carf - acórdão créditos pedágio

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S3-C4T3 Fl. 2.373 1 2.372 S3-C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Process o nº 19515.720133/2013-57 Recurso nº 19.515.720133201357 De Ofício e Voluntário Acórdão nº 3403-002.959     4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 25 de abril de 2014 Matéria PIS. COFINS. AUTO DE INFRAÇÃO Recorrentes BRASPESS TRANSPORTES URGENTES LTDA. FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 INTIMAÇÃO ENDEREÇADA AO ADVOGADO. Dada a existência de determinação legal expressa em sentido contrário, indefere-se o pedido de endereçamento das intimações ao escritório do  procurador. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 NÃO CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. INSUMOS. CONCEITO. Insumos, para fins de creditamento da Contribuição Social não-cumulativa, são todos aqueles bens e serviços pertinentes ao, ou que viabilizam o  processo produtivo e a prestação de serviços, que neles possam ser direta ou indiretamente empregados e cuja subtração importa na impossibilidade mesma da prestação do serviço ou da produção, isto é, cuja subtração obsta a atividade empresária, ou implica em substancial perda de qualidade do  produto ou serviço daí resultantes. O valor dos prêmios de seguros dos veículos utilizados na prestação de serviços de transportem embora integrem o seu custo, não admitem a tomada de crédito da contribuição social não cumulativa porque seguro não é bem, nem sserviço. Os pedágios para conservação de rodovias subsumem-se no conceito de insumos utilizados na prestação de serviços das empresas de transporte de cargas em geral, quando a pessoa jurídica não se utilizar o benefício do art. 2° da Lei nº 10.209, de 2001. Gastos com estacionamento não guardam relação de pertinência e de essencialidade com a prestação de serviços de transporte, não autorizando o creditamento.

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  • S3C4T3Fl.2.373

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    2.372S3C4T3 MINISTRIODAFAZENDA

    CONSELHOADMINISTRATIVODERECURSOSFISCAISTERCEIRASEODEJULGAMENTO

    Processon 19515.720133/201357Recurson 19.515.720133201357DeOfcioeVoluntrioAcrdon 3403002.9594Cmara/3TurmaOrdinriaSessode 25deabrilde2014Matria PIS.COFINS.AUTODEINFRAORecorrentes BRASPESSTRANSPORTESURGENTESLTDA. FAZENDANACIONAL

    ASSUNTO:PROCESSOADMINISTRATIVOFISCALPerododeapurao:01/01/2008a31/12/2008INTIMAOENDEREADAAOADVOGADO.Dada a existncia de determinao legal expressa em sentido contrrio,indeferese o pedido de endereamento das intimaes ao escritrio doprocurador.ASSUNTO:CONTRIBUIOPARAOPIS/PASEPPerododeapurao:01/01/2008a31/12/2008NO CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. INSUMOS.CONCEITO.Insumos, para fins de creditamento daContribuioSocial nocumulativa,so todos aqueles bens e servios pertinentes ao, ou que viabilizam oprocessoprodutivoeaprestaodeservios,quenelespossamserdiretaouindiretamente empregados e cuja subtrao importa na impossibilidademesmadaprestaodoserviooudaproduo,isto,cujasubtraoobstaaatividade empresria, ou implica em substancial perda de qualidade doprodutoouserviodaresultantes.O valor dos prmios de seguros dos veculos utilizados na prestao deserviosdetransportememboraintegremoseucusto,noadmitematomadadecrditodacontribuiosocialno cumulativaporqueseguronobem,nemsservio.Os pedgios para conservao de rodovias subsumemse no conceito deinsumos utilizados na prestao de servios das empresas de transporte decargasemgeral,quandoapessoajurdicanoseutilizarobenefciodoart.2daLein10.209,de2001.Gastos com estacionamento no guardam relao de pertinncia e deessencialidadecomaprestaodeserviosdetransporte,noautorizandoocreditamento.

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    013-57

    Fl. 2373DF CARF MF

    Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA

    CPI

    A

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 28/04/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 28/04/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 28/04/2014 por ALEXANDRE KERN

