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SÃO PAULO, 10 DE ABRIL DE 2014

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SÃO PAULO, 10 DE ABRIL DE 2014

Justiça proíbe Prefeitura de licenciar novas obras em SP

COM BRUNO RIBEIRO

A Justiça proibiu a Prefeitura de São Paulo de realizar qualquer novo

licenciamento de obra de grande porte na capital paulista. A decisão do

Tribunal de Justiça, de segunda instância, foi concedida com base em ação do

Ministério Público Estadual que contesta convênio entre os governos municipal

e do Estado para a descentralização das licenças ambientais, em vigor desde

2001.

A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente paralisou qualquer

licenciamento há 15 dias, segundo o titular da pasta, Wanderley Meira. A

construção de obras como piscinões, corredores de ônibus e de 14 novos

Centros Educacionais Unificados (CEUs) podem atrasar por tempo

indeterminado. A liminar também impede que a Prefeitura conceda a licença

ambiental final e a de funcionamento para as novas arenas do Corinthians, em

Itaquera, e do Palmeiras, na zona oeste.

Para o promotor Ismael Lutti, porém, essas obras têm impacto não só em São

Paulo, como em municípios vizinhos e, por isso, precisam ter seu impacto

estimado por órgãos estaduais como a Cetesb. O governo municipal vai

recorrer agora da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Cetesb

também é favorável à descentralização das licenças – a agência ambiental do

Estado tem pouca estrutura e fiscais para realizar o licenciamento de todas as

grandes obras da capital.

DISPUTA

A disputa entre Prefeitura e Ministério Público começou em 2011 e gira ao

redor da Resolução 237/97 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)

vista como inconstitucional pelo MPE. A partir dessa Resolução, Prefeitura e

Cetesb determinaram que a administração municipal faria o licenciamento

ambiental de obras.

Inicialmente, o MPE queria interromper convênios como o de São Paulo em 46

cidades do Estado. Mas a Justiça entendeu que seria impossível um único

processo com tantas cidades tramitar. Por isso, ele foi desmembrado. Ainda

em 2011, o MPE a primeira vitória. Ao avaliar o caso, a juíza Márcia Helena

Bosch, da 1ª Vara da Fazenda Pública, concedeu uma liminar determinando a

suspensão do contrato da capital, o que impediu a Prefeitura de fazer os

licenciamentos. A Prefeitura recorreu.

Em dezembro do ano passado, o Tribunal de Justiça negou provimento a um

agravo de instrumento apresentado pela Prefeitura. A decisão foi dos

desembargadores João Negrini Filho e Torres de Carvalho. Assim, voltou a

vigorar a primeira decisão: a Prefeitura não pode emitir licenças ambientais.

Agora, em março, o juiz Alexandre Jorge Carneiro da Cunha Filho convocou a

Prefeitura para pedir explicações sobre uma manifestação feita pelo MPE. A

promotoria manifestou-se à Justiça dizendo que a liminar não estava sendo

cumprida pela Prefeitura. O juiz determinou uma audiência envolvendo os dois

órgãos, para apresentar dados sobre o assunto. A audiência estava marcada

para esta quinta-feira, dia 10, mas a data será remarcada depois de pedido

feito pelo próprio MPE.

LISTA DE OBRAS QUE PODEM ATRASAR

A seguir, algumas das obras que agora podem atrasar por causa da decisão

judicial, segundo a Prefeitura:

- Obras de controle de inundações da Bacia do Alto Aricanduva

- A construção do corredor de ônibus Capão Redondo / Campo Limpo / Vila

Sônia

- Os licenciamentos das obras de ampliação do Aeroporto de Congonhas e

do Campo de Marte

- A canalização de córregos Zavuvus, Ponte Baixa, Cordeiro, Córrego Verde,

Aricanduva, Ipiranga, Tremembé, Dois Irmãos e Sumaré – Água Preta

- O licenciamento dos Monotrilhos: Linha 15 – Prata (7 LAIs) e Linha 17-Ouro

(8 LAIs)

- Obras viárias nas Avenidas Roberto Marinho, Sena Madureira,

Prolongamento da Av. Radial Leste (Pólo Institucional Itaquera), Chucri Zaidan

e Marginal Tietê.

