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informativo Saca rolhas Ano 4 | Nº 8 | Março de 2013 Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Vinhos, Espumantes e Suco de Uva Garantia de qualidade do campo à mesa | Página 2 Por que implantar o programa? | Página 7 Segurança dos alimentos do Nordeste ao Sul do país | Páginas 8 a 14 Especial PAS Uva para Processamento Programa Alimentos Seguros tem metodologia de gestão da qualidade desenvolvida sob medida para setor vitivinícola

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Saca rolhasAno 4 | Nº 8 | Março de 2013

Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Vinhos, Espumantes e Suco de Uva

Garantia de qualidade do campo à mesa

| Página 2

Por que implantar o programa?

| Página 7

Segurança dos alimentos do Nordeste ao Sul do país

| Páginas 8 a 14

Especial

PAS Uva para ProcessamentoPrograma Alimentos Seguros tem metodologia de gestão da qualidade desenvolvida sob medida para setor vitivinícola

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te Presidente: Alceu Dalle Molle

Vice-presidente: Eduardo Piaia

Diretor-executivo: Carlos Raimundo Paviani

Conselho Deliberativo: Associação Gaúcha de Viticultores

Proporcionar ao consumidor o acesso a um alimento sadio, que te-nha sido produzido, processado e co-mercializado de forma segura e com qualidade, favorecendo tanto o pro-dutor rural, a indústria, assim como o cliente final. Em essência, este é o propósito do Programa Alimentos Seguros - PAS que, a partir deste ano, estará disponível com metodologia e materiais específicos para atender ao setor de uva e vinho.

Desenvolvido e mantido pelas entidades integrantes do Sistema S (Senai, Sebrae, Sesi, Sesc e Senac), o programa visa promover a saúde pública, a qualidade de vida e a com-petitividade empresarial por meio da capacitação de produtores rurais e de empresas que atuam na cadeia produ-tiva de alimentos.

O PAS trabalha a gestão do con-trole dos riscos e perigos que envol-vem a produção e comercialização alimentícia. O programa atua de forma preventiva com base no mo-nitoramento das etapas nas quais há manipulação de alimentos, por meio de registros que comprovam a segu-rança dos produtos. “Outros fatores positivos surgiram com o PAS, entre eles a credibilidade do programa no mercado. Como os procedimentos são padronizados, o programa ajuda

PAS: Garantia de qualidade do campo à mesaO PAS - Programa Alimentos Seguros foca a gestão do controle de riscos e perigos que envolvem a produção e o processamento, atuando de forma preventiva para assegurar qualidade e segurança ao consumidor

no controle da higiene e na manipu-lação dos alimentos, aumenta a segu-rança quanto à qualidade dos produ-tos, reduz os riscos de contaminação além de proporcionar a melhoria de processos”, enumera Hulda Olivei-ra Giesbrecht, responsável pela área tecnológica do PAS e representante do programa no Sebrae.

Por ser um programa de qualida-de, o PAS disponibiliza uma meto-dologia com atuação nas diferentes fases da cadeia produtiva, com ações práticas e teóricas. As empresas que aderem ao PAS contam com o asses-soramento de consultores que fazem a implantação em módulos, contem-plando, de forma independente, o

campo, o transporte, a indústria, a distribuição e o preparo dos alimen-tos.

“O PAS não ensina a fazer o ali-mento, mas auxilia a empresa a fazê--lo com qualidade. O programa esta-belece processos, normas e padrões para obtenção de um melhor controle do resultado”, explica a gestora do PAS Uva para Processamento Janine Basso Lisboa.

A formatação do PAS teve início em 1998, sendo que em 2002, ele se consolidou com a metodologia atu-al, sendo composto de seis projetos: PAS-Campo, PAS-Indústria, PAS--Distribuição, PAS-Transporte, PAS--Mesa e PAS-Ações Especiais.

(Agavi), Federação das Cooperativas de Vinho do Estado do RS (Fecovinho), Associação Brasileira de Enologia (ABE), Co-missão Interestadual da Uva, Secretaria da Agricultura, Pe-cuária, Pesca e Agronegócio (Seappa), Sindicato da Indústria do Vinho do Rio Grande do Sul (Sindivinho-RS), Sindicato

Rural de Caxias do Sul (Sindirural-Caxias), Associação Na-cional dos Engarrafadores de Vinho (ANEV), Associação Catarinense de Vinhos Finos de Altitude (Acavitis) e União Brasileira da Vitivinicultura (Uvibra).Foto da Capa: Silvia Tonon

Uma pesquisa realizada em 2011 com as empresas que participaram do PAS apresentou indicadores bastante positivos de satisfação. Entre os resultados aferidos foi observado que 97% dos entrevistados apontaram melhoria de seus processos ou produtos, 96% conseguiram se adequar aos requisitos legais, 85% obtiveram redu-ção dos custos ou das perdas.

Esses índices mostram que, além de proporcionar ferramentas de controle de qualidade na produção do alimento, a cer-tificação proporcionou melhorias adminis-trativas e legais significativas e também o reconhecimento do consumidor, pois 82% dos participantes observaram a valoriza-ção de sua marca após a implantação do PAS.

Satisfação e reconhecimento de mercado

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O foco do PAS está na gestão de processos para a produção e comer-cialização de alimentos seguros. Seu objetivo é evitar possíveis contami-nações, que podem ser resultantes de perigos físicos, químicos e biológicos.

Alguns exemplos de perigos físi-cos são os cacos de vidro, pedaços de metal ou plástico, lascas de madeira, insetos que podem acabar misturados aos alimentos e causar danos à saúde do consumidor. Os perigos biológicos

Gestão dos riscos e foco na segurança alimentarPerigos físicos, químicos e biológicos afetam a qualidade e podem comprometer a saúde dos consumidores. Por isso, o PAS tem por missão auxiliar as empresas brasileiras a disponibilizarem alimentos mais seguros

surgem a partir da presença de micror-ganismos, que podem afetar a saúde do ser humano.

Já os perigos químicos compre-endem os resíduos de agrotóxicos, contaminações por metais pesados, resíduos de detergentes, desinfetantes e, principalmente, toxinas produzidas por fungos.

Todos esses fatores são contami-nantes de alimentos, afetam direta-mente a qualidade do produto e, mais

ainda, representam um grande risco à saúde dos consumidores.

Por isso, paralelamente, o PAS tem por missão atuar na preparação do país para a produção e comercialização de alimentos seguros, atuando na educa-ção, na difusão de conhecimento, na assistência técnica e tecnológica e na normatização, de forma a ser reconhe-cido nacional e internacionalmente como referência na área de segurança de alimentos.

