sars em 2002 na ásia · o covid-19 tem certa semelhança com o genoma ratg13, isolado em morcegos...

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1 o coronavírus, também conhecido como sars -cov 2 ou covid 19 foi identificado pela primeira vez em Wuhan (China) no final do ano de 2019, primeiramente ocorrendo entre frequentadores e comerciantes de um mercado atacadista de frutos do mar e animais selvagens vivos e mortos. Acredita-se que pelo fato de os mercados terem uma grande quantidade de animais e pela grande circulação de pessoas, atrelado à cultura de consumo de animais exóticos, pode ter havido uma recombinação de vírus que já circulavam entre os animais. O covid-19 tem certa semelhança com o genoma RatG13, isolado em morcegos com provável recombinação em um hospedeiro intermediário, e tem semelhança de 96% com o genoma do vírus que circula no pangolim. Portanto, podemos dizer que a nova doença é considerada uma zoonose (doença que pode ser transmitida aos seres humanos pelos animais) em um fenômeno que se chama de transbordamento. Apesar de não se saber muito sobre esse vírus, admiti-se que este possui alta transmissibilidade e provoca uma síndrome respiratória aguda que varia de casos leves – cerca de 80% – a casos muito graves com insuficiência respiratória –entre 5% e 10% dos casos. O vírus já era conhecido por epidemias que aconteceram em anos anteriores Por @MED.CÃO

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Page 1: SARS em 2002 na ásia · O covid-19 tem certa semelhança com o genoma RatG13, isolado em morcegos com provável recombinação em um hospedeiro intermediário, e tem semelhança

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o coronavírus, também conhecido como sars -cov 2 ou covid 19 foi identificado pela primeira

vez em Wuhan (China) no final do ano de 2019, primeiramente ocorrendo entre

frequentadores e comerciantes de um mercado atacadista de frutos do mar e animais

selvagens vivos e mortos.

Acredita-se que pelo fato de os mercados terem uma grande quantidade de animais e pela

grande circulação de pessoas, atrelado à cultura de consumo de animais exóticos, pode ter

havido uma recombinação de vírus que já circulavam entre os animais.

O covid-19 tem certa semelhança com o genoma RatG13, isolado em

morcegos com provável recombinação em um hospedeiro

intermediário, e tem semelhança de 96% com o genoma do vírus que

circula no pangolim. Portanto, podemos dizer que a nova doença é

considerada uma zoonose (doença que pode ser transmitida aos seres

humanos pelos animais) em um fenômeno que se chama de transbordamento.

Apesar de não se saber muito sobre esse vírus, admiti-se que este possui alta

transmissibilidade e provoca uma síndrome respiratória aguda que varia de casos leves –

cerca de 80% – a casos muito graves com insuficiência respiratória –entre 5% e 10% dos

casos.

O vírus já era conhecido por epidemias que aconteceram em anos anteriores

Por @MED.CÃO

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• SARS em 2002 na ásia

• MERS em 2012 na arábia saudita

Os dados epidemiológicos da covid-19 estão em constante mudança, por ser uma doença

ainda em curso, portanto, as informações são muito dinâmicas. O ritmo de cada país é

diferente. Japão, Hong Kong e Singapura viram crescer as infecções de maneira paulatina

desde janeiro. Na Europa, os casos dispararam rapidamente. Os dados são da Universidade

Johns Hopkins (EUA) e os gráficos se atualizam a cada dia.

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Em 26 de fevereiro tivemos no Brasil o primeiro caso identificado, um homem que havia

voltado de viagem da Itália.

Dia 11 de Março de 2020 a OMS (organização Mundial de Saúde) declarou que a covid-19

representa uma pandemia, na prática, este termo se refere ao momento em que uma doença

já está espalhada por diversos continentes com transmissão sustentada entre as pessoas.

Dia 17 de Março o Brasil registra a primeira morte no Estado de São Paulo com

aproximadamente 292 casos confirmados.

