saúde da criança - iras

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1 Prof.ª Hygor Elias Saúde da Criança Doenças Prevalentes na Infância Art. 6º A PNAISC se estrutura em 7 (sete) eixos estratégicos: IV - atenção integral a crianças com agravos prevalentes na infância e com doenças crônicas: consiste em estratégia para o diagnóstico precoce ea qualificação do manejo de doenças prevalentes na infância e ações de prevenção de doenças crônicas e de cuidado dos casos diagnosticados, com o fomento da atenção e internação domiciliar sempre que possível; 1 2

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Page 1: Saúde da Criança - IRAS

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Prof.ª Hygor Elias

Saúde da Criança

Doenças Prevalentes na Infância

Art. 6º A PNAISC se estrutura em 7 (sete) eixos estratégicos:IV - atenção integral a crianças com agravos prevalentes nainfância e com doenças crônicas: consiste em estratégia para odiagnóstico precoce e a qualificação do manejo de doençasprevalentes na infância e ações de prevenção de doenças crônicase de cuidado dos casos diagnosticados, com o fomento da atençãoe internação domiciliar sempre que possível;

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Art. 10. São ações estratégicas do eixo de atenção integral acrianças com agravos prevalentes na infância e com doençascrônicas:

I - a Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância(AIDPI);

II - a construção de diretrizes de atenção e linhas de cuidado; e

III - o fomento da atenção e internação domiciliar.

AIDPI – Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância. • É uma estratégia que visa a melhoria da saúde da criança

e inclui intervenções no nível comunitário e no sistemapúblico de saúde.

• Constitui uma das prioridades das políticas de saúdeinfantil do Ministério da Saúde (MS), com ênfase naatenção primária de saúde.

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AIDPI - Objetivos

• Reduzir a mortalidade na infância e contribuir de maneira significativa para amelhoria da qualidade da atenção prestada às crianças, desenvolvendo ações depromoção e prevenção juntamente com ações assistenciais, levando aocrescimento e desenvolvimento saudáveis da população infantil, em especialdaquela que vive em países e regiões menos desenvolvidas.

• Enfatiza a visão integrada da criança, ao invés de enfocar apenas uma doença ouuma condição individual.

• Procura também enfatizar os diversos setores envolvidos na saúde da criança,como, por exemplo, a capacitação dos profissionais de saúde, a organização dosserviços e a educação da família e a comunidade no que tange à sua saúde.

INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS -

IRAs

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Estima‐se que morram de IRA 

4 milhões de crianças de

0 a 5 anos por ano/mundo  

PNEUMONIA75% das mortes

RinofaringiteAmigdaliteOtiteSinusite

BronquioliteBronquitePneumonia

Causam estridor:EpiglotiteLaringiteTraqueobronquiteCrupe

Trato Respiratório Superior

Trato Respiratório Inferior

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Avaliação da criança com IRA

... um interrogatório completo ... e um exame físico cuidadoso

Classificação baseada na proposta AIDPI

� Verificar se a criança apresenta algum risco de vida (sinal de perigo) causada pela IRA ou outra doença grave

� Se doença grave, encaminhar

� Se IRA, classificar se a criança está ou não com pneumonia e se esta é grave ou não

SINAIS DE PERIGO EM CRIANÇA < 2 meses

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VERIFICAR se o bebê apresenta: 

FR > 60 rpm

Tiragem subcostal grave 

Batimento asa de nariz 

Gemido 

Febre (=> 38ºC) ou Hipotermia (= < 35,5ºC)

Fontanela abaulada 

Secreção purulenta no ouvido 

Dor à manipulação 

Letargia

Outros sinais de risco:

• desidratação   grave

• emagrecimento intenso

• crises de apnéia

• insuficiência respiratória

SINAIS DE PERIGO EM CRIANÇA < 2 meses

VERIFICAR se a crianca apresenta:

FR, retração subcostal,estridor em repouso e outros sinais (batimentos asa de nariz, cianose)

Abscesso de garganta grave

Tumefação na região pós‐auricular

Letargia

Rigidez de nuca

Petéquias

Abaulamento da fontanela

SINAIS DE PERIGO - 2 MESES A 5 ANOS DE IDADE

Outro problema:

• desnutrição grave

• desidratação   grave

• anemia grave

• dor abdominal intensa)

