sÃo paulo, 21 de marÇo de 2013 - prefeitura.sp.gov.br · a disputa entre prefeitura e ministério...
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Justiça proíbe Prefeitura de licenciar novas obras em SP
COM BRUNO RIBEIRO
A Justiça proibiu a Prefeitura de São Paulo de realizar qualquer novo
licenciamento de obra de grande porte na capital paulista. A decisão do
Tribunal de Justiça, de segunda instância, foi concedida com base em ação do
Ministério Público Estadual que contesta convênio entre os governos municipal
e do Estado para a descentralização das licenças ambientais, em vigor desde
2001.
A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente paralisou qualquer
licenciamento há 15 dias, segundo o titular da pasta, Wanderley Meira. A
construção de obras como piscinões, corredores de ônibus e de 14 novos
Centros Educacionais Unificados (CEUs) podem atrasar por tempo
indeterminado. A liminar também impede que a Prefeitura conceda a licença
ambiental final e a de funcionamento para as novas arenas do Corinthians, em
Itaquera, e do Palmeiras, na zona oeste.
Para o promotor Ismael Lutti, porém, essas obras têm impacto não só em São
Paulo, como em municípios vizinhos e, por isso, precisam ter seu impacto
estimado por órgãos estaduais como a Cetesb. O governo municipal vai
recorrer agora da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Cetesb
também é favorável à descentralização das licenças – a agência ambiental do
Estado tem pouca estrutura e fiscais para realizar o licenciamento de todas as
grandes obras da capital.
DISPUTA
A disputa entre Prefeitura e Ministério Público começou em 2011 e gira ao
redor da Resolução 237/97 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)
vista como inconstitucional pelo MPE. A partir dessa Resolução, Prefeitura e
Cetesb determinaram que a administração municipal faria o licenciamento
ambiental de obras.
Inicialmente, o MPE queria interromper convênios como o de São Paulo em 46
cidades do Estado. Mas a Justiça entendeu que seria impossível um único
processo com tantas cidades tramitar. Por isso, ele foi desmembrado. Ainda
em 2011, o MPE a primeira vitória. Ao avaliar o caso, a juíza Márcia Helena
Bosch, da 1ª Vara da Fazenda Pública, concedeu uma liminar determinando a
suspensão do contrato da capital, o que impediu a Prefeitura de fazer os
licenciamentos. A Prefeitura recorreu.
Em dezembro do ano passado, o Tribunal de Justiça negou provimento a um
agravo de instrumento apresentado pela Prefeitura. A decisão foi dos
desembargadores João Negrini Filho e Torres de Carvalho. Assim, voltou a
vigorar a primeira decisão: a Prefeitura não pode emitir licenças ambientais.
Agora, em março, o juiz Alexandre Jorge Carneiro da Cunha Filho convocou a
Prefeitura para pedir explicações sobre uma manifestação feita pelo MPE. A
promotoria manifestou-se à Justiça dizendo que a liminar não estava sendo
cumprida pela Prefeitura. O juiz determinou uma audiência envolvendo os dois
órgãos, para apresentar dados sobre o assunto. A audiência estava marcada
para esta quinta-feira, dia 10, mas a data será remarcada depois de pedido
feito pelo próprio MPE.
LISTA DE OBRAS QUE PODEM ATRASAR
A seguir, algumas das obras que agora podem atrasar por causa da decisão
judicial, segundo a Prefeitura:
- Obras de controle de inundações da Bacia do Alto Aricanduva
- A construção do corredor de ônibus Capão Redondo / Campo Limpo / Vila
Sônia
- Os licenciamentos das obras de ampliação do Aeroporto de Congonhas e
do Campo de Marte
- A canalização de córregos Zavuvus, Ponte Baixa, Cordeiro, Córrego Verde,
Aricanduva, Ipiranga, Tremembé, Dois Irmãos e Sumaré – Água Preta
- O licenciamento dos Monotrilhos: Linha 15 – Prata (7 LAIs) e Linha 17-Ouro
(8 LAIs)
- Obras viárias nas Avenidas Roberto Marinho, Sena Madureira,
Prolongamento da Av. Radial Leste (Pólo Institucional Itaquera), Chucri Zaidan
e Marginal Tietê.