A transmissão da covid19 se dá por meio do contato com a pessoa infectada através de

gotículas respiratórias geradas quando a pessoa tosse ou espirra.

No ambiente hospitalar há transmissão por aerossóis durante a realização de procedimentos

como a intubação, utilização de cateter nasal de alto fluxo e ventilação não invasiva.

Estudos recentes sugerem que SARS-CoV-2 permanece viável em aerossol por

aproximadamente três horas e em superfícies por até nove dias, portanto, o contato com

superfícies contaminadas também é responsável pela transmissão da doença, e sugere ainda

que a transmissão por fômites é plausível.

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A transmissão vertical do vírus ainda está sendo investigada. Um estudo realizado pelo

Hospital Renmin, Wuhan, China avaliou um caso de uma mãe Covid-19 RT-PCR positivo e

níveis de anticorpos IgG e IgM para Covid-19 foram 107,89 AU/mL e 279,72 AU/mL,

respectivamente (valor de referência IgG e IgM normais < 10 AU/mL). A mesma foi submetida

a parto cesárea com mascara N95, em sala de isolamento com pressão negativa e o RN após

o nascimento não foi apresentado à mãe, sendo submetido imediatamente à quarenta. Após

2h do nascimento os níveis de anticorpos IgG e IgM para Covid-19 do RN era de 140,32 AU/mL

e 45,83 AU/mL.

Esse estudo sugere que houve uma transmissão vertical do vírus, uma vez que o RN

apresentava níveis elevados de IgG, IgM e citocinas 2h após o parto. Já é sabido que não há

transferência de IgM pela placenta, desse modo sugere-se que o RN foi infectado intraútero

e após a exposição ao vírus evoluiu com sua produção.

Um outro estudo realizado Hospital Zhongnan da Universidade de Wuhan na china, avaliou

9 gestantes positivas para covid 19, todas submetidas a parto cesárea. todos os nove nascidos

vivos tiveram um índice de Apgar de 1 a 8 minutos e um índice de Apgar de 5 minutos de 9 a

10. Amostras de líquido amniótico, sangue do cordão umbilical, esfregaço da garganta

neonatal e leite materno de seis pacientes foram testadas para SARS-CoV-2, e todas as

amostras foram negativas para o vírus. Os resultados desse pequeno grupo de casos sugerem

que atualmente não há evidências de infecção intra-uterina causada por transmissão vertical

em mulheres que desenvolvem pneumonia por COVID-19 no final da gravidez.

Dessa forma, é preciso mais estudos, ensaios clínicos controlados, mais robustos para

confirmar ou excluir essa via de transmissão.

Inicialmente a definição de caso suspeito de coronavirus era feita da seguinte forma:

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No entanto, como já atingimos o nível de transmissão comunitária (corrência de casos

autóctones sem vínculo epidemiológico a um caso confirmado, em área definido,

confirmação laboratorial positiva sem relação com outros casos) a definição de caso suspeito

adotada pelo ministério da saúde passa a ser:

• Pacientes acima de 60 anos

• Cardiopata grave ou descompensado (insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio,

revascularização prévia, arritmias

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• Pneumopatias graves ou descompensada (asma moderada a grave, DPOC)

• Imunodeprimidos

• Doença renal crônica (estágios 3,4 ou 5)

• Diabetes Mellitus (a juízo clínico)

• Gestante de alto risco

Em média, o período de incubação é estimado em de 5 a 6 dias, podendo

variar de 0 a 14 dias. A evolução clínica é progressiva, pior momento em 8-12 dias

• Febre > 37,8 persistente (83%)

• Tosse seca (82%)

• Dispneia (31%)

• Mialgia e fadiga (11%)

• Anorexia

• Confusão mental (9%)

• Cefaleia (8%)

• Dor de garganta (5%)

• Rinorreia (4%)

• Dor torácica (2%)

• Diarreia (2%)

• Náusea e vômito (2%)

