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SISTEMA DE GESTÃO CERTIFICADO ISO 9001:2000 ÓRGÃO INFORMATIVO DO SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO PESADA DO ESTADO DE SÃO PAULO ANO XXII – N O 171 JANEIRO/FEVEREIRO 2010 BIMESTRAL Distribuição gratuita REPRESENTANDO A CATEGORIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, RECUPERAÇÃO, REFORÇO, MELHORAMENTO, MANUTENÇÃO, SINALIZAÇÃO, CONSERVAÇÃO E OPERAÇÃO DE ESTRADAS, BARRAGENS, HIDRELÉTRICAS, TERMOELÉTRICAS, METRÔS, FERROVIAS, HIDROVIAS, TÚNEIS, ECLUSAS, DRAGAGEM, DRENAGEM, AEROPORTOS, PORTOS, CANAIS, DUTOS, MONTAGEM INDUSTRIAL, PONTES, VIADUTOS, OBRAS DE SANEAMENTO, ATERROS SANITÁRIOS, PAVIMENTAÇÃO, OBRAS DE TERRAPLENAGEM EM GERAL E CONCESSIONÁRIAS PÚBLICAS. OBRAS PARA DESENVOLVER São Paulo O governador José Serra empreende ritmo dinâmico à Administração e implementa impressionante volume de obras em todas as regiões do Estado. Recuperação e conserva- ção de rodovias, novas estradas vicinais, Rodoanel e expan- são do Metrô estão entre as prioridades do Governo. Ganha São Paulo, o Brasil, a população e as classes produtoras que podem escoar a produção agroindustrial. Págs. 2, 3, 4 e 5 P ara o presidente do SINICESP, engenheiro Marlus Renato Dall’Stella, a perspectiva para 2010 é de crescimento econômico, com reflexos positi- vos em todas as áreas. O setor da construção pesada, importante em todas as metas de crescimento e geração de empregos, vê com otimismo os progra- mas de investimentos em infraestrutura de trans- portes. Quanto ao Sindicato, continuará proativo, atuando na defesa dos interesses das associadas e ampliando o leque de serviços que presta às empre- sas, principalmente nas áreas técnica e jurídica. REUNIÃO NA FIESP MOSTRA DIFICULDADES PARA APLICAR EMENDA DOS PRECATÓRIOS Pág. 12

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S I S T E M A D E G E S T Ã O C E R T I F I C A D O I S O 9 0 0 1 : 2 0 0 0

ÓRGÃO INFORMATIVO DO

SINDICATO DA INDÚSTRIA

DA CONSTRUÇÃO PESADA

DO ESTADO DE SÃO PAULO

ANO XXII – NO 171

JANEIRO/FEVEREIRO 2010

BIMESTRAL

Distribuição gratuita

REPRESENTANDO A CATEGORIA ECONÔMICA DA

INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, RECUPERAÇÃO,

REFORÇO, MELHORAMENTO, MANUTENÇÃO,

SINALIZAÇÃO, CONSERVAÇÃO E OPERAÇÃO

DE ESTRADAS, BARRAGENS, HIDRELÉTRICAS,

TERMOELÉTRICAS, METRÔS, FERROVIAS,

HIDROVIAS, TÚNEIS, ECLUSAS, DRAGAGEM,

DRENAGEM, AEROPORTOS, PORTOS, CANAIS, DUTOS,

MONTAGEM INDUSTRIAL, PONTES, VIADUTOS,

OBRAS DE SANEAMENTO, ATERROS SANITÁRIOS,

PAVIMENTAÇÃO, OBRAS DE TERRAPLENAGEM EM

GERAL E CONCESSIONÁRIAS PÚBLICAS.

OBRAS PARADESENVOLVER

São PauloO governador José Serra empreende ritmo dinâmico à

Administração e implementa impressionante volume de

obras em todas as regiões do Estado. Recuperação e conserva-

ção de rodovias, novas estradas vicinais, Rodoanel e expan-

são do Metrô estão entre as prioridades do Governo. Ganha

São Paulo, o Brasil, a população e as classes produtoras

que podem escoar a produção agroindustrial.

Págs. 2, 3, 4 e 5

Para o presidente do SINICESP, engenheiro Marlus Renato Dall’Stella, a perspectiva para 2010 é de crescimento econômico, com refl exos positi-

vos em todas as áreas. O setor da construção pe sada, importante em todas as metas de crescimento e geração de empregos, vê com otimismo os progra-mas de investimentos em infraestrutura de trans-portes. Quanto ao Sindicato, continuará proativo, atuando na defesa dos interesses das associadas e ampliando o leque de serviços que presta às empre-sas, principalmente nas áreas técnica e jurídica.

REUNIÃO NA FIESP MOSTRA DIFICULDADES PARAAPLICAR EMENDA DOS PRECATÓRIOS Pág. 12

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Órgão ofi cial do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo.Sede: Alameda Santos, 200 • 9o e 10o andares – Cerqueira César • São Paulo/SP – 01418-000 • Tel. (11) 3179.5800 • Fax (11) 3179.5816Site: http://www.sinicesp.org.brE-mail: [email protected]

DIRETORIAPresidente: Marlus Renato Dall’Stella1o Vice-presidente: Carlos Pacheco Sil-veira Vice-presidentes: Silvio Ciampa-glia, Carlos Alberto Ferreira Leão, Carlos Al berto Mendes dos Santos, João Lá zaro Simoso, Louzival Luiz Lago Mascare- nhas Jr., João Leopoldino Neto, Ricardo Pernambuco Backheuser Junior e Dario de Queiroz Galvão Filho Secretários: Luiz Carlos Martire e Wayne do Carmo Faria Sobrinho. Tesoureiros: Clóvis Sa-lioni Jr. e Carlos Alberto de Salles Pinto Lancellotti.