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aumento da frequência respiratória da criança ‐ é o sinal de melhor valor prognosticante de pneumonia

presença ou não de tiragem subcostal ‐ é o sinal de melhor 

valor prognosticante de gravidade

Diagnóstico de pneumonia se baseia em dois sinais:

Considera‐se como taquipnéia:

• <  2 meses: com 60 ou mais rpm

• 2 a 11 meses: com 50 ou mais rpm

• 1 a 4 anos: com 40 ou mais rpm

Atendimento de Crianças Menores de 2 meses Atendimento de Crianças Menores de 2 meses

Tosse   SEM respiração rápida  < 60/minRetração subcostal leve 

Tosse   Respiração rápida  = > 60/minCOM retração subcostal COM sinais de perigo: gemido, batimentos asa de nariz, cianose

PNEUMONIA POUCO PROVAVEL PNEUMONIA 

Tratar no domicílio

• Orientar a mãe para manter cça aquecida e amamentar c/ frequência 

• Limpeza nasal 

• Retorno em 48 h. p/ aval. ou antes

Referir urgentemente

• Manter a cça aquecida e AME

• Dar 1a. dose antibiótico 

• Tratar febre e hipoglicemia

• Dar SRO, se diarréia

• Iniciar oxigenioterapia

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Atendimento de Crianças 2 meses até 5 anosAtendimento de Crianças 2 meses até 5 anosTosse   S/ respiração rápida<  50/min ‐ 2 a 11 m <  40/min ‐ 1 a 5 aS/ retração subcostal S/ estridor em repouso Sem outros sinais

Tosse   Respiração rápida= > 50/min ‐ 2 a 11 m = > 40/min ‐ 1 a 5 aS/ retração subcostalS/ estridor em repousoSem outros sinais

Tosse   Respiração rápida= > 50/min ‐ 2 a 11 m= > 40/min ‐ 1 a 5 a COM retração subcostal COM estridor em repousoCOM sinais de perigo: gemido, batimentos asa de nariz, cianose

NÃO É PNEUMONIA PNEUMONIA PNEUMONIA GRAVE

Tratar no domicílio

• Tratar febre

• Tratar sibilância c/broncodilatador VO

• Aliviar  tosse, dor  de garganta ou de ouvido 

• Retorno em 5 dias ou antes

Tratar no domicílio

• Dar antibiótico 7 dias

• Tratar febre

• Tratar sibilância c/broncodilatador VO

• Aliviar  tosse, dor  de garganta ou de ouvido 

• Retorno em 48 h. ou antes

Referir urgente

• Manter a cça aquecida 

• Dar 1a. dose antibiótico 

• Dar 1a dose antitérmico

• Dar broncodilatador IV

• Iniciar oxigenioterapia

SibilânciaSibilância

• Conseqüência do muco que se acumula nas vias aéreas

• Broncoespasmo nos bronquíolos o que dificulta a passagem do ar

• Criança precisa fazer um esforço maior

• Quando o ar passa por estas passagens estreitadas produz um assobio característico na expiração

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Condutas na SibilânciaCondutas na Sibilância

1. Fazer nebulização com FENOTEROL

1 gota/3 Kg/dose + 3ml soro fisiol. Dose Máxima = 10 gts

2. Na falta de nebulização, pode-se administrar

ADRENALINA 1:1000 = 0,01 mg/Kg/dose via SC

3. Observar resposta da criança por um período de 20 minutos. Se não melhorar, repetir nebulização 2 vezes.

4. Se cça apresentar sinais de melhora, encaminhar para tratamento domiciliar + prescrever broncodilatador por via oral:

SALBUTAMOL 0,1 mg/Kg/dose de 8/8 h. por 3-5 dias

5. Se cça continuar sem sinais de melhora, encaminhar para o hospital + dar AMINOFILINA 5mg/Kg/dose + HIDROCORTISONA 4 mg/kg/dose IV.

DIARRÉIAS E

DESIDRATAÇÃO

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Diarréia

Doença caracterizada pela perda excessiva de água e eletrólitos pelas fezes e/ou vômitos, que se manifesta clinicamente com aumento do número de evacuações e/ou diminuição da consistência das fezes.Pode ser: aguda, prolongada (ou persistente) ou crônica.

