz parte de algum conjunto / banda / orquestra?

( ) Sim Há quanto tempo? ________________

( ) Não

4. Quantas horas por dia você estuda / pratica (individualmente)?

________________

57

5. Quantas horas por semana você ensaia em grupo? _____________________

( ) não ensaio em grupo

6. Faz apresentações com que freqüência?

( ) Nunca

( ) 1 vez por semana

( ) 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

7. Qual a duração média de cada apresentação? ___________________

8. Você considera o som de seu instrumento:

( ) De fraca intensidade

( ) De média intensidade

( ) De alta intensidade

( ) Não sei

B – HISTÓRIA AUDITIVA E SAÚDE GERAL

1. Você percebe alguma dificuldade para escutar?

( ) Sim ( ) Não

2. Você acha que tem um ouvido melhor que o outro?

( ) Sim qual? ___________________

( ) Não

3. Você tem algum destes sintomas? Quais?

( ) Sensação de ouvido tampado

( ) Tontura

( ) Dor de ouvido

( ) Infecções frequentes no ouvido

( ) Nenhum dos sintomas acima

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4. Você sente zumbido na cabeça ou nos ouvidos em alguma das situações abaixo?

( ) quando saio de discotecas/danceterias

( ) após ir ao cinema

( ) em shows ou concertos

( ) após meus estudos (prática musical individual)

( ) após os ensaios (em grupo)

( ) após as apresentações que realizo

( ) ao ouvir barulho de máquinas ou veículos

( ) após escutar música com fone de ouvido

( ) outras situações não citadas acima

( ) não sinto zumbido na cabeça ou nos ouvidos

5. Seu zumbido é:

( ) permanente

( ) temporário

( ) não tenho zumbido

Se temporário, permanece mais tempo que 24 horas?

( ) Sim ( ) Não

6. Você apresenta intolerância a intensidade do som em alguma das situações

abaixo?

( ) discoteca/danceteria

( ) cinema

( ) shows

( ) apresentações de orquestra sinfônica

( ) ao ouvir o ruído de máquinas ou veículos

( ) música com fones de ouvido

( ) Outro. Qual? ____________________________________

Você evita estar em alguma das situações acima por causa desta intolerância? Se

SIM, assinale um X ao lado de cada situação.

7. Você já sofreu alguma explosão próxima de seus ouvidos (bombas, tiros, etc)?

( ) Sim ( ) Não

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8. Sofreu pancada forte na cabeça?

( ) Sim ( ) Não

9. Na família existem pessoas com problemas de audição?

( ) Sim quem? _______________________________________________

( ) Não

10. Você já fez avaliação audiológica? Qual o resultado?

( ) nunca fiz esta avaliação

( ) já fiz com resultado normal

( ) já fiz com resultado alterado

( ) já fiz, mas não me lembro o resultado

11. Quanto à sua saúde geral, apresenta algum destes problemas?

( ) Problema cardíaco

( ) Problema hormonal

( ) Problema gástrico

( ) Hipertensão

( ) Diabetes

( ) Problemas de colesterol e/ou triglicerídeos

( ) Stress/irritação

( ) Depressão

( ) Baixa concentração

( ) Dores de cabeça

( ) Dores musculares

( ) Problemas do sono

( ) Nenhum problema de saúde

( ) Outros. Quais_____________________________

12. Você possui algum desses hábitos?

( ) Fumante (freqüência em cigarros por dia:___________)

( ) Ex-fumante

( ) Consumo de álcool (frequência: _________________)

60

13. Faz uso de algum medicamento de uso contínuo?

( ) Sim Qual?__________

( ) Não

C – CONHECIMENTO SOBRE RISCOS E MEDIDAS PREVENTIVAS

1. Você acha que a música em alta intensidade pode prejudicar sua audição?

( ) Sim

( ) Não

( ) Talvez

( ) Não sei

2. Você acha que o ruído em forte intensidade pode prejudicar sua audição?

( ) Sim

( ) Não

( ) Talvez

( ) Não sei

3. Que tipo de alterações você acha que a música em alta intensidade ou o ruído

pode causar a saúde?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4. Conhece maneiras de evitar a perda auditiva por exposição ao som intenso?

( )Sim Qual:_________________________________________________________

( ) Não

5. Você faz o uso de protetor auditivo nas suas atividades musicais?

( ) Sempre

( ) Geralmente

( ) Às vezes

( ) Raramente

( ) Nunca

61

6. Durante suas atividades musicais, em que ocasiões você utiliza o protetor

auditivo?

( ) Em todas as atividades musicais

( ) Em estudo / prática (individual)

( ) Em ensaios (em grupo)

( ) Nas apresentações

( ) Nunca uso

7. Qual o tipo de protetor auditivo você costuma utilizar?

( ) não utilizo protetor auditivo

( ) Concha

( ) Inserção

( ) Concha + inserção

( ) Outro. Qual________________________________________________________

8. Estaria disposto a testar algum dispositivo para proteger a audição do som

intenso?

( ) Sim

( ) Não Por quê?_____________________________________________________

9. Você acha que alguns instrumentos musicais podem trazer prejuízo para a

audição?

( ) Sim Qual (is)______________________________________________________

( ) Não

10. Você recebe ou já recebeu alguma orientação referente ao uso de protetores

auditivos, bem como cuidados com a audição?

( ) Nunca recebi orientação

( ) Fui orientado superficialmente

( ) Fui bem orientado

( ) Periodicamente recebo informações a este respeito

11. Se recebe ou já recebeu orientação, qual é a fonte dessas orientações?

( ) Professores

62

( ) Profissionais especializados (área da saúde)

( ) Meios de comunicação (internet, livro, etc)

( ) Outras fontes. Quais_________________________________________________

D – HÁBITOS AUDITIVOS

1. Ouve música usando fones de ouvidos

( ) Nunca

( ) Eventualmente

( ) Várias vezes numa semana

( ) Diariamente

2. Ouve música com equipamento de som de casa em volume elevado

( ) Nunca

( ) Eventualmente

( ) Várias vezes numa semana

( ) Diariamente

3. Escuta música com o equipamento de som do carro em volume elevado

( ) Nunca

( ) Eventualmente

( ) Várias vezes numa semana

( ) Diariamente

4. Faz uso de ferramentas ou máquinas ruidosas

( ) Nunca

( ) Eventualmente

( ) Várias vezes numa semana

( ) Diariamente

5. Considera sua casa como um ambiente ruidoso

( ) Nunca

( ) Eventualmente

( ) Várias vezes numa semana

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( ) Diariamente

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ANEXO C - QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO PROTETOR AUDITIVO

INDIVIDUAL ER-20