CONSELHO SUPERIOR ELEITOAnwar Damha, Romildo José dos Santos Filho, Dario Rodrigues Leite Neto e Rosaldo Malucelli

CONSELHO SUPERIORMembros Natos: Newton Cavalieri (presidente), Aluízio Guimarães Cuper-tino (secretário), Carlos Alberto Maga-lhães Lancellotti, José de Jesus Alvares da Fonseca e Pelerson Soares Penido.

CONSELHO FISCALEfetivos: Ademar Guido Belinato, José Luiz Misorelli e Manoel Carlos Ferrari.

CONSELHO FISCALSuplentes: Luiz Albert Kamilos, Geraldo Tadeu Rossi e Luiz Raimundo Neves.

DELEGADOSREPRESENTANTES NA FIESPEfetivos: Manuel Carlos de Lima Ros-sitto e Adhemar Rodrigues Alves.

DELEGADOS REPRESENTANTES NA FIESPSuplentes: Newton Cavalieri e Sidney Silveira Lobo da Silva Lima.

Editor Responsável: Guido Fidelis (MTb 7896) • Supervisão Geral: Marco Túllio Bottino, diretor-executivo • Colabora-dores: Cesar Augusto Del Sasso, super-visor do Setor Jurídico; Hélcio Petrônio de Farias, consultor técnico; Ivan Bar-bosa Rigolin, professor de Direito Admi-nistrativo, Luis Fernando Xavier Soares de Mello e Eduar do Gutierrez (tributaris-tas) e José Carlos Tafner Jorge e Maria Heloiza Soares (fotos).

PRODUÇÃO: RG EditoresRua Santo Antonio, 555 – 1o A. – conj. 11

São Paulo – SP – Tel.: (11) [email protected]

Diagramação: Neide Siqueira

RECUPERAÇÃO DE VICINAIS NA

REGIÃO DE JALESInvestimento de R$ 24,7 milhões melhorou 136 quilômetros de nove estradas em 16 municípios

O governador José Serra entre-

gou a obra de recuperação de

nove estradas vicinais na região de

Jales. Com essas obras serão bene-

fi ciadas 16 cidades, que receberam

a completa revitalização de 136 qui-

lômetros de estradas.

“Estamos trabalhando também

na infraestrutura econômica, além

da social. Investir no interior dá re-

torno, dá desenvolvimento, dá em-

prego, dá melhor qualidade de vida

para a família, tanto que o interior

de São Paulo é a região mais desen-

volvida do Brasil”, afi rmou o gover-

nador José Serra.

O valor investido foi de R$ 24,7

milhões. As melhorias foram feitas

dentro do programa Pró-Vicinais,

destinado a recuperar estradas mu-

nicipais. As obras foram realiza-

das pelo Governo de São Paulo, por

meio do Departamento de Estradas

de Rodagem (DER).

Foram entregues as vicinais

Aparecida d’Oeste/Divisa com Su-

zanópolis; Jales/Dirce Reis; Santana

da Ponte Pensa/Palmeira d’Oeste/

Três Fronteiras; Palmeira d’Oeste/

Dis trito de Dalas; Mesópolis/Para-

napuã; Portalinda/Divisa com São

João das Duas Pontes; São João

das Duas Pontes/Fernandópolis;

Acesso de Urânia à SP-320 e Tur-

malina/Dolcinópolis.

Pró-Vicinais

Apesar de pertencerem aos mu-

nicípios, o Governo de São Paulo

tem investido na recuperação das

estradas vicinais, pela importân-

cia destas vias na interligação dos

municípios e no escoamento da

produção agrícola. Com o progra-

ma, até o fi nal de 2010, foram recu-

perados 12 mil quilômetros de es-

tradas vicinais em todo o Estado.

Para se ter ideia sobre as me-

lhorias nas estradas da região, nes-

ta terceira etapa do Pró-Vicinais,

apenas na área administrativa do

DER de São José do Rio Preto, que

contempla Jales, foram investidos

R$ 138 milhões na recuperação de

477 quilômetros em 46 municípios.

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Valor é o maior já

investido na região por uma

administração estadual

governador José Ser-

ra, em visita ao muni-

cípio de Iguape, no Vale do Ribeira,

no dia 2 de fevereiro, entregou as

obras de recuperação e pavimen-

tação de três estradas da região e

autorizou o início das obras de

recuperação da estrutura civil da

Barragem do Valo Grande. Soma-

dos, os projetos representam in-

vestimento de R$ 46,6 milhões e

reforçam a posição da gestão de

José Serra como a que mais inves-

tiu na região em todos os tempos.

Desde o início da atual admi-

nistração estadual, em 2007, foram

anunciados R$ 450 milhões em

investimentos para os municípios

da região. Mais especifi camente,

em outubro de 2007, foi lançado o

primeiro plano de investimentos

para o Vale do Ribeira, liberando

R$ 224,4 milhões a serem aplica-

dos em obras de diferentes áreas.

Deste montante, R$ 141,9 mi-

lhões foram aplicados em obras

que já foram concluídas pelo Go-

verno. O restante está alocado em

projetos e programas que serão

concluídos nos próximos meses,

como a reforma das boias de si-

nalização da Barra de Cananéia e

a informatização das escolas de

ensino fundamental e médio da

região.