Textos: Martha Caus e Raquel FronzaEdição: Martha Caus Projeto Gráfico e Ilustrações: Alvo Global Publicidade e PropagandaDiagramação: Marcela Bantle

IBRAVINCNPJ: 02.728.155/0001-74Alameda Fenavinho, 481. Edificação 29 - Bento Gonçalves - RSTelefone e fax: + 55 54 3455.1800 E-mail: [email protected]

PAS Consumidor - “Contaminação, não!” Início: 2006Situação: em andamento

PAS Cadeias Produtivas Início: 2008Situação: em andamento

PAS OrgânicoInício: 2010 Situação: em andamento

Segmentos de implantação do PAS no Brasil

Operadores do ProgramaMantenedoresSenai – Serviço Nacional da IndústriaSenac – Serviço Nacional do ComércioSebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas EmpresasSesc – Serviço Social do ComércioSesi – Serviço Social da Indústria

Anvisa – Agência Nacional de Vigilância SanitáriaSenar – Serviço Nacional de Aprendizagem RuralMapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e AbastecimentoCNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoSest/Senat – Serviço Social do Transporte / Serviço Nacional de Aprendizagem do TransporteEmbrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

MTur - Ministério do TurismoABNT – Associação Brasileira de Normas TécnicasAbis – Agência Brasileira de Inovação e SustentabilidadeAfrebras – Associação dos Fabricantes de Refrigerantes no BrasilAbima – Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias

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Apoiadores

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PAS Cadeias Produtivas: alinhamento do início ao fimElos integrados e conscientes de suas responsabilidades asseguram qualidade do produto final

A segurança dos alimentos só é atingida quando as ações de controle dos perigos e de minimização dos ris-cos ocorrem paralelamente em toda a cadeia produtiva.

Entretanto, não é incomum se veri-ficar problemas provocados por falhas específicas de um ou mais elos de uma mesma cadeia. Normalmente, essas falhas são carregadas para as etapas seguintes comprometendo o resultado final.

Tendo em vista esta realidade, em 2009 foi desenvolvido o PAS Cadeias Produtivas para implantação das fer-ramentas de controle da segurança, atuando simultaneamente em todos os elos envolvidos na produção de um alimento. Neste formato, o programa mostra a cada um destes elos as res-ponsabilidades e os procedimentos es-senciais que devem ser adotados para a segurança e qualidade do produto final.

Leonir Martello, coordenador da área de Alimentos do Serviço Nacio-

nal da Indústria no Rio Grande do Sul (Senai/RS), afirma que o foco do programa é proporcionar segurança a quem produz e a quem consome. Ele explica que, inicialmente, o PAS preocupava-se na solução de proble-

LEITEO PAS Leite foi formatado em 2009 para adequar a produção da bebida a normas legais,

aumentando a segurança e a qualidade na cadeia produtiva. O foco do programa está na qualificação do produtor rural, proporcionando sua competitividade tanto no mercado interno e internacional, sendo que o transporte também é trabalhado. Para validação com ações piloto, foram selecionados os estados de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Alagoas, Goiás e Ceará. O Rio Grande do Sul deverá sediar o projeto ainda em 2013.

AÇAÍO PAS Açaí iniciou seu desenvolvimento em 2010 por solicitação de gestores de

projetos dos Sebrae/AP e PA e de parceiros locais, buscando garantir a segurança do produto especialmente em relação a doenças como Chagas e a Salmonella. O programa visa melhorar o desempenho dos sistemas de produção, transporte, comercialização, batedores artesanais e agroindústrias de fruta e polpa. A implantação piloto finalizou em 2012 no Pará e Amapá.

CARNEAs atividades deste projeto foram iniciadas em 2010 e estão em desenvolvimento,

testando a segurança do alimento para continuar sendo exportado. No momento, o programa está formatando a metodologia que será aplicada. O PAS Carne deverá ser lançado no primeiro semestre do ano.

MELO mel foi o primeiro segmento a ser trabalhado na

visão de cadeia produtiva. Desenvolvido em 2008, o PAS Mel surgiu para adequação dos produtores às exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e, graças ao programa, o produto voltou a ser exportado. Oito estados sediaram o piloto: Paraná, Rio

mas burocráticos, quanto à legislação, mas sempre de olho na qualidade. Por fim, o PAS Cadeias Produtivas acabou também promovendo a integração de toda a cadeia nas questões relaciona-das à segurança dos alimentos.

Fotos: Banco de Imagens

Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Piauí e Ceará. A metodologia trabalha a implantação das Boas Práticas e da Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, beneficiando desde os apicultores, casas de mel, entrepostos até as empresas que recebem o produto final.

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Ser uma importante ferramenta para promover a melhoria da quali-dade do produto entregue ao merca-do, dando sustentação à capacitação da cadeia produtiva, além de também auxiliar as empresas a se adequarem à legislação. Com objetivos tão im-portantes, o Programa Alimentos Se-guros – PAS Uva para Processamento representou um grande desafio para as entidades envolvidas e para o setor em si. Os resultados obtidos, entretanto, mostram que o esforço valeu a pena.

Executado pelo Instituto Brasi-leiro do Vinho (Ibravin) por meio de convênio com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com o Serviço Nacional da Indústria (Senai) e a Em-brapa Uva e Vinho, o programa piloto trouxe uma série de inovações meto-dológicas e se mostrou um importante aliado para a qualificação e moderni-zação do setor como um todo. A partir de maio, ele estará disponível para no-vas contratações, seja por viticultores ou vinicultores de todo o país.

“A exigência por melhoria da qualidade e aumento da produtivida-de pelas empresas é parte natural do crescimento desse setor”, afirma Hul-da Oliveira Giesbrecht, responsável pela área tecnológica do PAS e repre-

Uva produzida e processada com qualidade para todosPAS Uva para Processamento é referência entre os programas de qualidade sendo uma importante ferramenta dentro do projeto de modernização do setor vitivinícola brasileiro

sentante do programa no Sebrae. Ela acrescenta que o PAS Uva para Pro-cessamento vem apoiar a implantação das Boas Práticas Agrícolas e de Ela-boração de vinho e suco, para vencer os desafios de competitividade.

O aporte de recursos alocados no programa aproxima-se de R$ 1 mi-lhão. A fase de implantação piloto, com encerramento em março deste ano, teve início em 2011, e envolveu nada menos do que 68 produtores rurais e 34 vinícolas de seis estados.

Além das parcerias com entidades, o projeto contou com a assessoria de 20 consultores de todo o país.

"A expectativa do Sebrae com o investimento realizado com o PAS nas cadeias produtivas é de tornar os empreendimentos cada vez mais com-petitivos e dar segurança em relação a qualidade e a sanidade dos alimentos aos consumidores", afirma Léa Laga-res, coordenadora nacional da Fruti-cultura e da Vitivinicultura da Unida-de de Agronegócios do Sebrae.

Boas práticas no campo e na vinícola

Apesar da importância do programa para a gestão da qualidade dos produtos, assim como para o atendimento das exigências legais aplicadas ao setor da uva e do vinho, o PAS Uva para Processamento é de aplicação relativamente fácil. O engajamento dos empreendedores é essencial, mas a metodologia foi construída para que as adequações e mesmo a mudança de comportamento necessárias para atendimento das normas sejam descomplicadas.