- Construção de terminais e garagens de ônibus: Terminal Baronesa, Terminal

Pinheiros, Gato Preto, Terminal Anhanguera, Terminal Jardim Ângela e

Terminal Parelheiros

- Construção de corredores de ônibus: Capão Redondo/ Campo Limpo/ Vila

Sônia, Belmira Marin, Itaquera -Harry Dannenberg-São Teodoro, Leste 1, Leste

2, Sul 1, Sul 2, Itapecerica, Agamenon/Baronesa, Expresso Tiradentes (4

LAOs)

Operações Urbanas: Água Branca, Água Espraiada, Faria Lima, Rio Verde-

Jacú, Mooca-Vila Carioca, Lapa-Brás e Nova Luz

- A construção de 4 cemitérios particulares e de 22 públicos

- A concessão da licença ambiental final para as arenas do Corinthians e do

Palmeiras

- A construção da Fábrica dos Sonhos

O estádio do Corinthians, em Itaquera: decisão judicial impede Prefeitura de

dar licença ambiental final para o funcionamento da arena

JUSTIÇA VETA LICENÇAS, AMEAÇA 150 OBRAS

E ATÉ O ITAQUERÃO

O Tribunal de Justiça barrou a emissão de licenças ambientais de grandes

obras em São Paulo, o que pode ameaçar a inauguração dos novos estádios

do Corinthians -sede da abertura da Copa do Mundo- e do Palmeiras.

Segundo a gestão Fernando Haddad (PT), no total, cerca de 150 grandes

obras de infraestrutura podem ser prejudicadas pela decisão, incluindo vários

empreendimentos particulares.

Entre elas também estão obras de controle de inundações da bacia do

Aricanduva, a construção de corredores de ônibus nas zonas sul e oeste,

reformas nos aeroportos de Congonhas e Campo de Marte, prolongamento de

avenidas, além de construções de garagens de ônibus.

Na prática, obras já iniciadas não precisam parar, porém dependem da licença

para a inauguração. Já as obras que ainda estão no papel não poderão

começar.

Com a decisão, o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Wanderley Meira,

suspendeu a emissão de licenças.

CONVÊNIO PROIBIDO

Trata-se de uma briga judicial que se arrasta desde a gestão Gilberto Kassab

(PSD), em 2011, quando o Ministério Público Estadual questionou o convênio

entre a prefeitura e a Cetesb (companhia estadual) e obteve liminar barrando a

parceria.

No convênio, que existe desde 2009, a Cetesb repassou a técnicos da

prefeitura a incumbência de analisar o impacto ambiental das obras. Outros 37

municípios fazem a mesma parceria.

A Promotoria afirma que o convênio é irregular porque a parceria é baseada

em resolução do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) que já foi

considerada inconstitucional pela Justiça.

Além disso, por afetarem municípios vizinhos, as obras só poderiam ser

liberadas por órgão externo, como a Cetesb.

Segundo a prefeitura, no ano passado, a gestão conseguiu derrubar a liminar

no TJ. Porém, em janeiro, um conselho de juízes do próprio Tribunal manteve a

proibição.

"Todos os projetos que são passíveis de licenciamento ambiental, tanto público

quanto privado, estão prejudicados, por conta desta decisão judicial", diz nota

da prefeitura.

Segundo a Promotoria, a prefeitura não estava cumprindo a liminar. Uma

audiência judicial da Cetesb com a prefeitura ocorreria ontem, mas foi adiada.

A gestão diz que já apresentou recurso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça)

para reverter a decisão.

Justiça proíbe Prefeitura de realizar licenciamentos ambientais

Justiça proíbe a Prefeitura de São Paulo de realizar novos licenciamentos de

obras de grande porte. A decisão foi concedida com base em ação do MP, que

contesta o convênio entre os governos Estadual e Municipal para

descentralização das licenças ambientais.

http://www2.boxnet.com.br/pmsp/Visualizacao/RadioTv.aspx?IdClipping=27812362&IdEmpresa

Mesa=&TipoClipping=A&Commodities=0

Adolescentes planejam rolezinho sem autorização da Prefeitura

60 pessoas confirmaram presença em um rolezinho onde o objetivo é se reunir em um parque

para usar drogas e fazer sexo. Um dos organizadores do movimento dos rolezinhos disse que

tentou impedir a realização, mas não conseguiu. A Prefeitura disse que desconhece o rolezinho

marcado.

http://www2.boxnet.com.br/pmsp/Visualizacao/RadioTv.aspx?IdClipping=27797909&IdEmpre

saMesa=&TipoClipping=V&Commodities=0

Parque Augusta foi o centro de discussões da frente parlamentar

http://www2.boxnet.com.br/pmsp/Visualizacao/RadioTv.aspx?IdClipping=27818285&IdEmpre

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XARÁ DE FERNANDO HADDAD PEDE

DEMISSÃO NA PREFEITURA DE SP

"Ô prefeito, me dá um aumento?" foi uma das frases que Fernando Azzi Haddad

mais ouviu nos corredores da Prefeitura de São Paulo a partir de 2013. O pedido

era na verdade uma brincadeira que colegas de trabalho faziam com o funcionário

da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente que tem praticamente o mesmo nome

do prefeito e que acaba de deixar a Prefeitura para trabalhar como consultor

ambiental.