    19515.720133/2013-57 19.515.720133201357 3403-002.959 TERCEIRA SEO DE JULGAMENTO De Ofcio e Voluntrio Acrdo 4 Cmara / 3 Turma Ordinria 25/04/2014 PIS. COFINS. AUTO DE INFRAO BRASPESS TRANSPORTES URGENTES LTDA. FAZENDA NACIONAL RO Negado e RV Negado Crdito Tributrio Mantido CARF Alexandre Kern 2.0.4 34030029592014CARF3403ACC Assunto: Processo Administrativo Fiscal Perodo de apurao: 01/01/2008 a 31/12/2008 INTIMAO ENDEREADA AO ADVOGADO. Dada a existncia de determinao legal expressa em sentido contrrio, indefere-se o pedido de endereamento das intimaes ao escritrio do procurador. Assunto: Contribuio para o PIS/Pasep Perodo de apurao: 01/01/2008 a 31/12/2008 NO CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. INSUMOS. CONCEITO. Insumos, para fins de creditamento da Contribuio Social no-cumulativa, so todos aqueles bens e servios pertinentes ao, ou que viabilizam o processo produtivo e a prestao de servios, que neles possam ser direta ou indiretamente empregados e cuja subtrao importa na impossibilidade mesma da prestao do servio ou da produo, isto , cuja subtrao obsta a atividade empresria, ou implica em substancial perda de qualidade do produto ou servio da resultantes. O valor dos prmios de seguros dos veculos utilizados na prestao de servios de transportem embora integrem o seu custo, no admitem a tomada de crdito da contribuio social no cumulativa porque seguro no bem, nem sservio. Os pedgios para conservao de rodovias subsumem-se no conceito de insumos utilizados na prestao de servios das empresas de transporte de cargas em geral, quando a pessoa jurdica no se utilizar o benefcio do art. 2 da Lei n 10.209, de 2001. Gastos com estacionamento no guardam relao de pertinncia e de essencialidade com a prestao de servios de transporte, no autorizando o creditamento. O valor do vale-pedgio no sofre a incidncia da constribuio social no cumulativa, razo pela qual no se admite a tomada de crdito sobre ele. Recurso de Ofcio Negado e Reurso Voluntrio Negado Crdito Tributrio Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofcio e, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntrio para reconhecer o direito tomada de crdito sobre os dispndios com pedgio. Vencido o Conselheiro Ivan Allegretti, que deu provimento tambm para reconhecer o crdito sobre os dispndios com estacionamento.. (assinado digitalmente) Antnio Carlos Atulim Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Kern - Relator Participaram do julgamento os conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Rosaldo Trevisan, Domingos de S Filho, Luiz Rogrio Sawaya Batista e Ivan Allegretti. BRASPESS TRANSPORTES URGENTES LTDA. teve lavrados contra si os autos de infraos de fls. 2.045 a 2.057 e 2.051 a 2.053, para formalizao da determinao e exigncia de crdito tributrio de Contribuio para o PIS/Pasep e de Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins, relativo ao perodo de 01/01/2008 a 31/12/2008. no valor total de R$ 49.938.159,20. De acordo com o Termo de Constatao Fiscal PIS e Cofins MPF n MPF n 08.1.90.00-2011-02015-5, fls. 1.942 a 1.949, com base na documentao apresentada pelo contribuinte, sob intimao, apuraram-se diferenas entre os valores dos crditos sobre SERVIOS UTILIZADOS COMO INSUMOS, consignados nos DACON do perodo e os das notas fiscais de prestao de servio, extrados dos arquivos SPED contbeis enviados pelo contribuinte a RFB via Receitanet, dos arquivos de notas fiscais digitais da pessoa jurdica, dos arquivos de notas fiscais digitais de terceiros e das notas fiscais digitalizadas , relativas sub-contratao de transporte de carga.As divergncias constatadas foram consolidadas em demonstrativos. De acordo com o TERMO DE CONSTATAO FISCAL-PIS E COFINS, foram considerados como insumos, dando direito a crdito, os valores correspondentes s contas de custos com a frota prpria da empresa a saber: combustveis; lubrificantes; pneus e cmeras; peas e acessrios; funilaria e pintura; manuteno de veculos; socorro; despachantes; lavagem de veculos; e borracharia. No foram consideradas como insumos as contas de pedgio, estacionamento e gerenciamento de risco. Para as as notas fiscais de subcontratao de transporte de carga atribuiu-se tratamento diferenciado: a) relativo aos crditos das contribuies com incidncia no cumulativa e de terceiros no pertencentes ao Simples, pela aplicao da alquota de 7,6% e 1,65%; b) e no caso de terceiros, pessoas jurdicas pertencentes ao Simples e pessoas fsicas, pela aplicao da alquota reduzida em 75%, ou seja, 5,7% e 1,24%, respectivamente.A confrontao do demonstrativo das receitas mensais de prestao de servios declaradas em DACON com as receitas apuradas a partir dos arquivos apresentados pelo contribuinte correspondentes s notas fiscais e com os dados constantes no Livro Razo (fl. 1.944) fez emergirem divergncias, alvo de lanamento.Em impugnao s fls. 2.063 a 2.089. o autuado faz as seguintes alegaes:de cerceamento de defesa pelo fato de a fiscalizao ter indicado o valor que entendeu tributvel, devido a despesas no comprovadas, sem discrimin-las adequadamente. Nesse sentido, coloca que no foi especificado o motivo pelo qual essas despesas no teriam sido comprovadas, nem dando oportunidade para sua manifestao;de precariedade do lanamento, calcado em planilhas que no so conclusivas, nem indicam de modo preciso qual o critrio utilizado para a apurao do suposto dbito fiscal. Especifica a acusao:Glosas de transportes de cargas Afirma que o levantamento foi feito por amostragem, concordando que ocorreram diferenciaes nas nomenclaturas das empresas que lhe prestaram servios de transporte.Glosas de no apresentao de transportes de cargas Entende que no houve justificativa para a glosa, nem tampouco lhe foi solicitado qualquer documento.Crdito Presumido do Simples Diz que a fiscalizao relaciona subcontratao de transporte de carga de terceiros, de pessoas jurdicas pertencentes ao Simples. Porm, vrias empresas que constam na referida planilha s vieram a ser optantes pelo Simples Nacional em data posterior a prestao de servios. Isso gerou um crdito apurado menor de PIS e de Cofins, devido a alquota reduzida de 75%.Glosas Injustificadas Comenta que apurou um direito creditrio de R$ 18.278.873,42, enquanto que a fiscalizao s encontrou o valor de R$ 2.584.494,48. Afirma, ainda, que a fiscalizao somente justificou R$ 4.184.827,29 do valor glosado, restando R$ 14.094.046,13 no justificados.que no foram considerados pela fiscalizao os pagamentos realizados de PIS e de Cofins para as competncias de outubro e novembro de 2008;que o conceito de insumo para apurao dos crditos dessas contribuies levaria em conta todas as despesas dedutveis do Imposto de Renda Pessoa Jurdica.que indevida a glosa de valores lanados relativos ao vale pedgio obrigatrio, o qual foi institudo pela Lei n 10.209, de 2001;que o valor de R$ 6.077.638,62, atribudo a receita omitida resulta de diferenas entre as notas fiscais e o Livro Razo considerando somente os meses em que os resultados foram positivos, e no levando em conta os meses em que o Livro Razo teria sido maior que o apurado pelas notas fiscais. Esclarece que essas diferenas se devem a falhas de integrao entre os seus sistemas, e outras vezes, por falhas humanas;que no h de se falar em despesas no comprovadas se a fiscalizao no abriu oportunidade para esclarecimentos sobre as mesmas. Aduz que as despesas dedutveis da base de clculo do IRPJ no se limitam a subcontratao de transporte de carga. No pode ser mantida a autuao visto que a fiscalizao no computou esses custos, despesas operacionais e encargos da empresa com fundamento na base de clculo do IRPJ e da CSLL.decadncia do direito de lanar relativamente ao ms de janeiro de 2008;que imprescindvel a realizao de diligncia para que se demonstre de modo claro e preciso como foram apurados os valores supostamente devidos;que a penalidade de 75% excessiva e deve ser desconstituda, ou no mnimo reduzida, tendo em vista possuir carter confiscatrio.A 2 Turma da DRJ/POA julgou a impugnao procedente em parte, para considerar os pagamentos realizados e devidamente comprovados pelo impugnante que no foram observados pela Fiscalizao, cancelando parcialmente o crdito tributrio lanado para os meses de outubro (principal de R$ 883.584,84) e de novembro de 2008 (principal de R$ 760.605,05). O Acrdo n 10-46.155, de 5 de setembro de 2013, fls. 2.298 a 2.319, teve ementa vazada nos seguintes termos:ASSUNTO: CONTRIBUIO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINSPerodo de apurao: 01/01/2008 a 31/12/2008CERCEAMENTO DE DEFESA. IMPROCEDENTE.Estando as provas juntadas nos autos nos documentos contbeis e fiscais apresentados pelo prprio contribuinte, assim como tendo sido entregue a ele todos os demonstrativos relativos ao lanamento conjuntamente com o Auto de Infrao no h de se falar em cerceamento de defesa.PAGAMENTOS. ABATIMENTO DO VALOR LANADO.Devem ser considerados todos os pagamentos realizados e comprovados pelo contribuinte no perodo lanado.DESPESAS FORA DO CONCEITO DE INSUMOS.Existe vedao legal para o creditamento de despesas que no podem ser caracterizadas como insumos dentro da sistemtica de apurao de crditos pela nocumulatividade.BASE DE CLCULO. RECEITA, E NO O LUCRO.A base de clculo do PIS e da Cofins determinada constitucionalmente a receita obtida pela pessoa jurdica, e no o lucro.DECADNCIA. PRAZO QINQENAL.Tendo o contribuinte realizado pagamento no perodo lanado, a decadncia se d aps 5 anos da ocorrncia do fato gerador.DILIGNCIA. PEDIDO INDEFERIDO.Indeferese o pedido de diligncia quando as informaes necessrias se encontram nos autos e no demonstrada sua real necessidade para a soluo do litgio. Ainda mais quando o lanamento do crdito tributrio est todo baseado em documentao apresentada pelo prprio contribuinte.MULTA DE OFCIO. VEDAO AO CONFISCO. INAPLICVEL.A multa de ofcio uma penalidade pecuniria aplicada em funo da infrao cometida, no se tratando do disposto no inciso XXII, art. 5 e inc.IV do art. 150 da CF, que ao tratar das limitaes ao poder de tributar, proibiram o legislador de utilizar tributo com efeito confiscatrio.ASSUNTO: CONTRIBUIO PARA O PIS/PASEPPerodo de apurao: 01/01/2008 a 31/12/2008CERCEAMENTO DE DEFESA. IMPROCEDENTE.Estando as provas juntadas nos autos nos documentos contbeis e fiscais apresentados pelo prprio contribuinte, assim como tendo sido entregue a ele todos os demonstrativos relativos ao lanamento conjuntamente com o Auto de Infrao no h de se falar em cerceamento de defesa.PAGAMENTOS. ABATIMENTO DO VALOR LANADO.Devem ser considerados todos os pagamentos realizados e comprovados pelo contribuinte no perodo lanado.DESPESAS FORA DO CONCEITO DE INSUMOS.Existe vedao legal para o creditamento de despesas que no podem ser caracterizadas como insumos dentro da sistemtica de apurao de crditos pela nocumulatividade.BASE DE CLCULO. RECEITA, E NO O LUCRO.A base de clculo do PIS e da Cofins determinada constitucionalmente a receita obtida pela pessoa jurdica, e no o lucro.DECADNCIA. PRAZO QINQENAL.Tendo o contribuinte realizado pagamento no perodo lanado, a decadncia se d aps 5 anos da ocorrncia do fato gerador.DILIGNCIA. PEDIDO INDEFERIDO.Indeferese o pedido de diligncia quando as informaes necessrias se encontram nos autos e no demonstrada sua real necessidade para a soluo do litgio. Ainda mais quando o lanamento do crdito tributrio est todo baseado em documentao apresentada pelo prprio contribuinte.MULTA DE OFCIO. VEDAO AO CONFISCO. INAPLICVEL.A multa de ofcio uma penalidade pecuniria aplicada em funo da infrao cometida, no se tratando do disposto no inciso XXII, art. 5 e inc. IV do art. 150 da CF, que ao tratar das limitaes ao poder de tributar, proibiram o legislador de utilizar tributo com efeito confiscatrio.Impugnao Procedente em ParteCrdito Tributrio Mantido em ParteO Presidente da 2 Turma da DRJ/POA recorreu de ofcio da deciso, em cumprimento ao que dispe o art. 34, inciso I, do Decreto n 70.235, de 6 de maro de 1972, com redao dada pela Lei n 9.532, de 10 de dezembro de 1997, tendo em vista que crdito tributrio exonerado excede o limite de R$ 1.000.000,00, definido na Portaria MF n 03, de 03 de janeiro de 2008.Cuida-se tambm de recurso voluntrio contra a deciso da 2 Turma da DRJ/POA. O arrazoado de fls. 2.328 a 2.349 retoma as mesma alegaes j oferecidas na impugnao, exceo da arguio de decadncia; da insurgncia referentes ao IRPJ e CSLL e o pedido de considerao de pagamentos previamente efetuados.O processo administrativo correspondente foi materializado na forma eletrnica, razo pela qual todas as referncias a folhas dos autos pautar-se-o na numerao digitalmente estabelecida. o Relatrio. Conselheiro Alexandre Kern, RelatorRecurso de ofcioAdmissibilidadeA deciso recorrida julgou o lanamento de ofcio parcialmente procedente, para excluir os valores lanados relativamente aos fatos geradores demonstrados abaixo:DATA DO FGVALOR CANCELADO PRINCIPAL (R$)VALOR MULTA DE OFCIO CANCELADA (R$)

    31/10/2008883.584,84662.689,38

    30/11/2008760.605,05570.453,78

    TOTALR$1.644.189,89R$ 1.233.143,16

    Exonerado o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa em valor superior ao fixado pela Portaria MF n 03, de 2008, conheo do recurso de ofcio impetrado pelo presidente da 2 Turma da DRJ/POA.MritoO impugnante aventou exceo de pagamentos que no foram considerados para as competncias de outubro e novembro de 2008. A propsito, transcrevo o Demonstrativo constante do TERMO DE CONSTATAO FISCAL, fl. 1.946:PAAPURADO NFDACONDCTFDARFAPURADO - DCTF/DARF