Visitas, diagnósticos, treinamentos e o monitoramento de desempenho fazem parte da implantação. Os consultores possuem conhecimento e experiência com o setor, favorecendo a adequação das empresas caso a caso.

Por trabalhar dentro do conceito de Cadeia Produtiva, o PAS Uva para Processamento também possui a vantagem de permitir a implantação por etapas, podendo ser aplicado apenas na parte de campo, com a abordagem de questões relacionadas às Boas Práticas Agrícolas (BPA), ou somente no processamento industrial, com a aplicação das Boas Práticas de Elaboração (BPE) e da Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), ou ainda, nas duas etapas, campo e na vinícola, simultaneamente.

Executores do PAS Uva para ProcessamentoSebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas EmpresasIbravin – Instituto Brasileiro do Vinho

Entidades de assessoria do PAS Uva para ProcessamentoSenai –Serviço Nacional da Indústria Embrapa Uva e Vinho

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Boas Práticas na produção da uva e na elaboração de vinhosPrograma trabalha com a implantação de processos que fazem a identificação, controle e gestão dos riscos para a segurança do produto final, envolvendo a uva e seus derivados como o suco de uva, vinhos e espumantes

Foto: Silvia Tonon

Normas visam cuidados com a saúde e proteção ao meio ambieNte

BPA – Boas Práticas AgrícolasConjunto de princípios, normas e recomendações

técnicas aplicadas para a produção, armazenamento e transporte de alimentos, orientadas a cuidar da saúde humana, proteger o meio ambiente e melhorar as con-dições dos trabalhadores e sua família.

O que é abordado• Localização e implantação do parreiral• Manejo da água• Uso e armazenamento de agroquímicos• Segurança do trabalhador• Produção da uva• Colheita• Transporte

BPE – Boas Práticas de ElaboraçãoConjunto de princípios e regras para o correto ma-

nuseio de alimentos, que abrange desde as matérias--primas até o produto final, a fim de garantir a quali-dade sanitária e a conformidade dos produtos alimen-tícios com os regulamentos técnicos.

O que é abordado• Controle da contaminação pelo ambiente• Controle da contaminação pelo colaborador• Controle da contaminação por uso de produ-

tos químicos• Controle de pragas• Água• Limpeza e sanificação• Instalações• Controle da contaminação cruzada

APPCC – Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle

Identificar, monitorar e controlar os perigos rela-cionados com a contaminação do vinho, suco ou espu-mante em diversas etapas do processo, sempre de forma preventiva identificando os pontos e etapas do processo nos quais os perigos de contaminação podem ser con-trolados.

O que é abordado• Análise de Perigos• Definição de Pontos Críticos de Controle (PCC)• Estabelecimento de limites críticos• Monitoramento dos PCCs• Definição de ações corretivas• Verificação e estabelecimento de registros

As especificidades do setor vitivinícola são trabalhadas pelos consultores que atuam no programa, sendo observados os perigos que podem ocorrer no processo de produção do suco de uva e na elaboração do vinho, bem como as formas de controlá-los por meio das boas práticas, que propiciam um ambiente higiênico e adequado para o processamento.

Também fazem parte do foco de treinamento, os controles e registros, importantes documentos que possibilitam a rastreabilidade do produto.

Confira as questões abordadas nas diferentes etapas do PAS Uva para Processamento:

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Diferente de outras cadeias produti-vas nas quais a implantação do Progra-ma Alimentos Seguros (PAS) surgiu para atender às exigências legais ou para atender a demandas específicas de mercado, o PAS Uva para Proces-samento foi desenvolvido por iniciati-va do próprio setor. Paralelamente ao objetivo de promover a melhoria da qualidade dos produtos, o programa também ajuda aos empreendedores a se enquadrarem às exigências legais.

Dentro da legislação brasileira, as vinícolas precisam obedecer às normas da Instrução Normativa (IN) nº 05 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), datada de 31 de março de 2000. A Instrução Norma-tiva compreende nove itens referentes aos requisitos gerais e essenciais de higiene e das boas práticas na elabo-ração de bebidas e vinagres, incluindo vinhos, espumantes e derivados da uva e do vinho.

Conforme o chefe da Divisão de Vinhos e Derivados do Ministério da Agricultura, Carlos Alberto Magalhães Teixeira, o PAS é uma ferramenta que auxilia na implantação da IN nº 5. “To-das as exigências da IN já existiam e

Por que implantar o PAS Uva para Processamento?Fomentado por uma demanda do próprio setor, o programa foi desenvolvido como ferramenta de controle de qualidade e de adequação dos empreendedores às exigências da legislação brasileira

sempre foram bastante rígidas, porque pensamos no consumidor que está cada vez mais crítico. E os estabelecimentos precisam cumprir as normas para esta-rem legais com o Ministério”, explica.

Quem não se enquadrar nos itens previstos nesta instrução normativa corre o risco de ser penalizado. Teixeira explica que a fiscalização pode autuar

o produtor ou empresário em diversos âmbitos. “Se a empresa não se enqua-drar, dependendo da falha, ela pode ser até interditada. Ou, se o produto não estiver de acordo com o padrão, ele pode ser apreendido. São situações pe-cualiares, mas que podem resultar em advertências, multas e até fechamento do estabelecimento”, pontua.

Objetivo e âmbito de aplicação: Requisitos gerais de higiene em indústrias de bebida em geral.Definições: De estabelecimento, de limpeza, de contaminação e desinfecção.Matérias-primas: Seleção de fornecedores, de refugo na porta da fábrica, exigência de boas condições da embalagem, acondicionamento e transporte, controle da água de lavagem. Instalações: Localização, vias internas, projetos de prédios e instalações e equipamentos e utensílios.Saneamento: Manutenção, sanitizantes, piso e paredes, WC e vestiários e vias de acesso e pátio.Higiene Pessoal: Ensinamentos, saúde e integridade, lavagem das mãos, fardamento, conduta pessoal, visitantes, donos e funcionários e supervisão. Estabelecimento (instalações): Contaminação cruzada (fluxo linear, áreas limpas x áreas sujas, utensílios), a água, a elaboração, as embalagens e supervisão. Armazenamento e transporte: Condições ideais, legalizados e temperatura controlada.Controle do produto final: Análises periódicas por amostragem.

O que diz a Instrução Normativa nº 5A Instrução Normativa nº 5, datada de 31 de março de 2000, estabelece os requisitos gerais e essenciais de

higiene e de boas práticas na elaboração para bebidas e vinagres, inclusive vinhos e derivados da uva e do vinho, elaborados para o consumo humano.