Dentre as principais obras con-

cluídas deste primeiro pacote de

investimentos, vale destacar a am-

pliação do Hospital São João, em

Registro, a recuperação de 125 km

de estradas rurais da região pelo

Programa Melhor Caminho, a en-

trega dos 784 títulos imobi liários, a

pavimentação de estradas vicinais

e a inauguração da ETEC de Re-

ESTADO INVESTE R$ 450 MILHÕESNO VALE DO RIBEIRA

gistro, cujas aulas começarão já

no primeiro semestre de 2010.

Além destas obras, novos pro-

jetos em benefício da região do

Vale do Ribeira foram aprovados

pelo Governo do Estado de São

Paulo. Somadas, essas obras repre-

sentam um novo investimento es-

tadual da ordem de R$ 220 milhões

em diferentes áreas de governo.

Esses novos projetos serão

executados ao longo dos próximos

anos e contemplam áreas como

transportes, com a recuperação

das vicinais da região – ao todo,

77,5 km de estradas serão recu-

peradas e 116,7 km pavimentadas

–, a recuperação de 43 km de aces-

sos aos municípios da região, além

da elaboração dos planos estraté-

gicos de desenvolvimento do Vale

do Ribeira e viabilidade técnica e

econômica da hidrovia do Rio Ri-

beira de Iguape.

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SP INVESTE R$ 36,6 BIEM PROJETOS PARA A COPA 2014

PARCERIA ENTRE

ESTADO E PREFEITURA

GARANTE PROJETOS

PARA MELHORAR

MOBILIDADE URBANA

1. Marginais do Rio Tietê

2. Jacu-Pêssego: Guarulhos, Mauá e ABC

3. Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas

4. Metrô Linha 2 (Verde): Alto do Ipiranga – Vila Prudente

5. Metrô Linha 4: Luz – Vila Sônia

6. Metrô Linha 5 (Lilás): Largo 13 – Chácara Klabin

7. Metrô Expresso Tiradentes Monotrilho

8. Compra de novos trens para as linhas 1 e 3 do Metrô

9. Expresso Aeroporto: Centro – Guarulhos

10. Linha Turquesa (CPTM)

11. Linha Safi ra (CPTM): Brás – Tatuapé – Calmon Viana

12. Linha Rubi: SP – Caieiras – Francisco Morato – Jundiaí

13. Linha Esmeralda (Marginal Pinheiros): Zona Sul ao Morumbi

14. Linha Coral – Expresso Leste: até Mogi das Cruzes

15. Linha Diamante: São Paulo, Osasco, Carapicuíba, Barueri, Jandira, Itapevi

16. Prolongamento da Av. Jornalista Roberto Marinho até a Imigrantes (PMSP)

17. Prolongamento da Av. Chucri Zaidan (PMSP)

18. Túnel Lineu de Paula Machado (PMSP)

19. Complexo Viário Sena Madureira (PMSP)

20. Avenida Perimetral (PMSP)

21. Metrô Linha 17 Ouro Monotrilho

Prefeito Gilberto Kassab e governador José Serra

O Governo do Estado e a Pre-feitura vão investir, até 2014, um total de R$ 36,6

bilhões em obras que vão melho-rar signifi cativamente o transporte na Região Metropolitana de São Paulo, atendendo às necessidades surgidas com a realização da Co-pa do Mundo de 2014. São 21 pro-jetos, que deixarão como legado para a cidade a redução dos con-gestionamentos e a oferta de uma ampla rede de Metrô e trens, com mais conforto e qualidade.

Do total que será investido, R$ 26,8 bilhões serão de respon-sabilidade do Governo do Estado, R$ 4,5 bilhões da Prefeitura, R$ 1,2 bilhão da União e R$ 4,1 bilhões do Setor Privado. O Governo de São Paulo solicitou uma linha de fi nan-ciamento de R$ 1,33 bilhão da Cai-xa Econômica Federal e do BNDES para a implantação da Linha 17 Ouro do Metrô – monotrilho que li-gará a estação São Judas ao Está-dio do Morumbi –, e construção da Avenida Perimetral, sobre a qual nova linha do Metrô será erguida. Esses projetos custam R$ 3,175 bi-lhões, dos quais R$ 2,873 bilhões estão sob a responsabilidade do Go verno do Estado e R$ 302 mi-lhões da Prefeitura.

O monotrilho interligará a Li-nha 1 do Metrô (São Judas) ao Ae-roporto de Congonhas, à CPTM (Estação Morumbi) e à Linha 4 do Metrô (São Paulo-Morumbi). No total, serão 20 estações nos seus 21,5 quilômetros de extensão. O pro jeto prevê o transporte de até 230 mil passageiros.

A Avenida Perimetral, com 6 quilômetros, ligará a região do Es-tádio à Marginal Pinheiros, na al-

tura da ponte João Dias, e já está com obras em andamento pela Prefeitura. As obras do trecho fi -nal, de 2,4 km, incluirão um arro-jado projeto de urbanização da Praça Roberto Gomes Pedrosa, no entorno do Estádio, associada à Estação Morumbi do monotrilho e um estacionamento. Serão feitas também a canalização do córrego Antonico e a construção de dois piscinões.

O conjunto inclui obras viárias importantes, como o Trecho Sul do Rodoanel, o Complexo Jacu-Pêsse-go e a extensão da Avenida Rober-to Marinho, a criação de novas linhas do Metrô e da CPTM, além da modernização da frota de trens, entre outros projetos.