    jan-08470.944,29155.622,32155.622,32155.622,32315.321,97

    fev-08521.937,62174.727,23177.945,61177.945,61343.992,01

    mar-081.050.909,99265.649,11269.004,63269.004,63781.905,36

    abr-081.795.084,04456.054,31462.332,00462.332,001.332.752,04

    mai-081.779.584,34453.875,12453.875,12453.875,121.325.709,22

    jun-081.600.564,24427.809,51427.809,51427.809,511.172.754,73

    jul-081.930.135,40487.327,46487.327,46487.327,461.442.807,94

    ago-081.907.664,60523.875,26523.875,26523.875,261.383.789,34

    set-083.020.325,56775.121,79775.121,79775.121,792.245.203,77

    out-083.569.749,67883.584,84--3.569.749,67

    nov-083.143.594,76760.605,05--3.143.594,76

    dez-082.530.517,46682.384,59682.384,59682.384,591.848.132,87

    Totais23.321.011,986.046.636,594.415.298,294.415.298,2918.905.713,69

    Com efeito, constata-se que no constam valores declarados em DCTF ou recolhidos via DARF para os meses de outubro e novembro de 2008, fato que induziu o lanamento de crdito tributrio pelo total do valor apurado nas notas fiscais.O impugnante juntou aos autos os comprovantes desses pagamentos s fls. 2.178 a 2.181. A deciso recorrida, depois de t-los confirmado no sistema Fiscel, procedeu corretamente ao abat-los do lanamento.Com essas consideraes, nego provimento ao recurso de ofcio.Recurso voluntrioAdmissibilidadePresentes os pressupostos recursais, a petio de fls. 2.328 a 2.349 merece ser conhecida como recurso voluntrio contra o Acrdo DRJ-POA-2 Turma n 10-46.155, de 5 de setembro de 2013.RequerimentosDe intimao do patrono da causaCom relao ao requerimento de que seja previamente intimado da realizao deste julgamento, nas pessoas de seus patronos, indefira-se. Na atual fase do procedimento, todos os atos administrativos so, via de regra, feitos por meio postal e o Decreto n 70.235, de 6 de maro 1972 - PAF, art. 23, II, com a redao que lhe foi dada pela Lei n 9.532, de 10 de dezembro de 1997, art. 67, determina que, nesta modalidade, sejam endereados ao domiclio tributrio eleito pelo sujeito passivo. No h portanto como deferir a solicitao para que as intimaes sejam encaminhadas ao domiclio dos procuradores da sociedade.De realizao de dilignciaA providncia requerida abosultamente prescindvel para o julgamento da lide. Assim, com apoio no art. 35 do Regulamento do Processo Administrativo Fiscal, aprovado pelo Decreto n 7.574, de 29 de setembro de 2011, indefiro o pedido.PreliminarCerceamento do direito de defesaO recorrente repete a arguio que ofereceu na impugnao, no sentido de que os documentos que instruem os autos no so suficientes para que formule sua defesa.A arguio improcedente pelos fundamentos apresentados pela deciso recorrida. fls. 1.951, a Fiscalizao oferece descrio detalhada daquilo que consta em cada uma das planilhas que instruem os autos de infrao. Confira-se:1- Demonstrativo de Clculo dos Crditos da COFINS, a partir das notas fiscais.Este demonstrativo contm todos os crditos mensais (bsicos e presumidos) calculados por esta fiscalizao (7,6% sobre os valores calculados de insumos) para o ano-calendrio de 2008. Cabe esclarecer que o contribuinte consolidou tudo o que entendeu como insumos na parcela SERVIOS UTILIZADOS COMO INSUMOS da DACON.Os valores de sub-contratao com transporte de carga utilizados foram obtidos a partir dos arquivos digitais de notas fiscais de terceiros e notas fiscais digitalizadas no glosados, apresentados pelo contribuinte. Foram divididos em crditos bsicos (linha 07), no caso de terceiros, pessoas jurdicas e crditos presumidos, no caso de terceiros SIMPLES ou pessoa fsica (linha 18).Foram mantidos por esta fiscalizao, a ttulo de bens e servios utilizados como insumos e consolidados neste ltimo, a maior parte dos valores escriturados de despesas com frota prpria.Este demonstrativo faz o batimento do total anual declarado de crditos na DACON x total apurado de crditos atravs das notas fiscais.2- Demonstrativo de Apurao Mensal da COFINS, a partir das notas fiscais.Este demonstrativo calcula os valores mensais da COFINS no regime nocumulativo, a partir dos valores mensais da Receita Bruta de Servios, obtidos atravs dos arquivos digitais de notas fiscais da pessoa jurdica, apresentados pelo contribuinte.Os valores totais de crditos mensais apurados no Demonstrativo 1 anterior, so deduzidos aqui, a fim de apurar o valor mensal da COFINS, no regime no cumulativo.3- Demonstrativo de Apurao de Infraes da COFINS, a partir do batimento das notas fiscais com as DCTF/DARF.Este demonstrativo calcula a falta de recolhimento mensal apurado da COFINS no regime no-cumulativo, a partir dos valores mensais de COFINS apurados no Demonstrativo 2 com batimentos dos valores declarados/pagos da DCTF/DARF.s fls. 1.952:1- Demonstrativo de Clculo dos Crditos do PIS, a partir das notas fiscais.Este demonstrativo contm todos os crditos mensais (bsicos e presumidos)calculados por esta fiscalizao (1,65% sobre os valores calculados de insumos) para o ano-calendrio de 2008.Cabe esclarecer que o contribuinte consolidou tudo o que entendeu como insumos na parcela SERVIOS UTILIZADOS COMO INSUMOS da DACON.Os valores de sub-contratao com transporte de carga utilizados foram obtidos a partir dos arquivos digitais de notas fiscais de terceiros e notas fiscais digitalizadas no glosados, apresentados pelo contribuinte. Foram divididos em crditos bsicos (linha 07), no caso de terceiros, pessoas jurdicas e crditos presumidos, no caso de terceiros SIMPLES ou pessoa fsica (linha 18).Foram mantidos por esta fiscalizao, a ttulo de bens e servios utilizados como insumos e consolidados neste ltimo, a maior parte dos valores escriturados de despesas com frota prpria.Este demonstrativo faz o batimento do total anual declarado de crditos na DACON x total apurado de crditos atravs das notas fiscais.2- Demonstrativo de Apurao Mensal do PIS, a partir das notas fiscais.Este demonstrativo calcula os valores mensais do PIS no regime no-cumulativo, a partir dos valores mensais da Receita Bruta de Servios, obtidos atravs dos arquivos digitais de notas fiscais da pessoa jurdica, apresentados pelo contribuinte. Os valores totais de crditos mensais apurados no Demonstrativo 1 anterior, so deduzidos aqui, a fim de apurar o valor mensal do PIS, no regime no cumulativo.3- Demonstrativo de Apurao de Infraes do PIS, a partir do batimento das notas fiscais com as DCTF/DARF.Este demonstrativo calcula a falta de recolhimento mensal apurado do PIS no regime no-cumulativo, a partir dos valores mensais de COFINS apurados no Demonstrativo 2 com batimentos dos valores declarados/pagos da DCTF/DARF.Ademais, os questionamentos feitos pela recorrente foram plenamente respondidos pela deciso recorrida.Outrossim, no vislumbrei qualquer dificuldade da parte da recorrente em defender-se. O recurso apresentado foi hbil e demonstrou que a recorrente tinha pleno conhecimento das infraes que lhe foram imputadas.Com essas consideraes e com os prprios fundamentos da deciso recorrida que, forte no 1 do art. 50 da Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, adoto como razo de decidir e passam a fazer parte integrante desse voto, rejeito a preliminar de nulidade.Precariedade da autuao fiscalSob o ttulo Precariedade da Autuao Fiscal, o recorrente reclama da deciso recorrida, que teria deixado de analisar as alegaes e documentos anexados impugnao, que comprovam os equvocos cometidos pela fiscalizao. E passa a questionar as os dados das planilhas "MAD MESTRE GLOSAS TRANSPORTE DE CARGA - NF", MAD MESTRE TRANPORTE DE CARGA - GLOSAS NO APRESENTAO", "MAD MESTRE GLOSAS TRANSPORTE DE CARGA PF" e MAD MESTRE TRANSPORTE DE CARGA -CRDITO PRESUMIDO SIMPLES.Aqui tambm, a deciso recorrida enfrentou todos esses questionamentos. Reproduzo as respostas formuladas pela deciso recorrida, adotando-as tambm como razo de decidir:a) Glosa de transportes de cargasO contribuinte diz que o levantamento foi feito por amostragem, confirmando que ocorreram diferenciaes nas nomenclaturas das empresas que lhe prestaram servios de transporte.Na verdade no ocorreram amostragens, pois todas as informaes e valores esto fundamentados nos arquivos apresentados pelo prprio contribuinte como j vimos.As diferenciaes de nomenclaturas tiveram como filtro o CNAE das empresas de carga, tendo em vista as divergncias j comentadas entre o CNPJ, nome da empresa e o CFOP nos arquivos apresentados.Temos as glosas referentes ao transporte de carga, crdito bsico, nas fls. 2.000 a 2.018, 2.019 a 2.029, e 2.035 a 2.043.b) Glosas de no apresentao de transportes de cargasEntende o contribuinte que no houve justificativa para a glosa, nem tampouco lhe foi solicitado qualquer documento. No procede, visto que ele foi intimado a trazer essas informaes aos autos atravs de arquivos digitais de sua contabilidade.Essas informaes constam em demonstrativo especfico entregue pela fiscalizao ao contribuinte: MAD Mestre TRANSPORTE DE CARGA glosas no informadas NO APRESENTAO.c) Crdito Presumido do SimplesDiz a BRASPESS que a fiscalizao relacionou a subcontratao de transporte de carga de terceiros como pessoas jurdicas pertencentes ao Simples, e que porm, vrias dessas empresas que constam na referida planilha s vieram a ser optantes pelo Simples Nacional em data posterior a prestao de servios. Isso gerou um crdito apurado a menor de PIS e de Cofins, devido a alquota reduzida de 75%.Inicialmente se diga que no caso de subcontrataes de servios de transporte de carga de pessoas jurdicas ligadas ao Simples temos uma alquota reduzida da nocumulatividade, ou seja, 5,7% para a Cofins e 1,24% para o PIS.No entanto, no concordamos que a fiscalizao tenha tomado como base a situao atual dessas empresas, visto que nas fls. 1.953 a 1.999 dos autos existe a informao do campo Situao Cadastral de cada uma delas, com a data respectiva que corresponde ao enquadramento no Simples.No esqueamos que o regime do Simples j existia antes da criao do Simples Nacional.Por outro lado, o contribuinte no foi capaz de citar nenhum nome de empresa em sua impugnao que tivesse sido enquadrada posteriormente, conforme protesta.Dessa forma, de acordo com os dados do Demonstrativo da fl. 1.945 foi concedido um crdito presumido em favor do contribuinte por subcontratao de transportes de carga na importncia de R$ 512.202,24.d) Glosas InjustificadasComenta a BRASPESS que apurou um direito creditrio de R$ 18.278.873,42, enquanto que a fiscalizao s encontrou o valor de R$ 2.584.494,48. Na seqncia diz que a fiscalizao somente justificou R$ 4.184.827,29 do valor glosado, restando R$ 14.094.046,13 no justificados.A justificativa se encontra sim nos autos, nos demonstrativos e nas planilhas j citados anteriormente, e as glosas foram porque o contribuinte teria includo despesas que no se caracterizariam como insumos para fins de apurao do PIS e da Cofins. Algumas rubricas se encontravam com valores superiores e outras no geravam crditos. Os valores apresentados pela fiscalizao passveis de crditos esto assim resumidos:Exemplo para a Cofins:ORIGEMNF (BASE DE CLCULO)CRDITOS