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O mapa da qualidade no país

No Rio Grande do SulRegião Serra• Peculiare Vinhos Finos• Famiglia Tasca• Vinícola Salvati & Sirena• Vinhos Don Laurindo• Vinícola Courmayeur• Lídio Carraro Vinícola Boutique• Angheben Vinhos Finos• Casa Perini• Casa Venturini• Viapiana Vinhos e Vinhedos• Vinícola Geisse• Vinícola Angelo Luvison• Vinhos Belmont• 10 produtores rurais

Região Metropolitana• Vinícola Laurentia• Um produtor rural

Região Centro-Campanha• Estância Guatambu• Velho Amâncio Vinhedos e Vinhos• Dunamis Vinhos e Vinhedos• Vinícola Campos de Cima• Vinícola Peruzzo• Vinhedo Routhier & Darricarrè• Cinco produtores rurais

Em Santa CatarinaUrussanga• Vinícola Mazon• Vinícola De Noni • 3 produtores rurais

Região Serra• Vinícola Leone di Venezia

Região Oeste• Vinícola Kranz• Vinícola Santa Augusta• Cooperativa Agropecuária Videirense - Coopervil• 24 produtores rurais

Em São PauloSão Roque e Louveira• Bella Quinta Vinhos Finos• Vinhos Palmeiras• Vinícola Góes• Três produtores rurais

No Espírito SantoRegião Serra • 13 produtores rurais

Em Pernambuco Vale do São Francisco• Cooperativa Agrícola Nova Aliança - Coana

Em GoiásItaberaí• Vinícola Goiás• Três produtores rurais

No ParanáBituruna• Vinícola Sanber• Vinícola Bertoletti• Vinícola Di Sandi• Vinícola Bituruna• Nove produtores rurais

O programa piloto do PAS Uva para Processamento foi concluído em março e, a partir de maio, está disponível para contratação de produtores e empresas do setor interessadas em sua implantação. A validação da metodologia do projeto teve início em 2011 e envolveu 68 produtores rurais e 34 vinícolas de seis estados brasileiros. Além das par-cerias com as entidades, o projeto contou com a assessoria de 20 consultores especializados no cultivo da uva e em seu processamento.

Confira quem são e onde estão as empresas participantes do grupo piloto do programa:

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As recentes conquistas como o re-conhecimento da Denominação de Ori-gem do Vale dos Vinhedos, das Indica-ções de Procedência de Pinto Bandeira e Altos Montes, sinalizam o quanto o Rio Grande do Sul vem avançando na qualificação de seus produtos. E não é por acaso que o maior número de em-presas e produtores rurais participantes do projeto piloto do PAS Uva para Pro-cessamento estejam no estado.

Das 34 vinícolas inscritas no pro-grama, 19 são gaúchas, sendo que a região da Serra concentra o maior nú-mero de participantes por também ser a principal área produtiva no país. En-tretanto, empresas situadas na região Metropolitana, Central e na Campanha também estão engajadas.

O consultor Valdemir Bellé, da em-presa Desitec, foi o responsável pela implantação das boas práticas agrí-colas em diversas vinícolas da Serra Gaúcha. Satisfeito com a dedicação das equipes, ele atuou principalmen-te na assessoria à produção da fruta. “Nosso trabalho foi intenso para que

Empresas da Serra obtém melhores resultados por meio de adequações físicas e de inovações na rotina de trabalho. Vinicultores observam mudanças positivas na estrutura física e no comportamento de funcionários e fornecedores

Qualificação gaúcha começa no berço produtivo do setor

haja o monitoramento de todos os pro-cessos que a uva passou para que, no final, não ocorra nenhuma surpresa negativa”. Ele garante que as vinícolas que iniciaram a implantação do PAS no

campo ainda no ano passado já estão colhendo resultados nessa safra. “Não é necessário depois correr atrás do pre-juízo. A fruta está nos padrões ainda na pré-safra”, comenta Bellé.

Na viNícola geisse, implaNtação do pas abraNgeu viNhedos e viNícola

As vinícolas serranas que aderiram ao grupo piloto de implantação do PAS Uva para Processamento garantem não ter se arrependido pois os ganhos observados em organização operacional e em qualidade do produto final superam os investimentos necessários para adequações físicas e compensam os ajustes de rotinas e da cultura administrativa das empresas.

Na vinícola Geisse, de Pinto Bandeira, a implantação está completando um ano e abrangeu desde a produção das uvas até a vinificação. Além das adequações de estrutura, a empresa observou mudanças comportamentais positivas em seus funcionários fomentadas pelas inovações e melhorias introduzidas pelo programa.

Para que o trabalho fosse desenvolvido de forma mais ágil, duas pessoas foram designadas para a aplicação das normas na empresa. Enquanto a gerente comercial Ana

Alice Rodriguez conduziu as ações no âmbito das Boas Práticas Agrícolas (BPA), a enóloga Vanessa Stefani, assumiu a execução na vinícola. A dupla foi assessorada pelo consultor Valdemir Bellé, da Desitec, e pela consultora Débora Gastaldello, da empresa D&D Soluções e Treinamentos.

“Nós já tínhamos o controle de insumos, os custos e outros dados, mas eles estavam em documentos separados. Nós adaptamos a informação para o padrão do PAS e nos acostumamos a usar no dia-a-dia”, comenta Ana. “O PAS chegou para nos orientar, nos treinar. É, sem dúvida, a certeza de que estamos no rumo certo”, complementa Vanessa.

Já a Vinícola Perini, de Farroupilha, implantou o PAS em seus vinhedos próprios e planeja transmitir as normativas das (BPAs) aos cerca de 200 produtores que fornecem uvas à empresa. “O agricultor sabe

que só aceitaremos uvas tratadas com produtos registrados, lição que reforçamos com o PAS”, informa o enólogo Leandro Santini. Entre outras inovações citadas por ele está o uso do caderno de campo e a rastreabilidade.

No âmbito do processamento vinícola, a implantação do programa foi conduzido pela consultora Raquel Rohden, da Decide Consultoria. Ela elogiou a dinâmica de trabalho instituída na empresa e o envolvimento dos funcionários por meio da criação de um grupo multidisciplinar. “Dessa forma, o grupo sempre obteve uma solução para os problemas que fosse viável para todos os setores. E isso só aconteceu porque a direção da empresa estava focada em obter bons resultados”, salientou. “O PAS Uva para Processamento dá mais credibilidade ao setor do vinho, perde a cara tradicional de artesanato e demonstra o investimento em tecnologia”, avalia Raquel.

Mudanças físicas e comportamentais asseguram resultados

Foto: Raquel Fronza

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O Programa Alimentos Seguros (PAS) – Uva para Processamento foi criado para garantir a segurança do produto elaborado por empresas in-dependentemente de seu porte e his-tórico de mercado. Prova disso é que empresas jovens e de pequeno porte estão apostando no programa para crescerem de forma organizada, e já enquadradas às exigências legais.

