s3c3t2 conselho administrativo de recursos … · prevista na lei complementar nº 07/70 e na lei...

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S3C3T2 Fl. 2 1 1 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10980.721178/201116 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302002.758 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 11 de novembro de 2014 Matéria COFINS COMPENSAÇÃO DECISÃO JUDICIAL Recorrente HSBC SEGUROS (BRASIL) S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO:NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 29/07/2008 COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITAS SECURITÁRIAS E DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. AÇÃO JUDICIAL. A decisão judicial transitada em julgado declarou a inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo da Cofins, trazida pelo § 1º, do art. 3º, da Lei nº 9.718/98, restabelecendo a base de cálculo da LC nº 70/91, e não definiu o conceito de receita bruta previsto na LC nº 70/91, especialmente para as empresa dos mercados de seguro e de previdência privada complementar. As receitas atinentes à atividade operacional das pessoas jurídicas integram a base de cálculo da Cofins, prevista na LC nº 70/91. COMPENSAÇÃO. DCOMP. CONFISSÃO DE DÍVIDA. A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado em negar provimento ao recurso voluntário nos seguintes termos: pelo voto de qualidade, para manter a tributação de receitas da atividade de previdência complementar, vencidos os conselheiros Alexandre Gomes, Gileno Gurjão Barreto e Fabiola Cassiano Keramidas, que excluíam da tributação essas receitas; por unanimidade de votos, quanto às demais matérias. A conselheira Fabiola Cassiano Keramidas acompanhou o relator pelas conclusões. Os conselheiros Fabiola Cassiano Keramidas e Gileno Gurjão Barreto apresentarão declaração de voto. ACÓRDÃO GERADO NO PGD-CARF PROCESSO 10980.721178/2011-16 Fl. 1105 DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓPIA Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS

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    S3C3T2 MINISTRIODAFAZENDACONSELHOADMINISTRATIVODERECURSOSFISCAISTERCEIRASEODEJULGAMENTO

    Processon 10980.721178/201116

    Recurson Voluntrio

    Acrdon 3302002.7583Cmara/2TurmaOrdinriaSessode 11denovembrode2014

    Matria COFINSCOMPENSAODECISOJUDICIAL

    Recorrente HSBCSEGUROS(BRASIL)S/A

    Recorrida FAZENDANACIONAL

    ASSUNTO:NORMASGERAISDEDIREITOTRIBUTRIODatadofatogerador:29/07/2008

    COFINS. BASE DE CLCULO. RECEITAS SECURITRIAS E DEPREVIDNCIAPRIVADA.AOJUDICIAL.

    AdecisojudicialtransitadaemjulgadodeclarouainconstitucionalidadedaampliaodabasedeclculodaCofins,trazidapelo1,doart.3,daLein9.718/98, restabelecendoabasedeclculodaLCn70/91,enodefiniuoconceito de receita bruta previsto na LC n 70/91, especialmente para asempresadosmercadosdeseguroedeprevidnciaprivadacomplementar.Asreceitas atinentes atividade operacional das pessoas jurdicas integram abasedeclculodaCofins,previstanaLCn70/91.

    COMPENSAO.DCOMP.CONFISSODEDVIDA.

    A declarao de compensao constitui confisso de dvida e instrumentohbilesuficienteparaaexignciadosdbitosindevidamentecompensados.

    RecursoVoluntrioNegado.

    Vistos,relatadosediscutidosospresentesautos.

    Acordam os membros do Colegiado em negar provimento ao recursovoluntrionosseguintestermos:pelovotodequalidade,paramanteratributaodereceitasdaatividade de previdncia complementar, vencidos os conselheiros AlexandreGomes, GilenoGurjoBarretoeFabiolaCassianoKeramidas,queexcluamdatributaoessasreceitasporunanimidadedevotos,quantosdemaismatrias.AconselheiraFabiolaCassianoKeramidasacompanhouorelatorpelasconcluses.OsconselheirosFabiolaCassianoKeramidaseGilenoGurjoBarretoapresentarodeclaraodevoto.

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    Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA

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    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 26/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS

    10980.721178/2011-16 3302-002.758 TERCEIRA SEO DE JULGAMENTO Voluntrio Acrdo 3 Cmara / 2 Turma Ordinria 11/11/2014 COFINS - COMPENSAO - DECISO JUDICIAL HSBC SEGUROS (BRASIL) S/A FAZENDA NACIONAL Recurso Voluntrio Negado Direito Creditrio No Reconhecido CARF WALBER JOS DA SILVA 2.0.4 33020027582014CARF3302ACC Assunto: Normas Gerais de Direito Tributrio Data do fato gerador: 29/07/2008 COFINS. BASE DE CLCULO. RECEITAS SECURITRIAS E DE PREVIDNCIA PRIVADA. AO JUDICIAL. A deciso judicial transitada em julgado declarou a inconstitucionalidade da ampliao da base de clculo da Cofins, trazida pelo 1, do art. 3, da Lei n 9.718/98, restabelecendo a base de clculo da LC n 70/91, e no definiu o conceito de receita bruta previsto na LC n 70/91, especialmente para as empresa dos mercados de seguro e de previdncia privada complementar. As receitas atinentes atividade operacional das pessoas jurdicas integram a base de clculo da Cofins, prevista na LC n 70/91. COMPENSAO. DCOMP. CONFISSO DE DVIDA. A declarao de compensao constitui confisso de dvida e instrumento hbil e suficiente para a exigncia dos dbitos indevidamente compensados. Recurso Voluntrio Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado em negar provimento ao recurso voluntrio nos seguintes termos: pelo voto de qualidade, para manter a tributao de receitas da atividade de previdncia complementar, vencidos os conselheiros Alexandre Gomes, Gileno Gurjo Barreto e Fabiola Cassiano Keramidas, que excluam da tributao essas receitas; por unanimidade de votos, quanto s demais matrias. A conselheira Fabiola Cassiano Keramidas acompanhou o relator pelas concluses. Os conselheiros Fabiola Cassiano Keramidas e Gileno Gurjo Barreto apresentaro declarao de voto. (assinado digitalmente) WALBER JOS DA SILVA Presidente e Relator. EDITADO EM: 26/12/2014 Participaram da sesso de julgamento os conselheiros Walber Jos da Silva, Maria da Conceio Arnaldo Jac, Fabiola Cassiano Keramidas, Paulo Guilherme Droulde, Alexandre Gomes e Gileno Gurjo Barreto. Trata o processo de Recurso Voluntrio apresentada contra o Acrdo n 06-44.563, de 04/12/2013, da DRJ em Curitiba PR, que manteve o Despacho Decisrio da DRF em Curitiba-PR, de 08/07/2011, que no homologou parte das declaraes de compensao vinculadas ao Per n 13329.52449.300608.1.2.57-2005.O acrdo recorrido resumiu a lide nos termos abaixo.Segundo relatado no referido Despacho Decisrio, a contribuinte obteve tutela judicial favorvel no Mandado de Segurana n 2006.70.00.004031-2, no qual objetivou concesso de ordem para o fim de afastar o art. 3, caput, e 1, da Lei n 9.718/1998, reconhecendo-se o seu direito incidncia da contribuio ao PIS e da Cofins sobre o faturamento, assim entendido o produto da venda de mercadorias, da prestao de servios ou da combinao de ambos (conforme definido pela Lei Complementar n 70/91), em razo de vcios de inconstitucionalidade contidos na Lei n 9.718/1998, a partir da competncia de janeiro de 2001. Em sentena prolatada foi concedida parcialmente a segurana, reconhecendo a inconstitucionalidade do 1 do art. 3 da Lei n 9.718/98. Em recurso de apelao interposto pela Unio, o E. TRF da 4 Regio negou provimento ao agravo retido, ao apelo da Unio, e deu parcial provimento remessa oficial para reconhecer a prescrio dos valores recolhidos antes de 13/02/2001. O trnsito em julgado da ao ocorreu em 04/04/2008 e a impetrante renunciou execuo do julgado no que tange repetio judicial dos valores indevidamente recolhidos. Aps pedido de habilitao de crdito, houve deferimento da RFB, em 05/06/2008, para que fossem viabilizados e permitidos os meios eletrnicos hbeis a promover a compensao de seus crditos, porm no houve verificao, por parte do fisco, poca, do valor habilitado. Posteriormente, em 28/02/2011, foi iniciada auditoria dos crditos, objeto do PAF n 10980.005903/2008-18, que culminou da emisso do Despacho Decisrio pela DRF em Curitiba.No procedimento adotado pela fiscalizao, quando da auditoria dos crditos, foi constatado que a contribuinte interpretou equivocadamente a deciso judicial obtida no mbito do Mandado de Segurana n 2006.70.00.004031-2 (PR), extrapolando frontalmente o comando jurisdicional, o qual reconheceu a inconstitucionalidade do 1 do art. 3 da Lei n 9.718/98 e declarou o direito das impetrantes de recolher a contribuio ao PIS calculada sobre a base de clculo prevista na Lei Complementar n 07/70 e na Lei n 9.715/98, e a Cofins calculada sobre a base de clculo prevista na Lei Complementar n 70/91, enquanto no promovida alterao especfica na legislao regulamentadora das contribuies. O juzo destacou no dispositivo a inexistncia de declarao na ao acerca da interpretao das referidas leis, ou seja, sobre quais receitas das impetrantes esto efetivamente inseridas nas bases de clculo referidas, uma vez que no foi a questo objeto de pedido nos autos.A autoridade administrativa assim entendeu porque a contribuinte, tendo por objeto social operar em seguros e resseguros dos ramos elementares, bem como em seguros de vida, e instituir planos privados de concesso de peclios ou de rendas de previdncia aberta (a partir de abril/2003 as atividades de previdncia privada foram transferidas para a empresa HSBC Vida e Previdncia Brasil S.A), excluiu do conceito de faturamento suas receitas das atividades de prestao de seguros e receitas correlatas, bem como outras receitas operacionais e, por conseqncia, as excluiu da base de clculo da Cofins, produzindo crditos indevidos, em desconformidade com a legislao que rege o tributo e em desacordo com o alcance do dispositivo judicial obtido no Mandado de Segurana. No perodo em que exerceu as atividades de prestao de servios de previdncia privada complementar (janeiro de 2001 a abril de 2003), tambm excluiu do faturamento as receitas advindas dessas atividades, ou seja, as receitas de contribuies para a previdncia privada complementar e receitas correlatas. Observou-se, assim, que a contribuinte calculou crditos de Cofins, desconsiderando como integrantes do seu faturamento receitas ligadas aos objetos principais de sua atividade, ou seja, ligadas ao prprio objetivo de existncia da companhia, segundo seus Estatutos vigentes.A seguir, a autoridade administrativa fundamenta tratar-se as atividades de seguros e de previdncia privada complementar, que as tm expressamente previstas como objetos sociais, de efetiva prestao de servios, ou seja, parte do faturamento e, por conseqncia, parte da base de clculo do PIS e da Cofins, citando:- o 2 do art. 3 do Cdigo de Defesa do Consumidor (Lei n 8.078/1990) que considera servio como qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remunerao, inclusive as de natureza bancria, financeira, de crdito e securitria, salvo as decorrentes das relaes de carter trabalhista. ;- o artigo XXIX do Acordo Geral sobre o Comrcio de Servios, ao definir o termo servios financeiros, separa-os em trs grupos: servios de seguros, servios bancrios e demais servios financeiros, discriminando as atividades relacionadas com cada elemento do grupo. Conforme definido no item 5 so atividades da prestao de servios de seguros: seguros de vida, outros seguros, resseguros e retrocesso, intermediao de seguros e servios auxiliares a prestao de servios de seguros; e que o alcance desse Tratado Internacional, sua fora resulta de sua prpria estatura jurdica no ordenamento ptrio, em conjunto com o disposto no art. 98 do CTN (Lei n 5.172/66).- jurisprudncia do STF se posicionando, em caso semelhante, da seguinte forma: ...Seja qual for a classificao que se d s receitas oriundas dos contratos de seguro, denominados prmios, o certo que tal no implica na sua excluso da base de incidncia das contribuies para o PIS e Cofins, mormente aps a declarao de inconstitucionalidade do art. 3, 1, da Lei n 9.718/98 dada pelo Plenrio do STF. que, conforme expressamente fundamentado na deciso agravada, o conceito de receita bruta sujeita exao tributria em comento envolve, no s aquela decorrente da venda de mercadorias e da prestao de servios, mas a soma das receitas oriundas do exerccio das atividades empresariais. (REAgR 400.479/RJ, STF, Rel. Min. Cezar Peluso, 2 Turma, 10/10/2006, DJ 06/11/2006); no mesmo sentido deciso no Recurso Especial n 1.197.440/RJ (2010/01024931), 2 Turma STJ, Rel. Min. Herman Benjamin, 08/10/2010 data do julgamento), que diz: Alm disso, ainda que se pudesse conhecer do mrito da discusso, o Supremo Tribunal Federal j decidiu que, mesmo aps a declarao de inconstitucionalidade do 1 do art. 3 da Lei n 9.718/98, as receitas advindas de prmios de seguro integram o faturamento das seguradoras para fins de tributao pelo PIS e pela Cofins, j que decorrentes do exerccio de suas atividades empresariais. No mesmo sentido, o STJ firmou entendimento de que as receitas das atividades de seguros, para as empresas que exercem tais atividades constituem base de clculo para as contribuies sociais; - no que tange s receitas das atividades de previdncia privada complementar, regulamentadas pela LC n 109, de 2001, invivel qualquer outra forma de entendimento acerca da incluso das atividades de seguros no conceito de faturamento.Assim que as receitas relacionadas s atividades de prestao de servios de seguros, e correlatas, bem como as receitas relacionadas s atividades de prestao de servios de previdncia privada complementar, e correlatas, em conjunto com as receitas operacionais da empresa que no tenham sido computadas no faturamento, no perodo de janeiro de 2001 a fevereiro de 2008, foram glosadas da base de clculo dos crditos apurados e reclassificados do cmputo de Outras Receitas para Faturamento.Cientificada em 15/07/2011, a interessada ingressou, em 16/08/2011, por meio de seus procuradores legalmente constitudos, com Manifestao de Inconformidade, trazendo, em resumo, as argumentaes a seguir expostas.Traando um perfil constitucional da Cofins, relata que a Lei n 9.718, de 27 de novembro de 1998, alterou a base de clculo das contribuies ao PIS e Cofins, institudas pelas Leis Complementares ns 7, de 7 de setembro de 1970, e n 70, de 30 de dezembro de 1991, respectivamente, considerando faturamento como a totalidade das receitas da pessoa jurdica, independentemente do tipo de atividade exercida e/ou o tratamento contbil adotado. Essa modificao trazida por lei ordinria motivou uma discusso acerca de sua inconstitucionalidade, que acabou alcanando o E. Supremo Tribunal Federal que declarou a inconstitucionalidade do 1 do art. 3 da Lei n 9.718/98 e concluindo que a base de clculo equivale ao faturamento, entendido este como sendo o total de receitas auferidas em razo da venda de mercadorias e/ou da prestao de servios de qualquer natureza. Posteriormente, acrescenta, foi editada a Lei n 11.941, de 27 de maio de 2009, que revogou expressamente o 1 do art. 3 da Lei n 9.718/98, afastando definitivamente a equiparao do conceito de faturamento totalidade das receitas da pessoa jurdica.Expe que, sujeitando-se s disposies da Lei n 9.718/1998, ingressou com ao judicial requerendo lhe fosse reconhecido o direito de calcular o PIS e a Cofins com base no seu faturamento, tal como definido pela Lei Complementar n 70/91, e no pela totalidade das receitas. O desfecho dessa ao se deu com a deciso do Tribunal Regional Federal da Quarta Regio, declarando a inconstitucionalidade do alargamento da base de clculo do PIS e da Cofins, como j fizera o STF, confirmando-se deverem incidir exclusivamente sobre receitas auferidas na venda de mercadorias, na prestao de servios ou na conjuno de ambos.Com base nessa deciso transitada em julgada que apurou os recolhimentos feitos a maior a ttulo de Cofins desde janeiro de 2001 e apresentou o devido Pedido de Habilitao de Crdito Reconhecido por Deciso Judicial Transitada em Julgado.Ressalta que o provimento em seu favor concedido no implica mera autorizao para excluso de receitas da base de clculo das contribuies, mas sim o reconhecimento de que valores h que jamais a compuseram validamente.Diz, referindo-se a sua causa de pedir na ao judicial, que o afastamento da base de clculo prevista na Lei n 9.718/1998 implicaria a impossibilidade de incidncia da Cofins e do PIS sobre receitas financeiras e equiparadas. Sendo assim, e de acordo com a deciso contida no acrdo proferido pelo TRF/4 Regio, no haveria dvidas de que as receitas financeiras (e aquelas a elas equiparadas, como as securitrias e de e as de previdncia complementar) no integram e nunca poderiam integrar o conceito de prestao de servios.Por isso, alega que a deciso adotada pela DRF/CTA no sentido de glosar parte dos crditos de Cofins apurados aps a recomposio das bases de clculo nos anos de 2001 a 2008 no pode prosperar, eis que est em desacordo com o contedo da deciso proferida na ao judicial em comento. E mais, diz que a deciso administrativa apresenta uma interpretao disparatada do contedo da norma e do mandamento judicial, pretendendo, por vias oblquas glosa dos crditos e no homologao das compensaes, exigir exatamente valores cuja inexigibilidade j foi declarada pelo Poder Judicirio.Em tpico especfico, salienta o equvoco cometido pela DRF/CTA, dada a impossibilidade de enquadramento das receitas securitrias e de previdncia privada no conceito de contraprestao pela prestao de servios, conforme conceituao presente no Anexo sobre Servios Financeiros do Acordo Geral sobre Comrcio e Servios GATS, firmado pelo Estado Federativo do Brasil no mbito do GATT/OMC, e que o STF, em julgamento sobre a incidncia de ISS na locao de guindastes, j se posicionou que somente h uma prestao de servio quando se verificar uma obrigao de fazer relacionada a um esforo humano, que gere uma utilidade material ou imaterial a terceiro. Cita, no mesmo sentido, doutrina a respeito. Salienta, ainda, nesse contexto, que muito embora parte de suas atividades possa estar prevista no item 19.01 da Lista de Servios anexa Lei Complementar n 116, o qual prev Servios de distribuio e venda de bilhetes e demais produtos de loteria, bingos, cartes, pules ou cupons de apostas, sorteios, prmios, inclusive os decorrentes de ttulos de capitalizao e congneres, com ela no se confunde, pois as lotricas e outras distribuidoras de ttulos de terceiros podem prestar o servio previsto no referido item da lista, mas no as entidades de capitalizao. Mesmo com relao atividade securitria (exercida at outubro/2004), muito esteja previsto no item 18.01 da Lista de Servios anexa Lei Complementar n 116, o qual prev Servios de regulao de sinistros vinculados a contratos de seguros; inspeo e avaliao de riscos para cobertura de contratos de seguros; preveno e gerncia de riscos segurveis e congneres a jurisprudncia do STF foi contundente em afastar a tributao de atividades que pudessem extrapolar o conceito constitucional de servio. Finaliza que jamais se poderia equiparar receitas tipicamente financeiras (s quais juridicamente se equiparam as receitas securitrias e de previdncia privada) a uma contraprestao de servio (preo de servio).Argumentando que o fato gerador da contribuio uma prestao de servios (ou uma venda de mercadorias), e nenhuma outra, afirma que esta no a causa jurdica das receitas por ela auferidas, eis que no decorrem de uma prestao de servio, por no remunerar qualquer espcie de esforo humano. Ressalta que alm da atividade desenvolvida no se equiparar a uma prestao de servios, no h possibilidade de se equiparar a atividade de previdncia privada atividade securitria. Expe que, por ser companhia seguradora, firma com seus clientes contratos pelos quais se obriga a custear/assumir despesas eventualmente incorridas em razo dos chamados sinistros, mediante o recebimento de um valor fixo mensal (prmio), destinado constituio de um fundo comum que ser utilizado para a cobertura de eventuais despesas dos clientes. Essa espcie contratual, complementar, tipicamente aleatria, na medida em que uma das prestaes sempre incerta, dependente da ocorrncia de evento futuro e imprevisvel, percebendo-se, assim, que no se est diante de uma prestao de servios, j que os valores recebidos no se prestam a remunerar um servio especificamente prestado. Tambm diz que as entidades de previdncia privada recebem contribuies (fundos) dos participantes do plano destinadas conferncia dos benefcios contratados aos participantes, no se caracterizando, essas contribuies, como uma contraprestao por um trabalho ou esforo dessas entidades em favor dos participantes do plano. Ao contrrio, esses valores sero revertidos aos participantes na forma e prazo contratados, de acordo com o plano adquirido (Exemplos: PGBL, VGBL etc.).Portanto, no se pode equiparar as receitas securitrias e de previdncia privada como oriundas de uma prestao de servios, sob pena de alterar a definio de faturamento, emprestada do Direito Privado, o que vedado pelo art. 110 do CTN, restaurando por vias oblquas a aplicabilidade do dispositivo legal j declarado inconstitucional e, inclusive, revogado pela novel legislao supramencionada (Lei n 11.941/09), assim como afrontando o mandamento judicial transitado em julgado que tem a interessada em seu favor prolatado.Contesta a aplicao do Cdigo de Defesa do Consumidor para conceituar servio, por defini-lo de maneira ampla como todas as atividades que reflitam uma relao de consumo, e tambm refuta o GATS para a caracterizao de servios, uma vez que o mbito da assinatura e da aplicabilidade do GATS no comrcio internacional de servios, entre Estados-Membros, no podendo ser utilizada a conceituao ali inserida para fazer incidir a Cofins e o PIS sobre as receitas de natureza securitria e de previdncia privada. Por ltimo, assevera que o GATS foi recepcionado no ordenamento por meio de Decreto, o que afasta qualquer possibilidade de que os conceitos por si trazidos possam se sobrepor queles pressupostos pela Constituio Federal na definio dos aspectos materiais dos tributos de competncia de cada ente tributante (ex.: faturamento, servio) ou de leis complementares definidoras das respectivas regras matrizes de incidncia tributria (ex.: LC 07/70, LC 70/91, CTN).Salienta que nos meses de setembro a dezembro de 2003 utilizou a alquota de 4% para clculo da Cofins e no de 3% considerada pela fiscalizao quando da anlise das planilhas apresentadas pela requerente. Diz que houve engano na confeco das planilhas, mas que o recolhimento foi feito de forma correta, conforme se verifica pela DIPJ e DARF juntados.Destaca outro equvoco na anlise dos crditos pela unidade de origem, j que no foram considerados os valores de Cofins retidos na fonte, durante os meses do ano-calendrio de 2004, que encontram-se devidamente informados em sua DIPJ.Argumenta, por fim, sobre a impossibilidade da cobrana de supostos valores a ttulo de IRPJ e de CSLL devidos por estimativa aps o encerramento do ano-calendrio A 3a Turma de Julgamento da DRJ em Curitiba PR julgou procedente, em parte, a Manifestao de Inconformidade da Recorrente, para excluir do valor devido os valores retidos pelas fontes pagadoras, nos termos do Acrdo no 06-44563, de 04/12/2013, cuja ementa abaixo se transcreve.ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTRIOData do fato gerador: 29/07/2008COFINS. BASE DE CLCULO. RECEITAS SECURITRIAS E DE PREVIDNCIA PRIVADA. AO JUDICIAL.Pela deciso judicial transitada em julgado, que considerou inconstitucional a ampliao da base de clculo do PIS e da Cofins, trazida pela Lei n 9.718/98, conforme entendimento do Superior Tribunal Federal, ficaram afastadas da base de clculo o valor das demais receitas no decorrentes da atividade principal da empresa, no restando estabelecido, na deciso judicial, que as receitas de prmios recebidos e receitas das atividades de previdncia privada complementar, e correlatas, atinentes atividade operacional da companhia, tenham sido afastadas da incidncia das referidas contribuies.RETENO NA FONTE. CONTRIBUIES DA COFINS.Os valores retidos nos termos da legislao so considerados como antecipao do que for devido pelo contribuinte em relao s contribuies ao PIS e Cofins, devendo o valor apurado ser utilizado na apurao da contribuio devida, para efeito de reconhecimento do direito creditrio.COMPENSAO. DCOMP. CONFISSO DE DVIDA.A declarao de compensao constitui confisso de dvida e instrumento hbil e suficiente para a exigncia dos dbitos indevidamente compensados.Dessa deciso a empresa interessada tomou cincia no dia 11/12/2013, conforme AR de fl. 1006, e, no dia 08/01/2014, ingressou com o recurso voluntrio de fls. 1023/1064, no qual repisa os argumentos da manifestao de inconformidade; acrescenta a alegao de que a DRJ errou na interpretao da deciso proferida pelo E. STF no RE n 390.840; e solicita o sobrestamento do julgamento do recurso at o julgamento, pelo STF, do Recurso Extraordinrio n 609.096/RS, que est com repercusso geral reconhecida. o Relatrio do essencial.