    Servios Utilizados como InsumosR$ 16.438.942,69R$ 1.249.359,64

    Despesas com Energia EltricaR$ 1.729.632,06R$ 131.452,04

    Despesas com Aluguis de PrdiosR$ 5.583.054,12R$ 424.312,11

    Despesas com Armazenagem e FreteR$ 3.400.285,34R$ 258.421,69

    Encargos de Depreciao ImobilizadoR$ 115.088,92R$ 8.746,76

    Crdito Presumido Simples (Alq. 5,7%)R$ 8.986.004,21R$ 512.202,24

    TOTALR$ 36.253.007,34R$ 2.584.494,48

    O recorrente tacha a deciso recorridada de carente de fundamentao naquilo que se refere aos fatos, provas e documentos apresentados pela impugnante e que no foram enfrentados pela autoridade julgadora. recorrente, nos recursos da espcie, a arguio de nulidade, por cerceamento do direito de defesa, de deciso de primeira instncia que vai de encontro aos interesses do recorrente.A deciso da nclita 2 Turma da DRJ/POA hgida e enfrentou a impugnao sob o ponto de vista que lhe pareceu mais apropriado.Aqui, cabe ressaltar que o livre convencimento do julgador permite seja uma deciso amparada em apenas um fundamento, contanto que este seja considerado suficiente ao deslinde da questo. No est o rgo julgador obrigado a apreciar, de per si, todas alegaes levantadas. O que no deve, o julgador, sob pena de cerceamento do direito de defesa, deixar de considerar fato ou circunstncia reputada imprescindvel sua deciso. E esse deslize a deciso recorrida no cometeu.No sentido de que o julgador no est obrigado a analisar todas as questes suscitadas, cabe mencionar a deciso monocrtica proferida em 10/11/2005 pelo Min. do STJ Francisco Galvo, no Recurso Especial n 792.497. Observe-se:Como de sabena geral, o julgador no est obrigado a discorrer sobre todos os regramentos legais ou todos os argumentos alavancados pelas partes. As proposies podero ou no ser explicitamente dissecadas pelo magistrado, que s estar obrigado a examinar a contenda nos limites da demanda, fundamentando o seu proceder de acordo com o seu livre convencimento, baseado nos aspectos pertinentes hiptese sub judice e com a legislao que entender aplicvel ao caso concreto.Neste sentido, confiram-se os seguintes julgados, verbis:"RECURSO ESPECIAL. IMVEL FUNCIONAL ADMINISTRADO PELA SECRETARIA DA ADMINISTRAO FEDERAL DA PRESIDNCIA DA REPBLICA - SAF. OCUPAO POR SERVIDOR PBLICO MILITAR. ALIENAO. POSSIBILIDADE. ART. 535, DO CPC. VIOLAO. INOCORRNCIA. PRECEDENTES DO STF E STJ.1. No ocorre violao do art. 535, do CPC, quando o acrdo recorrido no denota qualquer omisso, contradio ou obscuridade no referente tutela prestada, uma vez que o julgador no se obriga a examinar todas e quaisquer argumentaes trazidas pelos litigantes a juzo, seno aquelas necessrias e suficientes ao deslinde da controvrsia.2. passvel de alienao o imvel funcional que, poca de edio da Lei 8.025/90, era administrado pela Secretaria da Administrao Federal da Presidncia da Repblica SAF, ainda que ocupado fosse por servidores militares, no se aplicando ao caso a vedao inscrita no art. 1, 2, I, desta norma.3. Precedentes: REsp 61.999/DF, REsp 155.259/DF, REsp 76.493/DF, REsp 59.119/DF, RMS 21.769/DF (STF).4. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido" (REsp n 394.768/DF, Relator Ministro JOS DELGADO, DJ de 01/07/2002, pg. 00247)."RECURSO ESPECIAL - TRIBUTRIO E PROCESSUAL CIVIL - ART. 535, I E II, DO CPC - EMBARGOS DE DECLARAO - OMISSO.1 - Inexiste violao ao art. 535, I e II, do CPC, se o Tribunal a quo, de forma clara e precisa, pronunciou-se acerca dos fundamentos suficientes prestao jurisdicional invocada.2 - Agravo improvido" (AGREsp n. 109.122/PR, Relator Ministro CASTRO MEIRA, DJ de 08/09/2003, p. 00263).Ante o exposto, NEGO SEGUIMENTO ao presente recurso especial, com fulcro no art. 557, caput, do Cdigo de Processo Civil.Rejeito a preliminar.MritoConceito de insumos para fim de creditamento das contribuies sociais no cumulativasEsta 3 TO vem de h muito adotando o entedimento de que o conceito de insumo na legislao referente Contribuio para o PIS/PASEP e COFINS no guarda correspondncia com o extrado da legislao do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessrio ao processo de prestao do servio ou de fabricao do produto final.Ilustro (Acrdo n 3403-002.783, de 25 de fevereirto de 2014, Cons. Rosaldo Trevisan):ASSUNTO: CONTRIBUIO PARA O PIS/PASEPPerodo de apurao:01/10/2008 a 31/12/2008CONTRIBUIO PARA O PIS/PASEP. CRDITOS DE ICMS CEDIDOS A TERCEIROS .NO INCIDNCIA. RE 606.107/RSRG.No incidem a Contribuio para o PIS/PASEP e a COFINS sobre crditos de ICMS cedidos a terceiros, conforme decidiu definitivamente o pleno do STF no RE no 606.107/RS, de reconhecida repercusso geral, deciso esta que deve ser reproduzida por este CARF, em respeito ao disposto no art.62 A de seu Regimento Interno.CONTRIBUIO PARA O PIS/PASEP. NOCUMULATIVIDADE. INSUMO.CONCEITO.O conceito de insumo na legislao referente Contribuio para o PIS/PASEP e COFINS no guarda correspondncia com o extrado da legislao do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessrio ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, obteno do produto final. So exemplos de insumos os combustveis utilizados em caminhes da empresa para transporte de matrias primas, produtos intermedirios e embalagens entre seus estabelecimentos, e as despesas de remoo de resduos industriais. Por outro lado, no constituem insumos os combustveis utilizados em veculos da empresa que transportam funcionrios.Acrdo n 3403002.656, de 28 de novembro de 2013, Cons. Rosaldo Trevisan:ASSUNTO:CONTRIBUIO PARA O PIS/PASEPPerododeapurao:01/04/2004 a 30/06/2004Ementa: PEDIDOS DE RESSARCIMENTO. NUS PROBATRIO.Nos processos referentes a pedidos de compensao ou ressarcimento, a comprovao dos crditos ensejadores incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatrios correspondentes.ANLISE ADMINISTRATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE. VEDAO.SMULACARF N. 2.O CARF no competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributria.CONTRIBUIO PARA O PIS/PASEP. NOCUMULATIVIDADE. INSUMO. CONCEITO.O conceito de insumo na legislao referente Contribuio para o PIS/PASEP e COFINS no guarda correspondncia com o extrado da legislao do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessrio ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, obteno do produto final.Portanto, ao contrrio do que pretende o recorrente, no todo e qualquer custo ou despesa necessria atividade da empresa, nos termos da legislao do IRPJ. H de se perquirir a pertinncia e a essencialidade do gasto relativamente ao processo fabril ou de prestao de servio para que se lhe possa atribuir a natureza de insumo.Nesse contexto, as despesas de estacionamento, se, de um lado, so essenciais obteno de sua receita, o que se admite apenas para argumentar, j que no houve prova dessa pertinncia, no guardam relao direta e intrnseca com o processo produtivo da autuada (prestao de servios para transporte rodovirio de carga frete e encomendas, por conta prpria ou de terceiros, de mbito intermunicipal e interestadual, nos termos da impugnao, fls. 2.064) e no ensejam a tomada de crditos. Afinal, trata-se de servios de transporte de cargas e veculo estacionado no est prestando servio algum.Quantos aos dispndios com pedgios, atente-se para o fato de que a explorao de rodovia mediante cobrana de preo ou pedgio dos usurios, envolvendo execuo de servios de conservao, manuteno, melhoramentos para adequao de capacidade e segurana de trnsito, operao, monitorao, assistncia aos usurios e outros servios definidos em contratos, atos de concesso ou de permisso ou em normas oficiais, consta do item 22-01 da lista anexa Lei Complementar n 116, de 31 de julho de 2003, configurando-se como prestao de servio. A Administrao Tributria Federal admite a tomada de crdito sobre o valor dos pedgios pagos por sociedades prestadoras de servios de transporte rodovirio de cargas, quando o transportador no utilizar o benefcio do art. 2 da Lei n 10.209, de 23 de maro de 2001. Nesse sentido (negritei): SOLUO DE CONSULTA DISIT/SRRF/9RF N 70 de 25 de Fevereiro de 2005 (ASSUNTO: Contribuio para o PIS/PasepEMENTA: TRANSPORTE DE CARGAS. INSUMOS.No configuram insumos utilizados na prestao de servios das empresas de transporte de cargas em geral, para fins de crdito na forma prevista pelo art. 3o , II, da Lei n 10.637, de 2002, os gastos efetuados com: seguros de qualquer espcie e pedgios para conservao de rodovias, quando a Pessoa Jurdica utilizar-se do benefcio do art. 2o da Lei n 10.209, de 2001. Por outro lado, subsumem-se no conceito de insumos utilizados na prestao de servios das empresas de transporte de cargas em geral, para fins dos crditos acima mencionados, desde que atendidos todos os requisitos legais e normativos atinentes espcie, OS gastos efetuados com: pneus e peas para reposio nos mencionados veculos, desde que no imobilizados e quando no representarem acrscimo de vida til superior a um ano ao bem em que forem aplicadas; mo-de-obra de manuteno da frota, inclusive recauchutagem, desde que paga a pessoa jurdica; pedgios para conservao de rodovias quando a pessoa jurdica no utilizar o benefcio do art. 2o da Lei n 10.209, de 2001; e contratao de veculos de outras pessoas jurdicas para efetuar o transporte, SOLUO DE CONSULTA DISIT/SRRF/6RF N 182 de 06 de Julho de 2005ASSUNTO:Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social CofinsEMENTA: CRDITOS. INSUMOS.No do direito ao crdito a ser descontado da contribuio devida os gastos efetuados com telecomunicaes para rastreamento da frota; seguros de qualquer espcie e pedgios para conservao de rodovias, quando a pessoa jurdica utilizar o benefcio do art. 2 da Lei n 10.209, de 2001. Por outro lado, do direito ao crdito a mo-de-obra para manuteno da frota, desde que paga a pessoa jurdica, e pedgios para conservao de rodovias quando a pessoa jurdica no utilizar o benefcio do art. 2 da Lei n 10.209, de 2001.Portanto, quanto tomada de crdito sobre pedgios, d-se provimento ao recurso, para admitir a deduo das contribuies devidas com crditos calculados sobre o valor dos pedgios pagos, desde que no tenha havido o prvio ressarcimento com vales-pedgios.J quanto ao vale-pedgio, a Lei n 10.209, de 2001, que o criou, previu expressamente, em seu art. 10, que seu valor no integra o do frete e no ser considerado receita operacional ou rendimento tributvel, nem consituir base de clculo de contribuies sociais: A Instruo Normativa SRF n 247 de 21 de novembro de 2002, regulamentou o dispositivo: Confira-se o art. 2:Art. 2 O valor do ValePedgio no integra o valor do frete, no ser considerado receita operacional ou rendimento tributvel, nem constituir base de incidncia de contribuies sociais ou previdencirias.Pargrafo nico. O valor do ValePedgio obrigatrio e os dados do modelo prprio, necessrios sua identificao, devero ser destacados em campo especfico no documento comprobatrio de embarque.Ora, no havendo incidncia das contribuies sociais no cumulativas sobre o valor da vale-pedgio, no h autorizao para a tomada de crdito sobre os dispndios relacionados, a teor do inc. II do 2 do art. 3 das leis n 10.637, de 2002, e n 10.833, de 2003.Os gastos com seguro das cargas transportadas, embora guardem intrnseca relao de pertinncia com os servios prestados, no se pode admitir o creditamento pois a contratao de seguros no representa prestao de servios.ConclusesCom o recm exposto, voto negar provimento ao recurso de ofcio e por dar provimento parcial ao recurso voluntrio, para reconhecer o direito do contribuinte de deduzir crditos tomados sobre o valor dos pedgios pagos.Sala de sesses, em 25 de abril de 2014

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    Ovalor do valepedgio no sofre a incidncia da constribuio social nocumulativa,razopelaqualnoseadmiteatomadadecrditosobreele.RecursodeOfcioNegadoeReursoVoluntrioNegadoCrditoTributrioMantidoemParte

    Vistos,relatadosediscutidosospresentesautos.