A Vínicola Luvison, situada em Mato Perso, na divisa de Farroupilha, Caxias do Sul e Flores da Cunha, se enquadra nessa situação. Os proprie-tários decidiram instalar o PAS tanto no campo como no processamento da uva para elaboração dos produtos. A condução foi realizada pelo proprietá-rio Tiago Luvison, que informa que o PAS também orientou sobre o mode-lo operacional ideal para a empresa. “Agora sabemos o que pode ou não pode ter na cantina, conhecemos as exigências e normas”, ressalta Tiago.

Entre as inovações introduzidas, ele destaca o uso do Caderno de Cam-po, que possibilitou o controle de de-talhes como os insumos químicos e as especificidades da análise de solo. A estrutura física recebeu melhorias e o manejo da fruta foi reavaliado. “Nos-so foco é o suco e exige talvez até mais higiene do que o vinho” explica.

Responsável por difundir o PAS na área vinícola da Luvison, a consulto-ra Cristine Coll Pigozzo destaca mu-danças de rotinas operacionais como o uso de uniformes, a padronização da higienização de mãos, controle de pragas e da potabilidade da água. “Eles estão agregando qualidade e, consequentemente, estabelecendo um vínculo de credibilidade junto ao con-sumidor”, observa ela.

Localizada na Linha Sertorina, na divisa entre Bento Gonçalves e Far-roupilha, a Vinícola Belmont optou por implantar as Boas Práticas de Elaboração (BPE) e pela Análise de Perigos e Pontos Críticos de Contro-le (APPCC). A empresa quer crescer de forma mais organizada, tendo em vista que nos últimos cincos anos in-

Não é necessário ter anos de tradição ou grande estrutura para que a vinícola implemente o PAS Uva para Processamento. Empresas familiares e de pequeno porte da Serra mostram que normas dão suporte ao desenvolvimento sustentável

Empresas gaúchas crescemcom processos ajustados

gressou no segmento de vinhos finos e espumantes. “Investimos na limpeza das máquinas, na higiene dos funcio-nários, no checklist, nos uniformes. Temos agora outra visão de negócio”, explica Felipe Antonio Pertile, sócio--proprietário da Belmont.

A Vinícola Courmayeur, situada em Garibaldi, já trabalhava com con-ceitos de gestão da qualidade, mas as mudanças geradas pelo PAS também foram significativas: um pavilhão es-pecífico para o engarrafamento foi construído a fim de isolar esse setor da parte produtiva. Sob orientação da consultora Andrelise Verzeletti, a em-presa investiu no controle dos passos produtivos inclusos no checklist. Para Natália Zandonai, responsável pela implantação na Courmayeur, a viníco-la está ainda mais competitiva. "Todas as empresas do setor deveriam passar pelo programa”, avalia ela.

História modernizada – A casa onde a pequena indústria de sucos e geleias Famiglia Tasca está instalada foi construída em 1929. E o casarão, situado no Vale dos Vinhedos, em Monte Belo do Sul, também abriga o museu da família. Sem abrir mão des-sa história e tradição, a família optou por se modernizar implantando o PAS

Na viNícola courmayeur, eNgarrafameNto foi isolado da área de produção

Foto: Raquel Fronza

Uva para Processamento nos âmbitos do campo e da indústria.

Décio Tasca, um dos sócios da empresa, coordenou as alterações ao lado da consultora Angela Busnello: a pintura das paredes foi substituída pela tinta epóxi, o piso foi repintado para ficar menos poroso, refizeram-se as análises de água e as áreas de pro-dução e engarrafamento foram dividi-das. “Um dos nossos aprendizados é que a forma com o que as coisas fo-ram feitas, ensinadas de família, po-dem mudar. A mentalidade precisa se atualizar, o produto final precisa che-gar seguro”, avalia Décio.

Consultores envolvidos na implantação do PAS Uva para

Processamento no RS

Angela BusnelloAndrelize VerzelettiCristine Coll PigozzoDébora GastaldelloMara Rubia da CasRaquel RohdenSabrina BartzUmberto Camargo Valdemir Bellé

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Vinícolas da Campanha e região central ampliam competitividade Empresas se preocupam em adequar-se às normas do programa tanto no cultivo da uva em vinhedos próprios e de parceiros, como na área de processamento do vinho a fim de garantir produtos de qualidade

Duas regiões do Rio Grande do Sul, além da Serra Gaúcha, abrigam empresas do ramo vitivinícola preo-cupadas em se adequar às normas do Programa Alimentos Seguros (PAS) - Uva para Processamento.

Na vinícola Estância Guatambu, em Dom Pedrito, a equipe mostra preocupação na qualificação de seus vinhos finos. “O PAS chegou no mo-mento certo: na hora em que proje-távamos não só o prédio da vinícola, mas também o nosso crescimento estrutural. Ele facilita o trabalho e proporciona segurança para o consu-midor e também aos funcionários”, avalia a engenheira química e enólo-ga Gabriela Hermann Pötter, respon-sável pela implantação do projeto na empresa.

A etapa das Boas Práticas Agríco-las (BPAs) realizou-se em agosto do ano passado e em março foi conclu-ída a implantação das Boas Práticas de Elaboração (BPE) e do sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC).

Outras quatro empresas adotaram o programa na região da Campanha: Routhier & Darricarrère, em Rosário do Sul, Peruzzo, em Bagé, Campos de Cima, em Itaqui, e Dunamis, em Dom Pedrito. “A Dunamis é muito focada na qualidade da uva. O PAS possibilitou a escolha das melhores áreas para plantio dos novos quatro hectares graças à análise do solo,

do estudo do clima e da topografia”, avaliou o consultor Valdemir Bellé, da Desitec.

Na Região Central do estado, a vinícola Velho Amâncio, situada em Itaara, credita ao PAS Uva para Processamento uma maior organiza-ção da empresa. A enóloga Aline de Oliveira Fogaça colocou no papel as dificuldades organizacionais e, com o auxílio da consultora Mara Rubia Da Cas, da Kahm Consultoria, superou as falhas nos controles de materiais e outros processos. “Nós não iríamos conseguir colocar em ordem tanta in-formação e gerar todos os documen-

tos necessários sem a ajuda do PAS”, avalia Aline. Ela acrescenta que a empresa iniciou com as reformas es-truturais, mas que a maior conquista observada foi a aceitação da equipe e o entendimento do quanto esse con-trole é necessário.

Dois fornecedores de uva para a Velho Amâncio também participam do PAS, no âmbito das BPAs. “São viticultores conscientes que já lida-vam bem com o uso dos EPIs, com a higienização. Os treinamentos refor-çaram os cuidados com o preparo e a aplicação dos insumos”, avaliou o consultor Umberto Camargo.