- Construção de terminais e garagens de ônibus: Terminal Baronesa, Terminal
Pinheiros, Gato Preto, Terminal Anhanguera, Terminal Jardim Ângela e
Terminal Parelheiros
- Construção de corredores de ônibus: Capão Redondo/ Campo Limpo/ Vila
Sônia, Belmira Marin, Itaquera -Harry Dannenberg-São Teodoro, Leste 1, Leste
2, Sul 1, Sul 2, Itapecerica, Agamenon/Baronesa, Expresso Tiradentes (4
LAOs)
Operações Urbanas: Água Branca, Água Espraiada, Faria Lima, Rio Verde-
Jacú, Mooca-Vila Carioca, Lapa-Brás e Nova Luz
- A construção de 4 cemitérios particulares e de 22 públicos
- A concessão da licença ambiental final para as arenas do Corinthians e do
Palmeiras
- A construção da Fábrica dos Sonhos
O estádio do Corinthians, em Itaquera: decisão judicial impede Prefeitura de
dar licença ambiental final para o funcionamento da arena
JUSTIÇA VETA LICENÇAS, AMEAÇA 150 OBRAS
E ATÉ O ITAQUERÃO
O Tribunal de Justiça barrou a emissão de licenças ambientais de grandes
obras em São Paulo, o que pode ameaçar a inauguração dos novos estádios
do Corinthians -sede da abertura da Copa do Mundo- e do Palmeiras.
Segundo a gestão Fernando Haddad (PT), no total, cerca de 150 grandes
obras de infraestrutura podem ser prejudicadas pela decisão, incluindo vários
empreendimentos particulares.
Entre elas também estão obras de controle de inundações da bacia do
Aricanduva, a construção de corredores de ônibus nas zonas sul e oeste,
reformas nos aeroportos de Congonhas e Campo de Marte, prolongamento de
avenidas, além de construções de garagens de ônibus.
Na prática, obras já iniciadas não precisam parar, porém dependem da licença
para a inauguração. Já as obras que ainda estão no papel não poderão
começar.
Com a decisão, o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Wanderley Meira,
suspendeu a emissão de licenças.
CONVÊNIO PROIBIDO
Trata-se de uma briga judicial que se arrasta desde a gestão Gilberto Kassab
(PSD), em 2011, quando o Ministério Público Estadual questionou o convênio
entre a prefeitura e a Cetesb (companhia estadual) e obteve liminar barrando a
parceria.
No convênio, que existe desde 2009, a Cetesb repassou a técnicos da
prefeitura a incumbência de analisar o impacto ambiental das obras. Outros 37
municípios fazem a mesma parceria.
A Promotoria afirma que o convênio é irregular porque a parceria é baseada
em resolução do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) que já foi
considerada inconstitucional pela Justiça.
Além disso, por afetarem municípios vizinhos, as obras só poderiam ser
liberadas por órgão externo, como a Cetesb.
Segundo a prefeitura, no ano passado, a gestão conseguiu derrubar a liminar
no TJ. Porém, em janeiro, um conselho de juízes do próprio Tribunal manteve a
proibição.
"Todos os projetos que são passíveis de licenciamento ambiental, tanto público
quanto privado, estão prejudicados, por conta desta decisão judicial", diz nota
da prefeitura.
Segundo a Promotoria, a prefeitura não estava cumprindo a liminar. Uma
audiência judicial da Cetesb com a prefeitura ocorreria ontem, mas foi adiada.
A gestão diz que já apresentou recurso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça)
para reverter a decisão.
Justiça proíbe Prefeitura de realizar licenciamentos ambientais
Justiça proíbe a Prefeitura de São Paulo de realizar novos licenciamentos de
obras de grande porte. A decisão foi concedida com base em ação do MP, que
contesta o convênio entre os governos Estadual e Municipal para
descentralização das licenças ambientais.
http://www2.boxnet.com.br/pmsp/Visualizacao/RadioTv.aspx?IdClipping=27812362&IdEmpresa
Mesa=&TipoClipping=A&Commodities=0
Adolescentes planejam rolezinho sem autorização da Prefeitura
60 pessoas confirmaram presença em um rolezinho onde o objetivo é se reunir em um parque
para usar drogas e fazer sexo. Um dos organizadores do movimento dos rolezinhos disse que
tentou impedir a realização, mas não conseguiu. A Prefeitura disse que desconhece o rolezinho
marcado.
http://www2.boxnet.com.br/pmsp/Visualizacao/RadioTv.aspx?IdClipping=27797909&IdEmpre
saMesa=&TipoClipping=V&Commodities=0
Parque Augusta foi o centro de discussões da frente parlamentar
http://www2.boxnet.com.br/pmsp/Visualizacao/RadioTv.aspx?IdClipping=27818285&IdEmpre
saMesa=&TipoClipping=V&Commodities=0
XARÁ DE FERNANDO HADDAD PEDE
DEMISSÃO NA PREFEITURA DE SP
"Ô prefeito, me dá um aumento?" foi uma das frases que Fernando Azzi Haddad
mais ouviu nos corredores da Prefeitura de São Paulo a partir de 2013. O pedido
era na verdade uma brincadeira que colegas de trabalho faziam com o funcionário
da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente que tem praticamente o mesmo nome
do prefeito e que acaba de deixar a Prefeitura para trabalhar como consultor
ambiental.