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RODOANEL inaugura trecho Sul em março

MAIOR OBRA

REALIZADA NO

ESTADO, RODOANEL

INTERLIGA DEZ

RODOVIAS

Com 176 quilôme-

tros de extensão, o

Rodoanel reduzirá

drasticamente o ris-

co de acidentes com

cargas perigosas, garan-

tindo índices menores do

que os registrados atualmente nas áreas urbanas, como

já acontece no trecho Oeste (32 quilômetros de exten-

são), em operação desde 2002.

Considerada a maior obra realizada no Estado de

São Paulo, o Rodoanel interliga dez rodovias: Anchieta,

Bandeirantes, Castello Branco, Raposo Tavares, Régis

Bittencourt, Imigrantes, Anhanguera, Ayrton Senna,

Dutra e Fernão Dias. O trecho Sul terá 57 quilômetros,

mais prolongamento de 4,4 quilômetros de extensão,

entre São Bernardo do Campo e Mauá, o que soma 61,4

quilômetros. Ele interligará as rodovias Anchieta e Imi-

grantes com o trecho Oeste, em Embu, que faz conexão

com a Régis Bittencourt, Raposo Tavares, Castello Bran-

co, Bandeirantes e Anhanguera, cobrindo sete das dez

rodovias que chegam a São Paulo.

O custo estimado de toda a obra – abrangendo a

construção da rodovia, obras de arte, desapropriações,

reassentamentos e compensações ambientais – é de

R$ 4,2 bilhões, sendo dois terços custeados pelo Estado

e um terço pela União.

O Rodoanel Sul passa por áreas urbanas e rurais de

sete municípios (Embu, Itapecirica da Serra, São Paulo,

São Bernardo do Campo, Santo André, Ribeirão Pires e

Mauá) e atravessa duas grandes represas que abrigam

mananciais e abastecem a Região Metropolitana de São

Paulo e cidades vizinhas. Iniciado em 2007, a sua inau-

guração ofi cial está prevista para março, 34 meses após

o começo das obras. No total, serão 136 obras de arte,

entre pontes, viadutos, acessos, passagens inferiores e

superiores. Somadas, equivalem a 20 quilômetros e a

um terço do custo total da obra.

COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Os marcos mais importantes são as pontes sobre

as represas Guarapiranga e Billings e, ainda, os trevos

das rodovias Régis Bittencourt, Anchieta e Imigrantes.

Nesses trevos, alças direcionais de grande capacidade

permitirão manter a fl uidez do tráfego das rodovias in-

terligadas. Com 1.775 metros de extensão e vão livre de

107 metros, a ponte sobre a Represa Billings é a maior

em movimento, seguida da ponte da Represa do Gua-

rapiranga (250 metros). Também serão construídos 26

viadutos.

Em outubro, foi anunciado o início das obras e ser-

viços no sistema viário de Ribeirão Pires, como medida

compensatória do trecho Sul do Rodoanel. Pelo acordo,

o município vai receber drenagens, guias, sarjetas e pa-

vimentação de ruas numa extensão de 8 quilômetros, o

que totaliza R$ 11,5 milhões de investimento.

No pico da obra, essas empresas chegaram a gerar

48 mil empregos diretos e indiretos. Atualmente, já na

sua fase fi nal de execução, 10 mil operários e funcioná-

rios trabalham na construção da rodovia. Dentro do

plano de compensação ambiental decorrente do im-

pacto das obras sobre a área verde, o trecho Sul do Ro-

doanel vem executando o refl orestamento da região

com espécies nativas numa área de 1.016 hectares ao

longo do traçado da estrada, o que corresponde a 2,5

milhões de mudas.

No trecho Sul, a preservação, resgate e realocação da

fauna tem sido preocupação constante nas frentes de

serviço. Remanejamento de ninhos e animais de baixa

mobilidade e resgate de animais, por acaso, feridos, são

algumas das ações desenvolvidas.

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Construtoras que participam delicitações deverão se adequar àsnovas normas do governo federal

CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE SÃO INCORPORADOS ÀS LICITAÇÕES DO GOVERNO FEDERAL

O Ministério do Planejamento regulamentou a utilização de critérios sustentáveis na aqui sição de bens e na contratação de obras e serviços pelos

órgãos do governo federal. As regras que abrangem os pro-cessos de extração ou fabricação, utilização e o descarte de produtos e matérias-primas constam da Instrução Norma-tiva No1 publicada no Diário Ofi cial da União.

As obras públicas serão elaboradas visando à economia da manutenção e operacionalização da edifi cação, a redução do consumo de energia e água, bem como a utilização de tecnologias e materiais que reduzam o impacto ambiental.

“Essas regras vão exigir uma readequação do mercado, já que nem todos os fornecedores terão produtos qualifi ca-dos para as nossas exigências”, alertou o secretário de Lo-gística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna. Segundo ele, o governo possui grande poder de compra e deve induzir essas mu-danças junto ao mercado.

“Com essas medidas, o governo estimula a sociedade a seguir esse caminho, não apenas porque dá o exemplo, mas também porque pode induzir os fornecedores a se preparem para fornecer produtos e serviços ambientalmente susten-táveis”, justifi cou.

Entre as determinações, há a exigência para que as cons-trutoras tenham um projeto de gerenciamento de resíduos provenientes da construção civil que atendam às normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente. Assim, os resídu-os das obras seriam destinados a aterros sanitários ou usinas de tratamento de lixo.

A Instrução Normativa também prevê, no caso das obras públicas, a utilização de sistemas de reuso de água e energia, procedimentos para reduzir o consumo de energia, a utili-zação de materiais reciclados, reutilizáveis e biodegradáveis e que reduzam a necessidade de manutenção, além do uso de energia solar. Outra exigência é a comprovação da origem

da madeira para evitar o emprego de madeira ilegal na exe-cução da obra ou serviço.