Na estâNcia guatambu, o pas foi implaNtado aliNhado à coNstrução da viNícola

Foto: Gabriela H. Potter

O perfil vitivinícola da Metade sul

A Campanha e a Região Central do Estado somam, às produções de arroz e a criação de gado, produção vinífera de qualidade. Atualmente, a Campanha abriga 16 vinícolas. São 1,5 mil hectare de uva cultivados por 150 produtores e distribuídos em nove municípios. A região responde por 15% da produção brasileira de uvas viníferas. A altitude de 330 metros, o solo arenoso, os invernos frios e rigorosos que favorecem a dormência das videiras e os verões quentes e secos, que proporcionam a maturação das uvas, são pontos positivos para o cultivo da fruta.

O perfil do empreendedor do ramo vitivinícola dessas regiões é distinto das demais áreas do estado. Os empreendedores são, na maioria, filhos de pecuaristas ou rizicultores que voltaram-se para a produção vinífera, adotam tecnologias de ponta e preferem trabalhar com vinhedos próprios para controlar a qualidade.

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Produtores rurais e vinícolas catarinenses de diferentes regiões aprenderam as normas para deixar a matéria--prima e os produtos livres de contaminantes, ampliando a competitividade mercadológica do setor

Vinícolas de diferentes regiões de Santa Catarina aderiram ao PAS Uva para Processamento. Fizeram parte do programa as vinícolas Mazon e a De Noni, de Urussanga, situadas no Vale da Uva Goethe, as vinícolas Kranz, de Treze Tílias, a Santa Augusta e a Co-opervil, de Videira, localizas no meio--oeste do estado e a Leone di Venezia, em São Joaquim, na Serra Catarinense.

Coordenado pela consultora Re-giane Quadro, da empresa Quadro Consultoria, o trabalho teve foco nos princípios de boas práticas no campo e no processamento das bebidas. As empresas atendidas apresentam perfil semelhante, sendo de pequeno porte, com um máximo de 10 funcionários. “As vinícolas estavam mais preocupa-das em se enquadrar à legislação. Ou-tro motivo que as levou até o PAS foi o fato de terem registros escritos que agilizam a rotina de trabalho".

Na vinícola Santa Augusta, a im-plantação do programa abrangeu os cuidados desde a produção da uva até a vinificação. "A ideia foi implantar o PAS na vinícola, para irmos nos adap-tando. Depois, estendemos ao campo”, explica Cássia Cristina Savi, coordena-dora do PAS na empresa.

De largada, foi posto em prática o sistema de Boas Práticas de Elabora-ção (BPE), mas mudanças estruturais também ocorreram, como a colocação

de protetores acrílicos na iluminação para impedir a contaminação com ca-cos de vidro caso a lâmpada quebre.

“No primeiro contato, os funcio-nários ficaram receosos em ter que se adaptar a normas desconhecidas. Mas depois perceberam que o projeto facili-tou o trabalho”, conta a enóloga. Além de Cássia, integra a equipe que implan-tou o PAS na vinícola o gerente de pro-dução, Jean Gabriel Balestieri.

Cássia acredita que essas mudanças elevarão a qualidade dos produtos e a competitividade da empresa no merca-

Vinhedos e vinícolas de Santa Catarina ampliaram qualidade

do. “Serão reduzidas perdas e custos e os funcionários estão mais motivados pois entendem a importância de cada um na empresa”, pontua.

Regiane supervisionou o andamen-to do PAS Uva para Processamento nas outras cinco empresas de Santa Catari-na. Ela visitou as vinícolas a cada 15 dias e organizou encontros para o es-clarecimento de dúvidas e repasse de novas informações. Estes encontros deram origem a um manual com as respostas para as perguntas mais fre-quentes dos participantes.

Foto: Regiane Quadro

saNta augusta foi uma das seis viNícolas Que aderiram ao programa

Produtores de uva da região oeste catarinense também aderem ao PASUm grupo de 24 produtores de

uva do Oeste catarinense buscou a profissionalização para deixar a matéria-prima com o qual trabalham ainda mais segura. Com o apoio do Sebrae/SC e de instituições municipais, eles iniciaram a implantação do PAS Uva para Processamento em 2012 para minimizar os contaminantes e produzirem a fruta de forma mais adequada.

O grupo é composto por 13 produtores do município de Xanxerê, sete de Quilombo e quatro de Pinhalzinho. Quem orientou esses agricultores foi a consultora Regiane Quadro. Ela comenta que o empenho

superou a falta de informação existente até então. “Eles não sabiam se o negócio era rentável, a quantidade de produto que aplicavam, quantos quilos de uva produziam”. Depois dos encontros e com o material didático em mãos, a realidade mudou. “Alguns agricultores foram além do que aprenderam nas reuniões, procuraram informação e me questionaram, sinal de queriam aprender”, conta Regiane.

Os resultados obtidos animou o Sebrae a formar novas turmas. O coordenador regional da entidade em Chapecó, Enio Parmegiane, comenta que a qualificação era uma necessidade catarinense. “Passamos a

estruturar e organizar o setor na região. Eles promovem concursos anuais de vinho onde exibem a qualidade do produto. Assim, os produtores de uva se estimulam e aperfeiçoam a matéria-prima”, defende Parmegiane.

Grande parte da colheita desses produtores vai para a merenda escolar municipal ou é vendida para vinícolas locais. O produtor e técnico agrícola Roberto Junges enxergou no programa a chance de tirar do papel o sonho de construir uma empresa especializada em suco de uva. A construção deve se encerrar ainda neste ano e estará adequada às normas do PAS no âmbito vinícola.

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Qualificação de empresas e produtores rurais promovida pelo PAS Uva para Processamento em Bituruna gerou resultados superiores nos vinhos elaborados e maior remuneração para fornecedores da matéria-prima

Em Bituruna, cidade do interior do Paraná com cerca de 20 mil habitan-tes, quatro vinícolas e nove produto-res de uva parceiros aderiram ao pro-jeto piloto do PAS Uva para Proces-samento no campo. Dessas empresas, duas realizaram o programa de Boas Práticas Agrícolas (BPA) e outras duas seguem trabalhando também no âmbito vinícola, dentro do programa de Boas Práticas de Elaboração (BPE) e Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC).

A Vinícola Bertoletti é uma das empresas que dará continuidade ao projeto nos próximos meses ao PAS no âmbito de elaboração. Como in-centivo, os proprietários já comemo-ram os bons frutos colhidos no campo: avaliam que a qualidade dos 80 mil litros de vinho anuais que produzem será superior às safras anteriores pelos novos cuidados aplicados. “Além do material que recebemos da consultora, sempre tiramos nossas dúvidas e con-versamos com os colegas que também passavam pelo PAS. Nós trabalhamos juntos”, comenta Eliane Bertoletti, uma das sócias da empresa.

Além dos próprios funcionários, três produtores parceiros frequenta-ram os encontros do PAS e coloca-ram em prática as exigências técnicas. “Vimos o cuidado que se deve ter na colheita. Antes, deixávamos a uva ter contato direto com o solo. Agora pro-

videnciamos estruturas para colocar as caixas e o trator as recolhe sem que a uva encoste na terra ou fique suja”, explica Eliane.