    Conselheiro WALBER JOS DA SILVA, Relator.

    O recurso voluntrio tempestivo e atende aos demais preceitos legais, dele se conhece.Como relatado, trata o presente processo de PER/DCOMP de COFINS apresentado pela Recorrente com base em deciso judicial transitada em julgado (Mandado de Segurana n 2006.70.00.004031-2), onde apurou os recolhimentos que entende feitos a maior a ttulo de Cofins desde janeiro de 2001, luz da deciso judicial, tendo previamente apresentado o devido Pedido de Habilitao de Crdito Reconhecido por Deciso Judicial Transitada em Julgado.O pedido foi indeferido, basicamente, porque a Autoridade da RFB entendeu que a empresa Recorrente:interpretou equivocadamente a deciso judicial obtida no mbito do Mandado de Segurana n 2006.70.00.004031-2 (PR), extrapolando frontalmente o comando jurisdicional, o qual reconheceu a inconstitucionalidade do 1 do art. 3 da Lei n 9.718/98 e declarou o direito das impetrantes de recolher a contribuio ao PIS calculada sobre a base de clculo prevista na Lei Complementar n 07/70 e na Lei n 9.715/98, e a Cofins calculada sobre a base de clculo prevista na Lei Complementar n 70/91, enquanto no promovida alterao especfica na legislao regulamentadora das contribuies. O juzo destacou no dispositivo a inexistncia de declarao na ao acerca da interpretao das referidas leis, ou seja, sobre quais receitas das impetrantes esto efetivamente inseridas nas bases de clculo referidas, uma vez que no foi a questo objeto de pedido nos autos.Sobre o que foi, efetivamente, decidido no referido mandado de segurana, diz a Certido Explicativa n 2586259 (fls. 15/16):[...]CERTIFICO que a parte impetrante objetivou concesso da ordem para o fim de que afastar o art. 3, caput, e 1, da Lei n 9.718/98, reconhecendo-se o seu direito incidncia da contribuio ao PIS e da COFINS sobre o faturamento, assim entendido como o produto da venda de mercadorias, da prestao de servios ou da combinao de ambos (conforme definido pela Lei Complementar n 70/91), em razo dos vcios de inconstitucionalidade contidos na Lei n 9.718/98, a partir da competncia de janeiro de 2001;[...]CERTIFICO que foi prolatada sentena s fls. 1460/1466 concedendo parcialmente a segurana para, reconhecendo a inconstitucionalidade do 1 do art. 3 da Lei n 9.718/98: a) declarar o direito das impetrantes de recolher a contribuio ao PIS calculada sobre a base de clculo prevista na Lei Complementar n 07/70 e na Lei n 9.715/98, e a COFINS calculada sobre a base de clculo prevista na Lei Complementar n 70/91, enquanto no promovida alterao especfica na legislao regulamentadora das contribuies, destacando, apenas, a inexistncia de declarao na presente ao acerca da interpretao das referidas leis, ou seja, sobre quais receitas das impetrantes esto efetivamente inseridas nas bases de clculo referidas, uma vez que no foi a questo objeto de pedido nos autos; e b)declarar o direito das impetrantes de....Registre-se que a deciso que transitou em julgado no alterou esta parte da sentena, inclusive o destaque a que se refere a certido.A questo fulcral diz respeito, em primeiro lugar, ao objeto deste processo e, em segundo lugar, ao alcance da deciso judicial proferida no mandado de segurana impetrado pela Recorrente.Sobre o objeto deste processo, evidente que trata do pedido de restituio de crditos, combinado com declarao de compensao de dbitos, decorrentes da deciso judicial proferida no Mandado de Segurana n 2006.70.00.004031-2, que a empresa Recorrente entende possuir.Sobre o alcance da deciso judicial proferida no acima referido mandado de segurana, no h nenhuma dvida de que a mesma reconhece como indevidos os pagamentos realizados pela Recorrente em decorrncia da eventual majorao da base de clculo da Cofins, devida com base na Lei Complementar n 70/91, promovida pelo 1, do art. 3, da Lei n 9.718/98, tendo expressamente excludo a discusso acerca da base de clculo da Cofins, prevista na Lei Complementar n 70/91, ou seja, sobre quais receitas da Recorrente esto efetivamente inseridas na base de clculo da Cofins antes da Lei n 9.718/98.Diante desses fatos, no h reparos a fazer no Despacho Decisrio que indeferiu o pedido de restituio da Recorrente e no homologou as compensaes declaradas, na parte que afirma que a Recorrente:interpretou equivocadamente a deciso judicial obtida no mbito do Mandado de Segurana n 2006.70.00.004031-2 (PR), extrapolando frontalmente o comando jurisdicional, o qual reconheceu a inconstitucionalidade do 1 do art. 3 da Lei n 9.718/98 e declarou o direito das impetrantes de recolher a contribuio ao PIS calculada sobre a base de clculo prevista na Lei Complementar n 07/70 e na Lei n 9.715/98, e a Cofins calculada sobre a base de clculo prevista na Lei Complementar n 70/91, enquanto no promovida alterao especfica na legislao regulamentadora das contribuies. O juzo destacou no dispositivo a inexistncia de declarao na ao acerca da interpretao das referidas leis, ou seja, sobre quais receitas das impetrantes esto efetivamente inseridas nas bases de clculo referidas, uma vez que no foi a questo objeto de pedido nos autos.Restaria, portanto, verificar se a Recorrente incluiu na base de clculo da Cofins recolhida receita que no estava prevista na Lei Complementar n 70/91 e que fora includa na base de clculo da exao pelo 1, do art. 3, da Lei n 9.718/98.Comeamos pela definio da base de clculo nas duas leis.Lei Complementar n 70/91 Art. 2 A contribuio de que trata o artigo anterior ser de dois por cento e incidir sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e servios e de servio de qualquer natureza.Lei n 9.718/98Art. 2 As contribuies para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurdicas de direito privado, sero calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislao vigente e as alteraes introduzidas por esta Lei. (Vide Medida Provisria n 2158-35, de 2001)Art. 3 O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde receita bruta da pessoa jurdica. 1 Entende-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurdica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificao contbil adotada para as receitas.Para as duas leis, faturamento sinnimo de receita bruta. A divergncia est no conceito de receita bruta, para fins de clculo da contribuio.Para a Lei Complementar n 70/91, a receita bruta que servir de base de clculo da Cofins a proveniente da venda de mercadorias, de mercadorias e servios e de servios de qualquer natureza. Enquanto que, para a Lei n 9.718/98, a receita bruta que servir de base de clculo da Cofins a totalidade das receitas auferidas.Por essa definio, a totalidade das receitas auferidas pode ser superior receita de venda de mercadorias, de mercadorias e servios e de servios de qualquer natureza.Para qualquer empresa sediada no Brasil, o conceito legal de receita polmico. O conceito legal de receita auferida mais polmico. E o conceito de receita da venda de mercadorias, de mercadorias e servios e de servios de qualquer natureza muito mais polmico ainda, pois envolve os conceitos de mercadorias e de servios. A polmica potencializada para determinadas empresa como, por exemplo: bancos, seguradores, factoring, holding, leasing, financeiras, etc.No por outra razo que a deciso judicial, exatamente por no ser objeto do pedido da impetrante, no interpretou o alcance das disposies do art. 2 da Lei Complementar n 70/91, ou seja, do alcance do conceito de receita de venda de mercadorias, de mercadorias e servios e de servios de qualquer natureza, a base de clculo da Cofins.Portanto, as receitas que integravam a base de clculo da Cofins antes da edio da Lei n 9.718/98, so as mesmas que passaram a integrar a base de clculo da Cofins aps a declarao de inconstitucionalidade do 1, do art. 3, da Lei n 9.718/98.Sendo assim, a discusso que a Recorrente pretende estabelecer neste processo exatamente sobre o alcance do conceito de faturamento, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e servios e de servio de qualquer natureza, da Lei Complementar n 70/91, expressamente excludo da deciso judicial que funda o seu pedido. Logo, essa discusso no est albergada pela deciso recorrida e se faz necessria neste processo exatamente para identificar e determinar o valor da diferena entre as bases de clculo da Lei Complementar n 70/91 e da Lei n 9.718/98, utilizada pela Recorrente. Se essa for maior que aquela, a diferena ensejou o pagamento indevido da Cofins, conforme determinao judicial.Esclarea-se que o fato de o TRF4 ter dito que receitas de natureza diversa da receita de venda de mercadorias e servios no integra a base de clculo da Cofins no significa, como quer fazer crer a Recorrente, que ele tenha definido quais so as receitas auferidas pela Recorrente, e includa na base de clculo da Cofins recolhida, que se enquadram em um e em outro conceito (LC n 70/91 e Lei n 9.718/98). O TRF4 s disse o bvio.Portanto, sobre o conceito de receita bruta da LC n 70/91, adoto toda a fundamentao legal e argumentos do Despacho Decisrio e da deciso recorrida e, para ilustrar, transcreve concluses dessas decises.Disse o autoridade da DRF/Curitiba-PR no Despacho Decisrio:O sujeito passivo, conforme planilhas de memria de clculo da COFINS (fls. 226 a 233), excluiu do conceito de faturamento suas receitas das atividades de prestao de servios de seguros, relacionadas s suas receitas de prmios de seguros e receitas correlatas, bem como outras receitas operacionais, e por conseqncia as excluiu da base de clculo da COFINS, produzindo crditos indevidos, em desconformidade com a legislao tributria que rege o tributo, bem como em desacordo com o alcance do dispositivo judicial obtido no Mandado de Segurana em tela. Igualmente, o contribuinte, no que concerne ao perodo fiscalizado em que exerceu as atividades de prestao de servios de previdncia privada complementar (perodos de apurao de janeiro de 2001 a abril de 2003), excluiu do conceito de faturamento suas receitas dessa atividade, relacionadas s receitas de contribuies para a previdncia privada complementar e receitas correlatas, bem como outras receitas operacionais, e por conseqncia as excluiu da base de clculo da COFINS, produzindo crditos indevidos, em desconformidade com a legislao tributria que rege o tributo, bem como em desacordo com o alcance do dispositivo judicial obtido no Mandado de Segurana em questo. Conforme se observa, o contribuinte calcula crditos de COFINS, ao desconsider-los como integrantes do seu faturamento, sobre receitas ligadas aos objetos principais de sua atividade, ou seja, ligadas ao prprio objetivo de existncia da companhia, segundo seus Estatutos vigentes.[...]Conforme fundamentado anteriormente, as receitas relacionadas s atividades de prestao de servios de seguros, e correlatas, bem como as receitas relacionadas s atividades de prestao de servios de previdncia privada complementar, e correlatas, em conjunto com as receitas operacionais da empresa que no tenham sido computadas no faturamento e, portanto, nas bases de clculo da COFINS, nos perodos de apurao de janeiro de 2001 a fevereiro de 2008, foram glosadas da base de clculo dos crditos apurados pelo contribuinte, e reclassificadas do cmputo de Outras Receitas para Faturamento, conforme a seguir exposto. As dedues ou excluses admitidas pela legislao tributria foram igualmente reclassificadas para o cmputo do Faturamento, em conformidade com a Lei n 9.701, de 17/11/1998, com o 5 do art. 3 da Lei n 9.718, de 27/11/1998, com a Instruo Normativa SRF n 047, de 28/04/1999, e com a Instruo Normativa SRF n 247, de 21/11/2002:Disse a Turma de Julgamento da DRJ/Curitiba-PR na deciso recorrida:Como se pode ver, o Supremo Tribunal Federal, no Recuso Extraordinrio n 390.8405/ MG, considerou inconstitucional o 1 do art. 3 da Lei n 9.718, de 1998, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurdicas, entendendo-se que o faturamento compreende somente a receita obtida com a venda de mercadorias ou prestao de servios e que para o alargamento da base de clculo do PIS e da Cofins em data anterior a EC n 20 seria necessria lei complementar. Contudo, pelas partes transcritas, verifica-se que no restou decidido e nem pode ser compreendido que as receitas decorrentes da atividade do setor financeiro, dentre as quais a que a contribuinte se enquadra, estariam desoneradas da tributao do PIS e da Cofins. Veja-se que em relao ao assunto houve o entendimento da sinonmia das expresses faturamento e receita bruta, que compreende a venda de mercadorias, de servios ou de mercadorias e servios, tendo sido o questionamento direcionado ao fato de a Lei n 9.718, nas palavras do ministro relator, incluir no conceito de receita bruta todo e qualquer aporte contabilizado pela empresa, pouco importando a origem, em si e a classificao que deva ser levada em conta sob o ngulo contbil.Assim, pela trilha que se seguiu aquele julgamento, no h como se chegar a concluso de que as receitas provenientes da atividade-fim do setor financeiro, como no caso da interessada, compreende as demais receitas que no a venda de mercadorias e servios. Frise-se uma vez mais que ficou claro pelo posicionamento da Mesa, isso sim, de que o alargamento da base de clculo, que foi declarada inconstitucional, compreende aqueles ingressos financeiros que no caracterizam a atividade operacional da empresa. Esse alargamento da base de clculo, portanto, introduzido por meio de lei ordinria, e por isso considerado inconstitucional, consiste em adicionar na receita bruta, para fins de base de clculo da Cofins e do PIS, o valor das demais receitas que no so decorrentes das atividades principais da empresa, como por exemplo, citado em parte da prpria transcrio, as receitas de aluguis, as receitas financeiras (aqui entendendo os rendimentos de investimentos financeiros), as indenizaes recebidas, royalties etc.[...]Portanto, no se vislumbra a situao cogitada pela interessada de que as receitas decorrentes de sua atividade operacional, ou seja, as receitas securitrias e as de previdncia privada e correlatas, que constituem o objetivo social da companhia, se equivalem a receitas financeiras e estariam excludas da incidncia das contribuies ao PIS e Cofins, por no fazerem parte de seu faturamento.Ao contrrio, nos termos da deciso judicial, ficou estabelecido que no integram o faturamento das pessoas jurdicas, e portanto no compem a base de clculo das referidas contribuies, as demais receitas que no a venda de mercadorias e servios, sendo que, no caso, da interessada, cuja atividade se amolda previso contida no 1 do art. 22 da Lei n 8.212, de 1991, impe-se a observncia da legislao antecedente edio da Lei n 9.718/98, no que se reporta base de clculo, especificamente s estabelecidas nas Leis Complementares n 07/70 e 70/91.Com relao alegao de houve glosa de parte de crdito, tambm no tem razo a Recorrente pelas razes bem postas da deciso recorrida.Os dbitos de qualquer natureza constante de declarao de compensao apresentada RFB, cuja compensao no foi homologada, so passveis de cobrana (administrativa ou judicial), nos termos do art. 74 da Lei n 9.430/96, como bem disse a deciso recorrida.Quanto ao pedido de sobrestamento do julgamento deste recurso at o julgamento, pelo STF, do Recurso Extraordinrio n 609.096/RS, que est com repercusso geral reconhecida, no h previso regimental para tal em face da revogao do 1, do art. 62-A, do Regimento Interno do CARF, pela Portaria MF n 545/2013.Por fim, ratifico e, supletivamente, adoto os fundamentos da deciso recorrida, que tenho por boa e conforme a lei (art. 50, 1o, da Lei no 9.784/1999).Por tais razes, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntrio.