    ACORDAMosmembrosdoColegiado,porunanimidadedevotos,emnegarprovimentoaorecursodeofcioe,pormaioriadevotos,emdarprovimentoparcialaorecursovoluntrio para reconhecer o direito tomada de crdito sobre os dispndios com pedgio.VencidooConselheiroIvanAllegretti,quedeuprovimentotambmparareconhecerocrditosobreosdispndioscomestacionamento..

    (assinadodigitalmente)AntnioCarlosAtulimPresidente

    (assinadodigitalmente)AlexandreKernRelator

    Participaram do julgamento os conselheiros Antonio Carlos Atulim,Alexandre Kern, Rosaldo Trevisan, Domingos de S Filho, Luiz Rogrio Sawaya Batista eIvanAllegretti.

    Relatrio

    BRASPESSTRANSPORTESURGENTESLTDA.tevelavradoscontrasiosautosdeinfraosdefls.2.045a2.057e2.051a2.053,paraformalizaodadeterminaoeexigncia de crdito tributrio de Contribuio para o PIS/Pasep e de Contribuio para oFinanciamentodaSeguridadeSocialCofins,relativoaoperodode01/01/2008a31/12/2008.novalor total deR$49.938.159,20.Deacordo comoTermodeConstataoFiscalPIS eCofins MPF n MPF n 08.1.90.002011020155, fls. 1.942 a 1.949, com base nadocumentao apresentadapelo contribuinte, sob intimao, apuraramse diferenas entre osvalores dos crditos sobre SERVIOS UTILIZADOS COMO INSUMOS, consignados nosDACON do perodo e os das notas fiscais de prestao de servio, extrados dos arquivosSPEDcontbeisenviadospelocontribuinteaRFBviaReceitanet,dosarquivosdenotasfiscaisdigitaisdapessoajurdica,dosarquivosdenotasfiscaisdigitaisdeterceirosedasnotasfiscaisdigitalizadas,relativassubcontrataodetransportedecarga.

    As divergncias constatadas foram consolidadas em demonstrativos. Deacordo comoTERMODECONSTATAOFISCALPISECOFINS, foram consideradoscomoinsumos,dandodireitoacrdito,osvalorescorrespondentesscontasdecustoscomafrota prpria da empresa a saber: combustveis lubrificantes pneus e cmeras peas eacessriosfunilariaepinturamanutenodeveculossocorrodespachanteslavagemde veculos e borracharia. No foram consideradas como insumos as contas de pedgio,estacionamento e gerenciamento de risco. Para as as notas fiscais de subcontratao detransporte de carga atribuiuse tratamento diferenciado: a) relativo aos crditos dascontribuiescomincidncianocumulativaedeterceirosnopertencentesaoSimples,pelaaplicaodaalquotade7,6%e1,65% b)enocasodeterceiros,pessoasjurdicaspertencentesao Simples e pessoas fsicas, pela aplicao da alquota reduzida em 75%, ou seja, 5,7% e1,24%,respectivamente.

    Fl. 2374DF CARF MF

    Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA

    CPI

    A

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 28/04/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 28/04/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 28/04/2014 por ALEXANDRE KERN

  • Processon19515.720133/201357Acrdon.3403002.959

    S3C4T3Fl.2.374

    3

    A confrontao do demonstrativo das receitas mensais de prestao deserviosdeclaradasemDACONcomas receitasapuradasapartirdosarquivosapresentadospelocontribuintecorrespondentessnotasfiscaisecomosdadosconstantesnoLivroRazo(fl.1.944)fezemergiremdivergncias,alvodelanamento.

    Emimpugnaosfls.2.063a2.089.oautuadofazasseguintesalegaes:

    a) decerceamentodedefesapelofatodeafiscalizaoterindicadoovalorque entendeu tributvel, devido a despesas no comprovadas, semdiscriminlas adequadamente. Nesse sentido, coloca que no foiespecificado o motivo pelo qual essas despesas no teriam sidocomprovadas,nemdandooportunidadeparasuamanifestao

    b) de precariedade do lanamento, calcado em planilhas que no soconclusivas,nemindicamdemodoprecisoqualocritrioutilizadoparaaapuraodosupostodbitofiscal.Especificaaacusao:

    i. Glosas de transportes de cargas Afirma que olevantamento foi feito por amostragem, concordandoqueocorreramdiferenciaesnasnomenclaturasdasempresasquelheprestaramserviosdetransporte.

    ii. Glosas de no apresentao de transportes de cargas Entende que no houve justificativa para a glosa, nemtampoucolhefoisolicitadoqualquerdocumento.

    iii. Crdito Presumido do Simples Diz que a fiscalizaorelaciona subcontratao de transporte de carga deterceiros, de pessoas jurdicas pertencentes ao Simples.Porm, vrias empresas que constamna referida planilhas vieram a ser optantes pelo SimplesNacional em dataposterior a prestao de servios. Isso gerou um crditoapurado menor de PIS e de Cofins, devido a alquotareduzidade75%.

    iv. Glosas Injustificadas Comenta que apurou um direitocreditrio de R$ 18.278.873,42, enquanto que afiscalizao s encontrou o valor de R$ 2.584.494,48.Afirma, ainda, que a fiscalizao somente justificou R$4.184.827,29dovalorglosado,restandoR$14.094.046,13nojustificados.

    c) que no foram considerados pela fiscalizao os pagamentos realizadosdePISedeCofinsparaascompetnciasdeoutubroenovembrode2008

    d) queoconceitodeinsumoparaapuraodoscrditosdessascontribuieslevaria em conta todas as despesas dedutveis do Imposto de RendaPessoaJurdica.

    e) que indevida a glosa de valores lanados relativos ao vale pedgioobrigatrio,oqualfoiinstitudopelaLein10.209,de2001

    Fl. 2375DF CARF MF

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    CPI

    A

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 28/04/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 28/04/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 28/04/2014 por ALEXANDRE KERN

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    f) que o valor de R$ 6.077.638,62, atribudo a receita omitida resulta dediferenasentreasnotasfiscaiseoLivroRazoconsiderandosomenteosmesesemqueosresultadosforampositivos,enolevandoemcontaosmesesemqueoLivroRazoteriasidomaiorqueoapuradopelasnotasfiscais. Esclarece que essas diferenas se devem a falhas de integraoentreosseussistemas,eoutrasvezes,porfalhashumanas

    g) quenohdesefalaremdespesasnocomprovadasseafiscalizaonoabriuoportunidadepara esclarecimentos sobre asmesmas.Aduzqueasdespesas dedutveis da base de clculo do IRPJ no se limitam asubcontrataodetransportedecarga.Nopodesermantidaaautuaovistoqueafiscalizaonocomputouessescustos,despesasoperacionaiseencargosdaempresacomfundamentonabasedeclculodoIRPJedaCSLL.

    h) decadnciadodireitodelanarrelativamenteaomsdejaneirode2008

    i) queimprescindvelarealizaodedilignciaparaquesedemonstredemodo claro e preciso como foram apurados os valores supostamentedevidos

    j) que a penalidade de 75% excessiva e deve ser desconstituda, ou nomnimoreduzida,tendoemvistapossuircarterconfiscatrio.

    A 2 Turma daDRJ/POA julgou a impugnao procedente em parte, paraconsiderar os pagamentos realizados e devidamente comprovados pelo impugnante que noforamobservadospelaFiscalizao,cancelandoparcialmenteocrditotributriolanadoparaos meses de outubro (principal deR$ 883.584,84) e de novembro de 2008 (principal de R$760.605,05).OAcrdon1046.155,de5desetembrode2013,fls.2.298a2.319,teveementavazadanosseguintestermos:

    ASSUNTO: CONTRIBUIO PARAO FINANCIAMENTODASEGURIDADESOCIALCOFINS

    Perododeapurao:01/01/2008a31/12/2008

    CERCEAMENTODEDEFESA.IMPROCEDENTE.

    Estandoasprovasjuntadasnosautosnosdocumentoscontbeise fiscais apresentados pelo prprio contribuinte, assim comotendo sido entregue a ele todos os demonstrativos relativos aolanamentoconjuntamentecomoAutodeInfraonohdesefalaremcerceamentodedefesa.

    PAGAMENTOS.ABATIMENTODOVALORLANADO.

    Devem ser considerados todos os pagamentos realizados ecomprovadospelocontribuintenoperodolanado.

    DESPESASFORADOCONCEITODEINSUMOS.

    Existe vedao legal para o creditamento de despesas que nopodem ser caracterizadas como insumos dentro da sistemticadeapuraodecrditospelanocumulatividade.

    BASEDECLCULO.RECEITA,ENOOLUCRO.

    Fl. 2376DF CARF MF

    Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA

    CPI

    A

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 28/04/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 28/04/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 28/04/2014 por ALEXANDRE KERN

  • Processon19515.720133/201357Acrdon.3403002.959

    S3C4T3Fl.2.375

    5

    A base de clculo do PIS e da Cofins determinadaconstitucionalmente a receita obtida pela pessoa jurdica, enoolucro.

    DECADNCIA.PRAZOQINQENAL.

    Tendoocontribuinterealizadopagamentonoperodolanado,adecadnciasedaps5anosdaocorrnciadofatogerador.

    DILIGNCIA.PEDIDOINDEFERIDO.

    Indeferese o pedido de diligncia quando as informaesnecessrias se encontram nos autos e no demonstrada suarealnecessidadeparaasoluodolitgio.Aindamaisquandoolanamento do crdito tributrio est todo baseado emdocumentaoapresentadapeloprpriocontribuinte.

    MULTA DE OFCIO. VEDAO AO CONFISCO.INAPLICVEL.