Na avaliação da consultora Fabíu-la Stella, da Cambona Consultoria, a aceitação de agricultores e empresá-rios em relação às normas do PAS foi bastante positiva. “O PAS Uva para Processamento não tem exigências difíceis. O mais importante foi a mu-dança de pensamento dos produtores quando perceberam a importância do programa”, avalia.

Safra de uva e de vinhos acima da média no Paraná

Foto: Fabíula Stella

A gestora do Projeto Organização da Cadeia Produtiva de Hortifruti-granjeiros (do Sebrae/PR), Maria Isabel Rosa Guimarães, comemora a evolução dos participantes do pro-grama. De acordo com ela, os índices de aprovação, obtidos por meio do checklist que o consultor aplica nas empresas, passaram de 30% para até 80%. “A nossa viticultura vem de pai para filho e, por isso, na visão deles, nada do que era feito estava errado. Mas os que aceitaram implantar estão fazendo a diferença”, comenta Maria Isabel.

Valorização – Especializada em vinhos de mesa, a Vinícola Samber, também de Bituruna, já colhe os be-nefícios que os treinamentos do PAS Uva para Processamento proporcio-naram. Dois produtores de uva, res-ponsáveis por até 20% da produção da empresa, surpreenderam ao entregar a matéria-prima dessa safra. “Perce-bemos logo de cara as mudanças. A higiene melhorou muito, percebemos que as caixas não ficaram no chão e não encostaram na sujeira. Parece ou-tro produto”, comenta Michele Ber-toletti, sócia da vinícola. E a empre-sa soube reconhecer o esforço: esses agricultores receberam valor superior pelo quilo da uva, em comparação com os demais.

Quatro viNicultores e Nove viticultores participaram do piloto do pas

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Sete vinícolas e nove produtores rurais de Goiás, Espírito Santo, São Paulo e Pernambuco também integraram grupo piloto para adequação de aspectos comportamentais e dos processos do cultivo e processamento da uva

Mesmo que a maior concentração de vinícolas brasileiras esteja na re-gião Sul, outros estados despontam na produção de uva e vinho com empre-endedores que prezam pela qualidade.

Foi pensando em manter o alimen-to seguro e atingir a excelência, isto é, alimentos sem contaminantes, que estas empresas implantaram o Pro-grama Alimentos Seguros (PAS) Uva para Processamento. Essas vinícolas estão situadas nas regiões Sudestes, Centro-Oeste e Nordeste.

Conheça o trabalho desenvolvido nessas cidades de estados distintos do Brasil, mas que apresentam uma preocupação em comum: a qualidade dos produtos que chegam às mãos dos consumidores.

Goiás O estado conta com três viníco-

las nas cidades de Paraúna, Itaberaí e Santa Helena de Goiás. Uma delas, a Vinícola Goiás, produtora dos sucos de uva Del Nono, integra o programa desde o lançamento do grupo piloto.

De acordo com Krishnamurti Si-mon Evaristo, consultor responsável por difundir as normas do PAS na em-presa, os procedimentos da Vinícola Goiás estavam adequados à legisla-ção. No entanto, os proprietários ab-sorveram de forma positiva detalhes que precisaram ser alterados. “Acha-mos bastante interessante a proposta do PAS. Qualificamos a produção da uva e do produto na vinícola e vamos transparecer ao consumidor que esta-mos fazendo um trabalho sério”, ex-plica o diretor comercial Amir Razia.

Espírito SantoTreze produtores rurais de seis mu-

nicípios da região serrana do estado, com idades acima de 50 anos partici-param do projeto piloto em pequenas propriedades.

O trabalho feito nas terras capixa-bas foi assessorado pelos consultores Fábio Roberto Ribeiro, da empresa Agrotec Prest Service, e José Roberto Macedo Fontes, da Germinar Consul-toria. A mudança mais nítida colocada

em prática até agora, segundo Fontes, é o controle que o agricultor passou a ter sobre a sua rotina. O Caderno de Campo é, efetivamente, uma revolu-ção para aquela comunidade de agri-cultores. “É uma novidade aqui na re-gião. A dificuldade inicial em fazê-los aceitar a mudança deu espaço ao con-trole rígido dos processos", explica.

PernambucoA Cooperativa Agrícola Nova

Aliança (Coana), situada em Petroli-na, deixou de apenas exportar uva de mesa e passou a trabalhar com suco de uva, plantando seis hectares de va-riedades para elaboração da bebida. Desde setembro de 2012, data da cria-ção da processadora de suco, a Coana passou a integrar a lista de empresas que implantaram o programa.

Seguindo as orientações repas-sadas pela consultora Bernadete de Lourdes Martins de Sousa, ligada ao Senai, a unidade de produção do suco foi instalada em um novo prédio, já adequado às normas do PAS.

Mas as mudanças estruturais fo-ram tão importantes quanto às com-portamentais, segundo ela. “Essa foi a parte mais difícil, o entendimento das exigências sanitárias e higiênicas que mudaram quando a empresa aderiu à produção da bebida”, afirmou.

PAS Uva para Processamento é aplicado em todo o país

Foto: Acervo da empresa

A cooperativa é composta por cin-co famílias de descendência japonesa que produzem, em média, de quatro a cinco toneladas da fruta anualmente para exportação. De acordo com Elias Osamu Fujiyama, presidente da Co-ana, a coopertaiva apresenta diversas certificações internacionais e o PAS ajudará a qualificar e a garantir a se-gurança do novo produto.

São PauloTrês vinícolas paulistas aderiram

ao programa na metade de 2012. Co-ordenadas pela consultora Viviane Cremaschi, elas adequaram proces-sos no campo e a estrutura física. São elas: Bella Quinta Vinhos Finos, Vi-nhos Palmeiras e Vinícola Góes.

Presidente do Sindicato da Indús-tria do Vinho de São Roque (Sindus-vinho), Cláudio Góes, afirma que o programa trouxe um nível de qualifi-cação inédito no estado, uma vez que as empresas do setor são pequenas e, sem apoio financeiro, dificilmente conseguiriam implantar um programa de gestão de qualidade deste nível. “Esperamos que o PAS traga qualida-de e garantia aos produtos das nossas vinícolas. As empresas percebem a necessidade de acompanhar a tecno-logia brasileira e buscam a competiti-vidade”, observou Góes.

a cooperativa agrícola Nova aliaNça, de perNambuco, iNiciou o pas em 2012

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Conteúdo distribuído em oito manuais e duas cartilhas foi desenvolvido especificamente para o PAS no setor vitivinícola. O material é disponibilizando aos empreendedores que aderem ao programa de gestão da qualidade

Material didático dá suporte a participantes do programa

Foto: Maryo Franzen

Ao aderir à implantação do Programa Alimentos Seguros – PAS Uva para Processamento, o participante recebe o material didático que, junto com as orientações do consultor, facilitarão na prática das ferramentas de aplicação e controle do PAS. O material é entregue nos treinamentos e nas consultorias realizadas.