    (assinado digitalmente)WALBER JOS DA SILVA - Relator

    Conselheira FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS.

    Pedi vista destes autos para melhor me inteirar sobre as questes fticas nele discutidas. Aps a sustentao oral do patrono, fiquei com dvidas em relao ao teor do processo judicial, assim como no que se refere ao alcance das decises proferidas. Ainda, atentei-me para a particularidade da atividade de seguro que poderia resultar em conduta no tpica da tributao pretendida.Ao analisar os autos constatei que discute-se, aqui, se a deciso judicial proferida exime a Recorrente do recolhimento de tributos sobre o valor da prestao de servios de seguros.O ilustre Conselheiro Relator entendeu que a questo no foi objeto da deciso judicial, verbis:No por outra razo que a deciso judicial, exatamente por no ser objeto do pedido da impetrante, no interpretou o alcance das disposies do art. 2 da Lei Complementar n 70/91, ou seja, do alcance do conceito de receita de venda de mercadorias, de mercadorias e servios e de servios de qualquer natureza, a base de clculo da Cofins.Portanto, as receitas que integravam a base de clculo da Cofins antes da edio da Lei n 9.718/98, so as mesmas que passaram a integrar a base de clculo da Cofins aps a declarao de inconstitucionalidade do 1, do art. 3, da Lei n 9.718/98.Sendo assim, a discusso que a Recorrente pretende estabelecer neste processo exatamente sobre o alcance do conceito de faturamento, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e servios e de servio de qualquer natureza, da Lei Complementar n 70/91, expressamente excludo da deciso judicial que funda o seu pedido. Logo, essa discusso no est albergada pela deciso recorrida e se faz necessria neste processo exatamente para identificar e determinar o valor da diferena entre as bases de clculo da Lei Complementar n 70/91 e da Lei n 9.718/98, utilizada pela Recorrente. Se essa for maior que aquela, a diferena ensejou o pagamento indevido da Cofins, conforme determinao judicial.Esclarea-se que o fato de o TRF4 ter dito que receitas de natureza diversa da receita de venda de mercadorias e servios no integra a base de clculo da Cofins no significa, como quer fazer crer a Recorrente, que ele tenha definido quais so as receitas auferidas pela Recorrente, e includa na base de clculo da Cofins recolhida, que se enquadram em um e em outro conceito (LC n 70/91 e Lei n 9.718/98). O TRF4 s disse o bvio. - destaqueiAps analisar os documentos referentes ao processo judicial, constatei a mesma coisa que o Relator, que o processo no esmiuou o conceito de faturamento para a atividade da Recorrente.No h aqui questionamento acerca da conceituao de prestao de servios para a atividade de seguradora. Todavia, no posso concordar com a fundamentao utilizada pelo Ilustre Relator acerca do conceito de faturamento para as empresas de seguro. A despeito da bem colocada argumentao trazida a lume, meu entendimento no sentido de que a Corte Suprema ainda no se manifestou sobre o assunto, tanto assim que se encontra pendente, em sede de Repercusso Geral, o leading case acerca da matria.Registro que no h deciso definitiva do STF vinculando o conceito de receita operacional ao conceito de faturamento. Ainda neste sentido mister registrar que a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, inclusive, emitiu Parecer interpretando o julgamento existente do Supremo (inconstitucionalidade da Lei no 9.718/98), para o fim de concluir que o conceito de faturamento entendido pela Suprema Corte era a receita bruta operacional. Se o julgado fosse exatamente neste sentido, no haveria necessidade de interpretao por parte da Procuradoria.Por outro giro e preciso analisar a natureza do contrato firmado entre a Recorrente e seus beneficirios que de seguro, e no de prestao de servios. Nos termos do entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal STF no julgamento do Recurso Extraordinrio n 346.084, leading case que analisou a (in)constitucionalidade do alargamento da base de clculo do PIS e da COFINS, pretendido pelo artigo 3, 1 da Lei n 9.718/98, o conceito de faturamento legal e constitucional no o de totalidade de receitas, mas sim o simples faturamento entendido como a receita de vendas de mercadorias e/ou servios. Neste aspecto poder-se-ia entender que a Recorrente no presta servios, mas fornece seguros e o PIS/Cofins incide apenas sobre a venda de mercadorias e servios.De fato, a Recorrente, ao firmar contratos com seus clientes, obriga-se a cobrir eventos aleatrios, representativos de custos que podem ou no vir a ocorrer. Em troca, seus clientes pagam um valor fixo a titulo de premio.O contrato de seguro aquele em que uma parte se obriga com a outra a defender seus interesses na ocorrncia de riscos pr-determinados, mediante o recebimento de um pagamento. Percebe-se, portanto, que a principal caracterstica do contrato de seguro exatamente o pagamento desta indenizao acerca do prejuzo resultante da ocorrncia dos eventos previstos no contrato.Indiscutvel que, ao contrario do contrato de prestao de servios, o contrato de seguro contrato aleatrio, pois uma das prestaes sempre incerta, podendo inclusive no ocorrer, vez que sua ocorrncia depende de evento futuro. Neste sentido ecoa a doutrina: o aleatrio o contrato em que as prestaes de uma ou de ambas as partes so incertas, porque a sua quantidade ou extenso esta na dependncia de um fato futuro e imprevisvel (alea) e pode redundar em numa perda, ao invs de lucro. Exemplos: o contrato de seguro... (Washington de Barros Monteiro, in Curso de Direito Civil, Direito das Obrigaes, Vol. II, Saraiva, 1967, pag.30)Contrato aleatrio, por excelncia, o seguro, e que a prestao do segurado certa e do segurador incerta, dependendo da realizao de uma condio. (Arnold Wald, in Curso de Direito Civil Brasileiro, 1969, pag.196)Admitida esta premissa, sendo atividade da Recorrente tpica de seguro, cabvel a tese pleiteada. Conforme ementa do acrdo proferido na ocasio do julgamento do leading case (Recurso Extraordinrio n 346.084), resta evidente o conceito de faturamento atualmente admitido pelo Supremo Tribunal Federal, para tributao por meio da Lei n 9.718/98, verbis:CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3, 1, DA LEI N 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL N 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurdico brasileiro no contempla a figura da constitucionalidade superveniente.TRIBUTRIO INSTITUTOS EXPRESSES E VOCBULOS SENTIDO. A norma pedaggica do artigo 110 do Cdigo Tributrio Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributria alterar a definio, o contedo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepe-se ao aspecto formal o princpio da realidade, considerados os elementos tributrios.CONTRIBUIO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOO INCONSTITUCIONALIDADE DO 1 DO ARTIGO 3 DA LEI N 9.718/98. A jurisprudncia do Supremo, ante a redao do artigo 195 da Carta Federal anterior Emenda Constitucional n 20/98, consolidou-se no sentido de tomar as expresses receita bruta e faturamento como sinnimas, jungindo-as venda de mercadorias, de servios ou de mercadorias e servios. inconstitucional o 1 do artigo 3 da Lei n 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurdicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificao contbil adotada. (destaquei)Neste aspecto, uma vez que a Suprema Corte apresentou entendimento, pelo Pleno de seu Tribunal, no sentido que faturamento apenas receita de venda de produtos e servios, plausvel o entendimento de no tributao trazido pela Recorrente.Todavia, existe um seno no caso em anlise. A questo que o seguro est previsto na lista de servios da Lei Complementar 116/03, sendo, portanto, passvel de exigncia de ISS pelos Municpios. Isto , existe uma legislao que expressamente define como prestao de servio, a atividade da Recorrente. Ocorre que defeso a este tribunal administrativo julgar a constitucionalidade de lei. Neste sentido, independente da discusso acerca da incidncia do PIS e Cofins; se no termos da Lei n 9.718/98 incide sobre faturamento entendido como receita de venda de produtos ou servios- como o Supremo j declarou - ou receita operacional, fato que a LC 116/03 definiu que a atividade da Recorrente de prestao de servios. por esta razo que acompanho o Ilustre Conselheiro Relator pelas concluses.No mais, o Conselheiro Gileno Gurjo Barreto abriu divergncia em relao algumas incidncias especficas e individualizadas nos autos porque a Lei Complementar - LC 109 - definiu que algumas receitas especficas de previdncia privada no fazem parte da base de clculo de PIS e COFINS para a atividade seguradora. Em virtude do aspecto legal da excluso da incidncia, acompanhei o voto por ele declarado.Ante o exposto, voto no sentido de DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntrio apresentado, acompanhando para tanto o voto do Ilustre Conselheiro Gileno Gurjo Barreto. E como voto.