• Acometimentos cardíacos: arritmias (17,6%), injúria miocárdica (7,2%), choque

(8,7%), potencial para miocardite

• Acometimento pulmonar:

o Síndrome respiratória aguda grave (SRAG)

o Pneumonia unilateral (25%)

o Pneumonia bilateral (75%)

o Afinidade ao receptor de epitélio pulmonar -ECA

• Achados laboratoriais:

o Linfócitos <1.000

o Aumento de troponinas

o PCR>10

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A maior parte dos casos em que ocorreu óbito foi em pacientes com alguma comorbidade

pré-existente (10,5% doença cardiovascular,7,3% diabetes, 6,3% doença respiratória crônica,

6% hipertensão e 5,6% câncer e/ou idosos.

A taxa de letalidade na china é em torno de 3,8%. No Brasil até o momento é de 4,2%

ocupando o oitavo lugar do ranking mundial.

• Leve: infecção do trato respiratório superior (tosse, dor de garganta, cefaleia), sem

complicações. Presença de sintomas inespecíficos (mialgia, cefaleia), não apresenta

sinais de desidratação, sepse ou dispneia.

• Moderado: presença de pneumonia, sem sinais de gravidade

• Grave:

o Sistema respiratório:

▪ Pneumonia

▪ FR > 30 irpm

▪ Dispneia

▪ SaO2 < 95% em aa

▪ Cianose central

o Sistema cardiovascular

▪ Hipotensão (hipotensão arterial com sistólica abaixo de 90 mmHg e/

▪ ou diastólica abaixo de 60mmHg);

▪ Diminuição do pulso periférico.

o Adicionais:

▪ Piora das condições clínicas de doenças de base

▪ Alteração do estado mental (confusão e letargia)

▪ Febre persistente por mais de 3 dias ou aumento após 48h de período afebril

o Crianças: cianose central, esforço respiratórios (tiragem intercostal, batimento de

asa de nariz, movimento paradoxal do abdome), bradipneia e ritmo respiratório

irregular, incapacidade para se alimentar, letargia, inconsciência, convulsão.

o SRAG

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▪ Leve: 200mmHg <PaO2/FiO2 ≤ 300mmHg

▪ Moderado: 100mmHg < PaO2/FiO2 ≤ 200mmHg

▪ Grave: PaO2/FiO2 ≤ 100mmHg com PEEP ≥ 5

o Sepse

o Choque séptico

o Presença de comorbidades que contraindiquem o isolamento domiciliar

▪ Doenças cardíacas crônicas

▪ Doença cardíaca congênita

▪ Insuficiência cardíaca mal

controlada

▪ Doença cardíaca isquêmica

descompensada

▪ Doenças respiratórias

crônicas

▪ DPOC e asma mal

controlados

▪ Doenças pulmonares

intersticiais com

complicações

▪ Fibrose cística com infecções

recorrentes

▪ Displasia broncopulmonar

com complicações

▪ Crianças com doença

pulmonar crônica da

prematuridade

▪ Doenças renais crônicas

▪ Em estágio avançado (graus

3,4 e 5)

▪ Pacientes em diálise

▪ Imunossupressão

▪ Transplantados de órgãos

sólidos e de medula óssea

▪ Imunossupressão por

doenças e/ou

medicamentos (em vigência

de

quimioterapia/radioterapia,

entre outros medicamentos)

▪ Portadores de doenças

cromossômicas e com

estados de fragilidade

imunológica (ex.: Síndrome

de Down)

▪ Diabetes

• Técnicas de transcriptase-reversa Polymerase Chain Reaction (RT_PCR)

o Alta especificidade, sensibilidade em torno de 60-70%-

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o Problema de amostragem

o Baixa carga viral nos primeiros dias dá um resultado falso negativo.