Ao todo, são oito manuais e duas cartilhas com ilustrações, dicas e lembretes fundamentais que contemplam desde a produção da uva até a rotulagem e expedição do produto finalizado. Veja abaixo o material disponível para quem adere ao PAS Uva para Processamento.

CARTILHAS E MANUAISVol. 1: Manual do Consultor

Vol. 2: Manejo do Solo e da Água

Vol. 3: Implantação do Vinhedo e Manejo da Planta

Vol. 4: Manejo de Pragas e Doenças

Vol. 5: Caderno de Campo

Vol. 6: Grade de Agroquímicos

Vol. 7: Cuidados com a matéria-prima, processos de elaboração e controle da contaminação e de perigos em vinhos, espumantes e sucos

Vol. 8: Manual de Segurança e Qualidade

O trabalho desenvolvido pela equipe da Embrapa Uva e Vinho buscou sistematizar a informação acumulada na experiência dos pesquisadores e armazenada nos projetos de pesquisa, bem como formatar o conhecimento de acordo com a metodologia proposta pelo PAS. Atuaram diretamente para esse resultado, os pesquisadores Alexandre Hoffmann, Lucas da Ressurreição Garrido e Samar Velho da Silveira, que coordenaram a elaboração dos Manuais. Este trabalho também contou com o apoio da Dzetta Assessoria e do Senai/RS.

Na opinião dos pesquisadores envolvidos, um programa com as peculiaridades do PAS não pode

existir se não houver uma forte vinculação com a tecnologia e com o conhecimento disponíveis. Eles declararam que o trabalho desenvolvido foi muito gratificante, pois significa que o conhecimento está trazendo benefícios concretos para a cadeia vitivinícola.

A equipe da Embrapa foi responsável pela editoria dos manuais técnicos, que demandou a mobilização de 28 especialistas das mais diferentes áreas de conhecimento.Cerca de 10 meses foram necessários para obter um material atualizado, repleto de informações embasadas em experimentação de campo e em vinícolas, dando o suporte necessário para a aplicação do Programa.

Para o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Lucas da Reissureição Garrido, a geração de informação para programas de Boas Práticas permeia praticamente toda a programação de pesquisa da Unidade. Por isso, ele entende que esta construção faz parte de um processo dinâmico, já que o conhecimento sistematizado será constantemente aprimorado com os resultados dos projetos de pesquisa daqui para a frente. “Isso torna essencial que o programa continue mantendo uma forte vinculação com a Embrapa, tanto na atualização dos materiais técnicos, quanto na reciclagem dos consultores que irão levar o conhecimento aos produtores", conclui Garrido.

Cartilha: Boas Práticas Agrícolas para o Produtor de Uva

Cartilha: Boas Práticas de Elaboração - BPE e Sistema APPCC – Uva para Processamento Cuidados com a matéria-prima, processos de elaboração e controle da contaminação e de perigos em vinhos, espumantes e sucos

Conhecimento científico sistematizado para aplicação prática

informativo

Saca rolhas

Como implantar?

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Você terá mais informações sobre a implantação do Programa Alimentos Seguros – PAS Uva para Processamento a partir de maio deste ano. Veja abaixo a listagem do sites onde você pode obter informações sobre o programa e também a implantação dele.

Sebrae Nacional:www.sebrae.com.br

No Rio Grande do Sul:www.sebrae-rs.com.br

Em Santa Catarina:www.sebrae-sc.com.br

Em São Paulo:www.sebraesp.com.br

No Paraná:www.sebraepr.com.br

Espírito Santo:www.sebraees.com.br

Pernambuco:www.sebrae.com.br/uf/pernambuco

Goiás:www.sebraego.com.br

Ibravin:www.ibravin.org.br

Embrapa:www.cnpuv.embrapa.br

O papel das entidades em prol da qualificação do setor

Ibravin – Estruturação para a cadeia produtiva da Uva e do Vinho

O Ibravin teve um papel decisivo para a condução do projeto. O instituto é conveniado com o Sebrae Nacional para execução de ações estruturantes como, por exemplo, o diagnóstico estrutural da vitivinicultura no Brasil, o diagnóstico de enoturismo brasileiro e outras ações. É a entidade executora do convênio PAS Uva para Processamento. Por meio da parceria com o Sebrae, foi responsável por contratar os parceiros para desenvolver material, metodologia, organizar a capacitação dos consultores, mobilizar as empresas e gerenciar a implantação no grupo piloto de empresas e produtores em todo o país.

Sebrae – Atuação estratégica em prol do desenvolvimentoO Sebrae desempenha o papel de mantenedor do PAS desde a

sua criação. Ele atua na definição de estratégias para manutenção e ampliação do programa, no apoio ao desenvolvimento dos conteúdos e metodologias, na formação de consultores, bem como no apoio às micro e pequenas empresas na capacitação e implantação das Boas Práticas, por meio do SEBRAETec, que subsidia até 90% dos custos de implantação do PAS nas empresas. “Nós queremos chegar o mais próximo do melhor produto pronto, aquele que chega ao mercado. Ensinamos como a uva é colhida, quantas horas pode ser exposta, ou seja: o passo a passo, as especificidades do setor com o respaldo técnico, dentro do que a legislação brasileira permite”, afirma Lea Lagares, gestora do convênio no Sebrae.

Parcerias de PesoSenai – No início de tudoO Senai foi quem iniciou o Programa Alimentos Seguros

(PAS) em 1998 e ainda tem participação fundamental em meio ao projeto. Conforme Leonir Martello, coordenador da área de alimentos do Senai, apesar de tratar de questões bastante complexas e importantes para a gestão e controle da qualidade, o programa é bastante fácil de ser implantado. “Como toda novidade, inicialmente, alguns produtores apresentaram resistência ao PAS Uva para Processamento. Logo que conheceram o programa, houve interesse e comprometimento da comunidade”, avalia Martello.

Embrapa Uva e Vinho - Pesquisa e tecnologia de ponta no campo

A elaboração de todo o material técnico e também as capacitações feitas aos consultores agrícolas, profissionais que lidaram diretamente com os produtores durante o processo de implantação do PAS, só foram possíveis graças à participação da Embrapa Uva e Vinho. Mais de 20 profissionais da unidade engajaram-se para aplicar regras de boas práticas na produção, armazenamento, transporte e processamento da uva às normas do programa. Coordenado pelo pesquisador e supervisor Alexandre Hoffmann, a parceria possibilitou que estudos já desenvolvidos pudessem ser transmitidos aos consultores, com sugestões que aperfeiçoam a qualidade do alimento. “Nós entregamos nas mãos da sociedade todas as informações de segurança do produto. Nosso trabalho foi de adaptar as normas do PAS para a realidade encontrada nos parreirais”, explica Hoffmann.