    (assinado digitalmente)FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS

    Declarao de Voto

    Transcorrido o prazo regimental de 15 (quinze) dias do julgamento, o Conselheiro Gileno Gurjo Barreto no apresentou sua declarao de voto, razo pela qual o acrdo foi formalizado sem a referida declarao de voto, conforme autoriza os 7 e 8, do art. 63, do Regimento Interno do CARF (Portaria MF n 256/09, com alterao da Portaria MF n 586/10).

  • Processon10980.721178/201116Acrdon.3302002.758

    S3C3T2Fl.3

    2

    (assinadodigitalmente)

    WALBERJOSDASILVAPresidenteeRelator.

    EDITADOEM:26/12/2014

    ParticiparamdasessodejulgamentoosconselheirosWalberJosdaSilva,MariadaConceioArnaldoJac,FabiolaCassianoKeramidas,PauloGuilhermeDroulde,AlexandreGomeseGilenoGurjoBarreto.

    Relatrio

    TrataoprocessodeRecursoVoluntrioapresentadacontraoAcrdon0644.563,de04/12/2013,daDRJemCuritibaPR,quemanteveoDespachoDecisriodaDRFemCuritibaPR, de 08/07/2011, que no homologou parte das declaraes de compensaovinculadasaoPern13329.52449.300608.1.2.572005.

    Oacrdorecorridoresumiualidenostermosabaixo.

    SegundorelatadonoreferidoDespachoDecisrio,acontribuinteobtevetutelajudicial favorvel no Mandado de Segurana n 2006.70.00.0040312, no qualobjetivouconcessodeordemparaofimdeafastaroart.3,caput,e1,daLein9.718/1998,reconhecendoseoseudireitoincidnciadacontribuioaoPISedaCofinssobreofaturamento,assimentendidooprodutodavendademercadorias,daprestaodeserviosoudacombinaodeambos(conformedefinidopelaLeiComplementarn70/91), em razodevciosde inconstitucionalidade contidosnaLei n 9.718/1998, a partir da competncia de janeiro de 2001. Em sentenaprolatada foi concedida parcialmente a segurana, reconhecendo ainconstitucionalidadedo1doart.3daLein9.718/98.EmrecursodeapelaointerpostopelaUnio,oE.TRFda4Regionegouprovimentoaoagravoretido,aoapelodaUnio,edeuparcialprovimentoremessaoficialparareconheceraprescriodosvalores recolhidosantesde13/02/2001.O trnsitoem julgadodaaoocorreuem04/04/2008eaimpetranterenunciouexecuodojulgadonoquetange repetio judicial dos valores indevidamente recolhidos. Aps pedido dehabilitaodecrdito,houvedeferimentodaRFB,em05/06/2008,paraquefossemviabilizadosepermitidososmeioseletrnicoshbeisapromoveracompensaodeseus crditos, porm no houve verificao, por parte do fisco, poca, do valorhabilitado.Posteriormente,em28/02/2011,foiiniciadaauditoriadoscrditos,objetodoPAFn10980.005903/200818,queculminoudaemissodoDespachoDecisriopelaDRFemCuritiba.

    Noprocedimentoadotadopelafiscalizao,quandodaauditoriadoscrditos,foi constatadoque a contribuinte interpretou equivocadamenteadeciso judicialobtida no mbito do Mandado de Segurana n 2006.70.00.0040312 (PR),extrapolando frontalmente o comando jurisdicional, o qual reconheceu ainconstitucionalidadedo1doart.3daLein9.718/98edeclarouodireitodasimpetrantesderecolheracontribuioaoPIScalculadasobreabasedeclculoprevistanaLeiComplementarn07/70enaLein9.715/98,eaCofinscalculada

    Fl. 1106DF CARF MF

    Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA

    CPI

    A

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 26/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS

  • Processon10980.721178/201116Acrdon.3302002.758

    S3C3T2Fl.4

    3

    sobre a base de clculo prevista na Lei Complementar n 70/91, enquanto nopromovidaalteraoespecficanalegislaoregulamentadoradascontribuies.Ojuzo destacou no dispositivo a inexistncia de declarao na ao acerca dainterpretaodasreferidasleis,ouseja,sobrequaisreceitasdasimpetrantesestoefetivamente inseridas nas bases de clculo referidas, uma vez que no foi aquestoobjetodepedidonosautos.

    Aautoridadeadministrativaassimentendeuporqueacontribuinte,tendoporobjetosocialoperaremseguroseressegurosdosramoselementares,bemcomoemsegurosdevida,einstituirplanosprivadosdeconcessodepecliosouderendasdeprevidnciaaberta(apartirdeabril/2003asatividadesdeprevidnciaprivadaforamtransferidas para a empresa HSBC Vida e Previdncia Brasil S.A), excluiu doconceito de faturamento suas receitas das atividades de prestao de seguros ereceitas correlatas, bemcomooutras receitas operacionais e, por conseqncia, asexcluiu da base de clculo da Cofins, produzindo crditos indevidos, emdesconformidadecomalegislaoqueregeotributoeemdesacordocomoalcancedo dispositivo judicial obtido no Mandado de Segurana. No perodo em queexerceuasatividadesdeprestaodeserviosdeprevidnciaprivadacomplementar(janeiro de 2001 a abril de 2003), tambm excluiu do faturamento as receitasadvindasdessasatividades,ouseja,asreceitasdecontribuiesparaaprevidnciaprivadacomplementarereceitascorrelatas.Observouse,assim,queacontribuintecalculoucrditosdeCofins,desconsiderandocomointegrantesdoseufaturamentoreceitas ligadasaosobjetosprincipaisde suaatividade,ouseja, ligadasaoprprioobjetivodeexistnciadacompanhia,segundoseusEstatutosvigentes.

    A seguir, a autoridade administrativa fundamenta tratarse as atividades desegurosedeprevidnciaprivadacomplementar,queastmexpressamenteprevistascomoobjetossociais,deefetivaprestaodeservios,ouseja,partedofaturamentoe,porconseqncia,partedabasedeclculodoPISedaCofins,citando:

    o2doart.3doCdigodeDefesadoConsumidor (Lein8.078/1990)queconsideraserviocomoqualqueratividadefornecidanomercadodeconsumo,medianteremunerao,inclusiveasdenaturezabancria, financeira,decrditoesecuritria,salvoasdecorrentesdasrelaesdecartertrabalhista.

    oartigoXXIXdoAcordoGeralsobreoComrciodeServios,aodefinirotermoserviosfinanceiros,separaosemtrsgrupos:serviosdeseguros,serviosbancrios e demais servios financeiros, discriminando as atividades relacionadascom cada elemento do grupo. Conforme definido no item 5 so atividades daprestao de servios de seguros: seguros de vida, outros seguros, resseguros eretrocesso, intermediaode segurose serviosauxiliaresaprestaode serviosde seguros e que o alcance desseTratado Internacional, sua fora resulta de suaprpriaestaturajurdicanoordenamentoptrio,emconjuntocomodispostonoart.98doCTN(Lein5.172/66).

    jurisprudncia do STF se posicionando, em caso semelhante, da seguinteforma:...Sejaqualforaclassificaoquesedsreceitasoriundasdoscontratosdeseguro,denominadosprmios,ocertoquetalnoimplicanasuaexclusodabase de incidncia das contribuies para o PIS e Cofins, mormente aps adeclaraodeinconstitucionalidadedoart.3,1,daLein9.718/98dadapeloPlenrio do STF. que, conforme expressamente fundamentado na decisoagravada, o conceito de receita bruta sujeita exao tributria em comentoenvolve, no s aquela decorrente da venda de mercadorias e da prestao deservios, mas a soma das receitas oriundas do exerccio das atividadesempresariais. (REAgR 400.479/RJ, STF, Rel. Min. Cezar Peluso, 2 Turma,

    Fl. 1107DF CARF MF

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  • Processon10980.721178/201116Acrdon.3302002.758

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    10/10/2006, DJ 06/11/2006) no mesmo sentido deciso no Recurso Especial n1.197.440/RJ (2010/01024931), 2 Turma STJ, Rel. Min. Herman Benjamin,08/10/2010 data do julgamento), que diz: Alm disso, ainda que se pudesseconhecer do mrito da discusso, o Supremo Tribunal Federal j decidiu que,mesmo aps a declarao de inconstitucionalidade do 1 do art. 3 da Lei n9.718/98, as receitas advindas de prmios de seguro integram o faturamento dasseguradorasparafinsdetributaopeloPISepelaCofins, jquedecorrentesdoexerccio de suas atividades empresariais. No mesmo sentido, o STJ firmouentendimento de que as receitas das atividades de seguros, para as empresas queexercemtaisatividadesconstituembasedeclculoparaascontribuiessociais

    no que tange s receitas das atividades de previdncia privadacomplementar, regulamentadas pela LC n 109, de 2001, invivel qualquer outraformadeentendimentoacercadainclusodasatividadesdesegurosnoconceitodefaturamento.