• RX

o Pouca sensibilidade

o Presença de infiltrados bilaterais

o Não muito utilizado na prática

• TC

o Sensibilidade de 80-90%, especificidade de 60-70%

o Reservado para casos moderado/grave e que terá impacto no manejo → na china,

pela falta de testes foi usado como método de diagnóstico precoce

o Usado para suspeita de diagnósticos alternativos

o Achados:

▪ Espessamento septal

▪ Dilatação bronquial

▪ Opacidades em vidro fosco

bilateralmente

▪ Consolidação bilateral

▪ Predomínio periférico, basal

e posterior

▪ Halo invertido

▪ Pavimentação em mosaico

▪ Pneumonia em organização

▪ SARA

▪ Raro: derrame pleural,

linfonodomegalias.

• USG pulmonar

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o Espessamento pleural

o Presença de linha B confluente

o Consolidações subpleurais

• Laboratorial

o Linfopenia

o Leucopenia

o Plaquetopenia

o Aumento do PCR (>10)

o Aumento de procalcitonina em

5,5% dos casos

o Alteração de TGO/TGP

o Alteração de função renal e

eletrólitos

o Distúrbios de coagulação:

aumento de D-dímero, CIVD,

tromboembolismo

• Diagnósticos diferenciais

o Vírus respiratórios em formas de surtos: influenza, vírus sincicial respiratório,

adenovírus, parainfluenza, HIN1, outros coronavírus.

• Grupos de risco (já mencionados) → afastamento pelo período da pandemia, ou

mudança para setor onde não se atende pacientes suspeitos ou confirmados com

coviud19 ou transferência para setor de gestão.

• Contactantes domiciliares assintomáticos suspeitos ou confirmados de síndrome

gripal → Afastamento de 7 dias e retorno se permanecer assintomático

• Para profissionais que trabalham com pacientes com síndrome gripal, se apresentarem

(febre + tosse ou dor de garganta ou dispneia → afastamento imediato

• Teste rápido positivo → afastamento por 14 dias ou até 72H após o desaparecimento

dos sintomas.

• Teste rápido negativo e RT-PCR positivo → afastamento por 14 dias ou até 72H após o

desaparecimento dos sintomas.

• Para o retorno o profissional deve:

o Se submeter ao RT-PCR (deve ser negativo)

o Resolução da febre sem uso de antitérmico + desaparecimento dos sintomas

respiratórios + teste rápido (IgM e IgG negativos para covid-19)

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o Se não houver testes → baseado na apresentação dos sinais clínicos → 72H após

o desaparecimento dos sintomas ou mínimo de 7 dias após aparecimento dos

sintomas

Regulamentado em caráter provisório e temporário pela portaria 467 de março de 2020

Estabelece o atendimento pré-clínico, suporte clínico assistencial, consultas, monitoramento

e diagnóstico clínico

O atendimento deve ser registrado em prontuário clínico, preenchido a cada contato.

Não é necessário gravar a conversa;

Dados que devem conter: data e hora do atendimento, tecnologia utilizada, número do

conselho regional e unidade de federação responsável pelo atendimento, número do

prontuário, quadro clínico autorreferido

• Identificação precoce, estratificação da gravidade e encaminhamento de casos graves

o Assim que identificado o paciente como suspeito de ter síndrome gripal, o mesmo

deve ser encaminhado a sala de espera especial com porta fechada, bem ventilada

com janelas abertas e ar-condicionado desligado. Deve ser oferecido ao paciente

uma máscara cirúrgica.

o Casos leves: devem permanecer em isolamento domiciliar com orientações

o Casos graves: devem ser encaminhados aos centros de referência

• Iniciar medidas de prevenção de contágio na UBS e iniciar a prevenção comunitária e

apoio à vigilância ativa → EPI necessário precaução de gotículas

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• Notificação imediata

o Uso do CID 10: Síndrome Gripal inespecífica é o J11; COVID-19 é o U07.1.

• Monitoramento clínico: pode ser feito via telefone, a cada 48h, sendo registrado em

prontuário médico.