Diarréia - Classificadas quanto à evolução

Diarréia Aguda Diarréia Aguda Prolongada

Diarréia Crônica

• Alteração súbita na freqüência e consistência das fezes;

• Tempo de duração inferior a 10dias;

• Autolimitada, de origem infecciosa.

• Diarréia aguda que se prolonga por alteração secundária;

• Decorrente do tratamento inadequado da diarréia aguda.

• Fezes amolecidas em maior freqüência;

• Duração mais de 30 dias;

• Etiologia variada.

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Diarréia

Distúrbio diarréico, a depender do local docomprometimento do TGI, recebe nomes diferentes:

• Estômago e intestino - gastrenterite;• Intestino delgado - enterite;• Cólon - colite;• Cólon e intestino - enterocolite.

Disenteria é inflamação intestinal, especialmente docólon, acompanhada de cólica, urgência intestinal e fezeslíquidas com sangue e muco.

DiarreiaMecanismo de absorção e secreção de eletrólitos e água no

trato gastrointestinal

1. Normal

2. Diarréia

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Desidratação

• Conceito: é a condição clínica conseqüente àperda de líquido corporal, com equilíbrio negativode água e, em geral, de eletrólitos.A desidratação grave põe em risco a integridade

de tecidos e órgãos por lesar e/ou destruir ascélulas.A desidratação põe em risco a própria vida porafetar funções vitais.

DesidrataçãoCausas:• Diarréia• Vômitos repetidos• Febre• Afecções respiratórias

com taquipnéia intensa• Ingestão inadequada de

água.

Características:• as crianças são mais

suceptíveis devido seugrande nível metabólico(maiores necessidadeshídricas)

• i.e.lactente = 150 ml/kg eo adulto = 30ml/kg

• Imaturidade do sistemaimunológico (predispõe ainfecções)

• Imaturidade renal

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Tipos de DesidrataçãoDesidratação: Depleção de água e eletrólitos no organismo.

Desidratação IsotônicaDesidratação HipotônicaDesidratação Hipertônica

Desidratação - Isotônica

EICEEC

Perda de H2O = Perda de Na+

(Reidratação isotônica)

Na+ = 130-150mEq/l

Sede, mucosas secas,olhos fundos

turgor da pele

taquicardia

oligúria

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Desidratação - Hiponatrêmica

EEC EICH2O

Perda de Na+ > Perda de H2O(Reidratação hipertônica)

Na+ < 130 mEq/lPulso filiforme,hipotensão arterial

hipotermia,extremidades frias

pele acinzentada

oligúria

Desidratação - Hipernatrêmica

EICH2O

Perda de H2O > Perda de Na+

(Reidratação hipotônica)

Na+ > 150 mEq/lsede intensa,mucosas secas

febre,pele quente e seca

irritabilidade

oligúria

EEC

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Desidratação - Classificação

• De acordo com a percentagem de redução dopeso corpóreo

• Leve – perda ponderal até 5% - desidratação leve• Moderada – perda ponderal entre 5 e 10% -

desidratação moderada• Grave – perda ponderal acima de 10% - desidratação

grave

Desidratação Leve Moderada Grave

Turgor da Pele Normal Pastoso Ausente

Toque da Pele Normal Seco Fria e Inelástica

Mucosa oral Úmida Seca Ressecada

Olhos Normal Enoftalmia EnoftalmiaAcentuada

Choro/Lágrimas Presente Reduzido Ausente

Fontanela Normal Deprimida Muito deprimida

SNC Consolável Irritável Letárgico/Obnubilado

Pulso Regular PoucoAumentado

Aumentado

Débito urinário Normal Oligúria Anúrico

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SEM SINAIS DE DESIDRATAÇÃO

Ausência de sinais suficientes para a caracterização de ALGUMA DESIDRATAÇÃO ou DESIDRATAÇÃO GRAVE

PLANO A

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Alguma DESIDRATAÇÃO

Presença de 2 dos seguintes sinais:INQUIETAÇÃO ou IRRITABILIDADEBEBE LÍQUIDOS COM AVIDEZ, CRIANÇA SEDENTAOLHOS ENCOVADOSSINAL DA PREGA CUTÂNEA: retorno lento

PLANO B

DESIDRATAÇÃO GRAVE

Presença de 2 dos seguintes sinais:

LETARGIA ou INCOSCIÊNCIA

INCAPACIDADE PARA INGESTÃO DE LÍQUIDOS ou INGESTÃO POBRE

OLHOS ENCOVADOS

SINAL DA PREGA CUTÂNEA: retorno muito lento ( > 2 segundos

PLANO C

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Plano A: tratamento domiciliar

ORIENTAR sobre 4 REGRAS BÁSICAS:• Oferta de líquidos aumentada- Até 12 meses = ¼ a ½ copo após cada

evacuação- Após 12 meses = ½ a 1 copo após cada

evacuação• Manutenção da alimentação, aleitamento• Orientações sobre quando buscar

reavaliação clínica

Plano A: tratamento domiciliar.