    Assimqueasreceitasrelacionadassatividadesdeprestaodeserviosdeseguros,ecorrelatas,bemcomoasreceitasrelacionadassatividadesdeprestaodeserviosdeprevidnciaprivadacomplementar,ecorrelatas,emconjuntocomasreceitasoperacionaisdaempresaquenotenhamsidocomputadasnofaturamento,no perodo de janeiro de 2001 a fevereiro de 2008, foram glosadas da base declculo dos crditos apurados e reclassificados do cmputo de Outras ReceitasparaFaturamento.

    Cientificada em 15/07/2011, a interessada ingressou, em 16/08/2011, pormeio de seus procuradores legalmente constitudos, com Manifestao deInconformidade,trazendo,emresumo,asargumentaesaseguirexpostas.

    TraandoumperfilconstitucionaldaCofins,relataqueaLein9.718,de27denovembrode1998,alterouabasedeclculodascontribuiesaoPISeCofins,institudaspelasLeisComplementaresns7,de7desetembrode1970,en70,de30 de dezembro de 1991, respectivamente, considerando faturamento como atotalidade das receitas dapessoa jurdica, independentemente do tipo de atividadeexercida e/ou o tratamento contbil adotado. Essa modificao trazida por leiordinriamotivou uma discusso acerca de sua inconstitucionalidade, que acaboualcanandooE.SupremoTribunalFederalquedeclarouainconstitucionalidadedo1do art.3 daLein9.718/98e concluindoqueabasedeclculo equivaleaofaturamento, entendido este como sendoo total de receitas auferidas em razo davenda de mercadorias e/ou da prestao de servios de qualquer natureza.Posteriormente,acrescenta,foieditadaaLein11.941,de27demaiode2009,querevogou expressamente o 1 do art. 3 da Lei n 9.718/98, afastandodefinitivamenteaequiparaodoconceitodefaturamento totalidadedas receitasdapessoajurdica.

    Expeque,sujeitandosesdisposiesdaLein9.718/1998,ingressoucomaojudicialrequerendolhefossereconhecidoodireitodecalcularoPISeaCofinscombasenoseufaturamento,talcomodefinidopelaLeiComplementarn70/91,eno pela totalidade das receitas.O desfecho dessa ao se deu com a deciso doTribunalRegionalFederaldaQuartaRegio,declarandoainconstitucionalidadedoalargamento da base de clculo do PIS e da Cofins, como j fizera o STF,confirmandosedeveremincidirexclusivamentesobrereceitasauferidasnavendademercadorias,naprestaodeserviosounaconjunodeambos.

    CombasenessadecisotransitadaemjulgadaqueapurouosrecolhimentosfeitosamaiorattulodeCofinsdesdejaneirode2001eapresentouodevidoPedidodeHabilitaodeCrditoReconhecidoporDecisoJudicialTransitadaemJulgado.

    Fl. 1108DF CARF MF

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  • Processon10980.721178/201116Acrdon.3302002.758

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    Ressalta que o provimento em seu favor concedido no implica meraautorizao para excluso de receitas da base de clculo das contribuies,massimoreconhecimentodequevaloreshquejamaisacompuseramvalidamente.

    Diz,referindoseasuacausadepedirnaaojudicial,queoafastamentodabase de clculo prevista na Lei n 9.718/1998 implicaria a impossibilidade deincidnciadaCofinsedoPISsobrereceitasfinanceiraseequiparadas.Sendoassim,edeacordocomadeciso contidanoacrdoproferidopeloTRF/4Regio,nohaveriadvidasdequeasreceitasfinanceiras(eaquelasaelasequiparadas,comoassecuritriasedeeasdeprevidnciacomplementar)nointegramenuncapoderiamintegraroconceitodeprestaodeservios.

    Por isso, alega que a deciso adotada pela DRF/CTA no sentido de glosarpartedoscrditosdeCofinsapuradosapsarecomposiodasbasesdeclculonosanosde2001a2008nopodeprosperar,eisqueestemdesacordocomocontedoda deciso proferida na ao judicial em comento. E mais, diz que a decisoadministrativaapresentaumainterpretaodisparatadadocontedodanormaedomandamento judicial, pretendendo, por vias oblquas glosa dos crditos e nohomologao das compensaes, exigir exatamente valores cuja inexigibilidade jfoideclaradapeloPoderJudicirio.

    Em tpico especfico, salienta o equvoco cometido pelaDRF/CTA, dada aimpossibilidadedeenquadramentodasreceitassecuritriasedeprevidnciaprivadano conceito de contraprestao pela prestao de servios, conforme conceituaopresentenoAnexosobreServiosFinanceirosdoAcordoGeralsobreComrcioeServios GATS, firmado pelo Estado Federativo do Brasil no mbito doGATT/OMC,equeoSTF,emjulgamentosobreaincidnciadeISSnalocaodeguindastes, j se posicionou que somente h uma prestao de servio quando severificarumaobrigaode fazer relacionada aumesforohumano,quegereumautilidade material ou imaterial a terceiro. Cita, no mesmo sentido, doutrina arespeito.Salienta,ainda,nessecontexto,quemuitoemborapartedesuasatividadespossaestarprevistanoitem19.01daListadeServiosanexaLeiComplementarn116,oqualprevServiosdedistribuioevendadebilhetesedemaisprodutosdeloteria,bingos,cartes,pulesoucuponsdeapostas,sorteios,prmios,inclusiveosdecorrentesdettulosdecapitalizaoecongneres,comelanoseconfunde,poisas lotricas e outras distribuidoras de ttulos de terceiros podemprestar o servioprevisto no referido item da lista, mas no as entidades de capitalizao.Mesmocom relao atividade securitria (exercida at outubro/2004), muito estejaprevisto no item18.01 daLista deServios anexa LeiComplementar n 116, oqualprevServiosderegulaode sinistrosvinculadosacontratosde segurosinspeoeavaliaoderiscosparacoberturadecontratosdesegurosprevenoegerncia de riscos segurveis e congneres a jurisprudncia do STF foicontundente em afastar a tributao de atividades que pudessem extrapolar oconceitoconstitucionaldeservio.Finalizaquejamaissepoderiaequipararreceitastipicamentefinanceiras(squaisjuridicamenteseequiparamasreceitassecuritriasedeprevidnciaprivada)aumacontraprestaodeservio(preodeservio).

    Argumentandoqueofatogeradordacontribuioumaprestaodeservios(ou uma venda demercadorias), e nenhuma outra, afirma que esta no a causajurdica das receitas por ela auferidas, eis que no decorremde umaprestao deservio,pornoremunerarqualquerespciedeesforohumano.Ressaltaquealmda atividade desenvolvida no se equiparar a uma prestao de servios, no hpossibilidade de se equiparar a atividade de previdncia privada atividadesecuritria. Expe que, por ser companhia seguradora, firma com seus clientescontratospelosquaisseobrigaacustear/assumirdespesaseventualmenteincorridas

    Fl. 1109DF CARF MF

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  • Processon10980.721178/201116Acrdon.3302002.758

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    emrazodoschamadossinistros,medianteorecebimentodeumvalorfixomensal(prmio),destinadoconstituiodeumfundocomumqueserutilizadoparaacoberturadeeventuaisdespesasdosclientes.Essaespciecontratual,complementar, tipicamente aleatria, na medida em que uma das prestaes sempre incerta,dependentedaocorrnciadeeventofuturoeimprevisvel,percebendose,assim,quenoseestdiantedeumaprestaodeservios,jqueosvaloresrecebidosnoseprestam a remunerar um servio especificamente prestado. Tambm diz que asentidadesdeprevidnciaprivada recebemcontribuies (fundos)dosparticipantesdoplanodestinadasconfernciadosbenefcioscontratadosaosparticipantes,nose caracterizando, essas contribuies, comoumacontraprestaoporum trabalhoouesforodessasentidadesemfavordosparticipantesdoplano.Aocontrrio,essesvalores serorevertidos aosparticipantesna formaeprazo contratados, de acordocomoplanoadquirido(Exemplos:PGBL,VGBLetc.).

    Portanto, no se pode equiparar as receitas securitrias e de previdnciaprivadacomooriundasdeumaprestaodeservios,sobpenadealteraradefiniode faturamento, emprestada doDireito Privado, o que vedado pelo art. 110 doCTN,restaurandoporviasoblquasaaplicabilidadedodispositivolegaljdeclaradoinconstitucionale, inclusive,revogadopelanovel legislaosupramencionada(Lein11.941/09),assimcomoafrontandoomandamentojudicialtransitadoemjulgadoquetemainteressadaemseufavorprolatado.

    Contesta a aplicao do Cdigo de Defesa do Consumidor para conceituarservio,pordefinilodemaneiraamplacomotodasasatividadesquereflitamumarelao de consumo, e tambm refuta oGATS para a caracterizao de servios,uma vez que o mbito da assinatura e da aplicabilidade doGATS no comrciointernacional de servios, entre EstadosMembros, no podendo ser utilizada aconceituao ali inserida para fazer incidir a Cofins e o PIS sobre as receitas denaturezasecuritriaedeprevidnciaprivada.Porltimo,asseveraqueoGATSfoirecepcionado no ordenamento por meio de Decreto, o que afasta qualquerpossibilidade de que os conceitos por si trazidos possam se sobrepor quelespressupostos pela Constituio Federal na definio dos aspectos materiais dostributosdecompetnciadecadaentetributante(ex.:faturamento,servio)oudeleiscomplementaresdefinidorasdasrespectivasregrasmatrizesdeincidnciatributria(ex.:LC07/70,LC70/91,CTN).

    Salientaquenosmesesdesetembroadezembrode2003utilizouaalquotade4% para clculo daCofins e no de 3% considerada pela fiscalizao quando daanlise das planilhas apresentadas pela requerente. Diz que houve engano naconfeco das planilhas, mas que o recolhimento foi feito de forma correta,conformeseverificapelaDIPJeDARFjuntados.

    Destacaoutroequvoconaanlisedoscrditospelaunidadedeorigem,jquenoforamconsideradososvaloresdeCofinsretidosnafonte,duranteosmesesdoanocalendriode2004,queencontramsedevidamenteinformadosemsuaDIPJ.

    Argumenta,porfim,sobreaimpossibilidadedacobranadesupostosvaloresa ttulo de IRPJ e deCSLL devidos por estimativa aps o encerramento do anocalendrio

    A3aTurmadeJulgamentodaDRJemCuritibaPRjulgouprocedente,emparte, a Manifestao de Inconformidade da Recorrente, para excluir do valor devido osvalores retidos pelas fontes pagadoras, nos termos doAcrdo no 0644563, de 04/12/2013,cujaementaabaixosetranscreve.