O governo federal também recomenda que os bens e serviços sejam constituídos, no todo ou em parte, por ma-terial atóxico, biodegradável e reciclado e que não conte-nham substâncias perigosas em concentração acima da recomendada na diretiva européia RoHS (Restriction of Certain Hazardous Substances). Entre eles, o chumbo, o cromo, o cromo hexavalente e o cádmio.

Esses requisitos já constam das especifi cações para a aquisição de computadores verdes elaboradas pelo Minis-tério do Planejamento e cuja primeira versão esteve em consulta pública entre 14 de dezembro e 14 de janeiro deste ano. O documento fi nal será disponibilizado no por-tal Comprasnet (www.comprasnet.gov.br) e inicialmente sua adoção será recomendada aos órgãos federais.

A Instrução Normativa ainda traz regras para a contrata-ção de serviços, como a separação dos resíduos reciclados descartados pelos órgãos, a adequada destinação para pilhas e baterias e a utilização de produtos de limpeza e conserva-ção de produtos que atendam às determinações da Anvisa. O documento também prevê que as empresas contratadas realizem programas internos de treinamento para a redução de consumo de energia elétrica e de água.

BOAS PRÁTICAS

O Portal Comprasnet vai divulgar as boas práticas, ações de capacitação, bem como um banco com editais de aqui-sições sustentáveis já realizadas pelo governo. Também pretende disponibilizar acervo de produtos inservíveis que podem ser úteis a estados e municípios.

A Instrução Normativa No 1 abrange os órgãos da Admi-nistração Federal Direta, Autarquias e Fundações.

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FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES:

A Federação, de acordo com

seu presidente, represen-

ta 19 sindicatos de todo o

País e um universo de 1,3 milhão

de trabalhadores, demonstrando

extraordinária força de trabalho.

Convidado a falar, o diretor-exe-

cutivo do SINICESP, Marco Túllio

Bottino, lembrou a semente da Fe-

deração, representada, inicialmen-

te, pelo próprio SINICESP, primei-

ra entidade representativa do setor,

em 1968. Logo em seguida, foi cria-

do o Sindicato dos Trabalhadores.

Também destacou a importân-

cia do trabalho conjunto entre o

Ministro Carlos Luppi: atrasos nos pagamentos são inadmissíveis.

Marco Túllio Bottino relembra história de fundação do

Sindicato dos Trabalhadores.

O diretor-executivo do SINICESP, Marco Túllio

Bottino, representou a entidade na solenidade de

posse do pre sidente da Federação Nacional dos

Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pe-

sada, Wilmar Gomes dos Santos, realizada no

Maksoud Plaza, no dia 1o de dezembro. Também

prestigiaram o evento o ministro Carlos Luppi, do

Trabalho, o deputado Paulo Pereira da Silva (Pau-

linho da Força), o ex-deputado Antonio Medeiros,

secretário do Trabalho, e o sindicalista Antonio

Ramalho, presidente do Sindicato da Construção

Civil, além de outras lideranças sindicais.

Sindicato dos Trabalhadores e o

Sindicato patronal. Enfatizou epi-

sódio recente, com ameaça de fe-

chamento de postos de trabalho

em virtude de atraso no pagamen-

to por parte do DER, dívida de R$

500 milhões que se acumulava em

três meses. Ação do Sindicato dos

Trabalhadores, somada a outras

medidas, possibilitou a quitação

do débito, evitando as demissões.

Em seu pronunciamento, o mi-

nistro Carlos Luppi rememorou a

exposição feita pelo diretor-exe-

cutivo Marco Túllio Bottino. Disse

que atrasos em pagamentos são

inadmissíveis e que a união de tra-

balhadores e empregadores é im-

portante na geração de riquezas e

nas conquistas sociais. O presi-

dente da Federação dos Trabalha-

dores, Wilmar Gomes dos Santos,

anunciou que está em elaboração

uma ampla agenda de trabalho,

com propostas positivas para a

categoria.

POSSE DO PRESIDENTE

Ministro do Trabalho Carlos Luppi, Marco Túllio Bottino, Paulo Pereira da Silva (Paulinho da Força),

Wilmar Gomes dos Santos e Antonio Medeiros.

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Investimento

de R$ 48,7 milhões

garante melhorias

em rodovia estadual

O governador José Serra e o secretário dos Trans-portes, Mauro Arce, estiveram em Birigui, para dar

início às obras de duplicação da rodovia Gabriel Me-lhado (SP-461), além de outras melhorias, que exigirão um investimento de R$ 48,7 milhões. “Nós vamos fazer duplicações, marginais, oito viadutos e acessos. Enfi m, vai fi car uma outra rodovia, muito mais segura, melhor para a cidade, muito melhor inclusive para quem passa por Birigui”, disse o governador José Serra.

Na mesma oportunidade, foram entregues as obras de recuperação de cinco estradas vicinais na região, que receberam investimento de R$ 6,7 milhões e beneficiaram 30 quilôme-tros de vias.

As melhorias nestas estradas foram garantidas pelo programa Pró-Vicinais, do Governo de São Paulo, que, por meio do Departamento de Estradas e Rodagem – DER, recupera estradas municipais.

As obras na SP-461 devem ser concluídas em 16 me-ses. As intervenções irão benefi ciar diretamente a popu-lação, com a instalação de um dispositivo em desnível na rodovia – localizado em trecho urbano do município de Birigui. Entre os quilômetros 16 e 24 da rodovia, serão realizados os serviços de recapeamento da pista, pavi-

mentação dos acostamentos e im-plantação de trechos duplicados.