• Papel da equipe

o Agente comunitário de saúde: aplicação de questionário para identificação

precoce de síndrome gripal, identificação do paciente.

o Técnico de enfermagem: aferição e registro dos sinais vitais

o Enfermeiros: aferição de sinais vitais, acompanhamento clínico, coleta da história

do paciente, anamnese e exame físico

o Médico: determina a gravidade do paciente, prescrição de medicação,

encaminhamento para hospital de referência, atestado para paciente e seus

contactantes.

• Isolamento domiciliar

o Isolamento domiciliar por14 dias a contar da data de início dos sintomas

o Acompanhamento a cada 48horas (visita domiciliar, telemedicina)

o Prescrição de sintomáticos (antitérmicos VO)

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o Oseltamivir se síndrome gripal e paciente em grupo de risco (75mg 12/12h por 5

dias) → risco de influenza

o Manter boa alimentação e hidratação, repouso

o Orientar cuidados domésticos: sempre reportar a equipe a piora dos sintomas,

manter-se em quarto isolado ou a 1 m de outro morador da casa, higiene

respiratória

• Casos graves: Transferência para urgência

o Sat < 94% em aa

o Desconforto respiratório

o Piora das condições clínicas da

doença de base

o Hipotensão (<90x60mmHg)

o Insuficiência respiratória

o Cianose central

o Alteração do estado mental

o Persistência da febre por mais

de 3 dias ou retorno após 48H de

período afebril

o Inapetência

o Convulsão

• Precaução de gotículas e de aerossóis

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• Utilização de avental descartável, óculos ou protetor facial, gorro e luvas de

procedimento.

• O profissional deve se paramentar antes de entrar no quarto do paciente e retirar a

paramentação antes de sair com técnica apropriada

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• Paciente com pelo menos 3 sintomas respiratórios, descompensado ou com

presença de comorbidades

o Se FR > 25 irpm e Sat > 90% → encaminhar paciente para unidade de

internação ou sala amarela

o Se FR > 25 irpm e Sat > 90% → encaminhar paciente para sala de choque, sala

vermelha ou UTI

• Leito de isolamento com pressão negativa (se possível)

• EPI com precaução de gotículas e aerossóis

• Paciente com insuficiência respiratória aguda

o Suporte de O2 com cateter nasal

o VNI (CPAP, BIPAP), cateter nasal de alto fluxo → evitar, pois dispersa aerossóis

o Ventilador com filtro de ar → CNO2 > 5L para SPO2 > 93% → Intubação

orotraqueal (IOT) imediata

• IOT

o Médico especialista + equipe reduzida

o Preparação/planejamento anterior

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o Filtro viral no circuito

o Precaução para aerossóis

o Avaliação de vias aéreas → já levar caiza para vias aéreas difíceis

o Sistema fechado de aspiração

o Usar sequência rápida

▪ Pré oxigenar

▪ Bloqueador neuromuscular

▪ Monitorização

▪ Checagem com capnografia para verificar o posicionamento e não o

estetoscópio

o Se disponível utilizar a videolaringoscopia

o Ventilar apenas após cuff insuflado

o Clampear tubo se necessária a desconexão do sistema

• Em casos refratários

o Posição prona (16/20h por dia)

o ECMO

o NO inalatório (efeito positivo na vasculatura pulmonar e efeito

antiinflamatório → melhora a troca gasosa → perda de efeito após 24-48h

• Profilaxia para TVP

o Em todos os pacientes em virtude da internação prolongada, imobilidade e

distúrbios de coagulação

• Terapia farmacológica

o Antibiotico terapia profilática (azitromicina / ceftriaxona / claritromicina

o Hidroxicloroquina

▪ A cloroquina é um Antimalárico, já a hidroxicloroquina é um derivado da

cloroquina com menos efeitos colaterais

▪ A hidroxicloroquina é uma base fraca que neutraliza os ácidos e torna o

ambiente menos adequado ao desenvolvimento do vírus e altera a

capacidade do vírus de se ligar na parte externa da célula

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▪ Resultado positivo em 25 pacientes na redução da carga viral a partir do