    Fl. 1110DF CARF MF

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  • Processon10980.721178/201116Acrdon.3302002.758

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    ASSUNTO:NORMASGERAISDEDIREITOTRIBUTRIODatadofatogerador:29/07/2008COFINS. BASEDECLCULO.RECEITAS SECURITRIASEDEPREVIDNCIAPRIVADA.AOJUDICIAL.

    Pela deciso judicial transitada em julgado, que considerouinconstitucional a ampliao da base de clculo do PIS e daCofins, trazidapelaLein9.718/98,conformeentendimentodoSuperiorTribunalFederal,ficaramafastadasdabasedeclculoo valor das demais receitas no decorrentes da atividadeprincipal da empresa, no restando estabelecido, na decisojudicial, que as receitas de prmios recebidos e receitas dasatividades de previdncia privada complementar, e correlatas,atinentes atividade operacional da companhia, tenham sidoafastadasdaincidnciadasreferidascontribuies.

    RETENONAFONTE.CONTRIBUIESDACOFINS.

    Os valores retidos nos termos da legislao so consideradoscomo antecipao do que for devido pelo contribuinte emrelao s contribuies ao PIS e Cofins, devendo o valorapuradoserutilizadonaapuraodacontribuiodevida,paraefeitodereconhecimentododireitocreditrio.

    COMPENSAO.DCOMP.CONFISSODEDVIDA.

    A declarao de compensao constitui confisso de dvida einstrumento hbil e suficiente para a exigncia dos dbitosindevidamentecompensados.

    Dessa deciso a empresa interessada tomou cincia no dia 11/12/2013,conformeAR de fl. 1006, e, no dia 08/01/2014, ingressou com o recurso voluntrio de fls.1023/1064, no qual repisa os argumentos da manifestao de inconformidade acrescenta aalegao de que a DRJ errou na interpretao da deciso proferida pelo E. STF no RE n390.840esolicitaosobrestamentodojulgamentodorecursoatojulgamento,peloSTF,doRecursoExtraordinrion609.096/RS,queestcomrepercussogeralreconhecida.

    oRelatriodoessencial.

    Voto

    ConselheiroWALBERJOSDASILVA,Relator.

    Orecursovoluntriotempestivoeatendeaosdemaispreceitoslegais,deleseconhece.

    Como relatado, trata o presente processo de PER/DCOMP de COFINSapresentadopelaRecorrentecombaseemdecisojudicialtransitadaemjulgado(Mandadode

    Fl. 1111DF CARF MF

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  • Processon10980.721178/201116Acrdon.3302002.758

    S3C3T2Fl.9

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    Seguranan2006.70.00.0040312),ondeapurouosrecolhimentosqueentendefeitosamaiora ttulo de Cofins desde janeiro de 2001, luz da deciso judicial, tendo previamenteapresentado o devido Pedido de Habilitao de Crdito Reconhecido por Deciso JudicialTransitadaemJulgado.

    Opedidofoiindeferido,basicamente,porqueaAutoridadedaRFBentendeuqueaempresaRecorrente:

    interpretou equivocadamente a deciso judicial obtida nombitodoMandadodeSeguranan2006.70.00.0040312(PR),extrapolando frontalmente o comando jurisdicional, o qualreconheceua inconstitucionalidadedo1doart.3daLein9.718/98 e declarou o direito das impetrantes de recolher acontribuioaoPIScalculadasobreabasedeclculoprevistanaLeiComplementarn07/70enaLein9.715/98,eaCofinscalculadasobreabasedeclculoprevistanaLeiComplementarn 70/91, enquanto no promovida alterao especfica nalegislaoregulamentadoradascontribuies.Ojuzodestacouno dispositivo a inexistncia de declarao na aoacerca dainterpretaodasreferidasleis,ouseja,sobrequaisreceitasdasimpetrantes esto efetivamente inseridas nas bases de clculoreferidas, uma vez que no foi a questo objeto de pedido nosautos.

    Sobreoque foi, efetivamente, decididono referidomandadode segurana,dizaCertidoExplicativan2586259(fls.15/16):

    [...]CERTIFICO que a parte impetrante objetivou concesso daordemparaofimdequeafastaroart.3,caput,e1,daLein 9.718/98, reconhecendose o seu direito incidncia dacontribuioaoPISedaCOFINSsobreofaturamento,assimentendido como o produto da venda de mercadorias, daprestao de servios ou da combinao de ambos (conformedefinidopelaLeiComplementarn70/91),emrazodosvciosdeinconstitucionalidadecontidosnaLein9.718/98,apartirdacompetnciadejaneirode2001[...]CERTIFICO que foi prolatada sentena s fls. 1460/1466concedendo parcialmente a segurana para, reconhecendo ainconstitucionalidadedo1doart.3daLein9.718/98:a)declararodireitodasimpetrantesderecolheracontribuioaoPIS calculada sobre a base de clculo prevista na LeiComplementar n 07/70 e na Lei n 9.715/98, e a COFINScalculada sobre a base de clculo prevista na LeiComplementar n 70/91, enquanto no promovida alteraoespecfica na legislao regulamentadora das contribuies,destacando, apenas, a inexistncia de declarao na presenteaoacercada interpretaodas referidas leis, ouseja, sobrequaisreceitasdasimpetrantesestoefetivamenteinseridasnasbasesdeclculoreferidas,umavezquenofoiaquestoobjetodepedidonosautoseb)declararodireitodasimpetrantesde....

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    S3C3T2Fl.10

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    Registresequeadecisoquetransitouemjulgadonoalterouestapartedasentena,inclusiveodestaqueaqueserefereacertido.

    Aquestofulcraldizrespeito,emprimeirolugar,aoobjetodesteprocessoe,em segundo lugar, ao alcance da deciso judicial proferida no mandado de seguranaimpetradopelaRecorrente.

    Sobreoobjetodesteprocesso,evidenteque tratadopedidoderestituiode crditos, combinado com declarao de compensao de dbitos, decorrentes da decisojudicial proferida no Mandado de Segurana n 2006.70.00.0040312, que a empresaRecorrenteentendepossuir.

    Sobreoalcancedadecisojudicialproferidanoacimareferidomandadodesegurana,nohnenhumadvidadequeamesmareconhececomoindevidosospagamentosrealizadospelaRecorrenteemdecorrnciadaeventualmajoraodabasedeclculodaCofins,devida combase naLeiComplementar n 70/91, promovida pelo 1, do art. 3, daLei n9.718/98, tendo expressamente excludo a discusso acerca da base de clculo da Cofins,prevista na Lei Complementar n 70/91, ou seja, sobre quais receitas da Recorrente estoefetivamenteinseridasnabasedeclculodaCofinsantesdaLein9.718/98.

    Diante desses fatos, no h reparos a fazer no Despacho Decisrio queindeferiuopedidoderestituiodaRecorrenteenohomologouascompensaesdeclaradas,napartequeafirmaqueaRecorrente:

    interpretou equivocadamente a deciso judicial obtida nombitodoMandadodeSeguranan2006.70.00.0040312(PR),extrapolando frontalmente o comando jurisdicional, o qualreconheceua inconstitucionalidadedo1doart.3daLein9.718/98 e declarou o direito das impetrantes de recolher acontribuioaoPIScalculadasobreabasedeclculoprevistanaLeiComplementarn07/70enaLein9.715/98,eaCofinscalculadasobreabasedeclculoprevistanaLeiComplementarn 70/91, enquanto no promovida alterao especfica nalegislaoregulamentadoradascontribuies.Ojuzodestacouno dispositivo a inexistncia de declarao na aoacerca dainterpretaodasreferidasleis,ouseja,sobrequaisreceitasdasimpetrantes esto efetivamente inseridas nas bases de clculoreferidas, uma vez que no foi a questo objeto de pedido nosautos.

    Restaria, portanto, verificar se a Recorrente incluiu na base de clculo daCofins recolhida receita que no estava prevista na Lei Complementar n 70/91 e que foraincludanabasedeclculodaexaopelo1,doart.3,daLein9.718/98.

    Comeamospeladefiniodabasedeclculonasduasleis.

    LeiComplementarn70/91

    Art.2Acontribuiodequetrataoartigoanteriorserdedoispor cento e incidir sobre o faturamento mensal, assimconsiderado a receita bruta das vendas de mercadorias, demercadoriaseserviosedeserviodequalquernatureza.

    Fl. 1113DF CARF MF

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    S3C3T2Fl.11

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    Lein9.718/98

    Art.2AscontribuiesparaoPIS/PASEPeaCOFINS,devidaspelaspessoasjurdicasdedireitoprivado,serocalculadascombase no seu faturamento, observadas a legislao vigente e asalteraesintroduzidasporestaLei.(VideMedidaProvisrian215835,de2001)

    Art. 3 O faturamento a que se refere o artigo anteriorcorrespondereceitabrutadapessoajurdica.

    1 Entendese por receita bruta a totalidade das receitasauferidas pela pessoa jurdica, sendo irrelevantes o tipo deatividade por ela exercida e a classificao contbil adotadaparaasreceitas.

    Paraasduasleis,faturamentosinnimodereceitabruta.Adivergnciaestnoconceitodereceitabruta,parafinsdeclculodacontribuio.

    Para a Lei Complementar n 70/91, a receita bruta que servir de base declculo daCofins a proveniente da venda demercadorias, demercadorias e servios e deserviosdequalquernatureza.Enquantoque,paraaLein9.718/98,areceitabrutaqueservirdebasedeclculodaCofinsatotalidadedasreceitasauferidas.

    Poressadefinio,atotalidadedasreceitasauferidaspodesersuperiorreceita de venda de mercadorias, de mercadorias e servios e de servios de qualquernatureza.

    Para qualquer empresa sediada no Brasil, o conceito legal de receita polmico.O conceito legalde receitaauferida mais polmico.Eo conceitode receitadavendademercadorias,demercadoriaseserviosedeserviosdequalquernaturezamuitomaispolmicoainda,pois envolveos conceitos demercadorias ede servios.Apolmicapotencializadaparadeterminadasempresacomo,porexemplo:bancos,seguradores,factoring,holding,leasing,financeiras,etc.

    Noporoutrarazoqueadecisojudicial,exatamentepornoserobjetodopedido da impetrante, no interpretou o alcance das disposies do art. 2 da LeiComplementarn70/91,ouseja,doalcancedoconceitodereceitadevendademercadorias,demercadoriaseserviosedeserviosdequalquernatureza,abasedeclculodaCofins.

    Portanto, as receitas que integravam a base de clculo da Cofins antes daediodaLein9.718/98,soasmesmasquepassaramaintegrarabasedeclculodaCofinsapsadeclaraodeinconstitucionalidadedo1,doart.3,daLein9.718/98.

    Sendo assim, a discusso que a Recorrente pretende estabelecer nesteprocesso exatamente sobre o alcance do conceito de faturamento, assim considerado areceitabrutadasvendasdemercadorias,demercadoriaseserviosedeserviodequalquernatureza, da Lei Complementar n 70/91, expressamente excludo da deciso judicial quefundao seu pedido. Logo, essa discusso no est albergadapela deciso recorrida e se faznecessrianesteprocessoexatamenteparaidentificaredeterminarovalordadiferenaentreasbasesdeclculodaLeiComplementarn70/91edaLein9.718/98,utilizadapelaRecorrente.