• Preparo do SRO: diluirpacote em 1 litro de águafiltrada e fervida; manter emvasilhame coberto eoferecer de 15/15 minutos.Desprezar após 24 horas.

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Plano A: tratamento domiciliar

• Para preparar o soro caseiro:- Com colher medida para 1 LITRO:5 medidas pequenas de sal (3,5 g) +10 medidas grandes de açucar (20g)- Sem colher medida para 1 LITRO:4 colheres de sopa de açuçar (20 g) +1 colher de chá de sal (3,5g)1 litro de água filtrada ou fervida

Terapia de Reidratação Oral: TRO

Quais os 7 princípios da TRO para criançascom diarréia e desidratação?

1. Preferir a SRO;2. Reidrataçãorápida (em 3-4 horas);3. Realimentação habitual assim que a

desidratação estiver corrigida;4. Lactentes em aleitamento materno

devem continuar recebendo LM seminterrupção;

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Terapia de Reidratação Oral: TRO

5. Lactentes em uso de fórmula artificial: não diluir e não há necessidade de substituir por fórmulas especiais;

6. Continuar oferecendo SRO após cada dejeção líquida;

7. Não há necessidade de avaliação laboratorial ou medicações.

CDC RecommendationsandReports. Managing Acute Gastroenteritis Among Children. MMWR, CDC, 52/RR-16, 2003

TRO – Contra-indicações

Situações que não permitam a ingestão oral

Ausência de ganho ponderal após 2h com SNG

Vômitos persistentes após uso de SNG Íleo paralítico Suspeita de processo infeccioso grave Presença de sinais de irritação peritoneal Choque hipovolêmico

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Plano B: tratamento em unidade de saúde

• Duração = 4 horas• Quantidade aproximada de SRO a ser oferecida por peso:

75ml/kg de peso-Acrescentar 100-200 ml de água para menores de 6m que

não recebem leite materno-Reavaliação clínica = reclassificação da desidratação: Que

PLANO?

Plano B: tratamento em unidade de saúde

• Concluída a reidratação = Iniciarrealimentação sob supervisão

• ORIENTAR sobre as REGRAS BÁSICAS doPLANO A:

- Oferta de líquidos aumentada- Alimentação, LM- Necessidade de reavaliação clínica

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Plano C: DESIDRATAÇÃO GRAVE

Reidratação parenteral:- Solução fisiológica a 0,9% e Solução

glicosada a 5% em partes iguais.• I.FASE DE EXPANSÃO(rápida) 100 ml/kg

Correr em 2 horas.• Se após 2 h, continuar desidratada

administrar• 25 a 50 ml/kg em 2 horas- <

Plano C: DESIDRATAÇÃO GRAVE

- Reavaliação frequente: acada 1 hora

- Oferecer SRO assim quecapaz de ingerir: 5ml/kg/hora

- Reclassificação dadesidratação

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Plano C: DESIDRATAÇÃO GRAVE

• II. FASE DE MANUTENÇÃO E REPOSIÇÃO- Cálculo do volume de MANUTENÇÃO (24horas)- Peso até 10 kg = 100 ml/kg- Peso de 10 a 20 kg = 1000ml + 50ml/kg p/ cada kg

>10kg- Peso >20kg = 1500ml + 20ml/kg p/ cada kg >20 kg

Hidratação parenteral

• Quando está indicada?- restituição imediata da volemia em pacientesgravemente desidratados

- fase inicial do tratamento do choque- reidratação de paciente sem desidratação grave,mas com impedimento da VO

- oferta de taxa hídrica de manutenção

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Como avaliar o estado de hidrataçãoComo avaliar o estado de hidratação

OBRIGADO!

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