    A multa de ofcio uma penalidade pecuniria aplicada emfuno da infrao cometida, no se tratando do disposto noincisoXXII,art.5einc.

    IVdoart.150daCF,queaotratardaslimitaesaopoderdetributar, proibiram o legislador de utilizar tributo com efeitoconfiscatrio.

    ASSUNTO:CONTRIBUIOPARAOPIS/PASEP

    Perododeapurao:01/01/2008a31/12/2008

    CERCEAMENTODEDEFESA.IMPROCEDENTE.

    Estandoasprovasjuntadasnosautosnosdocumentoscontbeise fiscais apresentados pelo prprio contribuinte, assim comotendo sido entregue a ele todos os demonstrativos relativos aolanamentoconjuntamentecomoAutodeInfraonohdesefalaremcerceamentodedefesa.

    PAGAMENTOS.ABATIMENTODOVALORLANADO.

    Devem ser considerados todos os pagamentos realizados ecomprovadospelocontribuintenoperodolanado.

    DESPESASFORADOCONCEITODEINSUMOS.

    Existe vedao legal para o creditamento de despesas que nopodem ser caracterizadas como insumos dentro da sistemticadeapuraodecrditospelanocumulatividade.

    BASEDECLCULO.RECEITA,ENOOLUCRO.

    A base de clculo do PIS e da Cofins determinadaconstitucionalmente a receita obtida pela pessoa jurdica, enoolucro.

    DECADNCIA.PRAZOQINQENAL.

    Fl. 2377DF CARF MF

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    Tendoocontribuinterealizadopagamentonoperodolanado,adecadnciasedaps5anosdaocorrnciadofatogerador.

    DILIGNCIA.PEDIDOINDEFERIDO.

    Indeferese o pedido de diligncia quando as informaesnecessrias se encontram nos autos e no demonstrada suarealnecessidadeparaasoluodolitgio.Aindamaisquandoolanamento do crdito tributrio est todo baseado emdocumentaoapresentadapeloprpriocontribuinte.

    MULTA DE OFCIO. VEDAO AO CONFISCO.INAPLICVEL.

    A multa de ofcio uma penalidade pecuniria aplicada emfuno da infrao cometida, no se tratando do disposto noincisoXXII,art.5einc.IVdoart.150daCF,queaotratardaslimitaes ao poder de tributar, proibiram o legislador deutilizartributocomefeitoconfiscatrio.

    ImpugnaoProcedenteemParte

    CrditoTributrioMantidoemParte

    O Presidente da 2 Turma daDRJ/POA recorreu de ofcio da deciso, emcumprimentoaoquedispeoart.34,incisoI,doDecreton70.235,de6demarode1972,comredaodadapelaLein9.532,de10dedezembrode1997,tendoemvistaquecrditotributrioexoneradoexcedeolimitedeR$1.000.000,00,definidonaPortariaMFn03,de03dejaneirode2008.

    Cuidase tambm de recurso voluntrio contra a deciso da 2 Turma daDRJ/POA. O arrazoado de fls. 2.328 a 2.349 retoma as mesma alegaes j oferecidas naimpugnao,exceodaarguiodedecadnciadainsurgnciareferentesaoIRPJeCSLLeopedidodeconsideraodepagamentospreviamenteefetuados.

    O processo administrativo correspondente foi materializado na formaeletrnica, razopelaqual todasas refernciasa folhasdosautospautarseonanumeraodigitalmenteestabelecida.

    oRelatrio.

    Voto

    ConselheiroAlexandreKern,Relator

    Recursodeofcio

    ADMISSIBILIDADE

    Adecisorecorridajulgouo lanamentodeofcioparcialmenteprocedente,paraexcluirosvaloreslanadosrelativamenteaosfatosgeradoresdemonstradosabaixo:DATADOFG VALORCANCELADOPRINCIPAL(R$) VALORMULTADEOFCIOCANCELADA(R$)31/10/2008 883.584,84 662.689,3830/11/2008 760.605,05 570.453,78

    Fl. 2378DF CARF MF

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  • Processon19515.720133/201357Acrdon.3403002.959

    S3C4T3Fl.2.376

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    DATADOFG VALORCANCELADOPRINCIPAL(R$) VALORMULTADEOFCIOCANCELADA(R$)TOTAL R$1.644.189,89 R$1.233.143,16

    Exoneradoosujeitopassivodopagamentodetributoeencargosdemultaemvalor superior ao fixado pela Portaria MF n 03, de 2008, conheo do recurso de ofcioimpetradopelopresidenteda2TurmadaDRJ/POA.

    MRITO

    O impugnanteaventouexceodepagamentosquenoforamconsideradospara as competncias de outubro e novembro de 2008. A propsito, transcrevo oDemonstrativoconstantedoTERMODECONSTATAOFISCAL,fl.1.946:

    PA APURADONF DACON DCTF DARF APURADODCTF/DARFjan08 470.944,29 155.622,32 155.622,32 155.622,32 315.321,97fev08 521.937,62 174.727,23 177.945,61 177.945,61 343.992,01mar08 1.050.909,99 265.649,11 269.004,63 269.004,63 781.905,36abr08 1.795.084,04 456.054,31 462.332,00 462.332,00 1.332.752,04mai08 1.779.584,34 453.875,12 453.875,12 453.875,12 1.325.709,22jun08 1.600.564,24 427.809,51 427.809,51 427.809,51 1.172.754,73jul08 1.930.135,40 487.327,46 487.327,46 487.327,46 1.442.807,94ago08 1.907.664,60 523.875,26 523.875,26 523.875,26 1.383.789,34set08 3.020.325,56 775.121,79 775.121,79 775.121,79 2.245.203,77out08 3.569.749,67 883.584,84 3.569.749,67nov08 3.143.594,76 760.605,05 3.143.594,76dez08 2.530.517,46 682.384,59 682.384,59 682.384,59 1.848.132,87Totais 23.321.011,98 6.046.636,59 4.415.298,29 4.415.298,29 18.905.713,69

    Com efeito, constatase que no constam valores declarados emDCTF ourecolhidos via DARF para os meses de outubro e novembro de 2008, fato que induziu olanamentodecrditotributriopelototaldovalorapuradonasnotasfiscais.

    O impugnante juntou aos autos os comprovantes desses pagamentos s fls.2.178a2.181.Adeciso recorrida, depoisde tlos confirmadono sistemaFiscel, procedeucorretamenteaoabatlosdolanamento.

    Comessasconsideraes,negoprovimentoaorecursodeofcio.

    Recursovoluntrio

    ADMISSIBILIDADE

    Presentesospressupostosrecursais,apetiodefls.2.328a2.349mereceserconhecidacomorecursovoluntriocontraoAcrdoDRJPOA2Turman1046.155,de5desetembrode2013.

    REQUERIMENTOS

    Deintimaodopatronodacausa

    Comrelaoaorequerimentodequesejapreviamenteintimadodarealizaodeste julgamento, nas pessoas de seus patronos, indefirase.Na atual fase do procedimento,

    Fl. 2379DF CARF MF

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    todososatosadministrativosso,viaderegra,feitospormeiopostaleoDecreton70.235,de6demaro1972PAF,art.23,II,comaredaoquelhefoidadapelaLein9.532,de10dedezembrode1997,art.67,determinaque,nestamodalidade,sejamendereadosaodomicliotributrio eleitopelo sujeitopassivo.Nohportanto comodeferir a solicitaoparaqueasintimaessejamencaminhadasaodomicliodosprocuradoresdasociedade.

    Derealizaodediligncia

    Aprovidncia requeridaabosultamenteprescindvelparao julgamentodalide. Assim, com apoio no art. 35 do Regulamento do Processo Administrativo Fiscal,aprovadopeloDecreton7.574,de29desetembrode2011,indefiroopedido.

    PRELIMINAR

    Cerceamentododireitodedefesa

    O recorrente repete a arguio que ofereceu na impugnao, no sentido dequeosdocumentosqueinstruemosautosnososuficientesparaqueformulesuadefesa.

    A arguio improcedente pelos fundamentos apresentados pela decisorecorrida.

    fls. 1.951, aFiscalizao oferece descrio detalhada daquilo que constaemcadaumadasplanilhasqueinstruemosautosdeinfrao.Confirase:

    1DemonstrativodeClculodosCrditosdaCOFINS,apartirdasnotasfiscais.

    Estedemonstrativocontmtodososcrditosmensais(bsicosepresumidos) calculados por esta fiscalizao (7,6% sobre osvalorescalculadosdeinsumos)paraoanocalendriode2008.

    Cabe esclarecer que o contribuinte consolidou tudo o queentendeu como insumos na parcela SERVIOS UTILIZADOSCOMOINSUMOSdaDACON.

    Os valores de subcontratao com transporte de cargautilizados foramobtidosapartirdosarquivosdigitaisdenotasfiscais de terceiros e notas fiscais digitalizadas no glosados,apresentados pelo contribuinte. Foram divididos em crditosbsicos (linha 07), no caso de terceiros, pessoas jurdicas ecrditos presumidos, no caso de terceiros SIMPLES ou pessoafsica(linha18).

    Forammantidosporestafiscalizao,attulodebenseserviosutilizados como insumos e consolidados neste ltimo, a maiorpartedosvaloresescrituradosdedespesascomfrotaprpria.

    Estedemonstrativofazobatimentodototalanualdeclaradodecrditos na DACON x total apurado de crditos atravs dasnotasfiscais.

    2DemonstrativodeApuraoMensaldaCOFINS,apartirdasnotasfiscais.

    Este demonstrativo calcula os valores mensais daCOFINS noregimenocumulativo,apartirdosvaloresmensaisdaReceita

    Fl. 2380DF CARF MF

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  • Processon19515.720133/201357Acrdon.3403002.959

    S3C4T3Fl.2.377

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    BrutadeServios,obtidosatravsdosarquivosdigitaisdenotasfiscaisdapessoajurdica,apresentadospelocontribuinte.

    Os valores totais de crditos mensais apurados noDemonstrativo1anterior,sodeduzidosaqui,afimdeapurarovalormensaldaCOFINS,noregimenocumulativo.

    3DemonstrativodeApuraodeInfraesdaCOFINS,apartirdobatimentodasnotasfiscaiscomasDCTF/DARF.

    Este demonstrativo calcula a falta de recolhimento mensalapurado da COFINS no regime nocumulativo, a partir dosvaloresmensaisdeCOFINSapuradosnoDemonstrativo2combatimentosdosvaloresdeclarados/pagosdaDCTF/DARF.

    sfls.1.952:

    1DemonstrativodeClculodosCrditosdoPIS,apartirdasnotasfiscais.