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  • Processon10980.721178/201116Acrdon.3302002.758

    S3C3T2Fl.12

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    Seessaformaiorqueaquela,adiferenaensejouopagamentoindevidodaCofins,conformedeterminaojudicial.

    EsclareasequeofatodeoTRF4terditoquereceitasdenaturezadiversadareceita de venda de mercadorias e servios no integra a base de clculo da Cofins nosignifica, como quer fazer crer a Recorrente, que ele tenha definido quais so as receitasauferidaspelaRecorrente,eincludanabasedeclculodaCofinsrecolhida,queseenquadramemumeemoutroconceito(LCn70/91eLein9.718/98).OTRF4sdisseobvio.

    Portanto, sobre o conceito de receita bruta da LC n 70/91, adoto toda afundamentao legal e argumentos do Despacho Decisrio e da deciso recorrida e, parailustrar,transcreveconclusesdessasdecises.

    DisseoautoridadedaDRF/CuritibaPRnoDespachoDecisrio:

    Osujeitopassivo,conformeplanilhasdememriadeclculodaCOFINS(fls.226a233),excluiudoconceitodefaturamentosuasreceitasdasatividadesdeprestaodeserviosdeseguros,relacionadas s suas receitas de prmios de seguros e receitascorrelatas, bem como outras receitas operacionais, e porconseqncia as excluiu da base de clculo da COFINS,produzindo crditos indevidos, em desconformidade com alegislaotributriaqueregeotributo,bemcomoemdesacordocom o alcance do dispositivo judicial obtido no Mandado deSeguranaemtela.Igualmente,ocontribuinte,noqueconcerneao perodo fiscalizado em que exerceu as atividades deprestao de servios de previdncia privada complementar(perodos de apurao de janeiro de 2001 a abril de 2003),excluiu do conceito de faturamento suas receitas dessaatividade, relacionadas s receitas de contribuies para aprevidncia privada complementar e receitas correlatas, bemcomo outras receitas operacionais, e por conseqncia asexcluiu da base de clculo da COFINS, produzindo crditosindevidos,emdesconformidadecoma legislao tributriaquerege o tributo, bem como em desacordo com o alcance dodispositivo judicial obtido no Mandado de Segurana emquesto.Conformeseobserva,ocontribuintecalculacrditosdeCOFINS, ao desconsiderlos como integrantes do seufaturamento,sobrereceitasligadasaosobjetosprincipaisdesuaatividade,ou seja, ligadasaoprprioobjetivodeexistnciadacompanhia,segundoseusEstatutosvigentes.[...]Conformefundamentadoanteriormente,asreceitasrelacionadassatividadesdeprestaodeserviosdeseguros,ecorrelatas,bemcomoasreceitasrelacionadassatividadesdeprestaodeserviosdeprevidnciaprivadacomplementar,ecorrelatas,emconjunto com as receitas operacionais da empresa que notenhamsido computadasno faturamentoe, portanto, nasbasesdeclculodaCOFINS,nosperodosdeapuraodejaneirode2001afevereirode2008,foramglosadasdabasedeclculodoscrditos apurados pelo contribuinte, e reclassificadas docmputodeOutrasReceitasparaFaturamento,conformeaseguir exposto. As dedues ou excluses admitidas pela

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  • Processon10980.721178/201116Acrdon.3302002.758

    S3C3T2Fl.13

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    legislao tributria foram igualmente reclassificadas para ocmputo do Faturamento, em conformidade com a Lei n9.701,de17/11/1998, como5doart.3 daLein9.718,de27/11/1998, com a Instruo Normativa SRF n 047, de28/04/1999, e com a Instruo Normativa SRF n 247, de21/11/2002:

    DisseaTurmadeJulgamentodaDRJ/CuritibaPRnadecisorecorrida:

    Como se pode ver, o Supremo Tribunal Federal, no RecusoExtraordinrion390.8405/MG, considerou inconstitucionalo 1 do art. 3 da Lei n 9.718, de 1998, no que ampliou oconceitodereceitabrutaparaenvolveratotalidadedasreceitasauferidas por pessoas jurdicas, entendendose que ofaturamentocompreendesomentea receitaobtidacomavendade mercadorias ou prestao de servios e que para oalargamento da base de clculo do PIS e da Cofins em dataanterioraECn20serianecessrialeicomplementar.Contudo,pelas partes transcritas, verificase que no restou decidido enem pode ser compreendido que as receitas decorrentes daatividade do setor financeiro, dentre as quais a que acontribuinteseenquadra,estariamdesoneradasdatributaodoPIS e da Cofins. Vejase que em relao ao assunto houve oentendimentodasinonmiadasexpressesfaturamentoereceitabruta,quecompreendeavendademercadorias,deserviosoude mercadorias e servios, tendo sido o questionamentodirecionadoaofatodeaLein9.718,naspalavrasdoministrorelator, incluir no conceito de receita bruta todo e qualqueraportecontabilizadopelaempresa,poucoimportandoaorigem,em si e a classificao que deva ser levada em conta sob ongulocontbil.

    Assim,pelatrilhaqueseseguiuaquelejulgamento,nohcomose chegar a concluso de que as receitas provenientes daatividadefimdosetorfinanceiro,comonocasodainteressada,compreendeasdemaisreceitasquenoavendademercadoriase servios. Frisese uma vez mais que ficou claro peloposicionamento daMesa, isso sim, de queoalargamento dabase de clculo, que foi declarada inconstitucional,compreende aqueles ingressos financeiros que nocaracterizam a atividade operacional da empresa. Essealargamentodabasedeclculo,portanto,introduzidopormeiodeleiordinria,eporissoconsideradoinconstitucional,consisteemadicionarna receitabruta, para finsdebasedeclculodaCofins e do PIS, o valor das demais receitas que no sodecorrentes das atividades principais da empresa, como porexemplo,citadoempartedaprpriatranscrio,asreceitasdealuguis, as receitas financeiras (aqui entendendo osrendimentos de investimentos financeiros), as indenizaesrecebidas,royaltiesetc.[...]Portanto,nosevislumbraasituaocogitadapelainteressadadequeasreceitasdecorrentesdesuaatividadeoperacional,ouseja, as receitas securitrias e as de previdncia privada e

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  • Processon10980.721178/201116Acrdon.3302002.758

    S3C3T2Fl.14

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    correlatas, que constituem o objetivo social da companhia, seequivalem a receitas financeiras e estariam excludas daincidnciadascontribuiesaoPISeCofins,pornofazerempartedeseufaturamento.

    Aocontrrio,nostermosdadecisojudicial,ficouestabelecidoque no integram o faturamento das pessoas jurdicas, eportanto no compem a base de clculo das referidascontribuies, as demais receitas que no a venda demercadoriaseservios,sendoque,nocaso,dainteressada,cujaatividadeseamoldaprevisocontidano1doart.22daLein 8.212, de 1991, impese a observncia da legislaoantecedente edio da Lei n 9.718/98, no que se reporta base de clculo, especificamente s estabelecidas nas LeisComplementaresn07/70e70/91.

    Comrelaoalegaodehouveglosadepartedecrdito,tambmnotemrazoaRecorrentepelasrazesbempostasdadecisorecorrida.

    Os dbitos de qualquer natureza constante de declarao de compensaoapresentada RFB, cuja compensao no foi homologada, so passveis de cobrana(administrativa ou judicial), nos termos do art. 74 da Lei n 9.430/96, como bem disse adecisorecorrida.

    Quanto ao pedido de sobrestamento do julgamento deste recurso at ojulgamento, pelo STF, do Recurso Extraordinrio n 609.096/RS, que est com repercussogeralreconhecida,nohprevisoregimentalparatalemfacedarevogaodo1,doart.62A,doRegimentoInternodoCARF,pelaPortariaMFn545/2013.

    Por fim, ratifico e, supletivamente, adoto os fundamentos da decisorecorrida,quetenhoporboaeconformealei(art.50,1o,daLeino9.784/19991).

    Portaisrazes,votonosentidodenegarprovimentoaorecursovoluntrio.

    (assinadodigitalmente)

    WALBERJOSDASILVARelator

    1Art.50.Osatosadministrativosdeverosermotivados,comindicaodosfatosedosfundamentosjurdicos,quando:[...]1oAmotivaodeveserexplcita,claraecongruente,podendoconsistiremdeclaraodeconcordnciacomfundamentosdeanteriorespareceres,informaes,decisesoupropostas,que,nestecaso,seroparteintegrantedoato.

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    S3C3T2Fl.15

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    DeclaraodeVoto

    ConselheiraFABIOLACASSIANOKERAMIDAS.

    Pedivistadestesautosparamelhormeinteirarsobreasquestesfticasnelediscutidas. Aps a sustentao oral do patrono, fiquei com dvidas em relao ao teor doprocesso judicial, assim como no que se refere ao alcance das decises proferidas. Ainda,atenteimeparaaparticularidadedaatividadedeseguroquepoderiaresultaremcondutanotpicadatributaopretendida.

    Ao analisar os autos constatei que discutese, aqui, se a deciso judicialproferida exime a Recorrente do recolhimento de tributos sobre o valor da prestao deserviosdeseguros.

    O ilustre Conselheiro Relator entendeu que a questo no foi objeto dadecisojudicial,verbis:

    No por outra razo que a deciso judicial, exatamente porno ser objeto do pedido da impetrante, no interpretou oalcance das disposies do art. 2 da Lei Complementar n70/91,ouseja,doalcancedoconceitodereceitadevendademercadorias, de mercadorias e servios e de servios dequalquernatureza,abasedeclculodaCofins.

    Portanto,asreceitasqueintegravamabasedeclculodaCofinsantesdaediodaLein9.718/98,soasmesmasquepassarama integrar a base de clculo da Cofins aps a declarao deinconstitucionalidadedo1,doart.3,daLein9.718/98.

    Sendoassim,adiscussoqueaRecorrentepretendeestabelecerneste processo exatamente sobre o alcance do conceito defaturamento,assimconsideradoareceitabrutadasvendasdemercadorias, de mercadorias e servios e de servio dequalquer natureza, da Lei Complementar n 70/91,expressamente excludo da deciso judicial que funda o seupedido. Logo, essa discusso no est albergada pela decisorecorrida e se faz necessria neste processo exatamente paraidentificaredeterminarovalordadiferenaentreasbasesdeclculo da Lei Complementar n 70/91 e da Lei n 9.718/98,utilizada pela Recorrente. Se essa for maior que aquela, adiferena ensejou o pagamento indevido da Cofins, conformedeterminaojudicial.

    Fl. 1118DF CARF MF

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    S3C3T2Fl.16

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    Esclarease que o fato de o TRF4 ter dito que receitas denaturezadiversadareceitadevendademercadoriaseserviosnointegraabasedeclculodaCofinsnosignifica,comoquerfazer crer a Recorrente, que ele tenha definido quais so asreceitasauferidaspelaRecorrente,eincludanabasedeclculoda Cofins recolhida, que se enquadram em um e em outroconceito (LC n 70/91 e Lei n 9.718/98). O TRF4 s disse obvio.destaquei

    Aps analisar os documentos referentes ao processo judicial, constatei amesma coisaque oRelator, queo processo no esmiuouo conceito de faturamento para aatividadedaRecorrente.

    No h aqui questionamento acerca da conceituao de prestao deserviosparaaatividadedeseguradora.

    Todavia, no posso concordar com a fundamentao utilizada pelo IlustreRelator acerca do conceito de faturamento para as empresas de seguro. A despeito da bemcolocadaargumentaotrazidaalume,meuentendimentonos