Pró-Vicinais

Ainda em Birigui, o governador e o secretário fi zeram a entrega da recu-peração de 30 quilômetros em cinco estradas municipais. Apesar de per-tencerem aos municípios, o Governo de São Paulo tem investido na recu-

peração destas vias por entender sua importância na interligação dos municípios e para o escoamento da pro-dução agrícola.

GOVERNADOR INICIA OBRAS EENTREGA VICINAIS EM BIRIGUI

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A Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) en-tregou no dia 9 de fevereiro mais cinco trechos da nova pista central da Marginal Tietê. São agora 6,6 km, que se somam aos 7,1 km já inaugurados em outubro e novembro.

Os usuários passam a dispor de 13,7 km de novas faixas de rolamento construídas a partir da amplia-ção da via, cujas obras serão fi nalizadas em março.

Dos novos trechos, quatro estão situados no sen-tido Castello Branco-Ayrton Senna e um no sentido contrário Ayrton Senna-Castello Branco.

Sentido Castello Branco/Ayrton Senna:

• Entre Ponte do Piqueri e Ponte Freguesia do Ó (2 km);

• Entre Ponte das Bandeiras e Rua Guarantã, no Pari – próximo ao Pet Center Marginal (1,9 km);

• Entre Rua Paulo Andrighetti e Ponte da Vila Maria (960 m);

• Entre Ponte do Tatuapé e Parque do Piqueri (950 m).Sentido Ayrton Senna/Castello Branco:

• Entre Ponte da Vila Maria e Ponte da Vila Gui-lherme (800 m).

COMPROMISSO VERDE

As novas pistas serão entregues também com o projeto de paisagismo previsto no programa de compensação ambiental da obra de ampliação da Marginal. Assim, junto com os trechos inaugurados virão paineiras, jequitibás-rosa, ipês brancos e roxos, jatobás, paus-brasil, paus-ferro e sibipirunas, entre outras. Somando os trechos já liberados, já são qua-se 4.500 novas árvores.

VIAS NO ENTORNO SÃO RECAPEADAS

A Prefeitura de São Paulo e o Governo do Estado estabeleceram convênio para o recapeamento de 110 vias localizadas no entorno da Marginal Tietê. Serão 1,1 milhão de metros quadrados, numa extensão aproximada de 100 quilômetros, ao custo de R$ 50 milhões.

O Diário Ofi cial publicou no dia 4 de fevereiro o Decreto no 51.227, assinado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que estabelece convênio entre o Governo do Estado, por meio da Dersa, e a Prefeitura, por meio da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, para o recapeamento de 110 vias localiza-das no entorno da Marginal Tietê.

Ao todo serão 1,1 milhão de metros quadrados, numa extensão aproximada de 100 quilômetros, por um custo de R$ 50 milhões, provenientes de recursos da Dersa – cerca de 5% desse valor será destinado à sinalização das vias, tarefa que caberá à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

CUSTOS NA ENGENHARIA DE TRANSPORTES

ganha mais 6,6 km de novas faixas na Marginal Tietê

O Fórum Brasileiro de Custos de Infraestrutura de

Transportes, que integra a Comissão de Obras Públicas

(COP) da CBIC, reuniu-se no dia 26 de janeiro na sede da

Câmara Brasileira da Indústria da Construção, em Brasília.

O engenheiro Manuel Carlos de Lima Rossitto representou

o SINICESP no encontro, que teve parti cipação do presi-

dente da ANEOR, José Alberto Pereira Ribeiro e de repre-

sentantes de empresas, entidades privadas, órgãos de

governo e demais elos da cadeia produtiva da construção

de obras públicas.

O grupo tem como objetivo discutir questões de custos

na engenharia de transportes em razão das dispa ridades

observadas entre as sistemáticas de precifi ca ção de obras

pelo poder público e os reais custos apro priados pelas em-

presas executoras do setor privado.

O de putado fe deral Duarte Nogueira (PSDB-SP) apre-

sentou relatório sobre vistoria realizada em obras aponta-

das pelo TCU como sendo irregulares. Seguiu-se debate

sobre formas de compatibilizar as obras com os interesses

nacionais, evitando-se paralisações que geram prejuízos.

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téria, bem como do seu desempenho em contratações anteriores. Seu trabalho e seu nível de conhecimento permitem à Administração considerar, de início, que estes poderão, de forma adequada, satisfazer plena-mente aos objetivos do contrato. Há que ser, para tan-to, profi ssional ou empresa bem sucedidos, credores de bom conceito na área profi ssional, de forma que suas credenciais tranquilizem o gestor público quanto à capacitação para desempenhar tal tarefa....além da comprovação de que a empresa ou profi ssional sejam notoriamente especializados, aptos, portanto, a de-sempenhar os serviços listados no artigo 13 desta lei, será necessário que o objeto a ser contratado seja de natureza singular. Assim, para a contratação direta, além das qualifi cações especiais do contratado, exige a lei que o objeto seja de natureza pouco comum, com razoável dose de complexidade, de tal forma indivi-dualizadora que justifi que a dispensa de todo o pro-cedimento licitatório.” (Ed. Max Limonad – 2a ed. – 1997; p. 202)

Ainda, na jurisprudência podemos citar a seguinte decisão sobre o tema:

Contrato – Prestação de serviços de consultoria – Notória especialização. A notória especialização como motivo determinante da dispensa formal de licitação se confi gura quando os serviços a serem contratados pela Administração tiverem características de notável singularidade no modo da prestação ou resultado a ser obtido, suscetível de execução somente por deter-minados profi ssionais ou fi rma de reconhecida e cor-respondente especialização, em grau incomparável com os demais. (TCE/RJ, Cons. Humberto Braga, RTCERJ 21/165, maio/90).