Apesar do sobrenome do meio "Azzi", Haddad ficou conhecido como "prefeito" na
secretaria, onde atuou como coordenador na área de arborização da cidade.
Durante três meses ouviu piadinhas com pedidos de aumento ou férias e críticas
pela criação das faixas exclusivas de ônibus na cidade. "O que é que você fez?
Não está dando certo, volte atrás", diziam colegas indignados com o trânsito em
avenidas como a 23 de Maio.
Azzi Haddad, aos 31 anos, afirma não se sentir incomodado com as comparações.
Apenas teve receio de abrir e-mails endereçados ao prefeito e que vieram parar
em sua conta, que era fhaddad@prefeitura, endereço provavelmente parecido com
o do governante municipal. Entre as mensagens está uma do governo federal, com
tabelas em anexo. Também chegaram e-mails com agradecimentos e
agendamentos de reuniões, todos ignorados pelo engenheiro.
As semelhanças não ficam só no nome. A família paterna de Azzi Haddad é do
Líbano, assim como a do prefeito, e tinha lojas em São Paulo, mesmo caso do pai
do prefeito, que tinha uma loja de tecidos na Rua 25 de Março.
Como o prefeito, Azzi é paulistano, mas decidiu estudar engenharia agronômica
em Botucatu, no interior de São Paulo. Começou a carreira trabalhando para o
Instituto Nacional da Reforma Agrária (Incra) preparando o cultivo em
assentamentos.
Na Prefeitura
Entrou para a Prefeitura em 2009, na gestão Gilberto Kassab (PSD). Seu posto de
trabalho foi o Viveiro Manequinho Lopes, no Parque Ibirapuera. Ele recebia mudas
enviadas por construtoras ou donos de imóveis que precisavam fazer
compensação ambiental para realizar suas obras. De lá, as árvores eram
distribuídas para parques da cidade e para as subprefeituras, que fazem o plantio
nas ruas. Uma das missões do engenheiro era diversificar o plantio nas ruas.
"A cidade deve contar com aproximadamente 150 a 200 tipos de árvores no meio
urbano. Isso poderia ser expandido. Muitas espécies nativas têm potencial, mas
ainda não se fazem mudas delas", explica.
Segundo ele, algumas dão um colorido e podem levar um bom efeito visual para
os canteiros das marginais, como é o caso dos ipês. Outras oferecem sombras e
frutas e podem ser inseridas em vias menores, onde há bastante tráfego de
pessoas a pé.
Um dos problemas que enfrentava era o acúmulo de árvores no Viveiro
Manequinho Lopes. "Havia árvores de 6 m, 7 m, que estavam começando a
morrer". Uma saída encontrada foi enviar cerca de 70 árvores para um terreno
localizado na esquina da Avenida Francisco Matarazzo e o Viaduto Antártica,
atendendo uma demanda da Associação Amigos de Vila Pompeia.
O trabalho fugiu da função rotineira de fornecer espécies para parques e para a
Secretaria das Subrefeituras, e foi preciso buscar equipes livres para fazer o
transporte e o plantio das árvores.
Neste começo de mês, Azzi Haddad voltou ao local onde as árvores começaram a
ser plantadas em janeiro e disse ter "grande satisfação" de ver que as árvores
estão vingando. Lá estão plantadas manduiranas, pau-brasil, anjico, palmito-
jussara e sapucaia. "Quando a gente vê que plantou em um lugar difícil e estão
muito mais bonitas do que da última vez, a satisfação é grande", diz.
Licenciamento
Em fevereiro, Azzi Haddad decidiu deixar a prefeitura por entender que seu ciclo
no governo municipal havia acabado e que tinha oportunidades para trabalhar por
sua conta. Sua exoneração foi publicada no Diário Oficial.
Agora consultor ambiental, Azzi Haddad auxilia empresas a fazer a fazer trabalhos
de cadastramento arbóreo, compensações ambientais, paisagismo e também
licenciamento ambiental.
Ele diz que ainda há muito a evoluir quando o assunto é a questão ambiental no
Brasil. As licenças ambientais, que deveriam ser ferramentas para garantir que um
empreendimento traga o mínimo de prejuízo possível ao meio ambiente ou então
para vetar determinada construção, acabam muitas vezes apenas encarecendo a
construção.
Azzi Haddad elogia a legislação ambiental da cidade de São Paulo e a aponta
como uma das mais avançadas do país. Já sobre a gestão de seu homônimo, Azzi
Haddad diz ter críticas a medidas tomadas pelo petista, mas que torce para que
faça uma boa gestão. "Espero que ele faça uma gestão positiva em todos os
setores. Todo mundo está sentindo uma carência em diferentes áreas", diz.
Ele brinca com possível futuro político do prefeito. "Se ele virar governador ou
presidente no futuro, não vou me livrar desse nome tão cedo", afirma.