    Estedemonstrativocontmtodososcrditosmensais(bsicosepresumidos)

    calculados por esta fiscalizao (1,65% sobre os valorescalculadosdeinsumos)paraoanocalendriode2008.

    Cabe esclarecer que o contribuinte consolidou tudo o queentendeu como insumos na parcela SERVIOS UTILIZADOSCOMOINSUMOSdaDACON.

    Os valores de subcontratao com transporte de cargautilizados foramobtidosapartirdosarquivosdigitaisdenotasfiscais de terceiros e notas fiscais digitalizadas no glosados,apresentados pelo contribuinte. Foram divididos em crditosbsicos (linha 07), no caso de terceiros, pessoas jurdicas ecrditos presumidos, no caso de terceiros SIMPLES ou pessoafsica(linha18).

    Forammantidosporestafiscalizao,attulodebenseserviosutilizados como insumos e consolidados neste ltimo, a maiorpartedosvaloresescrituradosdedespesascomfrotaprpria.

    Estedemonstrativofazobatimentodototalanualdeclaradodecrditos na DACON x total apurado de crditos atravs dasnotasfiscais.

    2DemonstrativodeApuraoMensaldoPIS,apartirdasnotasfiscais.

    EstedemonstrativocalculaosvaloresmensaisdoPISnoregimenocumulativo, a partir dos valoresmensais daReceitaBrutadeServios,obtidosatravsdosarquivosdigitaisdenotasfiscaisda pessoa jurdica, apresentados pelo contribuinte. Os valorestotais de crditos mensais apurados no Demonstrativo 1anterior,sodeduzidosaqui,afimdeapurarovalormensaldoPIS,noregimenocumulativo.

    Fl. 2381DF CARF MF

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    3DemonstrativodeApuraodeInfraesdoPIS,apartirdobatimentodasnotasfiscaiscomasDCTF/DARF.

    Este demonstrativo calcula a falta de recolhimento mensalapuradodoPISnoregimenocumulativo,apartirdosvaloresmensais de COFINS apurados no Demonstrativo 2 combatimentosdosvaloresdeclarados/pagosdaDCTF/DARF.

    Ademais, os questionamentos feitos pela recorrente foram plenamenterespondidospeladecisorecorrida.

    Outrossim, no vislumbrei qualquer dificuldade da parte da recorrente emdefenderse. O recurso apresentado foi hbil e demonstrou que a recorrente tinha plenoconhecimentodasinfraesquelheforamimputadas.

    Com essas consideraes e com os prprios fundamentos da decisorecorridaque,forteno1doart.50daLeino9.784,de29dejaneirode1999,adotocomorazodedecidirepassamafazerparteintegrantedessevoto,rejeitoapreliminardenulidade.

    Precariedadedaautuaofiscal

    Sob o ttulo Precariedade da Autuao Fiscal, o recorrente reclama dadeciso recorrida, que teria deixado de analisar as alegaes e documentos anexados impugnao,quecomprovamosequvocoscometidospelafiscalizao.Epassaaquestionarasosdadosdasplanilhas"MADMESTREGLOSASTRANSPORTEDECARGANF",MADMESTRE TRANPORTE DE CARGA GLOSAS NO APRESENTAO", "MADMESTREGLOSASTRANSPORTEDECARGAPF"eMADMESTRETRANSPORTEDECARGACRDITOPRESUMIDOSIMPLES.

    Aqui tambm, a deciso recorrida enfrentou todos esses questionamentos.Reproduzoasrespostasformuladaspeladecisorecorrida,adotandoastambmcomorazodedecidir:

    a)Glosadetransportesdecargas

    Ocontribuintedizqueolevantamentofoifeitoporamostragem,confirmandoque ocorreram diferenciaes nas nomenclaturas das empresas que lhe prestaramserviosdetransporte.

    Naverdadenoocorreramamostragens,pois todasas informaesevaloresesto fundamentados nos arquivos apresentados peloprprio contribuinte como jvimos.

    As diferenciaes de nomenclaturas tiveram como filtro o CNAE dasempresas de carga, tendo em vista as divergncias j comentadas entre o CNPJ,nomedaempresaeoCFOPnosarquivosapresentados.

    Temos as glosas referentes ao transporte de carga, crdito bsico, nas fls.2.000a2.018,2.019a2.029,e2.035a2.043.

    b)Glosasdenoapresentaodetransportesdecargas

    Entende o contribuinte que no houve justificativa para a glosa, nemtampouco lhe foi solicitado qualquer documento. No procede, visto que ele foiintimado a trazer essas informaes aos autos atravs de arquivos digitais de suacontabilidade.

    Fl. 2382DF CARF MF

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  • Processon19515.720133/201357Acrdon.3403002.959

    S3C4T3Fl.2.378

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    Essas informaes constam em demonstrativo especfico entregue pelafiscalizaoaocontribuinte:MAD Mestre TRANSPORTEDECARGA glosasnoinformadas NOAPRESENTAO.

    c)CrditoPresumidodoSimples

    Diz a BRASPESS que a fiscalizao relacionou a subcontratao detransportedecargade terceiroscomopessoas jurdicaspertencentesaoSimples, equeporm,vriasdessasempresasqueconstamnareferidaplanilhasvieramaseroptantespeloSimplesNacionalemdataposterioraprestaodeservios.IssogerouumcrditoapuradoamenordePISedeCofins,devidoaalquotareduzidade75%.

    Inicialmentesedigaquenocasodesubcontrataesdeserviosdetransportede carga de pessoas jurdicas ligadas ao Simples temos uma alquota reduzida danocumulatividade,ouseja,5,7%paraaCofinse1,24%paraoPIS.

    Noentanto, no concordamosque a fiscalizao tenha tomadocomobaseasituaoatualdessasempresas,vistoquenas fls.1.953a1.999dosautosexisteainformaodocampoSituaoCadastraldecadaumadelas,comadatarespectivaquecorrespondeaoenquadramentonoSimples.

    No esqueamos que o regime do Simples j existia antes da criao doSimplesNacional.

    Poroutrolado,ocontribuintenofoicapazdecitarnenhumnomedeempresaemsuaimpugnaoquetivessesidoenquadradaposteriormente,conformeprotesta.

    Dessa forma, de acordo com os dados do Demonstrativo da fl. 1.945 foiconcedido um crdito presumido em favor do contribuinte por subcontratao detransportesdecarganaimportnciadeR$512.202,24.

    d)GlosasInjustificadas

    Comenta a BRASPESS que apurou um direito creditrio de R$18.278.873,42, enquanto que a fiscalizao s encontrou o valor de R$2.584.494,48. Na seqncia diz que a fiscalizao somente justificou R$4.184.827,29dovalorglosado,restandoR$14.094.046,13nojustificados.

    Ajustificativaseencontrasimnosautos,nosdemonstrativosenasplanilhasj citados anteriormente, e as glosas foram porque o contribuinte teria includodespesasquenosecaracterizariamcomoinsumosparafinsdeapuraodoPISedaCofins.Algumas rubricas se encontravam com valores superiores e outras nogeravam crditos. Os valores apresentados pela fiscalizao passveis de crditosestoassimresumidos:

    ExemploparaaCofins:ORIGEM NF(BASEDECLCULO) CRDITOS

    ServiosUtilizadoscomoInsumos R$16.438.942,69 R$1.249.359,64DespesascomEnergiaEltrica R$1.729.632,06 R$131.452,04DespesascomAluguisdePrdios R$5.583.054,12 R$424.312,11DespesascomArmazenagemeFrete R$3.400.285,34 R$258.421,69EncargosdeDepreciaoImobilizado R$115.088,92 R$8.746,76CrditoPresumido Simples(Alq.5,7%) R$8.986.004,21 R$512.202,24

    TOTAL R$36.253.007,34 R$2.584.494,48

    Fl. 2383DF CARF MF

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    O recorrente tacha a deciso recorridada de carente de fundamentaonaquiloqueserefereaosfatos,provasedocumentosapresentadospelaimpugnanteequenoforamenfrentadospelaautoridadejulgadora.

    recorrente, nos recursos da espcie, a arguio de nulidade, porcerceamento do direito de defesa, de deciso de primeira instncia que vai de encontro aosinteressesdorecorrente.

    A deciso da nclita 2 Turma da DRJ/POA hgida e enfrentou aimpugnaosobopontodevistaquelhepareceumaisapropriado.

    Aqui,caberessaltarqueolivreconvencimentodojulgadorpermitesejaumadecisoamparadaemapenasumfundamento,contantoqueestesejaconsideradosuficienteaodeslindedaquesto.Noestorgojulgadorobrigadoaapreciar,depersi,todasalegaeslevantadas.Oquenodeve,ojulgador,sobpenadecerceamentododireitodedefesa,deixarde considerar fato ou circunstncia reputada imprescindvel sua deciso. E esse deslize adecisorecorridanocometeu.

    Nosentidodequeojulgadornoestobrigadoaanalisartodasasquestessuscitadas,cabemencionaradecisomonocrticaproferidaem10/11/2005peloMin.doSTJFranciscoGalvo,noRecursoEspecialn792.497.Observese:

    Como de sabena geral, o julgador no est obrigado a discorrer sobretodososregramentoslegaisoutodososargumentosalavancadospelaspartes.Asproposiespodero ou no ser explicitamente dissecadas pelo magistrado, que s estar obrigado aexaminaracontendanoslimitesdademanda,fundamentandooseuprocederdeacordocomoseu livre convencimento, baseado nos aspectos pertinentes hiptese sub judice e com alegislaoqueentenderaplicvelaocasoconcreto.

    Nestesentido,confiramseosseguintesjulgados,verbis:

    "RECURSO ESPECIAL. IMVEL FUNCIONALADMINISTRADO PELA SECRETARIA DA ADMINISTRAOFEDERAL DA PRESIDNCIA DA REPBLICA SAF.OCUPAO POR SERVIDOR PBLICO MILITAR.ALIENAO. POSSIBILIDADE. ART. 535, DO CPC.VIOLAO. INOCORRNCIA. PRECEDENTES DO STF ESTJ.

    1.Noocorreviolaodoart.535,doCPC,quandooacrdorecorrido no denota qualquer omisso, contradio ouobscuridade no referente tutela prestada, uma vez que ojulgador no se obriga a examinar todas e quaisquerargumentaes trazidas pelos litigantes a juzo, seno aquelasnecessriasesuficientesaodeslindedacontrovrsia.