A contratação direta pela Administração de servi-ço de câmara de mediação e arbitragem para a área de engenharia, sem processo licitatório, é possível desde que presentes todos os requisitos legais, quais sejam, inviabilidade de competição, singularidade do objeto da contratação e serviço técnico especiali-zado a ser realizado por entidade de indiscutível no-toriedade.

VERA MINQUINI PERROTI Departamento Jurídico – SINICESP

DISPENSA E INEXIBILIDADE DE LICITAÇÃO

A contratação direta pela Administração com dis-pensa de licitação está prevista no artigo 24 da

Lei de Licitações (8666/93), que enumera taxativa-mente os casos em que a Administração está autoriza-da a contratar sem licitação. Para contratação de ser-viços de câmara de mediação e arbitragem, que não confi gura hipótese prevista no referido artigo 24, não há possibilidade de contração direta sem licitação.

Entretanto, o artigo 25 da mesma Lei de Licitações prevê a possibilidade de inexibilidade de licitação.

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver in-viabilidade de competição, em especial: ....

II – para a contratação de serviços técnicos enumera-dos no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profi ssionais ou empresas de notória especializa-ção, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; .....

§ 1o Considera-se de notória especialização o profi ssio-nal ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requi-sitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivel-mente o mais adequado à plena satisfação do ob-jeto do contrato.

Portanto, a contratação por licitação não é exigível quando a Administração for impedida de adquirir bem ou serviço de que necessita devido à inviabilidade de competição em razão da especifi cidade do objeto.

Além disso, os serviços devem ser técnicos e es-pecializados, de natureza singular, onde a licitação para aquisição de determinado serviço torna-se pre-judicial à Administração, que seria conduzida a sele-cionar um profi ssional sem condições de executar satisfatoriamente o objeto contratual. Deve haver também notória especialização do profi ssional a ser contratado.

Segundo Antonio Roque Citadini em Comentários e Jurisprudência sobre a Lei de Licitações Públicas, “a notória especialização diz respeito às qualidades técnicas que o profi ssional ou empresa goza na socie-dade, fruto do acumulado conhecimento sobre a ma-

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IMPACTOS FINANCEIROS

NOS CONTRATOS:

TEMAS ATUAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

“Cobrar

ISS sobre mate-

riais é o mesmo que

cobrar IPVA sobre

bens imóveis”O advogado tributarista Luís Fer-nando Soares de Mello proferiu palestra sobre temas atuais de

Direito Tributário. Falou sobre a ques-tão da compensação do INSS, prevista na Lei no 11.941/2009. Destacou o con-ceito de estabelecimento, previsto no art. 742 da Instrução Normativa No 3 do MPS/SRP.

Outro ponto apresentado foi sobre a base de cálculo do ISS. O palestrante lembrou que o fato gerador desse tri-buto tem relação com prestação de ser-viços, que implica obrigação de fazer, conforme previsto no Código Civil. Ain-da, o CTN em seu artigo 110 prevê que a lei tributária não pode alterar insti-tutos de direito privado para delimitar competências tributárias.

A discussão se deve ao fato de que muitos municípios não aceitam dedu-zir da base de cálculo do ISS o valor dos

Programa de capacitação e qualifi cação técnica em pavimentação asfáltica

materiais e das subempreitadas. Para ilustrar sua contrariedade, concluiu: “Cobrar ISS sobre materiais é o mesmo que cobrar IPVA sobre bens imóveis”.

Quanto ao pagamento do tributo, deve-se considerar o local da prestação do serviço. Para calcular o ISS de uma obra que passa em vários municípios é aconselhável verifi car o material desti-nado a cada um deles. Seu lançamento será de ofício ou por homologação.

Também abordou a questão sobre consórcios de empresas que, por não terem personalidade jurídica, não po-dem ser sujeitos passivos de obrigação tributária.

ASPECTOS FISCAIS DO CONSÓRCIO DE EMPRESAS

A instrução normativa no 834, de 2008, que sofreu alteração pela Instru-

ção no 917, de 2009, dispondo sobre procedimen-tos fi scais dispensados aos consórcios cons tituídos, não traz novidade para o ordenamento jurídico. No entanto, as empresas devem estar atentas às ameaças e oportunidades decorrentes das normas mencionadas.

Importante destacar o que está dis-posto nos § 1o e 2o do artigo 278, da Lei no 6.404/76: o consórcio não tem per-sonalidade jurídica e as consorciadas somente se obrigam nas condições pre-vistas no respectivo contrato, respon-dendo cada uma por suas obrigações, sem presunção de solidariedade.

Assim, como não tem personalidade jurídica, o consórcio não recolhe tribu-tos. Quem o faz são as consorciadas, na razão de suas atividades e arrecadações, quando atuam pelo consórcio.

O engenheiro Hélcio Petrônio de Farias representou o SINICESP na solenidade de criação do Instituto Pavimentar, realizada no Centro de Convenções Brasil, em Brasília. O instituto nasceu a partir de integração institucional entre a Petrobras, DNIT, ABEDA e ANEOR com a missão de imple-mentar no Brasil um programa de capacitação e qualifi cação técnica em pavimentação asfáltica.