Apesar do sobrenome do meio "Azzi", Haddad ficou conhecido como "prefeito" na

secretaria, onde atuou como coordenador na área de arborização da cidade.

Durante três meses ouviu piadinhas com pedidos de aumento ou férias e críticas

pela criação das faixas exclusivas de ônibus na cidade. "O que é que você fez?

Não está dando certo, volte atrás", diziam colegas indignados com o trânsito em

avenidas como a 23 de Maio.

Azzi Haddad, aos 31 anos, afirma não se sentir incomodado com as comparações.

Apenas teve receio de abrir e-mails endereçados ao prefeito e que vieram parar

em sua conta, que era fhaddad@prefeitura, endereço provavelmente parecido com

o do governante municipal. Entre as mensagens está uma do governo federal, com

tabelas em anexo. Também chegaram e-mails com agradecimentos e

agendamentos de reuniões, todos ignorados pelo engenheiro.

As semelhanças não ficam só no nome. A família paterna de Azzi Haddad é do

Líbano, assim como a do prefeito, e tinha lojas em São Paulo, mesmo caso do pai

do prefeito, que tinha uma loja de tecidos na Rua 25 de Março.

Como o prefeito, Azzi é paulistano, mas decidiu estudar engenharia agronômica

em Botucatu, no interior de São Paulo. Começou a carreira trabalhando para o

Instituto Nacional da Reforma Agrária (Incra) preparando o cultivo em

assentamentos.

Na Prefeitura

Entrou para a Prefeitura em 2009, na gestão Gilberto Kassab (PSD). Seu posto de

trabalho foi o Viveiro Manequinho Lopes, no Parque Ibirapuera. Ele recebia mudas

enviadas por construtoras ou donos de imóveis que precisavam fazer

compensação ambiental para realizar suas obras. De lá, as árvores eram

distribuídas para parques da cidade e para as subprefeituras, que fazem o plantio

nas ruas. Uma das missões do engenheiro era diversificar o plantio nas ruas.

"A cidade deve contar com aproximadamente 150 a 200 tipos de árvores no meio

urbano. Isso poderia ser expandido. Muitas espécies nativas têm potencial, mas

ainda não se fazem mudas delas", explica.

Segundo ele, algumas dão um colorido e podem levar um bom efeito visual para

os canteiros das marginais, como é o caso dos ipês. Outras oferecem sombras e

frutas e podem ser inseridas em vias menores, onde há bastante tráfego de

pessoas a pé.

Um dos problemas que enfrentava era o acúmulo de árvores no Viveiro

Manequinho Lopes. "Havia árvores de 6 m, 7 m, que estavam começando a

morrer". Uma saída encontrada foi enviar cerca de 70 árvores para um terreno

localizado na esquina da Avenida Francisco Matarazzo e o Viaduto Antártica,

atendendo uma demanda da Associação Amigos de Vila Pompeia.

O trabalho fugiu da função rotineira de fornecer espécies para parques e para a

Secretaria das Subrefeituras, e foi preciso buscar equipes livres para fazer o

transporte e o plantio das árvores.

Neste começo de mês, Azzi Haddad voltou ao local onde as árvores começaram a

ser plantadas em janeiro e disse ter "grande satisfação" de ver que as árvores

estão vingando. Lá estão plantadas manduiranas, pau-brasil, anjico, palmito-

jussara e sapucaia. "Quando a gente vê que plantou em um lugar difícil e estão

muito mais bonitas do que da última vez, a satisfação é grande", diz.

Licenciamento

Em fevereiro, Azzi Haddad decidiu deixar a prefeitura por entender que seu ciclo

no governo municipal havia acabado e que tinha oportunidades para trabalhar por

sua conta. Sua exoneração foi publicada no Diário Oficial.

Agora consultor ambiental, Azzi Haddad auxilia empresas a fazer a fazer trabalhos

de cadastramento arbóreo, compensações ambientais, paisagismo e também

licenciamento ambiental.

Ele diz que ainda há muito a evoluir quando o assunto é a questão ambiental no

Brasil. As licenças ambientais, que deveriam ser ferramentas para garantir que um

empreendimento traga o mínimo de prejuízo possível ao meio ambiente ou então

para vetar determinada construção, acabam muitas vezes apenas encarecendo a

construção.

Azzi Haddad elogia a legislação ambiental da cidade de São Paulo e a aponta

como uma das mais avançadas do país. Já sobre a gestão de seu homônimo, Azzi

Haddad diz ter críticas a medidas tomadas pelo petista, mas que torce para que

faça uma boa gestão. "Espero que ele faça uma gestão positiva em todos os

setores. Todo mundo está sentindo uma carência em diferentes áreas", diz.

Ele brinca com possível futuro político do prefeito. "Se ele virar governador ou

presidente no futuro, não vou me livrar desse nome tão cedo", afirma.