    2. passvel de alienao o imvel funcional que, poca deedio da Lei 8.025/90, era administrado pela Secretaria daAdministrao Federal da Presidncia da Repblica SAF,ainda que ocupado fosse por servidores militares, no seaplicando ao caso a vedao inscrita no art. 1, 2, I, destanorma.

    3. Precedentes: REsp 61.999/DF, REsp 155.259/DF, REsp76.493/DF,REsp59.119/DF,RMS21.769/DF(STF).

    Fl. 2384DF CARF MF

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  • Processon19515.720133/201357Acrdon.3403002.959

    S3C4T3Fl.2.379

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    4. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa parte,provido" (REsp n 394.768/DF, Relator Ministro JOSDELGADO,DJde01/07/2002,pg.00247).

    "RECURSOESPECIALTRIBUTRIOEPROCESSUALCIVILART.535,IEII,DOCPCEMBARGOSDEDECLARAOOMISSO.

    1Inexisteviolaoaoart.535,IeII,doCPC,seoTribunalaquo, de forma clara e precisa, pronunciouse acerca dosfundamentossuficientesprestaojurisdicionalinvocada.

    2 Agravo improvido" (AGREsp n. 109.122/PR, RelatorMinistroCASTROMEIRA,DJde08/09/2003,p.00263).

    Ante o exposto, NEGO SEGUIMENTO ao presente recursoespecial,comfulcronoart.557,caput,doCdigodeProcessoCivil.

    Rejeitoapreliminar.

    MRITO

    Conceitodeinsumosparafimdecreditamentodascontribuiessociaisnocumulativas

    Esta3TOvemdehmuitoadotandooentedimentodequeoconceitodeinsumo na legislao referente Contribuio para o PIS/PASEP e COFINS no guardacorrespondncia com o extrado da legislao do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR(excessivamentealargado).Ematendimentoaocomando legal,o insumodevesernecessrioaoprocessodeprestaodoserviooudefabricaodoprodutofinal.

    Ilustro (Acrdo n 3403002.783, de 25 de fevereirto de 2014, Cons.RosaldoTrevisan):

    ASSUNTO:CONTRIBUIOPARAOPIS/PASEP

    Perododeapurao:01/10/2008a31/12/2008

    CONTRIBUIO PARA O PIS/PASEP. CRDITOS DE ICMSCEDIDOS A TERCEIROS .NO INCIDNCIA. RE606.107/RSRG.

    No incidem a Contribuio para o PIS/PASEP e a COFINSsobre crditos de ICMS cedidos a terceiros, conforme decidiudefinitivamente o pleno do STF no RE no 606.107/RS, dereconhecida repercusso geral, deciso esta que deve serreproduzidaporesteCARF,emrespeitoaodispostonoart.62AdeseuRegimentoInterno.

    CONTRIBUIO PARA O PIS/PASEP.NOCUMULATIVIDADE.INSUMO.CONCEITO.

    O conceito de insumo na legislao referente Contribuiopara o PIS/PASEP e COFINS no guarda correspondnciacomoextradodalegislaodoIPI(demasiadamenterestritivo)

    Fl. 2385DF CARF MF

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    ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento aocomando legal, o insumo deve ser necessrio ao processoprodutivo/fabril, e, consequentemente, obteno do produtofinal. So exemplos de insumos os combustveis utilizados emcaminhes da empresa para transporte de matrias primas,produtos intermedirios e embalagens entre seusestabelecimentos, e as despesas de remoo de resduosindustriais. Por outro lado, no constituem insumos oscombustveisutilizadosemveculosdaempresaquetransportamfuncionrios.

    Acrdo n 3403002.656, de 28 de novembro de 2013, Cons. RosaldoTrevisan:

    ASSUNTO:CONTRIBUIOPARAOPIS/PASEP

    Perododeapurao:01/04/2004a30/06/2004

    Ementa: PEDIDOS DE RESSARCIMENTO. NUSPROBATRIO.

    Nos processos referentes a pedidos de compensao ouressarcimento,acomprovaodoscrditosensejadoresincumbeao postulante, que deve carrear aos autos os elementosprobatrioscorrespondentes.

    ANLISE ADMINISTRATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE.VEDAO.SMULACARFN.2.

    O CARF no competente para se pronunciar sobre ainconstitucionalidadedeleitributria.

    CONTRIBUIO PARA O PIS/PASEP.NOCUMULATIVIDADE.INSUMO.CONCEITO.

    O conceito de insumo na legislao referente Contribuiopara o PIS/PASEP e COFINS no guarda correspondnciacomoextradodalegislaodoIPI(demasiadamenterestritivo)ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento aocomando legal, o insumo deve ser necessrio ao processoprodutivo/fabril, e, consequentemente, obteno do produtofinal.

    Portanto, ao contrrio do que pretende o recorrente,no todo equalquercustooudespesanecessriaatividadedaempresa,nostermosdalegislaodoIRPJ.Hdeseperquirir a pertinncia e a essencialidade do gasto relativamente ao processo fabril ou deprestaodeservioparaqueselhepossaatribuiranaturezadeinsumo.

    Nessecontexto,asdespesasdeestacionamento,se,deumlado,soessenciaisobtenode sua receita, oque se admite apenasparaargumentar, jquenohouveprovadessapertinncia,noguardamrelaodiretaeintrnsecacomoprocessoprodutivodaautuada(prestao de servios para transporte rodovirio de carga frete e encomendas, por contaprpriaoude terceiros,dembito intermunicipale interestadual,nos termosdaimpugnao,fls. 2.064) eno ensejam a tomada de crditos.Afinal, tratase de servios de transporte decargaseveculoestacionadonoestprestandoservioalgum.

    Quantos aos dispndios com pedgios, atentese para o fato de que aexplorao de rodovia mediante cobrana de preo ou pedgio dos usurios, envolvendo

    Fl. 2386DF CARF MF

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  • Processon19515.720133/201357Acrdon.3403002.959

    S3C4T3Fl.2.380

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    execuo de servios de conservao, manuteno, melhoramentos para adequao decapacidade e segurana de trnsito, operao,monitorao, assistncia aos usurios e outrosservios definidos em contratos, atos de concesso ou de permisso ou em normas oficiais,consta do item 2201 da lista anexa Lei Complementar n 116, de 31 de julho de 2003,configurandose como prestao de servio. A Administrao Tributria Federal admite atomadadecrditosobreovalordospedgiospagosporsociedadesprestadorasdeserviosdetransporte rodoviriodecargas,quandoo transportadornoutilizarobenefciodoart.2daLein10.209,de23demarode2001.Nessesentido(negritei):

    SOLUODECONSULTADISIT/SRRF/9RFN 70 de 25 deFevereirode2005(

    ASSUNTO:ContribuioparaoPIS/Pasep

    EMENTA:TRANSPORTEDECARGAS.INSUMOS.

    Noconfiguraminsumosutilizadosnaprestaodeserviosdasempresasdetransportedecargasemgeral,parafinsdecrditonaformaprevistapeloart.3o , II,daLein10.637,de2002,osgastos efetuados com: seguros de qualquer espcie e pedgiospara conservao de rodovias, quando a Pessoa Jurdicautilizarsedobenefciodoart.2odaLein10.209,de2001.Poroutro lado, subsumemse no conceito de insumos utilizadosna prestao de servios das empresas de transporte decargas em geral, para fins dos crditos acima mencionados,desde que atendidos todos os requisitos legais e normativosatinentesespcie,OSgastosefetuadoscom:pneusepeaspara reposio nos mencionados veculos, desde que noimobilizadosequandonorepresentaremacrscimodevidatilsuperior a um ano ao bem em que forem aplicadasmodeobra de manuteno da frota, inclusive recauchutagem,desdequepagaapessoajurdicapedgiosparaconservaoderodoviasquandoapessoajurdicanoutilizarobenefciodoart. 2odaLein 10.209, de 2001 e contrataode veculos deoutraspessoasjurdicasparaefetuarotransporte,

    SOLUODECONSULTADISIT/SRRF/6RFN182de06deJulhode2005

    ASSUNTO:Contribuio para o Financiamento da SeguridadeSocialCofins

    EMENTA:CRDITOS.INSUMOS.

    No do direito ao crdito a ser descontado da contribuiodevida os gastos efetuados com telecomunicaes pararastreamento da frota segurosde qualquer espcie e pedgiosparaconservaoderodovias,quandoapessoajurdicautilizarobenefciodoart.2daLein10.209,de2001.Poroutrolado,dodireitoaocrditoamodeobraparamanutenodafrota,desdequepagaapessoajurdica,epedgiosparaconservaoderodoviasquandoapessoajurdicanoutilizarobenefciodoart.2daLein10.209,de2001.

    Fl. 2387DF CARF MF

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    Portanto, quanto tomada de crdito sobre pedgios, dse provimento aorecurso, para admitir a deduo das contribuies devidas com crditos calculados sobre ovalor dos pedgios pagos, desde que no tenha havido o prvio ressarcimento com valespedgios.

    J quanto ao valepedgio, a Lei n 10.209, de 2001, que o criou, previuexpressamente, em seu art. 10, que seu valor no integra o do frete e no ser consideradoreceitaoperacionalourendimentotributvel,nemconsituirbasedeclculodecontribuiessociais: A Instruo Normativa SRF n 247 de 21 de novembro de 2002, regulamentou odispositivo:Confiraseoart.2:

    Art.2OvalordoValePedgionointegraovalordofrete,noser considerado receita operacional ou rendimento tributvel,nem constituir base de incidncia de contribuies sociais ouprevidencirias.

    Pargrafo nico. O valor do ValePedgio obrigatrio e osdados do modelo prprio, necessrios sua identificao,devero ser destacados em campo especfico no documentocomprobatriodeembarque.

    Ora,nohavendoincidnciadascontribuiessociaisnocumulativassobreo valor da valepedgio, no h autorizao para a tomada de crdito sobre os dispndiosrelacionados,a teordo inc. IIdo2doart.3das leisn10.637,de2002,en10.833,de2003.

    Osgastos com segurodas cargas transportadas, embora guardem intrnsecarelaodepertinncia comos serviosprestados, no sepodeadmitir o creditamentopois acontrataodesegurosnorepresentaprestaodeservios.

    Concluses

    Comorecmexposto,votonegarprovimentoaorecursodeofcioepordarprovimentoparcialaorecursovoluntrio,parareconhecerodireitodocontribuintedededuzircrditostomadossobreovalordospedgiospagos.

    Saladesesses,em25deabrilde2014

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  • Processon19515.720133/201357Acrdon.3403002.959

    S3C4T3Fl.2.381

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    Fl. 2389DF CARF MF

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