Com apoio técnico e institucional da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) e da Confederação Nacional de Transportes (CNT), o Instituto Pavimentar fi rma-se

como uma estrutura permanente de ges-tão e de processos de disseminação de co-nhecimentos técnicos, práticos e teóricos em pavimentação asfáltica, que vão desde a utilização de materiais ao manejo e funcionamento de máquinas e equipamentos.

Participaram da mesa diretora dos trabalhos Luiz Antonio Pagot, diretor-geral do DNIT, Paulo Roberto Costa, diretor de abastecimento da Petrobras, José Alberto Pereira Ribeiro, presidente da ANEOR, e Eder Vianna, presidente da ABEDA.

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A aprovação da Emenda Constitu-cional dos Precatórios, tão critica-

da pelo empresariado paulista, ainda vai gerar muita discussão e, pior, demo-ra para que as dívidas dos Estados e Mu-nicípios sejam quitadas. Isso é o que fi cou demonstrado na reunião do dia 1o de fevereiro, que reuniu mais de 100 participantes no auditório da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

Até mesmo a montagem de uma lista cronológica (pela qual 50% dos paga-mentos deverão ser feitos) envolve mui-tas difi culdades, como deixou claro o representante do Tribunal de Justiça. Segundo ele, a data do precatório tem critérios diferentes, pode ser o da publi-cação da decisão judicial ou do protoco-lo de entrada do pedido, dependendo do foro em que foi tomada a decisão.

Atrasos nos pagamentos

Por outro lado, e sem levar em conta as ações da OAB que preconizam a in-constitucionalidade da Emenda, ora tramitando no STF, há regulamenta-ções ainda a serem feitas, como a que pode permitir o uso do precatório para aquisição de terreno público ou de amortização da dívida para compra da casa própria. A consequência dessas questões, disse o representante da OAB, é que, embora os precatórios devessem ser quitados nos últimos dias de ja neiro, ainda não foram iniciados os pagamen-tos e nem se sabe quando começarão. O Tribunal de Justiça será o responsável pela administração da conta especial para pagamento de precatórios, meta-de em ordem cronológica e metade em outra ordem escolhida pelo devedor (por maior deságio concedido, por va-lor crescente ou pagar 100% por ordem cronológica).

A reunião na FIESP foi presidida ini-cialmente pelo diretor do Deconcic, José Carlos de Oliveira Lima e, posteriormen-te, por Manuel Carlos de Lima Rossitto,

diretor do Departamento e também do SINICESP.

O encontro contou com a participa-ção de representantes do Tribunal de Justiça, por intermédio do desembarga-dor Vinicius Salles, designado para a questão dos precatórios, da OAB, pelo advogado Flávio Brando, do Sinaenco, pelo seu presidente José Roberto Ber-nasconi, da Ordem dos Economistas, por Cícero Yagi, da LCA Consultoria, por Fernando Camargo. Também presentes diretores e representantes de Sindicatos e Associações Patronais, Ministério da Fazenda, PGE do Estado de São Paulo, Centrais Sindicais e Associações de Funcionários, entidades ligadas a em-

preendimentos imobiliários, fundos de pensão, agentes do mercado fi nanceiro, escritórios de advocacia, agências de análise de risco, empresas credoras e jornalistas. O que tornou a reunião uma das com maior representatividade, das muitas que ocorreram sobre o tema.

Ao abrir o encontro, José Carlos de Oliveira Lima ressaltou que a Cadeia da Construção integra mais de 100 entida-des e representa 11,9% do PIB, daí sua importância. Manuel Rossitto destacou que a questão dos Precatórios se insere no tema de segurança jurídica em con-tratos públicos, lembrando a longa luta da FIESP contra o calote público e a impunidade.

REUNIÃO NA FIESP MOSTRA DIFICULDADES PARA APLICAR EMENDA DOS PRECATÓRIOS

PRINCIPAL PROPOSTA: FUNDOS DE INFRAESTRUTURA

Solução para o problema pode ser encontrada nas propostas do setor, capitaneadas pela FIESP, que in-

cluem a criação de fundos de infraestrutura e a quitação de fi nanciamentos do BNDES com precatórios.

Fernando Camargo, diretor da LCA, deixou claro que dos 5.600 Estados e Municípios, menos de 1% tem

problemas com precatórios, cujo valor alcança cerca de 100 bilhões de reais. Destacou que a principal pro-

posta consiste na criação de fundos de infraestrutura, que receberiam precatórios e dariam em troca cotas

aos credores dos Estados e Municípios, tendo como avalista o Governo Federal.

Mostrou, ainda, soluções alternativas, exemplifi cando com o caso de São Paulo que, embora pela Emenda

tenha obrigação de saldar 1,3 bilhão de precatórios este ano, anunciou que pagará mais, chegando a 2 bi-

lhões, muito aquém dos 19,9 bilhões da dívida existente. Também foi analisada a possibilidade de criação de

um fundo para aquisição de imóveis públicos ou para projetos de infraestrutura.

A OAB anunciou que realizará uma primeira reunião de trabalho com o representante do Tribunal de Justi-

ça a fi m de debater a questão da ordem cronológica, e da necessidade de São Paulo ser o exemplo para o

restante do Brasil de como organizar a questão do pagamento. O representante do Sindicato dos Economistas

destacou que as regras devem ser transparentes, claras e duradouras.

Para o diretor do SINICESP Manuel Carlos de Lima Rossitto, a questão dos precatórios

se insere no tema de segurança jurídica em contratos públicos.

José Roberto Bernasconi, José Carlos de Oliveira Lima e Manuel Carlos de Lima Rossitto.

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