dia 6 quando em associação com a azitromicina

▪ Até o momento não existe nenhum ensaio clínico controlado

randomizado

▪ O que temos até o momento são os resultados de um ensaio clínico não

randomizado conduzido na França com poucos pacientes. Nesse estudo,

foi testado o uso da hidroxicloroquina isolada ou em combinação com

azitromicina comparado com um grupo de pacientes com Covid-19 que

não recebeu nenhum desses fármacos. Apesar de os resultados

demonstrarem benefícios com o uso da hidroxicloroquina, especialmente

quando associada com a azitromicina, uma série de inconsistências no

relato dos pesquisadores e problemas metodológicos graves fazem com

que a evidência científica gerada por essa pesquisa seja muito fraca.

▪ Existem hoje (abril de 2020) cerca de 65 estudos sendo conduzidos

▪ Atualmente há liberação do uso do medicamento a nível hospitalar para

casos graves de coronavirus.

▪ Efeitos colaterais:

֎ Efeitos cardiovasculares: hipotensão, vasodilatação, supressão da

função miocárdica, arritmias cardíacas, parada cardíaca

֎ Efeiros no SNC confusão, convulsões e coma

֎ As doses terapêuticas usadas no tratamento oral podem causar

cefaleia, irritação do trato gastrointestinal, distúrbios visuais e

urticária

֎ O tratamento prolongado com altas doses também pode causar

miopatia tóxica, cardiopatia e neuropatia periférica, visão borrada,

diplopia, confusão, convulsões, erupções, quineloides na pele,

embranquecimento dos cabelos, alargamento do complexo QRS e

anormalidade da onda T

▪ Interações medicamentosas: associação da cloroquina com amiodarona

ou halofantrina aumenta o risco de arritmias ventriculares; menta o risco

de toxicidade da digoxina

o Remdesivir

▪ pró-fármaco análogo de nucleotídeo que inibe a polimerase de RNA viral

- demonstrou atividade in vitro contra SARS-CoV-2.

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▪ Uma coorte publicada no New England em 10 de abril de 2020, analisou

um grupo de pacientes graves com sat ≤ 94%: 61 receberam o

medicamento por 10 dias.

֎ Apenas 53 casos puderam ser analizados → 36 pacientes obtiveram

melhora clínica, 7 pacientes evoluíram para óbito

֎ 32 pacientes apresentaram eventos adversos como: umento das

enzimas hepáticas, diarréia, erupção cutânea, insuficiência renal e

hipotensão

֎ É importante destacar que a interpretação dos resultados deste

estudo é limitada pelo pequeno tamanho da coorte, a duração

relativamente curta do acompanhamento, os possíveis dados

ausentes devido à natureza do programa, a falta de informações

sobre 8 dos pacientes tratados inicialmente e a falta de um grupo

controle randomizado.

o Lopinavir e ritonavir

▪ Realizado um estudo controlado randomizado publicado no New England

dia 18 de março de 2020, com pacientes em estado grave. Foram

incluídos 199 pacientes dos quais, 99 foram designados para o grupo

lopinavir-ritonavir e 100 para o grupo de tratamento padrão.

▪ Em pacientes adultos hospitalizados com Covid-19 grave, nenhum

benefício foi observado com o tratamento com lopinavir-ritonavir além

do tratamento padrão

o Outras drogas ainda estão em estudo. Até o momento nenhuma terapêutica

ainda foi comprovada como eficaz no tratamento de doenças graves causadas

por SARS-CoV-2.

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Boletim epidemiológico – centro de operações emergências em Saúde Pública | covid 19

acessado em http://maismedicos.gov.br/images/PDF/2020_03_13_Boletim-

Epidemiologico-05.pdf dia 13/04/2020

https://brasil.elpais.com/brasil/2020/03/12/ciencia/1584026924_318538.html?rel=friso-

portada

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https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/11/oms-declara-pandemia-

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https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-registra-primeira-morte-pelo-novo-

coronavirus-em-sao-paulo,70003236434 acessado dia 13/04/2020

https://pebmed.com.br/